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GESTÃO DE FINANÇAS PÚBLICAS AULA 6 Profª Karla Regina Quintiliano Santos Ribeiro 2 CONVERSA INICIAL Olá! Bem-vindo à disciplina de Gestão de Finanças Públicas. A Gestão de Finanças Públicas tem como finalidade administrar, controlar e coordenar os pagamentos das atividades do Estado. Neste contexto, o Estado deve realizar alguns procedimentos, entre eles destaca-se a licitação. A licitação é um processo que tem como finalidade a compra de bens e serviços pelo Estado. Apresenta várias modalidades, limitadas financeiramente pela Lei 8.666/1983, a qual regulamenta o Artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, instituindo normas para licitações. Lembre-se de que o Estado, por meio do dinheiro estatal, fruto do imposto cobrado da sociedade, realiza compras de bens e serviços. Por consequência, deve prestar contas de seus gastos, bem como deve ter responsabilização sobre seus atos. Neste contexto, deve se pautar pela lei de responsabilidade fiscal, que tem como objetivo estabelecer parâmetros para os gastos públicos. É importante destacar que os gastos públicos devem ser divulgados para a sociedade. Logo, todos os atos públicos devem ser evidenciados; por consequência, o Estado deve ser transparente. Saiba mais Leia o artigo “Transparência e controle social na administração pública”, disponível no link: <http://www.tre- rs.jus.br/arquivos/FIGUEIREDO_transparencia.pdf>. CONTEXTUALIZANDO O Estado é composto atualmente pela União, 26 estados (Unidades Federativas), 1 Distrito Federal e 5.565 municípios do Governo Federal. Fazem parte ainda do Estado, de forma indireta, sociedades de economia mista, fundações, autarquias, empresas estatais e demais entidades vinculadas ao governo. Esses entes estatais, segundo o site Licitacao.net, compraram em torno de 120 bilhões de reais durante o ano de 2016, o que torna o Governo o maior comprador do Brasil. Neste sentido, verifica-se a importância da administração pública em ter procedimentos que regulem a forma de esses gastos públicos ocorrerem, visto que o Estado deve se pautar no fato de que a finalidade desses gastos deve ser 3 sempre a sociedade. Por consequência, a administração pública deve conduzir seus atos pelas leis de licitação – 8.666/1993, a Lei de Transparência – 12.527/2011, entre outras. Quem precisa licitar? A resposta a esta pergunta está descrita na Lei 8.666/93, que elenca os entes públicos que devem utilizar deste procedimento. São eles: Órgãos da administração direta; Os fundos especiais; As autarquias; As fundações públicas; As empresas públicas, As sociedades de economia mista; Demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Saiba mais Assista a um vídeo sobre a Lei da Transparência, disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=Ommv1XPCNP4>. TEMA 1 – LICITAÇÃO Licitação é um processo pelo qual a administração pública escolhe pessoas ou empresas para executarem determinadas obras ou serviços ou compras ou alienações com ele. Saindo desse conceito de licitação, destacam-se algumas ideias importantes, entre elas, a de que a licitação é obrigatória para os entes governamentais, ou seja, sempre que a administração pública precisar de serviços, obras e compras deve se utilizar desse procedimento. Outra concepção importante é a igualdade entre os participantes. Apesar de a Constituição garantir a “igualdade de condições a todos os concorrentes”, a Lei 12.349/2010 traz o conceito de promoção do desenvolvimento nacional sustentável à Lei 8.666/1993, ou seja, uma ideia de “igualdade flexível”, pois possibilita vantagens para empresas nacionais, ou ainda empreendimentos que invistam em pesquisa científica no Brasil. Essa modificação ocasionada pela Lei 4 12.349/2010 é resultado de uma política econômica de utilizar os gastos públicos como instrumento e favorecer o mercado local, bem como fortalecer os setores de inovação e tecnologia. A licitação deve selecionar a melhor proposta, logo, o Estado deve contratar a empresa que trouxer a proposta mais vantajosa para a administração pública. Perceba que a mais vantajosa às vezes não é a mais barata. Deve-se analisar a qualidade do produto ou serviço oferecido na proposta. A licitação é um processo, um procedimento que constitui um conjunto de atos e fatos sucessórios que tem uma finalidade. No caso da licitação: promover a concorrência para o Estado encontrar o interessado em constituir um futuro contrato entre as partes. Para customizar os procedimentos sob critérios de amplitude e da natureza do objeto a ser licitado, o legislador estabeleceu diferentes modalidades de licitação: I. Concorrência; II. Tomada de preços; III. Convite; IV. Concurso; V. Leilão. Ressaltamos que, apesar desta lei proibir a criação de outras modalidades, existem mais duas modalidades: a consulta, que foi estabelecida pela Lei 9.472/1997 e estabelece procedimento licitatório exclusivamente para a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, e a modalidade pregão, que está regulamentada na Lei 10.502/2002. As primeiras três modalidades citadas na Lei 8.666/93 são: concorrência, tomada de preços e convite. Elas se diferenciam basicamente pelo valor do objeto. Os valores acima mencionados estão elencados taxativamente no Art. 23 da Lei 8.666/1993. É importante observar que fica a critério do serviço público, quando o valor do bem for menor que R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), utilizar qualquer uma das três modalidades. Entretanto, se o valor for acima de 650.000,00 para compras de demais objetos, que não obras de engenharia, só pode ser utilizada a modalidade concorrência. Esse fato ocorre porque estas modalidades têm sua hierarquia estabelecida por conta da complexidade de cada uma. A mais simples destas três modalidades é o convite. Por esse motivo, só pode ser utilizado em contratos de valores reduzidos. 5 Essas modalidades devem ser utilizadas conforme os valores elencados na Lei 8.666/1993. Todavia, o Art. 23, § 4º, traz que a modalidade concorrência pode ser utilizada por qualquer valor e, nos casos que couber convite, a administração poderá utilizar a tomada de preços. A modalidade leilão está prevista na Lei 8.666/1993 e tem como finalidade a compra de móveis inservíveis, móveis de valor nórdico, imóveis oriundos de procedimentos judiciais ou dação. Sendo que esses objetos licitatórios não podem ultrapassar o valor de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). O concurso também está previsto na Lei 8.666/1993, porém sua finalidade é de escolha de um trabalho técnico, científico ou artístico que deve ser remunerado ou premiado. Lembrando que a comissão não precisa ser de servidores públicos efetivos, pode ser uma comissão composta que tenha conhecimento na matéria de exame. Essa modalidade não tem previsão normativa no que se refere às especificações; será pautada pelo edital. Outra modalidade que existe é a consulta, porém está prevista na Lei 9.472/1997, e tem como objetivo exclusivamente atender à Agência Nacional de Telecomunicação (ANATEL), nas compras de serviços e bens que não sejam denominados comuns. Todavia, não pode ser utilizada para as obras e serviços de engenharia. E, por fim, a sétima modalidade licitatória é o pregão, que tem a finalidade de compras de bens e serviços que possam ser determinados por especificações usuais do mercado. O pregão pode ser presencial ou eletrônico. É importante destacar quea licitação preferencialmente deve ser por meio de pregão, no âmbito federal. A administração pública tem como regra utilizar o processo licitatório. Entretanto a mesma lei traz uma ressalva e informa que podem ocorrer contratações diretas, conforme a Lei nº 8.666/1993. Elas podem ser divididas em quatro modalidades: a) dispensa; b) inexigibilidade; c) vedação e d) licitação dispensada. Nos casos de dispensa de licitação, a administração pública pode fazer o procedimento licitatório baseado na competição. Todavia, a normativa legal estabelece que não é preciso fazê-lo. A Lei 8.666/1993 traz de forma taxativa as hipóteses de dispensa. É importante destacar que esse rol não pode ser ampliado nem por atos administrativos nem por decretos. 6 O art. 17 traz um rol de hipóteses taxativas, não podendo ser ampliada pelo Estado nem pelo Município, que só podem ocorrer caso a exista interesse público na licitação e na avaliação. A dispensa de licitação por inexigibilidade está prevista no art. 25 da Lei 8.666/1993, sendo que essas hipóteses são apenas explicativas, e não obrigatórias. Refere-se aos casos em que a compra seja inviável por meio de processo licitatório por falta de competidores, seja porque o fornecedor é exclusivo, seja porque o objeto é singular. O legislador estabeleceu de forma taxativa algumas hipóteses em que não precisa ser utilizado o processo licitatório para fazer as compras de serviços ou objetos, pois a licitação está dispensada, conforme a Lei 8.666/1993, art. 24. Esses róis de licitações são taxativos, ou seja, não podem ser ampliados pelo Estado, Municípios ou Distrito Federal. Lembrando que no ato que estabelece a licitação devem estar descriminadas todas as informações necessárias, como é o caso dos termos e as condições do contrato que serão celebrados com a administração pública, juntamente com o documento de justificativa. Nos casos de dispensa de licitação, só pode ocorrer após a justificativa. A administração pública deve contratar o menor preço, todavia, é necessário que seja verificada a situação da pessoa jurídica, a capacidade técnica, regularidade fiscal e idoneidade financeira. É oportuno lembrar que o ente estatal deve verificar sua contabilidade, bem como empenhar o valor a ser pago e fazer as devidas publicações. As dispensas de licitação vedada ou proibidas estão ligadas diretamente ao interesse público, em razão da extrema urgência de obter os bens ou serviços. Nestes casos, a administração pública deverá ocorrer pela contratação direta para ressalvaguardar o interesse público. A licitação é um conjunto de atos obrigatórios para os entes da administração pública, guiados por lei e com a finalidade de convocar interessados que ofereçam a melhor proposta em fornecer serviços ou bens para serem contratados pela administração pública. Esse procedimento tem suas ações definidas detalhadamente na Lei 8.666/1993. Sendo que os atos que são desenvolvidos antes do edital, ou seja, dentro do órgão ou entidade, são os atos da fase interna. A fase interna é o processo que ocorre antes da divulgação do ato convocatório. Neste momento, se ocorrer alguma falha, o servidor público ainda 7 tem a oportunidade de redimir seu erro sem afetar a validade do processo como um todo. É importante ressaltar que a parte interna do processo licitatório se refere àqueles atos compreendidos até a data da divulgação do edital. Esses atos são que preparam a licitação, visto que definem o objeto e o valor a ser pago, bem como a modalidade que será utilizada. Outro ponto importante é que esses atos verificam se existe orçamento para que o contratante seja pago ao terminar o serviço ou na entrega do produto. O processo de licitação é um conjunto de atos que tem a finalidade de contratação por parte da administração pública, que, como já mencionado, envolve recursos financeiros e deve ser norteado pelos princípios estatais, entre eles a supremacia do interesse público, estando sujeitos a falhas que acarretam na anulação do processo licitatório realizado ou partes do processo. Essa anulação pode ser requerida pela própria administração pública que está executando o processo licitatório ou pelo poder judiciário, quando provocado. Uma vez anulado esse ato, o procedimento será desconstituído desde sua origem, porém serão mantidos os efeitos produzidos para terceiros de boa-fé. É importante destacar que, nestes casos, o órgão estatal não é obrigado a indenizar terceiros, salvo os contratantes que realizarem parte do objeto licitado, pois a administração pública não pode ter enriquecimento sem causa. A invalidação compromete todos os processos após o ato vicioso, ou seja, nos processos licitatórios os atos que aconteceram antes do ato ilícito serão considerados válidos. Todavia, a partir do momento em que ocorre um ato vicioso, acaba imaculado todo o processo e, por consequência, todos os atos que advirem após esse fato devem ser invalidados. Porém, é oportuno esclarecer que todos os atos considerados inválidos devem ser motivados, não só por causa do controle da legalidade por parte dos interessados, mas também porque motivos equivocados podem cancelar a anulação. O desfazimento do processo licitatório, seja por anulação ou por revogação, é obrigado ao ente que está licitando assegurar aos interessados o contraditório e a ampla defesa, conforme o Artigo 49, § 3º, da Lei 8.666/1993. Este dispositivo tem a finalidade de evitar que, por motivos escusos ou inverídicos, a administração pública desfaça o processo licitatório, violando o princípio da transparência, que deve ser seguido pelos entes estatais. 8 Ressaltamos que a revogação retira do mundo jurídico um ato válido que se tornou importuno ou inconveniente ao interesse público. Outro ponto importante é que um ato do poder executivo só pode ser anulado pelo próprio poder executivo, todavia sempre poderá o poder judiciário analisar o procedimento licitatório, sob o aspecto de legalidade. O que não pode é o judiciário substituir os motivos do poder executivo por um seu e retornar à licitação. Logo, o judiciário deve aceitar a motivação para anulação relatada pelo poder executivo. Como no caso de revogação, o procedimento da licitação não está imaculado com nenhum vício de legalidade. Os atos são anulados a partir do momento em que a administração pública solicita a revogação, e não o processo licitatório como um todo. O Artigo 109 da Lei 8.666/1993 elenca os recursos administrativos que podem ser apresentados pelos licitantes, pelo particular contratado, ou por quaisquer interessados, com a finalidade de contestar atos do processo licitatório, sanções aplicadas pela administração pública ou decisões que afetam direitos ou interesses dos administradores de algum modo envolvidos no processo licitatório. Os recursos servem para impugnar atos relacionados a contratos e a licitação. No que se refere à licitação, o recurso utilizado é o recurso hierárquico, no prazo de cinco dias, a contar da intimação do ato ou da lavratura da Ata, contra: a. A habilitação ou inabilitação do licitante; b. O julgamento da proposta; c. Anulação ou revogação da licitação; d. Indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento; e. Rescisão unilateral do contrato; f. Aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa. É importante destacar que, se a modalidade empregada for a convite, o prazo será de dois dias úteis para a interposição do recurso hierárquico. O recurso contra a habilitação ou inabilitação do licitante e o julgamentoda proposta fazem com que o processo licitatório seja suspenso. Todavia, as demais hipóteses anteriormente relacionadas não têm efeito suspensivo, mas 9 dependendo do caso, a autoridade competente poderá tornar suspensivo deste que motive e apresente as razões de interesse público. Art. 163 da Constituição Federal: Lei complementar disporá sobre: I - finanças públicas; II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; III - concessão de garantias pelas entidades públicas; IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. TEMA 2 – LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL A administração pública sofreu uma reforma devido a uma crise econômica mundial. Países como o Brasil, que não tinham mais como pagar suas dívidas e eram geridos por chefes do Poder Executivo irresponsáveis, que administravam o país por meio de grandes gastos deixados para os governantes futuros, ficaram impossibilitados de planejarem uma gestão pública adequada. Apesar de a Constituição de 1988 prever nos Artigos 163 e 169 que a lei complementar estabelecesse regras sobre finanças públicas (e, entre outros assuntos, dívida pública externa e interna, concessão de garantias pelas entidades públicas, emissão e resgate de títulos da dívida pública, fiscalização financeira da administração pública direta e indireta, condições para a instituição e funcionamento de fundos e limites para despesas com pessoal ativo e inativo da União, estados, Distrito Federal e municípios), essa lei complementar até o momento não tinha sido elaborada. Nos anos 90, vários projetos legais surgem para solucionar essa lacuna da lei. Entre eles destaca-se o de 1990, inspirado nos Estados Unidos, que estabelece o controle de gastos por meio de despesas e medida de compensação, estabelecido edição do Budget Enforcement Act, aliado ao princípio de accountability. Outra inspiração para a Lei de Responsabilidade Pública foi a União Europeia, em 1992, principalmente no que diz respeito a metas para dívida pública em relação ao PIB. A Nova Zelândia, em 1994, trouxe as restituições e os limites de gastos públicos, por meio do Fiscal Responsibility Act. Observa-se ainda a ideia trazida pela Comunidade Econômica Europeia, que foi a sustentabilidade financeira, estabelecida no Tratado de Maastricht. E, por fim, ressaltamos a transparência das contas públicas estabelecidas pelo FMI. 10 Essas diretrizes compõem a Lei 101/2000, também chamada de Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que passou a vigorar a partir de maio de 2000, para nortear à Administração Pública, no que se refere às finanças públicas. Resumidamente, a lei complementar 101/2000 estabelece, desde sua promulgação, as diretrizes de conduta para os gestores dos recursos públicos. Logo, determina que os recursos públicos sejam utilizados com responsabilidade, podendo ser aplicadas sanções pessoais aos administradores públicos. Lei 101/2000 – Artigo 1º § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. Saiba mais Lei 101/2000 – Artigo 1º §2º: As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Atenção Apesar de ter sido inspirada em várias nacionalidades, a Lei 101/2000 também tem características brasileiras. A Lei de Responsabilidade Fiscal é aplicada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, conforme estabelecido no Art. 1º, §2º, da LRF. Esse mesmo artigo, no seu § 3º, traz a obrigação também para os Três Poderes e todos os seus órgãos e entidades e as empresas estatais dependentes. A lei refere-se também à empresa estatal dependente, que, conforme o artigo 2º, II e III, tem como conceito: Empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. 11 Logo, pode ser entendida como uma sociedade cuja maior parte do capital social tem como proprietário o Estado. Neste contexto, pode-se entender que essa lei também é aplicada nas sociedades de economia mista, no Artigo 5, III, do Decreto-Lei 200/67. É importante ressaltar que a Lei de Responsabilidade Pública estabelece no seu artigo 1º, § 1º, que deve existir equilíbrio entre as receitas e despesas, limitação da dívida pública, preservação do patrimônio público, transparência nos atos oriundos das finanças públicas, bem como o controle social, no que se refere à prestação de contas dos recursos públicos. Logo, pode-se entender que o objeto da Lei 101/2000 é buscar o equilíbrio das contas pública, por meio de uma gestão fiscal, na qual os gestores públicos, de forma eficiente, administram a receita e as despesas, conforme determinação legal. Lembrando que essas ações devem estar pautadas por um planejamento. Art. 165 da Constituição/1988. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. O planejamento está intrinsecamente ligado à Lei de Responsabilidade Fiscal. Apesar de a Constituição em 1988 já prever que o planejamento quando estabeleceu que deveriam ser realizados orçamentos anuais, ou ainda a Lei de Diretrizes Orçamentarias – as LDOs, e o Plano Plurianual – PPA, cuja competência está prevista no artigo 165, § 1º, da Constituição Federal, que estabelece, de forma regional, as diretrizes, os objetivos e as metas que a administração pública tem para as despesas públicas de capital e as de programa de duração continuada. Todavia, quando a Lei de Responsabilidade Fiscal entrou em vigor, deu mais exaltação, visto que a elaboração do PPA por toda a administração pública, inclusive pelos municípios, está prevista de forma clara, quando estabelece que a LDO deve ser definida em compatibilidade com a PPA. Observa-se ainda que o planejamento é um requisito fundamental para a gestão fiscal, em consonância com a Lei 101/2000, visto o artigo 1º § 1º desta legislação, que prevê “a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente”. Logo, pode-se entender que uma gestão responsável deve ter como pauta o planejamento e, por consequência, o gestor deve cumprir com as determinações estabelecidas pela legislação – LRF.Ressalta-se ainda 12 que o planejamento é uma ferramenta de gestão que tem como finalidade, entre outras coisas, a antecipação dos riscos e, por consequência, a antecipação de soluções de possíveis desvios de objetivo. A Lei de Responsabilidade Fiscal também ampliou a imprescindibilidade da transparência nos atos públicos, ou seja, todos os procedimentos desde a confecção dos planos, as diretrizes orçamentárias até a execução destas, com a aplicação do capital público, devem ser divulgados. A LRF exige que essas informações sejam realizadas numa linguagem simples e objetiva, podendo ainda essa divulgação ser por meio eletrônico. Observa ainda o dispositivo legal, Artigo 48-A da LRF, que torna obrigatório aos entes da federação a divulgação das receitas e despesas, em tempo real. Em resumo, pode-se verificar que a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece: Limite de gasto de pessoal nos três poderes, e em cada nível de governo; Limite de endividamento, ou seja, metas estabelecidas para os três seguintes exercícios; Mecanismo de compensação para despesas contínuas; Mecanismo de controle das finanças públicas em períodos de eleição, como o caso do impedimento legal de contratação de operadores de créditos com antecipação de receita. TEMA 3 – GOVERNANÇA NO SETOR PÚBLICO A governança surge primeiramente nas empresas privadas. Somente por volta do ano de 1990 que se verificou a importância desta prática de boa governança nos setores públicos, principalmente pelo período de crise econômica vivida pela sociedade brasileira. A governança corporativa pode ser conceituada como um rol de mecanismos que tem como finalidade preservar os direitos, por meio de uma atuação responsável, racional e coerente dos agentes. Antes de continuar a falar da governança, é importante destacar que essa está pautada no conflito de agência, que separa a propriedade da gestão. Neste contexto, o titular da propriedade delega ao agente público o poder de decisão. Logo, podem ocorre conflitos, visto que os interesses do proprietário nem sempre convergem na mesma direção que os do administrador da propriedade. 13 Ressalta-se ainda que a governança teve como principal promotor a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que construiu seus princípios e estabeleceu seus pilares fundamentais. No Brasil, verifica-se o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o IBGC, como um dos principais difusores do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. A governança corporativa tem como finalidade possibilitar a igualdade entre sócios numa empresa, bem como transparência e resultados, no cumprimento das normas legais. Fazendo uma analogia, verifica-se que, para ocorrer a governança corporativa no setor público, é necessário a implementação da transparência e a prestação de contas (accountability). Neste contexto, no setor público, os recursos públicos devem ser utilizados com coerência, sem ser desviados de sua finalidade. As decisões sociais não podem estar entrelaçadas com os interesses de fornecedores do capital, visando à minimização dos prejuízos, que podem ser gerados por interesses antagônicos. Desse modo, a governança é importante para os governos, uma vez que é entendida como padrões de articulação e cooperação entre atores sociais políticos e institucionais, que coordenam e regulam os sistemas econômicos. Porém, no contexto social é relevante observar que esse sistema (governança) foi desenvolvido para problemas específicos, diferentemente do que ocorre nas organizações estatais. Primeiramente, pode-se verificar que as organizações públicas se diferem dos órgãos estatais. Todavia, para a boa governança, independentemente da estrutura – estatal ou não – deve ser implementado(a): A identificação e articulação dos termos de responsabilidade; Um relacionamento entre as partes interessadas; Uma estrutura de gerir os recursos e apresentar resultado; Uma base de administração de alto nível. O setor público, na sua complexidade, deve ser analisado com certo cuidado. Neste contexto, verifica-se que, para desenvolver a governança no setor governamental, deve-se criar a proteção para alcançar as metas públicas. Logo, deve ser confeccionado um sistema de controle que tenha como objetivo garantir o desenvolvimento dos objetivos propostos. Para que esse controle seja 14 efetuado com eficiência e eficácia, é necessária a supervisão dos atos e resultados. E, por fim, é importante desenvolver um mecanismo de prestação de contas, o qual servirá para informar as tarefas realizadas, bem como os objetivos alcançados. Essa interligação de procedimentos dará um resultado positivo quando estiverem inter-relacionados. Caso isso não aconteça, haverá áreas expostas e, consequentemente, pontos a serem reestruturados. Sem isso as metas não serão alcançadas (Timmers, 2000). Observa-se ainda que, para obter a governança no setor público, é importante existirem seis elementos. São eles: Objetos públicos; Responsabilidade do gestor público; Administração; Responsabilidade em prestar contas; Supervisão; Controle. Assim, para que ocorra o efetivo desenvolvimento da governança estatal, devem ocorrer a identificação e a articulação das responsabilidades, bem como análise do cenário da organização e do relacionamento entre os gestores do recurso com os que desejam os resultados. Neste contexto, é fundamental a comunicação de forma transparente e lúcida. O compromisso entre as partes se dá pela estrutura, atuando e se esforçando para obtenção dos resultados positivos. Em suma, para que ocorram as práticas de governança pública, é necessário que existam uma conduta ética, gestão de risco, relacionamento entre os cidadãos e o Estado (prestador de serviço), uma comunicação eficiente e eficaz. No que se refere à responsabilidade (accountability), para que seja implementada de forma eficiente a governança corporativa no setor público, é importante identificar os responsáveis e suas relações, bem como desenvolver a compreensão da relação que existe entre as partes, bem como que as partes tenham confiança na gestão de recursos e dos resultados apresentados. A confiança deve ser baseada na transparência de informação, sendo a transparência essencial para assegurar a responsabilidade dos dirigentes. 15 Perceba que a transparência vai além da estabelecida em estruturas ou processos, visto que essa deve pautar inclusive as atitudes e as crenças entre os intervenientes. O desafio da governança corporativa estatal encontra-se na ideia de garantir que os requisitos básicos estejam integrados e corretamente implementados, o que é imprescindível para a obtenção dos padrões de desempenho requeridos para atingir suas metas e seus objetivos. TEMA 4 – TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO O princípio da publicidade, previsto no Artigo 37 da Constituição Brasileira, abrange toda a atuação estatal e consiste na divulgação oficial de todos os seus atos. Neste entendimento, verifica-se que um desdobramento deste princípio é a transparência, visto que essa se refere à ideia de proporcionar acesso de todas as informações da gestão pública aos seus cidadãos. Logo, uma administração pública transparente tem sua gestão baseada em princípios éticos democráticos e disponibiliza seus dados. As informações da gestão pública compreendem os documentos, atos oficiais e decisões governamentais, que não são confidenciais por questões estratégicas ou de segurança nacional. Neste entendimento, transparênciapermite a qualquer cidadão, sendo esse um instrumento para que exista democracia participativa, visto que, com base na informação, o cidadão poderá participar da gestão pública e acompanhar e controlar a aplicação do dinheiro público. Em suma, pode-se entender que a transparência é um elemento da comunicação entre cidadão e gestor público, lembrando que, conforme a teoria da agência, existe um contrato tácito social, no qual o cidadão delega ao gestor público uma atividade de seu interesse e, portanto, pode monitorar o desempenho desta ação. A importância do tema “transparência” fez que os legisladores promulgassem a Lei 12.527/2011, que regula o acesso a informações previsto na Constituição Federal, também chamada de Lei da Transparência, a qual estabelece que o poder público deve dar publicidade a seus atos, proporcionando ao cidadão acesso às informações, por meio eletrônico, entre outros. 16 Ressalta-se que a Lei 12.527/2011 não prevê os prazos para a concretização da sua normativa. Neste contexto, no ano de 2012, foi promulgado o decreto 7.721/2012, que trouxe a regulamentação dos prazos, bem como fortalece a legislação existente sobre o acesso à informação estatal, estabelecendo mecanismos para que a administração responda às solicitações de informação do cidadão. Lembrando que o acesso à informação pública é a regra e o sigilo, a exceção. Essa normativa legal estabelece a obrigatoriedade para toda a administração direta e indireta de todos os poderes e entes federativos. Observa- se ainda que essa lei estabelece que todos os órgãos e entidades públicos devem propagar as informações de interesse da sociedade, exceto as confidenciais, que estão previstas no texto legal. Sobre as informações que não devem ser vinculadas, observa-se que essas são a exceção. Compõem o rol das exceções os dados pessoais, as informações que estão sob a guarda do Estado que se referem a intimidade, honra e imagem das pessoas. Neste caso, o prazo para a permissão do acesso destas é de cem anos. Logo, só podem ser acessadas pelo próprio indivíduo ou terceiros em casos excepcionais previstos na Lei. São consideradas sigilosas, conforme a Lei 12.527/2011, as informações para a segurança da sociedade ou do Estado, previstas no Artigo 23 desta lei. Existem ainda as informações classificadas como ultrassecretas, que são as oriundas ao Presidente da República, vice-presidente da República, Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas, Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior. Existem ainda a classificação de grau secreto e reservado. Essa legislação prevê a responsabilização do agente público nos casos de descumprimento da lei, ou seja, na recusa do fornecimento da informação solicitada, conforme previsão legal. Pode-se entender como conduta ilícita, destruir ou alterar documentos, com intuito pessoal, o que por consequência gera infrações ou pena de improbidade administrativa. § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e 17 mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu artigo 1º, §1º, prevê que a gestão fiscal seja pautada no planejamento e na transparência, no intuito de prevenir os possíveis desalinhamentos das contas públicas. Neste contexto, verifica-se que o gestor público deve gerir as contas públicas de modo eficiente e dentro dos limites legais. Art. 23 da Lei 12.527. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. É importante destacar que os gestores têm a obrigação legal de providenciar as prestações de contas do dinheiro público, bem como dos serviços públicos prestados aos cidadãos, para a sociedade. Logo, a lei prevê a transparência na gestão fiscal. Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Ressalta-se que a transparência tem como instrumento a prestação de contas, visto que a legislação prevê que o Estado anuncie com antecedência o seu planejamento, bem como o cumprimento desta política pública adotada ao longo do tempo. A Lei de Responsabilidade fiscal observa a responsabilização da gestão financeira com base em um acompanhamento de desempenho mensal, trimestral, anual e plurianual, por meio dos mecanismos criados pela Lei de 18 Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária Anual (LOA) e o Plano Plurianual (PPA). Observa-se ainda que a legislação brasileira prevê a responsabilização dos gestores públicos pelos resultados desfavoráveis da gestão fiscal. Sendo que o orçamento público é um dos principais instrumentos para a concretização da transparência das informações públicas financeiras. Lembrando que o orçamento público é a autorização legislativa para que a administração pública possa realizar seus dispêndios. Esse mecanismo deverá ser divulgado para que a sociedade participe da sua construção. Logo, deverá estar de forma compreensiva para a maior parte da população, bem como disponível. TEMA 5 – FISCALIZAÇÃO DO SETOR PÚBLICO O Artigo 75 da Constituição de 1988 estabelece a forma com a qual os Tribunais de Contas serão organizados, sua composição e a fiscalização que será exercida por esses tribunais. Outro ponto a ser destacado é que a Carta Magna estabelece que a titularidade do controle externo é do Poder Legislativo, ou seja, cabe, com as devidas adaptações, a todos os entes da Federação o Artigo 49, IX e X desta lei, que estabelece que a competência exclusiva de julgar anualmente as prestações de conta do Presidente da República e os relatórios de execução dos planos de governos, bem como fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta, que são do Congresso Nacional. Caso não seja apresentado para o Congresso Nacional, no período máximo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, em consonância com o Artigo 51, caputII, da lei constitucional, compete privativamente à Câmara dos Deputados a tomada de contas do Presidente da República. Corrobora com essa normativa a Lei 4.320/64, que determina que o controle de execução orçamentária, realizado pelo Poder Legislativo, terá a finalidade de verificar a probidade administrativa, o emprego das finanças públicas e o cumprimento da lei orçamentária. Neste contexto, verifica-se que o controle externo tem como pauta a arrecadação e aplicação dos recursos financeiros públicos, bem como a observância dos limites financeiros no orçamento. 19 A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece um novo padrão de gestão fiscal, no qual o Poder Legislativo, com a ajuda direta do Tribunal de Contas, bem como o mecanismo de controle de cada poder, deve fiscalizar principalmente alguns itens, entre eles: As metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; Os limites e a forma das execuções das operações de crédito e inscrição em restos a pagar; A despesa total com pessoal ao respectivo limite; Recondução dos montantes das dívidas consolidadas e mobiliária aos respectivos limites; Destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as da própria Lei Complementar; Cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver. Verifica-se que as atividades oriundas do controle e da fiscalização têm suas peculiaridades, e o Poder Legislativo necessitará de um auxilio técnico especializado que foi reconhecido pelo legislador constitucional, o qual estabeleceu que os Tribunais de Conta exercerão o papel de auxiliar o Poder Legislativo. Neste contexto, observa-se que a fiscalização tem previsão constitucional, visto o Artigo 70 desta legislação, que traz o controle externo, na figura do Tribunal de Contas, que é um órgão autônomo e independente que exerce o controle externo dos atos financeiros da administração pública. Os Tribunais de Contas são órgãos colegiados, que tem a finalidade de controlar as contas públicas, ou seja, de fiscalizar as despesas e receitas, por meio das Controladorias, que são formas unipessoais do próprio Tribunal de Contas. É oportuno mencionar que os Tribunais de Conta têm jurisdição. Neste sentido, o Tribunal de Contas da União fiscaliza os órgãos e entidades federais, e os Tribunais de Conta do Estado tem o objetivo de fiscalizar os órgãos estaduais e municipais. Todavia, os municípios que tiverem Tribunais de Conta próprio serão fiscalizados por esses. Art. 70 da CF/88 – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo 20 Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Lembrando que a Constituição de 1988 proíbe a criação de novos Tribunais de Contas Municipais, entretanto, mantém ativos os já existentes. Atualmente existem apenas dois Tribunais de Contas Municipais: o de São Paulo e o do Rio de Janeiro. Em suma, pode-se entender que a fiscalização, conforme estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal, é de competência do Poder Legislativo, que exercerá essa função com o subsídio dos Tribunais de Conta e ainda com a ajuda dos sistemas de controle interno de cada Poder e ainda do Ministério Público. Após a promulgação da Lei 101/2000, verificou-se a ampliação da fiscalização dos Tribunais de Conta, que inclusive prevê prazo para o exercício da fiscalização. Segundo o Artigo 59 da Lei de Responsabilidade Fiscal, o policiamento terá destaque nos seguintes itens: O desempenho das metas da Lei de Diretrizes Orçamentárias; Os limites das operações de crédito e a inscrição do resto a pagar; A forma sobre o retorno das despesas total com pessoal e os respectivos limites; Recondução dos montantes das dívidas consolidadas e mobiliárias, observando os limites legais; Restrições dos recursos obtidos com alienação de ativo; Efetivação do limite de gastos totais do legislativo municipal. Lei 101/2000 – Artigo 59 §1º – Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem: I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o; II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite; III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites; IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei; V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária. 21 Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a: I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar; III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23; IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites; V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Complementar; VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver. Compete aos Tribunais de Contas, segundo o Artigo 59, § 1º, advertir os poderes ou órgãos quando for constatado que: As receitas não possibilitam o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas; O valor total das despesas com pessoal ultrapassou 90% do limite; As dívidas consolidadas e mobiliárias, operações de crédito e concessão de garantia encontram-se acima de 90%; Os limites com inativos e pensionistas estão acima de 90%; Os fatos que podem comprometer os custos e resultados dos programas; Existem indícios de irregularidade na gestão orçamentária. A Lei 101/2000 estabelece que os Tribunais de Conta devem averiguar os limites de despesa com pessoal de cada poder e órgão. E ao TCU caberá analisar as emissões e aquisições da dívida imobiliária, empréstimos realizados pelos Poder Público, inclusive pelas empresas controladas. Resumidamente pode-se verificar que o Poder Legislativo tem a responsabilidade de verificar as normas e os limites estabelecidos pela Lei 101/2000, juntamente com os Tribunais de Contas e o controle interno de cada Poder e do Ministério Público. Lembramos ainda que o Tribunal de Contas tem como atribuição o alerta aos poderes e entes da Federação, bem como aos órgãos, sobre o limite de gastos, quando estiverem próximos aos limites estabelecidos pela LRF. Outra incumbência do Tribunal de Contas é a verificação dos cálculos dos limites da de despesa total com pessoal de cada poder ou ente da Federação.22 Saiba mais Assista aos vídeos a seguir para se aprofundar mais nos assuntos aqui abordados: Curso “Licitação, pregão e pregão eletrônico” – Aula 1 – Licitações públicas: <https://www.youtube.com/watch?v=VKyNQ-FXxCw>. Lei de Acesso à Informação 12.527/2011, comentada para concurso público: <https://www.youtube.com/watch?v=XU2cPwDB6Mc>. TROCANDO IDEIAS Saiba mais Observações indispensáveis na licitação pública: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=30fad467b7363d55>. Lei de Responsabilidade Fiscal: condição insuficiente para o ajuste fiscal: <http://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a10.pdf>. FINALIZANDO A licitação é um processo, um procedimento que constitui um conjunto de atos e fatos sucessórios que têm uma finalidade, que é promover a concorrência para o Estado encontrar o interessado em constituir um futuro contrato entre as partes. Para customizar os procedimentos sob critérios de amplitude e da natureza do objeto a ser licitado, o legislador estabeleceu diferentes modalidades de licitação. I. Concorrência; II. Tomada de preços; III. Convite; IV. Concurso; V. Leilão. Ressaltamos que, apesar desta lei proibir a criação de outras modalidades, existem mais duas: a consulta, que foi estabelecida pela Lei 9.472/1997 e estabelece procedimento licitatório exclusivamente para a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), e a modalidade pregão, que está regulamentada na Lei 10.502/2002. Para nortear à administração pública no que se refere às finanças públicas, foi promulgada a Lei 101/2000, também chamada de Lei de 23 Responsabilidade Fiscal (LRF), que passou a vigorar a partir de maio de 2000. Resumidamente, a lei complementar 101/2000 estabelece desde sua promulgação até as diretrizes de conduta para os gestores dos recursos públicos. Logo, determina que os recursos públicos sejam utilizados com responsabilidade, podendo ser aplicadas sanções pessoais aos administradores públicos. A governança também é outro mecanismo importante para que os governos, uma vez que é entendida como padrões de articulação e cooperação entre atores sociais políticos e institucionais, coordenem e regulem os sistemas econômicos. Porém, no contexto social é relevante observar que esse sistema (governança) foi desenvolvido para problemas específicos, diferentemente do que ocorre nas organizações estatais. A transparência também é um elemento importante para a gestão estatal, sendo esta um elemento da comunicação entre cidadão e gestor público, lembrando que, conforme a teoria da agência, existe um contrato tácito social, no qual o cidadão delega ao gestor público uma atividade de seu interesse e, portanto, pode monitorar o desempenho desta ação. A importância do tema “Transparência” fez que os legisladores promulgassem a Lei 12.527/2011, que regula o acesso a informações previsto na Constituição Federal, também chamada de Lei da Transparência, na qual estabelece que o poder público deve dar publicidade a seus atos, proporcionando ao cidadão acesso às informações, por meio eletrônico, entre outros. O controle é outro elemento importante para a gestão pública, visto que o Artigo 75 da Constituição de 1988 estabelece que os Tribunais de Contas fiscalizem a gestão pública. Observamos ainda que se pode entender que a fiscalização, conforme estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal, é de competência do Poder Legislativo, que exercerá essa função com o subsídio dos Tribunais de Conta e ainda com a ajuda dos sistemas de controle interno de cada Poder e ainda do Ministério Público. ATIVIDADES 1. (COMPERVE-2017) O pregão, regido pela lei 10.520/02, é uma modalidade de licitação bastante utilizada pela administração pública. Sobre essa modalidade de licitação, analise as afirmativas a seguir: 24 I. Permite especificações excessivas do objeto da licitação, ainda que limite a competição, dadas suas peculiaridades. II. Somente pode ser utilizada para a aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação. III. Pode ser realizada por meio de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica. IV. Permite a exigência de garantia da proposta, de modo a preservar o interesse da administração. Dentre as afirmativas, estão corretas: a. I e III b. II e III c. I e IV d. II e IV 2. (FCC-TCE/SP-2013) A Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe que: a. As contas do Poder Judiciário serão apresentadas, no âmbito dos Estados, pelos governadores, consolidando as dos demais tribunais. b. Os Tribunais de Contas entrarão em recesso independentemente da existência de contas de poder pendentes de parecer prévio. c. O prazo para os Tribunais de Contas emitirem parecer prévio conclusivo sobre as contas será de cento e vinte dias do recebimento, no caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes. d. O parecer sobre as contas do Tribunal de Contas da União será proferido no prazo de quinze dias do recebimento pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional. e. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais. 25 3. (FCC-TCE/PI-2014). A Lei de Responsabilidade Fiscal abrange a: a. Fundação instituída e mantida pela vontade do setor privado. b. Empresa pública que, do ente controlador, recebe recursos apenas para fazer investimentos. c. Sociedade de economia mista que, do ente controlador, apenas recebe recursos de participação acionária. d. Empresa estatal que, do ente controlador, apenas recebe recursos alusivos à venda de ações ordinárias. e. Empresa concessionária de serviços públicos essenciais, apenas. 4. (FCC-TJ/SC–2017) A Lei de Acesso à Informação Pública – Lei Federal nº 12.527/201: a. Não se aplica a todos os entes da administração pública, visto que é incompatível com o regime das empresas públicas e sociedades de economia mista, regidas por lei própria (Lei Federal nº 13.303/2016). b. Postula que, segundo o princípio acessorium sequitur principale, quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, as demais partes tornam-se também de acesso restrito. c. Aponta como dever dos órgãos e entidades públicas promover a divulgação de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, por sítio oficial na internet; todavia, os municípios de menos de cem mil habitantes estão dispensados da exigência. d. Prevê prazo de trinta dias, prorrogável justificadamente por mais 20 (vinte) dias, para que seja disponibilizada informação requerida pelo cidadão. e. Cria hipótese de responsabilidade objetiva pela divulgação indevida de informações, sendo que tal responsabilidade também é aplicável aos particulares que, em virtude de vínculo com órgão ou entidade pública, tenham acesso a informações sigilosas. 5. (OBJETIVA-2017) Em conformidade com a Lei nº 12.527/2011, que regula o acesso a informações, marcar C para as afirmativas Certas, E para as 26 Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: ( ) Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar. ( ) Quando não forautorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação. ( ) Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original, sempre a expensas da Administração e sob supervisão de servidor público. a. C – C – E b. E – C – C c. C – E – E d. E - C – E e. C - C – C 27 REFERÊNCIAS BEHR, A. Contabilidade aplicada ao setor público estudos e práticas. São Paulo: Atlas, 2016. BEZERRA FILHO, J. E. Contabilidade aplicada ao setor público abordagem simples e objetiva. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2015. COUTINHO, A. D. Manual de direito administrativo – volume único. Rio de Janeiro: Método, 2015. DI PIETRO, M. S. Z. Parcerias na administração pública: concessão, permissão, franquia, terceirização, parceria público-privada e outras formas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2015. FÓRUM DESENVOLVE LONDRINA. Gestão pública: um passo para mudanças históricas - republicanismo, meritocracia, governança. Londrina: Imaginacom, 2016. 104 p. FURTADO, L. R. Curso de direito administrativo. 4. ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Fórum, 2013. 1013 p. LICITAÇÃO.NET. Quem deve licitar? Disponível em: <https://www.licitacao.net/quem_deve_licitar.asp>. Acesso em: 18 out. 2017. MARQUES, M. C. Improbidade administrativa temas atuais e controvertidos. Rio de Janeiro: Forense, 2016. MENDES, G. F. Linha administração e políticas públicas gestão pública e direito municipal: tendências e desafios. São Paulo: Saraiva Educação, 2016. MATIAS-PEREIRA, J. Manual de gestão pública contemporânea. 5. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2016. 28 RESPOSTAS 1. B 1. E. Quando falamos em modalidades concorrência, tomada de preços e convite, a Lei 8.666/93 diz que a descrição do objeto deve ser sucinta, clara. Temos uma equivalência na Lei 10.520, que diz que a definição do objeto deve ser precisa, suficiente e clara. Art 3, II. – A definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; 2. C. 3. C Veja na Lei 10.520: Art. 2º (VETADO) §1º – Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica. 2. E a. As contas do Poder Judiciário serão apresentadas, no âmbito dos Estados, pelos governadores, consolidando as dos demais tribunais. Essas contas serão apresentadas pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça. (Art. 56, §1º, II, LC 101/2000) b. Os Tribunais de Contas entrarão em recesso independentemente da existência de contas de Poder pendentes de parecer prévio. Não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder pendentes (Art. 57, §2º, LC 101/2000) c. O prazo para os Tribunais de Contas emitirem parecer prévio conclusivo sobre as contas será de cento e vinte dias do recebimento, no caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes. Prazo de 180 dias (Art. 57, §1º, LC 101/2000) d. O parecer sobre as contas do Tribunal de Contas da União será proferido no prazo de quinze dias do recebimento pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional. O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no Art. 57 pela comissão mista permanente referida no §1º do Art. 166 da Constituição (Comissão Mista 29 permanente de Senadores e Deputados) ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais. (Art. 56, LC 101/2000) e. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais. Certo (Art. 57, caput, LC 101/2000 c/c Art. 71, I, CF/88) 3. B Art. 2º – Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como: I. – Ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município; II. – Empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação; III. Empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. Como investimento é considerado despesa de capital, a LRF se aplica à empresa pública que recebe do ente controlador recursos para fazer investimentos. 4. E a. Incorreta. Art. 1º, parágrafo único, da Lei 12527/2011. Subordinam-se ao regime desta lei: I – os órgãos públicos integrantes da administração direta dos poderes executivo, legislativo, incluindo as cortes de contas, e judiciário e do Ministério Público; II – as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estado, Distrito Federal e Municípios. b. Incorreta – Art. 7º, § 2º, da Lei 12.527/2011: quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. c. Incorreta – Art. 8º, § 2º, da Lei 12.527/2011: para o cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos 30 os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet); Art. 8º, § 4º. – os municípios com até 10.000 habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o §2º, mantida a obrigatoriedade de divulgação, tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no Art. 73-b da Lei complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. d. Incorreta – Art. 11, §§1º e 2º, da lei 12527/2011 – o órgão ou entidade deverá conceder acesso imediato à informação disponível. Caso não seja possível, deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias, adotar uma das providências elencadas nos incisos do §1º, prazo este que poderá ser prorrogada por mais 10 (dez) dias. e. Correta – Art. 34 da lei nº 12.527/2011 – Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. f. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso à informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. 5. A III. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com ooriginal. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original, sempre a expensas da administração e sob supervisão de servidor público. Como está disposto na LAI: 31 Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original. Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original.
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