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Ensino Clínico I Profª. Rafiza Lago Moraes É uma doença infecto- contagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK) que afeta principalmente os pulmões. (BRASIL, 2011). Durante o século XIX: • principal causa de morte nas nações industrializadas; • Morte de pessoas de todas as idades e em todas as circunstâncias socioeconômicas; • Prescrito repouso e exposição ao ar puro. O Brasil é um dos 22 países priorizados pela OMS para TB no mundo; Em 2011, apresentou coeficiente de incidência de 36/100.000 hab.; O Brasil está na 17º posição em relação ao número de casos e 111º em relação ao coeficiente de incidência. (BRASIL, 2013). No Brasil, 70% dos casos estão concentrados em 315 dos 5.565 municípios; O estado de São Paulo detecta o maior número absoluto de casos e o Rio de Janeiro apresenta o maior coeficiente de incidência. (BRASIL, 2011). • Anualmente 4.500 pessoas ainda morrem por TB; • 4ª causa de morte por doenças infecciosas e 1ª causa de morte dos pacientes com AIDS em 2008. O Ministério da Saúde (1999), define a tuberculose como prioridade ; Estabelece diretrizes para as ações e fixando metas para o alcance de seus objetivos. • Até o final de 2015: ↓ a incidência para 25,9/100.00 hab.; • ↓ Taxa de prevalência e mortalidade pela metade em relação a 1990. • Até 2050: incidência global de TB Ativa seja menor que 1/1.000.000 hab./ano. Se propaga através do ar, por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos por um doente com TB pulmonar ao tossir, espirrar ou falar em voz alta. (Ministério da Saúde, 2006). Quando as gotículas inaladas, contendo os bacilos de Koch atingem os alvéolos, a infecção pode se iniciar. Os bacilos multiplicam-se nos alvéolos e um pequeno número entra na circulação sanguínea disseminando-se por todo o corpo. O sistema imune macrófagos fagocitam os bacilos granuloma. Granuloma tuberculoso Dentro de 2 a 10 semanas, o sistema imune usualmente intervém Infecção tuberculosa sem a doença (primo-infecção) PI (período de incubação) • 4 a 12 semanas para reação tuberculínica (pápula) • 6 a 12 meses para desenvolver os sintomas •10% das pessoas infectadas adoecem, metade durante os 2 primeiros anos após a infecção e a outra metade ao longo da vida (infecção pós-primária) •Risco de progressão da infecção Concentração de bacilos no ar contaminado Aglomerações populacionais; Condições socioeconômicas precárias Duração da exposição Exposição profissional; A suscetibilidade genética ou predisposição dos contatos Pacientes com história de tratamento anterior para tuberculose (recidiva- em menos de 5 anos); Contatos de casos de tuberculose População de risco. Sintomático respiratório Sintomático compatível História clínica; Baciloscopia direta de escarro; A cultura do Bacilo de Koch; Exame Radiológico; Exame sorológico Anti-HIV. A baciloscopia de escarro deve ser realizada em, no mínimo, duas amostras; Nos casos em que há indícios clínicos e radiológicos de suspeita de TB e as duas amostras de diagnóstico apresentem resultado negativo, podem ser solicitadas amostras adicionais. A cultura para micobactérias está indicada: Suspeita clínica e/ou radiológica de TB com baciloscopia repetidamente negativa; Suspeitos de TB com amostras paucibacilares; Suspeitos de TB com dificuldades de obtenção da amostra; Suspeitos de TB extrapulmonar; Casos suspeitos de infecções causadas por Micobactérias Não Tuberculosas (MNT); Contatos de casos de tuberculose resistente; Pacientes com antecedentes de tratamento prévio independentemente do tempo decorrido; Pacientes imunodeprimidos, principalmente portadores de HIV; Paciente com baciloscopia positiva no final do 2º mês de tratamento; Falência ao tratamento anti-TB; Em investigação de populações com maior risco de albergarem cepa de M.tuberculosis resistente ou com difícil abordagem subseqüente Grande importância na investigação da tuberculose. Identifica: ✔Doença em atividade ou doença no passado; ✔Tipo e extensão do comprometimento pulmonar. PROVA TUBERCULÍNICA (PT) Definição Consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos. É utilizada, nas pessoas (adultos e crianças), para o diagnóstico de infecção latente pelo M. tuberculosis (ILTB). PROVA TUBERCULÍNICA (PT) Definição É indicada como método auxiliar no diagnóstico da tuberculose. Pessoa reatora ao teste isoladamente é um indicador tão somente da presença de infecção, não sendo suficiente para o diagnóstico da doença tuberculose! IMPORTANTE A PT pode ser interpretada como sugestiva de infecção por M. tuberculosis quando igual ou superior a 5mm em crianças não vacinadas com BCG , quando vacinadas a mais de 2 anos ou com qualquer condição imunodepressora TUBERCULOSE PULMONAR POSITIVA • Duas baciloscopias diretas positivas; • Uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva; • Uma baciloscopia direta positiva e imagem radiológica sugestiva de tuberculose; • Duas ou mais baciloscopia diretas negativas e cultura positiva . A tuberculose é uma doença grave, porém curável em praticamente 100% dos casos novos, desde que os princípios da quimioterapia sejam seguidos como: Associação medicamentosa adequada; Doses corretas; Uso por tempo suficiente; Supervisão da tomada dos medicamentos. TERAPIA DIRETAMENTE OBSERVADA (TDO) • Definição: o profissional treinado passa a observar a tomada da medicação do paciente desde o início do tratamento até a sua cura. • Objetivo: ↑ Taxas de cura ↓ Taxa de abandono. Caso novo ou virgens de tratamento (VT): pacientes que nunca se submeteram ao tratamento anti-TB, o fizeram por até 30 dias ou a mais de 5 anos. Retratamento ou com tratamento anterior (TA): pessoa que venha a necessitar de novo tratamento por recidiva após cura (RC- tratou e em menos de 5 anos teve recidiva) ou retorno após abandono (RA). Falência - Persistência da positividade do escarro ao final do tratamento ou no início fortemente positivos que mantêm essa situação até o 4º mês . Transferência – paciente que compareceu a sua unidade de saúde para dar continuidade ao tratamento iniciado em outra unidade (sem interrupção por mais de 30 dias). Esquema básico para adultos e adolescentes ATENÇÃO: O esquema básico pode ser administrado em gestantes nas doses habituais, mas, nestes casos, esta recomendado o uso concomitante de piridoxina 50mg/dia pelo risco de toxicidade neurológica no recém-nascido (pela isoniazida). CONTROLE DOS CONTATOS QUIMIOPROFILAXIA: Recomendada em contatos de bacilífero pulmonar, menores de 5 anos, não vacinados com BCG; Reatores à prova tuberculínica, com exame radiológico normal e sem sintomatologia clínica compatível com tuberculose; Pessoas infectadas pelo bacilo ou não, usar Isoniazida na dosagem de 10mg/Kg/dia (até 300mg), diariamente, por um período de 6 meses. A maioria dos pacientes completa o tratamento sem sentir qualquer efeito adverso das drogas. Os principais fatores relacionadosàs relações adversas são: Dosagem inadequada; Horário da tomada dos medicamentos; Idade e estado nutricional do doente; Etilismo, disfunção hepática e/ou renal e à co- infecção pelo HIV. Esclarecimento quanto aos aspectos importantes da doença, sua transmissão, prevenção e tratamento. Ações de Controle: Diagnosticar pelo menos 90% dos casos esperados; Curar pelo menos 85% dos casos diagnosticados; Expansão das ações de controle para 100% dos municípios; Estimular a notificação identificação de sintomáticos respiratórios; Organização da rede laboratorial para diagnóstico e controle dos casos; Garantia de acesso ao tratamento supervisionado e/ou auto- administrado dos casos; Proteção dos sadios. Deve-se realizar a buscar ativa de casos entre: • Sintomáticos respiratórios; • Contatos de casos de tuberculose; • As populações com maior risco de adoecimento. Identificar entre os ≥ 15 anos, que procuram o serviço de saúde, sintomáticos respiratórios, fazer o diagnóstico de Tb, iniciar o tratamento, acompanhar os casos em tratamento, dar alta aos pacientes; Coletar material para pesquisa de BAAR ou referenciar laboratório. Dispor de estoque de medicamentos específicos para doentes inscritos no Programa de Tb; Fazer TDO quando indicado; Manter Livro de Controle de Tratamento dos Casos de Tuberculose com informações atualizadas; Informar a SEMUS (SINAN) acerca dos casos atendidos e situação de encerramento (resultado do tratamento) desses casos; Realizar prova tuberculínica quando necessário; Realizar anti – HIV quando indicado; Fazer programação anual para o Programa de Controle da Tuberculose, juntamente com a VE do município, estabelecendo metas; Realizar ações educativas junto à clientela da UBS, bem como na comunidade; Divulgar os serviços prestados tanto no âmbito do serviço de saúde como na própria comunidade. Treinar RH da UBS; Identificar sintomáticos respiratórios (SR); Solicitar baciloscopia dos SR; Orientar coleta de escarro; Fornecer e identificar pote para coleta; Enviar amostra p/ laboratório; Realizar consulta mensal; Notificar; Convocar comunidade para investigação; Dispensar medicamentos para o paciente e orientar uso; Programar quantitativos mensais de medicamentos; Solicitar exame de escarro; Identificar reações adversas do medicamentos; Transferir paciente, se necessário, com ficha de referência e contra- referência; Supervisionar trabalho do ACS; Realizar ações educativas junto à clientela e comunidade; Planejar, juntamente com a equipe e coordenação municipal, estratégias de controle da tuberculose na comunidade. Convocar paciente faltoso à consulta; Convocar paciente em abandono de tratamento; Preencher Livro de Registro e Acompanhamento dos Casos de Tuberculose na UBS; Acompanhar a ficha de supervisão do tratamento preenchida pelo ACS; Manter a ficha do SIAB (B-TB) atualizada; Identificar os sintomáticos; Convocar os comunicantes para consulta médica; Identificar o pote de coleta do escarro; Orientar a coletar do escarro; Encaminhar o material ao laboratório; Receber o resultado da baciloscopia de acompanhamento do tratamento, protocolar e anexá-lo ao prontuário; Fornecer medicação, orientar o seu uso e a importância do tratamento; Supervisionar o uso correto da medicação nas visitas domiciliares; Agendar consulta extra, quando necessário; Convocar o doente faltoso à consulta; Convocar o doente em abandono de tratamento; Aplicar a vacina BCG; Manter a ficha do SIAB atualizada. Identificar os sintomáticos; Orientar e encaminhar os comunicantes à UBS para consulta; Encaminhar ou comunicar o caso suspeito à equipe; Orientar a coleta e o encaminhamento do escarro dos sintomáticos respiratórios; Supervisionar tomada diária da medicação específica; Fazer visita domiciliar de acordo com a programação da equipe; Verificar, no cartão da criança, a situaçao vacinal; Agenda consulta extra, quando necessário; Realizar ações educativas junto à comunidade; Participar, com a equipe, do planejamento de ações; Manter a ficha do SIAB( B-TB) atualizada. O SINAN é a principal fonte de dados do sistema de informação epidemiológica da tuberculose nas 3 esferas Tem por objetivo coletar, transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica Entrada de dados no SINAN: A digitação da ficha de notificação deverá ser realizada sempre pelo município notificante; As informações sobre o acompanhamento de caso deverão ser regularmente atualizadas pelo município que está acompanhando atualmente o paciente. Os dados referentes às baciloscopia, outros exames, número de contatos examinados, situação do tratamento e do encerramento, devem ser registrados pela Unidade de Saúde. A nossa caminhada continua...
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