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Direito e Legislacao Tema 03

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1 
Direito e Legislação 
Tema 3: Direito Tributário 
Autor: Alan Martins 
 
 
Como citar este material: 
MARTINS, Alan. Direito e Legislação: Direito Tributário. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera 
Educacional, 2015. 
 
 
Olá! 
Para que seja soberano e possa efetivamente desempenhar suas funções públicas, um 
Estado necessita de recursos financeiros, que são advindos das receitas públicas, 
especialmente daquelas decorrentes dos tributos. 
O fenômeno da tributação consiste na obtenção de receitas pelo Estado junto ao 
patrimônio dos particulares, compreendendo a transferência de dinheiro das pessoas 
físicas e jurídicas para os cofres públicos. 
São várias as espécies de tributos, e o poder de tributar é atribuído às pessoas políticas 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) por meio das chamadas competências 
tributárias. 
Mas, será que o poder de tributar é absoluto e coerente com o sistema federativo 
brasileiro? Essas e outras perguntas é o que se pretende responder no presente tema, 
mediante o estudo dos seguintes temas: tributos, espécies tributárias e sistema tributário 
nacional. 
Bons estudos! 
Direito e Legislação | Tema 03 
2 
 
 
Direito Tributário 
Direito Tributário é o ramo jurídico dedicado ao estudo das normas e dos princípios que 
regem os tributos, sua incidência e respectiva obrigação, bem como a constituição, 
exigência, extinção e todos os demais aspectos do crédito tributário. 
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada (CTN, art. 3º). Esse conceito legal pode ser 
subdivido em seis elementos conceituais, quais sejam: 
• Prestação pecuniária: é o objeto de uma relação jurídica denominada obrigação 
tributária entre o Fisco e o contribuinte ou responsável pelo pagamento do tributo. 
• Compulsória: cumprir a obrigação tributária é um dever do contribuinte, e não uma 
faculdade. 
• Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: a expressão “em moeda” serve para 
dar ênfase ao caráter pecuniário do tributo. 
• Que não constitua sanção de ato ilícito: serve para distinguir tributo de multa, deixando 
claro que a hipótese legal de incidência do tributo não é uma infração, nem sua 
consequência jurídica é uma penalidade. É diferente da multa, que sempre constitui a 
sanção de um ato ilícito, como ocorre nas próprias multas tributárias, bem como naquelas 
por infração às legislações de trânsito, ambiental, sanitária etc. 
• Instituída em lei: condiz com o princípio da legalidade tributária (CF, art. 150, I), segundo 
o qual é vedada a instituição ou majoração de tributos sem previsão legal do seu fato 
gerador. 
• Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: por ser uma 
prestação compulsória instituída em lei, a autoridade administrativa fica vinculada à 
Direito e Legislação | Tema 03 
3 
exigência do tributo, até porque tem o dever de exercer as competências que lhe são 
atribuídas por lei. Não há discricionariedade, isto é, juízo de conveniência e oportunidade 
por parte da referida autoridade. 
Saiba Mais! 
 
Confira um documentário muito didático e esclarecedor sobre Tributos, produzido pelo 
Ministério da Educação para a série Educação Fiscal e Cidadania: 
BRASIL. Tributos: que é história é essa. DF: Ministério da Educação. Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action&co_obra=9
9985. Acesso em: 20 out. 2014. 
 
Embora o artigo 5º do CTN classifique os tributos em três espécies (impostos, taxas e 
contribuições de melhoria), interpretando-se o CTN conforme recepcionado pela CF, é 
possível concluir que a classificação tripartite é incompleta. Deve prevalecer, então, a 
classificação quinquipartite, que acrescenta entre as espécies tributárias o empréstimo 
compulsório (CF, art. 148) e as contribuições (que compreendem todas as demais 
contribuições previstas na CF, tais como as dos artigos 149, 149-A, 195 etc.). 
 
Impostos 
O imposto é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte (CTN, art. 16). Trata-se, 
Direito e Legislação | Tema 03 
4 
portanto, de um tributo de caráter não vinculado, cuja hipótese de incidência consiste na 
descrição de um fato qualquer que não seja atuação estatal (Figura 3.1). 
 
Figura 3.1 Iniciativa da Associação Comercial de São Paulo, o Impostômetro é um placar eletrônico instalado no centro 
da cidade São Paulo, que registra a estimativa dos tributos arrecadados no Brasil em tempo real. 
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:IMPOST%C3%94METRO.jpg?uselang=pt-br. Acesso em: nov. 2014 
 
Nesta linha, incide sobre fatos signo-presuntivos de riqueza (sinais de riqueza do 
contribuinte), tais como a renda no Imposto de Renda (IR) e a propriedade no Imposto 
sobre a Propriedade Territorial e Predial Urbana (IPTU). Ao contrário, não incide sobre 
atividades estatais, o que ocorre com as taxas. Constitui, assim, uma receita que se destina 
ao financiamento de atividades gerais do Estado, tais como saúde, educação, segurança 
pública, transporte etc. (Figuras 3.2, 3.3 e 3.4). 
 
Figura 3.2 Serviços públicos de transporte. 
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/37/Transporte_Publico_em_Foz_do_Igua%C3%A7u-BR.jpg. 
Acesso em: nov. 2014 
Direito e Legislação | Tema 03 
5 
 
Figura 3.3 Serviços públicos de educação. 
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aula_de_Ciencias_na_escola_a.jpg?uselang=pt-br. Acesso em: nov. 2014 
 
 
Figura 3.4 Serviços públicos de saúde. 
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:VaccineBySandraRugio.jpg?uselang=pt-br. Acesso em: nov. 2014 
 
Outra característica é que não há destinação específica ao produto da arrecadação 
dessa espécie tributária, isto é, a Constituição proíbe que os valores arrecadados a título 
de impostos sejam destinados especificamente ao custeio de determinada despesa. 
Taxas 
Direito e Legislação | Tema 03 
6 
É o que se depreende do disposto no artigo 167, inciso IV, da CF, que veda expressamente 
a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. E, assim, não é correto 
dizer, por exemplo, que os valores arrecadados pelos Estados a título de Imposto sobre a 
Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) deveriam ser necessariamente destinados ao 
custeio de atividades relativas à conservação de ruas e rodovias. 
As taxas têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao 
contribuinte ou postos à sua disposição (CTN, art. 77). 
Embora seja, de fato, um tributo vinculado, a taxa não está ligada a uma atividade estatal 
globalmente considerada, sempre se vinculando a uma atividade estatal específica relativa 
ao contribuinte (CF, art. 145, II e CTN, art. 79, II). 
A competência para a instituição de taxas é concorrente da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios. Porém, por se tratar de um tributo vinculado a uma atividade estatal 
específica relativa ao contribuinte, no caso, um serviço público específico e divisível ou o 
exercício regular do poder de polícia (CF, art. 145, II), a taxa apenas pode ser cobrada pelo 
ente federativo competente para a execução da atividade estatal. Em outras palavras, é um 
tributo “contraprestacional”, e não pode ser cobrado por ente federativo diverso do 
competente para oferecer essa “contraprestação”. 
Não são apenas os serviços públicos efetivamenteprestados que podem ser remunerados 
pela cobrança de taxas, mas, também, aqueles postos à disposição do contribuinte (CTN, 
art. 79, II, “b”). Assim, a taxa de coleta de lixo domiciliar, além de ser considerada 
constitucional, pela Súmula Vinculante 19, pode ser exigida de todo imóvel atendido pelo 
serviço, ainda que se trate de um imóvel desabitado. Por outro lado, não se pode exigir de 
um imóvel habitado que não seja atendido pelo serviço, uma vez não ter sido colocado à 
disposição do contribuinte. 
A taxa também pode ser instituída em razão do exercício regular do poder de polícia 
(CF, art. 145, II), isto é, a restrição de liberdades individuais em prol da coletividade, 
desempenhado por autoridade competente e nos limites da legalidade, sem abuso ou 
desvio de poder (CTN, art. 78), como as taxas cobradas pela expedição de licenças 
Direito e Legislação | Tema 03 
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ambientais em prol de um meio ambiente saudável ou a concessão de porte de armas com 
vistas à preservação da segurança pública. 
Contribuições de Melhoria 
Em razão de ser cobrada em decorrência de uma obra pública (CF, art. 145, III), a natureza 
da contribuição de melhoria é de tributo vinculado a uma atividade estatal específica, 
relativa ao contribuinte (Figura 3.5). 
 
Figura 3.5 Obra pública de pavimentação asfáltica. 
Fonte: http://www.barbacena.mg.gov.br/noticias.php?id=4007. Acesso em: nov. 2014 
 
A competência para instituição da contribuição é comum, porque é atribuída em caráter 
concorrente a todos os entes federativos (CF, art. 145, III). Desta forma, deve ser instituída 
pelo ente federativo responsável pela obra pública, até porque, também, o produto da 
arrecadação é destinado ao custeio da mesma. 
Com fundamento no artigo 145, inciso III, da CF, embora fique claro que a contribuição de 
melhoria tem por objetivo fazer frente ao custo de obras públicas, à luz do artigo 81, do 
CTN, verifica-se que o legislador infraconstitucional elegeu a valorização imobiliária 
decorrente da obra como premissa para cobrança desse tributo. 
Direito e Legislação | Tema 03 
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Portanto, a valorização imobiliária constitui elemento material que o CTN, respaldado na 
competência prevista no artigo 146, inciso III, alínea “a”, da CF, estabeleceu na definição 
do fato gerador do tributo a que se refere o artigo 145, inciso III, da CF. 
Contribuições 
Tributos quase sempre de competência da União, as contribuições, de maneira geral, 
possuem finalidades constitucionalmente previstas. Daí a existência de contribuições de 
variadas naturezas, tais como as de seguridade social, intervenção no domínio econômico, 
iluminação pública etc. 
Além das contribuições de melhoria, já estudadas, as contribuições podem ser divididas em 
sociais e especiais. 
São contribuições sociais as seguintes (Figura 3.6): 
 as contribuições para custeio da seguridade social (CF, art. 195); 
 a contribuição para o salário educação (CF, art. 212, § 5º); 
 as contribuições para custeio do regime previdenciário dos servidores públicos 
(CF, art. 40 c/c art. 149, § 1º); 
 a contribuição para o Programa de Integração Social – PIS (CF, art. 239); 
 a contribuição para o Sistema “S” (CF, art. 240). 
Direito e Legislação | Tema 03 
9 
 
Figura 3.6 As contribuições para a seguridade social, além de saúde e assistência social, são destinadas ao 
custeio da previdência social. 
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Corea%C3%BA_Previd%C3%AAncia_Social.JPG?uselang=pt-br. Acesso 
em: nov. 2014 
 
Todas as demais podem ser consideradas contribuições especiais, cabendo mencionar 
nesta categoria as de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias 
profissionais ou econômicas (CF, art. 149) e a contribuição para iluminação pública 
(CF, art. 149-A). 
 
Empréstimo Compulsório 
Nos termos do artigo 148, da CF, o empréstimo compulsório poderá ser instituído nas 
seguintes hipóteses: 
 Inciso I: para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência. 
 Inciso II: no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional. 
Espécie tributária de competência exclusiva da União, a ser exercida mediante lei 
complementar (CF, art. 148). Uma característica exclusiva do empréstimo compulsório é 
Direito e Legislação | Tema 03 
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sua restituibilidade, ou seja, o contribuinte, após o tempo legalmente previsto, a contar do 
pagamento do tributo, tem direito à restituição da quantia paga. 
Saiba Mais! 
 
A partir da ideia do “Impostômetro”, da cidade de São Paulo, a Associação Comercial 
de São Paulo, em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), 
criou um site que, apesar do nome Impostômetro, tem por objetivo divulgar a estimativa 
de todos os tributos (não só de impostos) pagos no Brasil. Vale a pena navegar pelo 
site e saber o valor dos tributos arrecadados no Brasil pela União, pelos Estados e 
Municípios, em conjunto ou separadamente, bem como realizar outras pesquisas, a 
exemplo das pesquisas por espécie tributária, por dia, por hora, por minuto e por 
habitante: 
BRASIL. Impostômetro. Disponível em: http://www.impostometro.com.br/. Acesso em: 20 
out. 2014. 
 
O Sistema Tributário Nacional 
As normas constitucionais são as normas hierarquicamente superiores da ordem jurídica. 
Portanto, o sistema jurídico parte das normas constitucionais, de modo que é possível falar 
em um sistema constitucional tributário composto pelas normas diretivas da ordem jurídica 
de direito tributário. 
O capítulo I do título VI da Constituição Federal é dedicado ao Sistema Tributário Nacional. 
Esse sistema abrange, fundamentalmente, as competências tributárias e as limitações 
ao poder de tributar. Por meio das competências, atribuem-se parcelas do poder de 
Direito e Legislação | Tema 03 
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tributar a cada uma das pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). 
Já as limitações ao poder de tributar são estabelecidas na Constituição justamente para 
impor freios ao exercício das competências, evitando abusos por parte dos entes 
tributantes. Compreendem os princípios e as imunidades. 
O capítulo do sistema tributário nacional também é dedicado às repartições das receitas 
tributárias entre os entes federativos, estabelecidas mediante normas que obrigam as 
pessoas políticas a partilharem com outras os resultados de suas arrecadações de tributos. 
O objetivo dessas normas é trazer harmonia ao campo das receitas, corroborando o 
chamado equilíbrio federativo. 
Saiba Mais! 
 
Obra de referência, com abordagem sobre todos os patamares do Sistema Tributário 
Nacional, desde as competências tributárias até os princípios, imunidades e repartição 
das receitas entre os entes federativos: 
CARRAZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 29. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2013. 
 
Direito e Legislação | Tema 03 
12 
 
Esta obra, com linguagem didática e ênfase na área empresarial, aborda os principais 
temas do Direito Tributário, Empresarial e da Contabilidade visando auxiliar os estudantes 
de graduação não só de Direito, mas também os de Administração, Economia, 
Contabilidade, Engenharia etc. que precisam destes conhecimentos para o futuro exercício 
profissional. 
ANAN JÚNIOR, Pedro; MARION, José Carlos. Direito empresarial e tributário: para cursos 
de administração, contabilidade e economia. Campinas: Editora Alinea, 2009. 
 
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 
No capítulo do Sistema Tributário Nacional, a Constituição estabelece as chamadas 
Competências Tributárias, que são os poderes detributar, isto é, de criar e cobrar tributos 
previstos na Constituição. Essas competências tributárias são conferidas à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, mas, é claro, que não se trata de um poder 
absoluto. Caso contrário, poderia haver abusos por parte das autoridades administrativas 
tributárias. Para evitar esses abusos, o Sistema Tributário Nacional também compreende 
alguns limites, que são as chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar, 
nelas compreendidos os princípios constitucionais tributários e as imunidades 
tributárias. 
Em primeiro lugar, são limitações ao poder de tributar os princípios constitucionais 
tributários, entre os quais merecem destaque os seguintes: 
Capacidade contributiva: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte (CF, art. 145, § 1º). 
Direito e Legislação | Tema 03 
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Legalidade: é vedado às pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal) criar ou 
aumentar tributos sem que a lei o estabeleça (CF, art. 150, I). 
Isonomia: segundo a qual é vedado aos entes federativos instituir tratamento desigual 
entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer 
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (CF, art. 
150, II). 
Irretroatividade: é vedado às pessoas políticas cobrar tributos em relação a fatos 
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou 
aumentado (CF, art. 150, III, “a”). 
Anterioridade: é vedado às pessoas políticas cobrar tributos no mesmo exercício 
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (CF, art. 150, III, 
“b”). 
Anterioridade nonagesimal: é vedado às pessoas políticas cobrar tributos antes de 
decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou (CF, art. 150, III, “c”). 
Não confisco: é vedado às pessoas políticas utilizar tributos com efeito de confisco (CF, 
art. 150, IV). 
Em segundo lugar, são limitações ao poder de tributar as imunidades tributárias, cujas 
principais estão previstas no artigo 150, inciso VI, da Constituição. São elas: 
Imunidade recíproca: as pessoas políticas não podem cobrar impostos sobre patrimônio, 
rendas ou serviços uns dos outros (CF, art. 150, VI, “a”). 
Imunidade religiosa: refere-se aos templos de qualquer culto, isto é, às entidades 
religiosas de qualquer crença (CF, art. 150, VI, “b”). 
Imunidade sindical, partidária, social e educacional: é vedado às pessoas políticas 
instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei (CF, art. 150, VI, “c”). 
Direito e Legislação | Tema 03 
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Imunidade informativa ou cultural: referente a livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado à sua impressão (CF, art. 150, VI, “d”). 
Imunidade musical: diz respeito a fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no 
Brasil contendo obras musicais ou litero musical de autores brasileiros e/ou obras em geral 
interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais 
que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a 
laser (CF, art. 150, VI, “e”). 
 
Impostos da União, dos Estados e dos Municípios 
 
Figura 3.7 Mapa político do Brasil: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Divis%C3%A3o_Pol%C3%ADtica_do_Brasil.png?uselang=pt-
br-. Acesso em: nov. 2014 
 
Os impostos federais são aqueles de competência da União, previstos no artigo 153 da 
CF, a saber: II – imposto de importação; IE – imposto de exportação; IR – imposto de renda 
e proventos de qualquer natureza; IPI – imposto sobre produtos industrializados; IOF – 
imposto sobre operações financeiras (crédito, câmbio, seguro e títulos e valores 
Direito e Legislação | Tema 03 
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mobiliários); ITR – imposto territorial rural; IGF – imposto sobre grandes fortunas (até hoje 
não instituído e dependente de lei complementar). 
Os impostos estaduais são aqueles de competência dos Estados e do Distrito 
Federal, previstos no artigo 155 da CF. Quais sejam: ITCMD/ITCD – transmissão causa 
mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ICMS – operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; IPVA – 
propriedade de veículos automotores. 
E os impostos municipais estão previstos no artigo 156 da CF. São eles: IPTU – imposto 
sobre a propriedade predial e territorial urbana; ITBI – imposto sobre a transmissão 
intervivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão 
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de 
direitos à sua aquisição; ISSQN – imposto sobre serviços de qualquer natureza. 
 
 
Imunidades tributárias: correspondem a pessoas, situações e objetos que não podem 
sofrer tributação, porque expressamente proibida pela Constituição. 
Princípios constitucionais tributários: normas fundamentais estabelecidas na 
Constituição, que constituem limites às competências tributárias. 
Serviços públicos específicos: são aqueles que podem ser destacados em unidades 
autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidades públicas (CTN, art. 79, II). A 
coleta de lixo é um serviço que se enquadra nessas características, enquanto a iluminação 
pública não se enquadra, pois se trata de serviço geral, utilizado por todos que transitam 
pelas ruas, sem possibilidade de especificar as unidades autônomas de intervenção. 
Serviços públicos divisíveis: suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada 
um de seus usuários (CTN, art. 79, III). A prevenção de incêndios em estabelecimentos 
comerciais é um serviço que se enquadra nessas características, enquanto a limpeza 
Direito e Legislação | Tema 03 
16 
urbana não se enquadra, pois se trata de serviço geral, utilizado por todos que transitam 
pelas ruas, sem possibilidade dividir pelos usuários a quantidade de utilização. 
Sistema “S”: define o conjunto de organizações das entidades corporativas voltadas para 
o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica 
que, além de terem seu nome iniciado com a letra S, têm raízes comuns e características 
organizacionais similares. Fazem parte do sistema S: Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi); e 
Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac). Existem ainda os seguintes: 
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Nacional de Aprendizagem do 
Cooperativismo (Sescoop); e Serviço Social de Transporte (Sest). 
 
 
Instruções 
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas 
questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-
se para o que está sendo pedido. 
 
Questão 1 
Uma taxa de limpeza de ruas e praças públicas, cobrada de todos os proprietários de 
imóveis em um município, deve ser declarada inconstitucional, pois: 
a) as taxas não são tributos vinculados a uma prestação estatal. 
b) as taxas só podem ser cobradas em razão do exercício regular do poder de polícia. 
c) a limpeza deruas e praças públicas não é um serviço público. 
d) a limpeza de ruas e praças públicas não é um serviço específico e divisível. 
e) impostos não podem ter base de cálculo própria de taxas. 
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. 
Direito e Legislação | Tema 03 
17 
Questão 2 
O Imposto de Renda devido pelas pessoas físicas possui alíquotas progressivas, de modo 
que, quanto maior a renda percebida pelo contribuinte, maior a alíquota a ser utilizada para 
o cálculo do imposto devido. O quadro exposto guarda coerência com o princípio 
constitucional tributário: 
a) da capacidade contributiva. 
b) do não confisco. 
c) da legalidade. 
d) da irretroatividade. 
e) da anterioridade. 
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. 
 
Questão 3 
São impostos de competência dos Estados: 
a) IPTU, ICMS e ITCMD. 
b) IPVA, ICMS e ITCMD. 
c) IPVA, ICMS e ITBI. 
d) IPTU, IPI e ITBI. 
e) IPVA, IPI e ITCMD. 
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. 
 
Questão 4 
De acordo com a Lei A, a alíquota do ICMS para a mercadoria M é de 18%. Essa lei é 
revogada pela Lei B, que passa a estabelecer uma alíquota de 25% para a mesma 
Direito e Legislação | Tema 03 
18 
mercadoria. Poucos dias antes da Lei B entrar em vigor, uma operação com a mercadoria 
M é realizada pela empresa XYZ. Sabendo-se que a operação com mercadoria é fato 
gerador do ICMS, qual a alíquota do imposto para a operação realizada por XYZ? 
Justifique sua resposta. 
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. 
 
Questão 5 
A Prefeitura de um Município emite cobrança de IPTU em relação ao prédio da Igreja 
Matriz da cidade e a envia para o endereço da casa paroquial. Que parecer deverá emitir 
um advogado consultado pelo padre da paróquia sobre a legitimidade da cobrança? 
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. 
 
 
Neste tema, o fenômeno da tributação foi enfocado mediante a apresentação do conceito e 
das espécies de tributos, que são instituídos pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios nos limites das competências estabelecidas na Constituição Federal. 
Para que não haja abusos por parte do Estado e de seus agentes, o exercício das 
competências tributárias está sujeito às chamadas limitações ao poder de tributar, 
estabelecidas por meio dos princípios constitucionais e das imunidades tributárias. 
Além das competências, princípios e imunidades, o sistema tributário também estabelece 
normas relativas às repartições das receitas tributárias, cujo objetivo é propiciar o 
necessário equilíbrio entre os entes da federação. 
 
 
 
 
Direito e Legislação | Tema 03 
19 
 
PALAIA, Nelson. Noções Essenciais de Direito. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
MARTINS, Alan; SCARDOELLI, Dimas Yamada. Direito Tributário: Coleção Concurso 
Público. Salvador: Juspodivm, 2014. 
 
 
Questão 1 
Resposta: Alternativa “D”. A limpeza de ruas e praças públicas não é um serviço público 
específico e divisível, na medida em que: 1º) não sejam destacados em unidades 
autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidades públicas (CTN, art. 79, II), pois 
se tratam de serviços gerais, utilizados por todos que transitam pelas ruas, sem 
possibilidade de especificar as unidades autônomas de intervenção; 2º) não são 
suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um de seus usuários (CTN, 
art. 79, III), pois, em se tratando de serviços gerais, são utilizados por todos que transitam 
pelas ruas, sem possibilidade dividir pelos usuários a quantidade de utilização. 
 
Questão 2 
Resposta: Alternativa “A”. De acordo com o princípio da capacidade contributiva, os 
impostos, sempre que possível, terão caráter pessoal e serão graduados de acordo com a 
capacidade econômica do contribuinte (CF, art. 145, § 1º). 
 
Questão 3 
Resposta: Alternativa “B”. Os impostos estaduais são aqueles de competência dos 
Estados e do Distrito Federal, previstos no artigo 155 da CF, quais sejam: ITCMD/ITCD – 
transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ICMS – operações 
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
Direito e Legislação | Tema 03 
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interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações 
se iniciem no exterior; IPVA – propriedade de veículos automotores. 
 
Questão 4 
Resposta esperada: a alíquota do ICMS aplicável à operação realizada pela empresas 
XYZ será a alíquota de 18% (Lei A), pois era a alíquota vigente à época do fato gerador, 
que ocorreu antes de a alíquota de 25% (Lei B) entrar em vigor. Isso porque é vedado às 
pessoas políticas cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (CF, art. 150, III, “a”). 
 
Questão 5 
Resposta esperada: o parecer do advogado deverá ser no sentido de que se trata de uma 
cobrança indevida, na medida em que contraria a norma constitucional da imunidade 
religiosa, referente aos templos de qualquer culto, isto é, as entidades religiosas de 
qualquer crença (CF, art. 150, VI, “b”).

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