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ESTUDO DIRIGIDO RAUL MAX

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ESTUDO DIRIGIDO
Aluna: Franciane Felix Ferreira
Turma: 315-5
Disciplina: Psicologia e Saúde coletiva I
Professor: Raul Max
Considerando os estudos de Michel Foucault sobre o surgimento da medicina social discorra de forma breve sobre intervenções médicas no social e sua relação om o contexto do capitalismo.
Apresente as dimensões que estruturam o campo da saúde coletiva.
Escreva sobre as diferenças entre perspectiva da saúde coletiva com relação a saúde pública.
Explique como se deu o processo de reforma da saúde pública no Brasil.
Discorra de forma sucinta as contribuições fundamentais da antropologia para saúde coletiva.
Referente a antropologia da saúde e da doença apresente as principais contribuições de Levi- Strauss e Marcel Mauss.
Cite e explane os empecilhos que dificultam a aproximação entre a antropologia e o campo da saúde.
Elucide a distinção entre antropologia médica e antropologia da saúde.
De acordo com Camargo Junior: “Só se encontra o que se procura, os vieses ideológicos dos pesquisadores já se impõe no momento mesmo do desenho do estudo”. A partir desta afirmação, comente sobre desvios possíveis na pratica da pesquisa em saúde.
Escreva sobre a relação doença- sociedade e sua importância para a atuação profissional no campo da saúde.
01 -O texto de Michel Foucault tem por principal objetivo indagar se a medicina sempre foi social, coletiva e não centradas no indivíduo.Foucault aposta da hipótese de que o capitalismo ao invés de ter transformado a medicina coletiva em privada, fez exatamente o contrário. O corpo torna-se uma realidade bio-política e a medicina é uma estratégia bio-política, que serviu e serve para o controle do corpo. Medicina antiga: egípcia e grega entre outras das sociedades primitivas são medicinas sociais, coletivas, não centradas sobre o indivíduo; 
Pretende-se descobrir se a medicina do fim do século XVIII, considerada moderna, científica entre Morgani e Bichat, com o aparecimento da anatomia patológica, é ou não, individual. Foi somente em último lugar, na segunda metade do século XIX, que se colocou o problema do corpo, da força produtiva dos indivíduos (proletário).
02- Para o campo da saúde coletiva, os anos de 1970 representam um momento em que o campo inicia a sua estruturação formal, especialmente na formação de recursos humanos, no avanço das ciências sociais na saúde no papel da financiadora de estudos e projetos (Finep) no fomento ao desenvolvimento tecnológico e inovação. Em 1974 iniciava-se um novo período de encaminhamento das questões da saúde. No plano internacional, a OPAS enfatiza que o projeto ambicioso de transformar práticas de saúde, em especial a atenção medica, mediante a formação de um profissional capacitado para realizar essas mudanças não se concretizou (OPS,1976). A organização assume que a medicina social tem como objeto a análise das práticas e dos conhecimentos da saúde relacionados com a sociedade (OPS,1976).
03- Em realidade, a partir do momento em que se foram firmando as formas de tratar o coletivo, o social e o público caminhou-se para entender a saúde coletiva como um campo estruturado e estruturante de práticas e conhecimentos, tanto teóricos como políticos.
 O repensar da saúde de maneira ampliada vai ser, portanto, a tarefa do final dos anos 1970, que vinha sendo preparada ao longo dessa década, quando são criados os cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado) em saúde pública e medicina social e que posteriormente serão enquadrados no campo das ciências da saúde, com a denominação de Saúde Coletiva. Esta terceira fase — a fase da saúde coletiva — que cronologicamente coincide com as origens da própria instituição— a Abrasco, em 1979 — é marcada, nos primeiros anos da década de 1980, por atividades que se voltam para a construção do próprio campo, recriando em novos moldes (congressos, grupos de trabalho, pesquisas, ensino) um verdadeiro movimento sanitário, e a partir de 1985, nos debates que culminaram com a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986), e, após o evento, participando ativamente da Comissão Nacional de Reforma Sanitária. Dessa forma, esta fase coincide com o grande momento de reestruturação das políticas sociais, ante sua universalização, num momento em que as condições econômicas para chegar a um universalismo de fato se tornavam cada vez mais precárias (Médici,2006). Sem dúvida, os anos 1980 representam um momento especial na história da saúde no Brasil, o da universalização das políticas sociais, mais ao mesmo tempo sujeitava-se à agenda internacional, comandada pelo Banco Mundial. 
 A antropologia contribuiu para relativizar conceitos biomédicos, desvendar a estrutura dos mecanismos terapêuticos, mostrar relações entre saúde, doença e a realidade social, e ainda para contextualização dos sujeitos, e como formas de abordagem dos processos saúde doença.
As principais contribuições de Levi- Strauss : Foi de extrema importância para o setor da saúde, Levi Strauss define o lugar da morte, da saúde, da dor e do prazer no contexto de visões de mundo das representações coletivas e analisa o lugar e o papel das terapêuticas e da cura no interior dos sistemas simbólicos mais amplos nas relações sociais ( 1963).
E Marcel Mauss: Suas contribuições para saúde foram, desvendar as profundas relações entre fisiológico, o emocional, as práticas culturais e o contexto social ( 1950). 
Os antropólogos evidenciam que a doença, a saúde e a morte não se reduzem a uma evidencia orgânica, natural e objetiva, mas que sua vivencia pelas pessoas e pelos grupos sócias está intimamente relacionada com características organizacionais e culturais de cada sociedade. Concluindo, a doença, além de sua configuração biológica, é também uma realidade construída e o doente é, antes de tudo, um personagem social. Já no campo da saúde quando o profissional da saúde se coloca para sociedade como “a verdade”, ou a “única verdade” para o setor; e quando menospreza o saber e a experiência do paciente como se ali não houvesse nenhuma “verdade”. 
Dessa forma, no seu encontro com a medicina, a saúde pública e a epidemiologia, a antropologia vem colaborando para mostrar o valor do conhecimento que nasce da experiência e da vivência. Por isso ressalta que é preciso problematizar o papel das técnicas de diagnósticos e de tratamento ante as razões objetivas e subjetivas de todos os sujeitos envolvidos na produção e na reprodução dos cuidados. 
De acordo com Camargo Junior: “Só se encontra o que se procura, os vieses ideológicos dos pesquisadores já se impõe no momento mesmo do desenho do estudo”. A partir desta afirmação, comente sobre desvios possíveis na pratica da pesquisa em saúde.
Dito de outra forma, o que o pesquisador define como fator potencial do adoecimento é o que vai ser estudado, e outros componentes podem ser deixados de lado. Mesmo a produção cientifica não é infensa a esta contaminação cultural. Até quando estamos descrevendo “objetivamente “fenômenos o fazemos a partir de nossos referenciais. Um exemplo concreto talvez esclareça melhor esse ponto: houve um momento, há alguns anos, em que vários estudos provavam uma estreita relação entre mortalidade infantil e número de filhos por casal. Por conta disso, entidades defensoras do controle compulsório da natalidade utilizaram esses estudos como embasamento para suas teses. Ocorre que havia outro fator, fortemente associado aos dois, tanto à mortalidade infantil quanto ao tamanho da prole: a pobreza das populações estudadas.
Numa outra perspectiva, a vida em sociedade pode ser fonte de sofrimento e doença. É importante frisar que esta não é uma relação mecânica, em que o “sofrimento social” levaria imediatamente ao adoecimento.
É que a doença é, ela própria, um acontecimento social, especialmente quando grave ou crônica. Mais que isso, a doença é parte integrante de nossas vidas. Wolf (1971a), discorrendo sobre padrões de ajustamento social. Diz textualmente que “(...) a doença é uma reação às, mais do que um efeito das, forças nocivas”.Assim, doença e morte são eventos da vida das pessoas e, portanto, parte integrante do tecido social.
O esforço maior da etnografia – método pelo qual a Antropologia estuda uma sociedade – é “etnografar o etnógrafo”, como forma de diminuir, ao mínimo inevitável, a influência que suas próprias concepções poderiam ter na descrição daquilo que se observa. Talvez seja chegado o momento de o médico ser ele próprio um etnógrafo – não apenas de seus pacientes, mas também – e principalmente – da Medicina e de si mesmo. Talvez o esforço contínuo de reflexão sobre os condicionantes da prática permita criar pontes que reaproximem médicos de seus pacientes, fonte primeira de conhecimento e objetivo último da prática médica.

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