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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental LUCIANA CANDIDO CRISANTO São Gonçalo/2016 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental Relatório exigido como parte dos requisitos para conclusão da disciplina de Prática de Estágio Supervisionado em Docência nos Anos iniciais do Ensino Fundamental sob a orientação do Professora Angela Maria Paiva Gama Curso: Pedagogia São Gonçalo/2016 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3 2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DA TURMA OBSERVADA ................................. 4 2.1 Caracterização da escola................................................................................................... 4 2.2 Caracterização da turma e aspectos observados ................................................................ 6 3 DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS ...................................................................................................................... 8 3.1 Desenvolvimento e Análise das Atividades Observadas .................................................. 7 3.2 Desenvolvimento, Análise das Atividades realizadas pelo Estagiário ............................. 11 3.2.1. Práticas Pedagógicas Vivenciadas .............................................................................. 12 3.2.2. Planejamento de Atividade Desenvolvida ................................................................... 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 15 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 16 ANEXOS..................................................................................................................................17 3 1. INTRODUÇÃO Este relatório irá descrever a experiência de Estágio Supervisionado em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, realizado na Escola Municipal Professora Aída Vieira de Souza, localizada na cidade de São Gonçalo-RJ, no período de 05/10/16 a 27/10/16 para o cumprimento de 66 (sessenta e seis) horas no total. O objetivo dessa prática é relatar a experiência pessoal como estudante do Curso de Pedagogia da Instituição Universidade Estácio de Sá, através da observação da prática pedagógica do professor regente de uma turma que compõe as séries iniciais do Ensino Fundamental e consequentemente como o processo de ensino está acontecendo mediante as especificidades dos discentes e estrutura da unidade de ensino. A estrutura e organização desse relatório está sendo orientado pela professora-tutora Maria Angela Paiva Gama, que dispõe 2 eixos fundamentais: Caracterização da escola e caracterização pedagógica e Desenvolvimento e análise das atividades pedagógicas observadas e realizadas, que serão entregues por etapas até o final do curso dessa disciplina. No item 2: Caracterização da escola e caracterização pedagógica, estará descrito toda a estrutura da unidade ensino, desde a história de sua implementação/organização/localização/o contexto em que está inserida e sobre conhecimento de seu Projeto Político Pedagógico. Também será possível evidenciar o perfil do professor, o planejamento, formação, resultados dos trabalhos que são aplicados e característica da turma bem como o relacionamento entre professor-aluno, aluno-aluno. Para uma melhor compreensão da prática, faz-se necessário analisá-la fundamentando- a em teorias elencadas ao longo de todo o estudo nesta disciplina ou em bibliografias que ajudem a enriquecer as observações feitas durante o estágio, que segue em relato no item 3: Desenvolvimento e análise das atividades observadas e realizadas. Nesta perspectiva, serão evidenciados assuntos referentes a prática docente, tanto do professor regente como do estagiário, que tem como proposta elaborar um projeto pedagógico com base em alguma temática inserida no processo de ensino-aprendizagem da turma conforme planejamento do professor supervisor. A expectativa para esse estágio e que haja o enriquecimento pessoal e profissional, para que ao concluir esse curso tenha compreensão de como desenvolverei uma prática adequada às especificidades do grupo que irei assumir na regência de turma nas Séries Iniciais, considerando toda a diversidade que envolve a relação entre o corpo pedagógico, técnico e comunidade em qualquer instituição de ensino. 4 CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS O Estágio Supervisionado em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, foi realizado na Escola Municipal Professora Aída Vieira de Souza, Município de São Gonçalo em acompanhamento a turma denominada 502. Tem como Regente a professora Dayane Hotz Serpa Targueta. 2.1 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A Escola Municipal Professora Aída Vieira de Souza foi fundada em 08 de abril de 2006, tem como entidade mantenedora a Prefeitura Municipal de São Gonçalo. Recebeu o nome em homenagem a uma professora que dedicou inteiramente a sua vida à educação no Município de São Gonçalo. A homenagem foi prestada para retratar o reconhecimento da trajetória profissional e de vida de uma figura que representa reflexo e símbolo de ética, equilíbrio e competência. A escola funciona em um prédio adquirido pela prefeitura, onde funcionava uma escola privada e possui dois anexos, uma para Educação Infantil e outro para o Ensino Fundamental (1º ao 5ºano). Foi fundada devido a necessidade que o bairro possuía em atender um grande quantitativo de alunos, que estavam sendo alocados em anexos de outras escolas da rede, excedendo a demanda. A adesão desse prédio pela prefeitura foi muito válida, pois deu oportunidade de serem atendido em uma unidade com todas as condições para dar suporte a uma demanda subdividida em duas escolas, prevê a oferta da Educação Infantil e 1º Segmento do Ensino fundamental à comunidade, conforme legislação vigente. A instituição atua com Sistema de Ciclos, oferecido pela rede Municipal de Educação de são Gonçalo. A unidade está situada na Avenida Santa Catarina, nº 160, Jardim Catarina, São Gonçalo-RJ. O bairro Jardim Catarina é considerado o maior bairro da América Latina, possui serviços como; energia elétrica, porém o saneamento básico ainda não foi oferecido a toda população como deveria, inclusive no entorno onde a escola está situada. É comum ocorrerem alagamentos em períodos de chuva, e com isso, surgem os grandes problemas que atingem diretamente a escola, já que recebe um público diretamente afetado por inúmeros descasos e consequentemente interfere na prática pedagógica, vale ressaltar a marginalização que também é um dos fatores que implicam no oferecimento de um ensino de qualidade. 5 No momento a escola possui um total de quatrocentos e cinquenta alunos, formando vinte turmas, sendo duas delas da Educação Infantil e dezesseis do 1º Segmento do Ensino Fundamental. Atende em dois turnos, manhã e tarde. Os critérios para agrupamentos das turmas são de acordo com as necessidades dos alunos,seguido pelo critério de antiguidade do professor na escola, que escolhe a turma que quer atuar. Em sua gestão conta com uma Diretora Geral, uma coordenadora pedagógica que atua intercaladamente como dirigente e professora. Há também uma profissional para atender aos alunos com dificuldades no desenvolvimento da leitura (professora readaptada). O quadro de professores é composto de vinte professores, dezesseis desses efetivos (concursados). Para completar sua grade, conta os professores contratados ou dobras realizadas por alguns efetivos, compondo o total de vinte professores para vinte turmas. As instalações no momento passam por reformas, havendo um ambiente todo adaptado (o anexo da educação infantil), que atende todo o corpo discente/docente/administrativo. Contando também com dez funcionários na parte administrativa (efetivos e terceirizados), sendo: uma secretária (professora readaptada) e uma auxiliar, três merendeiras, uma chefe de merenda, dois inspetores, uma dirigente de turno (professora em cargo de confiança), um auxiliar de limpeza. Para atender toda a equipe administrativa e pedagógica a escola tem em sua estrutura, (anexo da Educação Infantil) dez salas de aulas (adaptadas, uma sala dividida em duas), uma sala de coordenação adaptada (que na verdade são os banheiros desativados do 1º segmento), secretaria (também adaptada para atendimento com direção geral), almoxarifado, despensa, cozinha, refeitório, três banheiros, sendo um de uso para professores e funcionários e os demais para os 450 alunos nos dois turnos. São dois pátios, porém só o do anexo da educação infantil que está sendo utilizado. O do 1º segmento está em reforma, conta também com uma quadra esportiva e uma piscina que estão em reforma como já afirmado. Segundo relatos, a questão da obra na unidade já caminha para os seis anos, existe um processo burocrático entre a Gestão anterior e a atual que não permite que o prosseguimento na obra continue. A unidade dispõe de agendas com uma diversidade de palestras, apresentações teatrais, visitas aos pontos turísticos da cidade, possibilidades ofertadas pela Secretaria de Educação. Essa comunicação é feita através de reuniões confirmadas por envio de informativos nas agendas dos alunos ou mesmo na própria portaria. Em seu Projeto Político Pedagógico, elaborado pela equipe pedagógica e administrativa da escola, assim como pela comunidade escolar e tendo o acesso disponível a qualquer pessoa, têm em sua proposta a construção de novos caminhos para uma escola diferente. Voltando-se para todas as questões que envolvem o fazer pedagógico e suas 6 relações com o currículo, conhecimento de mundo e função da escola, inerentes a uma prática reflexiva e contínua de todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem em busca ao desenvolvimento de projetos que enriqueçam o acervo cultural dos alunos estimulando uma relação de parceria entre escola e comunidade para apresentação e conhecimento do que está sendo proposto no processo de ensino em parceria com a Secretaria de Educação. Nem todas as propostas que foram elencadas no PPP chegam a se compatibilizar com que é vivido no cotidiano em detrimento de tantas peculiaridades por todos os envolvidos nesse processo de gestão/educação. A avaliação acontece priorizando os aspectos qualitativos durante o processo de aprendizagem, através de registros e relatórios considerando que o Sistema de Ciclos atribui um olhar para a continuidade do processo alfabetização nas primeiras séries do Ensino Fundamental, nessa perspectiva não existe uma avaliação para apontar o grau de aprendizado do aluno, a expectativa é que os professores alcancem até o terceiro ano na consolidação da leitura e escrita com autonomia, sendo assim o único meio de avaliação para retenção desse grupo é o número de faltas que não poderá atingir um percentual acima de 25% de acordo com legislação vigente. No que se refere aos alunos do quarto e quinto ano, a prática atende ao critério de retenção através de avaliações bimestrais para a retenção ao final do ano letivo. Contudo, consideram-se os aspectos qualitativos sobre os eventuais quantitativos conforme legislação atual. 2.2 Caracterização da turma e aspectos observados A turma do 5º ano denominada 501 possui vinte e três matriculados, porém apenas 22 frequentando, todos moradores da localidade. Tem como regente a professora concursada Dayane Hotz Serpa Targueta, que iniciou o caminho pela Educação quando cursou o chamado Curso Normal. No entanto, caminhos outros levaram-na a optar por outra graduação (Direito) na qual é graduada. Declara-se uma apaixonada pela Educação e vem dedicando-se à área educacional. Está cursando pós em Gestão, Orientação e Supervisão Escolar e ainda cursa a pós em Psicopedagogia Institucional. A professora não é neófita na área Educacional, possui sete anos de experiência no município de Maricá, no qual atuou como Coordenadora do Projeto: Mais Educação, Diretora Adjunta e Diretora Geral. E, atualmente, optou por retornar a sala de aula que é sua grande paixão. Tem em seus planos cursar Pedagogia no próximo ano letivo e ainda cogita a possibilidade de fazer mestrado/doutorado na área, declara-se uma apaixonada pela Educação e vem dedicando-se à área educacional. 7 Em relato, a educadora afirma atuar com uma turma extremamente agitada e com diversos alunos, cujas peculiaridades, não deveriam estar na mesma turma. A docente possui também um educando que, embora esteja no quinto ano, ainda não se apropriou do processo de escrita e leitura, neste sentido, o planejamento e as atividades para esse aluno ou é adaptado ou é diferenciado. Conta também com um aluno especial, com laudo, no entanto, até o momento não o educando não possui auxiliar ou apoio. Sobre o planejamento, planeja a sua aula quinzenalmente, fora do seu horário, pois o município não oferece aos professores da rede, o tempo previsto em lei para o planejamento, enfatiza que os professores, como um todo, acabam que tem trabalhar isoladamente na preparação de suas aulas, sem qualquer orientação ou subsídio da equipe pedagógica. Em tela esforça-se em planejar aulas dinâmicas, que possibilitem o diálogo, criação e protagonismo dos alunos. No entanto, para realizar determinadas ações, precisaria de maior suporte da escola: fornecimento de materiais, espaços diferentes etc. O que não ocorre. A professora relata sentir-se podada muitas vezes por esse cruel sistema educacional, que parece jogar os professores em uma sala de aula esperando que resolvam todos os problemas sem apoio, sem material, sem orientação, sem tempo para planejar. Ainda assim, a professora opta por uma dinâmica de aula interdisciplinar e com a riqueza dos temas transversais temperando os debates e as atividades. Sobre os encontros da equipe, afirma que ocorre toda sexta-feira, os docentes incorrem na mesma reclamação: são duas horas não aproveitadas; trata-se apenas de um encontro para passar informes de forma tirana (sem discutir, sem debater, sem perguntar). Questão que viola o princípio constitucional que busca a gestão democrática nas escolas. Logo, de forma verticalizada, todas às sextas-feiras, as crianças saem mais cedo (duas horas) para que a equipe possa se reunir para OUVIR e ACATAR os informes. Inicia suas aulas com uma roda de conversa, momentos em que os alunos podem falar sobre temas diversos. Uma vez por semana, a professora traz uma notícia para ser discutida em sala de aula. Músicas de Gabriel O pensador são grandes aliadas como incentivadoras e inauguração das aulas de história/ geografia. Os alunos são desafiados com trabalhos em grupo e individuais. O planejamentoé diversificado, no entanto, a professora diz sentir-se compelida muitas vezes a optar por um modo um tanto quanto tradicional para acompanhar a grade curricular do quinto ano que restou prejudicada diante de dois recessos concedidos neste ano, conta que quando precisa partir para o quadro, livro (modo tradicional) ela perde os alunos difíceis, conquistados pelo lúdico. É válido dizer que a professora iniciou suas atividades docentes com a turma em 22/08/16 após a realização de um concurso público no ano vigente 8 e, mesmo havendo sinalizado diversas questões preocupantes da turma, sobretudo, do aluno que ainda não lê: encontrou apenas descaso e a certeza de que a escola até o momento nada fez pelo aluno, encarando inclusive com naturalidade que antes da professora chegar à escola, Ele era o garoto do Pátio, pois não ficava dentro de sala alguma. A professora conquistou a turma e os alunos tidos como difíceis, no entanto, sente que poderia ter alcançado muito mais se houvesse tido um suporte maior da escola. Conta que embora a chamem de louca por deixar de lado uma carreira que lhe daria frutos e reconhecimento, ela ainda assim aposta na Educação, porque é o que gosta de fazer. Embora esteja desmotivada e decepcionada com a política e postura da Instituição na qual está inserida. 3. DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS A partir das observações realizadas as aulas aplicadas pela professora regente foram analisadas com o objetivo de relacionar a teoria x pratica vivenciada por mim no curso de Pedagogia e no estagio supervisionado. 3.1- Desenvolvimento e Análise das Atividades Observadas Situação 01 – Descrição: O relato não está embasado exatamente na prática de uma aula, mas em uma situação delicada em detrimento da observação comportamental de um aluno. Por alguns momentos nas aulas observei que aluno Yuri ficava muito disperso, geralmente era arredio a qualquer situação de aprendizado. Era como se a sala de aula não tivesse significado para ele, por mais que a professora tentasse despertar a motivação era visível o comprometimento dele em estar fora do contexto da aprendizagem. No entanto, a professora não desistia e, quando perguntei o motivo pelo o qual o aluno apresentava tanto desinteresse, ela responde que além da personalidade difícil e dos problemas pessoais o Yuri ficou durante quase todo o ano fora de sala de aula, era considerado o aluno do pátio.” Constantemente era esquecido por toda a equipe pedagógica, que afirmaram que o aluno já tinha mais como ficar na escola por ser repetente pela terceira vez na mesma série. Os docentes julgam que o aluno não tem mais salvação, a escola já não tem condições de permanecer com o mesmo por mais um ano inclusive. Em relato a professora conta que ainda que ele tenha todas essas especificidades a escola não pode esquecê-lo, mas sim, que promova intervenções, conduções, estimule a melhoria no aluno. E que não pretende aprova-lo pois sabe que ele não tem condições de ir para o sexto ano, pois não se apropriou do processo de leitura e escrita e acha que a escola deveria contribuir para que esse aluno receba um atendimento mais 9 específico, com um profissional constantemente ao seu lado para ajudá-lo a desenvolver a aprendizagem. Enfatiza que sozinha não solucionará o problema mesmo tentando de todas as formas criar possibilidades para que isso aconteça gradativamente. Mesmo com todas essa dificuldade, ela ainda busca resgatar no aluno alguma possibilidade dele sentir-se motivado a estar em sala e aprender. Análise Crítica: a situação do aluno e da professora é bem delicada, ele que de certa forma está sendo “excluído” do ambiente de aprendizado, não existe uma proposta que resgata esse aluno pela equipe pedagógica e direção. A professora com pouco tempo que atua na escola tenta diversas alternativas de ressocialização do educando ao processo de ensino- aprendizagem e no convívio com os colegas, porém a lacuna foi colocada entre estar em sala de aula e estar vagando pelo pátio da escola foi enorme. Essa é a crítica principal que a docente enfatiza, e diz que existe uma distorção no princípio em dar direitos ao aluno em aprender, um verdadeiro abandono. De fato as evidências comprovam que há uma falha que envolve profissionais que deveriam inserir, resgatar, dar oportunidades ao educando de melhorar cotidianamente mudando comportamentos e valores distorcidos desse aluno, não levando-o a exclusão dentro do ambiente que serve para educar, promover o sucesso e não o fracasso. O aluno que chega vazio à escola e encontra nela a mesma condição não encontra motivo pra desenvolver-se e que pode muitas das vezes definir o caminho a ser seguido como a marginalização. Os professores deveriam reaver suas práticas, a escola (gestão) deveria reaver a maneira com que promove a educação dos seus alunos. Fundamentação Teórica: “O insucesso escolar deveria suscitar a análise de causas dos problemas que interferiram na aprendizagem, avaliando o peso das condições escolares, familiares e individuais do aluno. O que se constata é que, em vez disso, o comportamento mais comum diante do fracasso escolar é a atribuição de culpas, que geralmente provoca o afastamento mútuo.” (Castro e Regattieri 2009, p. 31). Situação 02 – Descrição: Dias antes do início do estágio, a professora tinha recebido orientação para trabalhar com poemas. Imaginou que o desenvolver, foi quando lembrou que mesmo ainda um pouco distante para ser comemorado, poderia abordar o assunto sobre Consciência Negra, comemorada em 20 de novembro. E propôs aos alunos que criassem poemas para demonstrarem suas reflexões sobre a temática ou polêmica. De imediato, todos ficaram bem nervosos e ansiosos com a proposta, pareciam não terem experimentado da prática do produzir pro si só algo e ainda mais sabendo que o trabalho fazia parte de um projeto para ser apresentado para os familiares na escola. Mediados pela professora, ouviram 10 a música do cantor e compositor Gabriel Pensador, intitulada como: “Racismo é burrice.” Ao ouvir a música, houve um despertar da imaginação e foi assim que fluiu e aflorou a motivação em colocar no papel os poemas de cada um. Análise Crítica: Foi bem interessante a proposta e a forma com que a professora rapidamente encontra meios de envolverem os alunos em uma prática leve, dinamizada, que instiga o querer participar. Fundamentação Teórica: Lovato, em Gêneros Textuais e ensino: uma leitura dos PCNS de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental aponta que a linguagem é o pontapé inicial para a compreensão dos gêneros textuais, e futuramente para a produção e prática da leitura e escrita. Com a linguagem oral pode-se estimular interações orais que despertem eixos como: ponto de vista e argumentação, escuta atenta, planejamento da fala e variação linguística. Despertando esses eixos da oralidade pode-se correlacioná-los com a escrita e consequentemente com a diversidade dos gêneros textuais. Situação 03 – Descrição: Mais uma proposta da professora, lançada antes do início do estágio na escola, assim que a mesma ingressou após nomeação no concurso, foi o Projeto: Meu Mascote é o bicho. Que incentiva capacidade dos alunos conviverem e cuidarem do animalzinho relatando o que fizeram no dia a dia em casa com eles, pois a proposta era que semanalmente um aluno levasse o ramster para casa. Toda segunda-feira o aluno devolvia o ratinho e entregava seu relatório. A professora deu importância a essa prática para estimular o desenvolvimento da produção textual e preservação e amor aos seres vivos. Análise Crítica: Tendo em vista o perfil da turma, tantas peculiaridadesencontradas e enfrentadas pela professora para resgatar o ânimo de uma turma desmotivada, pois assim ela considerou ao iniciar com a mesma que seguiam um método tradicional bem rigoroso para aprender e por tanto tempo também ficaram sem aula. Considero mais uma vez que a proposta da docente foi e é muito produtiva, utiliza de uma metodologia interdisciplinar, mostra outra forma de se trabalhar com alunos com grandes dificuldades, mostra algo novo. Considerando a realidade que vivem os educandos, o momento de cuidar do bichinho, tê-lo em casa é uma novidade significativa para estimular os objetivos que a docente quer alcançar. Elevar a auto estima dos mesmos, fazendo com que percebam que existem outros meios sentirem que são 11 dotados de responsabilidades, capacidades e habilidades que ainda não desenvolveram, mas que não é tarde para que a escola aproveite o potencial de cada um. Fundamentação Teórica: Percebe-se que é de suma importância que o professor contextualize as aulas propostas. O processo de ensino e aprendizagem deve visar a interação dos alunos, tanto em relação aos conteúdos estudados quanto ao conhecimento de mundo. Pensando nisso, nota-se que o educador deve propiciar momentos que viabilizem o desenvolvimento do alunos como um todo, sendo o mesmo capaz de participar ativamente e criticamente das atividades propostas. Segundo Fogaça em seu artigo Contextualização na prática educacional: “A ideia da contextualização requer a intervenção do estudante em todo o processo de aprendizagem, fazendo as conexões entre os conhecimentos. O aluno será mais do que um espectador, como costumava ser no ensino tradicional, mas ele passará a ter um papel central, será o protagonista; como um agente que pode resolver problemas e mudar a si mesmo e o mundo ao seu redor. Para tal é necessário que o professor crie situações comuns ao dia a dia do aluno e o faça interagir ativamente de modo intelectual e afetivo, trazendo o cotidiano para a sala de aula e aproximando o dia a dia dos alunos do conhecimento científico. Isso é sempre possível, pois inúmeros e praticamente inesgotáveis são os campos e contextos de experiências vivenciadas pelos alunos e pela escola, que podem ser utilizados para dar vida e significado ao conhecimento.” (FOGAÇA, 2011) 3.2 - Desenvolvimento, Análise das Atividades realizadas pelo Estagiário 3.2.1. Práticas Pedagógicas Vivenciadas Durante o estágio supervisionado desenvolvido pude observar a rotina diária da turma, assim como, auxiliar a professora. Percebi que os alunos interagem muito com as atividades propostas e devido a isso o meu estágio foi bem produtivo e eu participei ativamente do cotidiano escolar da turma. A professora regente me deu autonomia para que eu auxiliasse os alunos e para que participasse também de todas as propostas. Foi possível perceber a excelente recepção de todos o que permitiu que eu interagisse constantemente e fizesse parte também do processo de ensino e aprendizagem. No início do estágio, uns dias após, a professora regente atribuiu algumas tarefas para que eu pudesse realizar, como: auxiliar na forma, fazer a chamada. Após, pude desenvolver outras atividades, como: auxiliar os alunos nas dificuldades, explicar atividades lúdicas que seriam realizadas, pois a professora atua muito com dinâmicas. O estágio supervisionado 12 permitiu que eu me integrasse na rotina de uma sala de aula e fizesse a relação entre teoria e prática. O auxílio que proporcionei à professora regente foi muito importante, pois percebi a maneira como as metodologias são aplicadas e a forma como os alunos conseguem abstrair melhor o que é proposto. 3.2.2. Planejamento de Atividade Desenvolvida Após ter observado e auxiliado a professora regente juntas pensamos num conteúdo que deveria ser desenvolvido na turma. Foi possível perceber que o tema Higiene deveria ser abordado com a turma e essa foi a escolha para a produção da aula: Projeto: Bullying não é legal! Justificativa: É possível perceber que na atualidade o bullying é um tema que precisa ser desenvolvido e trabalhado nas unidades escolares. Todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem devem perceber e estar atentos que os alunos precisam conhecer mais sobre o bullying e seus pontos negativos. O tema escolhido propicia um ambiente extremamente favorável para que as crianças se desenvolvam, participem e tornem-se protagonistas de um processo contínuo. Todos os sentidos e significados possíveis ligados ao bullying serão explorados pelas crianças em atividades de leitura, matemática, linguagem, desenvolvimento social, emocional, motor, enfim, em todas as áreas do trabalho pedagógico realizado na Escola Municipal Professora Aída Vieira de Souza. Objetivos: •Oportunizar momentos que permitam refletir e significar o mundo através de diversas atividades interdisciplinares; •Ampliar o repertório de literatura dos alunos, familiarizando com diferentes gêneros textuais e estimulando a leitura e escrita; •Despertar valores de respeito para uma boa convivência entre alunos, escola e comunidade; •Proporcionar situações de aproximação da família com a escola com intuito de conscientizá- los da sua importância no processo ensino-aprendizagem. 13 Desenvolvimento: - Os alunos irão conhecer os personagens da Turma da Mônica e através da rodinha de conversa tentaremos apresentar situações certas e erradas que acontecem nas historinhas da Turma da Mônica, como: a Mônica ser chamada de dentuça; - Os alunos irão assistir um filme da Turma da Mônica e algumas situações do filme serão analisadas junto com os alunos; - Será criada uma árvore dos bons valores com palavras que devem ser usadas com os amigos; - A mala mágica da Mônica Essa atividade consiste em levar para sala de aula uma mala com vários livros (uma média de 30 livros), onde o aluno escolherá um livro para fazer a leitura. Todos os livros terão o tema bullying. - Correio da Amizade Os alunos farão cartas (desenhos) endereçadas a outros colegas da escola e depositarão em uma urna que ficará no pátio interno da escola. Será feito uma análise pelo professor do conteúdo das cartas. Logo após, um carteiro mirim, nomeado pelo docente, entregará as correspondências. Recursos: RECURSOS HUMANOS: •Equipe Diretiva; •Professores da Educação Infantil e Ensino Fundamental; •Funcionários de apoio; •Alunos da Educação Infantil e alunos do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano); •Familiares dos alunos. RECURSO MATERIAL: •Livros de Literatura; 14 •Revistas e Jornais; •CDs e DVD; •Materiais de sucata; •Materiais de papelaria (papel A4, cartolina, tinta guache, lápis de cor, hidrocor, pincéis...). RECURSOS FINANCEIROS: Os recursos materiais e humanos utilizados na aplicação deste projeto serão os disponíveis nesta Unidade Escolar. Avaliação: A avaliação se dará contínua mediante o envolvimento e a participação dos alunos nas atividades propostas. 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento deste trabalho, desde a escolha do tema, uma necessidade de comprovação para a empresa, bem como seu desenvolvimento teórico, a realização das pesquisas, foram fatores que requereram força de vontade e dedicação. Algumas variáveis, tais como tempo disponível para realização das pesquisas, a colaboração do entrevistado entre outros, foram fatores que realmente exigiram muita persistência. Porém, a lição deixada deste trabalho para o acadêmico foi compensativa. Para a prática, concluo que atuar na área da educação requer que estejamos dispostos avencer cada dia um obstáculo, seja por qualquer situação e também nos encantar com todas as situações prazerosas que o ensinar nos propõe em virtude do aprendizado do aluno, do caminho que ele utilizou para finalizar as propostas ao final de uma aula. Do que ele assimilou, e oque isso pode significar na vida dele fora da escola. Aprendemos com os alunos que o processo de ensino é inovar, conhecer o outro e dar oportunidades dele desenvolver habilidades que muitas das vezes não damos oportunidade dele demonstrar. Educar é muito mais que dá coisas prontas, é criar possibilidades de se reinventar. 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTRO, J. M., REGATTIERI, M (ORG.). Interação entre escola-família: subsídios para práticas escolares. Brasília: UNESCO, MEC, 2009. FOGAÇA, Jennifer. Contextualização na prática educacional. Brasil Escola. Disponível em <http://m.educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/contextualizacao.htm>Acesso em 05 nov 2016. LOVATO, Cristina dos Santos. Gêneros textuais e ensino: uma leitura dos PCNs de língua portuguesa do ensino fundamental. [2008?]. 18 f. Monografia (Especialização) - Curso de Língua Portuguesa, Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, [2008?]. Disponível em: <e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/download/3172/2500>. Acesso em: 05 nov. 2016. 17 ANEXOS UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ LUCIANA CANDIDO CRISANTO Relatório exigido como parte dos requisitos para conclusão da disciplina de Prática de Estágio Supervisionado em Docência nos Anos iniciais do Ensino Fundamental sob a orientação do Professora Angela Maria Paiva Gama
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