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RESUMO FUNDAÇÕES P1

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AULA 1
Requisitos de um profissional de fundações: geotecnia (conhecimento do comportamento dos solos quando tesões são aplicadas ou perante o fluxo de água (ou outro líquido) em seus vazios e cálculo estrutural (análise estrutural e dimensionamento de estruturas).
Engenheiro de fundações deve ter vivência e experiência e saber cálculo estrutural para:
a) dimensionar estruturalmente os elementos da fundação e as obras que, em geral, são necessárias à execução das fundações.
b) avaliar o comportamento da estrutura diante dos inevitáveis deslocamentos das fundações.
As fundações quando carregadas, solicitam o terreno que se deforma, e destas deformações resultam deslocamentos verticais (recalques), horizontais e rotações. Com isso, a hipótese usual de apoios indeslocáveis fica prejudicada, e nas estruturas hiperestáticas (maior parte delas), as cargas inicialmente calculadas são modificadas. Chega-se ao conhecido problema da interação solo-estrutura.
Culturalmente em nosso país há dificuldades, sempre são levantadas objeções para se realizar uma prova de carga. Além disso, o conhecimento do solo fica restrito ao que fornecem as sondagens à percussão de simples reconhecimento.
PONTOS ALTOS: 
1) Engenheiro estrutural impõe ao Engenheiro de Fundações um requisito de recalque zero, o que é impossível, pois toda fundação recalca. É preciso levar em consideração que os problemas de Geotecnia apresentam um maior grau de incerteza pois lida com um material natural que pouco consegue mudar, tem que aceitar como ele se apresenta, com suas propriedades e comportamentos específicos.
2) Deve-se evitar as generalizações, pois cada obra apresenta suas próprias peculiaridades que devem ser estudadas adequadamente.
PREVISÕES
→ Determinar a situação de campo: colher os dados, análises a partir de topografia, prospecção do subsolo, ensaios de campo e de laboratório, condições de vizinhos, etc.
→ Simplificar: devido a grande variedade de dados colhidos, é obrigado a eliminar dados, tomar médias e considerar as condições mais desfavoráveis a fim de elaborar um modelo. Normalmente utiliza-se conceitos de probabilidade e estatística.
→ Determinar mecanismos: qual ou quais mecanismos estaria atuando. Exemplo de ruptura ou deslizamento, ou os dois.
→ Selecionar métodos e parâmetros: fixado o mecanismo, cabe estabelecer o método de análise desse mecanismo e os parâmetros do solo que serão utilizados.
→ Manipular método e parâmetros para obter a previsão: para cada método escolhido, deve-se fazer uma análise paramétrica, normalmente facilitada com a utilização de computadores e programas. 
→ Representar a previsão: Os resultados obtidos são analisados e interpretados, e dão ao engenheiro uma perspectiva e um entendimento do processo em estudo. Etapa indispensável.
Uma vez que foi realizada uma boa campanha de investigações e boas previsões de metodologias e parâmetros do solo, gera uma solução ideal que a previsão é feita antes do acontecimento.
RISCO CALCULADO
a) O uso de um conhecimento imperfeito, orientado pelo bom senso e experiência, para estimar as variações prováveis de todas as quantidades que entram na solução de um problema.
b) A decisão com base em uma margem de segurança adequada, ou grau de risco, levando em conta fatores econômicos e a magnitude das perdas que resultariam de um colapso.
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS
Riscos de Engenharia
Riscos desconhecidos: não são conhecidos até que se revelam em um acidente, através do qual podem, então, ser observados e investigados. Risco pouco provável, pois os conhecimentos atuais de Geotecnia permite que se tenha, pelo menos, uma estimativa qualitativa da resposta de todos os solos e rochas quando submetidos às atividades convencionais das obras de Engenharia.
Riscos calculados: correspondem aos fenômenos para os quais a Geotecnia ainda não apresentou uma análise quantitativa satisfatória. Envolve dois diferentes aspectos: 
a) O uso de um conhecimento imperfeito, orientado pelo bom senso e experiência, para estimar as variações prováveis de todas as quantidades que entram na solução de um problema;
b) A decisão com base em uma margem de segurança adequada, ou de grau de risco, levando em conta fatores econômicos e a magnitude das perdas que resultaria de um colapso.
Riscos humanos
Organização insatisfatória, incluindo divisão de responsabilidade entre projeto e supervisão de construção
Uso insatisfatório do conhecimento disponível e do bom senso
Corrupção
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS CALCULADOS EM TERMOS DE PERDAS POTENCIAIS
Perdas catastróficas de vidas e propriedades
Pesadas perdas de vidas e propriedades
MÉTODO OBSERVACIONAL 
Método inaplicável a uma obra cujo projeto não pode ser alterado durante a construção (mais aplicado na prática em obras de terra (aterros e barragens) do que para fundações).
1) Exploração (investigação) suficiente para estabelecer, pelo menos, a natureza, distribuição e propriedades, em geral, dos depósitos, sem necessidade de detalhes.
2) Avaliação das condições mais prováveis e dos desvios, em relação a essas condições, mais desfavoráveis que se possa imaginar. 
3) Estabelecimento do projeto com base em uma hipótese de trabalho de comportamento antecipado sob as condições mais prováveis.
4) Seleção de parâmetros a serem observados durante a construção e cálculo de seus valores antecipados com base na hipótese de trabalho. Reque uma percepção correta dos fenômenos físicos significativos que governam o comportamento da obra durante a construção e após sua conclusão.
5) Cálculo dos valores dos mesmos parâmetros sob as condições mais desfavoráveis compatíveis com os dados disponíveis referentes ao terreno.
6) Seleção antecipada de um plano de ação ou de modificação de projeto para cada desvio significativo previsível entre os valores observados e os determinados com base na hipótese de trabalho.
7) Medição de parâmetros a serem observados e avaliação das condições reais.
8) Modificação de projeto para adequação às condições reais.
Até que ponto todos esses passos podem ser seguidos depende da natureza e complexidade da obra. Podem-se distinguis dois casos:
a) Obras em que devido a um certo acontecimento o método se impõe como única possibilidade de levar a construção a um bom termo.
b) Obras em que o método é considerado desde o início da construção.
O perigo está no fracasso do estabelecimento de um plano de ação para todas as eventualidades possíveis a partir das observações obtidas, ou seja, quando se percebe que a realidade revelada pelas observações está discrepante do que havia sido previsto.
No Brasil não é tão raro ser obrigado a correr um “risco calculado” no projeto e execução das fundações. Isto ocorre principalmente em locais para os quais a mobilização dos equipamentos adequados pode, até, inviabilizar o empreendimento. Nestes casos é necessário observar o comportamento da obra desde o seu início para que seja possível constatar eventualmente, uma situação que obrigue a uma modificação do projeto; em geral acaba se realizando UM REFORÇO DAS FUNDAÇÕES.
AULA 2
Qual o conceito de uma fundação? Elemento de transferência de carga.
A forma adequada de transmissão da carga ao terreno, pela fundação, traduz-se por dois requisitos:
(i) segurança com relação à ruptura (ELU): o solo de fundação não pode entrar em colapso, ou ruptura.
(ii) recalques compatíveis com a estrutura (ELS): mesmo que as cargas aplicadas à fundação apresentem segurança com relação à ruptura, os recalques para as cargas que irão atuar precisam ser compatíveis com aqueles tolerados pela estrutura.
Requisitos de um projeto de fundações:
Verificação de estados limites últimos (ELU): segurança adequada ao colapso do solo de fundação ou estabilidade “externa” e segurança adequada ao colapso dos elementos estruturais ou estabilidade “interna”.
Verificação de estados limites de serviço (ELS): deformações aceitáveis sob as condições de trabalho.
PONTO ALTO: Os problemas e acidentes relacionadosa fundações são muito mais relativos ao terreno de fundação do que à estrutura da fundação. Pois a resistência do solo é muito menor que a resistência do concreto/aço.
TIPOS DE FUNDAÇÃO
Fundações superficiais (diretas, rasas ou em superfície): possuem duas características principais
1) sua profundidade de assentamento Df é limitada segundo o critério de Terzagui à largura da fundação B ou ao dobro da largura da fundação, segundo o critério da Norma de Fundações. 
2) a transferência de carga ao terreno se dá pela sua base
Fundações profundas: geralmente peças de comprimento muito maior que a largura ou diâmetro. A transferência de carga ao terreno se dá através da base e da superfície lateral da fundação.
TIPOS DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 
Blocos de fundação: elemento de fundação de concreto simples, dimensionado de maneira que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura.
Sapatas: elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de tal modo que as tensões de tração sejam resistidas por armadura (motivo pelo qual as sapatas têm alturas menores que os blocos).
Sapata corrida (baldrames): sapata sujeita a carga distribuída.
Viga de fundação: elemento de fundação superficial comum a vários pilares, cujos centros, em planta, estão situados num mesmo alinhamento.
Sapata associada: elemento de fundação que recebe parte dos pilares da obra (o que a difere do radier), pilares estes não alinhados (o que difere da viga de fundação).
Radier: elemento de fundação que recebe todos os pilares da obra;
TIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Estaca: elemento de fundação profunda executado por ferramentas ou equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a percussão ou prensagem, ou por escavação, ou ainda, mista;
Tubulão: elemento de fundação profunda de forma cilíndrica que, pelo menos na sua fase final de execução, tem a descida de operário (o tubulão não difere da estaca por suas dimensões, mas pelo processo executivo, que envolve a descida de operário);
Caixão: elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na superfície e instalado por escavação interna.
AULA 3
Escolha do tipo de fundação – noções preliminares
PONTOS ALTOS:
Para qualquer tipo estrutura em qualquer tipo de terreno existe (geralmente) viabilidade técnica para fundações superficiais e fundações profundas, devendo-se escolher a solução mais econômica.
O tipo de fundação depende do tipo de terreno e do tipo de estrutura simultaneamente.
A questão dos recalques é dividida em 2 problemas: um relativo à previsão dos recalques e outro relativo à verificação da sensibilidade da estrutura aos recalques.
O conhecimento dos recalques admissíveis é tão importante quanto a habilidade de se efetuar o cálculo dos recalques. “Não importa quão acurada uma análise de recalques possa ser, ela é de limitado valor prático se o projetista não tem conhecimento do valor do recalque que pode ser tolerado pela estrutura em consideração.”
Apenas com a maturidade advinda da experiência é que se adquire a necessária segurança para a decisão final relativa à escolha do tipo de fundação.
Problemas culturais existentes no processo: o construtor escolhe empresas de sondagens e de fundações de menor custo que são tendenciosas à escolha do projeto de fundações para prestações de serviço que lhe favoreçam. Além disso, as empresas diferem em relação aos preços das propostas, entre valores unitários e valores globais, o que dificulta a análise da melhor escolha.
Ensaios geotécnicos de campo
Sondagem de Simples Reconhecimento SPT-T
Ensaio de Penetração do Piezocone CPTu
Dilatômetro Plano DMT
Pressiômetro Pré-furo PMT
Palheta VST
AULA 7
CAPACIDADE DE CARGA DAS FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – Qadm ≤ Qseg < Qrup
CARGA DE RUPTURA (Qrup): é a carga correspondente à ruptura do terreno de fundação. Considerando o comportamento de uma fundação em uma dada prova de carga, a carga de ruptura seria aquela para a qual o deslocamento cresce indefinidamente para um dado valor de carga.
CARGA DE SEGURANÇA (Qseg): é a carga de ruptura dividida por um adequado fator de segurança FS, não levando em consideração os recalques que a estrutura possa a vir sofrer.
Qseg = Qrup/FS onde FS depende de vários fatores, como:
i) confiança na estimativa das solicitações
ii) variação das solicitações em relação ao projeto
iii) combinação (ocorrência simultânea) de solicitações
iv) consequências de colapso
v) conhecimento dos parâmetros geotécnicos
vi) confiança no método de cálculo
Valor mínimo pela norma para fundações superficiais: FS = 3
Se o fator de segurança de uma massa de solo é maior do que algo em torno de 3 em relação à sua ruptura, o estado de tensões no interior do solo é provavelmente semelhante ao estado de tensões computado segundo a asserção de que o solo é elástico. Assim, nessas condições o estado de tensões no interior do solo pode ser estimado com base na Teoria da Elasticidade.
CARGA ADMISSÍVEL (Qadm): é carga de segurança que se permite aplicar à fundação levando em conta o tipo e a grandeza dos recalques a ocorrer e a sensibilidade da estrutura para se submeter a esses recalques. Ou seja, é a maior carga transmitida pela fundação que o terreno admite, em qualquer caso, com adequada segurança à ruptura e sofrendo deformações compatíveis com a sensibilidade da estrutura aos deslocamentos da fundação.
Estima-se o recalque para a Carga de Segurança Qseg. Se o recalque estimado for aceitável pela estrutura a ser suportada, esta Carga de Segurança Qseg seria considerada como Carga de Admissível Qadm. Caso contrário, ou seja, caso este recalque não fosse tolerado pela estrutura, a Carga de Admissível Qadm seria menor do que a Carga de Segurança Qseg.
Na prática dos projetos de fundações, não é esta a sequência, uma vez que a carga dada pela estrutura é um valor fixo, e o que se deve alterar são as dimensões da fundação de modo que venha a ser capaz de possuir segurança com relação à ruptura e recalques compatíveis com a estrutura.
CARGA DE TRABALHO (Qtrab): é a carga que efetivamente atua na fundação. A diferença entre a Qadm e a Qtrab é que a primeira é aquela que se permite aplicar à fundação, enquanto a segunda é aquela que realmente atua. Em muitos tipos de obras, raramente ela é conhecida. “Uma tonelada de carga de prédio é mais leve que uma tonelada de carga de silo ou de tanque.”
TIPOS DE RUPTURA (TERZAGUI - 1943)
Ruptura verdadeira, clássica ou conceitual: tipo de comportamento próprio de solos de alta resistência. Característica da curva c1 do gráfico carga-recalque. A fundação apresenta um bom comportamento, ou seja, os deslocamentos são pequenos à medida que se acresce o carregamento. Num determinado valor de carga, a tangente à curva muda abruptamente de inclinação para uma tangente vertical, ou seja, não se consegue mais fazer com que a fundação ganhe carga, e os recalques crescem indefinidamente.
Ruptura convencional: tipo de comportamento próprio de solos de baixa resistência. Característica da curva c2 do gráfico carga-recalque. Desde o início do carregamento a fundação já vai sofrendo deslocamentos significativos. É muitas vezes difícil na prática, uma vez que não é nítida (ou não existe transição) entre um trecho curvilíneo e um trecho retilíneo. 
Um outro critério existente para definir a ruptura convencional é considerar como carga de ruptura o valor correspondente a um deslocamento igual a uma fração do diâmetro da placa ensaiada, por exemplo: D/10.
TIPOS DE RUPTURA (VESIC - 1975)
Vesic amplia o conceito de Terzagui e mostra que não apenas o tipo de solo condiciona o modo de ruptura, mas este depende da compressibilidade relativa do solo para uma dada geometria da fundação e condições de carregamento.
Ruptura generalizada: caracterizada pela existência de um padrão de ruptura sob a fundação bem definido, consistindo de uma superfície de ruptura partindo de um bordo da fundação até o nível do terreno.
Ruptura localizada:caracterizada pela existência de um padrão de ruptura sob a fundação bem definido apenas imediatamente abaixo da fundação. Há tendência de intumescimento na região adjacente à fundação. Mesmo a grandes valores de deslocamento não ocorre a rotação da fundação.
Ruptura por puncionamento: caracterizada por um padrão de ruptura que não é fácil de visualizar. O solo em torno da fundação permanece relativamente inalterado. Rotação da fundação também não acontece. Mais do que no caso de ruptura localizada, a fundação ganha carga mesmo com grandes deslocamentos da fundação.
FALTA AS SOLUÇÕES DE CÁLCULO DE CARGA DE RUPTURA (EXERCÍCIO)
AULA 8
CONCEITOS GERAIS: TENSÕES NO SOLO
As tensões existentes em uma massa de solo referem-se a 2 parcelas:
1ª) tensões geostáticas, correspondentes ao peso próprio do material, em relação às quais na totalidade dos casos os recalques já ocorreram para estas tensões. 
2ª) associada a acréscimos de tensões gerados por carregamentos (que ocasionam os recalques).
BULBO DE PRESSÕES: Quando é aplicada uma carga na superfície de um dado terreno, são geradas tensões em seu interior. Se as tensões de igual valor forem unidas por curvas, tais curvas serão designadas por isóbaras (mesma tensão). Denomina-se de bulbo de pressões a região limitada pela isóbara de 10% da pressão aplicada no nível do terreno, sendo esta a região do terreno mais influenciada pelo carregamento aplicado. Observa-se da figura que o bulbo de pressões, no caso da sapata quadrada (ou circular), atinge uma profundidade da ordem de 2B, sendo B a largura (ou diâmetro) da fundação. Entretanto, à medida que a relação L/B (sendo L o comprimento da fundação) cresce, o bulbo atinge profundidades maiores.
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE RECALQUE
Absoluto: é o recalque de uma fundação, ou ainda de um ponto de uma fundação (no caso de fundação de grandes dimensões). Os recalques absolutos estão relacionados a danos funcionais e estéticos (ruptura de tubulações, janela não abrir direito, aspecto ruim, etc). Não há limitação de recalque absoluto na norma de fundações (NBR 6122). Sugere-se limitar em 3cm.
Diferencial: é a diferença entre dois recalques absolutos (de duas fundações ou de dois pontos de uma mesma fundação, no caso de fundações de grandes dimensões). Os recalques diferenciais podem estar associados tanto aos danos estruturais (através dos recalques distorcionais) como danos funcionais e estéticos (modificação de caimentos, inclinação do prédio, mesmo se o movimento for de corpo rígido).
Distorcional: recalque diferencial específico ou distorção angular: é a relação entre o recalque diferencial e distância correspondente, dado em geral em função de uma fração cujo numerador é unitário. Os danos estruturais (construção muito inclinada) estão fundamentalmente relacionados ao recalque distorcional, uma vez que estão associados à questão da flexão das peças da estrutura.
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE RECALQUE EM RELAÇÃO AO TEMPO DE OCORRÊNCIA
Rápidos: demoram horas ou dias para ocorrer. De uma maneira geral, quando uma determinada obra é concluída, recalques desse tipo praticamente deixam de ocorrer ao final da construção (para o peso próprio, naturalmente, restando ainda os recalques correspondentes à ocupação do prédio). Importante em areias e solos parcialmente saturados.
Lentos: demoram meses ou anos para ocorrer e ainda existe uma parcela dos recalques para ocorrer quando a obra é concluída. Importante em argilas saturadas.
Muitas vezes há uma associação dos dois tipos. 
No caso de materiais argilosos saturados, por exemplo, uma parcela se dá de forma rápida, não drenada (deformação a volume constante), enquanto outra se dá de forma drenada, com saída de água dos vazios (processo de adensamento). Quando há um perfil composto de camadas de areia e argila, por exemplo, há necessidade de se calcular os recalques rápidos na areia, os quais se somarão aos recalques lentos por adensamento na argila.
RECALQUE FINAL = RECALQUE IMEDIATO (RÁPITO) + RECALQUE COM O TEMPO (LENTO)
Métodos de previsão de recalques em solos de compressibilidade rápida
Racionais: aqueles em que um modelo teórico consistente é usado (Teoria da Elasticidade, por exemplo) e em que os parâmetros empregados na análise são provenientes de ensaios que representem de forma adequada o comportamento do solo (inclusive quanto à simulação do caminho de tensões). 
A principal dificuldade é a obtenção de amostras de boa qualidade para ensaio. Uma segunda dificuldade é a correta simulação dos caminhos de tensões.
Semi-empíricos (ou empíricos): aqueles em que um modelo teórico consistente é empregado, mas os parâmetros são obtidos através de correlações entre recalques de fundações e ensaios in situ. A grande maioria dos métodos enquadra-se nesta categoria.
AULA 9
Métodos de previsão de recalques em solos de compressibilidade rápida
MÉTODO DE TERZAGUI-PECK
Este método visa obter o recalques de uma fundação superficial de largura B, conhecendo-se o recalque s1 de uma placa de 1ft x 1ft (30cm x 30cm) assente à mesma profundidade da fundação. É válido para areias medianamente compactas e compactas, e deve-se utilizar a seguinte expressão:
	S=s1(2b/B+1)² onde B está em pés. Para B expresso em metros, deve-se substituir 1 por 0,3 na expressão
MÉTODO DE HOUSEL
Este método tem como base os resultados de provas de carga em placas circulares de diferentes diâmetros, 30cm,
60 cm e 80cm, assentes à mesma profundidade em que se pretende instalar as fundações. A partir dos resultados das provas, determinam-se os valores de pressão correspondentes ao recalque admissível desejado.
	P∆=n+m*P/A onde P = perímetro da placa e A = área da placa
MÉTODO DE BARATA
Estabeleceu uma metodologia de previsão de recalques associando Teoria de Elasticidade, a interpretação da prova tríplice de Housel e o ensaio de cone. Tal metodologia possibilita a previsão dos recalques mesmo na ausência da realização da prova de carga tríplice de Housel. 
	∆h=λ*c∆*p/Ez*B(1-μ²) onde 
p=pressão aplicada à fundação, B=menor lado da fundação, c∆ e μ são tabelados, λ é obtido através de ábacos e
Ez= módulo de deformação onde Ez=a*qc=a*K*Nspt (a e K são tabelados e Nspt é o número de golpes)
Os valores de Ez devem ser calculados ao longo todo o bulbo de tensões. Com os resultados das sondagens, deve-se calcular Ez de metro em metro e definir uma reta cuja tendência de comportamento represente os pontos na região correspondente ao bulbo.
AULA 10/11
A REALIZAÇÃO DO PROJETO
1º passo) Estabelecimento da profundidade de assentamento
Normalmente, em um projeto de fundações em sapatas é adotada uma MESMA profundidade de assentamento para todas as sapatas da obra. A escolha de tal profundidade depende de uma série de fatores:
Existência de subsolo: a profundidade de assentamento fica já condicionada à cota do piso (laje) do subsolo. A partir daí é que se tem a escolha da profundidade. Esse condicionante depende, portanto, do projeto de arquitetura. 
Eventualmente, por necessidade da instalação dos elevadores, as fundações dos pilares do poço dos elevadores, são implantadas em uma cota abaixo das fundações dos demais pilares.
Nos casos em que o nível do terreno é inclinado (obras em encosta), é comum manter-se a mesma profundidade de assentamento (Df), no caso das camadas de solo terem uma disposição de tendência paralela ao nível do terreno, o que ocorre com alguma frequência. Isto corresponde a cotas de assentamento diferentes.
Presença do nível d’água: Sempre que possível, deve-se procurar implantar as fundações acima do nível d’água. Isso decorre em função dos processos EXECUTIVOS (e não em função da impossibilidade de o nível d’água ser considerado nos requisitos de projeto). 
A presença do nível d’água demanda a necessidade de rebaixamento do lençol freático (caso de materiais granulares) ou esgotamento da água que chega à escavação (caso de materiais argilosos). 
Às vezes é possível a implantação de todas as fundaçõesacima do nível d’água exceto as do poço dos elevadores. Neste caso, o rebaixamento do lençol freático fica restrito àquela região.
Os sistemas de rebaixamento são geralmente alugados de empresas especializadas (e possuem custos elevados).
2º passo) Adoção de uma tensão admissível inicial 
Uma vez estabelecida a profundidade de assentamento, o passo seguinte é a adoção de uma pressão básica (tensão admissível inicial), que é a tensão para pré-dimensionamento das fundações superficiais de uma determinada obra.
Algumas formas de se obter a pressão básica:
Tabela de pressões básicas da norma brasileira NBR6122/1996: Ou seja, deve-se procurar na tabela o tipo de solo que corresponde à região abrangida (grosseiramente) pelo bulbo de tensões das fundações e verificar a pressão básica recomendada pela tabela. 
Para classificação do solo, deve ser empregada outra tabela da NBR 6484/2001. Como não se conhecem, a princípio, as dimensões em planta das sapatas, uma primeira estimativa de largura (B) deve ser feita para saber a profundidade do bulbo. Tal estimativa não precisa ser acurada, uma vez que serve apenas para pré-dimensionamento, e as verificações posteriores é que são fundamentais.
Não se deve esquecer que, caso haja alguma camada de menor resistência e maior compressibilidade abaixo da região abrangida pelos bulbos de tensões das sapatas consideradas isoladamente, deve-se considerar a interação entre as sapatas sobre aquela camada.
RESPONSABILIDADE DO ENGENHEIRO: segue a tendência da norma de, cada vez mais, deixar ao engenheiro projetista ou ao consultor a responsabilidade de fixar a tensão admissível, com base em estudos mais aprofundados.
Através do número de golpes do SPT (Nspt): Neste caso deve-se conhecer grosseiramente a largura das maiores sapatas, e se tomar uma média de NSPT na região entre a profundidade de assentamento da fundação e B abaixo daquela profundidade. Utiliza-se o ábaco Largura da Sapata x Tensão admissível inicial, e a classificação do solo (fofa, medianamente compacta, compacta e muito compacta). O procedimento é válido para areias e NA abaixo daquela profundidade. Segundo os autores, o uso da metodologia conduz a recalques menores que 2,5 cm.
Através do número de golpes do SPT (Nspt): Uma proposta mais recente é devida a Teixeira (1998), em que a tensão de pré-dimensionamento p é obtida por:
	p = 0,02 N (MPa) onde N é a média de Nspt entre a profundidade de assentamento da fundação e 1,5 B abaixo. A expressão deve ser usada para Nspt compreendido entre 5 e 20.
3º passo) Cálculo das áreas das sapatas
Divide-se a carga de cada pilar pela tensão admissível inicial.
4º passo) Cálculo da largura e comprimento de cada sapata
Existem vários critérios para o cálculo da largura e do comprimento da sapata. O mais comum é o emprego do critério dos balanços iguais, onde as distâncias entre as faces dos pilares e das sapatas são as mesmas nas duas direções. 
Ao se fazer esse procedimento, uma vez que as sapatas são dimensionadas estruturalmente a partir das tensões atuantes na base e como se fossem estruturas em balanço, o que resulta é a mesma armação nas duas direções. Ou seja, pode-se dizer que este é um critério relacionado a facilidades construtivas, nada tendo a ver com a questão geotécnica. 
Sob um aspecto geotécnico, a sapata poderia ter qualquer relação entre largura e comprimento, bem como qualquer forma, desde que naturalmente suas dimensões fossem levadas em conta nas verificações correspondentes.
	A exceção fica por conta dos casos das sapatas de divisas, em que não é possível garantir-se uma carga (proveniente do pilar) centrada na sapata. Nesse caso, lança-se mão do artifício estrutural denominado viga de equilíbrio (é uma viga que liga o pilar com carga excêntrica, na divisa, a um pilar no interior da construção), cuja finalidade é eliminar aquela excentricidade.
	Devido ao momento gerado pela excentricidade, a carga na sapata da divisa sofrerá um acréscimo em relação a carga do pilar. Por outro lado, a sapata correspondente ao outro pilar (central) terá uma carga menor que a carga proveniente do seu pilar, em função do alívio provocado pela viga de equilíbrio. A consideração desse alívio no projeto (no pilar central) é limitada a 50% do valor calculado.
	COMO FAZER?
O problema é resolvido por tentativas → 1ª tentativa (em projeto): R1’ = 1,2 P1
Com base nessa tentativa, é possível obter-se a área da sapata dividindo-se R’1 pela tensão admissível adotada para o projeto, ou seja, A=R1’/σadm. 
A escolha das dimensões da sapata nesse caso não é feita com base no critério dos balanços iguais: 
	B=b+2x e L=l+2x onde b e l são a largura e comprimento do pilar. 
Esses valores devem ser arredondados para múltiplos de 5cm. Adota-se uma relação entre comprimento e largura da sapata de 2,5 ≤ (L/B) ≤ 3,0.
Conhecendo a excentricidade calcula-se a reação R1=P1*l/(l-e)
Depois, compara-se R1 e R1’, caso sejam aproximadamente os mesmos, mantêm-se as dimensões da sapatada e o problema está resolvido. Usualmente variação em torno de 10% está ok.
5º passo) Estimativa dos recalques e comparação com recalques admissíveis
Deve ser efetuada uma previsão de recalques das sapatas da estrutura (ex. Método de Barata). Embora a norma brasileira especifique apenas “recalques compatíveis com a estrutura”, sugere-se que o recalque absoluto deva ser limitado a um máximo de 3 cm.
Embora possam ser efetuados projetos com recalques previstos maiores que 3 cm, nestes casos o projeto estrutural deve levar em conta a presença de tais recalques. No caso da hipótese de limitação dos recalques a 3 cm, as experiências mostram que o projeto estrutural pode ser feito da maneira convencional, ou seja, sem a consideração de recalques.
Cabe ressaltar que este comentário é válido para obras convencionais. Obras com características especiais deve-se verificar se mesmo recalques limitados a 3 cm podem ser capazes de gerar danos de quaisquer origens.
Quanto aos recalques distorcionais – aqueles associados aos danos estruturais –, devem ser limitados em projeto a 1/500.
6º passo) Verificação do fator de segurança em relação à ruptura
Deve ser estimada a capacidade de carga a ruptura geotécnica e calculado o fator de segurança (FSmín = 3).

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