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Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Ana Isabel da Cunha Oliveira Márcia Andreia Fernandes Barros Enfermeiras Coordenadoras do Serviço de Medicina Interna / Infectologia - Clínica Multiperfil Novembro 2013 Luanda, Angola Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Objectivos: • Estabelecer linhas orientadoras para a prestação de cuidados de enfermagem; • Uniformizar e normalizar procedimentos que garantam boas práticas; • Desenvolver a arte de saber fazer, considerando o conforto do cliente e a estética dos actos. Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 4 Qualificação e reforço de competências dos profissionais de saúde “Toda a pessoa é digna de respeito e consideração. Porém há situações ou circunstâncias específicas que por tornarem a pessoa mais frágil e vulnerável, exigem dos enfermeiros uma maior sensibilidade e um maior empenho no respeito pelos direitos humanos.” (VEIGA, et al; 2008). 5 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado O que é um paciente dependente? O paciente classifica-se como dependente por não conseguir realizar as suas atividades de vida diárias de forma independente, seja por doença, idade, sedação ou coma, por isso necessita do auxilio da enfermagem / família / outros cuidadores para realizá-las e para satisfazer as suas necessidades humanas. 6 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Principais causas de dependência total • Acidente vascular cerebral; • Acidente de viação (traumas e fracturas); • Demência; • Idade avançada; • Problemas neurológicos (que levam à perda de mobilidade, sensibilidade e funcionalidade dos membros). Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 7 8 Temas escolhidos: Escalas de Classificação de Dependência: Escala de Fugilin Diagnósticos de Enfermagem: Principais diagnósticos de enfermagem no paciente acamado Intervenções de Enfermagem: Banho na cama com ajuda total Preparar a cama Higiene oral Primeiro levante Transferência da cama para a cadeira Entubação nasogástrica Alimentação por Sonda Nasogástrica Cateterismo urinário Manutenção de cateter urinário Aspiração de secreções Alternância de decúbitos / Posicionamentos Prevenção de úlceras de pressão Hidratação da pele e Massagem de conforto Prevenção de quedas Preparação para a alta C u id ad o s d e en fe rm ag em a o p ac ie n te a ca m ad o Escalas de avaliação do Grau de Dependência 9 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Escalas de avaliação do Grau de Dependência Escala de Fugilin É uma escala que permite avaliar a complexidade de cada um dos pacientes, mediante determinados parâmetros em diferentes áreas de cuidados: Oxigenação; Estado Mental; Sinais Vitais; Motilidade; Deambulação; Alimentação; Cuidado Corporal; Eliminação; Terapêutica. O indivíduo é classificado como: • Cuidados intensivos • Cuidados semi-intensivos • Alta dependência • Cuidados intermediários • Cuidados mínimos 10 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Escala de Fugilin 11 PONTOS C U ID A D O S Escalas de avaliação do Grau de Dependência Classificação - Escala de Fugilin 12 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Complexidade de cuidados Pontuação Intensivo Acima de 31 pontos Semi-intensivo De 27 a 31 Alta depêndencia De 21 a 26 Intermediário De 15 a 20 Mínimo De 9 a 14 Principais diagnósticos de enfermagem no paciente acamado (totalmente dependente) • Risco de úlcera de pressão – Integridade da pele prejudicada; • Risco de queda – confusão mental e agitação psicomotora; • Risco de obstipação; • Déficit no autocuidado para a alimentação (estado de deglutição prejudicada- disfagia) – Risco de broncoaspiração; • Déficit no autocuidado para banho/higiene; • Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se; • Eliminação urinária prejudicada – Retenção e incontinência urinária; • Capacidade de mobilidade prejudicada – Mobilidade no leito prejudicada; • Capacidade de transferência prejudicada; • Comunicação verbal prejudicada (afasia) – terapia da fala; • Conhecimento insuficiente e comportamento de aceitação (família e/ou paciente) – ensinos à família e preparação para a alta. 13 Intervenções de Enfermagem no paciente acamado (totalmente dependente) 14 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 15 Temas escolhidos: Intervenções de Enfermagem: Banho na cama com ajuda total Preparar a cama Higiene oral Primeiro levante Transferência da cama para a cadeira Entubação Nasogástrica Alimentação por Sonda Nasogástrica Cateterismo urinário Manutenção do cateter urinário Aspiração de secreções Alternância de decúbitos / Posicionamentos Prevenção de úlceras de pressão Hidratação da pele e Massagem de conforto Prevenção de quedas Preparação para a alta C u id ad o s d e en fe rm ag em a o p ac ie n te a ca m ad o Banho na cama com ajuda total 16 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Banho na cama com ajuda total Definição: • Consiste em lavar o corpo, trocar de roupa e arranjar o indivíduo ou assistir continuamente o indivíduo a fazê-lo. Objectivos: • Cuidar da higiene individual; • Estimular a função respiratória, circulatória, de mobilidade e de eliminação; • Manter a integridade da pele; • Promover o autocuidado; • Instruir para o autocuidado de higiene pessoal. 17 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Banho na cama com ajuda total Materias: • Bacia metálica; • Toalhas; • Compressas; • Luvas de procedimento; • Água morna; • Sabão hipoalergénico; • Lençóis; • Fronha; • Fralda; • Óleo de amêndoas doces e/ou creme hidratante; • Resguardo. 18 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Banho na cama com ajuda total Acções de enfermagem Justificação •Providenciar os recursos para junto do indivíduo; •Lavar as mãos •Instruir o indivíduo sobre o procedimento; •Posicionar o indivíduo; •Remover a roupa da cama deixando o indivíduo protegido com o lençol; •Lavar e cuidar do cabelo, se necessário; •Lavar a cavidade oral •Gerir o tempo •Prevenir contaminação •Encorajar o indivíduo a ser independente Promover o autocuidado •Facilitar a execução do procedimento •Providenciar privacidade •Providenciar conforto e prevenir cáries 19 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Banho na cama com ajuda total Acções de enfermagem Justificação •Cobrir o pescoço com a toalha e lavar a face •Lavar os olhos com água simples, do canto externo para o interno •Enxaguar e secar a face •Lavar e secar o pavilhão auricular •Despir a camisa ou pijama e pôr no saco da roupa suja •Manter o lençol superior sobre o corpo •Membros superiores: a) Posicionar o membro mais afastado, descoberto sobre a toalha b) Lavar e secar, da parte distal para a proximal em movimentos circulares dando especial atenção às axilas. •Prevenir conspurcação de acordo com a fisiologia do olho •Prevenir acumulação de secreções •Facilitar o retorno venoso 20Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 21 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado a) Posicionar o membro mais afastado, descoberto sobre a toalha; b) Lavar e secar, da parte distal para a proximal em movimentos circulares dando especial atenção às axilas; c) Aprontar a bacia sobre a cama, de modo a facilitar a imersão da mão. Lavá-la e cortar as unhas (se necessário); d) Executar do mesmo modo para o membro mais próximo. Membro distal Membro proximal Banho na cama com ajuda total Banho na cama com ajuda total Acções de enfermagem Justificação c) Aprontar a bacia sobre a cama, de modo a facilitar a imersão da mão. Lavá-la e cortar as unhas (se necessário) d) Executar do mesmo modo para o membro mais próximo • Tórax e abdómen: a) Cobrir o tórax e abdómen com a toalha, removendo simultaneamente o lençol até à região infra-umbilical b) Lavar e secar o pescoço, tórax e abdómen, com especial atenção às pregas do pescoço, umbigo e região infra-mamária. Cobrir o corpo com o lençol até aos ombros, removendo simultaneamente a toalha. •Obter uma limpeza mais eficiente •Providenciar privacidade •Providenciar privacidade 22 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 23 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Cobrir o tórax e abdómen com a toalha, removendo simultaneamente o lençol até à região infra-umbilical. Lavar e secar o pescoço, tórax e abdómen, com especial atenção às pregas do pescoço, umbigo e região infra-mamária. Banho na cama com ajuda total Tórax Banho na cama com ajuda total Acções de enfermagem Justificação •Membros inferiores: a) Executar uma dobra na extremidade inferior do lençol até aos joelhos. Posicionar o membro mais afastado descoberto sobre a toalha. Lavar e secar todo o membro da parte distal para a proximal em movimentos circulares. b) Executar do mesmo modo para o membro mais próximo c) Posicionar os pés sobre a toalha d) Aprontar a bacia sobre a toalha, elevando simultaneamente os pés. Baixá-los para a bacia, lavá-los e secá-los. Cortar as unhas (se necessário). e) Aplicar uma substância emoliente, se tiver calosidades. Massajar os calcanhares e maléolos. •Providenciar privacidade. •Facilitar o retorno venoso. •Obter uma limpeza mais eficaz. •Remover as calosidades. Facilitar o retorno venoso. 24 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 25 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado a) Executar uma dobra na extremidade inferior do lençol até aos joelhos. Posicionar o membro mais afastado descoberto sobre a toalha. Lavar e secar todo o membro com movimentos circulares. b) Fazer o mesmo para o membro proximal Banho na cama com ajuda total Membro proximal Membro distal Banho na cama com ajuda total Acções de enfermagem Justificação d) Remover a toalha e bacia e cobrir os pés com lençol •Dorso e nádegas a) Virar o indivíduo para o lado oposto b) Executar uma dobra no lençol sobre o dorso, mantendo a região corporal anterior protegida c) Aprontar a toalha sobre a cama, ao longo da região dorsal d) Lavar e secar o dorso e) Lavar e secar as nádegas f) Massajar o dorso, nádegas e zonas de proeminência óssea com um hidratante g) Remover a toalha e tapar o indivíduo com lençol e posicionar o indivíduo em decúbito dorsal •Facilitar a execução do procedimento 26 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Banho na cama com ajuda total Acções de enfermagem Justificação •Órgãos genitais: a) Posicionar os membros inferiores com os joelhos em flexão ou assistir o indivíduo a posicionar-se b) Aprontar a toalha sobre a cama, no sentido do comprimento, elevando ligeiramente as nádegas c) Aprontar a arrastadeira sobre a cama, se necessário d) Executar uma dobra na extremidade inferior do lençol até aos joelhos e) Calçar luvas f) Posicionar os membros inferiores em abdução ou assistir o indivíduo a posicionar-se g) Lavar e secar os órgãos genitais ou assistir o indivíduo h) Remover a toalha •Facilitar a lavagem dos órgãos genitais Manter a privacidade 27 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Banho na cama com ajuda total Acções de enfermagem Justificação •Remover as luvas •Preparar a cama •Vestir o indivíduo ou assisti-lo •Pentear ou assistir o indivíduo a pentear o cabelo •Posicionar o indivíduo ou assisti-lo a posicionar-se •Assegurar a recolha e lavagem do material •Lavar as mãos •Providenciar conforto •Prevenir a transmissão cruzada de microorganismos 28 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Banho na cama com ajuda total Registos de enfermagem: • Data e hora; • Diagnósticos de enfermagem; • Educação para a saúde; • Reacção e colaboração do indivíduo. 29 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparar a cama 30 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparar a cama Definição: • Consiste em substituir a roupa da cama com o indivíduo deitado Objectivos: • Providenciar higiene e conforto Orientações quanto à execução: • Verificar as condições ambientais da unidade; • Executar o procedimento com suavidade para não levantar pó; • Aplicar o lençol de baixo fazendo os cantos de forma a manter o lençol esticado e sem rugas; • Aprontar o carro da roupa suja junto aos pés da cama e descartar a roupa suja directamente para o mesmo, fazendo a separação entre roupa infectada e não infectada. 31 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparar a cama Orientações quanto à execução: • O lençol de cima e a coberta devem estar colocados de forma a que o paciente os possa puxar até aos ombros; • Se o paciente tiver um problema ao nível dos membros inferiores colocar um arco aos pés da cama, por baixo do lençol de cima ou libertar o lençol de forma a não exercer pressão nos dedos dos pés; • Limpar e desinfectar diariamente o colchão de pressão alterna, assim como as grades e os pés da cama, pois são os locais mais vezes manipulados pelos cuidadores; • Instalar as grades de segurança para pacientes com risco de queda, mesmo quando o cuidador se afasta durante os cuidados de higiene e posicionamentos. 32 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparar a cama Materiais: • Colcha; • Cobertor ou edredão; • Resguardo; • Lençóis; • Fronha; • Carro de roupa suja; • Luvas. 33 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparar a cama Acções de enfermagem Justificação •Providenciar os recursos para junto do indivíduo; •Posicionar-se de um dos lados da cama; •Remover os nós dos quatro cantos da cama; •Executar três dobras na colcha começando de cima para baixo, depois dobrar ao meio e colocar nas costas da cadeira; •Executar de igual modo para o cobertor; •Manter o lençol de cima que cobre o indivíduo; •Assistir o indivíduo a voltar-se para o lado oposto da cama, ajustando a almofada; •Remover o resguardo enrolando-o ou dobrando-o até ao meio da cama, encostando-o bem ao indivíduo. Executar do mesmo modo ao lençol de baixo. •Gerir o tempo •Posicionar o indivíduo, facilitando a troca de lençóis 34 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 35 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparar a cama Removero resguardo enrolando-o ou dobrando-o até ao meio da cama, encostando-o bem ao indivíduo. Executar do mesmo modo ao lençol de baixo. Preparar a cama Acções de enfermagem Justificação •Posicionar o lençol de baixo limpo a meio da cama, da cabeceira para os pés, abri-lo e enrolar ou dobrar em leque a metade oposta para dentro até meio da cama. Entalar a metade da cabeceira e fazer o canto, depois a metade dos pés e respectivo canto e por fim a parte lateral. •Posicionar o resguardo a meio da cama e enrolar a metade oposta para dentro até junto do indivíduo, entalando-o desse lado. •Virar o indivíduo, ajustando a almofada. •Posicionar-se do lado oposto. •Remover o resguardo e o lençol de baixo sujos descartando-os no saco de roupa suja. 36 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 37 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparar a cama Posicionar o lençol de baixo limpo a meio da cama, da cabeceira para os pés, abri-lo e enrolar ou dobrar em leque a metade oposta para dentro até meio da cama. Preparar a cama Acções de enfermagem Justificação •Tapar o colchão, desenrolando e entalando o lençol de baixo limpo, fazendo os cantos na extremidade superior e inferior. Entalar o resguardo desse lado. •Posicionar ou assistir o indivíduo a posicionar-se no meio da cama. •Cobrir o indivíduo com o lençol de cima limpo. •Aplicar um cobertor e edredão sobre o lençol de cima, entalar a roupa na extremidade inferior da cama e fazer os cantos. 38 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparar a cama Acções de enfermagem Justificação •Executar uma dobra para dentro na extremidade superior da colcha, de forma a envolver o cobertor ou edredão e executar a dobra do lençol sobre ambos. •Posicionar ou assistir o indivíduo a posicionar-se. •Assegurar a recolha do material. •Lavar as mãos. •Conforto do indivíduo •Prevenir transmissão cruzada de microrganismos. 39 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 40 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Realização da dobra tipo “envelope” nos cantos da cama Preparar a cama 41 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Realização da dobra tipo “envelope” nos cantos da cama Preparar a cama 42 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Realização da dobra tipo “envelope” nos cantos da cama Preparar a cama 43 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparar a cama É importante manter o quarto arrumado e a cama limpa Prepara a cama Registos de enfermagem: • Data e hora (quem realizou); • Diagnósticos de enfermagem (risco de queda, manter as grades elevadas); • Educação para a saúde (se foram realizados ensinos aos familiares – preparação para a alta); • Reacção e colaboração do indivíduo. 44 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Lavar a cavidade oral com ajuda total 45 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Higiene Oral Definição: • Consiste em lavar a cavidade oral ao indivíduo totalmente dependente ou assitir continuamente o indivíduo a fazê-lo. Objectivos: • Manter a cavidade oral limpa e húmida • Manter a permeabilidade das vias aéreas • Incentivar a higiene dos dentes, das mucosas oral, labial e da língua • Remover resíduos alimentares e secreções • Estimular a circulação nas gengivas • Instruir para o autocuidado • Prevenir e/ou tratar as alterações bucodentárias associadas a: • patologias subjacentes; • aos efeitos secundários de certas medicações (opiáceos, psicotrópicos, corticóides, benzodiazepinas, oxigenoterapia) que provocam secura da boca; • da quimioterapia e da radioterapia, que provocam desequilíbrio iónico e ulceração. 46 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Higiene Oral Orientações quanto à execução: • Evitar a introdução dos dedos na cavidade oral do indivíduo com alterações da função motora reflexa, agitado ou confuso; • Verificar a presença do reflexo faríngeo e de deglutição (risco de aspiração brônquica durante os cuidados), ter sempre material de aspiração preparado; • Instalar o doente em decúbito lateral (pacientes com indicação de repouso absoluto no leito sem elevação da cabeceira) ou na posição semi-sentado (para pacientes acamados com indicação de levante da cabeçeira); • Utilizar o abre-boca (ou cânula de Guedel) para pacientes não colaborantes; e/ou inserir o abaixa-língua (coberto com uma compressa) ou escova de dentes, para os pacientes colaborantes (imagem no slide seguinte); • Executar com luvas; • Aplicar um creme emoliente nos lábios a fim de prevenir a formação de fissuras e remover crostas se necessário. 47 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Cuidados de enfermagem com o paciente acamado Lavar a cavidade oral com ajuda total Abre-Boca (espéculo bucal) Cânula de Guedel 48 Espátulas de madeira Não colaborantes Colaborantes Higiene Oral Materiais: • Pasta dentífrica; • Elixir de mucosa oral; • Copo com água; • Seringa; • Tina reniforme; • Espátulas com compressa, escova de dentes ou esponja com cabo; • Toalha; • Aspirador de secreções; • Substância emoliente; • Luvas de procedimento; • Recipiente para o lixo. 49 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Higiene Oral Acções de enfermagem Justificação •Providenciar os recursos para junto do indivíduo •Lavar as mãos •Instruir o indivíduo sobre o procedimento •Posicionar o indivíduo de acordo com o estado de saúde e colaboração (de preferência em fowler ou semi-fowler) •Cobrir o tórax com a toalha •Calçar as luvas •Lavar e escovar os dentes em movimentos circulares •Ensopar a espátula ou esponja em água e elixir, limpar a língua, as gengivas e a face interna da boca •Aspirar a boca, se necessário em simultâneo com a lavagem •Gerir o tempo •Prevenir contaminação •Encorajar o indivíduo a ser independente Explicar o procedimento e obter colaboração •Facilitar o procedimento e prevenir aspiração •Providenciar conforto •Evitar a aspiração para a árvore traquebrônquica 50 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Higiene Oral Acções de enfermagem Justificação •Secar a face •Remover as luvas •Assegurar a recolha do material •Lavar as mãos •Prevenir transmissão cruzada de microrganismos 51 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Higiene Oral Registos de enfermagem: • Data e hora; • Diagnósticos de enfermagem (risco de sangramento gengival); • Educação para a saúde; • Reacção e colaboração do indivíduo. 52 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Primeiro Levante 53 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Primeiro Levante Definição: • Consiste no modo como se transfere pela primeira vez, um indivíduo acamado para a posição de pé ou sentado. Objectivos: • Prevenir as complicações decorrentes da imobilidade; • Readaptar o indivíduo à posição de pé ou sentado. Orientações quanto à execução: • Consultar o processo clínico para verificar indicação de levante • Mobilizar o indivíduo para que se sinta seguro, usando movimentos firmes • Observar alterações da expressão facial do indivíduo (monitorização da dor) e agir em conformidade • Executar o levante de acordo com a tolerância do indivíduo, facilitando umtempo de espera entre cada movimento. 54 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Primeiro Levante Materiais: • Monitor de sinais vitais; • Luvas; • Cadeira de rodas; • Cadeirão; • Lençóis. 55 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Primeiro Levante Acções de enfermagem Justificação •Providenciar os recursos para junto do indivíduo •Lavar as mãos •Instruir o indivíduo sobre o procedimento •Monitorizar os sinais vitais antes do levante •Elevar gradualmente a cabeçeira da cama até atingir mais ou menos 90⁰ •Manter a elevação até se considerar necessário •Assitir o indivíduo a sentar-se na cama com os membros inferiores pendentes e apoiá- los posteriormente •Avaliar novamente a tensão arterial e frequência cardíaca •Lavar as mãos •Gerir tempo •Prevenir contaminação •Obter colaboração •Obter valores de referência •Vigiar a tolerância do indivíduo ao levante •Prevenir a transmissão cruzada de microrganismos 56 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 57 jjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj j Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Primeiro Levante • Quantas vezes se avaliam os sinais vitais no primeiro levante? • Em que alturas? 58 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Duas Vezes Antes do levante e depois do levante. Primeiro Levante Registos de enfermagem: • Data e hora; • Diagnósticos de enfermagem (risco de hipotensão ortostática, risco de queda); • Reacção e colaboração do indivíduo (tolerância). 59 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica 60 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica Definição: • Consiste na introdução de uma sonda no estômago através da narina. Objectivos: • Aliviar náuseas e vómitos; • Diminuir a distensão abdominal; • Administrar medicamentos e/ou alimentação entérica; • Aspirar suco gástrico para análise; • Remover substâncias tóxicas ou sangue do estômago. 61 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica Orientações quanto à execução: • Consultar o processo para individualizar os cuidados; • Atender à privacidade do indivíduo; • Executar com técnica limpa; • Seleccionar o tipo de sonda a utilizar, de acordo com o objectivo da entubação e o estado de saúde do indivíduo; • Imobilizar a sonda sem pressionar a narina; • Trocar a sonda atendendo ao material que a constitui, às necessidades clínicas e à reacção do indivíduo. A substituição da sonda não deve ser feita por períodos fixos ou por rotina do serviço. 62 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica Orientações quanto à execução: • Trocar diariamente o local de fixação da sonda à pele e executar cuidados às narinas (limpeza e lubrificação); • Manter o indivíduo entubado apenas o tempo necessário para atingir o objectivo da entubação, evitando complicações de uma entubação prolongada (ulcera da narina, esofagite, sinusite e úlcera gástrica); • Inserir a sonda com movimentos suaves. Se o indivíduo apresentar tosse, dificuldade respiratória, cianose, ou se se verificar a presença de vapor de água no interior da sonda, remover a sonda até à orofaringe e aguardar alguns minutos antes de continuar a entubação; • Providenciar material de aspiração, a fim de poder ser utilizado com rapidez, se o indivíduo tiver vómitos (crianças, idosos e inconscientes). 63 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica Acções de enfermagem Justificação •Providenciar os materiais para junto do paciente •Lavar as mãos •Instruir o indivíduo sobre o procedimento •Posicionar o indivíduo em semi-Fowler ou Fowler, se o seu estado de saúde permitir •Limpar o nariz e identificar qual a narina mais permeável •Gerir o tempo •Prevenir a contaminação •Informar e obter colaboração; diminuir ansiedade •Facilitar a execução do procedimento •Facilitar a progressão da sonda 64 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica Acções de enfermagem Justificação •Aplicar resguardo descartável sobre o tórax •Calçar luvas de procedimentos •Medir o comprimento da sonda a ser introduzida, desde a ponta do nariz ao lóbulo da orelha, e daí até à extremidade inferior do apêndice xifoideu. Marcar este ponto com um adesivo ou marcador resistente à agua •Calcular a medida correcta da sonda a introduzir 65 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 66 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica Medir o comprimento da sonda a ser introduzida, desde a ponta do nariz ao lóbulo da orelha, e daí até à extremidade inferior do apêndice xifoideu. Lubrificante para aplicar na ponta da sonda Entubação Nasogástrica Acções de enfermagem Justificação •Aplicar um lubrificante na extremidade da sonda (imagem no slide anterior) •Inserir suavemente a sonda na narina, orientando-a na direcção da orelha. •Posicionar a cabeça do indivíduo em flexão (com o queixo junto ao pescoço) até a sonda passar a orofaringe. •Anular a flexão e solicitar ao indivíduo para fazer movimentos de deglutição ou para ingerir pequenos golos de água até a sonda estar introduzida •Minimizar o traumatismo •Facilitar a progressão da sonda •Idem •Idem 67 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica Acções de enfermagem Justificação •Aspirar o conteúdo gástrico para verificar posicionamento. Na ausência de conteúdo gástrico injectar 15 a 20cc de ar, auscultando simultaneamente para verificar a existência de ruídos hidroaéreos na região epigástrica •Também se pode mergulhar a ponta da sonda num copo com água, se não borbulhar significa que não foi para a via respiratória (mas a sonda pode estar dobrada, não sendo o método de confirmação mais eficaz. •Clampar a extremidade da sonda ou adaptar um saco colector ou aspirador de baixa pressão, de acordo com o objectivo da entubação •Limpar a pele do nariz se necessário •Verificar a localização e permeabilidade da sonda •Evitar a entrada de ar e a saída de conteúdo gástrico ou promover a drenagem passiva ou activa (aspiração) •Facilitar a fixação da sonda 68 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 69 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica Verificação de ruídos hidroaéreos na região epigástrica 70 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Entubação Nasogástrica Verificação de ruídos hidroaéreos na região epigástrica Entubação Nasogástrica Acções de enfermagem Justificação •Posicionar a sonda, fixando-a com a adesivo ao nariz e à camisa, se necessário. •Recolher o material •Remover luvas •Lavar as mãos •Evitar a deslocação da sonda, facilitar a movimentação do indivíduo na cama 71 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 72 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Luvas de procedimento ou luvas estéreis? Entubação Nasogástrica Luvas de Procedimento Entubação nasogástrica Registos de enfermagem: • Data e hora; • Calibre e características da sonda; • Características do produto drenado (se for esse o objectivo da entubação); • Tolerância e colaboração do indivíduo. 73 Cuidados de enfermagemao paciente acamado Cateterismo urinário 74 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Cateterismo urinário Definição: • Consiste na introdução de um cateter através do meato urinário e uretra até à bexiga. Objectivos: • Esvaziar a bexiga quando há retenção urinária e insucesso de outras intervenções; • Monitorizar o débito urinário; • Executar irrigações de bexiga e instilação de medicamentos; • Facilitar a obtenção de amostras assépticas de urina, em indivíduos inconscientes ou com dificuldade em colaborar no procedimento; • Controlar a incontinência em indivíduos com lesões que contra- indiquem o contacto da pele com a urina. 75 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Cateterismo urinário Orientações quanto à execução: • Avaliar métodos alternativos à algaliação antes da execução da mesma; • Respeitar a privacidade do indivíduo; • Executar com técnica asséptica; • Providenciar o tipo e calibre de algália tendo em conta a patologia e finalidade da algaliação; • Aplicar lubrificante hidrossolúvel estéril em dose única; • Manter o cateter urinário apenas enquanto houver indicação clínica, ou de acordo com as orientações da CCIH; • Preencher o balão de fixação apenas com água destilada, não utilizar cloreto de sódio porque podem formar-se cristais que irão dificultar a saída da algália ou alterar a borracha, fragmentando-a. 76 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Cateterismo urinário Acções de enfermagem Justificação •Providenciar os recursos para junto do indivíduo •Lavar as mãos •Instruir o indivíduo sobre o procedimento •Posicionar o indivíduo expondo apenas a região genital •Aplicar resguardo descartável •Calçar luvas •Lavar os órgãos genitais com água e sabão e secar •Gerir o tempo •Prevenir contaminação •Obter colaboração. Diminuir ansiedade •Facilitar a execução do procedimento •Minimizar a contaminação bacteriana na área 77 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Cateterismo urinário Acções de enfermagem Justificação •Remover o resguardo •Remover as luvas •Aplicar novo resguardo •Lavar as mãos •Aprontar o tabuleiro do material esterilizado com: Lubrificante Solução estéril na cápsula Compressas Tina riniforme Campo esterilizado com janela Algália Saco colector de urina Luvas estéreis •Prevenir a contaminação 78 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Cateterismo urinário Acções de enfermagem Justificação •Preparar a seringa esterilizada com a quantidade de água destilada de acordo com a indicações do faricante, para encher o balão da algália •Calçar luvas estéreis (imagem no slide seguinte) •Aplicar o campo estéril •Limpar o meato urinário com cloreto de sódio Homem – no sentido descendente do meato para a glande com movimentos circulares Mulher – no sentido descendente utilizando uma compressa para os grandes lábios, outra para os pequenos lábios e outra para o meato •Manter técnica asséptica •Diminur os microorganismos da flora perineal, complementando a lavagem já efectuada •Prevenir a contaminação por arrastamento de microorganismos da zona perineal para o meato 79 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 80 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Abrir o campo das luvas estéreis pelos bordos Pegar na luva da mão dominante pelo bordo Pegar na luva da mão não dominante pelo bordo interior (estéril) Adaptar as luvas a todos os dedos tocando na parte estéril, pois já estamos com as luvas estéreis calçadas e já não existe risco de contaminação Cateterismo urinário Acções de enfermagem Justificação •Remover as luvas •Calçar novo par de luvas esterilizadas •Remover o invólucro estéril da algália e fazer a sua adaptação imediata para o saco colector •Aplicar lubrificante na algália •Executar a algaliação: Homem – com a mão não dominante colocar o pénis num ângulo de 90°, inserir a algália com a mão dominante com movimentos circulares até se sentir uma ligeira resistência, depois baixar o pénis e introduzir a algália até à bexiga (surge urina no saco colector) •Obter circuito fechado desde o início do procedimento para prevenção da infecção •Facilitar a introdução da algália •Atenuar o ângulo peno-escrotal (1ª curvatura da uretra) facilitando a progressão da algália •Posicionar adequadamente para ultrapassar a 2ª curvatura da uretra 81 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Cateterismo urinário Acções de enfermagem Justificação Mulher – com a mão não dominante manter afastados os grandes lábios ao mesmo tempo que se faz a introdução da algália, com movimentos circulares até chegar à bexiga •Inserir um pouco mais a algália e instilar a quantidade indicada de água destilada para insuflar o balão •Executar um ligeiro movimento de tracção •Remover o campo estéril e resguardo descartável •Retirar as luvas •Prevenir o traumatismo da uretra. Imobilizar internamente a algália •Assegurar fixação interna da algália 82 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 83 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Mulher – com a mão não dominante manter afastados os grandes lábios ao mesmo tempo que se faz a introdução da algália, com movimentos circulares até chegar à bexiga Homem – com a mão não dominante colocar o pénis num ângulo de 90°, inserir a algália com movimentos circulares até se sentir uma ligeira resistência, depois baixar o pénis e introduzir a algália até à bexiga (surge urina no saco colector) Cateterismo urinário Cateterismo urinário Acções de enfermagem Justificação •Imobilizar a algália fixando com adesivo: Homem – região superior da coxa ou na região infra-abdominal Mulher – face interna da coxa •Posicionar o saco colector em suporte próprio, (nos dois buracos). •Assegurar a recolha do material •Lavar as mãos •Evitar a tracção da algália •Atenuar o ângulo peno-escrotal prevenindo fístula uretral •Facilitar a drenagem de urina 84 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 85 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Fixação no homem – face anterior da coxa e região infrabdominal Na Mulher- face interna coxa Sonda Vesical de 2 vias Sonda Vesical de 3 vias Homem Mulher Cateterismo urinário Registos de enfermagem: • Data e hora; • Calibre e características da algália; • Volume de água introduzida no balão; • Data da próxima algaliação (indicação do fabricante ou CCIH); • Tolerância e colaboração do indivíduo. 86 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 87 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Luvas de procedimento ou luvas estéreis? Manutenção do cateter urinário – Troca de saco colector Luvas estéreis Aspiração de secreções 88 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Aspiração de secreções Definição: • Consiste na remoção de secreções traqueobrônquicas através da introdução de uma sonda estéril na nasofaringe, orofaringe ou no tubo endotraqueal/traqueostomia, utilizando um sistema de vácuo, sempre que o indivíduo não tenha condições de as remover. Objectivos: • Manter a permeabilidade das vias aéreas; • Prevenir a estase (acumulação) de secreções; • Providenciarventilação adequada. 89 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Aspiração de secreções Orientações quanto à execução: • Executar com técnica limpa (aspiração de nasofaringe e orofaringe) e técnica asséptica (apenas com luvas estéreis na Traqueostomia/Tubo Endotraqueal); • Aumentar a saturação de oxigénio do indivíduo antes da aspiração para prevenir hipoxémia, excepto em indivíduos com DPOC; • Trocar a sonda em cada sessão de aspiração, preferencialmente; • Remover a sonda e luva sempre que mudar de via ou quando a sonda ficar obstruída; • Lavar os tubos após cada sessão de aspiração; • Limitar o tempo de duração de cada aspiração de 10 a 15 segundos, pelo risco de hipoxémia, broncoespasmo e alterações cardíacas; 90 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Aspiração de secreções – através da orofaringe/nasofarine Acções de enfermagem Justificação •Providenciar os recursos para junto do indivíduo •Verificar o funcionamento do aspirador •Lavar as mãos •Instruir o indivíduo sobre o procedimento •Aplicar máscara, viseira ou óculos •Posicionar o indivíduo em Fowler ou semi- Fowler, se a situação clínica o permitir •Auscultar os sons pulmonares •Gerir o tempo •Garantir a segurança do indivíduo •Prevenir contaminação •Obter colaboração. Diminuir ansiedade •Facilitar a respiração. Facilitar a execução do procedimento •Obter sons de referência 91 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Aspiração de secreções – através da orofaringe/nasofarine Acções de enfermagem Justificação •Calçar luvas •Inserir a conexão da extremidade da sonda de aspiração na tubuladura do aspirador, mantendo-a protegida pelo respectivo invólucro •Controlar o funcionamento do aspirador com a mão não dominante •Inserir a sonda através da boca/nariz, durante a inspiração, com a mão dominante, sem aspirar •Aspirar de forma intermitente, rodando a sonda entre os dedos à medida que se vai removendo a sonda •Prevenir a lesão da mucosa. Facilitar a remoção das secreções 92 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Aspiração de secreções – através da orofaringe/nasofarine Acções de enfermagem Justificação •Descartar a sonda, enrolando-a na mão dominante e remover a luva pelo avesso •Lavar o tubo no recipiente com água destilada e proteger a sua extremidade •Interromper o funcionamento do aspirador •Remover a luva da outra mão •Auscultar sons pulmonares •Remover a máscara, viseira ou óculos •Assegurar a recolha de materias •Lavas as mãos •Prevenir a contaminação •Limpar a tubuladura e remover as secreções •Verificar a eficácia da aspiração •Prevenir a transmissão cruzada de microrganismos 93 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 94 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Aspiração de secreções – através da orofaringe e nasofaringe Orofaringe Nasofaringe Sondas de aspiração 95 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Luvas de procedimento ou luvas estéreis? Aspiração de secreções – através da orofaringe e nasofaringe Luvas de Procedimento Traqueostomia e Tubo endotraqueal Em quais tipos de aspiração de secreções se usa luvas estéreis? Aspiração de secreções Registos de enfermagem: • Data e hora; • Via de aspiração; • Características e quantidade das secreções; • Frequência das aspirações; • Tolerância e colaboração do indivíduo. 96 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Alternância de decúbitos 97 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Alternância de decúbitos O facto de uma pessoa estar obrigatoriamente acamada por um período de tempo prolongado, pode ser causa de um grande número de complicações potenciais: respiratórias (infecções), musculares (atrofia) e músculo-esqueléticas (posições viciosas). Definição de alternância de decúbitos: • Consiste em providenciar ao indivíduo alternância de decúbitos, com ou sem colaboração do mesmo, respeitando os princípios anatómicos, o peso corporal, e protegendo as zonas de proeminência óssea. 98 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Objectivos da alternância de decúbitos: • Estimular o padrão respiratório, de mobilidade e de eliminação; • Prevenir complicações circulatórias; • Mobilizar secreções brônquicas; • Manter a amplitude e o movimento articular; • Manter a integridade da pele; • Prevenir atrofias musculares; • Providenciar conforto e bem-estar; • Alterar o campo visual; • Promover o auto-cuidado; • Estimular a carga sensitiva posicionando com maior frequência para o lado com incapacidade (AVC) . 99 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Alternância de decúbitos Indicações: • Doentes com risco de aparecimento de escaras identificados com o auxílio de escalas de avaliação, como as de Norton, Braden e Waterloo . Quando um doente é classificado com risco de escaras deve-se inspeccionar os pontos de apoio do seu corpo para procurar rubor persistente da pele (sinal de alarme), pelo menos uma vez por dia (por exemplo: durante os cuidados de higiene). 100 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Mudança de decúbito todas as 2, 3 ou 4 horas e instalar colchão de pressão alterna. Escala de Braden É constituída por seis subescalas: • Percepção sensorial; • Humidade da pele; • Actividade; • Mobilidade; • Nutrição; • Fricção e forças de deslizamento. Quanto mais baixa for a pontuação maior será o potencial para desenvolver úlceras de pressão. 101 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Escala de Braden Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 102 Quanto mais baixa for a pontuação maior será o potencial para desenvolver úlceras de pressão. Alternância de decúbitos • Decúbito Dorsal • Decúbito Lateral Direito • Decúbito Lateral Esquerdo • Fowler • Semi-Fowler Posicionamentos mais frequentemente utilizados 103 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Medidas Gerais: • Respeitar o alinhamento corporal natural (alinhar a cabeça e o pescoço segundo o eixo da coluna vertebral) • Retirar travesseiros e coxins que possam estar com o paciente; • Movimentar o paciente pelo lençol de resguardo, em bloco, coordenando o movimento do esforço; • Após mobilização, utilizar coxins ou travesseiros para auxiliar e manter o posicionamento; • Inspecionar as condições da pele do paciente, principalmente os pontos mais sensíveis para o surgimento de úlceras; • Manter lençóis esticados, evitando rugas sob o paciente; • O enfermeiro deverá prescrever a frequência da mudança de decúbito, avaliando as condições clínicas do paciente; • Quando o procedimento não for realizado, deverá ser justificado nos registos de enfermagem; • Observar a tolerância do paciente e sinais de desconforto (administrar analgesia se necessário; questionar o paciente sobre o seu conforto, se possível). 104 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 105 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Usar resguardo de movimentação Retirar almofadas Decúbito Dorsal: • Colocar o paciente posicionado com as costas em contacto total com a cama, em angulação de 0°. • Manter a cabeça em posição anatómica, alinhada com o tronco, evitandoflexão, extensão e rotação lateral (colocar almofada); • Manter membros superiores laterais ao corpo, com apoio nos antebraços e mãos (evitar edema); • Manter membros inferiores estendidos ou levemente fletidos, evitando rotações laterais (curvatura fisiológica do joelho); • Evitar o pé equino (queda ou extensão plantar), mantendo apoio na região plantar, de modo que os pés fiquem em ângulo de 90°. 106 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 107 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Decúbito Dorsal 108 Decúbito Dorsal Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Almofada para a curvatura natural dos joelhos 109 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Decúbito Dorsal Para evitar edema dos membros superiores 110 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Decúbito Dorsal Para evitar lesão dos calcâneos 111 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Para evitar pé equino Decúbito Dorsal Protectores de calcâneos 112 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Decúbito Lateral: • Colocar o paciente lateralizado, com o hemicorpo direito ou esquerdo em contacto total com a cama; • Manter cabeça em posição anatómica, alinhada com o tronco, evitando flexão, extensão e rotação lateral (colocar almofada); • Posicionar o ombro em contacto com o leito mais à frente do que o ombro do membro superior que está em cima (não está em contacto com o leito), servindo de apoio para manter o posicionamento; • Apoiar o dorso (costas) com travesseiro ou rolo em ângulo de 30° (não ultrapassar este ângulo); • Manter os joelhos semi-fletidos, sempre com o travesseiro entre eles, evitando pressão entre as proeminências ósseas (rótulas). 113 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 114 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Decúbito Lateral Para evitar edema das mãos 115 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Decúbito Lateral Para evitar lesão dos joelhos 116 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Decúbito Lateral Almofada nas costas para evitar que o paciente perca o posicionamento 117 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Decúbito Lateral 118 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Posicionamento das mãos Semi-sentado: Fowler (45° a 60°) ou Semi-Fowler (30°): • Posicionar o paciente em decúbito dorsal (posição inicial), levantar a cabeceira (mediante o ângulo pretendido) e os pés da cama; • Manter cabeça em posição anatómica, alinhada com o tronco, evitando flexão, extensão e rotação lateral (colocar almofada); • Manter membros superiores laterais ao corpo, com apoio nos antebraços e mãos (evitar edema); • Manter membros inferiores semi-flectidos, evitando grandes rotações laterais e pés apoiados em ângulo de 90° (evitar pé equino ou extensão plantar). 119 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 120 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Fowler (45 a 60 graus) Para evitar edema dos membros superiores 121 Semi-Fowler (30 graus) Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Almofada para a curvatura dos joelhos 122 Semi-Fowler Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 123 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Úlceras de pressão 124 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Definição de úlceras de pressão: • É uma lesão localizada na pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea. • Essa lesão é resultado da pressão ou de uma combinação entre esta e as forças de torção. São categorias das úlceras de pressão: • Categoria I: eritema não branqueável • Categoria II: perda parcial da espessura da pele • Categoria III: perda total da espessura da pele • Categoria IV: perda total da espessura dos tecidos 125 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Úlceras de pressão 126 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Úlceras de pressão Alternância de decúbitos 127 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Alternância de decúbitos – Proeminências ósseas e zonas de pressão 128 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Alternância de decúbitos – Proeminências ósseas e zonas de pressão 129 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 130 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Alternância de decúbitos – Proeminências ósseas e zonas de pressão Colchão de pressão alterna O colchão anti-escaras de pressão alterna possui células uniformes, que através de um ciclo de insuflar e desinsuflar, alternam a pressão estimulando a circulação sanguínea. O seu uso é muito importante para a prevenção de úlceras de pressão, mas não é a única medida a ser tomada na prevenção e combate às úlceras de pressão. 131 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Colchão de pressão alterna • Como montar?? 132 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Inserir o tubo bifurcado nos encaixes do colchão Inserir o tubo bifurcado nos encaixes da máquina (motor do colchão – bomba de ar) Verificar se todos os componentes estão presentes Estender o colchão vazio sobre a cama Ligar o motor à electricidade e verificar se o colchão está a encher Hidratação da pele e massagem de conforto 133 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Hidratação da pele e Massagem de conforto A hidratação melhora o filme hidrolipídico da pele, protegendo-a contra lesões. A hidratação faz parte dos cuidados de enfermagem com a pele, assim como a massagem de conforto. O tratamento da pele seca com hidratantes tem se mostrado especialmente efetivo na prevenção de Ulceras. Deve ser realizada: • após o banho no leito; • após as alternâncias de decúbito (posicionamentos); • após cada troca de fraldas; • sempre que o enfermeiro ache necessário. 134 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Hidratação da pele e Massagem de conforto Pele húmida é mais vulnerável, propícia ao desenvolvimento de lesões cutâneas, e tende a romper-se mais facilmente. A pele deve ser limpa, sempre que apresentar sujidade e em intervalos regulares. O processo de limpeza deve incluir a utilização cuidadosa de um agente de limpeza suave (sabão hipoalergénico com pH neutro) que minimize a irritação e a secura da pele. Deve-se tomar cuidado para minimizar a exposição cutânea à humidade decorrente de incontinência, transpiração ou exsudado de feridas. Agentes tópicos que atuam como barreiras contra a humidade e hidratam a pele também podem ser utilizados (Halibut). 135 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Hidratação da pele e Massagem de conforto • Limpe a pele sempre que estiver suja ou sempre que necessário. É recomendada a utilização de água morna e sabão neutro para reduzir a irritação e o aumento da secura da pele. • Use hidratantes na pele seca, principalmente após banho, pelo menos 1 vez ao dia. • Durante a hidratação da pele, não massajar vigorosamente áreas de proeminências ósseas ou áreas hiperemiadas. A aplicação de hidratante deve ser realizada com movimentos suaves e circulares. • A massagem vigorosa ou intensa está contra-indicadana presença de inflamação aguda e onde existe a possibilidade de haver vasos sanguíneos danificados ou pele frágil (deve ser realizada uma massagem suave com movimentos circulares). 136 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Hidratação da pele e Massagem de conforto A massagem melhora a circulação periférica superficial. Devemos massajar a pele com loção hidratante em cada alternância de decúbito (movimentos circulares suaves). • Óleo de amêndoas doces (pele húmida ou na água do banho); • Creme hidratante; • Vitamina A; • Ácidos gordos essenciais; • Vaselina (para os lábios). 137 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Só é bem absorvido na pele húmida. Prevenção de quedas 138 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Prevenção de quedas na cama: • Colocar lençóis e almofadas de apoio ao posicionamento do paciente; • Colocar a cabeceira da cama a uma altura conveniente; • Colocar as grades (se estas tiverem de ser baixadas, posicionar-se junto à cama e em frente do paciente para evitar que este caia e que se sinta sempre em segurança); • Descer a cama até à posição mais baixa possível; • Colocar os objectos indispensáveis ao paciente numa mesa adaptável diante do paciente e do lado que lhe for mais acessível; • Travar as rodas da cama; • Imobilizar o paciente (membros superiores e inferiores e tórax), se necessário. 139 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 140 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Grades da cama elevada Almofadas de apoio ao posicionamento Descer a cama até uma altura mais baixa possível Prevenção de quedas na cama Travar sempre as rodas da cama Registos de enfermagem: • Hora de cada posicionamento e qual a posição em que o paciente foi deixado; • Alterações observadas (p.e. rubor em determinada região); • Educação para a saúde (preparação para a alta, continuidade de cuidados); • Tolerância (dor) e aceitação (colaboração) do paciente. 141 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparação para a alta A preparação para a alta começa no primeiro dia de internamento. Ensinos à família sobre: • Alimentação (oral ou por SNG) • Higiene (banho no leito e higiene oral) • Posicionamentos, levante e hidratação da pele • Curativos e sondas • Retorno ao hospital Desde o primeiro dia de internamento a família deve ser inserida nos cuidados ao paciente acamado, para que no momento da alta se sintam preparados para cuidar do seu familiar. 142 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Preparação para a alta A educação das pessoas com risco de desenvolvimento de úlceras de pressão e da família/cuidadores, no que se refere aos cuidados a ter com a prevenção das úlceras de pressão, é prioritária para se reduzir não apenas o aparecimento de novos casos como a gravidade do quadro clínico. Deve ser elaborado um manual de apoio ao cuidador / família. 143 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Garantir a continuidade de cuidados Para reflectir… 144 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Conclusão Individualizar Planear Registar Prevenir Cuidar 145 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado Bibliografia • POTTER, Patrícia A. Castaldi – Fundamentos de Enfermagem: Conceitos e procedimentos. 5ª Edição. Loures: Lusociência, 2006. • PAULINO, Cristina D.; TARECO, Ilda Costa; ROJÃO, Manuela – Técnicas e procedimentos em enfermagem. Coimbra: Formasau, 2003. • HALLOUET, Pascoal; EGGERS, Jerôme, MALAQUIM – PAVAN, Evelyne – Fichas de cuidados de enfermagem. Lisboa: Clempsi, 2006. • SCHAFFLER, Anne; MENCHE, Nicole – Medicina Interna e Cuidados de enfermagem. Loures: Lusociência, 2004. • VEIGA, Bárbara; HENRIQUES; Eunice - Manual de cuidados de enfermagem. Lisboa: 2008. 146 Cuidados de enfermagem ao paciente acamado 147
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