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Aula 09

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Ética na Saúde
Profª. Beatriz Acampora
Aula 9
Definição de paciente especial:
“Todo indivíduo que possui alteração física, intelectual, social ou emocional – alteração essa aguda ou crônica, simples ou complexa – e que necessita de educação especial e instruções suplementares temporárias ou definitivamente”. 
Armando Fourniol Filho (in Celeste, R. et al, 1998)
 
Atendimento a pacientes especiais
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Características:
apresentam uma alteração ou condição, simples ou complexa, momentânea ou permanente, de etiologia biológica, física, mental, social e/ou comportamental;
requer uma abordagem especial, multiprofissional e um protocolo específico. 
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Exemplos de PNEs:
Cegueira
Daltonismo
Baixa visão
Transtorno mental
Paralisia Cerebral
Deficiência física
Deficiência Auditiva
Síndrome de Down
Autismo
Etc
Atendimento a pacientes especiais
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ATENDIMENTO AOS PNES
Um característica atual no brasil:
diminuição no número de casos definidos por “atendimentos especiais” em função de dois aspectos básicos: 
o avanço tecnológico da medicina 
o próprio estímulo da sociedade em ações de inclusão social.
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Algumas características relevantes:
O avanço tecnológico da medicina - novos medicamentos e tipos de tratamentos reduzem significativamente muitas patologias que podem evitar doenças.
O estímulo da sociedade em ações de inclusão social – tem feito com que PNE e seus familiares não se vejam como necessitando de atendimento diferenciados. 
Atendimento a pacientes especiais
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Grande parte destas pessoas pode ser atendida em ambiente ambulatorial; 
Somente alguns distúrbios ou condições especiais podem exigir internações, equipamentos especiais ou ainda, em casos mais específicos, a utilização de medicamentos especiais ou mesmo sedação em certas deficiências mais profundas. 
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Algumas unidades focam no suporte das equipes multidisciplinares:
conhecem melhor as necessidades destas pessoas 
contam com psicólogos que auxiliam na elaboração de procedimentos, dinâmicas, no entendimento dos sentimentos do paciente e familiares envolvidos e na compreensão dos aspectos psicodinâmicos. 
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Problema principal:
Falta de informação e treinamento dos profissionais de saúde para lidar com estes pacientes. 
Há pouca informação técnica nos cursos de graduação 
O número de profissionais que realiza tratamento especializado a pacientes com necessidades especiais é muito reduzido. 
Atendimento a pacientes especiais
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A odontologia, no Brasil, tem sido uma honrosa exceção, com um incremento grande de cursos de especialização e uma série de congressos e trabalhos publicados sobre o atendimento a pacientes especiais.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=Do1Vr0KDinQ&t=162s
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PCD X PNE
PCD – pessoa com deficiência 
PNE - pacientes com necessidades especiais, independente destes pacientes terem ou não algum tipo de deficiência ou limitação permanente.
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LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Tem como objetivo assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
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A legislação prevê que a avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:   
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação.
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Alguns aspectos importantes da Lei:
Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. 
 A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
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Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
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É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.
Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida capacitação inicial e continuada.
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De modo geral, os casos mais frequentes de atendimentos especiais, se dividem em três grupos: 
CRIANES - Crianças com necessidades especiais de saúde 
Idosos 
Pacientes psiquiátricos
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CRIANES 
CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS DE SAUDE 
O termo Crianças com Necessidades Especiais de Saúde surgiu pela primeira vez em 1998 nos EUA para caracterizar uma clientela específica de hospitais pediátricos.
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Estas crianças demandam um tipo especial de cuidados, seja de forma temporária ou permanente e que apresentavam múltiplos diagnósticos médicos implicando em uma permanente dependência dos serviços de saúde em diversas especialidades concomitantemente.
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No Brasil, a população mais carente, agrava as estatísticas relativas à CRIANES em função da pobreza que aumenta a exposição da criança e da gestante ao adoecimento e à cronicidade de problemas de saúde.  
São considerados quatro padrões específicos de demandas especiais de saúde para esta clientela. São elas:
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crianças com disfunção neuromuscular (que requerem reabilitação psicomotora e social);
crianças dependentes de aparelhagem tecnológica (cateter semi-implantável, bolsas de colostomia, cânula de traqueostomia etc.); 
crianças fármacos-dependentes (antirretrovirais, neurolépticos, etc.)
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crianças que dependem de modificações na forma habitual de cuidar, incluindo aquelas que necessitam de alterações específicas nas AVDs (Atividades da Vida Diária).
De modo geral, são todas crianças que dependem ainda que em casa, de uma atenção complexa e contínua.
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Os cuidados domiciliares especiais são divididos em duas categorias: 
O cuidado natural, que se intensifica a níveis muito acima dos necessários às crianças em geral; 
cuidado singular que se refere aos cuidados próprios, específicos e inerentes à condição particular de cada criança com necessidades especiais de saúde. 
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IDOSOS
Questão ética: 
Falso pressuposto de que, por estar velho, o individuo perde sua condição decisória ou seu direito à preservação da privacidade. 
A própria família com o argumento de “poupar” o idoso de ansiedades ou aspectos negativos se coloca como intermediária na relação do profissional de saúde com seu paciente.
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A intermediação da família só pode ser aceita, mediante a comprovação da incapacidade do idoso em tomar suas próprias decisões e atitudes. 
Existem meios adequados de transmitir diagnósticos ou necessidades
e que minimizam impactos e danos emocionais desnecessários. 
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Os direitos à informação, privacidade e confidencialidade do paciente, não podem ser quebrados em função de sua idade e sim em casos de incapacidades que o fazem necessitar de terceiros que por ele se responsabilizem. 
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O profissional que atende ao idoso deve preservar fundamentalmente o vínculo de confiança com seu paciente e este vínculo está baseado na integralidade da sua pessoa. 
A autonomia decisória e as convicções pessoais devem ser respeitadas ao máximo e mesmo em situações de incapacidade temporária ou definitiva, o idoso tem direito a ver respeitadas decisões tomadas antecipadamente.  
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PACIENTES PSIQUIÁTRICOS
Alguns aspectos éticos:
internação e tratamentos involuntários 
conflitante prática com os princípios do consentimento informado e da autonomia do paciente. 
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Por que internar um paciente involuntariamente?
Pressuposto de que o paciente psiquiátrico é perigoso
Pressuposto de que o quadro clínico do paciente psiquiátrico é crônico. 
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Paralelamente à internação involuntária, vemos ainda o uso frequente de força física ou aplicação de medicamentos como expedientes utilizados na contenção de comportamentos de agressividade ou ansiedade extrema. 
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Trata-se de pessoas que:
estão vendo seus direitos e dignidade sendo aviltados à sua revelia;
vivem em condições de ócio e negligência assistencial. 
Seja qual for o caso, a repressão através de violência física ou química, poderia ser muito facilmente substituída por profissionais preparados para lidar de modo apropriado com estas manifestações de medo e ansiedade. 
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Nos Estados unidos:
A legislação americana de todos os estados autoriza a internação involuntária quando o paciente apresentar riscos de vida para si ou para outros em grau evidente. 
Todos os casos de hospitalização compulsória, devem ser periodicamente analisados por comissão mista, pois se considera que está havendo uma medida emergencial de privação do direito constitucional à liberdade. 
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A legislação brasileira tem seguido esta mesma abordagem, mas tem encontrado resistências no se que refere à instalação de comissão mista (não exclusivamente médica) para análise dos casos. 
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Atualmente:
a família passou a ser vista como o principal suporte psicossocial.
o sujeito passa a ser visto não mais de maneira isolada, mais sim a partir de todo o contexto que o envolve.
A importância do CAPS – Centro de Apoio Psicossocial
Suporte da ESF
Atendimento multi/interdisciplinar
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Os CAPS possuem caráter aberto e comunitário, realizando atendimento a usuários com transtornos mentais graves e persistentes, a pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais em geral sem excluir aqueles decorrentes do uso de crack álcool ou outras drogas.
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Esse serviço é uma substituição as internações em hospitais psiquiátricos, e tem como maior objetivo tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento à população, realizando o acompanhamento clínico, e promovendo a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho e ao lazer, a fim de fortalecer os laços familiares e comunitários. 
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Beatriz Acampora e Silva de Oliveira
Dra. Saúde Pública (UA-PY), Mestre em Cognição e Linguagem pela UENF/RJ (2006), Pós-graduada em Arteterapia em Educação e Saúde - FAMESC / ISEC (2013), Pós-graduada em Hipnose Clínica, Organizacional e Hospitalar SPEI - IBHA (2010), Pós-graduada em Psicologia Humanista Existencial pela UNESA (2006), Pós-graduada em Cultura, Comunicação e Linguagem pela FAFIC (1998), Graduada em Psicologia pela UNESA (2005), Graduada em Comunicação Social - Jornalismo - FAFIC (1996). Professora da área de saúde da Universidade Estácio de Sá desde 2006. Diretora do ISEC. Autora de vários livros pela Amazon e Wak Editora.
Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/8083783572894169
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