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Ética na Saúde
Profª. Beatriz Acampora
Aula 8
Equipes multi e interdisciplinares em saúde
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Equipes multi e interdisciplinares em saúde
Características do trabalho em equipe:
Trabalhar em equipe implica em compartilhar objetivos e metas em prol de determinados resultados em comum.
Envolve:
Capacidade de agregar valor e de gerar confiança, proporcionando um ambiente saudável e positivo.
A cooperação para a obtenção de um objetivo comum, que isoladamente seria mais difícil e demorado.
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Equipes multi e interdisciplinares em saúde
Todos devem ter um papel definido, conforme sua capacidade, para alcançar o objetivo.
A comunicação deve ser aberta, objetiva e clara, sem repressão, para que as pessoas possam compartilhar efetivamente fatos e situações.
O trabalho em equipe também requer acompanhamento por parte do líder.
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Equipes multi e interdisciplinares em saúde
Foco nos objetivos e resultados, criando estratégias que sejam eficazes para a equipe.
Administrar conflitos é essencial, pois a equipe precisa desenvolver maturidade, vínculo e confiança para superar as dificuldades do percurso.
Proatividade e inovação – atitude de resolução e contribuição ativa com a equipe, buscando soluções e alternativas que visem os melhores resultados.
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Vídeo trabalho em equipe - animação
https://www.youtube.com/watch?v=XqvgSJQt_OI
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Equipes multi e interdisciplinares em saúde
Na área da saúde, a mudança do trabalho individual para o trabalho em equipe se deu em função de:
Inserção da medicina preventiva;
Reformulação do papel do médico (que passa a não ter mais exclusivamente a responsabilidade pelos cuidados em saúde) e inserção de outros profissionais no contexto da saúde;
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Compreensão ampliada do conceito de saúde que considerava, além dos aspectos biológicos, os aspectos psíquicos e sociais;
Atualmente a maioria dos espaços de saúde contam com uma equipe multiprofissional ou multidisciplinar.
Mas o que é isso?
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Equipes multi e interdisciplinares em saúde
Estes termos são sinônimos, pois dizem respeito a profissionais de diferentes áreas ou diferentes disciplinas que atuam no mesmo local.
A equipe multiprofissional é, sem dúvida, uma realidade necessária em todos os espaços cuja atenção em saúde busque melhorar a qualidade do atendimento e otimizar resultados terapêuticos. 
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Como administrar as relações entre os diversos profissionais que compõem estas equipes de modo democrático, homogêneo e cooperativo?
colaboração de diferentes especialidades que apresentam conhecimentos e qualificações distintas. 
estas diferenças, no entanto, precisam encontrar convergências que possibilitem uma atuação uniforme entre estes profissionais.
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Assim, algumas características são essenciais:
Respeito ao espaço comum de atuação;
Respeito ao paciente e aos familiares;
Regras de convivência que sejam comuns a todos;
Zelo pela qualidade da competência técnica e seu desempenho;
Zelo pela qualidade da competência comportamental e seu desempenho;
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Zelo pela melhor comunicação em prol da assistência em saúde;
Avaliação constante dos resultados
Objetivos claros e definidos
Passar o trabalho de forma clara para o colega que assumirá o plantão;
Fazer anotações corretas e claras no prontuário do paciente;
Dentre outras.
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As equipes multidisciplinares se caracterizam por um grupo de profissionais que atuam de forma independente em um mesmo ambiente de trabalho, utilizando-se de comunicações informais. 
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Exemplo:
Pediatria de um hospital: tem os médicos, os profissionais de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, nutricionista, dentre outros. 
Não necessariamente estes profissionais realizam trocas de experiências ou se reúnem para avaliar os casos e tomar decisões compartilhadas.
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Já uma equipe interdisciplinar consiste em um grupo de profissionais, com formações diversificadas que atuam de maneira interdependente, inter-relacionando-se num mesmo ambiente de trabalho, através de comunicações formais e informais. Ou seja, profissionais de diferentes formações que atuam em conjunto.
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A principal distinção está no fato da equipe técnica compartilhar ou não, objetivos, e no modo como os seus componentes interagem ou não, de forma colaborativa em suas atuações profissionais. 
Vídeo interdisciplinaridade na oncologia:
https://www.youtube.com/watch?v=q5G8V0J6ljM&t=28s
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O trabalho em equipe não pressupõe eliminar especialidades, pois é exatamente esta diversidade técnica que possibilita o aprimoramento do conhecimento e a complementação dos diferentes modos de análises. 
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Assim, diferentes profissionais realizam intervenções distintas e específicas, próprias de suas áreas de atuação, mas também realizam ações comuns, nas quais integram os saberes e as conclusões de suas ações particulares.
 
Há dois aspectos distintos, porém integrados: 
A manutenção das fronteiras dos saberes de cada especialidade 
A atuação conjunta destes saberes. 
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Para que este trabalho em equipe funcione de modo ético e eficaz, três fatores devem ser abordados: 
capacitação profissional, 
interface do trabalho dos profissionais 
autonomia dos profissionais. 
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Capacitação profissional – consiste em uma formação acadêmica de qualidade e de abordagem interdisciplinar. 
Os profissionais precisam aprender a trabalhar em equipe. Profissionais de saúde formados em modelos não interdisciplinares tendem a ter uma perspectiva isolacionista de sua própria atuação. 
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Interface do trabalho dos profissionais - implica no respeito às áreas de competências de cada profissional e na percepção da existência de áreas de atuação comuns. 
É preciso compreender que a interdisciplinaridade não é igual à transdisciplinaridade.
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Na transdisciplinaridade, como indica o prefixo “trans”, os saberes transcendem as especialidades e se integram em um único campo de conhecimento. Edgar Morin, em seu livro Ciência com Consciência (1996), defende o conceito de transdisciplinaridade e compara à interdisciplinaridade à ONU, que atua de modo a preservar as fronteiras entre os saberes enquanto que a transdiciplinaridade eliminaria estas fronteiras.
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Autonomia dos profissionais - em uma equipe de atuação interdisciplinar, não há o comando de um profissional sobre a atuação de outro de diferente especialidade. 
Cada profissional é o responsável por sua ação e não há subordinação hierárquica no campo técnico entre os especialistas. 
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O processo de trabalho em saúde:
envolve profissionais que exercem autonomia técnica para a tomada de decisão frente às necessidades de saúde dos usuários. 
o grau de autonomia está condicionado pela maior ou menor autoridade técnica.
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Um aspecto absolutamente necessário em equipes interdisciplinares,diz respeito ao fluxo de ações a serem executadas pela equipe. O trajeto executado na análise de cada caso pode ou não ser padronizado, mas é importante que seja definido logo no inicio do atendimento e, preferencialmente com a anuência da equipe toda. 
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A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura), em 1998, constituiu uma comissão formada por renomados educadores de várias nacionalidades, chamada Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, para que a interdisciplinaridade não se constitua apenas um ideal filosófico.
A comissão foi presidida pelo francês Jacques Delors, que organizou um importante relatório.
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Neste relatório é proposto um conjunto de saberes e habilidades a serem desenvolvidas que abrangem: 
atitudes de reflexão, espírito crítico, autocrítico e a capacidade de abstração. 
A prática de uma interdisciplinaridade consciente e ética depende fundamentalmente destas habilidades cognitivas. 
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A interdisciplinaridade deve ocorrer a partir de realidades e ações concretas, no âmbito das práticas, dos cotidianos e das demandas de Atenção Integral em Saúde. 
As relações profissionais precisam se fundamentar intrinsecamente na ética pautada pelo principio da Integralidade abarcado pelas ciências da saúde. 
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O Princípio da Integralidade diz que “...a atenção à saúde deve levar em consideração as necessidades específicas de pessoas ou grupos de pessoas, ainda que minoritários em relação ao total da população. Ou seja, a cada qual de acordo com suas necessidades, inclusive no que é pertinente aos níveis de complexidade diferenciados.”
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Assim:
As relações profissionais interdisciplinares objetivam sempre o paciente. 
A união das especialidades é, antes de tudo, uma ação voltada para a atenção integral à saúde.
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A produção de saúde/adoecimento: 
fenômeno complexo;
exige articulação entre saberes; 
produção incessante de trocas entre os trabalhadores da saúde;
interação é capaz de produzir as melhores respostas para casos singulares.				 
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Exemplo: Equipe de saúde da família
Orientada pela promoção da saúde
Prática dialógica, centrada na saúde
Visão integral do indivíduo
Articulação das ações e interação dos agentes
Objetivos comuns definidos
Projeto assistencial comum
Assistência humanizada / vínculo
Relações horizontalizadas
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O trabalho em equipe é essencial para:
O trabalho em saúde beneficiar a população a que se destina, sendo melhor direcionado e não fragmentando o ser humano. 
As trocas entre os profissionais permite melhor vínculo entre os profissionais, pacientes e familiares, o que consequentemente, beneficia o vínculo terapêutico e a adesão ao tratamento.			 
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O papel do líder no trabalho em equipe em saúde:
Deve contribuir para que a equipe foque na sua operação e realize sua tarefa;
Favorece a comunicação e a troca em prol da melhor assistência em saúde;
Está atento às necessidade da equipe e de seus integrantes;
Fornece informações necessárias e adequadas;
Cria um ambiente de trabalho saudável que propicia a QVT para os profissionais de saúde: o que favorece os serviços prestados. 
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Beatriz Acampora e Silva de Oliveira
Drª. Saúde Pública (UA-PY), Mestre em Cognição e Linguagem pela UENF/RJ (2006), Pós-graduada em Arteterapia em Educação e Saúde - FAMESC / ISEC (2013), Pós-graduada em Hipnose Clínica, Organizacional e Hospitalar SPEI - IBHA (2010), Pós-graduada em Psicologia Humanista Existencial pela UNESA (2006), Pós-graduada em Cultura, Comunicação e Linguagem pela FAFIC (1998), Graduada em Psicologia pela UNESA (2005), Graduada em Comunicação Social - Jornalismo - FAFIC (1996). Professora da área de saúde da Universidade Estácio de Sá desde 2006. Diretora do ISEC. Autora de vários livros pela Amazon e Wak Editora.
Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/8083783572894169
Equipes multi e interdisciplinares em saúde
Obrigada!