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APRESENTAÇÃO Caro aluno, Seja bem-vindo. Nesta nossa disciplina trataremos de assuntos como tributos federais: imposto de importação, imposto de exportação, imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza, imposto sobre produtos industrializados, imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários, imposto sobre a propriedade territorial rural, contribuições sociais, contribuições de intervenção no domínio econômico, contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas. Tributos estaduais: imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação, imposto de transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos, imposto sobre a propriedade de veículos automotores. Tributos municipais: imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, imposto sobre a transmissão inter vivos, imposto sobre serviços de qualquer natureza. Como objetivo principal de promover a compreensão e a importância do Direito Tributário, assim como apresentar e discutir o significado dos institutos fundamentais do Direito Tributário; de forma a estimular a capacidade de análise, domínio de conceitos e terminologia jurídica, argumentação, interpretação e valorização dos fenômenos jurídicos e sociais envolvidos e é nossa expectativa que você aprenda bastante. Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que se dedique, ao menos, sete horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de autoavaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela a seguir os assuntos que deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo, você deverá buscar entender bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior se você acompanhar também a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso ao longo dos estudos. A – Conteúdos (assuntos) e leituras sugeridas. Aluno, acesse nossos links: Assuntos/ módulos Leituras sugeridas Fundamental Complementar 1 - Tributos federais. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 1.1. Imposto de importaçã o sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 1.2. Imposto de exportaçã o: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. http://online.minhabiblioteca.com.br/boo ks/9788502162235 COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 12. ed. 2012. Minha Biblioteca. Web. 31 July 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/978-85-309-4352-3>. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 2. ed. 2010. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502113800>. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. http://online.minhabiblioteca.com.br/boo ks/9788522470198 Sugestão de leitura: http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502142183/page/107 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. Sugestão de leitura: MORETTI, Daniel. Pockets Jurídicos 30 - Direito Tributário I, 1. ed. 2008. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/b ooks/9788502144712/page/89>. CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 2 – Imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 2.1. Imposto sobre a propriedad e territorial COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 2. ed. 2010. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502113800>. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4. ed. 2011. Minha Biblioteca. Web. 31 July 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502161085/outline/Root>. AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. HARADA, Kyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2011. rural: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 3 – Imposto sobre produtos industrializ ados: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 3.1. Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários : sujeito ativo e passivo. Fato gerador. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 2. ed. 2010. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502113800>. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 12. ed. 2012. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/b ooks/978-85-309-4352-3>. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 4 – Contribuiç ões sociais: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 4.1 Contribuiç ões de intervençã o no domínio econômico : sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 4.2 Contribuiç ões de interesse das categorias profissiona is ou econômica s: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 2. ed. 2010. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502113800>. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4. ed. 2011. Minha Biblioteca. Web. 31 July 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502161085/outline/Root>. AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 20 ed. São Paulo: Atlas, 2011. COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 12. ed. 2012. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/b ooks/978-85-309-4352-3>. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 5 – Tributos estaduais. 5.1. Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadori as e sobre prestaçõe s de serviços de transporte s interestad ual e intermunici pal e de comunicaç ão: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas.Legislação pertinente. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 2. ed. 2010. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502113800>. COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. HARADA, Kyoshi. Direito Financeiro E Tributário. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 6 - Imposto de transmissã o causa mor tis e CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. CARRAZZA, Roque Antonio. Curso doação de quaisquer bens ou direitos: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 6.1. Imposto sobre a propriedad e de veículos automotor es: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 2. ed. 2010. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502113800>. de Direito Constitucional Tributário. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. HARADA, Kyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 7 . Tributos municipais . 7.1. Imposto sobre a propriedad e predial e territorial urbana: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 12. ed. 2012. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/978-85-309-4352-3>. AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. HARADA, Kyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2011. Legislação pertinente. 8 - Imposto sobre a transmissã o inter vivos: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. 8.1 - Imposto sobre serviços de qualquer natureza: sujeito ativo e passivo. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquotas. Legislação pertinente. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 2. ed. 2010. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/bo oks/9788502113800>. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. BARRETO, Aires F. Curso de Direito Tributário Municipal. 1. ed. 2009. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/b ooks/9788502112926>. OLIVEIRA, José Jayme de Macêdo. Impostos Municipais - ISS - ITBI – IPTU. 2. ed. 2011. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/b ooks/9788502152748/page/245>. HARADA, Kyoshi. Direito Financeiro E Tributário. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2011. Nota: ver as referências bibliográficas para maior detalhamento das fontes de consulta indicadas. B – Avaliações Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados. Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de autoavaliação, disponibilizados neste sistema de disciplinas online. O que precisa ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são repetições dos exercícios da autoavaliação. Para sua orientação, informamos na tabela a seguir os assuntos que serão requeridos em cada uma das avaliações as quais você estará sujeito: Conteúdos a serem exigidos nas avaliações Avaliações Assuntos Exercícios de autoavaliação relacionados NP1 Do assunto 1 até o assunto 4 Exercícios do 1 a 16 NP2 Do assunto 5 até o assunto 8 Exercícios do 17 a 32 Substitutiva Toda a matéria Todos os exercícios Exame Toda a matéria Todos os exercícios C – Bibliografia básica: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 24. ed. 2011. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502162235>. COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 12. ed. 2012. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-309-4352-3>. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 2. ed. 2010. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502113800>. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. Bibliografia complementar: AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. BARRETO, Aires F. Curso de Direito Tributário Municipal. 1. ed. 2009. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502112926>. CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. HARADA, Kyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2011. KFOURI JR., Anis. Curso de Direito Tributário. 1. ed. 2005. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502105133>. NOGUEIRA, Ruy Barbosa. Curso de Direito Tributário. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. SABBAG. Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012. SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Curso de Direito Tributário e finanças públicas. 1. ed. 2007. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502144620>. Leitura sugerida: KFOURI JR., Anis. Curso de Direito Tributário. 1. ed. 2005. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502105133/page/123>. MORETTI, Daniel. Pockets Jurídicos 30 - Direito Tributário I. 1. ed. 2008. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502144712/page/57>. OLIVEIRA, James Eduardo. Constituição Federal Anotada e Comentada. 2013. Minha Biblioteca. Web. 01 August 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-309-4667-8>. TRIBUTOS FEDERAIS INTRODUÇÃO É a Constituição Federal que determina a repartição da competência tributária nos artigos 145 ao 156 e trata especificamente da matéria de impostos nos artigos 153 a 156. A Constituição atribui competência expressa e enumerada a cada um dos entes políticos,descrevendo as materialidades das situações fáticas correspondentes, vale dizer as regras- matrizes de incidência. Os impostos têm previsão constitucional no artigo 145, I, da CF. Segundo o Código Tributário Nacional, artigo 16: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” Portanto, imposto é a modalidade de tributo que tem como fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal. Revisando: Segundo o artigo 3o do Código Tributário Nacional: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” Competência tributária é a aptidão para criar tributos, mediante a edição do necessário veículo legislativo (artigo 150, I), indicador de todos os aspectos de sua hipótese de incidência. A competência tributária é uma matéria de trato exclusivo constitucional. A aptidão de legislar, de criar tributos, é dada, apenas e somente, pela Constituição Federal, aos entes tributantes (União, Estados, DF e Municípios). O conceito de competência tributária não se confunde com o conceito de capacidade tributária ativa. Capacidade tributária ativa é aptidão para cobrar, arrecadar e fiscalizar o tributo. Assim, competência significa instituir e capacidade significa cobrar o tributo. Desse modo, nos termos do artigo 153, compete instituir impostos sobre: importação de produtos estrangeiros; exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; renda e proventos de qualquer natureza, produtos industrializados, operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; propriedade territorial rural e grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Em seguida, o artigo 154 acrescenta à União duas outras competências em matéria de impostos: 1) A competência residual (154, I, da CF) a ser exercida mediante lei complementar, para a instituição de impostos não previstos no artigo 153, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados. 2) A competência extraordinária (154, II, da CF) a ser exercida na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas, as causas de sua criação. 1.1 – IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO Artigo 153, da CF – Compete à União instituir impostos sobre: I – Importação de produtos estrangeiros O imposto de importação está previsto no artigo 153, I, da CF, sendo regulamentado pelos artigos 19 a 22, do CTN. O imposto de importação tem função extrafiscal. Isso significa dizer que sua função não exclusivamente arrecadatória visa também, de alguma forma, implementar outros objetivos do ente tributante. Podemos afirmar que é um instrumento de proteção da indústria nacional. Esse imposto, exatamente por significar formas de influenciar o mercado, deve ser de fácil e rápido manejo. Assim, o artigo 150, parágrafo primeiro, excepciona o imposto de importação da observância da anterioridade da lei tributária, tanto em relação à anterioridade genérica (artigo 150, III, b), quanto em relação à anterioridade especial (artigo 150, III, c). Isso significa que o aumento do imposto pode ser exigido no mesmo exercício financeiro em que publica a lei que o estabeleceu e independentemente do aguardo do lapso temporal de noventa dias, o que o torna um instrumento ágil de regulação do comércio exterior. Em consonância com esse dispositivo, o artigo 153, parágrafo primeiro, por sua vez, autoriza o Poder Executivo a alterar as alíquotas atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei. O princípio da legalidade tributária, em relação aos impostos mencionados nesse dispositivo, experimenta atenuação em seu rigor, ensejando que ato do Poder Executivo integre a vontade da lei, complementado-a nesse quesito. Assim é que, mediante decreto, o Poder Executivo, dentro dos parâmetros legalmente fixados, pode proceder às alterações que, à vista do interesse público, se fizerem necessárias. Fato gerador O fato gerador do tributo é definido pelo artigo 19 do Código Tributário Nacional nos seguintes termos: “Artigo 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional.” Aspecto material do imposto: importar produtos estrangeiros. Importar, portanto, não é comprar mercadoria estrangeira. É fazê-la entrar no território nacional. Aspecto espacial, verifica-se, nesse imposto, a indicação de duas coordenadas para a sua aferição. A coordenada genérica de espaço, por primeiro, coincide com a própria eficácia da lei federal – o território nacional. Já a coordenada específica de espaço é a repartição aduaneira ou alfândega, onde ocorrerá o desembaraço dos produtos importados. A identificação do aspecto temporal do imposto de importação, por seu turno, gerou muita polêmica, prevaleceu o entendimento segundo o qual a obrigação de pagar o imposto de importação nasce no momento do registro da declaração de importação na repartição aduaneira. Aspecto pessoal, o sujeito ativo da obrigação é a União, e o contribuinte, nos termos do artigo 22, CTN, é o importador ou quem a lei a ele equiparar, ou o arrematante, na hipótese de bens apreendidos ou abandonados. O aspecto quantitativo, revelado pela conjugação da base de cálculo e da alíquota, é regrado pelo artigo 20, CTN: “I – quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II – quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; III – quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação.” Exemplo: se o produto importado é seda, a tributação pode se dar por metro do produto importado (base de cálculo) e a alíquota será um valor em reais. Já se a base de cálculo for o preço do produto, a alíquota será ad valorem, isto é, um percentual aplicado a essa base de cálculo, critério adotado atualmente pela lei. Ilustrando as hipóteses contempladas nesse dispositivo, temos que, se a base de cálculo for fixada em unidade de medida, a alíquota será específica. Exemplo: se o produto importado é seda, a tributação pode ser dar por metro do produto importado (base de cálculo), se a alíquota for um valor em reais. Já se a base de cálculo for o preço do produto, a alíquota ser ad valorem, isto é, um percentual aplicado a essa base de cálculo, critério adotado atualmente pela lei. O imposto de importação é, em regra, lançado por homologação, pois são de competência do importador o cálculo do montante do imposto devido e o seu recolhimento antecipado. Para o cálculo, o importador elabora a Declaração de Importação (DI) e a registra no SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior). No momento do registro, o próprio sistema informatizado se encarrega de retirar da conta corrente do importador o montante do imposto devido. Posteriormente, caberá a um auditor fiscal da Receita Federal do Brasil homologar o procedimento do contribuinte, praticando o ato denominado “desembaraço aduaneiro” da mercadoria importada. No caso de importação de bens que se enquadram no conceito de bagagem acompanhada, mas ultrapassem o limite de isenção, o lançamento do imposto será feito com base em declaração formulada pelo viajante (DBA – Declaração de Bagagem Acompanhada). Em tal hipótese, pode-se afirmar que oimposto é lançado por declaração. Na página da Receita Federal do Brasil encontramos a seguinte informação: “O imposto sobre a importação de produtos estrangeiros (II) incide sobre a importação de mercadorias estrangeiras e sobre a bagagem de viajante procedente do exterior. No caso de mercadorias estrangeiras, a base de cálculo é o valor aduaneiro e a alíquota está indicada na Tarifa Externa Comum (TEC). No caso da bagagem, a base de cálculo é o valor dos bens que ultrapassem a cota de isenção e a alíquota é de cinquenta por cento.” (http://www.receita.fazenda.gov.br/, sitio da Receita Federal do Brasil. Acesso em 29/07/2013, às 17h) Regimes aduaneiros especiais Trânsito aduaneiro: permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos. Drawback: incentivo à exportação – suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento. Isenção dos tributos exigíveis na importação de mercadorias, em quantidade e qualidade equivalentes à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento de produto exportado. Restituição. Zona Franca de Manaus: área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais. 1.2 – IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO O artigo 153, II, da CF, estabelece ser de competência da União a instituição do Imposto de Importação: Artigo 153. Compete à União instituir imposto: [...] “II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. § 1o É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II (imposto de exportação), IV e V.” O imposto de exportação é um imposto nitidamente extrafiscal, portanto, sua função não é exclusivamente arrecadatória, também visa, de alguma forma, implementar outros objetivos do ente tributante. Em razão de sua natureza extrafiscal, o imposto está igualmente excepcionado da observância do princípio da anterioridade da lei tributária – a genérica e a especial, outrossim, está autorizado o Poder Executivo a alterar-lhe as alíquotas, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei. Fato gerador Segundo o artigo 23, do Código Tributário Nacional: “O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional.” Portanto, o fato gerador é a saída do território nacional para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. Aspecto material: é exportar para o exterior produtos nacionais ou nacionalizados. Produto nacional é o fabricado no país; produto nacionalizado é o que vem do exterior e sofre alguma alteração, é transformado ou beneficiado no país e é novamente exportado. Aspecto espacial: território nacional e a específica, ou seja, a repartição aduaneira. Aspecto temporal: consiste no momento da expedição da guia de exportação ou documento equivalente. Quanto aos sujeitos da obrigação tributária, temos, no polo ativo, a União e, no polo passivo, o contribuinte, o exportador ou a quem a ele a lei equiparar. Aspecto quantitativo vem definido nos artigos 24 e 25, CTN. À semelhança do Imposto de Importação, se a base de cálculo for unidade de medida (ex.: caixa de bebidas), a alíquota será específica (o valor de uma garrafa). Se a base de caçulo for o preço normal do produto, a alíquota será ad valorem, ou seja, um percentual a incidir sobre a base de caçulo. O lançamento por homologação. Bibliografia básica do módulo: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 6. ed. São Paulo: Editora Método, 2012. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1. ed. 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4. ed. 2 tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. Bibliografia complementar: AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. Legislação para consulta: Constituição Federal Código Tributário Nacional IMPOSTO SOBRE A RENDA Dispõe o artigo 153 da Constituição Federal que a instituição do Imposto de Renda é de competência da União. O Imposto de Renda é de competência da União, devendo ser utilizado como meio hábil a promover a adequada redistribuição de renda. A distribuição da renda é gerada em face do princípio da progressividade, pois aqueles que menos (ou nada) contribuem são, em regra, os que mais utilizam alguns serviços públicos (saúde e educação). É a principal fonte de receita tributária da União, quanto aos impostos, possuindo nítida função fiscal. “Artigo 153 da Constituição Federal: Compete à União instituir impostos sobre: III – renda e proventos de qualquer natureza.” Segundo o artigo 153, III, da CF, o Imposto de Renda não incide apenas sobre a renda, mas sobre os proventos de qualquer natureza. O conceito de renda compreende o produto do capital (aplicações financeiras), do trabalho (salário) ou da combinação de ambos (como o lucro). Já o conceito de proventos é definido por exclusão, compreende todos os acréscimos patrimoniais não enquadráveis no conceito legal de renda. O Imposto de Renda é aplicável tanto às pessoas físicas (IRPF), quanto às pessoas jurídicas (IRPJ). É importante observar que a existência de um conceito constitucional de renda e proventos de qualquer natureza limita sensivelmente a liberdade do legislador infraconstitucional para estabelecer as respectivas hipóteses de incidência. 2.1.1 – Princípios constitucionais aplicáveis ao Imposto de Renda O inciso I, do § 2o, do artigo 153, da Constituição Federal impõe que o Imposto de Renda obedeça aos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei. Esses critérios decorrem da aplicação do princípio da isonomia e da capacidade contributiva. A generalidade significa que todos que auferirem renda e proventos de qualquer natureza são contribuintes do imposto, sem discriminação injustificadas. A universalidade impõe que todas as modalidades de renda ou proventos, seja qual for sua origem – o capital, o trabalho ou combinação de ambos – submetam-se ao imposto. Em outras palavras, o IR não pode ser seletivo em função da natureza do rendimento auferido. Nesse sentido, o critério da universalidade contrapõe-se ao da seletividade. A progressividade implica que seja a tributação mais do que proporcional à riqueza de cada um. Um imposto é progressivo quando a alíquota se eleva à medida que aumenta a base de cálculo (vide artigo 145, parágrafo primeiro, da CF). Com o advento da Emenda Constitucional n. 42/2003, o Imposto de Renda passou a ser uma exceção ao período de anterioridade qualificada ou nonagesimal (artigo 150, § 1, parte final, da Constituição Federal). Portanto, o IR deve obedecer à anterioridade anual, sem respeitar o período de 90 dias. Assim, a majoração pode gerar efeitos a partir do primeiro dia do exercício subsequente, independente de qualquer prazo mínimo. 2.1.2 – Fato gerador do Imposto de Renda A definição legal do fato gerador do Imposto de Renda consta no artigo 43 do Código Tributário Nacional: “Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalhoou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Parágrafo incluído pela LCP nº 104, de 10.1.2001) § 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Parágrafo incluído pela LCP nº 104, de 10.1.2001)” O que é “disponibilidade”? Basicamente, a disponibilidade representa a possibilidade que o proprietário do patrimônio tem de ter as rendas ou os proventos para fazer com eles o que bem entender, dentro dos limites da lei reguladora do uso da propriedade de qualquer bem. Em outras palavras, é um dos atributos do direito de propriedade, tanto quanto os atributos de usar e gozar da coisa de que se é proprietário, além do direito de protegê-la contra esbulhos de terceiros (art. 5º, incisos XXII e XXIV, da CF/88). A “disponibilidade” a que alude o artigo 43, “caput” do CTN, corresponde aos atributos do direito de propriedade previstos no artigo 1228 do Código Civil: “Art. 1228 do Código Civil – O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.” Disponibilidade econômica: é a percepção efetiva da renda ou do provento. A aquisição se dá pelo fato material, independentemente da legalidade, ou não, do modo de obtenção. Interpretação doutrinária e jurisprudencial: a disponibilidade e, por conseguinte, a tributação alcançam, inclusive, os ganhos decorrentes de produtos de crime ou de contravenção penal: atividades do tráfico de drogas, jogo do bicho, prostituição, corrupção. Disponibilidade jurídica: diz respeito à aquisição de um título jurídico que confere direito de percepção de um valor definido, ingresso de forma legal, no patrimônio. É a aquisição por meio de uma das formas legítimas e legais. Em outras palavras, ela é revelada pela posse do direito à renda, representada por um bem ou um crédito líquido e certo, que, embora temporariamente não represente a posse física da renda, já se agregou ao patrimônio da pessoa. 2.1.3 – Base de cálculo do Imposto de Renda Segundo o artigo 44 do Código Tributário Nacional, a base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. “Art. 44, do CTN. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.” Na sistemática do lucro real, o contribuinte efetivamente calcula seu lucro, abatendo do faturamento as despesas legalmente autorizadas. No lucro presumido (opção possível para alguns contribuintes), o sujeito passivo aplica um percentual legal sobre o valor de sua receita bruta, obtendo como resultado um montante que se presume ser seu lucro. Já o lucro arbitrado é aplicado quando não é possível o cálculo preciso do lucro real e o contribuinte não cumpre os requisitos para a tributação com base no lucro presumido. A situação se verifica quando o sujeito passivo não cumpre regularmente sua obrigação acessória de escriturar livros fiscais. Não se trata de uma punição, mas de uma maneira de se chegar a um valor razoável para servir de base de cálculo para o tributo (arbitramento). A base de cálculo do imposto, nesse caso, é determinada conforme diversos critérios previstos na legislação, sendo regra a aplicação de percentual sobre a receita bruta. 2.1.4 - Contribuintes “Art. 45, do CTN. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.” 2.1.4.1 – Sujeito ativo O Imposto de Renda é de competência da União, devendo ser utilizado como meio hábil a promover a adequada redistribuição de renda. Como já exposto, é a principal fonte de receita tributária da União, quanto aos impostos, possuindo nítida função fiscal. 2.1.4.2 – Sujeito passivo O contribuinte do imposto sobre a renda é a pessoa física ou jurídica, titular de renda ou provento de qualquer natureza. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda a responsabilidade pela retenção e recolhimento do Imposto de Renda, figurando o empregado como contribuinte e o empregador, como responsável. 2.1.5 – Alíquotas Segundo o artigo 153, § 2o, I, da Constituição Federal, o Imposto de Renda será informado pelos critérios da generalidade, universalidade e progressividade. Exemplo: tabela progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício de 2014, ano-calendário de 2013. Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até 1.710,78 - - De 1.710,79 até 2.563,91 7,5 128,31 De 2.563,92 até 3.418,59 15,0 320,60 De 3.418,60 até 4.271,59 22,5 577,00 Acima de 4.271,59 27,5 790,58 Exemplo: tabela progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física a partir do exercício de 2015, ano-calendário de 2014. Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até 1.787,77 - - De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 134,08 De 2.679,30 até 3.572,43 15,0 335,03 De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96 Acima de 4.463,81 27,5 826,15 (Fonte: Receita Federal do Brasil) 2.2 - ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural está previsto na Constituição Federal em seu artigo 153, VI. “Artigo 153. Compete à União instituir impostos sobre: VI – propriedade territorial rural.” O ITR é imposto com finalidade marcadamente extrafiscal, pois, nos termos do artigo 153, §4o, I, da CF/88, suas alíquotas serão fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. “Art. 153 da CF. Compete à União instituir impostos sobre: VI - propriedade territorial rural; § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003): I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).” “Art. 158 da CF. Pertencem aos Municípios: II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).” 2.2.1 - Histórico A Constituição de 1934 foi a primeira a prever um imposto incidente sobre a propriedade territorial rural, de competência dos Estados. As Constituições anteriores previam, genericamente, apenas um imposto sobre a propriedade. Em 1961, com a EC nº 5, a competência passou aos municípios. Em seguida, a EC nº 10/64 transferiu a competência para a União, que deveria destinaro produto da arrecadação aos municípios onde estivessem localizados os imóveis. O objetivo dessa Emenda foi instrumentalizar a União com a política fiscal para fins de reforma agrária e combater os latifúndios improdutivos. A Constituição de 1969 manteve a arrecadação do imposto para os municípios na sua integralidade. A União reteve parcela para seus cofres. O STF declarou inconstitucionais quaisquer retenções e determinou a devolução desses valores aos municípios com juros e correção (RE 110.836 – MG 31.03.95). A Constituição de 1988 manteve a competência do ITR para a União, mas reduziu o percentual dos municípios no produto arrecadado para 50%. Hoje, com a EC 42/03, os municípios podem optar em arrecadar e fiscalizar o ITR e assim podem ficar com 100% de sua arrecadação, nos termos do artigo 158, II, da CF. 2.2.2 Imóvel urbano ou rural para fins do imposto Rural é próprio do campo em oposição ao que é próprio da cidade. É preciso delimitar o que é rural e o que é urbano, pois os municípios têm competência para instituir o IPTU. A Lei Ordinária 5868/72, em seu art. 6º, definiu imóvel rural como aquela que se destina à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal ou agroindustrial e que tiver área superior a um hectare. O CTN define imóvel rural (art. 29, CTN) como aquele situado fora da zona urbana do município. A zona urbana é aquela delimitada por lei municipal, observados os requisitos delineadores previstos no CTN, com a presença de melhoramentos indicados em, pelo menos, dois dos incisos previstos no artigo 32. “ Art. 32 do CTN [...] § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.” A indicação de zona rural, portanto, para a cobrança de ITR há de ser fixada por exclusão: em primeiro lugar, averigua-se a natureza de zona urbana; parte-se, após, por exclusão, ao conceito de zona rural. 2.3.1 Sujeito ativo O sujeito ativo é a União Federal. Quem arrecada e fiscaliza é a Receita Federal do Brasil – órgão da administração direta da União (art. 15, da Lei 9393/96). Convém esclarecer que de acordo com o artigo 153, § 4º, III (EC 42/03), da CF, o ITR poderá ser fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal (detentor da capacidade tributária ativa). 2.3.2 - Sujeito passivo O contribuinte do imposto é o proprietário (pleno, de domínio exclusivo ou na condição de coproprietário) do imóvel, o titular do domínio útil (enfiteuta e usufrutuário e superficiário), ou o seu possuidor (ad usucapionem, isto é, aquele com a possibilidade de aquisição do domínio ou propriedade pelo usucapião) de qualquer título. Art. 31 do CTN, art. 4º da Lei 9393/96 e art. 5º do Decreto 4382/02. O responsável tributário é o sucessor a qualquer título, nos termos dos arts. 128 a 133 do CTN, art. 5º da Lei 9393/96 e art. 6º do Decreto 4382/02. 2.4 – Fato gerador O fato gerador do ITR é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1o de janeiro de cada ano. 2.4.1 - Critério espacial do fato gerador O critério espacial é a zona rural do município (coordenada específica) e corresponde ao território nacional (coordenada genérica). Imóveis cujas áreas alcançam mais de um município: art. 1º, § 3º, da Lei 9393/96 e art. 7º, § 1º, do Decreto 4382/02. “Art. 1º, § 3º O imóvel que pertencer a mais de um município deverá ser enquadrado no município onde fique a sede do imóvel e, se esta não existir, será enquadrado no município onde se localize a maior parte do imóvel.” Limite com outro país: à falta de convenção fiscal com esses países, o critério mais razoável é o da tributação proporcional à área localizada no Brasil, seja ou não sede da Fazenda. O mesmo critério se aplica entre os Estados. Domicílio fiscal: o domicílio tributário é o do município do imóvel, sendo vedada a eleição de qualquer outro. 2.4.2 - Critério temporal do fato gerador O critério temporal é 1º de janeiro de cada ano, como é da tradição brasileira no tocante a impostos que gravam a propriedade. Art. 1º da Lei 9393/96 e art. 2º do Decreto 4382/02. 2.5 - Base de cálculo A base de cálculo do imposto é o valor fundiário do imóvel, de acordo com o art. 30 do CTN. A Lei 9393/96 no seu art. 11 e o Decreto 4382/02 em seu art. 32 dispõem que a base de cálculo do ITR é o Valor da Terra Nua tributável (VTNt), conceito equivalente ao do valor fundiário, o que significa que na fixação da base de cálculo não se considera o valor dos bens imóveis por acessão ou benfeitorias (excluem-se, portanto, os valores relativos a construções, instalações e benfeitorias, culturas, pastagens e florestas plantadas). Tais conceitos estão detalhados no art. 10 da Lei 9393/96. Terra nua = preço de mercado, excluído o valor das construções, instalações, benfeitorias, culturas permanentes, pastagens e florestas plantadas. Todavia, compreende as árvores e os frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. 2.6 - Alíquotas Art. 11 da Lei 9393/96 e art. 34 do Decreto 4382/02 Conforme determina a CF, art. 153, § 4º, I o imposto será progressivo e as alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, expressando, portanto, sua feição extrafiscal, mediante a aplicação do princípio da função social da propriedade à propriedade rural. Atendendo ao dispositivo constitucional, a Lei 9393/96 estabelece as alíquotas do ITR em função da área total e do grau de utilização do imóvel, que variam de 0,03 a 20%; alíquota esta de caráter evidentemente confiscatório e, portanto, incompatível com o princípio da vedação da utilização de tributo com efeito de confisco (art. 150, V, CF). 2.7 - Regras gerais Imunidade em Reforma Agrária: o ITR incide ainda sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse (art. 2º, §, 1º, I e II do Decreto 4382/02). Imunidade e a função social da propriedade: o proprietário que não possua outro imóvel poderá gozar da imunidade das pequenas glebas rurais. Essa imunidade prevê uma relativização do instituto da propriedade na busca da justiça social, procurando diferençar o ausentismo na propriedade rural do seu adequado aproveitamento. Lançamento: por homologação (art. 10, da Lei 9393/96). Bibliografia básica do módulo: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 6. ed. São Paulo: Editora Método. 2012. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1. ed. 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4. ed. 2 tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. Bibliografia complementar: AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. SãoPaulo: Malheiros, 2006. Legislação para consulta: Constituição Federal Código Tributário Nacional 3.1 – Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI O artigo 153, IV, da CF, estabelece ser de competência da União a instituição do imposto sobre produtos industrializados. A União, na forma do artigo 153, IV, da CF, poderá instituir: IV – imposto sobre produtos industrializados. O §3°, do artigo 153, em seus incisos I a IV, contempla norma de grande relevância na moldura do imposto: a) Seletividade do imposto. Significa que a lei procederá a discriminação de tratamento estabelecida em função da essencialidade do produto, critério apontado constitucionalmente. Em outras palavras, a exigência do IPI há de ser modulado consoante o grau de essencialidade dos produtos industrializados para o consumidor: quanto mais essenciais, menor deve ser a tributação; quanto menos essenciais, o imposto deve atingi-los com maior intensidade. b) Não cumulatividade: compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Consagrado no artigo 49 do CTN. c) Não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. Cuida-se de autêntica imunidade específica ao IPI, expressão constitucional da aludida máxima do comércio internacional, segundo a qual não se deve exportar impostos. d) A redução de seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei, comando introduzido pela EC no 42, de 2003. 3.1.1 - Sujeito ativo O sujeito ativo é a União Federal. 3.1.2 - Sujeito passivo Conforme o art. 51 do Código Tributário Nacional: a) o importador ou quem a ele a lei equiparar; b) o industrial ou quem a ele a lei equiparar; c) o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça a industriais ou a estes equiparados; d) O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados levados a leilão; 3.1.3 – Fato gerador O fato gerador poderá, assim, ocorrer nas seguintes situações delineadas no artigo 46 do Código Tributário Nacional: “Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II - a sua saída do produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial; III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.” São duas as principais hipóteses de ocorrência do fato gerador do IPI: Na importação: o desembaraço aduaneiro de produtos de procedência estrangeira. Na operação interna: a saída de produto de estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. 3.1.4 - Base de cálculo Segundo o artigo 47 do Código Tributário Nacional, a base de cálculo do imposto é: a) No caso do produto procedente do exterior: o preço normal, acrescido do próprio imposto de importação, das taxas aduaneiras e dos encargos cambiais, no caso de desembaraço aduaneiro. b) No caso de saída de mercadoria do estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante: o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; ou na falta deste valor, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; c) o preço da arrematação de produto aprendido ou abandonado e levado a leilão, o preço da arrematação. Na operação interna: O valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. Na importação: O valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou deste exigíveis. 3.1.5 - Alíquotas As alíquotas constam da TIPI – Tabela de Incidência do IPI. Variam de 0% a 365,63% (cigarros). 3.1.6 - O IPI é fiscal ou extrafiscal? O IPI é gravame federal de forte interesse fiscal, uma vez que representa importante incremento no orçamento do Fisco. Paralelamente, perfaz a função extrafiscal, regulatória de mercado, uma vez que vem onerar mais gravosamente artigos supérfluos e nocivos à saúde. O Poder Executivo poderá alterar as alíquotas do IPI, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, sem necessidade de obediência ao princípio da anterioridade para a cobrança, em havendo majoração. Ao editar a Emenda Constitucional 42/2003, o legislador constituinte atendeu aos pleitos dos contribuintes, estendendo a noventena aos tributos em geral e não excetuando o IPI. Assim, o IPI não se sujeita ao Princípio da Anterioridade (150, III, b, da CF) e está sujeito ao Princípio da Noventena (150, III, c, da CF). 3.1.7 - Lançamento O IPI está sujeito ao lançamento por homologação. 3.2 – Imposto sobre Operações Financeiras – IOF Introdução “Artigo 153 [...] da CF V- operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.” O IOF tem função predominantemente extrafiscal (controle da política monetária), embora seja bastante significativa a sua função fiscal, ensejando o recolhimento de somas consideráveis. Sua arrecadação ocorre nas operações realizadas por instituições financeiras, como os bancos, Caixas Econômicas, corretoras, lojas de câmbio, empresas de seguros privados e outros. 3.2.1 - Sujeito passivo a) pessoas jurídicas tomadoras de crédito; b) as compradoras ou vendedoras de moeda estrangeira; c) as pessoas físicas ou jurídicas seguradas; d) adquirentes de títulos ou valores mobiliários e instituições financeiras; e) as instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil a efetuarem a primeira aquisição do ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial. 3.2.2 – Fato gerador São cinco hipóteses de incidência distintas, todos referentes ao conceito de operação financeira, que essencialmente é o negócio jurídico celebrado com o objetivo de lucro. 1) Operação de crédito: alguém disponibiliza um valor, um crédito, a outrem. É o caso de empréstimo bancário. 2) Operação de câmbio: na troca de moeda nacional pela estrangeira, ou vice-versa, como ocorre quando se compra dólares por motivo de viagem ao exterior. 3) Operação de seguro: proteção de um bem em relação a determinado risco, como o seguro de vida ou de veículo. 4) Operações relativas a títulos e valores mobiliários abrangem os negócios jurídicos, envolvendo tais títulos, como letras de câmbio e ações. 5) Operações com ouro-financeiro. Observações O artigo 153, §1o, da CF declara que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do IOF. Portanto, o imposto, no que diz respeito à alteração das alíquotas está excepcionando o princípio Constitucional da Legalidade. Ademais, o § 1o, do artigo 150 do texto constitucional determina que a alteração das alíquotas do IOF não se sujeita ao Princípio Constitucional da Anterioridade anual e a nonagesimal. Bibliografia básica do módulo: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 6. ed. São Paulo: Editora Método. 2012 COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1. ed. 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4. ed. 2 tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. Bibliografia complementar: AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.4 - Contribuições em espécie Entende-se que subsistem no sistema tributário nacional cinco espécies tributárias. Esse é o entendimento que tem prevalecido na doutrina e no Supremo Tribunal Federal: 1) impostos; 2) taxas; 3) contribuições de melhorias; 4) empréstimos compulsórios; 5) contribuições especiais. 4.1 - Conceito de contribuições As contribuições são tributos destinados ao financiamento de gastos específicos, estão atreladas no contexto de intervenção do Estado no campo social e econômico, sempre no cumprimento dos ditames da política de governo. São denominadas pela doutrina e pela jurisprudência de parafiscais ou especiais. No entanto, vamos adotar a denominação Contribuições Especiais. Revisando: Os tributos, como regra, são instituídos, arrecadados e fiscalizados pela mesma entidade impositora. No entanto, na parafiscalidade, a instituição é realizada por uma pessoa política (GERALMENTE A UNIÃO) e as atividades de arrecadação e fiscalização, pelo ente parafiscal (autarquias, entidades paraestatais). A contribuição parafiscal é tributo devido a entidades paraestatais, em razão de atividades especiais por elas desempenhadas. 4.2 - O artigo 149 da Constituição declara: “Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.” “Da análise do artigo 149 da Constituição Federal podemos interpretar as características das Contribuições: a) Sua instituição está autorizada para que funcione como instrumento de atuação da União; b) As contribuições estão atreladas ao atendimento de suas finalidade constitucionais; c) São tributos qualificados por suas finalidades.” (Roque Carrazza) 4.3 - Contribuições ESPECIAIS prevista pelo texto constitucional: (adotamos esta classificação) 1) Contribuições sociais: seguridade social, outras contribuições sociais, contribuições sociais gerais. 2) Contribuições de interesse de categorias profissionais e econômicas ou corporativas. 3) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). 4) Contribuição para custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP). 4.4.1 – Contribuições sociais As contribuições sociais constituem instrumento de atuação da União na área social, título da ordem social no texto fundamental (artigos 193 a 232). Portanto, as contribuições sociais podem ser instituídas para alcançar finalidades relativas à seguridade social, à educação, à cultura e ao desporto, à ciência e à tecnologia, à comunicação social, ao meio ambiente, à família, à criança, ao adolescente, ao idoso e aos índios. As contribuições sociais podem ser classificadas como: • contribuições de seguridade social; • outras contribuições; • contribuições sociais gerais. 4.4.2 Contribuições de seguridade social Conforme estabelece o artigo 195 da Constituição Federal: “Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.” Comentários ao artigo: O orçamento da seguridade social é composto de receitas oriundas de recursos dos entes públicos (financiamento indireto) – por meio dos impostos e de receitas provenientes das contribuições (financiamento direto). As contribuições são instituídas por lei, com base na Constituição, para o custeio da seguridade social (artigo 195 da CF c/c artigo 11, da Lei n. 8.212/91). Em relação ao princípio da anterioridade, as contribuições sociais serão cobradas 90 dias após a publicação da lei instituidora ou modificadora e o pagamento do tributo. É conhecida como anterioridade especial (nonagesimal ou mitigada), ou período de noventena. As contribuições para a seguridade social obedecerão a um período de anterioridade especial de 90 dias, independente do ano civil. Outro comentário, em relação às imunidades; duas importantes normas de não incidência de contribuição social: I) Imunidade de contribuição social para as entidades beneficentes de assistência social (artigo 195, § 7o, CF). II) Imunidade de todas as contribuições sociais para as receitas decorrentes de exportação (artigo 149, §2 o,I). O artigo 195, § 4o, da CF/88, atribui à União uma espécie de competência residual para instituir novas contribuições destinadas à sua manutenção e expansão, as quais são chamadas de outras contribuições sociais. Contribuições sociais dos trabalhadores e dos demais segurados Art. 195, inciso II, da CF/88, o trabalhador e os demais e segurados da Previdência Social podem ser obrigados ao recolhimento das contribuições sociais, destinadas à Previdência Social. Fato gerador: remuneração paga ou creditada pelos serviços prestados pelo segurado, independentemente da denominação utilizada. Alíquota: são variáveis entre 8% a 11%. Base de cálculo: salário-contribuição, observadas as parcelas que o integram, conforme definido por lei. Sujeito passivo: trabalhador, entendido este como o segurado empregado, incluídos o doméstico e o trabalhador avulso. Contribuição social patronal sobre a folha de pagamentos Fato gerador: folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física. Alíquota: 20% Base de cálculo: total das remunerações pagas, devidas ou creditadas ao segurado empregado, ao trabalhador avulso e ao segurado contribuinte individual. Contribuição social para financiamento da seguridade social (Cofins) Previsão: artigo 195, I. Fato gerador: auferimento de faturamento mensal. Alíquota: a alíquota da Cofins dependerá da fórmula de apuração da contribuição. Se não cumulativa, a alíquota será de 7,6% e na forma cumulativa, a alíquota da contribuição será de 3%. Base de cálculo: faturamento oureceita bruta mensal das pessoas jurídicas, a qual consiste na integralidade das receitas auferidas, observadas as exclusões admitidas em lei. Sujeito passivo: pessoas jurídicas de direito privado e equiparadas. Contribuições Sociais sobre o Lucro Líquido (CSLL) Previsão: art. 195, inciso I, alínea "c" da CF/88, é representada pela sigla CSLL, com fundamento na Lei 7.689/88. Fato gerador: auferimento do lucro líquido (art. 28, da Lei 9.430/96). Alíquota: de 9%. Base de cálculo: lucro líquido das pessoas jurídicas, ajustado por adições e exclusões próprias da legislação aplicável. Sujeito passivo: pessoas jurídicas de direito privado ou equiparadas. Contribuições de interesse de categorias profissionais econômicas No seu artigo 5o, XIII, a CF declara livre o exercício de qualquer trabalho ofício ou profissão, mas prevê a possibilidade de a lei estabelecer as qualificações profissionais necessárias para o exercício de tal direito. Com fundamento na autorização constitucional, foram criadas instituições descentralizadas que fiscalizam o exercício de determinadas profissões. Assim, o Estado poderá instituir tributos e reservar o produto da arrecadação a essas entidades para que possam realizar a fiscalização apontada na Constituição. São tributos parafiscais, na medida em que são arrecadadas, por delegação da União, por outras entidades para custeio de seu funcionamento autônomo, na realização de funções estatais e de interesse do poder público. São exemplos de entidades representativas de categorias profissionais e econômicas: CRC, CREA, CRM, entre outros. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico - CIDEs As contribuições são tributos de competência exclusiva da União para promover um controle fiscalizatório de atividades econômicas, regulado seu fluxo produtivo o estímulo a determinado setor da economia. A atuação estatal no caso das contribuições de intervenção no domínio econômico deve ser voltada ao grupo que irá suportar os ônus decorrentes da exação, revertendo a atuação do Poder Público ao próprio grupo. Cumpre mencionar, seguindo o entendimento doutrinário, os pressupostos para instituição válida das contribuições de intervenção no domínio econômico, a saber. a) Efetiva intervenção da União nos sentidos constitucionalmente estabelecidos e legitimados, no segmento econômico específico objeto de intervenção. b) Referibilidade da contribuição à contribuinte participante de determinado domínio econômico. c) Vinculação específica objetiva da contribuição. d) Transitoriedade caracterizada pela instituição da contribuição visando a alcançar determinada finalidade que, se alcançada, implica na extinção da própria exação. Com advento da EC no 42/03, foi dada nova redação o inciso II, do § 2o, do art. 149 da CF, passando a existir a possibilidade das CIDEs incidirem, assim como as contribuições sociais, sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. Segundo o art. 149, § 2o, inciso I, II e § 4 o, da CF/88, aplicam-se às CIDEs as seguintes regras: “I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços III - poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.” Há dois bons exemplos de CIDE: CIDE combustíveis - art. 177, § 4o, da CF/88. Lei: 10.336/01 Fato gerador: importação e comercialização no mercado interno de petróleo, gás natural e outros combustíveis. Contribuinte: produtor, formulador, importador. Base de cálculo: unidade de medida (metro cúbico, tonelada). Alíquota: específica (“tantos R$ por metro cúbico ou tonelada”), podendo ser alterada por ato do Executivo (art. 177, § 4, da CF). Destinação: financiamento de projetos ambientais, programa de infraestrutura de transportes e pagamento de subsídios a preços e transportes de combustíveis. CIDE - royalties Lei: 10.168/00 Fato gerador: pagamento/remessa a residentes no exterior de royalties, a qualquer título, remuneração decorrente de contratos que impliquem transferência de tecnologia e serviços técnicos, de assistência administrativa e semelhantes. Contribuinte: detentoras de licença de uso ou exploração e signatários de contratos com transferência de tecnologia etc. Base de cálculo: valor pago/remetido ao exterior. Alíquota: 10% Destinação: financiamento de programas de ciência e tecnologia, fomento a pesquisa, inovação tecnológica etc. Contribuições para Custeio do Serviço de Iluminação Pública – COSIP Nos termos do art. 149-A, da CF, os municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, observados os princípios da legalidade, irretroatividade e princípios da anterioridade comum nanagesimal. Bibliografia básica do módulo: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 6. ed. São Paulo: Editora Método. 2012. COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1. ed. 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4. ed. 2 tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012. Bibliografia complementar: AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. MORETTI, Daniel. Direito Tributário II. São Paulo: Saraiva 2010. Sugestão de leitura: MORETTI, Daniel. Pockets Jurídicos 31 - Direito TributárioII. 1. ed. 2009. Minha Biblioteca. Web. 31 July 2013 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502142145>. Legislação para consulta: Constituição Federal Código Tributário Nacional
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