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RELAÇÃO MÃE BEBÊ2 EM CORREÇAO

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RELAÇÃO MÃE-BEBÊ 
O processo de estabelecimento do vínculo entre a mãe e bebê já ocorre no período pré-natal. Essa fase é fortemente marcada pelas expectativas da mãe em relação às constituições físicas e psicológicas do bebê, portanto, emergindo nesse um forte componente de ordem imaginária, ou seja, um bebê imaginário e idealizado. No pós-parto, a mãe irá conviver com uma criança real, sendo esse período marcado por emoções diversas e a mulher vivencia maternidade na pratica, tendo que suprir as necessidades básicas da criança (Piccinini et al., 2004). 
Sendo o período puerperal um período crítico para estabelecido do vínculo entre a mãe e o seu bebê, a presença de sentimentos de ordem negativa como o desinteresse pela criança e sentimentos de culpabilidade que surgem na mãe por sentir-se incapaz de atender as necessidades básicas do bebê, irá contribuir de forma significativa para o estabelecimento de uma relação insatisfatória entre a ela e o seu bebê (Piccinini et al., 2004).
De acordo com Brazelton (1988), o estabelecimento do vínculo é algo que não acontece espontaneamente. É um processo permanente, sendo que a função de ser mãe é algo desafiador, que provoca um misto de sentimentos como ansiedade.
No decorrer do tempo, diferentes perspectivas teóricas têm embasado as pesquisas sobre a interação mãe-bebê, destacando-se a do desenvolvimento biológico evolucionário; a perspectiva motivacional associada a drives e relações objetais; a perspectiva da aprendizagem social; a perspectiva sócio-cognitivista e a perspectiva analítico-funcional de base comportamental (Zamberlan, 2002).
Quanto à teoria do apego, Bowlby (1989) descreve o conceito de apego como sendo um mecanismo básico encontrado na espécie humana, considerando um comportamento biologicamente programado, visto como um sistema de controle homeostático, que atua dentro de um conjunto de outros sistemas de controle do comportamento.
Bowlby (1959) apud Zamberlan (2002) também define que o relacionamento da criança com os pais inicia-se através de um grupo de sinais inatos do bebê, que exigem proximidade entre o bebê e os pais que ocorra no decorrer do tempo, quando irá acontecer o crescimento do vínculo afetivo assegurado pelas capacidades cognitivas e afetivas da criança. Desse modo, os comportamentos de sensibilidade e responsividade do cuidador contribuem de forma significativa para o crescimento do vínculo afetivo entre ambos. 
Já na perspectiva psicodinâmica, Freud (1959), postular que a relação emocional mãe-bebê tem como base o desenvolvimento libidinal, constituídas pela relação objetal, no contexto histórico da evolução do ego (Bowlby, 1959 apud Zamberlan, 2002). Na perspectiva afetivo-cognitiva, Horner (1988), propôs que o estabelecimento da relação mãe-bebê irá ocorrer durante toda a infância, tendo como base a satisfação de necessidades básicas da criança e, posteriormente, gerando autoconfiança, independência e realização da criança (Horner, 1988 apud Zamberlan, 2002).
O modelo estrutural-funcional de desenvolvimento de Horowitz (1987), sugerir que a reaproximação de elementos organismos da criança como aspectos ambientais, classificando grupos diferentes de comportamentos. Os aspectos universais que definem tais características são pré-selecionados na espécie, como responsabilizar-se pela continuação do desenvolvimento, sendo que o estabelecimento da relação mãe-bebê leva em consideração os aspectos relacionados à aprendizagem mediadas pela sociedade e cultura (Horowitz, 1987 apud Zamberlan, 2002).
A teoria da aprendizagem social que se encontra dentro da vertente comportamental, essa enfatiza a relevância da atenção materna, vista como um reforçador secundário significativo, na presença repetida de reforçadores primários, como a alimentação e a diminuição do desconforto da criança. Na perspectiva comportamental funcionalista de Skinner, o elemento que se destaca são certas consequências que são responsáveis por estabelecer o controle dos comportamentos, tanto dos pais como da criança, em um ambiente de relação diádica (Zamberlan, 2002). 
Mas quando nos referimos ao estilo de interação que a mãe consegue desenvolver com seu filho, um estudo realizado por Hart (1999) apud Schwengber e Piccinini (2004), apresentou a existência de dois estilo diferente que uma mãe deprimida consegue desenvolver na interação com seu filho. O primeiro estilo de interação é definido por comportamentos de afastamento, falta de engajamento, pouca estimulação. A mãe, nesse estilo de interação, apresenta um comportamento apático, ao mesmo tempo seus filhos exibem menos expressão afetiva positiva. Também Seiner e Gelfand (1995) analisaram estilo de interação, cujas mães apresentavam um comportamento apático. Demonstram que as crianças cujas mães tinham um comportamento apático exibem comportamento de afastamento físico e também comportamentos negativos com intuído de obter atenção. No entanto, quando as mães não estavam apresentando comportamento de afastamento e falta de engajamento, as crianças tendiam a apresentar comportamentos positivos como brincar junto às mães. Já no segundo estilo de interação, a mãe apresenta comportamento intrusivo e de superestimulação às respostas positivas na interação, proximidade física ao brincar. 
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Os estudos realizados sobre a interação mãe-bebê por pesquisadores do desenvolvendo infantil, leva em consideração tanto as contribuições materna quanto as contribuições do bebê para a qualidade da relação (Brazelton, 1988; Klaus e Kennel, 1993; Klaus, Kennel e Klaus, 2000) apud Schwengber e Piccinini (2003). 
Vários pesquisadores contribuíram de forma significativa para o estudo do papel da depressão pós-parto na interação mãe-bebê, Spitz (1979) realizou pesquisas sobre a relação depressão pós-parto e coprofagia. Mostrou que a perda emocional da mãe que apresenta um quadro depressivo, não uma perda física, no entanto uma perda emocional, pois a mãe se apresenta emocionalmente distante da criança. Essa perda é sentida pela criança no primeiro ano de vida (Schwengber e Piccinini, 2003).
Para Mazet e Stoleru apud Schwengber e Piccinini (2003), as mães deprimidas apresentam sentimentos de insegurança em relação às suas capacidades de ser mãe, ocorrendo a diminuição da atenção direcionada à criança, sendo que a mãe irá apresentar um comportamento de desvio do olhar, específico de uma micro rejeição. Em contrapartida, quando a mãe sente-se rejeitada rompe a relação sendo no entanto uma parada breve que tem como propositor de facilitar a harmonia do seu comportamento, assim as sequências interativas acabam rapidamente. 
Porém, para Stern (1997) apud Schwengber e Piccinini (2003), a interação mãe-bebê ocorre em termos de micro eventos, ou seja, são eventos triviais e de curta duração que afeta o bebê de forma passageira, ocorrendo em momentos específicos de interação mãe-bebê, quando o bebê emite um sorriso para a mãe e em consequência como essa vai demonstrar expressões faciais. Portanto, a depressão vai tornando-se comum ao bebê na forma de vários micro eventos repetidos. 
Mais ainda a experiência de conviver com uma mãe deprimida vai provocar no bebê quatro experiências subjetivas, sendo a primeira micro depressão quando a mãe rompe o contato visual com o bebê e não busca restabelecê-lo. Após o insucesso de ter a mãe emocionalmente presente, o bebê irá buscar a interação através da identificação e também da imitação. Schwinger e Piccinini (2003)
Já a segunda experiência subjetiva é definida pela experiência do bebê como um reanimador, quando o bebê busca fazer com a mãe retorne à vida, sendo que o conceito do bebê como um reanimador, baseado em indícios de que bebês em um contexto de micro depressão procuram fazer com a mãe volte a vida. Na terceira experiência subjetiva do bebê, tem a compreensão da mãe estando em segundo, ocorrendo após várias tentativas de reanimar a mãe. Então, irá procurar estimulação e interesse nomundo. Schwinger e Piccinini (2003)
A quarta experiência subjetiva do bebê consiste no fato do bebê desejar estar com a mãe deprimida, tendo este fato como origem o esforço da mãe deprimida em estar com bebê. No entanto, o resultado de tal esforço irá acarretar uma falsa interação entre uma falsa mãe e um falso self. No entanto, o bebê consegue discernir as discrepâncias existententes na relação, mas aceita assim mesmo, pelo desejo de manter uma relação emocionalmente próxima com a mãe. . Schwinger e Piccinini (2003)
Para Healy, Goldstein e Guthertz (1990) apud Schwengber e Piccinini (2003), em um estudo realizado sobre a interação face-face, aponta que em interações normais, a mãe modula o próprio comportamento no sentido de possibilitar ao bebê estimulação apropriada, o que define uma relação sincrônica. Logo, a depressão pós-parto favorece que os comportamentos afetivos e de atenção da mãe transformem-se em assincrônicos, uma vez que a mãe se encontra afetivamente não-responsiva. Dessa forma, o bebê irá experienciar uma desorganização comportamental, reduzindo o padrão de respostas contingentes em relação à mãe. Sendo que essa diminuição representa o aprendizado do bebê de que seu comportamento efetua um pequeno efeito no comportamento da mãe. Essa atitude do bebê poderá aumentar a decepção da mãe, fazendo com a mãe valer-se de comportamento hostil com o objetivo de conseguir resposta do bebê.
 Ainda de acordo com. Bettes (1988), afirmou, que as interações face-a-face entre bebes e suas mães divergem em função da depressão pós-parto, sendo que o estado afetivo da mãe ira interferia de forma significativas nas suas vocalizações para o bebe, estimar ainda as implicações da depressão pós-parto em relação a duas características da linguagem materna, considerado o tempo de expressão vocal e pausas e utilização da entonação da voz, ainda segunda a autora mães que apresentar quadro depressão apresentavam vocalizações mais baixas para responder as vocalizações de bebes de na fase de quatro meses, sendo assim essas mães, apresentavam mais variações vocais e pausas e eram menos propensa a usar a entonação exagerada que e característica da linguagem materna. Schwinger e Piccinini (2003). Ainda a repercussão da depressão pós-parto parto para a interação mãe-bebe vai dependem também da cronicidade do quadro depressivo, ainda a consequências em fase posteriores do desenvolvimento do bebe.

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