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Sartre - anotações

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“A existência precede a essência” (Jean-Paul Sartre (1905-1980))
Interior x exterior: 
Não devemos ver o existente escondido por uma “pele superficial” – aparência
A aparência encerra toda a essência mas a revela: ela é a essência.
A “aparição” do fenômeno é uma das infinitas manifestações do ser.
O “ser-do-fenômeno” é o que transcende a consciência, o que não pode ser apreendido na sua totalidade, é o inacabamento. 
O “fenômeno-do-ser” nos é dado pela percepção e nos é dado através da série de suas manifestações.
A essência é infinita e inesgotável.
Obs.: O psicólogo considera o estado psíquico de modo a lhe retirar qualquer significação. O fenomenólogo parte do princípio que todo fato humano é por essência significativo.
Somos condenados a Liberdade
O humano é um ser que possui consciência, isto é, interpreta e dá significado ao mundo.
A consciência percebe-se como fazedora de Escolhas, percebe-se como agente da sua própria existência.
A liberdade é escolher o caminho mais curto em direção ao projeto fundamental. Sempre sujeitos a limitações e contingências. 
Isso não diminui a liberdade. “São as limitações que tornam a liberdade possível”, se realizássemos o que quiséssemos, tornaríamos um em-si.
O em-si
O mundo é povoado de seres Em-si. 
São objetos existente no mundo e que possui uma essência definida.
Um ser Em-si não tem potencialidades nem consciência de si ou do mundo. Ele apenas é. Os objetos do mundo apresentam-se à consciência humana através das suas manifestações físicas (fenômenos).
O Para-si
A consciência humana é um ser com forma diferente, possui conhecimento de si e do mundo. O Para-si faz relações temporais e funcionais entre os seres Em-si e ao fazer isso constrói um sentido para o mundo em que vive.
O Para-si não tem uma essência definida. Ele não é resultado de uma idéia pré-existente. 
É preciso que o Para-si exista, e durante essa existência ele define, a cada momento o que é sua essência. Cada pessoa só tem como essência imutável, aquilo que já viveu. 
“Cada um é determinado pelo ambiente e pelas circunstancias”“...Mas tenho liberdade de mudar minha vida deste momento em diante”. 
Nada me compele a manter esta essência, que só é conhecida em retrospecto. Podemos afirmar que meu ser passado é um Em-si, possui uma essência conhecida, mas essa essência não é predeterminada. Ela só existe no passado.
Por isso se diz no existencialismo que “A existência precede e governa a essência". Por esta mesma razão cada Para-si tem a liberdade de fazer de si o que quiser.
Responsabilidade
A responsabilidade pressupõe um ser consciente e engajado no mundo em que se encontra.
Cada escolha carrega consigo uma responsabilidade. Se escolho ir a algum lugar, falar alguma coisa, escrever um artigo, tenho que ter consciência de que qualquer conseqüência desses atos terá sido resultado de minha própria escolha. 
Eis a essência da responsabilidade: “Eu, por minha vontade e escolha, ajo no mundo e afeto o mundo todo. Ser livre é ser responsável”.
As limitações me impõem escolhas. 
Esta é, para Sartre, a verdadeira liberdade que ninguem pode escapar: "não é a liberdade de realização, mas a liberdade de eleição".
“O importante não é o que o mundo faz de você, mas o que você faz com aquilo que o mundo fez de você”. 
" Uma vez que a liberdade explode no peito de um homem, contra este homem nada mais podem os deuses“
A Angústia
A condição de liberdade faz do homem um ser angustiado, pois percebe-se que o momento de escolha define a existência.
A angústia existencial decorre da consciência que “as escolhas definem o que você é ou se tornará”. Estas escolhas podem afetar, de maneira irreparável, o próprio mundo. 
A "angústia" decorre da consciência da liberdade e do receio de usá-la de forma errada.
É mais fácil acreditar que existe um propósito no universo. Que nossos atos são guiados por uma mão invisível em direção a esse propósito. Neste caso, meus atos não seriam responsabilidade minha, mas apenas o meu papel em um roteiro maior. 
Para Sartre não há um propósito ou um destino universal. O homem diante desta constatação se desalenta.
 O desalento ou desamparo é a constatação de que nada existe fora de nós que define nosso próprio futuro. Apenas nossa liberdade.
A Má-Fé
Impulsionado pela angustia, a condição humana tenta negar a liberdade.
Escolher não escolher.
Segundo Sartre, a má-fé é uma defesa contra a angústia e o desalento, uma defesa equivocada. 
Renunciamos à nossa liberdade escolhendo o que nos afastam do projeto fundamental, atribuindo conformadamente estas escolhas a fatores externos, ao destino, a Deus, aos astros, a um plano sobre humano. Sartre também considerava a idéia freudiana de inconsciente como um exemplo de má-fé.

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