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Flávia Helena da Silva 2017 Aumento do estroma (MEC) conjuntivo de um órgão, decorrente de cicatrização normal ou exagerada ou de um processo reacional em que a produção de MEC não está relacionada com o processo reparativo. Podem surgir distúrbios funcionais ou doenças próprias, em consequência das modificações da arquitetura do órgão ou das funções das células parenquimatosas. Resultantes de processos cicatriciais por lesões traumáticas ou inflamatórias, são mais frequentes e ficam com a área lesada circunscrita, comprometendo apenas a parte lesionada. Resultantes de agressões sistêmicas, tendem a ser difusas e comprometem todo o órgão, não apenas a parte perdida. Há produção excessiva de MEC em regiões menos afetadas. Mecanismos gerais da fibrose: 1ª fase: resposta inflamatória → citocinas/fatores de crescimento → formação excessiva de MEC; Todos os componentes do órgão participam no processo de fibrose → ↑ MEC; Fatores de crescimento → fibroblastos → MEC Tipos de fibrose: Hepática e cardíaca É um processo de cicatrização, que representa uma resposta do fígado frente à uma lesão, com deposição de colágeno I e III, além de outros constituintes da MEC. Uma vez ocorrida a fibrose, a organização arquitetônica do parênquima hepático torna-se perturbada, com desenvolvimento de hipertensão portal, insuficiência hepática, cirrose e câncer. Principais causas: Hepatite B e C; Cirrose hepática após esteato-hepatite alcoólica e não alcoólica, esquistossomose. Etilismo crônico. PRINCIPAL CAUSA FIBROSE HEPÁTICA Fibrose não tem origem inflamatória, mas leva a cirrose hepática (processo inflamatório). Cirrose hepática: neoformação conjuntiva, regeneração nodular de hepatócitos e subversão da arquitetura do órgão. A fibrose cresce em formato nodular e não lobular. Necrose hepática por trauma ou inflamação leva a cirrose hepática. Começa em torno da veia centro lobular (colágeno I e III) → espaço de Disse (colágeno IV, e em menor nº V e VI) → zona 3,2,1 do ácino hepático → região periportal (periferia) → cirrose Células estreladas (ITO) → ativadas pelo acetaldeído + radicais livres (originados etanol) + produtos de lipoperoxidação + citocinas → se transformam em miofibroblastos → fibrilogênese → produzindo colágeno e MEC. Células ITO: armazenadoras de gordura e vit A. Fibrose inflamatória É a lesão mais grave e importante. Ovos do parasito → espaços porta → inflamação granulomatosa tipo th2 → mediadores inflamatórios → fibrose discreta ou moderada → sem consequências. Neoformação conjuntiva → espaço porta → fibrose exuberante → colágeno I + deposição de fibras elásticas → neoformação vascular → restrita ao espaço porta → hipertensão portal (congestão do sangue) → hepatomegalia → ascite (extravasamento de plasma para fora a cavidade peritoneal). Fibrose cardíaca por HAS Fibrose inflamatória – Doença de Chagas Fibrose por exercício físico – Hipertrofia miocárdica Frequente: Áreas de infarto; Importante: Miocardite crônica (chagásica); Miocardioesclerose: Fibrose focal decorrente de hipóxia em focos disseminados (coronárias – aterosclerose). Em áreas de infarto, a fibrose é cicatricial. Reacional, não cicatricial, não inflamatória, difusa, aparece em alguns tipos de hipertrofia cardíaca, tendo um fator importante na modificação da arquitetura do miocárdio e sua contratabilidade. Coração normal: epimísio+endomísio+perimísio são fibras colágenas interligadas, dispondo-se em malha reticular (epi+peri), as quais são pouco extensíveis mais facilmente adaptáveis às modificações de contração e relaxamento. Exercício físico (sobrecarga cardíaca); Fistulas arteriovenosas; Anemia crônica; ↑ estroma (MEC) proporcional à hipertrofia → hipertrofia dos miocardiócitos; Hipertrofia do miocárdio por HAS → estreitamento da aorta/defeitos valvares → fibrose reacional intensa e desproporcional à hipertrofia. ↑ fibras colágenas no estroma é maior do que a hipertrofia dos miocardiócitos → desproporcional. Características morfológicas: Intersticial difusa; Perivascular; Associa-se com fibrose reparativa; Plexiforme (feixes entrecruzados); Fibrose independente de hipertrofia (fibrose endomisial) Fibrose reacional dessas hipertrofias patológicas tem características morfológicas particulares. Angiotensina II → ↑ vasoconstrição → libera fatores de crescimento para o interstício → Aumenta a permeabilidade capilar. Aldosterona → ↑ volume de H20 → fibrilogênese → estimula diretamente os fibroblastos endomesiais → fibrose desacelerada. Miocardite crônica → fibrose acentuada → difusa → ↑colágeno endo e peri Fibrose é mais intensa em paciente com Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC). Fatores genéticos e mecanismos imunitários estão envolvidos na patogênese da inflamação e se relacionam com a hiperprodução de fatores de crescimento por exsudato inflamatório. Doenças de etiologia desconhecida caracterizada por proliferação exagerada de tecido conjuntivo e grande quantidade de fibras colágenas espessas, formando massas irregulares ou nodulares. Tipos: Palmar, plantar, peniana. Tumor desmóide (fibromatose agressiva) que origina-se em fáscias; Tumor desmóide: é a proliferação excessiva de tecido conjuntivo que se infiltra lentamente nas estruturas vizinhas. Fasciite nodular: é uma proliferação do tecido conjuntivo no subcutâneo ou nas aponeuroses.
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