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Caso Concreto 14 – Civil 1

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Caso Concreto 14 – Civil 1
Carlos Eduardo Vila Nova da Veiga
Caso Concreto 1
1. Ana Maria comprou um produto na loja de João Ricardo. Ao utilizar o produto, percebeu que o mesmo apresentava defeito. Acontece que estava entrando de férias, com viagem marcada para ficar 30 dias em um cruzeiro pelo Caribe. Dois dias depois de retornar da viagem, procurou a loja para reclamar e ouviu do balconista que não teria mais direito em razão deste haver decaído.
Inconformada procura seu escritório de advocacia e formula as seguintes perguntas:
a) O que é um prazo decadencial?
b) Como se deve proceder para não perder o direito pela decadência em caso de direito do consumidor?
c) Qual a diferença entre decadência e prescrição?
 
CASO CONCRETO 2
 
Antonio Renato de Araújo Bacamarte, aluno do curso de Direito, na cidade de Ourinhos/SP, acaba de ter sua primeira aula de Direito Civil sobre o assunto prescrição e decadência. Assim que fica sabendo da feliz notícia, seu avô, o velho coronel Tião Bacamarte, resolve promover uma sabatina com o neto e faz-lhe as seguintes perguntas:
 
a) É possível se transformar um prazo prescricional em decadencial? 
b) Como ficam as regras da prescrição neste caso?
CASO CONCRETO 3
 
A profa. Salete Marques de Araújo colocou os seguintes exemplos no quadro :
1. Maria entrou com ação na Justiça para que João lhe pague R$1.500,00 que ela lhe emprestara.
2. A Cia de Navegação Novos Rumos está acionado na Justiça o estofador Mário Espinosa para que este acabe de reformar o estofamento das poltronas do teatro do navio A Rota II.
3. Dr. João Caríssimo entrou na Justiça pedindo a anulação do contrato de compra e venda de sua mansão, pois descobriu que o adquirente é menor de 16 anos e assinou sozinho toda a documentação.
4. Ao receber em casa uma TV LCD de 68 polegadas, José da Silva descobriu que o comprador era um homônimo. Devolveu o produto, mas está sendo cobrado, por isso entrou com uma ação declaratória de inexistência de relação jurídica em face da loja de eletrodomésticos.
A seguir, a profa. Pediu aos seus alunos: 
- Indiquem quais são os casos em que os prazos relativos são prescricionais e os decadenciais, justificando: 
 
QUESTÕES OBJETIVAS
1)A RESPEITO DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA, É CORRETO AFIRMAR: 
 a) Prescreve em dez anos a cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular. 
 b) No contrato regularmente formalizado por escrito, as partes podem renunciar a decadência fixada em lei. 
 c) Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
 d) A alteração do prazo prescricional por acordo das partes só terá validade se comprovada nos autos por instrumento público ou particular. 
 e) A prescrição iniciada contra uma pessoa cessa com a sua morte, iniciando-se novo prazo em relação ao seu sucessor.
 
2)De acordo com o Código Civil brasileiro, com relação à prescrição e à decadência, é correto afirmar: 
 a) A prescrição iniciada contra uma pessoa não continua a correr contra o seu sucessor. 
 b) Prescreve em três anos a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição. 
 c) A interrupção da prescrição, em regra, poderá ocorrer quantas vezes forem necessárias. 
 d) É defesa, em qualquer hipótese, a renúncia tácita da prescrição, por expressa determinação legal. 
 e) Salvo disposição legal em contrário, em regra, aplicam-se à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
RESPOSTAS
Caso Concreto 1
Também chamada de caducidade, decadência é a perda do próprio direito (postestativo) pelo seu não exercício em determinado prazo, quando a lei estabelecer lapso temporal para tanto, ou seja, é a impossibilidade de requerer um direito decorrido certo tempo limite estabelecido por lei.
Na forma do art. 26 § 2º do CDC, inciso I o prazo decadencial de 30 dias se inicia no momento da formulação da reclamação do consumidor com o seu fornecedor, e não a partir do momento da compra e entrega do produto. Sendo necessária a reclamação de Ana Maria em face da loja para que se suspenda o prazo em caso de bem durável.
Com base nas palavras de Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves em sua obra intitulada “Curso de Direito Civil” a prescrição diz respeito aos direitos subjetivos patrimoniais (aqueles que trazem consigo a possibilidade deque o titular exija de alguém um determinado comportamento), por isso a prescrição fulmina a pretensão de exigir o comportamento economicamente apreciável. Por outro giro a decadência concerne aos direitos potestativos, que por essência, não possuem pretensão, já que não podem ser objeto de violação. A decadência, assim, refere-se àqueles direitos cujo exercício depende, tão somente, do próprio titular.
CASO CONCRETO 2
A resposta é afirmativa, contudo tal decadência será chamada de convencional, já que surge por acordo das partes e não por imposição de lei. Nessa hipótese, a decadência não poderá ser reconhecida sem a devida alegação da parte a quem ela beneficia na forma do art. 211 do CC. O juiz não poderia reconhecer tal decadência contratual, pois, pela lei estaríamos diante de um caso de prescrição (não podemos esquecer que as partes transformaram um prazo de prescrição em decadência), que, como vimos, não poderá, em regra, se reconhecidas de ofício.
O cômputo do prazo prescricional é feito excluindo-se o dia do começo (dies a quo non computatur in termine) e incluindo-se o dia final (dies ad quem computatur in termine). Deste modo, a prescrição consuma-se no derradeiro dia do lapso temporal, que, se for feriado, prorroga-se para o primeiro dia útil subsequente.
CASO CONCRETO 3
Prescrição, direito subjetivo de requerer indenização.
Decadência direito potestativo de exigir que o cara acabe o estofamento.
Decadência, direito potestativo de requerer a anulação.
Imprescritíveis, não está a mercê nem de prescrição nem da decadência.
QUESTÕES OBJETIVAS
Letra C
Letra B
3

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