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Conclusões
 
 A organização do trabalho exerce, sobre o homem, uma ação especifica, cujo impacto é o aparelho psíquico. Em certas condições emerge um sofrimento que pode ser atribuído ao choque entre uma história individual, portadora de projetos, de esperanças e de desejos, e uma organização do trabalho que os ignora. Esse sofrimento, de natureza mental, começa quando o homem, no trabalho já não pode fazer nenhuma modificação na sua tarefa no sentido de torna-la mais conforme as suas necessidades fisiológicas e seus desejos psicológicos, isso é quando a relação homem-trabalho é bloqueada. O trabalho repetitivo cria a insatisfação cujas consequências não se limitam a um desgosto particular. Ela é de certa forma uma porta de entrada para a doença e uma encruzilhada que se abre para as desconpensacões mentais ou doença somáticas, em virtude de regras que foram em grande parte elucidadas. A noção de carga psíquica de trabalho é talvez uma hipótese utilizável. Quando a relação com a organização do trabalho é favorável ao invés de ser conflituosa, é porque pelo menos uma das duas condições seguintes é realizada:
- As exigências intelectuais, motoras ou psicossensoriais da tarefa estão especificamente de acordo com as necessidades dos trabalhadores considerado de tal maneira que o simples exercício da tarefa está na origem de uma descarga e de um “prazer de funcionar”.
- O conteúdo do trabalho é fonte de uma satisfação sublimatória: situação que a bem dizer é rara em comparação com a maioria das tarefas, encontradas em circunstâncias privilegiadas onde a concepção do conteúdo do ritmo de trabalho e do modo operatório é em parte deixada ao trabalhador.
 A priori, toda tarefa é suscetível de servir, para alguns de suporte num processo de sublimação. Mas é preciso reconhecer que a tendência geral a divisão crescente do trabalho da qual o sistema Taylor é a caricatura compromete as possibilidades ao mesmo tempo em que diminui a escolha e a margem deixada ao livre arranjo da tarefa. Basta pensarmos no trabalho dos enfermeiros nos hospitais, por exemplo, ou nas condições administrativas impõem a escolha dos atores e do argumento, determinam os horários de trabalho, censuram a montagem do filme, ditam as sequencias a serem suprimidas e a refazer etc. A ponto de o diretor não ser mais do que um executante, como os outros sobre o qual se exerce a chantagem do afastamento e da substituição pelas centenas de colegas sem trabalho, que esperam na porta. A relação do homem com a organização do trabalho é a origem da força psíquica do trabalho. Uma organização do trabalho autoritária que não oferece uma saída a energia passional, conduz a um aumento da carga psíquica. Na maioria das tarefas, mesmo a mais desqualificada a exploração passa também pela profundeza do aparelho mental. Essa observação tem provavelmente, uma grande importância, pois ela é de natureza a fazer reconsiderar as teorias econômicas da força de trabalho. 
 Contra o sofrimento, a ansiedade e a insatisfação, dissemos, se constroem sistemas defensivos. Se não fosse sua especificidade, que permite adivinhar que as defesas escondem alguma coisa, elas seriam totalmente opacas. A ponto de o sofrimento, na maior parte dos casos, esquivar-se a verdade (invisibilidade cheia de consequências, pois, desse modo, a dor permanece desconhecida não apenas dos observadores, mas também dos próprios trabalhadores). A investigação que propomos, em psicopatologia do trabalho, traz de volta a questão, tão controvertida, da alienação. Alienação no sentido em que Marx a compreendida nos manuscritos de 1844, isto é, a tolerância graduada segundo os trabalhadores de uma organização do trabalho, que vai contra seus desejos, suas necessidades e sua saúde. A alienação seria, talvez, a etapa necessária e primeira, da qual falamos, a propósito da sujeição do corpo. 
 O trabalho torna-se perigoso para o aparelho psíquico quando ele se opõe a sua livre atividade. O bem-estar, em matéria de carga psíquica, não advém só da ausência de funcionamento, mas pelo contrário, de um livre funcionamento, articulado dialeticamente com o conteúdo da tarefa, expresso, por sua vez, na própria tarefa e revigorado por ela. Em termos econômicos, o prazer do trabalhador resulta da descarga de energia psíquica que a tarefa autoriza, o que corresponde a uma diminuição da carga psíquica do trabalho.

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