Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA I 2016.2 Contabilidade Tributária Conceitos A escrituração contábil societária regular foi o mecanismo encontrado pelo Governo para propiciar a apuração de tributos. Daí dizer-se que a contabilidade presta-se a cálculos diversos nesta apuração: Imposto de Renda, PIS, COFINS, ICMS, etc. A contabilidade tributaria é um ramo da Ciência Contábil que reúne um conjunto de estudos de fenômenos e procedimentos que visam apurar e conciliar a geração de tributos de uma entidade. Também chamada de "Contabilidade Fiscal". Princípios constitucionais Princípio da capacidade contributiva Princípio da Legalidade Princípio da isonomia Princípio da irretroatividade da lei Princípio da anterioridade Princípio da noventena P. da vedação ao confisco Princípio da imunidade recíproca das esferas publicas. Princípio da não-cumulatividade outros TRIBUTOS CTN Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Espécies tributárias Imposto Taxa Contribuição de Melhoria Contribuições Sociais (Pis/Cofins, CSL, Previdenciária, etc...) Empréstimos Compulsórios Impostos Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. (art. 16) Federais: IR – IPI -II e IE- IOF –ITR e outros Estaduais: ICMS, IPVA, ITBI Municipais- ISS e IPTU TAXAS As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. (Art. 77. ) A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Contribuição de Melhoria A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (Art. 81) Legislação Tributária A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. (Art. 96) São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: (Art. 100) I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo Vigência da Leg. Tributária Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. Obrigação Tributária Principal e Acessória A obrigação tributária é principal ou acessória. (Art. 113) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária Fato Gerador Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. (Art. 114) Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. ( Art. 115) Art. 116. .......... Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Crédito Tributário O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. (Art. 139). Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (Art. 142) A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. (parágrafo único) Lançamento O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. (Art. 144) Modalidades do lançamento: De ofício Por Declaração Por homologação Lançamento por homologação O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. ( art. 150) Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Fato Gerador do IR O Fato Gerador do Imposto de Renda e da Contribuição Social; O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica (CTN, art. 43): de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. Planejamento Tributário Definição de planejamento tributário; Conjunto de ações praticadas pelas empresas com objetivo de reduzir sua carga tributária. Essas ações podem representar tanto meios legais quanto meios ilegais. Daí a necessidade em separar o Planejamento Tributário de acordo com sua forma. Elisão e Evasão Fiscal O planejamento que utiliza exclusivamente meios legais é tratado no mercado pelo termo Elisão Fiscal, enquanto que a presença de uma ou mais ações ilegais o termo é alterado para Evasão Fiscal (a entidade estaria evadindo de suas responsabilidades). Apesar da fácil definição, separar esses conceitos na prática nem sempre é factível, pois ainda depende da interpretação que cada indivíduo observa na aplicação das regras tributárias. Assim, a gestão fiscal de uma empresa passa a ter forma variada, que serão abordadas nesta disciplina. Leitura Parte introdutória do livro proprietário da disciplina; ou Capitulo 15, de PEGAS, Paulo Henrique. Manual De Contabilidade Tributária. Regimes apuração tributária Lucro Real: pode ser adotado por qualquer empresa, mas obrigatório naquelas cujo faturamento anual exceda 78 milhões de reais (grande porte) Lucro Presumido: permitido apenas para aquelas empresas de médio porte, ou seja, com faturamento anual igual ou inferior a 78 milhões de reais ou 6,5 milhões de reais mensais. Lucro Arbitrado: previsto em caso específicos, naquelas empresas sem escrituração contábil ou com dificuldades em atender às obrigações assessórias Simples Nacional: facultativo para micro e pequenas empresas somente, cujo faturamento não exceda 360 mil e 3,6 milhões de reais, respectivamente Opção A opção pelo regime de tributação (Real, Presumido ou Arbitrado) se dá com o primeiro recolhimento (pagamento do Darf), normalmente em janeiro. No caso de opção pelo Simples Nacional, a proponente deverá fazer seu cadastro no programa (via online) até o final de janeiro e aguardar confirmação positiva do fisco. Mudança de regime; Após escolhido o regime, a legislação permite alteração apenas no próximo exercício fiscal, ou seja, a escolha tem validade irrevogável e irretratável do ano civil. Períodos de Apuração Lucro Real Trimestral Anual Lucro Presumido Trimestral Arbitrado Trimestral Simples Nacional – Mensal Retenção na fonte pagadora Retenção na fonte pagadora; Forma simplificada e antecipada de arrecadação pelas fontes pagadoras. Antecipação do devido (lucro real) Tributação Exclusiva na fonte – (Simples) Ex. Rend. Aplicações financeiras Formas de pagamento, restituição e compensação Formas de pagamentos DARFs e DAS para o SN Códigos de Arrecadação para cada tributo Multas por atraso/Atualização pelo índice SELIC (relação competência x vencimento); Multas de Mora – limitadas a 20% Multas de ofício Pagamento a maior; Pedidos de compensação/ressarcimento/restituição; PerdComp. Obrigações acessórias As atividades tributárias (obrigação principal e acessória) são compostas pelos processos de cálculo dos tributos, pagamento dos tributos e por fim a entrega de informações ao Fisco relativos a estas operações. Estas informações são atualmente representadas nas Declarações Fiscais: DIRF - declaração de impostos retidos na fonte, DCTF - Declaração de Créditos Tributários Federais e recentemente a escrituração do Sped ECF que substitui o livro de apuração do lucro real e a Declaração de imposto de Renda da Pessoa jurídica. ECD Além destas ainda existe a DASN - declaração anual do simples nacional e também a PerdComp que concentra os processos de pedidos de ressarcimentos ou compensações dos crédito tributários. A gestão tributária inclusive passa por boa dose de entendimento sobre a PerdComp e os créditos passíveis de recuperação. Continuação Declarações de pagamento: DIRF, DCTF As duas declarações são informações de pagamento, ou seja, quais foram os DARFs emitidos e pagos pela empresa ao longo do ano. Declarações de cálculos: SPED ECF (DIPJ+Lalur), ou DASN O Sped ECF é uma obrigação assessória de informações de cálculo, que engloba desde os registros contábeis até o controle das planilhas de calculo do lado A e lado B. Além das informações fiscais, o Sped ainda capta informações de natureza econômico e de relacionamento da empresa com os acionistas e partes estrangeiras. Continuação Declarações de ressarcimento ou compensação (Dcomp) A perdcomp é um programa gerador de pedidos de devoluções de valores arrecadados em excessos ou créditos gerados por situações de prejuízos ou saldo negativos, que serão vistos posteriormente. Nele o contribuinte geralmente indica quais são os valores solicitados e qual forma deverá ser devolvido ou compensado. Após o envio, o pedido ainda passará por um filtro eletrônico antes de chegar ao responsável fiscal em aprovar o feito. (Ver IN RFB nº 1717/2017) Triangulação e confronto das informações pelo Fisco Para evitar problemas com pedidos de devolução de valores ou ainda em processos de cobrança/não conformidade com o fisco, o contribuinte deve se preocupar em manter uma coesão entre as obrigações assessórias. Valores calculados devem estar devidamente quitados e devidamente informados, assim temos uma triangulação de fiscalização que hoje é feita de forma informatizada: DIRF DIPJ DCTF Lalur PerdComp A relação atual entre a Contabilidade Societária e a Contabilidade Tributária As mudanças contábeis pela lei 11.638/07 e o RTT A partir de 2007, com a promulgação da lei 11.638/07, a contabilidade societária passou a sofrer uma série de alterações técnicas que comprometeram a base de cálculo tributaria nacional. Por conta de prazos apertados, e até mesmo pouco conhecimento das normas internacionais de contabilidade a época, a SRF adotou a postura de manter regras tributárias, criando o RTT, que apesar de extinto ainda exerce influencia sobre elementos do ativo/passivo. As alterações tributárias pela lei 12.973/14 e o fim do RTT Em 2014 surge a lei 12.973/14 que praticamente ratificou o efeito anulatório do RTT e alterou uma série de mecanismos tributários, principalmente aqueles que dependiam de definição objetiva como a receita bruta e as relações com os impactos provocados pela internacionalização das normas contábeis. (Ver IN RFB 1700/2017) Imposto de Renda e Contribuição Social pelo Lucro Real LALUR A formação do lado A: base de cálculo (o lucro real) Adições obrigatórias e Exclusões permitidas Resultado antes do IRPJ e da CSLL de acordo com nova lei das S.A e CPCs A apuração dos tributos sobre o lucro tem como ponto de partida o lucro apurado na DRE, segundo os preceitos técnicos dos CPCs. Entretanto, a legislação fiscal ficou estagnada com as regras de 2014. Assim, novas alterações contábeis precisam ser observadas pelo seu acolhimento ou não pela legislação. Estrutura de cálculo regular Continuação Continuação Apuração do Lucro Real Lucro contábil antes do IR e da CS (+) adições regulares (-) exclusões regulares (+) adições temporárias ou ajustes por mudança de critérios contábeis não absorvidos pela legislação fiscal (-) exclusões temporárias ou ajustes por mudança de critérios contábeis não absorvidos pela legislação fiscal = Lucro antes de compensações (-) Compensações de prejuízos fiscais/operacionais = Lucro Real Continuação Adições obrigatórias pela legislação fiscal Gastos/despesas contabilizadas e não aceitas pelo Fisco Estes valores reduzem o lucro e consequentemente a base de calculo tributária, por conta disso esses valores devem ser adicionados ao lucro. Ex.: doações, despesas sem nota fiscal, dentre outros. Ganhos/receitas não contabilizados e exigidos pelo Fisco Estes valores eram registrados como receitas pela legislação antiga, mas por conta de alteração das técnicas contábeis deixaram ser, reduzindo assim a base de calculo tributária. Por conta disso, esses valores devem ser também adicionados ao lucro. Ex.: receita de doações em ativos, dentre outros. Continuação Exclusões permitidas na legislação fiscal Gastos/despesas não contabilizadas e aceitas pelo Fisco São valores gastos pelo contribuinte mas que por questões técnicas não foram direcionados ao resultado. Neste caso, são permitidos para redução da base de calculo. Ex.: leasing financeiro, dentre outros. Ganhos/receitas contabilizados e não exigidos pelo Fisco Estes valores aumentam o lucro e consequentemente a base de calculo tributária, por conta disso esses valores podem ser excluídos do lucro. Ex.: reversão de provisões, subvenções governamentais, dentre outros. Continuação A formação do lado B: diferenças temporárias (tributos diferidos) Controle e registro das movimentações temporárias. Definição de tributo diferido Os tributos diferidos são valores originários de efeitos provocados quando a contabilidade já reconheceu uma receita ou despesa, mas o impacto tributário, ou seja, o Imposto de Renda incidente sobre elas será pago em períodos futuros, ou já foram pagos em períodos passados. O chamado conflito de competência entre a contabilidade societária e a tributária. Continuação Adições e Exclusões provocadas por eventos passageiros Os tributos temporários ou passageiros tem origem em operações societárias que dependem de evento futuro para sua consolidação, como por exemplo as provisões não dedutíveis. As provisões são constituídas por despesas que reduzem o lucro contábil e sua respectiva tributação, mas por força do RIR/99 este tipo de despesa não são dedutíveis. O efeito provocado é que as despesas serão ADICIONADAS neste primeiro momento, aumentando a tributação. Posteriormente esta provisão pode se tornar uma perda de fato ou pode ser revertida, isto é, depende de evento futuro para a definição de seu destino. Independente do que ocorrer, no futuro os valores serão EXCLUÍDOS. Em resumo, durante sua existência o impacto tributário é transitório, primeiro aumentamos tributação depois reduzimos tributação. Continuação Adições e Exclusões provocadas pela diferença de tratamento entre contabilidade societária e contabilidade tributária Divergências entre regras societárias e fiscais também geram saldo de tributos diferidos. Em especial naquelas empresas que possuem leasing financeiro ou utilizam taxa de depreciação diferente daquela prevista em lei. Por exemplo: uma empresa que utiliza taxa de depreciação de 4 anos para um bem cuja taxa legal prevista é de 5 anos, acaba registrando uma despesa contábil maior do que o RIR/99 permite, desta forma o valor a maior de despesa será ADICIONADO. Quando a vida útil societária terminar (4 anos) a empresa ainda terá mais 1 ano de vida útil fiscal, e neste período os valores que foram adicionados serão devidamente EXCLUÍDOS da apuração, anulando o efeito anterior. Mais uma vez evento fiscal transitório Continuação Nascimento e Evidenciação no Lado B do Lalur (registro de saldo no ativo/passivo) A evidenciação de valores transitórios são detalhados no Lalur da seguinte forma: a) NO ATIVO: Impostos pagos que serão recuperados em períodos futuros, os chamados créditos tributários. Ex.: despesa de provisões não dedutíveis, juros de leasing financeiro, prejuízos fiscais de exercícios anteriores, etc. b) NO PASSIVO: Impostos que serão pagos em exercício futuro. Ex.: diferenças de depreciação com vida útil societária menor, reavaliação de ativos, etc. Isto significa que o lado B do Lalur deve representar toda essa movimentação de entrada e saída de valores do ativo e passivo. O Lalur (e-lalur atualmente) é o livro de apuração do lucro real, que contem de forma detalhada os cálculos do lado A (valores a pagar de IR e CS) e os cálculos do lado B (valores diferidos-transitórios que afetaram ou vão afetar o lado A). Continuação Lembrar que de acordo com o princípio da competência essas despesas estão representadas em outros exercícios contábeis, por isso sua classificação transita pelo ativo e passivo antes de irem ao resultado. Lado A = despesa tributária do exercício Lado B = ativo/passivo O registro contábil segue o padrão: D- ativo fiscal diferido C- imposto de renda a pagar ou D-imposto de renda apagar C-passivo fiscal diferido Continuação Compensação de prejuízos fiscais. A formação dos créditos de prejuízos fiscais Ao final da apuração dos tributos pelo Lalur, independente se a entidade apresentou lucro ou prejuízo contábil, existe a possibilidade das exclusões superarem as adições e provocarem o chamado PREJUIZO FISCAL, que são valores negativos no resultado final. Forma de compensação e registro Estes valores também são controlados pelo lado B, porém de acordo com o RIR/99 sua compensação poderá ser realizada em exercícios futuros, porém limitado a 30% do lucro real em apuração. Seu registro segue a mesma sistemática dos tributos diferidos: D- ativo fiscal diferido sobre prejuízos fiscais C-imposto de renda sobre o lucro/prejuízo Cálculo do Imposto Aplicação da alíquota efetiva e adicional (ad-valoren) Alíquota principal fixa de 15% Segundo a legislação vigente, a CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro líquido deve ser apurada antes do Imposto de Renda, sua alíquota nominal fixa é de 9% no regime do lucro real. O IRPJ ? Imposto de Renda da Pessoa Jurídica vem a seguir com a alíquota nominal fixa de 15% sobre o lucro real Alíquota adicional de 10% para valores superiores a 20.000 mensais Além da alíquota nominal, o art. 542 do RIR/99 ainda prevê a aplicação de um adicional de IR naquelas empresas cujo valor do IR calculado exceder ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração (60.000 em apuração trimestral ou 240.000 em apuração anual). Isto porque a apuração do IR deve ser feita de forma cumulativa ao longo dos meses, até o final de seu exercício fiscal. O adicional deve ser aplicado apenas a parcela que exceder o limite de 20.000 mensais do lucro real. Continuação Desta forma, o impacto tributário nas organizações chega muito próximo a 34% sobre o lucro real, somando todas as alíquotas. Base de desconto dos benefícios fiscais Importante abordar que a alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições financeiras, sociedades seguradoras e assemelhadas. Além disso, nesta alíquota adicional não se aplica nenhum desconto (com exceção de decisões judiciais obviamente). Os benefícios fiscais e demais deduções permitidas atingem apenas os valores calculados na aplicação da alíquota principal nominal de 15%: PAT, Doações Culturais ou Esportivas, etc. Pagamentos por estimativas Formação do Saldo Negativo e Base Negativa Saldo negativo de IRPJ por excesso de pagamentos, ou Base Negativa de CSLL: Iniciamos este assunto com a definição do saldo negativo, que não pode ser confundido com o prejuízo fiscal. O saldo negativo é um fenômeno que acontece exclusivamente no regime do lucro real anual com pagamento por estimativas mensais. Consiste em um crédito tributário gerado no final do exercício fiscal, quando a empresa ao apurar o valor definitivo do IRPJ constata um excesso de pagamentos realizados ao longo ano (estimativas mensais), em resumo, valor apurado fica maior do que os pagamentos realizados por estimativas. Continuação O mesmo ocorre com a Contribuição Social, no entanto o termo mais utilizado para a CSLL é a chamada ?Base negativa?. Esta situação ocorre em especial quando o volume de despesas aumenta consideravelmente no final do exercício, mas também é provocado por outras situações como a não compensação de impostos retidos na fonte ao longo do ano, dentre outros. A diferença para o prejuízo fiscal é que este crédito se apresenta mesmo quando temos valores apurados para os tributos e sua compensação em exercícios posteriores não possuem a trava de 30% sobre o Lalur, mas são objetos de pedido de ressarcimento ou compensação (PerdComp). Também não se confunde com o pagamento a maior, cujo valor de Darf específico e definitivo é superior ao valor apurado. Continuação Total de IR apurado no ano = 11.648.000 Total pago pelas estimativas mensais = 12.733.000 Saldo negativo (crédito para ano seguinte) = 1.187.000 Contabilização 1. Contabilização do IRPJ e da CSLL segundo o CPC-32 Registro da despesa (provisão) de IRPJ e CSLL do exercício corrente O registro contábil da tributação sobre o lucro passou recentemente por mudança técnica, em respeito a primazia da essência sobre a forma, e principalmente pela interpretação/aplicação do regime de competência. O tributo corrente (imposto de renda corrente e a contribuição social corrente) são valores devidos de forma definitiva sobre o lucro tributável (prejuízo fiscal) do período de apuração, derivados exclusivamente do confronto entre receitas e despesas vinculadas. Para este grupo, a contabilização segue a forma comum de reconhecimento de despesa x obrigação: D-Despesa corrente de Imposto de Renda (ou Provisão de IRPJ) C-Imposto de renda a pagar D-Despesa corrente de Contribuição social (ou provisão de CSLL) C-Contribuição social a pagar Registro dos tributos diferidos Registro dos tributos diferidos Esta técnica permite um melhor entendimento da aplicação dos princípios contábeis, já que representam valores ainda não realizados pelo regime de competência, logo, são ?guardados? em contas de passivo ou ativo aguardando a oportunidade correta de seu registro em resultado. Assim, os tributos diferidos precisam de análise mais crítica, sobre o evento que originou seu surgimento até sua efetiva realização. Para o Passivo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro devido em período futuro relacionado às diferenças temporárias tributáveis devem ser reconhecidos da seguinte forma descrita no CPC-32: D-Imposto de renda a pagar C-Passivo fiscal diferido D-Contribuição social a pagar C-Passivo fiscal diferido Continuação Quando o evento contábil fiscal que originou seu reconhecimento ocorrer de fato (principio da competência) o passivo fiscal é revertido como receita tributária diferido afetando inclusive os valores a recolher Já o Ativo fiscal diferido que é o valor do tributo sobre o lucro recuperável em período futuro, segue: D-Ativo fiscal diferido C-Imposto de renda a pagar O ativo fiscal diferido ainda pode ser segregado em ?diferenças tributárias temporárias? e o ?saldo de prejuízos fiscais? (ou créditos fiscais) a compensar, por se tratar do reconhecimento de ?direitos? da organização. Diferenças fiscais temporárias Ativo fiscal diferido < Prejuízos fiscais a compensar Continuação Registro da compensação de saldo negativo ou base negativa De acordo com o CPC-32, os saldos a compensar de prejuízos fiscais são agrupados como ativos fiscais diferidos, enquanto que o saldo negativo representam valores similares ao pagamento a maior. A diferença principal é atualização monetária dos créditos. Assim, o saldo negativo e/ou a base negativa possuem origem em D-Saldo negativo de IRPJ a recuperar C-Imposto de renda a pagar D-Base negativa de CSLL a recuperar C-Imposto de renda a pagar Continuação Registro da compensação de tributos retidos na fonte Ainda, quando uma organização sofre repetidas vezes retenções tributárias da fonte pagadora incidentes sobre pagamentos de seus serviços prestados, deve-se constituir um ativo compensável ou restituível contra os valores a receber: D-Caixa/Banco D-IRRF (imposto de renda retido na fonte) C-Receita de serviços Esta formatação permite que a detentora dos direitos (crédito fiscal de IRRF) registre posteriormente a compensação destes valores (ou até mesmo a restituição) diretamente no saldo de tributos a pagar: D-imposto de renda a pagar C-IRRF A mesma sistemática se aplica a CSLL Juros sobre o capital Próprio Juros sobre o capital próprio (cálculo e limites de utilização) Definição Criado pela Lei 9.249/95 e regulada através da Instrução 247/96 pela CVM, em resposta ao fim da correção monetária do balanço, que antes corrigia os direitos dos sócios, a distribuição de Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP) é uma forma diferenciada de pagamento de dividendos aos acionistas, exclusiva do mercado brasileiro. Por isso, é visto não só como um mecanismo de desoneração tributária, mas também de captação de investidores estrangeiros por conta do seu ganho tributário que maximiza a margem de retorno dos investimentos. Continuação Vantagens tributárias em relação ao Dividendo em sua forma natural Quando uma empresa decide distribuir dividendos aos seus sócios/acionistas, em sua forma tradicional pela lei das S.A., a carga tributária é paga pela própria empresa, isto é, 34% considerando IRPJ e CSLL pelo lucro real. Ao optar substituir a distribuição de dividendos pela remuneração de juros sobre o capital próprio, as empresas poderão deduzir, para efeitos de apuração do Lucro Real e da Base de cálculo da CSLL, os juros pagos ou creditados, calculados sobre as contas do Patrimônio Líquido (PL) e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Sua maior vantagem então é transferir a incidência do Imposto de Renda da pessoa jurídica (empresa pagadora) para a pessoa física (acionista recebedor). Estamos falando então de substituição de uma carga de 34% de IRPJ + CSLL para uma alíquota fixa de 18% de IRPF (tributação exclusiva na fonte pagadora quando se trata de operação financeira ou equivalente). Isso porque o JSCP é registrado com despesa do exercício. O recolhimento do JSCP deverá ser realizado até o 3º dia útil subsequente ao decêndio de ocorrência do fato gerador (crédito), através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) com o código de receita "5706". Calculo dos limites legais Juros s/ capital próprio Para evitar fuga em massa de receitas tributárias, o art. 9º da lei 9.249/95 estabeleceu limites superiores para distribuição do JSCP, assim, a sua aplicabilidade deve atender aos seguintes requisitos: Aplicando-se a TJLP sobre as contas do Patrimônio Líquido, excluindo o valor registrado nas reservas de reavaliação e contas criadas após lei 11.638/07 (AAP, Reserva de Incentivos fiscais, dentre outras), pois se consideram parcelas ainda não realizadas. O valor que será distribuído por conta de JSCP também fica limitado ao maior valor entre: a)50% do lucro líquido do período de apuração antes da dedução desses juros, após a dedução da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e antes da provisão para o imposto de renda IRPJ; b)50% do somatório dos lucros acumulados e reservas de lucros. Porém, a conta de lucros acumulados foi extinta neste regime, deixando esta alternativa fora de questão. Continuação Registro dos eventos O registro de JSCP representa o reconhecimento de uma despesa figurativa, como se fosse o que deveria render o capital aplicado em uma carteira de investimento pré-fixada. Ficando da seguinte forma: D-Despesa financeira de JSCP C-Dividendos a pagar a acionistas
Compartilhar