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Importância da Armazenagem na Logística

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MBA em Administração e Logística 
Logística e Canais de Distribuição 
 Tema: Armazenagem de produtos 
Prof. Albino Mileski Jr. 
 
MBA em Administração e Logística | Logística e Canais de Distribuição | Armazenagem de produtos 
 
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Assista, no vídeo a seguir, as abordagens sobre 
armazenagem que serão apresentadas nesta aula. 
 
Antes de iniciar os seus estudos, é importante entender que 
muitos autores utilizam os termos armazenagem e estocagem para 
identificar atividades semelhantes, ou seja, é a parte da logística 
responsável pela guarda temporária de produtos em geral. 
Entretanto, alguns preferem distinguir os dois, referindo-se à 
guarda de produtos acabados como armazenagem, e à guarda de 
matérias-primas como estocagem. 
Nesta aula, trataremos da armazenagem e estocagem para 
identificar a mesma atividade. 
Armazenagem de produtos 
Necessidade de um sistema de armazenagem 
Vamos iniciar com a pergunta citada na introdução desta aula: 
“As empresas necessitam realmente da armazenagem e do 
manuseio de materiais como parte de seu sistema logístico?” 
Segundo Ballou (2004), se a demanda dos produtos de uma 
empresa fosse conhecida com certeza, bem como tais produtos 
pudessem ser fornecidos de forma imediata para satisfazê-la, não 
 
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haveria a necessidade de estocagem, pois nenhum estoque 
precisaria ser mantido. 
Entretanto, sabe-se que a demanda não pode ser prevista 
com exatidão. 
Dessa forma, para que a empresa possa conseguir a 
coordenação perfeita entre o fornecimento e a demanda haveria a 
necessidade da produção ter um tempo instantâneo de resposta e o 
transporte confiável, com um tempo de entrega zero. 
Essa solução não é possível para uma empresa com os 
custos esperados ou, conforme diz Ballou (2004), a custos 
razoáveis. 
Nesse sentido, as empresas usam os estoques para melhorar 
a coordenação entre a oferta e a procura, reduzindo os custos 
totais. 
Dessa forma, a manutenção de estoques leva à necessidade 
de armazenagem e, consequentemente, de manuseio de materiais. 
Essa situação, segundo Ballou (2004), transforma a 
estocagem em uma conveniência econômica mais do que em uma 
necessidade, pois os custos de armazenagem e de manuseio de 
materiais são justificados porque podem ser compensados com 
custos de transporte e de produção-compra. 
A empresa reduz custos produtivos, pois seus estoques 
armazenados absorvem flutuações dos níveis de produção devido a 
incertezas do processo de manufatura ou a variações de oferta ou 
demanda. 
 
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Os custos de transporte são reduzidos, pois a armazenagem 
permite o uso de quantidades maiores e mais econômicas nos lotes 
de carregamento. 
A questão é utilizar o estoque eficiente para o correto 
equilíbrio econômico entre os custos de armazenagem, produção e 
transporte. 
Dessa forma, a armazenagem aparece como uma das 
funções que se agrega ao sistema logístico, pois na área de 
suprimento é necessário adotar um sistema de armazenagem 
racional de matérias-primas e insumos. 
No processo de produção, são gerados estoques de produtos 
em processo, e, na distribuição, a necessidade de armazenagem de 
produto acabado é, talvez, a mais complexa em termos logísticos, 
por exigir grande velocidade na operação e flexibilidade para 
atender às exigências e às flutuações do mercado. 
Uma estratégia utilizada pelas empresas para evitar ou 
minimizar a necessidade de armazenagem é a aplicação do 
conceito just-in-time, que se baseia na ideia de ajustar o suprimento 
e a demanda no tempo e na quantidade, de forma que os produtos 
cheguem justamente quando são necessários. 
Para saber mais sobre o just-in-time, assista ao vídeo a 
seguir. 
 
 
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Esse conceito tem sido mais utilizado no suprimento das 
empresas, pois os produtos entram, normalmente, como matérias- 
-primas ou componentes dos produtos finais. 
Dessa forma, se a demanda por produtos acabados é 
conhecida com algum grau de precisão, consequentemente a 
demanda pelos suprimentos que darão origem a esses produtos 
também poderá ser conhecida. 
Nesse ponto, é importante esclarecer que o “estoque zero” 
não existe, pois enquanto existirem descontos para compras ou 
transportes de grandes lotes e incertezas em relação às demandas 
previstas e nos tempos de aquisição de matérias-primas, haverá 
necessidade de estoques. 
Percebe-se que a armazenagem é fundamental no processo 
logístico, servindo para reduzir os custos e atender ao cliente. 
Então, quais são as razões para que a empresa deva se 
preocupar com a armazenagem? Segundo Ballou (2004), uma 
empresa utiliza o espaço de armazenagem por quatro razões 
básicas: 
 
 
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A existência da armazenagem é requerida quando ela 
também faz parte do processo de produção. 
Veja o caso da produção de queijos, vinhos e outras bebidas 
alcoólicas, pois esses produtos requerem um tempo para sua 
maturação ou envelhecimento. 
Também é o caso dos produtos taxados, quando a 
armazenagem pode ser usada para segurar a mercadoria até sua 
venda, evitando-se o pagamento de impostos. 
Em relação a ajudar o processo de marketing, a 
armazenagem procura disponibilizar o produto no mercado, com 
prazos de entrega mais favoráveis. 
A melhoria dos níveis de serviço pode ter efeito positivo nas 
vendas. 
A criação e a locação do produto, portanto, devem ser 
reconhecidas como a manifestação física da política de marketing. 
O nível de sofisticação dos equipamentos e a criação de 
técnicas operacionais devem representar uma resposta direta para 
a logística e os serviços de armazenagem. 
Enfim, percebe-se que a redução dos custos de 
armazenagem pode ser baseada na eficiente integração entre: 
 práticas operacionais; 
 administração de inventários; 
 criação de embalagens; 
 
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 técnicas de movimentação de materiais; 
 métodos de estocagem; 
 processamento de pedidos; 
 administração de tráfego; 
 exportação/importação. 
Essas atividades estão mutuamente integradas e seus efeitos 
agregados devem ser previstos para satisfazer ao mais alto nível de 
serviços aos clientes, ao custo mais baixo possível. 
 
Consulte o link a seguir e leia o texto “Otimização do sistema 
de armazenagem de grãos: um estudo de caso”. Você obterá um 
estudo de caso que trata da otimização de um sistema de 
armazenagem e que realiza uma análise para obter um sistema 
com maior eficácia e eficiência técnica e econômica. 
<www.producaoonline.org.br/index.php/rpo/article/download/5
87/631>. 
 
Funções do sistema de armazenagem 
Segundo Ballou (2004), o sistema de armazenagem pode ser 
dividido em duas funções: a manutenção de estoque e o manuseio 
de materiais. 
 
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O manuseio de materiais refere-se às atividades de 
carregamento e descarregamento, movimentação do produto dentro 
do armazém e a separação do pedido. 
A armazenagem seria apenas um acúmulo de estoques em 
um período de tempo. 
As atividades de movimentar e estocarocorrem em vários 
níveis dos canais de distribuição, e em razão disso, o sistema de 
armazenagem é um micronível do sistema de distribuição. 
A identificação específica das atividades principais do sistema 
proporciona uma compreensão do sistema como um todo e ajuda a 
fornecer uma base para gerar alternativas do projeto (BALLOU, 
2004). 
 
Funções de armazenagem 
As instalações de armazenagem devem ser projetadas em 
torno de quatro funções primárias, as quais são relativas à natureza 
do serviço que ela desempenha e que são: 
 Manutenção: a função de instalação mais evidente seria a 
manutenção dos estoques. O tempo que serão mantidos e as 
condições de acordo com sua natureza implicam na disposição 
da instalação e isso varia de produto para produto. A manutenção 
dos estoques gerados pelo desbalanceamento entre oferta e 
demanda, garante proteção e outros serviços associados. 
 Consolidação: a consolidação preocupa-se com centros de 
distribuição, reduzindo custos de transporte. O diferencial do frete 
 
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muitas vezes compensa as despesas de armazenagem. No caso 
de mercadorias originárias de muitas fontes diferentes, a empresa 
pode economizar no transporte, se as entregas forem feitas em 
um armazém, onde as cargas são agregadas, ou consolidadas, e 
transportadas em um único carregamento até seu destino final. 
Esse tipo de armazém de consolidação é mais frequente no 
suprimento de materiais. 
 Fracionamento do volume: o fracionamento de volume é o 
oposto da consolidação. Enquanto esta consolida os embarques 
pequenos em embarques maiores, o fracionamento parte de 
embarques de volumes com taxa de transporte baixa, são 
movimentados para o armazém e reembarcados em quantidades 
menores aos clientes. Aqui os diferenciais das taxas favorecem a 
localização do armazém de distribuição próximo aos clientes. Na 
transferência, fracionam-se quantidades transferidas em grandes 
volumes em quantidades menores, demandadas pelos clientes. 
Estabelece-se um depósito regional que receberá pequenos 
volumes, de acordo com a necessidade dos clientes. O caso do 
transbordo é semelhante, mas difere do primeiro no fato de que o 
depósito não serve para a guarda dos produtos. Ele serve, 
simplesmente, como o ponto em que os grandes lotes de entrega 
terminam sua viagem e em que se originam as entregas dos 
volumes fracionados. 
 Combinação: é a combinação de produtos. Ocorre com 
empresas que compram de vários fabricantes para preencher 
uma linha de produtos. Eles utilizam o armazém como ponto de 
combinação, os pedidos são mantidos e reembarcados aos 
 
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clientes, diminuindo, assim, custos com o transporte. Empresas 
com grande variedade na linha de produtos podem fabricá-los de 
maneira integral em cada uma de suas plantas industriais. Os 
clientes, geralmente, compram a linha completa e, desse modo, 
podem-se obter economias de produção pela especialização de 
cada fábrica na manufatura de uma parte da linha de produtos e, 
sendo possível entregar a produção em um depósito, onde os 
itens são agrupados conforme os pedidos realizados. O custo de 
armazenagem é compensado pelos menores custos de 
manufatura, devido aos maiores lotes de produção para menos 
itens em cada planta. 
A armazenagem é constituída por um conjunto de funções de 
recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação de 
matérias-primas, produtos acabados ou semiacabados. 
Uma vez que esse processo envolve mercadorias, este 
apenas produz resultados quando é realizada uma operação, nas 
existências em trânsito, com o objetivo de lhes acrescentar valor. 
Pode-se definir a missão da armazenagem como o 
compromisso entre os custos e a melhor solução para as empresas. 
Na prática, isso só é possível se forem levados em 
consideração todos os fatores que influenciam os custos de 
armazenagem, bem como a importância relativa destes. 
Nesse sentido, para que a armazenagem vá de encontro às 
necessidades das empresas, sendo que os materiais têm tempos 
perdidos ao longo do processo, eles necessitam de uma 
 
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armazenagem racional, e que devem obedecer a algumas 
exigências: 
 
 
A armazenagem, quando efetuada de uma forma racional 
poderá trazer inúmeros benefícios, os quais se traduzem 
diretamente em reduções de custos. 
Observe, no quadro a seguir, algumas vantagens e 
desvantagens da armazenagem. 
 
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Na armazenagem, pode-se considerar uma série de variáveis 
que a afetam. 
Esses fatores, assim denominados, possuem uma influência 
específica para cada caso e têm um papel preponderante na 
realização de uma boa armazenagem. Entre eles podemos citar: 
 
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Na armazenagem, os custos envolvidos são geralmente fixos 
e indiretos, o que causa uma grande dificuldade na gestão das 
operações e principalmente no impacto dos custos. 
Contudo, a alta parcela dos custos fixos na armazenagem 
permite que os custos sejam proporcionais à capacidade existente 
no armazém, isto é, independentemente deste estar vazio ou cheio, 
os custos continuarão os mesmos, uma vez que o espaço, os 
trabalhadores, os equipamentos e outros investimentos continuam a 
existir. 
Na análise de custos deve-se começar pela identificação dos 
itens principais, que podem ser equipamentos, aluguel do armazém 
e outros, e prosseguir com o cálculo dos mesmos. 
 
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Por que o sistema de estocagem/armazenagem é um 
problema do sistema de micrologística? 
 
 
Armazenagem em função das prioridades 
Não existe nenhuma regra que determine o modo como os 
materiais devem estar dispostos no armazém, porém, essa decisão 
depende de vários fatores, entre os quais: 
 Armazenagem por agrupamento: facilita a arrumação e a busca 
de materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. 
É o caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais 
se atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, 
identificando-os com a divisão da estante respectiva. 
 Armazenagem por tamanho, peso e característica do 
material: o cartão de saída deve conter a informação relativa ao 
setor do armazém onde o material se encontra. Esse critério 
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um 
controle rigoroso de todas as movimentações. 
 Armazenagem por frequência: o controle através da ficha 
técnica permite determinar o local onde o material deverá ser 
colocado, relacionado com a frequência com que este é 
movimentado. A ficha técnica também consegue verificar o 
 
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tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aproveitamento 
do espaço. 
 Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote 
diário: essa armazenagem é constituída por um segundo 
armazém de pequenos lotes, o qual se destina a cobrir as 
necessidades do dia a dia. Esse armazém de movimento possui 
uma variada gama de materiais. 
 Armazenagem por setores de montagem: nesse tipode 
armazenagem as peças de série são englobadas num só grupo, 
de forma a constituir uma base de uma produção por família de 
peças. Esse critério conduz a organização das peças por 
prioridades dentro de cada grupo. 
 Mecanização dos processos de armazenagem: isso fará com 
que o critério do trajeto mais curto e de menor frequência seja 
implementado na elaboração de novas técnicas de 
armazenagem. 
Armazenagem em função dos materiais 
A armazenagem deve levar em conta a natureza dos 
materiais de modo a se obter uma disposição racional do armazém, 
sendo importante classificá-los, conforme apresentado a seguir. 
 Material diverso: o principal objetivo é agregar o material em 
unidades de transporte e armazenagem tão grandes quanto 
possíveis, de modo a preencher o veículo por completo. 
 Material a granel: a armazenagem desse material deve ocorrer 
nas imediações do local de utilização, pois o transporte desse tipo 
 
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de material é dispendioso. Para grandes quantidades desse 
material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de 
grandes dimensões. Para quantidades menores, utilizam-se 
tambores, latas e caixas. 
 Líquidos: nos líquidos aplica-se a mesma lógica do material a 
granel. Eles têm a vantagem de poderem ser diretamente 
conduzidos do local de armazenagem para a fábrica por meio de 
dutos. 
 Gases: os gases obedecem a medidas especiais de precaução, 
uma vez que se tornam perigosos ao estarem sujeitos a altas 
pressões e serem inflamáveis. Por sua vez, a armazenagem de 
garrafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades 
de transporte são, por norma, de grandes dimensões. 
Tipos de armazenagem 
Armazenagem temporária 
Nesse tipo de armazenagem podem ser criadas estruturas 
corridas de modo a conseguir uma arrumação fácil do material, 
colocação de estrados para uma armazenagem direta, pranchas, 
entre outros. A força da gravidade é utilizada. 
Armazenagem permanente 
É um processo predefinido num local destinado ao depósito 
de matérias. O fluxo de material determina: a disposição do 
armazém (critério de armazenagem); a técnica de armazenagem 
(espaço físico no armazém); os equipamentos do armazém e a 
organização da armazenagem. 
 
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Armazenagem interior/exterior 
A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem 
em nível econômico, sendo muito utilizada para materiais de 
ferragens e, essencialmente, material pesado. 
Alternativas de armazenagem 
Conforme Ballou (2004), a armazenagem pode ocorrer sob 
diversos arranjos financeiros e legais. 
Cada um representa alternativas diferentes na avaliação do 
projeto do sistema logístico. 
Quatro alternativas distintas são importantes, embora as suas 
diversas combinações possam criar uma variedade quase infinita. 
As alternativas são: 
 Espaço físico próprio  a maioria das empresas possui espaços 
de armazenagem próprios 
 Para que se obtenha uma boa taxa de retorno para o 
investimento feito, a administração deve assumir mais 
responsabilidades associadas a leis do trabalho e outras e ao 
risco da perda de capital, caso a rentabilidade não se materialize. 
Devido a esses riscos, muitas vezes a administração opta por não 
possuir um espaço próprio. 
A empresa espera obter desse investimento vantagens, como: 
diminuição dos custos em relação ao aluguel de terceiros; maior 
grau de controle sobre as operações de armazenagem, gerando 
operações mais eficientes e alto nível de serviço; o espaço pode 
 
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ser convertido para outros usos, como a manufatura; o espaço 
pode servir como base para um escritório de vendas, garagem da 
frota própria, departamento de transportes ou de compras. 
 Aluguel de espaço físico de terceiros: os armazéns públicos 
são de grande utilidade para aqueles que precisam expandir ou 
contratar espaço físico por curto período de tempo ou realocar 
sua área de estocagem frequentemente. A cobrança, em geral, é 
feita para períodos tão curtos como um mês e estes competem 
com os depósitos. 
 Armazéns de commodities: limitam seus serviços a certos 
grupos de mercadorias-padrão. Especializam-se no manuseio e 
na armazenagem de produtos, como madeira, algodão, tabaco, 
entre outros. 
 Armazéns para granéis: oferecem manuseio de armazenagem 
de produtos granelizados, como químicos líquidos, petróleo e 
derivados etc. 
 Armazéns frigorificados: depósitos refrigerados que servem 
para guardar perecíveis, como frutas, vegetais, produtos 
farmacêuticos, entre outros. 
 Armazéns para utensílios domésticos: armazenagem e 
manuseio de bens de uso doméstico e mobiliário. 
 Armazéns de mercadorias em geral: manuseiam uma grande 
diversidade de itens, não exigindo a especialização dos tipos 
anteriores. 
 
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O depósito público deve ser capaz de atender às 
necessidades de seus clientes. 
De acordo com a Associação Americana dos Profissionais de 
Armazenagem, os seguintes serviços devem ser oferecidos: 
 manuseio, armazenagem e distribuição por volumes por peso; 
 estocagem em trânsito; 
 armazenagem alfandegada; 
 armazenagem sem taxação; 
 ambiente com temperatura e umidade controladas; 
 aluguel de espaço físico por metro quadrado; 
 espaço para escritório e exposição, serviços administrativos 
especiais e telefone; 
 informação de tráfego; 
 manuseio e distribuição de veículos compartilhados com outras 
empresas e consolidação de carregamentos; 
 inventário físico; 
 facilidades de transmissão de dados; 
 planos de consolidação de fretes; 
 empacotamento e montagem; 
 defumação; 
 marcação, etiquetagem, gravação e empacotamento; 
 
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 entregas postais e expressas; 
 proteção e amarração de carga; 
 carga e descarga de veículos; 
 consertos, montagem de barris, amostragem, pesagem e 
inspeção; 
 compilação de relatórios especiais de estoques; 
 manutenção de entregas para clientes com crédito; 
 transporte rodoviário local e de longo curso; 
 pátios de estocagem; 
 serviços portuários; 
 entrega e instalação de equipamentos. 
Tipos de armazenagem 
 Espaço arrendado: para muitas empresas esta opção é uma 
escolha intermediária, entre o espaço alugado a curto prazo em 
um armazém publico e o compromisso de longo prazo de um 
armazém privado. A vantagem de arrendar um espaço de 
armazenagem é que pode ser obtida uma taxa mais baixa do 
proprietário do espaço. 
 Estoque em trânsito: refere-se ao tempo no qual as mercadorias 
permanecem nos veículos de transporte durante sua entrega. 
Como diferentes alternativas de transporte representam 
diferentes tempos de trânsito, o especialista pode selecionar um 
modal que pode reduzir ou até mesmo eliminar a necessidade por 
 
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armazenagem convencional. Essa alternativa é atraente para 
empresas que tratam com estoques sazonais e transportes por 
longas distâncias, como ocorre no caso de algumas frutas, que 
são despachadas verdes, e chegam ao seu local de entrega no 
ponto certo,ou seja, maduras para a comercialização. 
Constatada a necessidade por áreas de armazenagem, resta 
saber qual a localização desse espaço. Devem-se levar em 
consideração alguns critérios para a escolha. 
É importante escolher o lugar de acordo com uma visão 
sistêmica de todos os outros depósitos do sistema logístico da 
empresa. Algumas organizações chegam a ter 50 locais de 
estocagem por todo o país. 
Após a localização geográfica, deve-se escolher um sítio 
específico. Alguns fatores auxiliam e muito nessa escolha e podem 
ser coletados com advogados locais, agências governamentais, 
companhias de utilidades, engenheiros, entre outros. 
 
 
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Veja alguns desses fatores a seguir: 
 Leis de zoneamento locais. 
 Atitude da comunidade e do governo local em relação ao 
depósito. 
 Custos de construção. 
 Disponibilidade e acesso aos sistemas de transportes. 
 Potencial para expansão. 
 Situação da mão de obra local, como salários, disponibilidade, 
produtividade. 
 Taxas relativas ao local e à operação de armazéns. 
 Segurança do local (fogo, furto, inundações etc.). 
 Taxas de seguro e disponibilidade de financiamentos. 
 Congestionamento de tráfego nas redondezas do local. 
O depósito deve atender às necessidades de estocagem da 
empresa. 
Veja no vídeo a seguir como deve ser o depósito, conforme o 
tipo de produtos que serão armazenados. 
 
 
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Caso a empresa utilize espaços próprios conjugados com 
espaços alugados nos picos de armazenagem, o tamanho ideal do 
prédio será aquele que dá o custo mínimo para a combinação dos 
dois tipos de espaço físico: o próprio e o alugado (que é mais caro). 
 
 
Compare e contraste o espaço de armazenagem privado com 
o alugado em relação aos seguintes itens: 
 Serviços que podem ser realizados em cada um deles. 
 Custo para a armazenagem. 
 Grau de controle administrativo. 
 Flexibilidade em satisfazer futuras incertezas. 
Sob quais circunstâncias gerais a armazenagem privada é uma 
escolha melhor do que a armazenagem pública? 
 
Sistemas de armazenagem 
Sistemas de armazenagem são conjuntos de equipamentos 
que servem para arrumar, de forma conveniente, as matérias- 
-primas ou produtos acabados, quer manualmente, quer utilizando 
equipamentos de movimentação de materiais, como, por exemplo, 
empilhadeiras e porta paletes. 
 
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Existem vários tipos de sistemas de armazenagem, utilizados 
de acordo com o tipo de produto a armazenar e a área disponível, 
entre outros parâmetros. 
Para se determinar qual o melhor sistema de armazenagem, 
em primeiro lugar devem-se atender as características do produto, 
isto é, o seu peso, as suas dimensões e a sua possibilidade ou 
impossibilidade de junção em paletes. 
Em seguida, devem-se observar as condições do espaço, tais 
como o pé direito e as condições do piso. 
Por fim, devem-se considerar as condições operacionais, 
como a variedade do produto e a quantidade de itens a armazenar. 
Armazenagem de produtos pesados 
 Estante convencional para paletes: é um sistema utilizado 
principalmente para a armazenagem de cargas paletizadas. É 
uma estrutura pesada, que permite uma elevada seletividade, 
visto que os paletes são colocados e retirados individualmente 
pelas empilhadeiras. 
Esse sistema tem uma série de vantagens, por exemplo: 
 possibilita a localização e a movimentação de qualquer palete 
sem que seja necessário mover as outras; 
 permite a arrumação de uma grande variedade de produtos; 
 faculta planos de apoio de diversas alturas; 
 ajusta-se a cargas de rotação relativamente elevada; 
 pode ser facilmente montado e desmontado; 
 
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 é compatível com a maior parte dos equipamentos de 
movimentação e com a maioria dos tipos de pisos industriais; 
 protege a mercadoria contra estragos; 
 permite um melhor aproveitamento do pé-direito. 
No entanto, possui algumas desvantagens, tais como: 
 para um pé-direito superior a 8 metros há necessidade de se 
utilizar equipamentos especiais; 
 baixa densidade de estoque devido à necessidade de 
corredores para a circulação das empilhadeiras 
 obriga a um leiaute bem definido. 
 Estante para paletes drive-in ou drive-thru: consiste em um 
bloco de estruturas contínuas com corredores. É utilizado quando 
a carga pode ser paletizada, é pouco variada e não necessita de 
alta seletividade ou velocidade. Os componentes desse sistema 
de armazenagem são bastante semelhantes aos da estante 
convencional para paletes, no entanto, essa estrutura apresenta 
uma maior fragilidade, pois é bastante instável, necessitando de 
algumas exigências extras para a estabilização. Nesse tipo de 
estruturas, como a seletividade é baixa, a retirada dos paletes é 
feita de uma forma mais lenta. 
A principal diferença entre o drive-in e o drive-thru é que no 
primeiro a arrumação da estrutura impossibilita a empilhadeira de 
atravessar os corredores, enquanto que no segundo essa 
movimentação já é possível, pois a arrumação é feita na parte 
superior. 
 
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Esses tipos de estrutura são utilizados principalmente quando o 
aproveitamento do espaço é mais importante que a agilidade no 
processo de armazenamento. 
 Estante para palete push-back: também designado por deep 
lan, consiste em um bloco de estruturas semelhantes ao drive-in 
utilizado para cargas paletizadas. Os paletes são colocados em 
trilhos que possuem uma leve inclinação, e o primeiro palete 
colocado é empurrado para trás pelo segundo, e assim 
sucessivamente. Quando se procede à retirada dos paletes, 
como a pista de carga é um pouco inclinada, possibilita o controle 
da velocidade do palete por parte do operador da empilhadeira. 
Quando se retira um palete, os outros descem a pista, ficando 
sempre um palete na parte frontal. Essa característica faz 
aumentar a seletividade dessa estrutura, no entanto como é 
composta por um complexo sistema de trilhos, o número de 
posições de paletes na profundidade é de apenas 2 a 5 paletes. 
 Estante para palete dinâmico: designada, em inglês, por live 
storage ou gravity flow rack, é um sistema muito parecido com o 
push-back na sua seletividade e densidade de armazenagem. O 
tipo de paletes utilizados nesse tipo de estrutura é muito 
importante, visto que, o que vai determinar o perfeito 
funcionamento do sistema, sem risco de paradas ou quebras, é o 
bom apoio dos paletes nos roletes. A operação desse sistema faz 
se colocando um palete numa extremidade da pista, e devido à 
inclinação da pista, ele vai deslizando até a extremidade oposta 
da estrutura. Assim, o primeiro palete a entrar será 
obrigatoriamente o primeiro a sair. A velocidade nesse sistema é 
 
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mais elevada do que no drive-in ou no push-back, visto que o 
operador não tem qualquer controle sobre a velocidade de fluxo 
da carga – esta velocidade é imposta pelos roletes ou rodízios do 
sistema de freios. 
 Cantilever: é uma estrutura que se utiliza quando é necessário 
armazenar demaneira rápida produtos não paletizados e com um 
grande e variável comprimento, tubos e chapas de aço. Possui 
uma alta densidade e seletividade de armazenamento. 
Armazenagem de produtos leves 
 Estantes: é o tipo de estrutura que se utiliza para o 
armazenamento de produtos com pequeno volume e peso, não 
paletizados e com armazenamento manual. 
 Estantes de grande comprimento: é um sistema utilizado 
basicamente para o armazenamento de cargas leves, mas que 
simultaneamente possuem um tamanho relativamente grande. 
Essa é uma estrutura intermediária entre as estantes e as 
estantes para paletes. 
 Estantes flow rack: essa estrutura é utilizada para o 
armazenamento de cargas leves (caixas). Nesse sistema, o 
produto é colocado em um plano inclinado com trilhos e este 
desliza até a outra extremidade do trilho. 
 Estantes em dois andares: essa é a denominação que se dá 
para as estantes convencionais que têm uma grande altura, e que 
estão posicionadas em conjuntos formando corredores, sendo o 
acesso à parte superior feito através de uma escada. A principal 
 
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vantagem desse sistema é a junção das principais características 
das estantes leves (o armazenamento manual, a seletividade, o 
baixo custo) com a possibilidade de aproveitamento máximo da 
altura. 
Organização e ampliação do espaço 
 Mezanino: é usado para a duplicação de uma determinada área, 
dividindo-se o espaço verticalmente com a colocação de pisos 
intermediários. Como sistema de armazenagem, é utilizado para 
cargas a granel das quais são exemplo as caixas soltas. 
 Divisórias: são utilizadas para se fazer a divisão de ambientes 
industriais, organizando-se dessa forma o espaço em áreas, 
sendo possível a colocação de portas ou guichês. 
Sistemas de armazenagem automática (AS/RS) 
Um sistema AS/RS, em português, sistema de requisição e 
armazenamento automatizado, consiste em um conjunto de 
equipamentos computadorizados para depositar e recuperar 
automaticamente cargas com localizações definidas. 
Esses sistemas são bastante utilizados na indústria e em 
armazéns. A implementação de sistemas AS/RS como meio de 
armazenagem tem um forte impacto no mundo dos armazéns e nos 
sistemas de armazenagem. 
São sistemas automáticos de manuseamento e armazenagem 
de produtos e, por via de processos de controle computadorizados, 
foram integrados em processos de manufatura e distribuição. 
 
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Embora o primeiro impacto da implementação desses 
sistemas se deu no recolhimento e armazenagem de produtos 
acabados, provou-se, mais recentemente, que é também um 
grande apoio estrutural para o manuseio de produtos em processo 
de fabricação, matérias-primas e fornecimento. 
A estrutura dos armazéns também foi alterada devido ao 
AS/RS. 
Grande parte dessa alteração se deve aos racks, que são 
estruturados no armazém e que, para além de ter um processo de 
construção mais econômico do que as estruturas normais, e devido 
aos seus fins especiais, recebe tratamento fiscal favorável 
relativamente aos seus lucros. 
Embora bastante práticos e cooperativos, a implementação 
desses sistemas possui um alto custo à empresa que os instala. 
Além disso, os sistemas são pouco flexíveis e nem sempre 
viáveis, sendo adequados para fluxos regulares e elevados de 
materiais. 
Assista ao vídeo a seguir e veja quais são os produtos que 
necessitam desse tipo de armazenamento. 
 
 
 
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Identifique os tipos de produtos mais adequados para a 
utilização do sistema AS/RS, tendo como base o conteúdo do 
capítulo 13 do livro: 
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o 
processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 
2001. 
 
Referências 
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o 
processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 
2001. 
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão da 
cadeia de suprimentos e logística. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de 
suprimentos: estratégia, operação e avaliação. São Paulo: 
Prentice-Hall, 2003. 
CHRISTOPHER, M. A logística do marketing. São Paulo: Futura, 
2001. 
______. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: 
estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços. São 
Paulo: Pioneira, 1997. 
 
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31 
 
FIGUEIREDO, K. F.; FLEURY, P. F.; WANKE, P. Logística e 
gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 
2003. 
______. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2000. 
HARMON, R. Reinventando a distribuição: logística de 
distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 
MARTINS, P. T.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 
São Paulo: Saraiva, 2002. 
NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de 
distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: 
Campus, 2004. 
SIMCHI-LEVI, D.; KAMINSKI, P.; SIMCHI-LEVI, E. Cadeia de 
suprimentos: projeto e gestão. Porto Alegre: Bookman, 2003.

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