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NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO(1)

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NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO: EVOLUÇÃO DO FENÔMENO 
DE TRIBUTAR – CONCEITO DE TRIBUTO E ESPÉCEIS TRIBUTÁRIAS 
 
1. Noções Gerais 
 
Se Direito consiste no conjunto de normas, regras e princípios que 
disciplinam as relações sociais, é correto dizer que Direito Tributário é o 
conjunto de normas, regras e princípios que disciplinam a relação jurídica 
tributária. 
Tal afirmação decorre do fato que toda e qualquer matéria do direito 
para que receba a qualificação jurídica de disciplina jurídica deve ter normas, 
regras e princípios jurídicos próprios que proporcionem o estudo de forma 
didaticamente autônoma. 
Por tais razões se diz que o direto tributário é um conjunto de 
normas, regras, proposições e princípios jurídicos próprios que tem por 
fim a disciplina da instituição, fiscalização e arrecadação de tributos. 
 
2.Origem 
 
Em direito Administrativo se aprende que o Estado é um ente político e 
como tal é uma pessoa jurídica de direito público. Ora, todas as pessoas 
precisam de dinheiro para sobreviver. Os Estados realizam gastos para 
manutenção de sua existência e para oferecer conforto a seus cidadãos. 
Prover e manter as Forças Armadas para a defesa de seu território, serviços 
diplomáticos para suas relações com outros Estados e serviços administrativos 
internos e ainda, procuram melhorar a qualidade de vida de sua população, 
oferecendo-lhes serviços de assistência social e previdência, saúde, educação 
e muitos outros. 
 
Todos esses gastos demandam dinheiro. Nesse sentido, é necessário 
que o Estado tenha um sistema de finanças públicas para realizar e suportar os 
dispêndios, em moeda, para sua manutenção e de seu povo. 
Há algumas possibilidades para arrecadar dinheiro aos cofres públicos: 
exploração do patrimônio estatal, arrecadação de tributos e mecanismos 
financeiros, por exemplo. Atualmente, a mais importante fonte de geração de 
receitas para o Estado é a tributária. Por isso, as normas jurídicas que têm por 
objeto os tributos despontam em importância no quadro das normas de direito 
público. As normas tributárias são agrupadas no que se convencionou 
chamar de direito tributário. 
A cobrança do fisco sempre existiu, desde a Antiguidade antes de Cristo 
já existia o dever das pessoas em pagar tributos. Na Idade Média, a instituição 
da corvéia, representou a primeira noção de tributo. Existia um feudo com a 
cerca em volta que davam segurança para quem vivesse dentro do feudo, e 
para isso era preciso pagar a corvéia. Ela era o período de 3 dias trabalhado 
em favor do senhor feudal ou do estado. Ela era imposta ao cidadão. Daí a 
origem da palavra imposto. Quem não pagava era colocado para fora do feudo 
ou era jogado aos animais, para que servisse de exemplo para os demais. 
A doutrina esclarece que o nascimento do tributo na disciplina legal foi 
com a Magna Carta de 1215, que trazia não só a possibilidade de tributação 
pelo monarca, como também impunha limites ao poder absolutista da coroa, 
trazendo assim garantias ao contribuinte. 
Entretanto a noção de direito tributário só nasceu com o conceito de 
Estado Moderno, pois é com este conceito que surge regramentos mais claros 
acerca do dever do estado, de seu poder e suas limitações. São essas novas 
regras que criam condições para um estudo acerca da instituição, da 
fiscalização e da arrecadação dos tributos. 
Devemos salientar ainda que a primeira codificação do direito tributário 
foi realizada por Enno Becker, somente em 1909, na Alemanha com a RAO 
(Reichsabgabenordnung). 
 
3. A autonomia do direito tributário 
 
Quando se fala em autonomia de um ramo do direito, devemos ler que 
se trata de disciplina didaticamente autônoma. Atentem: o Direito é uno e 
indivisível, entretanto para facilitar aos estudantes a ciência do direito é dividida 
de forma didática, mas que se inter-relaciona com os demais ramos do direito. 
O direito tributário não só possui autonomia didática, através dos 
princípios jurídicos próprios que lhe conferem tal especialidade, como também 
a autonomia científica, pois o direito tributário além dos princípios próprios, 
tem institutos específicos (conceito de tributo, lançamento, fato gerador, 
imunidade, isenção, elisão e evasão fiscal, etc.). 
E por fim, ainda existe a autonomia legal, uma vez que o direito positivo 
prevê nos diferentes graus legislativos o direito tributário. (Na constituição, no 
código tributário nacional, nas leis específicas sobre isenção, etc.). 
 
4. Relação com os outros ramos do Direito 
 
O Direito Tributário se inter-relaciona com os outros ramos do Direito: 
 
1. Direito Constitucional: a relação do direito tributário com esse ramo do 
direito é profunda e da maior significação. O legislador constituinte tem 
dedicado grande atenção aos tributos. Temos um longo capítulo dentro da 
CF/88 dedicado a eles, intitulado sistema tributário. Nele encontramos as 
limitações ao poder de tributar: competência tributária, princípios 
constitucionais tributários, imunidades etc. 
2. Direito Penal: vai disciplinar as questões tributárias que ensejam a pena 
 privativa de liberdade ou a pena restritiva de direito, no caso dos crimes 
tributários, dependendo do tipo penal. Ex: sonegação fiscal. 
4. Direito Civil: Na aquisição de bens ou na transmissão destes, seja através 
de inventário, seja por doação, deverá haver pagamento de imposto 
disciplinado pelo direito tributário. 
5. Direito Processual Civil: será utilizado em todas as ações e processos 
tributários. 
6. Direito Administrativo: também é muito intensa a vinculação do direito 
tributário com esse ramo do direito. Um importante documento tributário é o 
lançamento. Ele formaliza o crédito fiscal, nas hipóteses em que cabe ao Fisco 
a tarefa de constituí-lo. É o lançamento é um ato administrativo, da categoria 
dos vinculados. Como ato administrativo, ele é estudado tanto pelo direito 
tributário quanto pelo direito administrativo. Além de outras do estudo das taxas 
determinadas para o exercício do poder de polícia ou o uso de serviço público 
individualizado será disciplinada pelo direito tributário. 
Estes são apenas alguns dos exemplos, pois o Direito Tributário acaba 
tangenciando todos os demais ramos do Direito. 
 
5. Conceito de Tributo 
De acordo com o artigo 3º do Código Tributário Nacional, tributo é “ 
toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. 
 
Vejamos cada uma das características sublinhadas apresentadas pelo conceito 
legal: 
 
_obrigação pecuniária compulsória: na obrigação tributária o sujeito ativo é a 
pessoa política (União, Estado, DF e Município) que pode (direito subjetivo) 
exigir a prestação do sujeito passivo, que é qualquer pessoa descrita na Lei 
que tem o dever jurídico de cumprir a prestação, ou seja, pagar o tributo ou 
emitir a NF. 
_ moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: deve ser prestado em moeda 
nacional. Mesmo se a compra for feita em outra moeda (em euro, por 
exemplo), deve-se fazer a conversão em moeda nacional (para real). 
_não constitua sanção por ato ilícito: não tem como ser ato ilícito porque 
decorre da Lei. Ora, se decorre de lei, só pode ser decorrente de ato lícito. O 
tributo aqui, se diferencia daMULTA, que é proveniente de um ato ilícito.Ex:não 
emite a nota fiscal. O fiscal vai até o estabelecimento e faz a auditoria da 
contabilidade da empresa. Se a saída não bate com a entrada, o fiscal faz um 
auto de infração e emite uma multa pelo não cumprimento do dever jurídico 
instrumental, ou seja, por ter praticado um ato ilícito. 
_instituída por lei: (“ex-lege”) por força de Lei, ou seja, só poderá exigir o 
tributo se houver uma Lei que o descreva, em razão do princípio da estritalegalidade, também chamado legalidade tributária (para se ter a licitude de 
cobrar um tributo ele tem de estar instituído em Lei). 
_atividade administrativa plenamente vinculada: porque a forma 
decobrança do tributo é o lançamento, que é um procedimento administrativo 
descrito na sua integralidade pela lei. 
 
 
 
6. Espécies de tributos 
 
 Segundo o artigo 145 da CF e artigo 5 do CTN, são 3 (três) as espécies 
tributárias, isto é, os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. E é 
esse é o entendimento de parte da doutrina (Paulo de Barros Carvalho, Sacha 
Calmon Navarro Coelho). Já para Luciano Amaro, entende que as espécies 
tributárias são: impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios. 
Porém, a doutrina predominante (dentre eles Eduardo Sabbag) e posição do 
Supremo Tribunal Federal, adotam a teoria pentapartida (pentapartite ou 
quinquipartida) que distribuiu os tributos em (5)cinco autônomas 
exações: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos 
compulsórios e as contribuições. 
 
 
1)Imposto: é o tributo, previsto no inciso I do artigo 145 da CF, cuja 
obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer 
atividade estatal específica.O artigo 16 do CTN assim determina, in verbis: 
“é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte”. 
Ex: o IR não fica adstrito a uma determinada função, se paga o imposto 
de renda e não se sabe para onde ele vai, sabe-se somente que vai ser 
aplicado na educação, ou no transporte, ou em outra atividade estatal. 
 
 
2)Taxas: cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como 
fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, 
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II da CF e art. 77 do CTN). 
É vinculada à atuação estatal: 
a) exercício do poder de polícia: significa que esta atividade será 
remunerada através de taxa. No CTN, o art. 78 traz o conceito de poder de 
polícia, que resumindo significa a atividade de fiscalização. É o poder de 
polícia que determina o limite do direito de cada um, a fronteira entre o 
direito de um e de outro. Disciplina tanto na esfera pública quanto na 
esfera privada. Assim, toda vez que houver a necessidade do poder de 
polícia haverá a cobrança de uma taxa. Por ser um ato vinculado, significa 
que tem de cumprir o ato para o qual foi paga aquela taxa. Ex: alvará de 
funcionamento, alvará de construção, etc., paga a taxa a autoridade tem a 
obrigação de dar o alvará, não pode negá-la. Simplesmente paga a taxa e 
alguns depois retira a licença. 
 
b)utilização de serviços públicos: não é qualquer serviço público, precisa 
ser serviço publicoespecífico, divisível e efetivo ou potencial, ou seja, 
pode estar a disposição ou ser efetivamente prestado. Ex: água. 
 
 O mais importante é saber que para que seja efetivamente 
cobrada uma taxa, o serviço público precisa ser prestado de forma 
específica e divisível, é o serviço público “uti singuli”. Toda vez que ouvir 
que a expressão uti singule, quer dizer que o serviço público foi prestado 
de forma específica e divisível. 
ØUti singuli quer dizer que a utilidade é singular, é específico, é 
individual, é passível de mensuração. Pode-se determinar quem o utilizou. 
Ø Uti universi quer dizer que o serviço público é fornecido a todos, 
indiscriminadamente. É prestado para todos, não é passível de 
mensuração, não se pode determinar quem são os destinatários finais. É 
o custeado por impostos. 
 
 Importante ressaltar que, segundo o art. 145 da CF, as taxas 
não poderão ter base de cálculo própria dos impostos. 
 
 
3) Contribuição de melhoria: cobrada pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas 
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que 
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa 
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra 
resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
 Prevista pelo art. 145, III da CF e art. 81 do CTN, trata-se de um 
tributo vinculado à atuação estatal, porque todas as vezes que for ocorrer 
uma valorização patrimonial decorrente da realização de uma 
determinada obra pública, haverá a cobrança do tributo. Ex: 
metrô à valorização no imóvel. 
 
4) Contribuição: é o tributo que somente poder ser criado pela União 
(competência exclusiva) destinado à intervenção no domínio econômico e 
de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto 
nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo (art. 149 da CF). 
üSociaisà são as contribuições previdenciárias; 
üProfissionais ou intercorrentesà são as contribuições às entidades 
profissionais. Ex: OAB, CRM, CREA, CRECI, etc. 
ü De domínio econômico à contribuição que a União institui para regular 
as relações econômicas e ao mesmo tempo arrecadar fundos para um fim 
determinado. Ex: CIDE sobre gasolina. 
 
5) Empréstimo Compulsório:é o tributo que exclusivamente só pode ser 
instituído pela União Federal, através de lei complementar e tem por 
finalidade: 
(I) atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência, e; 
(II) no caso de interesse público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b da Constituição 
Federal (art. 148 da CF).

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