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Caso Concreto 11 – Civil 1 Carlos Eduardo Vila Nova da Veiga CASO CONCRETO 1 Ana Elisa empresta R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a seu amigo, Luiz Gustavo. No vencimento da obrigação, Luiz Gustavo não paga o empréstimo. Ana Elisa, dispondo de título executivo, ingressa com a ação de execução. Nenhum bem de Luiz Gustavo é encontrado para ser penhorado. Ana Elisa, porém, descobre que Luiz Gustavo, após vencido o débito, havia vendido para seu irmão Otacílio o único imóvel de que era titular, mais precisamente, uma sala comercial avaliada em R$ 95.000,00 (noventa e cinco mil reais). Pergunta-se: 1) É válida a venda entre Luiz Gustavo e Otacílio? 2) A situação seria diferente caso, ao invés de venda, tivesse havido uma doação? 3) Que providências devem ser tomadas por Ana Elisa, caso ela queira reaver o dinheiro emprestado? CASO CONCRETO 2 Em ação anulatória de negócio jurídico ajuizada por Berenice em face de Cláudia, alega a autora que celebrou contrato preliminar de promessa de compra e venda com a ré, atribuindo a uma luxuosíssima mansão preço vil, o que só constatou posteriormente. Neste sentido, pretende a autora a anulação invocando ter ocorrido a figura da lesão. Por outro lado, em contestação, a ré sustenta que a autora é pessoa culta, que inclusive se qualificou como comerciante no instrumento do contrato. Logo, não poderia alegar que desconhecia o valor de seu próprio imóvel, devendo prevalecer o negócio celebrado. Pergunta-se: a) Se ficasse comprovado nos autos que o valor do bem estava próximo ao valor de mercado poderia se considerar a existência da figura da lesão? Justifique. b) O argumento da ré quanto às condições pessoais da autora é pertinente para o estudo da figura da lesão? Justifique. CASO CONCRETO 3 Carla sofre acidente, vindo a necessitar urgentemente de socorro médico. Um médico que estava na cidade a socorre e a interna em uma pequena clínica, que exige o pagamento de um exorbitante valor de trezentos mil reais. No dia seguinte, Cláudio, marido de Carla, após pagar o valor, consulta seu advogado para saber se tal negócio pode ser anulado. Com fundamentos legais, responda à consulta do cliente. QUESTÕES OBJETIVAS 1)Na regulamentação dos defeitos do negócio jurídico, significativas foram as alterações introduzidas pelo Novo Código Civil. Leia com ATENÇÃO as proposições abaixo. I) O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, oferecer-se para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. II) Configura-se a lesão quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. III) Subsistirá o negócio jurídico se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento, mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto. IV) No negócio jurídico viciado por lesão, não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Marque a alternativa CORRETA. (A) As proposições I, III e IV são verdadeiras. (B) Todas as proposições são verdadeiras. (C) As proposições I, II e IV são verdadeiras. (D) As proposições I, II e III são verdadeiras. (E) Todas as proposições são falsas. 2)Em relação ao estado de perigo, considerando o novo Código Civil e as seguintes assertivas: I - Está disposto na categoria de causa de anulabilidade do negócio jurídico. II - Em seu substrato não está a ficção de igualdade das partes, de modo que a regra tem relevância na tutela do contratante fraco. III - É indiferente que a parte beneficiada saiba que a obrigação foi assumida pela parte contrária para que esta se salve de grave dano. IV - Não pode o juiz considerar circunstâncias favoráveis para o efeito de estender a regra para pessoa não integrante da família do declarante. V - Confunde-se com o instituto da lesão, pois como ocorre nesta última, considera-se, além da premente necessidade econômica, a inexperiência de quem se obriga a contratar, circunstâncias determinantes das prestações avençadas de maneira manifestamente desproporcional. Assinale a alternativa correta: (A) Somente as assertivas I, II estão corretas. (B) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas. (C) Somente as assertivas I, II, III, e IV estão corretas. (D) Somente as assertivas III e V estão corretas. (E) Somente as assertivas IV e V estão corretas. RESPOSTAS CASO CONCRETO 1 Não, pois se verifica que houve defeito no negócio jurídico: fraude contra credores, sendo que este ato é praticado pelo devedor com a intenção de defraudar os seus credores do que lhes é devido, reduzindo-se a insolvência, na forma do art. 593 do CPC. Não, na forma do art. 158 do CC, o credor quirografário que teve seus direitos lesados pode anular os negócios jurídicos de transmissão gratuita no caso de ser o devedor já insolvente. Ana Elisa, em conformidade com o art. 158 CC, poderá intentar ação anulatória do negócio jurídico (ação revocatória) realizado entre o devedor insolvente e o terceiro, num prazo de 4 anos. CASO CONCRETO 2 Não. De acordo com o art. 157, CC., ocorre lesão quando a pessoa por necessidade urgente ou inexperiência se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação, ou seja, para que se caracterize a lesão deve ocorrer um desequilíbrio oneroso para uma das partes, sendo que uma pequena diferença é tolerada nos negócios. Não. CASO CONCRETO 3 Os negócios jurídicos celebrados sob Estado de Perigo, que é um defeito do negócio jurídico, são anuláveis. No caso em tela, não é possível anular, pois os serviços já foram prestados, cabendo o pedido de restituição de parte do valor pago. QUESTÕES OBJETIVAS 1) Letra A 2) Letra A 4
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