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Álgebra Linear e Geometria Analítica I (M143) Departamento de Matemática Faculdade de Ciências Universidade do Porto Ano lectivo 2015/16 Notas da autoria de Gabriela Chaves ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 0.0 - ‖1 Programa 1. Sistemas de equações lineares e matrizes 2. Determinantes 3. Espaços vectoriais e aplicações lineares 4. Vectores e valores próprios 5. Produto interno (produto escalar) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 0.0 - ‖2 Bibliografia I slides das aulas e folhas de exercícios disponíveis na internet I Anton, H., Rorres, C. Elementary Linear Algebra I Monteiro, A. Álgebra Linear e Geometria Analítica I Mansfield, L. Linear Algebra with Geometric Applications I Edwards jr. C. H. Elementary linear algebra I http://joshua.smcvt.edu/linearalgebra/ ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 0.0 - ‖3 Avaliação I 2 testes, cotados para 10 valores cada um: I primeiro: 04/11; I segundo: 16/12; I sendo Y e Z as classificações obtidas nos testes, o aluno tem aprovação com a classificação de (Y + Z) se (Y + Z) é maior ou igual a 10 valores e não veio ao exame da época normal. I Exame final da época normal cotado para 20 valores: I terá duas partes, cada uma valendo 10 valores; I o aluno que venha ao exame da época normal poderá optar por deixar em branco alguma das duas partes, sendo nesse caso considerada a classificação que teve no respetivo teste. I Exame da época de recurso cotado para 20 valores: I terá duas partes, cada uma valendo 10 valores; I o aluno que não tenha sido aprovado na época normal e venha ao exame da época de recurso poderá optar por deixar em branco alguma das duas partes, sendo nesse caso considerada a classificação que teve no respetivo teste. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 0.0 - ‖4 Avaliação I O aluno que tenha sido aprovado na época normal e venha fazer exame de melhoria de nota na época de recurso, não poderá usar qualquer das classificações que obteve nos testes (caso tenha realizado um ou ambos os testes). I No exame da época de recurso não pode ser usada a classificação de qualquer parte do exame da época normal. I O aluno que tenha sido aprovado no ano letivo 2014/15 e que queira fazer melhoria de nota, só poderá fazê-lo por exame e não por testes. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 0.0 - ‖5 Sistemas de equações lineares I Sistema de m equações lineares a n incógnitas: a11x1 + a12x2 + · · ·+ a1nxn = b1 a21x1 + a22x2 + · · ·+ a2nxn = b2 · · · am1x1 + am2x2 + · · ·+ amnxn = bm I Diz-se que o sistema é homogéneo sse todos os bj são nulos. I (c1, . . . , cn) é solução do sistema se substituindo cada xj por cj se obtêm igualdades verdadeiras. I Dois sistemas dizem-se equivalentes sse tiverem o mesmo conjunto de soluções. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖6 Exemplos: sistemas I { 3x1 + x2 − x3 = 1 2x2 + 5x3 = 7 é um sistema não homógeneo I { x1 − x2 + 7x3 = 0 x2 + 5x4 = 0 é um sistema homogéneo I { 4x1 − 3x2 + x3 − 1 = 0 x1 − 3x2 = 0 não é um sistema homogéneo I { −2x1 + x3 = 5x4 2x2 = 3x1 é equivalente a{ −2x1 + x3 − 5x4 = 0 3x1 − 2x2 = 0 , que é um sistema homogéneo. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖7 Exemplos: soluções de sistemas I (2, 1) é uma solução do sistema 2x1 + x2 = 5 3x2 = 3 x1 − x2 = 1 I (0, 0) não é uma solução do sistema 2x1 + x2 = 5 3x2 = 3 x1 − x2 = 1 I Todos os pares (a+1,2a), com a ∈ R são soluções do sistema{ 2x1 − x2 = 2 −2x1 + x2 = −2 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖8 Exemplos: sistemas equivalentes I Os sistemas { x1 + x2 = 3 2x1 − x2 = 3 e { 2x1 + 3x2 = 5 x1 − x2 = 2 não são equivalentes: (2, 1) é solução do primeiro mas não do segundo. I Os sistemas { x1 = 3 2x1 + x2 = 5 e { x1 + 3x2 = 0 x2 = −1 são equivalentes: (3,−1) é a única solução do primeiro e é a única solução do segundo. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖9 Sistemas (im)possíveis, (in)determinados, homogéneos I Diz-se que um sistema é possível se tiver pelo menos uma solução; caso contrário diz-se que é impossível. I Diz-se que um sistema é possível e determinado se tiver exactamente uma solução. I Diz-se que um sistema é possível e indeterminado se tiver mais do que uma solução. I Um sistema homogéneo é sempre possível (porquê?); pode ser determinado ou indeterminado. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖10 Exemplos: sistemas (im)possíveis, (in)determinados I { x1 + x2 = 3 x1 + x2 = 5 é um sistema impossível. I { x1 + x2 = 5 x2 = 1 é um sistema possível e determinado: a única solução é (4, 1). I { x1 − x2 = 3 −2x1 + 2x2 = −6 é um sistema possível e indeterminado: qualquer par da forma (a, a − 3) é solução do sistema; o sistema tem uma infinidade de soluções. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖11 Matriz de um sistema I Matriz do sistema: a11 a12 · · · a1n b1 a21 a22 · · · a2n b2 ... ... ... ... am1 am2 · · · amn bm Matriz dos coeficientes: a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖12 Exemplo: matriz dos coeficientes/ sistema I Para o sistema x1 + 3x2 − 53x3 = 7 2x1 − √ 2x2 + 47x3 = 8 x2 + 5x3 = 0 , I a matriz do sistema é 1 3 − 5 3 7 2 −√2 47 8 0 1 5 0 I e a matriz dos coeficientes é 1 3 − 5 3 2 −√2 47 0 1 5 . ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖13 Exemplo: matriz dos coeficientes/ sistema I Para o sistema (3 + i)x1 + 3x2 − 53 ix3 = 7− √ 2− 3i 2x1 − √ 2x2 + (47 − 5i)x3 = 8 (3− 5i)x2 + (7 + 37 i)x3 = 0 , I a matriz do sistema é 3 + i 3 −53 i 7− √ 2− 3i 2 −√2 47 − 5i 8 0 3− 5i 7 + 37 i 0 I e a matriz dos coeficientes é 3 + i 3 − 5 3 i 2 −√2 47 − 5i 0 3− 5i 7 + 37 i ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖14 Operações que levam a sistemas equivalentes Se num sistema de equações I se substituir uma equação pelo seu produto por um número diferente de zero I se trocar a ordem das equações I se substituir uma equação pela soma dessa equação com o produto de outra por qualquer número obtém-se um sistema de equações equivalente. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖15 Exemplos: operações sobre sistemas I { 2x + 3y = 5 −x + 7y = 1 ⇔ { 6x + 9y = 15 −x + 7y = 1 I { 2x + y − z = 1 6x + 3y = 7 ⇔ { 6x + 3y = 7 2x + y − z = 1 I { x + 2y = 3 2x − y = 4 ⇔ { x + 2y = 3 2x − y − 2(x + 2y) = 4− 2× 3 ⇔ { x + 2y = 3 −5y = −2 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖16 Exemplos: operações sobre linhas de matrizes O que acontece às matrizes ao efectuar estas operações? I { 2x + 3y= 5 −x + 7y = 1 ⇔ { 6x + 9y = 15 −x + 7y = 1 I ( 2 3 5 −1 7 1 ) ↔ ( 6 9 15 −1 7 1 ) I Multiplicar a primeira equação por 3 corresponde a multiplicar a primeira linha da matriz do sistema por 3. I { 2x + y − z = 1 6x + 3y = 7 ⇔ { 6x + 3y = 7 2x + y − z = 1 I ( 2 1 −1 1 6 3 0 7 ) ↔ ( 6 3 0 7 2 1 −1 1 ) I Trocar duas equações corresponde a trocar duas linhas da matriz do sistema. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖17 Exemplo: operações sobre linhas de matrizes I { x + 2y = 3 2x − y = 4 ⇔ { x + 2y = 3 2x − y − 2(x + 2y) = 4− 2× 3 ⇔ { x + 2y = 3 −5y = −2 I ( 1 2 3 2 −1 4 ) ↔ ( 1 2 3 2− 2× 1 −1− 2× 2 4− 2× 3 ) I Subtrair duas vezes a primeira equação à segunda equação corresponde a subtrair duas vezes a primeira linha da matriz à segunda. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖18 Operações elementares sobre as linhas de uma matriz Se numa matriz I se substituir uma linha pelo seu produto por um número diferente de zero I se trocar a ordem das linhas I se substituir uma linha pela soma dessa linha com o produto de outra por qualquer número o sistema correspondente à matriz obtida é equivalente ao sistema correspondente à matriz inicial. Diz-se que duas matrizes são equivalentes por linhas sse uma se obtém da outra por um número finito de operações destes tipos. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖19 Exemplos: sistemas “já resolvidos” Sistemas particularmente simples e respectivas matrizes: I x = 1 y = 2 z = −3 1 0 0 10 1 0 2 0 0 1 −3 (sistema possível e determinado) I x = 0 y = 0 0 = 1 1 0 00 1 0 0 0 1 (sistema impossível) I { x + z = 3 y − z = 5 ( 1 0 1 3 0 1 −1 5 ) (sistema possível e indeterminado: as soluções são da forma (3− a, 5 + a, a), com a ∈ R) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖20 Matriz na forma de Gauss Diz-se que uma matriz está na forma de Gauss sse as condições seguintes se verificam: I a primeira entrada não nula de qualquer linha não nula é 1; I a primeira entrada não nula de qualquer linha não nula está à direita da primeira entrada não nula de qualquer linha anterior; I em qualquer coluna que contenha a primeira entrada não nula de uma linha, todas as outras entradas são nulas; I se existirem linhas nulas, são as últimas. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖21 Exemplos: matrizes na forma de Gauss I 1 0 0 30 1 0 2 0 0 1 4 está na forma de Gauss. I 1 0 1 0 20 1 1 0 3 0 0 0 1 4 está na forma de Gauss. I ( 0 1 2 0 −3 0 0 0 1 5 ) está na forma de Gauss. I 1 0 0 30 0 1 0 0 0 0 0 está na forma de Gauss. I 1 √ 3i 0 3− 7i 0 0 1 12 + 4i 0 0 0 0 está na forma de Gauss. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖22 Exemplos: sistemas com matrizes na forma de Gauss Sistemas correspondentes às matrizes anteriores I x = 3 y = 2 z = 4 ; única solução: (3, 2, 4) I x + z = 2 y + z = 3 t = 4 ; soluções: (2− a, 3− a, a, 4), a ∈ R I { y + 2z = −3 t = 5 ; soluções: (a,−3− 2b, b, 5), a, b ∈ R I x = 3 z = 0 0 = 0 ; soluções: (3, a, 0), a ∈ R I { x + √ 3iy = 3− 7i z = 12 + 4i ; soluções: (3− 7i −√3ia, a, 12 + 4i), a ∈ C ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖23 Exemplos: matrizes não na forma de Gauss I 3 0 0 20 1 5 4 0 0 0 6 não está na forma de Gauss. I ( 0 1 0 1 1 0 0 3 ) não está na forma de Gauss. I ( 1 0 1 1 0 1 ) não está na forma de Gauss. I ( 0 0 1 1 ) não está na forma de Gauss. I 1 + i 0 00 1− i 1 + i 0 2− i 1 + 2i não está na forma de Gauss. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖24 Forma de Gauss de uma matriz I Se a matriz de um sistema está na forma de Gauss, então é muito fácil ver quais são as soluções do sistema. I Pode-se mostrar que, dada qualquer matriz M, existe uma única matriz na forma de Gauss que é equivalente por linhas a M. I A essa matriz chama-se a forma de Gauss de M. I Conclui-se que se duas matrizes na forma de Gauss são equivalentes por linhas então são iguais. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖25 Algoritmo para determinar a forma de Gauss de uma matriz ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖26 Exemplo: determinação da forma de Gauss de uma matriz 1. x − y + z = 1 2x − z = 3 −x + 3y = 1 1 −1 1 12 0 −1 3 −1 3 0 1 L2 → L2 − 2L1 L3 → L3 + L1 x − y + z = 1 2y − 3z = 1 2y + z = 2 1 −1 1 10 2 −3 1 0 2 1 2 L2 → 12L2 x − y + z = 1 y − 32z = 12 2y + z = 2 1 −1 1 10 1 −32 12 0 2 1 2 L1 → L1 + L2 L3 → L3 − 2L2 x − 12z = 32 y − 32z = 12 4z = 1 1 0 −12 320 1 −32 12 0 0 4 1 (continua) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖27 Exemplo: determinação da forma de Gauss de uma matriz x − 12z = 32 y − 32z = 12 4z = 1 1 0 −12 320 1 −32 12 0 0 4 1 L3 → 14L3 x − 12z = 32 y − 32z = 12 z = 14 1 0 −12 320 1 −32 12 0 0 1 14 L1 → L1 + 12L3 L2 → L2 + 32L3 x = 138 y = 78 z = 14 1 0 0 1380 1 0 78 0 0 1 14 Sistema possível e determinado; solução: (138 , 7 8 , 1 4) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖28 Exemplo: determinação da forma de Gauss de uma matriz 2. x + y − z = 1 2x + z = 3 x − y + 2z = 2 1 1 −1 12 0 1 3 1 −1 2 2 L2 → L2 − 2L1 L3 → L3 − L1 x + y − z = 1 −2y + 3z = 1 −2y + 3z = 1 1 1 −1 10 −2 3 1 0 −2 3 1 L2 → −12L2 x + y − z = 1 y − 32z = −12 −2y + 3z = 1 1 1 −1 10 1 −32 −12 0 −2 3 1 L1 → L1 − L2 L3 → L3 + 2L2 x + 12z = 3 2 y − 32z = −12 0 = 0 1 0 12 320 1 −32 −12 0 0 0 0 Sistema possível e indeterminado; soluções: (32 − 12a,−12 + 32a, a), a ∈ R ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖29 Exemplo: determinação da forma de Gauss de uma matriz 3. 3x − 6y + 3z − 3t + 9w = 18 t − w = −2 x − 2y + 3z − t + 7w = 8 2x − 4y + 3z − t + 7w = 11 3 −6 3 −3 9 18 0 0 0 1 −1 −2 1 −2 3 −1 7 8 2 −4 3 −1 7 11 L1 → 13L1 x − 2y + z − t + 3w = 6 t − w = −2 x − 2y + 3z − t + 7w = 8 2x − 4y + 3z − t + 7w = 11 1 −2 1 −1 3 6 0 0 0 1 −1 −2 1 −2 3 −1 7 8 2 −4 3 −1 7 11 L3 → L3 − L1 L4 → L4−2L1 x − 2y + z − t + 3w = 6 t − w = −2 2z + 4w = 2 z + t + w = −1 1 −2 1 −1 3 6 0 0 0 1 −1 −2 0 0 2 0 4 2 0 0 1 1 1 −1 L2 ↔ L3 x − 2y + z − t + 3w = 6 2z + 4w = 2 t − w = −2 z + t + w = −1 1 −2 1 −1 3 6 0 0 2 0 4 2 0 0 0 1 −1 −2 0 0 1 1 1 −1 (continua) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖30 Exemplo: determinação da forma de Gauss de uma matriz x − 2y + z − t + 3w = 6 2z + 4w = 2 t − w = −2 z + t + w = −1 1 −2 1 −1 3 6 0 0 2 0 4 2 0 0 0 1 −1 −2 0 0 1 1 1 −1 L2 → 12L2 x − 2y + z − t + 3w = 6 z + 2w = 1 t − w = −2 z + t + w = −1 1 −2 1 −1 3 6 0 0 1 0 2 1 0 0 0 1 −1 −2 0 0 1 1 1 −1 L1 → L1 − L2 L4 → L4 − L2 x − 2y − t + w = 5 z + 2w = 1 t − w = −2 t − w = −2 1 −2 0 −1 1 5 0 0 1 0 2 1 0 0 0 1 −1 −2 0 0 0 1 −1 −2 L1 → L1 + L3 L4 → L4 − L3 x − 2y = 3 z + 2w = 1 t − w = −2 0 = 0 1 −2 0 0 0 3 0 0 1 0 2 1 0 0 0 1 −1 −2 0 0 0 0 0 0 Sistema possível e indeterminado; soluções: (3 + 2a, a, 1− 2b,−2 + b, b), a, b ∈ R) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖31 Exemplo: determinação da forma de Gauss de uma matriz 4. x + y + z = 1 y − z = 2 2x + 4z = 0 1 1 1 10 1 −1 2 2 0 4 0 L3 → L3 − 2L1 x + y + z = 1 y − z = 2 −2y + 2z = −2 1 1 1 10 1 −1 2 0 −2 2 −2 L1 → L1 − L2 L3 → L3 + 2L2 x + 2z = −1 y − z = 2 0 = 2 1 0 2 −10 1 −1 2 0 0 0 2 Sistema impossível ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖32 Característica de uma matriz I Chama-se característica de uma matriz ao número de linhas não nulas da sua forma de Gauss. I A característica de uma matriz é sempre menor ou igual ao número de linhas da matriz. (porquê?) I A característica de uma matriz é sempre menor ou igual ao número de colunas da matriz. (porquê?) I Se a uma matriz se acrescentarem linhas ou colunas, a matriz obtida tem característica maior ou igual à característica da matriz original. (porquê?) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖33 Exemplos: característica matriz forma de Gauss de A característica de A A = 1 −1 1 12 0 −1 3 −1 3 0 1 1 0 0 1380 1 0 78 0 0 1 14 3 A = 1 1 −1 12 0 1 3 1 −1 2 2 1 0 12 320 1 −32 −12 0 0 0 0 2 A = 3 −6 3 −3 9 18 0 0 0 1 −1 −2 1 −2 3 −1 7 8 2 −4 3 −1 7 11 1 −2 0 0 0 3 0 0 1 0 2 1 0 0 0 1 −1 −2 0 0 0 0 0 0 3 A = 1 1 1 10 1 −1 2 2 0 4 0 1 0 2 00 1 −1 0 0 0 0 1 3 A = 1 0 1 5 −1 3 0 1 11 −1 1 0 −1 1 1 5 0 1 17 −1 1 0 0 3 0 0 0 1 2 −1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖34 Matriz escalonada Diz-se que uma matriz está escalonada sse as condições seguintes se verificam: I a primeira entrada não nula de qualquer linha não nula está à direita da primeira entrada não nula de qualquer linha anterior; I em qualquer coluna que contenha a primeira entrada não nula de uma linha, todas as entradas de linhas inferiores são nulas; I se existirem linhas nulas, são as últimas. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖35 Exemplos: matrizes escalonadas e não escalonadas I 2 3 1 5 00 0 4 0 2 0 0 0 0 1 está escalonada I 1 5 −2 3 0 50 0 2 4 0 0 0 0 0 3 1 −1 está escalonada I 2 3 5 22 1 0 0 0 1 3 0 não está escalonada I 0 3 51 0 0 0 0 0 não está escalonada ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖36 Característica de uma matriz escalonada I Se duas matrizes são equivalentes por linhas, têm a mesma forma de Gauss, e portanto a mesma característica. I Se uma matriz está escalonada, a sua característica é igual ao número de linhas não nulas. (porquê?) I Duas matrizes escalonadas podem ser equivalentes por linhas sem serem iguais (exemplo?) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖37 Exemplos: característica de matrizes escalonadas I car 2 3 1 5 00 0 4 0 2 0 0 0 0 1 = 3 I car 1 5 −2 3 0 50 0 2 4 0 0 0 0 0 3 1 −1 = 3 I car 2 0 3 10 5 1 −2 0 0 0 0 = 2 I car 3 5 1 40 0 0 0 0 0 0 0 = 1 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖38 Discussão de sistemas em função da característica I A característica da matriz de um sistema é sempre maior ou igual à característica da matriz dos coeficientes. (porquê?) I Se a característica da matriz de um sistema é maior do que a característica da matriz dos coeficientes, então o sistema é impossível. (porquê?) I Se a característica da matriz de um sistema é igual à característica da matriz dos coeficientes e igual ao número de incógnitas então o sistema é possível e determinado. (porquê?) I Se a característica da matriz de um sistema é igual à característica da matriz dos coeficientes e menor do que o número de incógnitas então o sistema é possível e indeterminado. (porquê?) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖39 Exemplos: discussão de sistemas 1. I a11x + a12y + a13z = b1 a21x + a22y + a23z = b2 a31x + a32y + a33z = b3 I Seja A a matriz dos coeficientes e M a matriz do sistema. I Tem-se carA ≤ 3 e carM ≤ 3. I Se carA = 3, o sistema é possível e determinado. 2. I { a11x + a12y + a13z + a14t = b1 a21x + a22y + a23z + a24t = b2 I Seja A a matriz dos coeficientes. I Tem-se carA ≤ 2, portanto o sistema não pode ser possível e determinado; pode ser impossível ou possível e indeterminado. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖40 Exemplos: discussão de sistemas 3. x + y + z = 2a x + 2z = 3 y + (a2 − 5)z = 1 A matriz do sistema é 1 1 1 2a1 0 2 3 0 1 a2 − 5 1 Usando o algoritmo para determinar a forma de Gauss: L2 → L2 − L1 1 1 1 2a0 −1 1 3− 2a 0 1 a2 − 5 1 L2 → −L2 1 1 1 2a0 1 −1 2a − 3 0 1 a2 − 5 1 L1 → L1 − L2 L3 → L3 − L2 1 0 2 30 1 −1 2a − 3 0 0 a2 − 4 4− 2a (continua)ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método deGauss ‖41 Exemplos: discussão de sistemas 1º caso: a2 − 4 6= 0, isto é, a 6= 2 e a 6= −2 Continuando o algoritmo: L3 → 1a2−4L3 1 0 2 30 1 −1 2a − 3 0 0 1 − 2a+2 L1 → L1 − 2L3 L2 → L2 + L3 1 0 0 3a+10 a+2 0 1 0 2a2+a−8a+2 0 0 1 − 2a+2 x = 3a+10a+2 y = 2a2+a−8a+2 z = − 2a+2 A característica da matriz do sistema é 3, a característica da matriz dos coeficientes é 3 e o número de incógnitas é 3. Para a ∈ R \ {−2, 2}, o sistema é possível e determinado, e a única solução é ( 3a+10 a+2 , 2a2+a−8 a+2 ,− 2a+2 ) . (continua) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖42 Exemplos: discussão de sistemas 2º caso: a = 2 Substituindo a por2 temos a matriz 1 0 2 30 1 −1 1 0 0 0 0 que está na forma de Gauss e corresponde ao sistema x + 2z = 3 y − z = 1 0 = 0 . A característica da matriz do sistema é 2, a característica da matriz dos coeficientes é 2 e o número de incógnitas é 3. Para a = 2, o sistema é possível e indeterminado; as soluções são (3− 2c, 1 + c, c), c ∈ R. (continua) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖43 Exemplos: discussão de sistemas 3º caso: a = −2 Substituindo a por −2 temos a matriz 1 0 2 30 1 −1 −7 0 0 0 8 que corresponde ao sistema x + 2z = 3 y − z = −7 0 = 8 , obviamente impossível. A característica da matriz do sistema é 3, a característica da matriz dos coeficientes é 2. Para a = −2, o sistema é impossível. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖44 Exemplos: discussão de sistemas 4. x + (−1 + i)y + (3 + 2i)z = 1 iy + 2z = 0 ix + (−1− i)y + (a2 − 2a + 3i)z = a − 1 + 2i A matriz do sistema é 1 −1 + i 3 + 2i 10 i 2 0 i −1− i a2 − 2a + 3i a − 1 + 2i Usando o algoritmo para determinar a forma de Gauss: L3 → L3 − iL1 1 −1 + i 3 + 2i 10 i 2 0 0 0 a2 − 2a + 2 a − 1 + i L2 → 1i L2 1 −1 + i 3 + 2i 10 1 −2i 0 0 0 a2 − 2a + 2 a − 1 + i L1 → L1−(−1+i)L2 1 0 1 10 1 −2i 0 0 0 a2 − 2a + 2 a − 1 + i (continua) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖45 Exemplos: discussão de sistemas 1º caso: a2 − 2a + 2 6= 0, isto é, a 6= 1 + i e a 6= 1− i Continuando o algoritmo: L3 → 1a2−2a+2L3 1 0 1 10 1 −2i 0 0 0 1 1a−1−i L1 → L1 − L3 L2 → L2 + 2iL3 1 0 0 a−2−i a−1−i 0 1 0 2ia−1−i 0 0 1 1a−1−i x = a−2−ia−1−i y = 2ia−1−i z = 1a−1−i A característica da matriz do sistema é 3, a característica da matriz dos coeficientes é 3 e o número de incógnitas é 3. Para a ∈ C \ {1− i , 1 + i}, o sistema é possível e determinado, e a única solução é ( a−2+i a−1+i , 2i a−1+i , 1 a−1+i ) . (continua) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖46 Exemplos: discussão de sistemas 2º caso: a = 1− i Substituindo a por 1− i temos a matriz 1 0 1 10 1 −2i 0 0 0 0 0 que está na forma de Gauss e corresponde ao sistema x + z = 1 y − 2iz = 0 0 = 0 . A característica da matriz do sistema é 2, a característica da matriz dos coeficientes é 2 e o número de incógnitas é 3. Para a = 1− i , o sistema é possível e indeterminado; as soluções são (1− c, 2ic, c), c ∈ C. (continua) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖47 Exemplos: discussão de sistemas 3º caso: a = 1 + i Substituindo a por 1 + i temos a matriz 1 0 1 10 1 −2i 0 0 0 0 2i que corresponde ao sistema x + z = 1 y − 2iz = 0 0 = 2i , obviamente impossível. A característica da matriz do sistema é 3, a característica da matriz dos coeficientes é 2. Para a = 1 + i , o sistema é impossível. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.1 Sistemas de equações lineares e matrizes - Resolução de sistemas pelo método de Gauss ‖48 Matrizes I Notação: Mm,n(R) = {matrizes de m linhas e n colunas com entradas em R} I Notação: Mm,n(C) = {matrizes de m linhas e n colunas com entradas em C} I Observação: Mm,n(R) ⊂ Mm,n(C) I ( 3 1 7 2 −53 √ 3 + 1 ) ∈ M2,3(R) I ( 3 1 7 2 −53 √ 3 + 1 ) ∈ M2,3(C) I 1 −√5 4 − 41+√5 2 + 1pi+1 i 7 4 12 + 2i 0 0 ∈ M5,2(C) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖49 Matriz transposta: definição I Seja A ∈ Mm,n(C), A = a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn I Chama-se transposta de A à matriz a11 a21 · · · am1 a12 a22 · · · am2 ... ... ... a1n a2n · · · amn , que se obtém trocando as linhas de A com as colunas. I Notação: At I Se A ∈ Mm,n(C) então At ∈ Mn,m(C) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖50 Matriz transposta: exemplos I A = 2 1 4 3 7 15 2 −1 , At = ( 2 4 7 2 1 3 15 −1 ) I A = 2 + 3i 5 −7 + 2i1 0 0 0 5− 76 i √ 2 + √ 3i , At = 2 + 3i 1 05 0 5− 76 i −7 + 2i 0 √2 +√3i ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖51 Soma de matrizes: definição Soma de duas matrizes de m linhas e n colunas: a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn + b11 b12 · · · b1n b21 b22 · · · b2n ... ... ... bm1 bm2 · · · bmn = a11 + b11 a12 + b12 · · · a1n + b1n a21 + b21 a22 + b22 · · · a2n + b2n ... ... ... am1 + bm1 am2 + bm2 · · · amn + bmn ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖52 Exemplos: soma de matrizes I ( 2 1 3 4 5 3 −2 −12 ) + ( 1 −2 0 −5 2 −1 −35 4 ) =( 3 −1 3 −1 7 2 −135 72 ) I 1 √ 3 0 −2 3 53 + 2 05 −1 2 3 = 3 √ 3 5 −3 5 143 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖53 Produto de um número por uma matriz: definição Produto de um número por uma matriz: c a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn = ca11 ca12 · · · ca1n ca21 ca22 · · · ca2n ... ... ... cam1 cam2 · · · camn ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖54 Exemplos: produto de um número por uma matriz I 5 ( 2 1 −3 0 1 −4 ) = ( 10 5 −15 0 5 −20 ) I −12 1 2 3−2 −3 −4 5 6 7 = −12 −1 −321 32 2 −52 −3 −72 I (1 + i) 3 + i 1− 2i5 0√ 2 + √ 3i 52 = 2 + 4i 3− i5 + 5i 0√ 2−√3 + (√2 +√3)i 52 + 52 i ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖55 Produto de matrizes Produto de duas matrizes tais que o número de colunas da primeira é igual ao número de linhas da segunda (só se define produto de matrizes neste caso): a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn · b11 b12 · · · b1p b21 b22 · · · b2p ... ... ... bn1 bn2 · · · bnp = c11 c12 · · · c1p c21 c22 · · · c2p ... ... ... cm1 cm2 · · · cmp onde cij = ai1b1j + ai2b2j + ai3b3j + · · · ainbnj = n∑ k=1 aikbkj . ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖56 Exemplos: produto de matrizes I ( 1 2 3 4 )( 5 6 7 8 ) = ( 1× 5 + 2× 7 1× 6 + 2× 8 3× 5 + 4× 7 3× 6 + 4× 8 ) =( 19 22 43 50 ) I 2 1 −1 3 0 −5 −4 1 ( 4 1 −2 7 2 0 ) = 2× 4 + 1× 7 2× 1 + 1× 2 2× (−2) + 1× 0 −1× 4 + 3× 7 −1× 1 + 3× 2 −1× (−2) + 3× 0 0× 4− 5× 7 0× 1− 5× 2 0× (−2)− 5× 0 −4× 4 + 1× 7 −4× 1 + 1× 2 −4× (−2) + 1× 0 = 15 4 −4 17 5 2 −35 −10 0 −9 −2 8 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖57 Produtode matrizes: caso particular Tem-se a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn x1 x2 ... xn = a11x1 + a12x2 + · · ·+ a1nxn a21x1 + a22x2 + · · ·+ a2nxn ... am1x1 + am2x2 + · · ·+ amnxn Portanto o sistema a11x1 + a12x2 + · · ·+ a1nxn = b1 a21x1 + a22x2 + · · ·+ a2nxn = b2 · · · am1x1 + am2x2 + · · ·+ amnxn = bm pode-se escrever na forma AX = B, onde A é a matriz dos coeficientes, X = x1 x2 ... xn , e B = b1 b2 ... bm ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖58 Produto de matrizes I Sejam A ∈ Mm,n(C), B ∈ Mn,p(C). I Sejam B1,B2, . . . ,Bp as colunas de B, isto é, B = ( B1 B2 · · · Bp ) I Então as colunas de AB são AB1,AB2, . . . ,ABp, isto é, AB = ( AB1 AB2 · · · ABp ) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖59 Operações com matrizes: propriedades I Para quaisquer matrizes A, B, C , tem-se I A + B = B + A I (A + B) + C = A + (B + C) I A(B + C) = AB + AC I (A + B)C = AC + BC I (AB)C = A(BC) desde que A, B, C tenham um número de linhas e colunas tais que as operações sejam possíveis. I MAS: em geral AB 6= BA Exercício (com bastantes cálculos) mostrar estas propriedades ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖60 Exemplo: não comutatividade do produto I ( 1 2 0 −1 )( 3 −1 2 1 ) = ( 7 1 −2 −1 ) I ( 3 −1 2 1 )( 1 2 0 −1 ) = ( 3 7 2 3 ) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖61 Matriz identidade I Chama-se matriz identidade de ordem n à matriz In, onde In = 1 0 · · · 0 0 1 · · · 0 ... ... ... 0 0 · · · 1 , In ∈ Mn,n(R). I Para qualquer M ∈ Mm,n(C), tem-se ImM = M e MIn = M. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖62 Exemplos: matriz identidade I 1 0 00 1 0 0 0 1 2 1 3 45 0 −2 −6 7 1 4 3 = 2 1 3 45 0 −2 −6 7 1 4 3 I 7 −1 0 2 −4 5 3 6 ( 1 0 0 1 ) = 7 −1 0 2 −4 5 3 6 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖63 Inversa de uma matriz I Diz-se que M ∈ Mm,n(C) tem inversa sse existe uma matriz M ′ tal que MM ′ e M ′M são matrizes identidade (se existir, tem-se M ′ ∈ Mn,m(C); porquê?) I Pode-se mostrar que só matrizes quadradas têm inversa (mas nem todas as matrizes quadradas têm inversa). I Diz-se que M ∈ Mn,n(C) é singular sse não tem inversa. I Se uma matriz tiver inversa, essa inversa é única; se existir, designa-se por M−1 a inversa de M. I Pode-se mostrar que se M,M ′ ∈ Mn,n(C) e MM ′ = In ou M ′M = In, então M ′ é inversa de M. I Se M ∈ Mn,n(C), então M tem inversa sse carM = n. Exercício Dar exemplo de m, n ∈ N, M ∈ Mm,n(R) e M ′ ∈ Mn,m(R) tais que MM ′ = Im mas M ′M 6= In. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖64 Demonstração da unicidade da inversa Suponhamos que M ′ e M ′′ são inversas da matriz M ∈ Mm,n(C). I M ′(MM ′′) = M ′Im = M ′ I (M ′M)M ′′ = InM ′′ = M ′′ I Pela associatividade do produto, M ′(MM ′′) = (M ′M)M ′′. I Portanto M ′ = M ′′. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖65 Demonstração de que M tem inversa ⇔ carM = n Usar-se-á a seguinte propriedade não demonstrada: se M,M ′ ∈ Mn,n(C) e MM ′ = In, então M ′ é inversa de M. Seja M ∈ Mn,n(C). M tem inversa sse existe a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... an1 an2 · · · ann tal que M a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... an1 an2 · · · ann = In. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖66 Demonstração de que M tem inversa ⇔ carM = n (cont) É o mesmo que dizer que existem a11, a12, . . . , a1n, a21, a22, . . . , a2n, . . . , an1, an2, . . . , ann tais que M a11 a21 ... an1 = 1 0 ... 0 , M a12 a22 ... an2 = 0 1 ... 0 , . . . , M a1n a2n ... ann = 0 0 ... 1 ou seja que os sistemas M x1 x2 ... xn = 1 0 ... 0 , M x1 x2 ... xn = 0 1 ... 0 , . . . , M x1 x2 ... xn = 0 0 ... 1 são possíveis. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖67 Demonstração de que M tem inversa ⇔ carM = n (cont) I Se carM = n, então todas as características das matrizes destes sistemas são iguais a n (porquê?) logo todos os sistemas são possíveis e determinados (porquê?) I Se carM < n, então cada sistema é indeterminado ou impossível. I se algum é impossível, não existe inversa I se todos fossem indeterminados, existiria mais do que uma inversa de A, o que já se sabe que não pode acontecer; portanto não se pode dar esta situação. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖68 Exemplo: matrizes inversas I ( 3 2 1 1 )( 1 −2 −1 3 ) = ( 1 0 0 1 ) ,( 1 −2 −1 3 )( 3 2 1 1 ) = ( 1 0 0 1 ) , portanto ( 3 2 1 1 ) e( 1 −2 −1 3 ) são inversas uma da outra. I ( 3 2 1 1 )−1 = ( 1 −2 −1 3 ) I ( 1 −2 −1 3 )−1 = ( 3 2 1 1 ) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖69 Exemplo: matrizes inversas I 1 1 10 1 1 0 0 1 1 −1 00 1 −1 0 0 1 = 1 0 00 1 0 0 0 1 , 1 −1 00 1 −1 0 0 1 1 1 10 1 1 0 0 1 = 1 0 00 1 0 0 0 1 , portanto 1 1 10 1 1 0 0 1 e 1 −1 00 1 −1 0 0 1 são inversas uma da outra. I 1 1 10 1 1 0 0 1 −1 = 1 −1 00 1 −1 0 0 1 I 1 −1 00 1 −1 0 0 1 −1 = 1 1 10 1 1 0 0 1 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖70 Exemplo: Cálculo da inversa de 1 5 2 3 ( 1 5 2 3 )( x y z t ) = ( 1 0 0 1 ) ⇔ ( x + 5z y + 5t 2x + 3z 2y + 3t ) = ( 1 0 0 1 ) ⇔ x + 5z = 1 2x + 3z = 0 y + 5t = 0 2y + 3t = 1 ⇔ { x + 5z = 1 2x + 3z = 0 e { y + 5t = 0 2y + 3t = 1 As matrizes dos dois sistemas são ( 1 5 1 2 3 0 ) e ( 1 5 0 2 3 1 ) As formas de Gauss são ( 1 0 −37 0 1 27 ) e ( 1 0 57 0 1 −17 ) , que correspondem a { x = −37 z = 27 e { y = 57 t = −17 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖71 Exemplo: Cálculo da inversa de 1 5 2 3 Então ( 1 5 2 3 )−1 = ( −37 572 7 −17 ) . Em vez de calcular separadamente a forma de Gauss das duas matrizes, é mais simples calcular a forma de Gauss de( 1 5 1 0 2 3 0 1 ) Obtemos ( 1 0 −37 57 0 1 27 −17 ) ; a “metade da direita” é a inversa da matriz inicial. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operaçõescom matrizes ‖72 Cálculo de inversa pelo método de Gauss Queremos a inversa de M ∈ Mn,n(C), se existir. I Consideramos a matriz A = ( M In ) I Determinamos a forma de Gauss G de A I Se a “metade esquerda” de G for In, então M tem inversa, e M−1 é a “metade direita” de G I Se a “metade esquerda” de G não for In, então carM < n e M não tem inversa. Observação: se M ∈ Mn,n(R), e M tiver inversa em Mn,n(C), então M−1 ∈ Mn,n(R). (porquê?) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.2 Sistemas de equações lineares e matrizes - Operações com matrizes ‖73 Determinantes de ordem 2 Seja A = ( a b c d ) ∈ M2,2(C). Quando é que A tem inversa? (Quando é que carA = 2?) caso a 6= 0 L1 → 1aL1 ( 1 ba c d ) L2 → L2 − cL1 ( 1 ba 0 d − bca ) Conclusão: se a 6= 0, então carA = 2 sse d − bca 6= 0, ou seja, ad − bc 6= 0 Exercício verificar que mesmo que a = 0, carA = 2⇔ ad − bc 6= 0 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖74 Determinantes de ordem 2 Definição Se A = ( a b c d ) , o determinante de A é ad − bc. Notação: det ( a b c d ) , detA, ∣∣∣∣∣ a bc d ∣∣∣∣∣, |A| Temos funções det : M2,2(C) −→ C A 7→ detA det : M2,2(R) −→ R A 7→ detA ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖75 Exemplos: determinantes de ordem 2 I det ( 1 2 3 4 ) = −2 I det ( −1 2 3 −6 ) = 0 I det ( 5 −2 3 1 ) = 11 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖76 Determinantes de ordem 2: propriedades I det ( a + a′ b c + c ′ d ) = det ( a b c d ) + det ( a′ b c ′ d ) I det ( a b + b′ c d + d ′ ) = det ( a b c d ) + det ( a b′ c d ′ ) I det ( a + a′ b + b′ c d ) = det ( a b c d ) + det ( a′ b′ c d ) I det ( a b c + c ′ d + d ′ ) = det ( a b c d ) + det ( a b c ′ d ′ ) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖77 Exemplos: propriedades dos determinantes I det ( 1 2 3 4 ) = det ( 1 + 0 2 0 + 3 4 ) = det ( 1 2 0 4 ) + det ( 0 2 3 4 ) I det ( 1 2 3 4 ) = det ( 1 + 0 0 + 2 3 4 ) = det ( 1 0 3 4 ) + det ( 0 2 3 4 ) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖78 Determinantes de ordem 2: propriedades I det ( ka b kc d ) = k det ( a b c d ) = det ( a kb c kd ) I det ( ka kb c d ) = k det ( a b c d ) = det ( a b kc kd ) I det ( b a d c ) = − det ( a b c d ) = det ( c d a b ) I det I2 = det ( 1 0 0 1 ) = 1 Exercício Mostrar as propriedades dos determinantes (fazer as contas) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖79 Determinantes de ordem 2: propriedades I Se M tem duas colunas iguais, então detM = 0. I Trocando as colunas, o determinante troca de sinal. I Mas trocando as colunas, a matriz fica igual, portanto o determinante é o mesmo. I Se troca de sinal e fica igual, é 0. I Se M tem duas linhas iguais, então detM = 0. I Se uma coluna de M é múltipla da outra, então detM = 0. (porquê?) I Se uma linha de M é múltipla da outra, então detM = 0. (porquê?) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖80 Exemplos: propriedades dos determinantes I det ( 1 2 3 4 ) = det ( 1 2× 1 3 2× 2 ) = 2 det ( 1 1 3 2 ) I det ( 1 2 3 4 ) = det ( 1 2 5× 35 5× 45 ) = 5 det ( 1 2 3 5 4 5 ) I det ( 2 2 3 3 ) = 0 I det ( 1 5 1 5 ) = 0 I det ( 1 4 3 12 ) = 0 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖81 Problema: caracterização do determinante Exercício (exigindo alguma imaginação) Mostrar que a função determinante é a única função definida em M2,2(C) tal que, para quaisquer a, b, c, d , k ∈ C I det ( a + a′ b c + c ′ d ) = det ( a b c d ) + det ( a′ b c ′ d ) I det ( a b + b′ c d + d ′ ) = det ( a b c d ) + det ( a b′ c d ′ ) I det ( ka b kc d ) = k det ( a b c d ) = det ( a kb c kd ) I det ( b a d c ) = − det ( a b c d ) I det I2 = det ( 1 0 0 1 ) = 1 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖82 Determinantes de ordem 2: propriedades I Para qualquer matriz A ∈ M2,2(C) tem-se detA = detAt . I Para quaisquer matrizes A,A′ ∈ M2,2(C), tem-se det(AA′) = detA detA′. (exercício) I A tem inversa sse detA 6= 0, e nesse caso detA−1 = 1detA . I basta notar que (detA)(detA−1) = det(AA−1) = det I2 = 1 I carA = 2 sse detA 6= 0 I Se A = ( a b c d ) e detA 6= 0, então A−1 = 1detA ( d −b −c a ) (verificar) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖83 Significado geométrico do determinante Consideremos um referencial ortonormado no plano. Sejam A = ( a b c d ) , u = (a, c), v = (b, d) A área do paralelograma definido pelos vectores u e v é igual ao módulo do determinante de A. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖84 Significado geométrico do determinante - demonstr Uma demonstração: I A área do paralelograma definido por u e v é igual à área do rectângulo definido por u e w , onde w é a projecção ortogonal de v sobre um vector ortogonal a u. I Um vector ortogonal a u é o vector u′ = (−c, a) I Então w = v |u ′ ‖u′‖2 u ′ = (b,d)|(−c,a)c2+a2 (−c, a) = −bc+adc2+a2 (−c, a). I Portanto ‖w‖ = |−bc+adc2+a2 |‖(−c, a)‖ = |−bc+adc2+a2 | √ c2 + a2 I área do rectângulo definido por u e w = ‖u‖‖w‖ = √a2 + c2|−bc+adc2+a2 | √ c2 + a2 = |ad − bc| (notação: | designa o produto escalar, ‖u‖ designa a norma, ou comprimento, do vector u) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖85 Significado geométrico do determinante - demonstr Outra demonstração: I A área do paralelograma definido por u e v é igual à área do rectângulo definido por u e w , onde w é a projecção ortogonal de v sobre um vector ortogonal a u. I ‖w‖‖v‖ = sen θ = √ 1− cos2 θ I cos θ = u|v‖u‖‖v‖ = ab+cd√ a2+c2 √ b2+d2 I 1− cos2 θ = 1− (ab+cd)2(a2+c2)(b2+d2) = a 2d2+b2c2−2abcd (a2+c2)(b2+d2) = (ad−bc)2 (a2+c2)(b2+d2) I sen θ = |ad−bc|√a2+c2√b2+d2 I área=‖u‖‖w‖ = ‖u‖‖v‖ sen θ = √ a2 + c2 √ b2 + d2 |ad−bc|√a2+c2√b2+d2 = |ad − bc| ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖86 Exemplos: propriedades dos determinantes I det ( 1 2 3 4 ) = −2 6= 0, portanto car ( 1 2 3 4 ) = 2 e( 1 2 3 4 ) tem inversa;( 1 2 3 4 )−1 = −12 ( 4 −2 −3 1 ) = ( −2 1 3 2 −12 ) I det ( 5 −2 3 1 ) = 11 6= 0, portanto car ( 5 −2 3 1 ) = 2 e( 5 −2 3 1 ) tem inversa;( 5 −2 3 1 )−1 = 111 ( 1 2 −3 5 ) = ( 1 11 2 11 − 311 511 ) I det ( 3 −1 −6 2 ) = 0, portanto car ( 3 −1 −6 2 ) < 2 e( 3 −1 −6 2 ) não tem inversa. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖87 Determinantes de ordem n Notação: I A = ( C1 C2 · · · Cn ) representaa matriz cujas colunas são C1,C2, . . . ,Cn I L1 L2 ... Lm representa a matriz cujas linhas são L1, L2, . . . , Lm ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖88 Determinantes de ordem n Proposição Para cada n ∈ N, existe uma única função det : Mn,n(C) −→ C que satisfaz as seguintes propriedades: I det ( C1 · · · Cj + C ′j · · · Cn ) = det ( C1 · · · Cj · · · Cn ) + det ( C1 · · · C ′j · · · Cn ) , para quaisquer C1, . . . ,Cj , . . . ,Cn,C ′j I det ( C1 · · · kCj · · · Cn ) = k det ( C1 · · · Cj · · · Cn ) , para quaisquer C1, . . . ,Cj , . . . ,Cn e qualquer k ∈ C I Se a matriz B se obtém da matriz A por troca de duas colunas, então detB = − detA I det In = 1 Exercício Mostrar a partir destas propriedades que se A ∈ Mn,n(R), então detA ∈ R. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖89 Determinantes de ordem n: propriedades s/ demonstração Pode-se mostrar que: I det L1 ... Li + L′i ... Ln = det L1 ... Li ... Ln + det L1 ... L′i ... Ln , para quaisquer L1, . . . , Li , . . . , Lm, L′i I det L1 ... kLi ... Ln = k det L1 ... Li ... Ln , para quaisquer L1, . . . , Li , . . . , L′m e qualquer k ∈ C I Se a matriz B se obtém da matriz A por troca de duas linhas, então detB = − detA ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖90 Determinantes de ordem n: propriedades s/ demonstração I Pode-se mostrar que, para qualquer A ∈ Mn,n(C), detA = detAt I Pode-se mostrar que det(AB) = detA detB, para quaisquer A,B ∈ Mn,n(C) I o que implica que se A tem inversa, então detA 6= 0; porquê? I se A tem inversa, então detA−1 = 1detA I portanto se carA = n, então detA 6= 0 I A tem inversa ⇔ detA 6= 0 (será visto depois) detA 6= 0⇔ carA = n⇔ A tem inversa ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖91 Determinantes de ordem n: propriedades I Se uma das colunas de A é múltipla de outra, então detA = 0 (caso particular: duas colunas iguais) I Substituindo uma coluna pela sua soma com um múltiplo de outra coluna, o determinante não é alterado. I Se uma das linhas de A é múltipla de outra, então detA = 0 (caso particular: duas linhas iguais) I Substituindo uma linha pela sua soma com um múltiplo de outra linha, o determinante não é alterado. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖92 Determinantes de ordem n: demonst. das propriedades I Se uma das colunas de A é múltipla de outra, então detA = 0 I det ( C1 . . . Cj . . . kCj . . . Cn ) = k det ( C1 . . . Cj . . . Cj . . . Cn ) I O determinante da segunda matriz é 0, porque tem duas colunas iguais (mesmo raciocínio que para matrizes em M2,2(C)) I Substituindo uma coluna pela sua soma com um múltiplo de outra coluna, o determinante não é alterado. I det ( C1 · · · Ci + kCj · · · Cj · · · Cn ) = = det ( C1 · · · Ci · · · Cj · · · Cn ) + det ( C1 · · · kCj · · · Cj · · · Cn ) I o determinante da segunda parcela é 0, porque uma coluna é múltipla de outra I o raciocínio para as linhas é análogo ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖93 Exemplo: cálculo de determinante det 1 0 2 0 0 3 1 1 −1 0 0 2 0 1 1 0 L3→L3+L1= det 1 0 2 0 0 3 1 1 0 0 2 2 0 1 1 0 C3→C3−C4= det 1 0 2 0 0 3 0 1 0 0 0 2 0 1 1 0 =L2→L2− 12L3= det 1 0 2 0 0 3 0 0 0 0 0 2 0 1 1 0 C3→C3−2C1= det 1 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 2 0 1 1 0 C2→C2−C3= det 1 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0 C3↔C4= − det 1 0 0 0 0 3 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 = −3 det 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 = −3× 2 det 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 = −6 det I4 = −6 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖94 Caso n = 3 Seja A = a11 a12 a13a21 a22 a23 a31 a32 a33 ∈ M3,3(C). Tem-se detA = a11a22a33+a21a32a13+a31a12a23−a31a22a13−a11a32a23−a21a12a33 Exercício Mostrar esta igualdade a partir das propriedades de definição do determinante ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖95 Caso n = 3: regra de Sarrus Para calcular o determinante de a11 a12 a13a21 a22 a23 a31 a32 a33 , escrevemos a11 a12 a13 a21 a22 a23 a31 a32 a33 a11 a12 a13 a21 a22 a23 somamos os produtos das três diagonais \ e subtraimos os produtos das três diagonais /. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖96 Exemplo: determinantes de ordem 3 I det 1 0 53 −2 4 −1 −3 0 =? I 1 0 53 −2 4 −1 −3 0 1 0 5 3 −2 4 I det 1 0 53 −2 4 −1 −3 0 = 1× (−2)× 0 + 3× (−3)× 5+ +(−1)×0×4−(−1)×(−2)×5−1×(−3)×4−3×0×0 = −43 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖97 Notação I Notação: Aij designará a matriz que se obtém da matriz A eliminando a linha i e a coluna j . I Exemplo: A = 1 2 4 3 2 1 −1 5 −1 3 5 2 2 1 2 1 I A11 = 1 −1 53 5 2 1 2 1 I A23 = 1 2 3−1 3 2 2 1 1 I A42 = 1 4 32 −1 5 −1 5 2 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖98 Determinantes de ordem n: desenvolvimento de Laplace I Seja A = a11 · · · a1n... ... an1 · · · ann . Pode-se mostrar que I detA = a11 detA11 − a21 detA21 + · · ·+ (−1)n+1an1 detAn1 (desenvolvimento de Laplace ao longo da primeira coluna) I detA = a11 detA11 − a12 detA12 + · · ·+ (−1)1+na1n detA1n (desenvolvimento de Laplace ao longo da primeira linha) I detA = (−1)1+ja1j detA1j +(−1)2+ja2j detA2j +· · ·+(−1)n+janj detAnj (desenvolvimento de Laplace ao longo da coluna j) I detA = (−1)i+1ai1 detAi1 +(−1)i+2ai2 detAi2 + · · ·+(−1)i+nain detAin (desenvolvimento de Laplace ao longo da linha i) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖99 Exemplo: cálculo de determinante Desenvolvimento de Laplace ao longo da primeira coluna: det 1 0 2 0 0 3 1 1 −1 0 0 2 0 1 1 0 = = 1× det 3 1 10 0 2 1 1 0 − 0× det 0 2 00 0 2 1 1 0 + +(−1)× det 0 2 03 1 1 1 1 0 − 0× det 0 2 03 1 1 0 0 2 = −4− 2 = −6 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖100 Exemplo: cálculo de determinante det 3 2 5 4 0 2 1 1 0 0 −2 2 0 0 0 5 =3× det 2 1 10 −2 2 0 0 5 = 3× 2 det ( −2 2 0 5 ) = −60 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖101 Exemplo: cálculo de determinante Desenvolvimento de Laplace ao longo da primeira coluna: det 1 2 4 3 2 1 −1 5 −1 3 5 2 2 1 2 1 = = det 1 −1 53 5 2 1 2 1 − 2 det 2 4 33 5 2 1 2 1 + +(−1) det 2 4 31 −1 5 1 2 1 − 2× det 2 4 31 −1 5 3 5 2 = ... ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖102 Exemplo: cálculo de determinante Cálculodo mesmo determinante usando algumas propriedades dos determinantes antes de efectuar o desenvolvimento de Laplace ao longo da primeira coluna: det 1 2 4 3 2 1 −1 5 −1 3 5 2 2 1 2 1 L2 → L2 − 2L1 L3 → L3 + L1 L4 → L4 − 2L2= = det 1 2 4 3 0 −3 −9 −1 0 5 9 5 0 −3 −6 −5 = det −3 −9 −15 9 5 −3 −6 −7 = ... ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖103 Cálculo da inversa de uma matriz Se A ∈ Mn,n(R) é tal que detA 6= 0, então A−1 = 1 detA detA11 − detA21 · · · (−1)n+1 detAn1 − detA12 detA22 · · · (−1)n+2 detAn2 ... ... ... (−1)1+n detA1n (−1)2+n detA2n · · · detAnn (Na entrada da linha i , coluna j está (−1)i+j detAji .) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖104 Cálculo da inversa de uma matriz: dem. sucinta Seja A′ = detA11 − detA21 · · · (−1)n+1 detAn1 − detA12 detA22 · · · (−1)n+2 detAn2 ... ... ... (−1)1+n detA1n (−1)2+n detA2n · · · detAnn Basta mostrar que A 1detAA′ = In, o que equivale a mostrar que AA′ = detA 0 · · · 0 0 detA · · · 0 ... ... ... 0 0 · · · detA ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖105 Cálculo da inversa de uma matriz: dem. sucinta (cont) Seja B = AA′. Então bij = n∑ k=1 aik(−1)k+j detAjk = n∑ k=1 (−1)k+jaik detAjk Para i = j , vem bii = n∑ k=1 (−1)k+iaik detAik , que é detA (desenvolvimento de Laplace ao longo da linha i). Para i 6= j , vem bij = det a11 a12 · · · a1n ... ... ... ai1 ai2 · · · ain ... ... ... ai1 ai2 · · · ain ... ... ... an1 an2 · · · ann ← linha j ← linha i (desenvolvimento ao longo da linha j) Então bij = 0, porque é o determinante de uma matriz com duas linhas iguais. Exercício Verificar analogamente que 1detAA′A = In ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖106 Exemplo: cálculo da inversa de uma matriz A = 1 2 3−1 0 2 −5 1 0 , detA = −25 6= 0 A−1 = − 125 detA11 − detA21 detA31− detA12 detA22 − detA32 detA13 − detA23 detA33 = − 125 det ( 0 2 1 0 ) − det ( 2 3 1 0 ) det ( 2 3 0 2 ) − det ( −1 2 −5 0 ) det ( 1 3 −5 0 ) − det ( 1 3 −1 2 ) det ( −1 0 −5 1 ) − det ( 1 2 −5 1 ) det ( 1 2 −1 0 ) = = − 125 −2 3 4−10 15 −5 −1 −11 2 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖107 Regra de Cramer I Seja A a matriz dos coeficientes do sistema de n equações a n incógnitas a11x1 + a12x2 + · · ·+ a1nxn = b1 a21x1 + a22x2 + · · ·+ a2nxn = b2 · · · an1x1 + an2x2 + · · ·+ annxn = bn I Se detA 6= 0, então o sistema é possível e determinado. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖108 Regra de Cramer Na situação anterior, a única solução do sistema é dada por x1 = det b1 a12 · · · a1n... ... ... bn an2 · · · ann detA , x2 = det a11 b1 · · · a1n... ... ... an1 bn · · · ann detA , . . . xn = det a11 a12 · · · b1... ... ... an1 an2 · · · bn detA . ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖109 Regra de Cramer: demonstração sucinta Resolver o sistema a11x1 + a12x2 + · · ·+ a1nxn = b1 a21x1 + a22x2 + · · ·+ a2nxn = b2 · · · an1x1 + an2x2 + · · ·+ annxn = bn é o mesmo que resolver a equação AX = B, onde A é a matriz dos coeficientes e B = b1 b2 ... bn Como detA 6= 0, AX = B ⇔ A−1AX = A−1B ⇔ X = A−1B ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖110 Regra de Cramer: demonstração sucinta A entrada da linha i de A−1B, que é a entrada da linha i de 1 detA detA11 − detA21 · · · (−1)n+1 detAn1 − detA12 detA22 · · · (−1)n+2 detAn2 ... ... ... (−1)1+n detA1n (−1)2+n detA2n · · · detAnn b1 b2 ... bn é 1 detA n∑ k=1 (−1)i+kbk detAki que é 1 detA det a11 · · · b1 · · · a1n... ... ... an1 · · · bn · · · ann (onde os bk estão na coluna i) ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖111 Exemplo: regra de Cramer I { 2x + 3y = 1 5x − y = 3 I a matriz dos coeficientes A é ( 2 3 5 −1 ) , e detA = −17 6= 0, portanto o sistema é possível e determinado I as soluções são dadas por x = − 117 det ( 1 3 3 −1 ) = 1017 y = − 117 det ( 2 1 5 3 ) = − 117 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖112 Exemplo: regra de Cramer I x − y + 3z = 4 2x + y + z = −2 x − 5y = 1 I a matriz dos coeficientes A é 1 −1 32 1 1 1 −5 0 , e detA = −29 6= 0, portanto o sistema é possível e determinado I as soluções são dadas por x = − 129 det 4 −1 3−2 1 1 1 −5 0 = −4629 y = − 129 det 1 4 32 −2 1 1 1 0 = −1529 z = − 129 det 1 −1 42 1 −2 1 −5 1 = 4929 ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 1.3 Sistemas de equações lineares e matrizes - Determinantes ‖113 Exemplo de espaço vectorial real - vectores do plano Vectores no plano com origem em (0, 0) Soma de vectores Produto de um número real por um vector ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖114 Exemplo de espaço vectorial real - R2 R2 = R× R = {(x , y) : x , y ∈ R} I soma de dois elementos de R2: (x , y) + (z , t) = (x + z , y + t) I produto de um número real por um elemento de R2: a · (x , y) = (ax , ay) Observação: Dado um referencial do plano, R2 identifica-se com o plano, se para cada ponto do plano considerarmos o par formado pelas suas coordenadas (e com os vectores do plano com origem em (0, 0), de maneira análoga). ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖115 Exemplo de espaço vectorial real - vectores do espaço Vectores no espaço com origem em (0, 0, 0) Soma de vectores Produto de um número real por um vector ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖116 Exemplo de espaço vectorial real - R3 R3 = R× R× R = {(x , y , z) : x , y , z ∈ R} I soma de dois elementos de R3: (x , y , z) + (t, u, v) = (x + t, y + u, z + v) I produto de um número real por um elemento de R3: a · (x , y , z) = (ax , ay , az) Observação: Dado um referencial do espaço, R3 identifica-se com o espaço, se para cada ponto do espaço considerarmos as suas três coordenadas (e com os vectores do espaço com origem em (0, 0, 0), de maneira análoga). ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖117 Espaço vectorial sobre K: K = R ou K = C I K representará R ou C I K = R −→ espaço vectorial real I K = C −→ espaço vectorial complexo ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖118 Operações num conjunto Vamos considerar dois tipos de operações num conjunto: I # operação interna num conjunto E : associa a cada par ordenado de elementos de E um elemento de E (u, v) 7→ u#v ∈ E exemplos: soma, subtracção, multiplicação em Z,R,C, divisãoem R+, composição de funções de R em R I · operação externa envolvendo elementos de K (números): associa a cada par (α, u) com α ∈ K, u ∈ E , um elemento de E α ∈ K, u ∈ E 7→ α · u ∈ E exemplos: multiplicação de um número por um vector, por um polinómio, por uma matriz ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖119 Espaço vectorial sobre K Um espaço vectorial sobre K é um tripleto (E ,#, ·), onde I E é um conjunto não vazio (a cujos elementos se chamam normalmente vectores) I # é uma operação interna (normalmente chamada adição) em E : a um par ordenado (u, v) de elementos de E associa um elemento u#v de E I · é uma operação envolvendo os elementos de K (normalmente chamada multiplicação por escalares), que a um elemento α de K e um elemento u de E associa um elemento α · u de E I as operações satisfazem determinadas propriedades. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖120 Espaço vectorial sobre K - definição Definição Seja E um conjunto, # uma operação interna em E, · uma operação externa com os elementos de K; diz-se que (E ,#, ·) é um espaço vectorial sobre K sse 1. a operação # é associativa, isto é, para quaisquer u, v ,w ∈ E se tem (u#v)#w = u#(v#w); 2. existe elemento neutro para #, isto é, existe 0E ∈ E tal que, para qualquer u ∈ E, se tem 0E#u = u#0E = u; 3. para qualquer u ∈ E existe u′ ∈ E tal que u#u′ = u′#u = 0E 4. a operação # é comutativa, isto é, para quaisquer u, v ∈ E se tem u#v = v#u; ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖121 Espaços vectoriais reais - definição 5. a operação · é distributiva relativamente a #, isto é, para quaisquer α ∈ K, u, v ∈ E, se tem α · (u#v) = (α · u)#(α · v); 6. a operação · é distributiva relativamente à adição de escalares, isto é, para quaisquer α, β ∈ K, u ∈ E, se tem (α + β) · u = (α · u)#(β · u); 7. para quaisquer α, β ∈ K, u ∈ E, se tem (αβ) · u = α · (β · u) (a esta propriedade chama-se associatividade mista); 8. para qualquer u ∈ E se tem 1 · u = u. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖122 Espaços vectoriais: observações e notações (E ,#, ·) espaço vectorial sobre K I O elemento neutro para # é único; chama-se vector nulo. I se 0E e 0′E são elementos neutros para #, então 0E = 0E#0′E = 0′E (porquê?) I Para cada u, só existe um u′ ∈ E tal que u#u′ = 0e = u′#u; chama-se simétrico de u e designa-se por −u I se u′ e u′′ são tais que u#u′ = u′#u = 0E e u#u′′ = u′′#u = 0E , então u′ = u′#0E = u′#(u#u′′) = (u′#u)#u′′ = 0E#u′′ = u′′ I Escreve-se u − v em vez de u#(−v). ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖123 Espaços vectoriais reais - exemplos I Os vectores do plano com origem em (0, 0) e as operações vistas anteriormente. I Os vectores do espaço com origem em (0, 0, 0) e as operações vistas anteriormente. I R2, com as operações vistas anteriormente; o vector nulo é (0, 0) e o simétrico de (x , y) é (−x ,−y). I R3, com as operações vistas anteriormente; o vector nulo é (0, 0, 0) e o simétrico de (x , y , z) é (−x ,−y ,−z). I Rn, com as operações (x1, . . . , xn)#(y1, . . . , yn) = (x1 + y1, . . . , xn + yn) e α · (x1, . . . , xn) = (αx1, . . . , αxn); o vector nulo é (0, 0, . . . , 0) e o simétrico de (x1, x2, . . . , xn) é (−x1,−x2, . . . ,−xn). ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖124 Espaços vectoriais reais - exemplos I Mm,n(R), com a operação # definida por a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn # b11 b12 · · · b1n b21 b22 · · · b2n ... ... ... bm1 bm2 · · · bmn = a11 + b11 a12 + b12 · · · a1n + b1n a21 + b21 a22 + b22 · · · a2n + b2n ... ... ... am1 + bm1 am2 + bm2 · · · amn + bmn e a operação · definida por α · a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn = αa11 αa12 · · · αa1n αa21 αa22 · · · αa2n ... ... ... αam1 αam2 · · · αamn ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖125 Espaços vectoriais reais - exemplos I O conjunto dos polinómios de coeficientes reais, com a adição usual de polinómios e a multiplicação usual por um número real (notação: R[X ]): (a0 + a1X + · · · anXn)#(b0 + b1X + · · ·+ bnXn) = a0 + b0 + (a1 + b1)X + · · ·+ (an + bn)Xn α · (a0 + a1X + · · · anXn) = αa0 + αa1X + · · ·αanXn I O conjunto das funções de R em R, com a adição usual de funções e a multiplicação usual por um número real (notação: F(R,R)). I Mais geralmente, para A ⊂ R, o conjunto F(A,R) das funções de A em R, com as operações definidas como no exemplo anterior. I O conjunto das sucessões de números reais, com a adição usual de sucessões e a multiplicação usual de um número real por uma sucessão. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖126 Espaços vectoriais complexos - exemplos I Cn, com as operações (x1, . . . , xn)#(y1, . . . , yn) = (x1 + y1, . . . , xn + yn) e α · (x1, . . . , xn) = (αx1, . . . , αxn); o vector nulo é (0, 0, . . . , 0) e o simétrico de (x1, x2, . . . , xn) é (−x1,−x2, . . . ,−xn). ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖127 Espaços vectoriais complexos - exemplos I Mm,n(C), com a operação # definida por a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn # b11 b12 · · · b1n b21 b22 · · · b2n ... ... ... bm1 bm2 · · · bmn = a11 + b11 a12 + b12 · · · a1n + b1n a21 + b21 a22 + b22 · · · a2n + b2n ... ... ... am1 + bm1 am2 + bm2 · · · amn + bmn e a operação · definida por α · a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn = αa11 αa12 · · · αa1n αa21 αa22 · · · αa2n ... ... ... αam1 αam2 · · · αamn ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖128 Espaços vectoriais complexos - exemplos I O conjunto dos polinómios de coeficientes complexos, com a adição usual de polinómios e a multiplicação usual por um número complexo (notação: C[X ]): (a0 + a1X + · · · anXn)#(b0 + b1X + · · ·+ bnXn) = a0 + b0 + (a1 + b1)X + · · ·+ (an + bn)Xn α · (a0 + a1X + · · · anXn) = αa0 + αa1X + · · ·αanXn I O conjunto das funções de C em C, com a adição usual de funções e a multiplicação usual por um número complexo (notação: F(C,C)). I Mais geralmente, para A ⊂ C, o conjunto F(A,C) das funções de A em C, com as operações definidas como no exemplo anterior. I O conjunto das sucessões de números complexos, com a adição usual de sucessões e a multiplicação usual de um número complexo por uma sucessão. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖129 Espaços vectoriais reais - exemplos I Cn, com as operações (x1, . . . , xn)#(y1, . . . , yn) = (x1 + y1, . . . , xn + yn) e α · (x1, . . . , xn) = (αx1, . . . , αxn), para qualquer α ∈ R; o vector nulo é (0, 0, . . . , 0) e o simétrico de (x1, x2, . . . , xn) é (−x1,−x2, . . . ,−xn). ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖130 Espaços vectoriais reais - exemplos I Mm,n(C), com a operação # definida por a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1am2 · · · amn # b11 b12 · · · b1n b21 b22 · · · b2n ... ... ... bm1 bm2 · · · bmn = a11 + b11 a12 + b12 · · · a1n + b1n a21 + b21 a22 + b22 · · · a2n + b2n ... ... ... am1 + bm1 am2 + bm2 · · · amn + bmn e a operação · definida por α · a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... am1 am2 · · · amn = αa11 αa12 · · · αa1n αa21 αa22 · · · αa2n ... ... ... αam1 αam2 · · · αamn para qualquer α ∈ R. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖131 Espaços vectoriais reais - exemplos I O conjunto dos polinómios de coeficientes complexos, com a adição usual de polinómios e a multiplicação usual por um número real (notação: C[X ]): (a0 + a1X + · · · anXn)#(b0 + b1X + · · ·+ bnXn) = a0 + b0 + (a1 + b1)X + · · ·+ (an + bn)Xn α · (a0 + a1X + · · · anXn) = αa0 + αa1X + · · ·αanXn I O conjunto das funções de C em C, com a adição usual de funções e a multiplicação usual por um número real (notação: calF (C,C)). I Mais geralmente, para A ⊂ C, o conjunto F(A,C) das funções de A em C, com as operações definidas como no exemplo anterior. I O conjunto das sucessões de números complexos, com a adição usual de sucessões e a multiplicação usual de um número real por uma sucessão. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖132 Espaços vectoriais - exercícios I Seja (E ,#, ·) um espaço vectorial complexo; se restringirmos a operação · apenas aos números reais, obtemos uma estrutura de espaço vectorial real. I Seja (E ,#, ·) um espaço vectorial real; seja ∗ a operação externa em E × E envolvendo elementos de C definida por (a + bi) ∗ (u, v) = (a · u − b · v , a · v + b · u); (E × E ,#, ∗) é um espaço vectorial complexo (onde E × E = {(u, v), u, v ∈ E}). I Sejam A um conjunto, (E ,#, ·) um espaço vectorial qualquer sobre K e F(A,E ) o conjunto das funções de A em E ; sejam ⊕ a operação definida em F(A,E ) por (f ⊕ g)(x) = f (x)#g(x) e ⊗ a operação externa definida por (α⊗ f )(x) = α · (f (x)); (F(A,E ),⊕,⊗) é um espaço vectorial sobre K. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖133 Espaços vectoriais - propriedades básicas (E ,#, ·) espaço vectorial sobre K; para quaisquer u, v ,w ∈ E , α, β ∈ K I −(−u) = u I u = v ⇔ u − v = 0E I u#v = u#w ⇔ v = w ⇔ v#u = w#u I u#v = u ⇔ v = 0E I α · u = 0E ⇔ α = 0 ou u = 0E I α · u = β · u ⇔ α = 0 ou u = 0E I α · (−u) = (−α) · u = −(α · u) I α · u = β · u ⇔ α = β ou u = 0E I α · u = α · v ⇔ α = 0 ou u = v I α · (u − v) = α · u − α · v I (α− β) · u = α · u − β · u ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖134 Espaços vectoriais - notações I Normalmente escreve-se + em vez de # I Normalmente escreve-se αu em vez de α · u I Fala-se do espaço vectorial E em vez do espaço vectorial (E ,+, ·) I Quando falarmos dos espaços vectoriais Rn,R[X ],F(R,R), será com as operações vistas nos exemplos, a menos que seja dito o contrário. I Quando falarmos dos espaços vectoriais Cn,C[X ],F(C,C), será com as operações vistas nos exemplos, a menos que seja dito o contrário; nestes casos é necessário precisar se se trata da estrutura de espaço vectorial real ou complexo. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖135 Combinações lineares (E ,+, ·) espaço vectorial sobre K Definição Sejam u1, . . . , un ∈ E; chamam-se combinações lineares de u1, . . . , un aos elementos da forma α1u1 + · · ·+ αnun, com α1, . . . , αn ∈ K (diz-se que u é combinação linear de u1, . . . , un com coeficientes α1, . . . , αn sse u = α1u1 + · · ·+ αnun) Observação Para quaisquer u1, . . . , un ∈ E, 0E é combinação linear de u1, . . . , un. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖136 Combinações lineares - exemplos E = R2 I I (8,−9) = 2(1, 3) + 3(2,−5) I (8,−9) é combinação linear de (1, 3) e (2,−5) I I (2, 1) = a(1, 3) + b(2, 6) ⇔ (2, 1) = (a + 2b, 3a + 6b) ⇔ { a + 2b = 2 3a + 6b = 1 ⇔ { a + 2b = 2 0 = −5 I Não existem a, b tais que (2, 1) = a(1, 3) + b(2, 6) I (2, 1) não é combinação linear de (1, 3) e (2, 6). ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖137 Combinações lineares - exemplo E = R3 I (−3,−4,−1) = 1(1, 1, 1) + 2(1, 2,−1)− 3(2, 3, 0) I (−3,−4,−1) = −2(1, 1, 1)− 1(1, 2,−1) + 0(2, 3, 0) I (−3,−4,−1) = 2(1, 1, 1) + 3(1, 2,−1)− 4(2, 3, 0) I (−3,−4,−1) pode-se escrever como combinação linear de (1, 1, 1), (1, 2,−1) e (2, 3, 0) de mais do que uma maneira: os coeficientes não são únicos. ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖138 Combinações lineares - exemplos Qual é o conjunto das combinações lineares de (1, 2, 1) e (0, 1, 1)? I (x , y , z) é comb. lin. de (1, 2, 1) e (0, 1, 1) ⇔ existem a, b ∈ R tais que (x , y , z) = a(1, 2, 1) + b(0, 1, 1) ⇔ existem a, b ∈ R tais que (x , y , z) = (a, 2a + b, a + b) ⇔ existem a, b ∈ R tais que a = x 2a + b = y a + b = z ⇔ o sistema a = x 2a + b = y a + b = z em a, b é possível ⇔ o sistema a = x b = −2x + y 0 = x − y + z em a, b é possível ⇔ x + y − z = 0 I Portanto o conjunto das combinações lineares de (1, 2, 1) e (0, 1, 1) é {(x , y , z) ∈ R3 : x − y + z = 0} ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.1 Espaços vectoriais reais e complexos - Definição e propriedades ‖139 Subespaços vectoriais Sejam (E ,+, ·) um espaço vectorial sobre K e F um subconjunto não vazio de E . I Se a soma de quaisquer dois elementos de F pertence a F (isto é, ∀u, v ∈ F , u + v ∈ F ), então + define uma operação em F (diz-se que F é estável ou fechado para +). I Se o produto de qualquer elemento de K por qualquer elemento de F pertence a F (isto é, se ∀α ∈ K, u ∈ F , αu ∈ F ), então · define uma operação em F (diz-se que F é estável ou fechado para ·). ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.2 Espaços vectoriais reais e complexos - Subespaços ‖140 Subespaços vectoriais - exemplos E = R2, F = {(x , y) ∈ R2 : y ≥ 0} I se u = (a, b) ∈ F , e v = (c, d) ∈ F , então b ≥ 0, d ≥ 0 I u + v = (a + c, b + d) I de b ≥ 0, d ≥ 0, deduz-se que b + d ≥ 0 I então, se u, v ∈ F , tem-se u + v ∈ F I F é estável para a soma ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.2 Espaços vectoriais reais e complexos - Subespaços ‖141 Subespaços vectoriais - exemplos E = R2, F = {(x , y) ∈ R2 : y ≥ 0} I (−3, 1) ∈ F I −2(−3, 1) = (6,−2) 6∈ F I F não é estável para o produto por escalares ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.2 Espaços vectoriais reais e complexos - Subespaços ‖142 Subespaços vectoriais - exemplos E = R2, F = {(x , y) ∈ R2 : 12 ≤ yx ≤ 3} ∪ {(0, 0)} I u = (1, 3) ∈ F , v = (−2,−1) ∈ F I u + v = (−1, 2) 6∈ F I F não é estável para a soma ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.2 Espaços vectoriais reais e complexos - Subespaços ‖143 Subespaços vectoriais - exemplos E = R2, F = {(x , y) ∈ R2 : 12 ≤ yx ≤ 3} ∪ {(0, 0)} I sejam u ∈ F , α ∈ R I se u = (0, 0), é óbvio que αu ∈ F I se u = (x , y) 6= (0, 0), então x 6= 0 I se α = 0, então αu = (0, 0) ∈ F I se α 6= 0, então αu = (αx , αy), com αx 6= 0 I como nesse caso αyαx = y x ∈ [12 , 3], tem-se (αx , αy) ∈ F I F é estável para o produto por escalares ALGA I(M143) - 2015/2016 ‖ Notas: G.Chaves 2.2 Espaços vectoriais reais e complexos - Subespaços ‖144 Subespaços vectoriais - exemplos E = R2, F = {(x , y) ∈ R2 : y = −3x}
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