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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __VARA CIVEL DA COMARCA DE FORTALEZA / CE
FREDERICO, brasileiro, casado, profissão, portador da carteira de identidade nª xxx xxx xxx xx, expedida pelo___, inscrito no CPF nª XXX XXX XXX XX, endereço eletrônico, residente e domiciliado em Fortaleza/CE, vem, por seu advogado, com endereço xxxxx, perante Vossa Excelência a seguinte
		AÇAO DECLARATÓRIA DE ANULAÇAO DE COMPRA E VENDA 
Pelo rito comum, em face de GEOVANA, residente e domiciliada em Salvador/BA, CPF nª xxx xxx xx, conforme os fatos e fundamentos que se seguem.
II- DOS FATOS 
	O autor, por meio de uma ligação foi informado que sua filha havia sido sequestrada, e que deveria fazer um pagamento no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).
	Por não ter realizado o pagamento exigido, Frederico, após dois meses recebeu em sua residência parte da orelha de sua filha, junto a um bilhete informando que a vida da mesma seria tirada se o pagamento não fosse realizado.
	Portanto, em desespero a ameaça feita pelo sequestrador, vendeu seu único imóvel para sua prima, pelo valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), pois já tinha conseguido R$ 220.000,00 (duzentos e vinte mil reais). Porém, seu imóvel tinha o valor venal de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais).
	No entanto, após 07 (sete) dias, antes mesmo que o seu pai tivesse realizado o pagamento, Julia foi encontrada com vida por policiais.
II- DOS FUNDAMENTOS 
	Ante o exposto resta claro o estado de perigo em que se encontrava a filha do autor no momento da celebração do contrato, sendo esta a única causa para a celebração do negócio, visto que Geovana tinha conhecimento do estado temeroso de Frederico para conseguir o valor a completar os R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) exigido do sequestrador. No que diz sobre o estado de perigo, vejamos:
			“Art.156 do CC: Configura-se estado de perigo quando alguém, premido 				de de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra			parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
	
	Frederico, não dispondo de recursos vendeu seu único imóvel estimado em R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais) por um valor ínfimo de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para a ré, que também é sua prima. Esta, tendo total conhecimento dos motivos pelos quais seu primo estava vendendo o imóvel, mostrou-se interessada e fechou negócio com ele, lesando assim o autor, uma vez que o artigo 157 do Código Civil trata da lesão como uma das hipóteses de defeito no negócio jurídico, in verbis: 
			“Art.157 do CC: Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente 					necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação 						desproporcional ao valor da prestação oposta. ”
	Ademais, o código civil em seu art.171, inciso II, estabelece a anulação do negócio jurídico por estado de perigo e lesão, vícios que foram plenamente demonstrados no que já foi exposto até então.
	Portanto, assegurado o ¨status quo¨ pelo art.182 do código civil, devendo as partes retornarem ao estado que se encontravam anterior a celebração do contrato. 
	Nesse sentido, jurisprudência desse terminal de justiça cuja ementa ora é transcrita: 
TJ-PI - Apelação Cível AC 00010283420068180028 PI 200900010045990 (TJ-PI)
Data de publicação: 03/05/2016
Ementa: circunstâncias, apenas se pode interpretar a alegação como sendo de decadência, que é o fenômeno a que se sujeitam as demandas constitutivas, como a que levou à instauração do presente processo, em que se pede a desconstituição, ou seja, a anulação de negócios jurídicos supostamente viciados. 5. Segundo o art. 178 do Código Civil de 2002, é de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado no [caso] de erro, dolo, fraude contra redores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico 6. Ao passo em que, no estado de perigo, a necessidade é a de salvar a si ou a outrem (por quem o negociante com vontade viciada tenha afeto digno de tutela jurídica) de grave dano conhecido pela outra parte, na lesão, a premente necessidade pode ser de 	outra ordem. 7. enquanto o estado de perigo tem por elemento objetivo que o negociante premido pela necessidade de salvar a si ou a outrem assuma obrigação excessivamente onerosa (art. 156 do CC), a lesão se configura quando o negociante premido por necessidade digna de tutela jurídica se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta (art. 157 do CC). É claro que a obrigação excessivamente onerosa 	também é uma prestação manifestamente desproporcional. Entretanto, não se deve presumir que a previsão em lei de dois institutos diversos é inútil. 8. no caso em que uma pessoa diagnosticada com câncer aliena todos os bens economicamente interessantes do seu patrimônio por um valor bem abaixo do de mercado, o desequilíbrio sintagmático é melhor assimilável à desproporção entre prestação e contraprestação, própria da lesão	(art. 157 do CC), do que à assunção de obrigação excessivamente onerosa, peculiar ao estado de perigo (art. 156 do CC). Isso porque o negociante premido pela necessidade de obter recursos para o tratamento de saúde não permaneceu, em consequência dos contratos que celebrou, obrigado a uma prestação excessivamente onerosa...
Encontrado em: anular o negócio jurídico (ainda que por fundamento diverso: lesão, em vez de estado de perigo...ACORDAM os componentes da Egrégia Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí
Conforme o supracitado não resta dúvida que o autor tem seu direito resguardado.
III- DO PEDIDO 
Diante dos fatos supracitados, venho a Vossa Excelência requerer que:
a) nos termos do art. 319, VII, do CPC, não seja designada audiência de conciliação ou mediação;
b) seja anulado o negócio jurídico diante do que já foi exposto e fundamentado com os artigos 156, 157, 171, II, 182 do CC;
c) a presente ação seja julgada totalmente procedente, nos termos requeridos, condenando-se ainda o Réu ao pagamento das custas, 	despesas e honorários advocatícios de sucumbência.
IV- DAS PROVAS
Protesto provar o alegado por todos os meios moralmente lícitos.
V- DO VALOR DA CAUSA
Dá à causa o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)
		Nestes termos, pede deferimento.
			Local, ___/___/____/
			Assinatura do Advogado
				OAB/ (UF)

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