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FLAGELADOS DOS TECIDOS E SANGUE Características gerais Reino Protista Sub-reino Protozoa Filo Sarcomastigophora Subfilo Sarcodina Subfilo Mastigophora Classe Zoomastigophora Ordem Kinetoplastida Gênero Leishmania Trypanosoma Ordem Diplomonadida Gênero Giardia Ordem Trichomonadida Gênero Trichomonas Dientamoeba Ordem Kinetoplastida • Organismos com 1 ou mais flagelos • Apresenta mitocôndria longa – cinetoplasto • Duas subordens: Bodonina Trypanosomatina Família Trypanosomatidae Histórico • Calazar ou febre dum-dum e botão do Oriente – Índia e Oriente • 1885 – Cunningham - calazar • 1898 – Borovsky – botão do Oriente • 1903 – Leishman e Donovan – descrevem o protozoário • Laveran e Mesnil – Piroplasma donovani • Ronald Ross – Leishmania donovani • Peru e Equador – cerâmicas incas • 1909 – primeiros casos no Brasil • 1911 e 1912 – Gaspar Vianna – L. braziliensis; cura com tártaro emético (antimonial) • 1920-1922 vetores envolvidos no Brasil Leishmaniose • Ocorre em 88 países (76 são subdesenvolvidos) • 350 milhões vivem em área de risco; 12 milhões de infectados; 1-2 milhões de novos casos/ano • 90% dos casos ocorrem na Índia, Bangladesh, Brasil, Nepal e Sudão • Zoonose de diversos animais (roedores, canídeos, eqüinos, marsupiais, edentados) • Vetor: Phlebotomus (Europa); Lutzomyia (Américas) • Várias formas clínicas: - leishmaniose cutânea - leishmaniose mucosa - leishmaniose disseminada - leishmaniose difusa ou anérgica - leishmaniose visceral Espécies envolvidas • Velho Mundo: 5 espécies; vetor Phlebotomus • Américas: 10 espécies; vetor Lutzomyia • Leishmaniose cutânea: Leishmania (Viannia) braziliensis; L. (V.) guyanensis; L. (Leishmania) amazonensis; L. lainsoni; L. shawi; L. naiffi • Leishmaniose cutaneomucosa: L. (V.) braziliensis; L. (V.) guyanensis • Leishmaniose cutânea difusa: L. (L.) pifanoi; L. (L.) amazonensis • Complexos: brasiliensis e mexicana Espécies LC LM LCD m L. amazonensis X Raro X m L. mexicana X m L. pifanoi X X L. venezuelensis X b L. braziliensis X X b L. guyanensis X Raro L. lainsoni X L. naiffi X b L. panamensis X Raro b L. peruviana X L. shawi X L. lindenbergi X L. colombiensis X Espécies de Leishmania causadoras de doença humana L. tropica, L. major, L. aethiopica – Leishmaniose do Velho Mundo Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA • Desde o Texas ao norte da Argentina • Em franca expansão no Brasil – descrita em todos os estados • Era doença quase exclusivamente silvestre ou rural • Doença mutilante e alguns casos fatais • Várias espécies do gênero Leishmania e transmitida por várias espécies de Lutzomyia LTA • Leishmania (Viannia) braziliensis: lesões cutâneas e mucosas; hospedeiros: cão, eqüinos, mulas e roedores domésticos; vetores: Lutzomyia intermedia, Lu. migonei, Lu. pessoai • Le. (V.) guyanensis: lesões cutâneas; hospedeiros: preguiça, tamanduá, marsupiais e roedores; vetores: Lu. umbratilis, Lu. anduzei, Lu. whitmanni • Le. (Leishmania) amazonensis: lesões cutâneas e difusa; hospedeiros: roedores; vetores: Lu. flaviscutellata, Lu. olmeca, Lu. reducta • Le. (V.) naiffi; Le. (V.) shawi; Le. (V.) lainsoni Gênero Leishmania • Promastigota: forma alongada, com um flagelo, 10-40 m • Amastigota: forma arredondada, com flagelo invaginado, intracelular, 1,5-3,0 a 3,0-6,5 m CICLO HETEROXENO Duas formas: promastigota (inseto) e amastigota (vertebrado) Promastigota Amastigota Ciclo Biológico Ciclo heteroxênico - hospedeiro vertebrado - hospedeiro inver- tebrado Transmissão: fêmea de Lutzomyia Ciclo completo no vetor: 6 – 9 dias Interação parasita-hospedeiro • IgG e fibronectinas – adesão do parasita aos macrófagos • Mecanismo de escape: - lipofosfossacarídeos – inibição C5-9 - lipofosfoglicano (LPG) – inibição enzimas proteolíticas e kinase C • Fatores genéticos do hospedeiro Interação parasita-hospedeiro Curso da infecção Lesão cutânea • Doença ativa = indução preferencial de CD4+ • Cura = aumento de CD8+; indução de citocinas do tipo 1 e ausência de IL-4 aumento da atividade citotóxica sobre macrófagos parasitados Lesão mucosa • Resposta celular exacerbada; expressão elevada de IL-4; indução preferencial de CD4+ Patogenia • Nódulo na porta de entrada – quadro inflamatório • Hiperplasia histiocitária local • Edema com infiltração celular • Hipertrofia e hiperplasia do epitélio • Necrose • Lesão não-ulcerosa Lesão ulcerada (infecção secundária) Patogenia Pápula eritematosa nódulo lesão ulcerada 10 dias – 3 meses Manifestações clínicas • Leishmaniose cutânea: únicas ou múltiplas, verrucosas ou framboesóides Manifestações clínicas • Leishmaniose cutânea disseminada: lesões ulceradas pequenas, distribuídas por todo o corpo (disseminação hematogênica) Manifestações clínicas • Leishmaniose cutânea difusa: lesão primária em forma de úlcera e posteriormente metástases por via linfática ou hematogênica Manifestações clínicas • Leishmaniose mucosa (espúndia ou nariz de tapir): lesões primárias em forma de úlcera e lesões secundárias destrutivas de mucosas e cartilagens faciais Manifestações clínicas • Leishmaniose cutâneo-mucosa LTA e HIV/AIDS • Leishmaniose difusa com lesões disseminadas, ricas em parasitos • Apresentação clínica variada: lesões cutâneas, apresentações não-usuais, envolvimento visceral • Ausência de reatividade na reação de Montenegro; baixa positividade na sorologia • Notificação compulsória Sintomatologia • Leishmaniose cutânea: prurido; presença de úlcera indolor que sangra facilmente; dolorida = infecções secundárias • Leishmaniose mucosa: obstrução nasal, rinorréia, formação e eliminação de crostas com sangue; laringe: rouquidão e tosse; ulceração e perfuração do septo cartilaginoso nasal Diagnóstico • Clínico: úlcera pode ser confundida com infecções bacterianas (lúpus vulgar, tuberculose verrucosa, hanseníase, sífilis, furunculose, etc), micoses (esporotricose, paracoccidioidomicose e cromomicose), doenças inflamatórias) etc. – anamnese Laboratorial • Pesquisa do parasita: escarificação, aspiração ou biópsia da borda da lesão cortes histológicos inoculação em animais ou em meio de cultura esfregaço ou “in print” em lâminas PCR • Métodos imunológicos Intradermorreação de Montenegro Imunofluorescência ELISA * Reação cruzada com calazar e doença de Chagas In print Corte Coloração: - Giemsa - Leishman Observação ao MO Cultura Meios: - LIT - NNN Cultura de células LIT – Liver Infusion Tryptose NNN (Neal, Mc Novy e Nicolle) Observação ao MO Observação ao MO Testes imunológicos Intradermorreação de Montenegro - Hipersensibilidade tardia - Inoculação 0,1 ml de antígeno → leitura:48-72h - Limitações: • Positividade em torno de 4 meses • Não diferencia doença atual ou pregressa • Não distingue doença de infecção • Negativo na leishmaniose difusa e imunodeprimidos Imunodiagnóstico sorológico RIFI ELISA REATIVIDADE CRUZADA COM DOENÇA DE CHAGAS Tratamento • Antimoniais pentavalentes – Glucantime: injeções intramusculares durante 20 dias • Estibogluconato de sódio – Pentostan • Pentamidinas: efeito curativo menor e mais tóxica • Anfotericina B Epidemiologia • Sul do Estados Unidosao norte da Argentina (exceção Uruguai e Chile) • Brasil: todos os estados, exceto RS • 30 mil novos casos/ano: NE 39%, N 35%, SE 8%, S 2% • Acomete indivíduos que exercem atividades ou residem em áreas de floresta ou próximo a elas • Reservatório: animal silvestre – infecção benigna • Mamíferos atingidos: roedores, canídeos, procionídeos, tamanduás, marsupiais, ungulados e primatas • Relação espécie de Lutzomyia x espécie de mamífero Ciclo Epidemiológico Vetor • Várias espécies de Lutzomyia • Pequenos, pilosos e cor de palha • Quando pousados: asas abertas • Oviposição: solo úmido • Fêmea hematófaga Reservatórios silvestres Profilaxia • Construções distantes da floresta – flebotomíneos pequena dispersão de vôo • Uso de mosquiteiros • Uso de inseticidas nas casas e periferia • Leishvacin
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