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1 1 INTRODUÇÃO Em continuação ao projeto geométrico de uma estrada, esta etapa será referente ao projeto altimétrico, o qual abrange as ações necessárias para a determinação de pontos e feições do terreno que além de serem lançados e projetados sobre um plano horizontal de referência, serão agora representados em eixo de referência vertical ou de nível através das suas coordenadas X, Y e Z. 2 OBJETIVO Esta etapa da memória descritiva visa demonstrar o processo de realização do projeto altimétrico de uma estrada, a qual nos foi disponibilizado os respectivos dados topográficos, cujos quais são necessários para os cálculos e os traçados do projeto, tentando sempre adaptar a estrada ao perfil do terreno de forma a ter o maior conforto e segurança possível ao se transitar por ela. 3 MEMÒRIA DESCRITIVA 3.1 Características de Projeto As características como velocidade de projeto (V), classe de projeto e o tipo de região, são os mesmos da etapa anterior visto que se trata da mesma estrada. Tais dados seguem abaixo como pode ser visto na tabela 1. Tabela 1 Dados Característicos da Estrada Velocidade de Projeto 80Km/h Classe da Estrada Classe IB – Pista Simples Controle Parcial de Tráfego Tipo de Região Região Ondulada Rampa 0,5 < i < 4,5 Fator de empolamento do solo da região 1,20 Comprimento da estrada 3100 m 2 Sabendo que a velocidade do projeto é de 80 km/h encontramos o coeficiente de atrito longitudinal ( ), conforme valor dado pela tabela 2.lf Tabela 2 Correlação entre a Velocidade e o Coeficiente de Atrito V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 120 lf 0,40 0,37 0,35 0,33 0,31 0,30 0,29 0,28 0,25 3.2 Distâncias de Visibilidade Têm por objetivo fornecer base para o cálculo da curva de concordância vertical convexa das estradas, oferecer elementos para a marcação de banquetas de visibilidade dos cortes em curvas, além de elementos para sinalização da estrada. 3.2.1 Distância de Visibilidade de Parada Visto que em rodovias podem existir obstáculos inesperados, a distância de visibilidade de parada (DVP) é a distância mínima precisa para realizar a parada antes que haja colisão com obstáculo. Esta distância total pode ser subdividida em duas distâncias, as quais são estão representadas na figura 1. Figura 1 Distância de Visibilidade de Parada Onde D1 é a distância referente ao tempo de visualização do obstáculo e a reação do motorista, que segundo estudos é na faixa de 2,5 segundos, dos quais 1,5 é o tempo de percepção e 1,0 é o tempo necessário a reação de frenagem. Essa distância pode ser 3 encontrada através da seguinte equação, que correlaciona a velocidade de projeto e tempo necessário para reação: =0,7V (1)1 ,D = 2 5 3,6 V (km/h) Sendo D2 a parcela da DVP referente a distância percorrida durante a frenagem, a qual correlaciona a velocidade de projeto, o atrito longitudinal e a inclinação de descida ou subida, teremos que: D2= (2) (V /3,6)²2 x9,8 x (f+i) = V ²255f Sabendo que a DVP é a soma das distâncias D1 e D2, obtemos: DVP = 0,7V + (3)V ²255f Para o nosso projeto encontramos o seguinte valor paro a DVP: DVP = 0,7x80 + = 139,66 m80²255x0,30 3.2.2 Distância Dupla de Visibilidade de Parada É a distância mínima para que dois carros possam parar quando vêm de encontro um ao outro em uma mesma faixa. Sendo utilizado no projeto de curvas verticais convexas de concordância, podendo ser obtida da seguinte forma: L = 2xDVP (4) Esse valor corresponde ao fato de que temos dois veículos indo de encontro com teoricamente mesma velocidade, daí o valor ser o dobro da DVP, visto que cada um precisa parar antes da colisão. Logo para este projeto o valor de L para curvas convexas é igual a: L = 2x139,66 = 279,32 m No caso de curvas côncavas o L é igual a DVP, ou seja, 139,66 m. 4 3.3 Lançamento do Perfil Longitudinal e Greide Reto. A partir dos dados topográficos cedidos em tabela foi possível traçar o perfil do terreno e lançar sobre ele o greide reto, afim de posteriormente serem calculadas as curvas verticais do projeto. 3.3.1 Perfil Longitudinal Foram utilizados os dados fornecidos para a determinação do perfil longitudinal onde o eixo das ordenadas corresponde as cotas de nível do terreno e o das abcissas as distâncias horizontais de caminhamento da rodovia (em estacas), sendo um total de 155. No caso do eixo de cota foi necessário ser feito um ajuste de 10 vezes mais em relação ao eixo das estacas, afim de destacar as variações do terreno. Com auxilio do AutoCad obtemos o seguinte perfil onde o eixo Y está na escala de 1/400 e o X na escala de 1/4000, como pode ser visto na figura 2. Figura 2 Perfil Longitudinal com escala vertical ampliada em 10 vezes. 3.3.2 Greide Reto O Greide Reto é o traçado do perfil da estrada através de linhas retas, desconsiderando as curvas verticais. O tais são definidos pelas suas declividade, as quais são as tangentes dos ângulos que fazem com a horizontal. A intercessão dos greides retos denominase PIV (Ponto de Interseção Vertical), e os de tangência denominamse PCV ( Ponto de Curvatura Vertical) e PTV (Ponto de Tangencia 5 Vertical). A determinação do perfil da estrada depende de vários fatores, entre eles estão uma escolha que permita aos veículos uma uniformidade razoável de operação, a topografia e geologia do terreno, e para nosso caso incluem também um fator de empolamento do solo de 1,20 que pode ser visto na tabela 1, anteriormente apresentada. Este fator nos leva a um traçado no qual a área de corte do terreno seja 20% maior que a área a ser cortada, a fim de gerar economia na obra de construção da rodovia. Vale salientar também que há uma exigência de que a distância mínima entre os pontos mais baixo dos vales e os pontos da estrada seja de 3,50 m, onde 1,50 corresponde ao diâmetro do bueiro circular e 2,00 m de cobrimento. Com o lançamento do greide reto obtivemos os seguintes valores para as inclinações, onde as ascendentes são positivas e as descentes são negativas, como pode ser visto na tabela 3. Tabela 3 Declividades Declividades Trecho 1 1,806 Trecho 2 + 1,500 Trecho3 2,281 Trecho 4 + 2,477 Trecho 5 2,184 Trecho 6 + 1,536 A figura 3 abaixo mostra o Greide Reto referente a este projeto. 6 Figura 3 Greide Reto em elação ao perfil longitudinal do terreno. O Greide Reto foi lançado de forma que se atendesse ao máximo a exigência de que a área de corte fosse 20% maior que a de aterro, visando a suficiência de solo. Isso se deve ao fato que apôs escavado o solo não se acomoda da mesma forma quando colocado em outro lugar. Os valores para as áreas de corte e de aterro, além do fator de empolamento conseguido, seguem abaixo na tabela 4, e demostram que tudo se encontra dentro dos padrões. Tabela 4 Relação Corte / Aterro Área (m²) Fator de Empolamento Corte 6106,80 1,19 Aterro 5132,50 3.4 Cálculo das Curvas Verticais Curva vertical é a denominação dada à curva adotada no plano vertical longitudinal do projeto geométrico cuja nomenclatura técnica especifica como curva de concordância vertical ou curva vertical de concordância. As curvas verticais podem ser côncavas, quando passamos de um declive para um aclive, ou convexas quando passamos de um trecho de aclive para um declive. A figura 4 a seguir representa o esquema das curvas côncava e convexa. 7 Figura 4 Esquematização das curvas côncavas e convexas respectivamente. Para determinarmos as curvas verticais é necessário que calculemos sua projeção horizonta (Y), além das ordenadas da parábola, as quais são as cotas verticais de cada de cada estaca ao longo da parábola da curva. Existe uma diferença entre as curvas côncavas e convexas visto que possuem Distâncias Duplas de Visibilidade (L) diferentes. 3.4.1 Cálculo das Projeções Horizontais Para curvas côncavas temos que: , se <Ly = 2 − |i −i |1 2 0,035L+1,22 L y (6) , se > (7)y = L |i −i |2 1 20,035L+1,22 L y Para curvas convexas: , se <y = 9,6 L |i −i |2 1 2 L y (8) , se > (9)(L )y = 2 − 4,8|i −i |1 2 L y 8 A partir das fórmulas acima, foram obtidos os seguintes valores de Y como mostra a tabela 5. Tabela 5 Valores de Y para as curvas côncavas e convexas CURVAS CÔNCAVAS CURVAS CÔNVEX AS L<Y L>Y Y FINAL (m) L<Y L>Y Y FINAL (m) CURVA 1 94,537 105,555 120 CURVA 2 307,304 304,756 320 CURVA 3 150,940 151,931 160 CURVA 4 378,736 352,640 400 CURVA 5 115,094 118,768 120 CURVA 6 388,938 358,043 400 Com os valores de Y em mãos foi possível iniciar o traçado das curvas dividindo de igual forma a projeção tendo como centro o PIV de cada curva. Além da determinação dos pontos de início (PCV) e término (PTV). 3.4.2 Cálculo das ordenadas das parábolas Como dito anteriormente as ordenadas da parábola (En) são as cotas verticais ao longo do trecho da curva. Nas curvas convexas: começando em zero, no PCV, atinge seu valor máximo no ponto de inflexão vertical, depois decaem voltando a zero no PTV. Nas curvas côncavas ocorre algo semelhante, mas no PIV chegamos ao máximo valor negativo. A equação para cálculo das ordenadas da parábola é função da diferença de declividades entre os trechos, abscissa da parábola (distância medida em estacas) e comprimento da projeção horizontal da curva. (10)nE = 2 y* dn |i −i |2 1 2 Através dos cálculos realizas com a equação 10, foi possível obter os seguintes 9 valores para o cálculo das ordenadas, como apresentados na tabela 6. Tabela 6 Ordenadas das parábolas CALCULO DAS ORDENADAS DA PARABOLA Y (m) Y (E) ΔI 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 CURVA 1 120 6 0,03 0,06 0,22 0,50 CURVA 2 320 16 0,04 0,02 0,09 0,21 0,38 0,59 0,85 1,16 CURVA 3 160 8 0,05 0,06 0,24 0,54 CURVA 4 400 20 0,05 0,02 0,09 0,21 0,37 0,58 0,84 1,14 1,49 1,89 2,33 CURVA 5 120 6 0,04 0,06 0,25 0,56 CURVA 6 400 20 0,05 0,02 0,10 0,22 0,38 0,60 0,86 1,17 1,53 1,94 2,39 Depois de finalizados todos os cálculos pôdese então terminar o desenho da estrada, que se encontra conforme representa a figura 5. Figura 5 – Projeto da estrada finalizado. 10 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PONTES FILHO, Glauco. Estradas de rodagem: projeto geométrico. São Carlos, 1998. Manual de projeto geométrico de travessias urbanas. DNIT Rio de Janeiro, 2010.
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