Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 RACIOCÍNIO LÓGICO E ABSTRATO – RESUMO No 01 Prof Moises Lopes da Silva Fontes de consultas: Convite à Filosofia – Marilena Chauí-Ed Ática,S.P.2000 www.juventudealucinada.com ; portal de Raciocino Lógico - Prof Fenelon outros... I - ORIGENS DA PALAVRA RAZÃO 1.Referência histórica: ARISTÓTELES ( 384 –322 A.C )- Filósofo grego, foi o fundador da Ciência da Lógica, e estabeleceu um conjunto de regras rígidas para que conclusões pudessem ser aceitas. 2. Raciocínio: Consultando o nosso “Dicionário”, verifica-se que raciocínio é a operação intelectual pela qual se deduz uma conclusão de uma ou várias premissas (proposição ou fato) Leis das probabilidades, ditas matemáticas, afirmam que dentro do nosso universo, existem 3% de superdotados e 3% de infradotados. Filósofos e cientistas, através testes diversos, têm afirmado que o ser humano é dotado de inteligências múltiplas, sendo algumas delas, mais aguçadas. 3.Origem da palavra RAZÃO : é a capacidade intelectual para pensar e exprimir-se correta e claramente, para pensar e dizer as coisas tais como são. A razão é uma maneira de organizar a realidade pela qual esta se torna compreensível. 2 4.Princípios da palavra Razão:O conhecimento racional obedece a certas regras ou leis fundamentais , que respeitamos até mesmo quando não conhecemos diretamente quais são e o que são. Nós as respeitamos porque somos seres racionais e porque são princípios que garantem que a realidade é racional. Os princípios da razão são: A. Princípio da identidade: “A é A” ou “O que é, é”. O princípio da identidade é a condição do pensamento e sem ele não podemos pensar. Ele afirma que uma coisa, seja ela qual for (um ser da Natureza, uma figura geométrica, um ser humano, uma obra de arte, uma ação), só pode ser conhecida e pensada se for percebida e conservada com sua identidade. Exemplo: A partir da definição de um triângulo como figura de três lados e de três ângulos, nenhuma outra figura que não tenha esse número de lados e de ângulos poderá ser chamada de triângulo como também todos os teoremas e problemas relacionados com o triângulo, só poderão ser demonstrados se, a cada vez que ele disser “triângulo”, soubermos a qual ser ou a qual coisa ele está se referindo. O princípio da identidade é a condição para que definamos as coisas e possamos conhecê-las a partir de suas definições. 3 B. Princípio da não-contradição : “A é A e é impossível que seja, ao mesmo tempo e na mesma relação, não- A”. Exemplo: é impossível que uma árvore que está diante de mim seja e não seja uma mangueira; Sem o princípio da não-contradição, o princípio da identidade não poderia funcionar. O princípio da não- contradição afirma que uma coisa ou uma idéia que se negam a si mesmas se autodestroem, desaparecem, deixam de existir. Afirma, também, que as coisas e as idéias contraditórias são impensáveis e impossíveis. C . Princípio do terceiro-excluído : “Ou A é x ou é y e não há terceira possibilidade”. Exemplo : Ou este homem é Sócrates ou não é Sócrates. Este princípio define a decisão de um dilema - “ou isto ou aquilo” - e exige que apenas uma das alternativas seja verdadeira. D. Princípio da razão suficiente (também chamado de princípio da causalidade) “Tudo o que existe e tudo o que acontece tem uma razão (causa ou motivo) para existir ou para acontecer. 4 II - A ATIVIDADE RACIONAL E SUAS MODALIDADES 1. Razão subjetiva : a razão é uma capacidade intelectual e moral dos seres humanos 2. A Filosofia distingue duas grandes modalidades da atividade racional, realizadas pela razão subjetiva : a intuição (ou razão intuitiva) e o raciocínio (ou razão discursiva). A – A Intuição : consiste num único ato do espírito, que, de uma só vez, capta por inteiro e completamente o objeto. Não há necessidade de provas ou demonstrações para saber o que conhece. Exemplo: Um médico, quando faz um diagnóstico e apreende de uma só vez a doença, sua causa e o modo de tratá-la. B – O Raciocínio ou Razão discursiva : chega ao objeto passando por etapas sucessivas de conhecimento. Ele se realiza por meio de provas e demonstrações. Exemplo: Um caçador, partindo de indícios de que uma onça esteve nas imediações de um determinado local, raciocina para chegar a uma conclusão e tomar uma decisão, preparar-se para enfrentá-la. O Raciocínio ou Razão discursiva pode ser por: Dedução , Indução ou Abdução. 5 B.1 - Dedução : parte-se de uma verdade já conhecida para demonstrar que ela se aplica a todos os casos particulares iguais. Ela vai do geral ao particular . Costuma-se representar pela seguinte fórmula: “ Todos os x são y . A é x ; portanto A é y” . Exemplo: todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Portanto Sócrates é mortal. B.2 - Indução: parte-se de casos particulares iguais ou semelhantes e procuramos a lei geral, que explica e subordina todos esses casos particulares. Exemplo: colocamos vários tipos de líquidos no fogo e observamos que eles fervem e se transformam em vapor. Induzimos desses casos particulares que o fogo possui uma propriedade que produz a evaporação dos líquidos. Essa propriedade é o calor. Obs: a dedução e a indução são conhecidas com o nome de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Na dedução, dado X, infiro (concluo) a, b, c, d. Na indução, dados a, b, c, d, infiro (concluo) X. 6 B.3 - Abdução: é uma espécie de intuição, mas que não se dá de uma só vez, indo passo a passo para chegar a uma conclusão. Ela é a busca de uma conclusão pela interpretação racional de sinais, de indícios, de signos. Exemplo: o modo como os detetives vão coletando indícios ou sinais e formando uma teoria para o caso que investigam. De modo geral, diz-se que a indução e a abdução são procedimentos racionais que empregamos para a aquisição de conhecimentos, enquanto a dedução é o procedimento racional que empregamos para verificar ou comprovar a verdade de um conhecimento já adquirido. 7 III - ORIGENS DA RAZÃO De onde vieram os princípios racionais ; a capacidade para a intuição e para o raciocínio? Nascemos com eles? Ou nos seriam dados pela educação e pelo costume ou experiência? A Filosofia ofereceu duas respostas a essas perguntas. A primeira ficou conhecida como inatismo e a segunda, como empirismo. A – O Inatismo : afirma que nascemos trazendo em nossa inteligência não só os princípios racionais, mas também algumas idéias verdadeiras, que, por isso, são idéias inatas. B - O Empirismo: afirma que a razão, com seus princípios, seus procedimentos e suas idéias, é adquirida por nós através da experiência. IV - BASES FISIOLÓGICAS DA RAZÃO As bases fisiológicas da razão são: sensação , percepção, memória e categorização. A-Sensação: é a reação física do corpo ao mundo físico, sendo regida pelas leis da física, química, biologia, etc. que resulta na ativação das áreas primárias do cortéx do cérebro. 8 B - Percepção: é o processo através do qual o ser humano conhece o mundo à sua volta de forma total e complexa. C - Memória: é o processo de retenção de informações no qual nossas experiências são arquivadas e recuperadas quando as chamamos D- Categorização : é o processo pelo qual idéias e objetos são reconhecidos, diferenciados e classificados. Em linhas gerais, a categorização consiste em organizar os objetos de um dado universoem grupos ou categorias, com um propósito específico. V - RAZÃO X EMOÇÃO A - Emoção : é algo que nos faz agir por impulso, pensando exclusivamente no bem estar, na alegria momentânea. Esta mesma emoção nos faz chorar, sorrir, enfim, é o sentimento que aflora sem que sejamos racionais. B - Razão . Agir com a razão é pensar no amanhã, nas conseqüências de uma decisão. A razão nos coloca um freio e diz: ” É melhor arriscar com cautela e medir as conseqüências dos seus atos ”.
Compartilhar