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Cursos Online EDUCA www.CursosOnlineEDUCA.com.br Acredite no seu potencial, bons estudos! Curso Gratuito Direito Previdenciário e Seguridade Social Carga horária: 50hs Conteúdo Programático: Introdução Dos objetivos constitucionais da seguridade social Legislação correspondente Direito previdenciário: conceitos básicos Tipos de segurados do regime geral de previdência social Da filiação e inscrição no RGPS Dos dependentes Relação jurídica de seguro social e seguridade social Salário de contribuição e salário benefício Carência e perda da qualidade de segurado Principais benefícios em espécie Processo e procedimentos envolvendo ações previdenciárias Informações Básicas acerca da desaposentação Bibliografia Introdução DIREITO PREVIDENCIÁRIO E SEGURIDADE SOCIAL 1. PRINCÍPIOS E OBJETIVOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL A Constituição da República Federativa do Brasil é um conjunto de leis maiores que regem o ordenamento jurídico brasileiro. É na constituição federal que estão reunidos todos os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos brasileiros, sejam eles natos ou naturalizados. A Carta Magna Brasileira (Constituição Federal) é considerada uma constituição com as seguintes características principais: promulgada, escrita, analítica, formal, eclética, dogmática e rígida. Por conta dessas características, nela estão inseridos princípios básicos reguladores da vida em sociedade e ainda, como consequência, reguladores das atividades que envolvem a seguridade social, ou seja, o direito previdenciário em si. Os princípios constitucionais estão discriminados na Lei Suprema de 1988 em seu artigo 1º e são eles: a) soberania; b) cidadania; c) a dignidade da pessoa humana; d) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e) o pluralismo político. Ademais a Constituição da República traz em seu artigo 5º os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, enumeradas em tantos incisos. Por seguridade social entende-se o conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e a assistência social. (art. 194 CF) Como a seguridade social é um direito dos cidadãos brasileiros disciplinada pela própria Lei Suprema, citam-se alguns dos princípios e direitos fundamentais que a norteiam e estão presentes na constituição: igualdade; solidariedade; contraditório e ampla defesa; direito de petição; da inafastabilidade da justiça e do direito adquirido. Isso sem contar nos objetivos constitucionais da seguridade social, os quais sejam: a) Universalidade de Cobertura e Atendimento; b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; d) irredutibilidade do valor dos benefícios; e) equidade na forma de participação no custeio; f) diversidade na base de financiamento e g) gestão democrática descentralizada. 1.1 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 1.1.1 DA SOBERANIA Conforme exposto acima, tem-se a soberania como princípio fundamental da constituição o qual consiste em: um dos elementos do Estado, significa a supremacia do Estado brasileiro, na ordem política interna e a independência da ordem externa. 1.1 DA CIDADANIA A cidadania como fundamento da Constituição abrange a titularidade de direitos políticos e civis. 1.1.2 DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Por esse fundamento tem-se o absoluto respeito aos direitos fundamentais de todo o ser humano, devendo ser assegurado a todos condições dignas de sobrevivência. 1.1.3 VALORES SOCIAIS DA LIVRE INICIATIVA E DO TRABALHO Fundamento do modo de produção vigente, ou seja, o capitalismo, regido pela Constituição Federal. 1.1.4 PLURALISMO POLÍTICO Significa o respeito à livre formação política no país, vedando-se em regra qualquer limitação aos partidos políticos e manifestações, salvo o que a própria constituição limita. 1.2 SEGURIDADE SOCIAL E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 1.2.1 DA IGUALDADE Está regulada no art. 5º, caput da Constituição Federal e constitui um dos direitos fundamentais básicos do cidadão. O que significa dizer em linhas tênues que a igualdade nada mais é que o fato de todos serem iguais perante a lei, sem distinções de qualquer espécie, impede-se que a lei trate de maneira desigual pessoas que se encontrem em igual situação. Um exemplo de igualdade para a previdência social seria o fato de que todos os que contribuem para a previdência terão direito ao recebimento de um dos seus benefícios na medida de suas contribuições. (tratar de forma igual os desiguais). 1.2.2 DA SOLIDARIEDADE Com propriedade pode-se dizer que a solidariedade social é o princípio constitucional que dá toda a sustentação à previdência social, isso porque, segundo os ensinamentos de BOLLMANN, Vilian, em Hipótese de Incidência Previdenciária e temas Conexos, São Paulo: editora LTr, ano 2005, p. 22: “Se a principal finalidade da Previdência Social é a proteção à dignidade da pessoa, não é menos verdadeiro que a solidariedade social é verdadeiro princípio fundamental do Direito Previdenciário, caracterizando-se pela cotização coletiva em prol daqueles que, num futuro incerto, ou mesmo no presente, necessitem de prestações retiradas desse fundo comum”. 1.2.3 DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA Direito fundamental previsto no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal. Consiste em assegurar aos litigantes (partes interessadas), em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, o contraditório e a ampla defesa (o direito de rebater os fatos e de defender-se), com meios e recursos a ela inerentes. 1.2.4 DO DIREITO DE PETIÇÃO Este disciplinado também pelo artigo 5º da CF, no inciso XXXIV, no qual assegura-se a todos, independente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. Isso quer dizer que a todos é garantido o direito de manifestar-se perante órgãos públicos. 1.2.5 DA INAFASTABILIDADE DA JUSTIÇA Garantia constitucional utilizada amplamente pela seguridade social, consiste no fato de que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. (art. 5º, inciso XXXV, CF). 1.2.6 DO DIREITO ADQUIRIDO Também disciplinado no artigo 5º da Carta Magna, significa dizer que a lei não prejudicará direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, ou seja, se cidadão “A” adquiriu benefício previdenciário, dentro da legalidade, e após isso, acontecer mudança na lei por exemplo, que venha a mudar também o seu direito adquirido, o mesmo não poderá ser prejudicado por tal mudança. Dos Objetivos Constitucionais da Seguridade Social Vale registrar que os objetivos da seguridade social estão dispostos na Constituição Federal Brasileira, no seu artigo 194, parágrafo único, os quais já foram relacionados nos parágrafos anteriores. 1.1 DA UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO Por esse objetivo entende-se a “entrega das ações, prestações e serviços de seguridade social a todos os que necessitem, tanto em termos de previdência social – obedecido o princípio contributivo – como no caso da saúde e da assistência social”. (CASTRO, C.A.P de., LAZZARI, J.B. Manual de Direito Previdenciário. 15ª edição. Editora Forense, 2013). 2.1.2 UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIADOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS Por esse objetivo tem-se o fato de serem tratados de forma igualitária trabalhadores urbanos e rurais, havendo assim idênticos benefícios e serviços (uniformidade), para os mesmos eventos cobertos pelo sistema (equivalência). O que não significa que o valor dos benefícios serão iguais. Ex: o salário maternidade de uma trabalhadora urbana não será o mesmo que o de uma trabalhadora rural, enquadrada como segurada especial. 2.1.3 SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS Por esse objetivo a previdência social utiliza-se de critérios para fixação e concessão dos vários benefícios de que dispõe, analisando os que realmente necessitem e qual o benefício que efetivamente se enquadra ao caso. Exemplo: para aquele que se encontre temporariamente incapaz para o trabalho, não será concedida aposentadoria por invalidez, mas sim o auxílio-doença. 2.1.4 IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS Significa dizer que o benefício uma vez concedido pela Previdência Social não pode ter seu valor nominal reduzido, não podendo ser objeto de desconto, salvo exceções legais ou judiciais. 2.1.5 EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO “Com esse princípio, busca-se garantir que aos hipossuficientes seja garantida proteção social, exigindo-se dos mesmos, quando possível, contribuição equivalente a seu poder aquisitivo, enquanto a contribuição empresarial tende a ter maior importância em termos de valores e percentuais na receita da seguridade social, por ter a classe empregadora maior capacidade contributiva (...)”. (CASTRO, C.A.P de., LAZZARI, J.B. Manual de Direito Previdenciário. 15ª edição. Editora Forense, 2013). 2.1.6 DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO Entende-se por esse princípio que a previdência social tem várias maneiras de arrecadação, ou seja, várias fontes pagadoras, não dependendo somente de empregados, empregadores e Poder Público. 2.1.7 CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO O caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados, significa dizer que todas as ações, serviços, planos e programas da previdência social devem ser discutidos em sociedade, por meio de conselhos já existentes. Legislação Correspondente Para uma compreensão aprofundada dos tópicos acima, sugere- se a leitura dos seguintes artigos de lei: - Constituição Federal, artigos: 1º, 3º, 5º, 6º, 7º, 194 e seguintes (seguridade social), 201 (previdência social) até 202. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados. VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - dos trabalhadores; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide Medida Provisória nº 526, de 2011) (Vide Lei nº 12.453, de 2011) § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 20, de 1998) § 9° As contribuições sociais previstas no inciso I deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) SEÇÃO III DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Art. 201. Os planos de previdência social, mediante contribuição, atenderão, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte, incluídos os resultantes de acidentes do trabalho, velhice e reclusão; II - ajuda à manutenção dos dependentes dos segurados de baixa renda; III - proteção à maternidade, especialmente à gestante; IV - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; V - pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, obedecido o disposto no § 5º e no art. 202. § 1º Qualquer pessoa poderá participar dos benefícios da previdência social, mediante contribuição na forma dos planos previdenciários. § 2º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. § 3º Todos os salários de contribuição considerados no cálculo de benefício serão corrigidos monetariamente. § 4º Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. § 5º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. § 7º A previdência social manterá seguro coletivo, de caráter complementar e facultativo, custeado por contribuições adicionais. § 8º -É vedado subvenção ou auxílio do Poder Público às entidades de previdência privada com fins lucrativos. Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) (Regulamento) (Vigência) § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 9º Para efeito de aposentadoria, é asseguradaa contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para trabalhadores de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário- mínimo, exceto aposentadoria por tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) Art. 202. É assegurada aposentadoria, nos termos da lei, calculando-se o benefício sobre a média dos trinta e seis últimos salários de contribuição, corrigidos monetariamente mês a mês, e comprovada a regularidade dos reajustes dos salários de contribuição de modo a preservar seus valores reais e obedecidas as seguintes condições: I - aos sessenta e cinco anos de idade, para o homem, e aos sessenta, para a mulher, reduzido em cinco anos o limite de idade para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, neste incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal; II - após trinta e cinco anos de trabalho, ao homem, e, após trinta, à mulher, ou em tempo inferior, se sujeitos a trabalho sob condições especiais, que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidas em lei; III - após trinta anos, ao professor, e, após vinte e cinco, à professora, por efetivo exercício de função de magistério. § 1º - É facultada aposentadoria proporcional, após trinta anos de trabalho, ao homem, e, após vinte e cinco, à mulher. § 2º - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos sistemas de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Direito Previdenciário: Conceitos Básicos 4.1 PREVIDÊNCIA SOCIAL, SEGURIDADE SOCIAL E DIREITO PREVIDENCIÁRIO Conforme exposto nos parágrafos anteriores, viu-se que a constituição federal tem um importante papel ao descrever as diretrizes da previdência social, tanto é que a considera um direito social do cidadão. Art. 6º CF: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e a infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. (ANGHER, A.J. Vademecum Universitário de Direito Rideel, 16ª edição, ano: 2014. Editora: Rideel). Entretanto, a previdência social, a seguridade social e o direito previdenciário, apesar de interligados entre si, apresentam peculiaridades, as quais passa-se a descrever: - Previdência Social: “é o sistema pelo qual, mediante contribuição, as pessoas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus dependentes ficam resguardadas quanto a eventos de infortunística (morte, invalidez, idade avançada, doença, acidente de trabalho, desemprego involuntário) ou outros que a lei considera que exijam um amparo financeiro ao indivíduo (maternidade, prole, reclusão), mediante prestações pecuniárias (benefícios previdenciários) ou serviços”. (CASTRO, C.A.P de., LAZZARI, J.B. Manual de Direito Previdenciário. 15ª edição. Editora Forense, 2013). Pela constituição federal de 1988, temos que a previdência social será organizada sob a forma de regime geral (para todos), de caráter contributivo e de filiação obrigatória (segurança decorrente da filiação), observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá nos termos da lei, várias coberturas,as quais serão descritas oportunamente. - Seguridade Social: “abrange tanto a Previdência Social quanto a Assistência Social (prestações pecuniárias ou serviços prestados a pessoas alijadas de qualquer atividade laborativa), e a Saúde Pública (fornecimento de assistência médico-hospitalar, tratamento e medicação), estes dois últimos sendo prestações do Estado devidas independentemente de contribuições”. (CASTRO, C.A.P de., LAZZARI, J.B. Manual de Direito Previdenciário. 15ª edição. Editora Forense, 2013). Lei 8.212/91 – dispõe sobre a organização da seguridade social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Lei 8.213/91 – dispõe sobre os planos de benefícios da previdência social e dá outras providências. - Direito Previdenciário: “ramo do Direito Público, tem por objeto estudar, analisar e interpretar os princípios e as normas constitucionais, legais e regulamentares que se referem ao custeio da Previdência Social – que, no caso do ordenamento estatal vigente, também serve como financiamento das demais vertentes da Seguridade Social, ou seja, Assistência Social e Saúde -, bem como os princípios e normas que tratam das prestações previdenciárias devidas a seus beneficiários”. (CASTRO, C.A.P de., LAZZARI, J.B. Manual de Direito Previdenciário. 15ª edição. Editora Forense, 2013). PREVIDENCIA SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL DIREITO PREVIDENCIÁRIO Sistema de contribuição Previdência social + Assistência Social Análise, estudo e interpretação da Seguridade social 4.2 REGIMES PREVIDENCIÁRIOS Regime previdenciário é a forma de adesão do indivíduo à seguridade social, ou seja, é aquele que assegura mediante normas disciplinadoras, uma coletividade de pessoas que tem vinculação com a previdência social por terem relação de trabalho ou categoria profissional e que está submetida, justamente pela vinculação aos benefícios de todo o sistema de seguro social – aposentadoria e pensão por falecimento do segurado. A previdência social está dividida em regimes previdenciários em espécie, senão vejamos: 4.2.1 O Regime Geral de Previdência Social – RGPS O principal regime da previdência social é o regime geral pelo qual estão vinculados a grande maioria dos cidadãos, abrangendo todos os trabalhadores da iniciativa privada dentre outros. É regido pela Lei 8.213/91 “Plano de Benefícios da Previdência Social” e sua gestão é realizada pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal responsável pela concessão de benefícios e serviços do RGPS. Vale lembrar que a maioria dos termos desse curso versarão sobre o RGPS, por ser o regime de maior abrangência, além dos regimes próprios terem regras particulares, regidos pelos próprios estatutos de cada instituição. 4.2.2 Regimes Próprios 4.2.2.1 Regime dos Servidores Públicos: também regulado pela Constituição Federal é o regime de previdência utilizado por funcionários públicos, ocupantes de cargos efetivos, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como das autarquias e fundações públicas, o qual terá regulamento próprio. Destaca-se que se o segurado exercer atividade na iniciativa privada além da atividade no setor público terá direito aos dois regimes. (RP e RGPS). 4.2.2.2 Regime Previdenciário Complementar: regime complementar privado, que tem por prestadoras de benefícios previdenciários as entidades de previdência complementar. 4.2.2.3 Regime dos Militares das Forças Armadas: esses profissionais têm tratamento diferenciado, inclusive no que se trata ao regime de previdência social, regulado pela própria constituição federal e leis esparsas. Tipos de Segurados do Regime Geral de Previdência Social Pelo artigo 9º do Decreto Lei 3.048/99, tem-se como segurado da previdência social de forma compulsória a pessoa física que exerce atividade remunerada, efetiva ou eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título precário ou não, bem como aquele que a lei define como tal, observadas, quando for o caso, as exceções previstas no texto legal, ou exerceu atividade remunerada no período imediatamente anterior ao chamado “período de graça”. Não se pode esquecer aquele que se filia de forma facultativa e espontaneamente a Previdência Social, contribuindo para o custeio das prestações sem estar vinculado obrigatoriamente ao RGPS ou a outro regime previdenciário qualquer. Diante disso, conclui-se que existem dois tipos de segurados: OBRIGATÓRIOS E FACULTATIVOS. Os segurados obrigatórios: são aqueles que devem contribuir compulsoriamente (ou seja de forma obrigada) para a Seguridade Social, com direito aos benefícios pecuniários previstos para a sua categoria e aos serviços a encargo da Previdência Social e dividem-se da seguinte forma: - empregado - contribuinte individual - segurado especial - empregado doméstico - trabalhador avulso 5.1 DAS ESPÉCIES DE SEGURADOS OBRIGATÓRIOS 5.1.1 EMPREGADO Empregado é toda pessoa física que presta serviço de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. (art. 3º CLT). Entretanto o RGPS abrange tantos os empregados urbanos quanto os rurais. Assim são requisitos essenciais para caracterizar o empregado como segurado obrigatório no RGPS: REQUISITOS PARA SER CONSIDERADO EMPREGADO – RGPS - ser pessoa física e realizar trabalho de modo personalíssimo (não delegar para outra pessoa – ex: o empregado é o pai, mas esse mandou o filho trabalhar em seu lugar, situação proibida que descaracteriza a qualidade de empregado) - prestar serviço de natureza não eventual: habitualidade - receber salário pelo serviço prestado ao empregador - trabalhar sob dependência do empregador: subordinação Segundo o art. 12, inciso I da Lei 8212/91 e decreto 3048/99 art. 9º inciso I, os empregados, para fins do RGPS são: “a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não superior a três meses, prorrogável, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da legislação própria; c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País; d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito público interno; e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social; g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior,em repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei no 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de 25 de setembro de 2008; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por regime próprio de previdência social; l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal; m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de emprego público; o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994; e p) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005) q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999)) r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)”. Como dito acima os empregados prestam serviços para outras pessoas, e são elas que fazem as devidas contribuições ao RGPS, pois exigem o trabalho naquelas condições, e para tal efeitos são consideradas como empregadores ou empresas em geral. A idade mínima para filiação no RGPS como empregado é de 16 (dezesseis) anos, como aprendiz a partir dos 14 (quatorze) anos. 5.1.2 CONTRIBUINTE INDIVIDUAL Os contribuintes individuais são os segurados empresário, autônomo e equiparado a autônomo. Diante da lei, decreto 3048/99, art. 9º, inciso V, são eles: “V - como contribuinte individual: (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)) a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23 deste artigo; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; (Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002) d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) e) o titular de firma individual urbana ou rural; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) f) o diretor não empregado e o membro de conselho de administração na sociedade anônima; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) g) todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de capital e indústria; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho e o administrador não empregado na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, urbana ou rural; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do § 1ºdo art. 120 da Constituição Federal; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; e (Incluída pelo Decreto nº 4.032, de 2001) p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais; Ou seja, contribuinte individual é basicamente aquele que trabalha por conta própria, devendo contribuir para o RGPS na medida de seus ganhos. Ex: advogados. 5.3 SEGURADO ESPECIAL São aqueles que trabalham por conta própria em regime de economia familiar, realizam pequena produção, com a qual retiram sua subsistência. Segundo a lei 8212/91, art. 12, inciso VII é segurado especial: “a pessoa física residente no imóvel rural ou aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de”: a) “Produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. Agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou 2. De seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei 9.985/2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) Pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) Cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo”.Informação importante que merece ser compartilhada é o fato de que o segurado especial, mesmo que não contribua, terá direito aos benefícios previdenciários, desde que comprove o tempo de serviço em atividade rural. 5.4 EMPREGADO DOMÉSTICO Empregado doméstico é aquele que presta serviço de natureza contínua à pessoa ou família no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos. (art. 12, II, da Lei n. 8212/91). Vale lembrar que os requisitos essenciais para o trabalhador ser considerado empregado doméstico são: - natureza contínua; - a finalidade não lucrativa; - caráter não econômico da atividade; - serviço prestado em âmbito residencial (não se limitando ao espaço físico). Ex.: vamos ter que A cozinheira, de uma família B; se B vier a comercializar os produtos feitos por A (cozinheira) a mesma deixa de ser empregada doméstica para ser funcionária regida pelas leis trabalhistas (CLT). Oportuno frisar que NÃO SÃO empregados domésticos: - aquele que exerce serviços domésticos ao cônjuge ou companheiro ou para membros da família sejam eles pais ou filhos; - trabalhador que exerce serviço de natureza não contínua a outra pessoa. Ex.: pintores, eletricistas e etc. 5.5 TRABALHADOR AVULSO É a pessoa que presta serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício com qualquer delas, com intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos da Lei 8.630/93. Pelo decreto 3048/99, são considerados trabalhadores avulsos: a) O trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; b) O trabalhador de estiva de qualquer natureza, inclusive carvão e minério; c) O trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); d) O amarrador de embarcação; e) O ensacador de café, cacau, sal e similares; f) O trabalhador na indústria de extração de sal; g) O carregador de bagagem em porto; h) O prático de barra em porto; i) O guindasteiro; e j) O classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos. Como descrito anteriormente existem duas espécies de segurados: os obrigatórios relacionados nos parágrafos acima e o: Segurado facultativo: é qualquer pessoa maior de 16 (dezesseis) anos de idade, que não exerça uma atividade remunerada e que não esteja enquadrado como segurado obrigatório da previdência social e que decida contribuir com a previdência social ou manter a qualidade de segurado. Lembre-se não podem figurar como segurados facultativos os que já participam de algum regime próprio de previdência. Da Filiação e Inscrição no RGPS 6.1 FILIAÇÃO Segundo o jurista Alfredo Ruprecht, a filiação se inicia: “no exato momento em que o indivíduo entra no campo da seguridade social e perdura por todo o tempo em que este – que preenche as condições pertinentes – mantém-se como segurado”. E, mais que “a circunstância de haver perdido o caráter de filiado não impede, superada a causa da cessão da filiação, sua recuperação”, para concluir que “o objeto da filiação é determinar quais são os indivíduos que, tendo satisfeito as disposições respectivas, estão em condições de obter os benefícios da seguridade social, ou seja, liga a pessoa a esta. É também o de controlar as variações que, com o passar do tempo, podem ser produzidas na situação de cada filiado”. (RUPRECHT, Alfredo J. Direito da Seguridade Social. São Paulo: Ltr, 1996). Ou seja, conclui-se que a filiação é o vínculo jurídico da pessoa no RGPS, nascendo direito e obrigações de ambos. Entenda como acontece a filiação das espécies de segurados ao RGPS: a) SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: para esses tipos de segurados, no exercício de atividade remunerada, a filiação ocorre de forma automática, não existindo qualquer ato formal para sua formalização. Provas para filiar-se ao RGPS: - trabalhador empregado: existindo contrato de trabalho e ou, o vínculo empregatício provado em ação trabalhista, realizado pelo empregador; - trabalhador avulso: conter o registro no gestor de mão de obras, realizado pelo órgão gestor de mão de obra ou sindicato; - trabalhador doméstico: ter a prova da relação de emprego. A inscrição pode ser realizada pelo próprio, devendo levar ao INSS o NIT, PIS ou PASEP; - contribuinte individual: ter a prova de condição de autônomo. A inscrição pode ser realizada pelo próprio, devendo levar ao INSS o NIT, PIS ou PASEP; - segurado especial: ter a prova que demonstre a atividade rurícola, pesqueira ou atividade equiparada. A inscrição pode ser realizada pelo próprio, devendo levar ao INSS o NIT, PIS ou PASEP. b) SEGURADOS FACULTATIVOS: para esse tipo de segurado a filiação acontece com a inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição. Ademais para a pessoa se inscrever no RGPS como segurado facultativo, a mesma não pode estar amparada quando de sua filiação por nenhum regime próprio de previdência social. Provas para o segurado facultativo inscrever-se no RGPS: é necessário levar a identidade e uma declaração informando que não exerce qualquer atividade que se enquadre na categoria de segurado obrigatório, e a filiação ocorre com o pagamento da primeira contribuição, momento em que fica formalizada e ratificada a inscrição. 6.2 INSCRIÇÃO Segundo os dizeres de Carlos Alberto Pereira de Castro e João Batista Lazzari em: Manual de Direito Previdenciário, Editora Forense, ano 2013: “Inscrição é o ato pelo qual o segurado e o dependente são cadastrados no RGPS, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua caracterização. É ato nitidamente administrativo e formal, documentado, de iniciativa da pessoa interessada e homologado pelo órgão gestor da Previdência Social. É também instrumento pessoal de qualificação que autoriza a utilização dos serviços ou a percepção de benefícios em dinheiro postos a sua disposição”. Para efeitos de previdência social a inscrição é o ato pelo qual a pessoa física é cadastrada no Cadastro Nacional de Informações Sociais, o CNIS, mediante informações prestadas dos seus dados pessoais, e de outros elementos necessários a sua caracterização. A inscrição no regime também poderá ser feita por dependente, ou seja, a qual será promovida quando do requerimento do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação de alguns documentos que comprovem a qualidade de dependência do segurado inscrito. Dos Dependentes Dependentes são aqueles que mesmo não contribuindo para a Seguridade Social, a Lei de benefícios elenca como possíveis beneficiários do RGPS, fazendo jus às seguintes prestações: pensão por morte, auxílio-reclusão, serviço social e reabilitação profissional. A lei 8213/91, no art. 16 divide os dependentes em 3 classes, as quais são: - classe 1: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; * relação homoafetiva: possibilidade de reconhecimento de companheiro, com status de união estável, inclusive para fins previdenciários. - classe 2: os pais; - classe 3: o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente. *FIQUE ATENTO: em meio as alterações trazidas com a Lei 13.135/15, o inciso III do artigo 16da Lei 8213/91 também sofreu alteração. “dentre os beneficiários do RGPS, também fora assegurada condição de dependente do segurado a pessoa portadora de deficiência grave”. Relação Jurídica de Seguro Social e Seguridade Social 8.1 RELAÇÃO JURIDICA DE SEGURO SOCIAL Por previdência social, tem-se a ação do Estado na efetiva proteção do indivíduo que se encaixa na condição de filiado ao regime e dos que são tidos como dependentes, com a concessão dos benefícios e serviços que caracteriza as prestações previdenciárias. Já a relação jurídica de seguro social é aquela em que o credor é o indivíduo filiado ao regime de previdência ou seus dependentes, e devedor o Estado, por meio da entidade cuja atribuição é a concessão de benefícios e serviços. A relação jurídica de seguro social se baseia no fato que gerou a prestação previdenciária devida ao filiado ou ao dependente. Por exemplo, se A, empregada, filiada ao RGPS, ganha um bebê, e requer o salário maternidade por conta do parto do filho. Tal relação significa dizer que está diante de direito indisponível do indivíduo, de maneira que, mesmo não tendo interesse na proteção social conferida pelo regime, mas estando enquadrado numa das hipóteses legais, a pessoa será considerada, pelo ente previdenciário, como segurado ou dependente, logo, beneficiário do regime. 8.2 SEGURIDADE SOCIAL Seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade nas áreas de saúde, previdência e assistência social conforme previsto na Constituição Federal. A seguridade social tem sua estrutura administrativa que tem a atribuição de executar as políticas no âmbito da segurança social: a) ministérios da previdência social e previdência complementar; b) ministérios da saúde e seus desmembramentos, ex.: ministério da política nacional de saúde e c) ministério do desenvolvimento social e combate à fome, ex.: ministério da política nacional de desenvolvimento social. 8.2.1 INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL O Instituto Nacional de Seguro Social – INSS faz parte da estrutura da seguridade social, e é a autarquia federal destinada a cuidar da previdência social brasileira. As suas atribuições são regulamentadas pela Lei 8029/90, as quais são: - conceder e manter os benefícios e serviços previdenciários; - emitir certidões relativas a tempo de contribuição perante o RGPS; - gerir os recursos do Fundo do Regime Geral de Previdência Social; e - calcular o montante das contribuições incidentes sobre a remuneração e demais rendimentos dos trabalhadores, devidas por estes, pelos empregadores domésticos e pelas empresas com vistas à concessão ou revisão de benefício requerido. Resumindo o INSS é o órgão que dedica às atividades de prestação de serviços aos beneficiários da Previdência Social, concentrando seus esforços na melhoria do atendimento ao cidadão e aperfeiçoamento do sistema de concessão, manutenção e pagamento de benefícios. 8.2.2 OUTROS ÓRGÃOS QUE FAZEM PARTE DA SEGURIDADE SOCIAL Conselho Nacional da Seguridade Social (CNSS), Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), Conselhos de Previdência Social (CPS), Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) e Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Salário de Contribuição e Salário Benefício Num primeiro momento vale esclarecer que o sistema da seguridade social é baseado em contribuições, ou seja, sistema contributivo, depende da verba que entra para a seguridade o que se chama de contribuições sociais. Em se tratando de Regime Geral de Previdência Social – RGPS, nesse momento se falará sobre o salário de contribuição. Nos dizeres de Carlos Alberto Pereira de Castro e João Batista Lazzari em: Manual de Direito Previdenciário, Editora Forense, ano 2013: “O salário de contribuição é o valor que serve de base de cálculo para a incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias dos segurados, à exceção do segurado especial. É um dos elementos de cálculo da contribuição previdenciária; é medida do valor com a qual, aplicando-se a alíquota de contribuição, obtém- se o montante da contribuição dos segurados empregados, incluindo os domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais e, por extensão, os segurados facultativos”. Para que seja apurado adequadamente é preciso que se conheça com clareza a época em que o mesmo foi pago pelo tomador do serviço do segurado, de modo que este possa receber o valor devido a título de benefício previdenciário. Outro ponto que merece destaque é que tal salário de contribuição possui limite mínimo: para os segurados contribuintes individual e facultativo, ao salário mínimo e para os segurados empregados, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso, ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo. (Tudo de acordo com a lei 8.212/91, par. 3º art. 28). Diferente do salário benefício que é a média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80 por cento de todo período contributivo. O cálculo do SB é feito assim: 1. a contribuição é de 180 meses (por exemplo); 2. tomam-se as 144 maiores contribuições mensais; 3. somam-se seus valores; 4. divide-se o resultado por 144. A fim de que fique estabelecida a diferença entre ambos salários segue tabela explicativa: SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO SALÁRIO DE BENEFÍCIO Salário de Contribuição é o valor utilizado como base para se calcular o valor da CONTRIBUIÇÃO previdenciária que será paga pelos segurados da previdência social. Salário de benefício é o valor utilizado como base para se calcular a renda mensal dos BENEFÍCIOS. O valor que efetivamente será pago ao segurado. Carência e Perda da Qualidade de Segurado Antes de adentrar no instituto da carência e da perda da qualidade de segurado importante destacar a manutenção da qualidade de segurado. A manutenção da qualidade de segurado trata do período em que o indivíduo continua filiado ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, por estar no chamado período de graça, nesse período o segurado continua amparado pelo regime, aliás tanto o segurado quanto os seus dependentes. A qualidade de segurado é mantida mesmo sem contribuição, conservando todos os direitos perante a previdência social, nos prazos previstos no art. 15 da Lei nº 8.213/91, quais sejam: - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; - Até 12 meses após cessar o benefício por incapacidade ou o pagamento das contribuições mensais em virtude de desemprego ou interrupção da atividade laboral; - Até 12 meses após cessar a segregação, para o segurado acometido de doença de segregação compulsória; - até 12 meses após o livramento, para o segurado preso; - até três meses após o licenciamento, para o segurado incorporado às Forças Armadas; - até seis meses após interrompido o pagamento, para o segurado facultativo. 10.1 CARÊNCIA Por carência entende-se o número de contribuições mensais necessárias para a efetivação do direito a um benefício. A carência está disciplinada nos artigos 24 a 27 da LBPS (Lei 8213/91): “Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, apartir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido. (Vide Medida Provisória nº 242, de 2005)”. Alguns dos benefícios previdenciários dependem de carência, e tal período está disciplinado no art. 25 da Lei 8213/91: “Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço, aposentadoria especial e abono de permanência em serviço: 180 (cento e oitenta) contribuições mensais. II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais. (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994); III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99). Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) “. Entretanto, tem alguns benefícios que não dependem de carência, e os mesmos estão disciplinados no art. 26 da Lei 8.212/91, vejamos: “Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família, salário-maternidade, auxílio-acidente e pecúlios I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Vide Medida Provisória nº 664, de 2014) (Vigência) II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Redação dada pela Medida Provisória nº 664, de 2014) (Vigência) II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; IV - serviço social; V - reabilitação profissional. VI - salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)”. A contagem do período de carência se dá da seguinte maneira, e também vem disciplinada pela Lei 8.212/91: “Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições: (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) I - referentes ao período a partir da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), no caso dos segurados empregados, inclusive os domésticos, e dos trabalhadores avulsos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados contribuinte individual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)”. 10.2 PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO A perda da qualidade de segurado, em tese, segundo a regra insculpida no parágrafo 4º do art. 15 da Lei nº 8213/91, ocorrerá no dia seguinte a do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao final dos referidos prazos referidos acima. O que acontece é o seguinte: durante o período de graça, descrito no art. 15 da lei de benefícios, o segurado não está efetuando contribuições. Se o segurado tem a sua atividade laborativa assegurada ao final do período, por exemplo: A, segurado empregado, após retornar do auxílio-doença, a contribuição se presume realizada tão logo este retorne ao posto de trabalho, não cabendo falar em perda da qualidade de segurado nessas circunstâncias. A perda da qualidade de segurado importa a caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade. Ademais quanto há perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir de uma nova filiação à Previdência Social (pela assunção de nova atividade laborativa ou pela filiação como segurado facultativo), com, no mínimo, um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência relativa o benefício a ser requerido (art. 24, par. Único, da Lei 8.213/91). Principais Benefícios em Espécie - Aposentadoria - Auxílio-Doença - Pensão por Morte - auxílio- reclusão - salário-maternidade - LOAS (benefício assistencial) - Auxílio-Acidente - salário família 11.1.1 APOSENTADORIA NO RGPS A aposentadoria é um dos principais benefícios da Previdência Social, ela substitui, em caráter permanente, os rendimentos do segurado, e asseguram sua subsistência. No ordenamento jurídico brasileiro existem três modalidades de aposentadorias: a) por idade; b) por tempo de contribuição e c) aposentadoria especial. A prestação do benefício da aposentadoria está regulamentada pela Constituição Federal no art. 201, parágrafo 7º: “Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998): ... § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998); I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998); II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limitepara os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)” 11.1.2 APOSENTADORIA POR IDADE A aposentadoria por idade é devida ao segurado que, cumprida a carência exigida, completar 65 anos de idade se homem, ou 60 anos de idade se mulher, esses períodos são reduzidos em 5 (cinco) anos para trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exercem suas atividades em regime de economia familiar. Para ter direito à aposentadoria por idade, o trabalhador/segurado deve possuir os seguintes requisitos: Idade mínima o de 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher) se for trabalhador urbano; o de 60 anos (homem) ou 55 anos (mulher) se for “segurado especial” (agricultor familiar, pescador artesanal, indígena etc); Tempo mínimo trabalhado (carência) o 180 meses Entretanto é entendimento dos tribunais que os requisitos de idade mínima e carência não precisam ser simultâneos: “PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE URBANA. PREENCHIMENTO SIMULTÂNEO DOS REQUISITOS ETÁRIO E CARÊNCIA. INEXIGIBILIDADE. 1. É pacífico o entendimento de que, para concessão do benefício de aposentadoria por idade urbana, não é necessária a concomitância do implemento do requisito etário e da carência. 2. Precedentes desta TNU e do STJ. 3. Incidente conhecido e provido. (TNU. PEDIDO 200872650011307, JUIZ FEDERAL PAULO RICARDO ARENA FILHO, DOU 30.08.2011). Observação para o segurado especial (agricultor familiar, pescador artesanal, indígena): Para requerer a aposentadoria por idade na condição de segurado especial e ser beneficiado com a redução de idade, o trabalhador deve estar exercendo atividade nesta condição no momento da solicitação do benefício. Para requerer a aposentadoria por idade em qualquer agência do INSS o segurado deve apresentar um documento de identificação com foto e o número do CPF além de documentos que comprovem os seus períodos de trabalho, como carteira profissional, carnês de contribuição e outros comprovantes de pagamento ao INSS. Caso o segurado esteja solicitando a inclusão de períodos de atividade como segurado especial (agricultor familiar, pescador artesanal, indígena, etc), deve apresentar também os documentos que comprovem esta situação, como a declaração do sindicato, contratos de arrendamento, documentos da época onde conste a sua ocupação, qualquer documento que comprove a situação de segurado especial, tudo dependerá do caso concreto para concessão ou não do benefício pretendido. - data de início do benefício: a aposentadoria por idade é devido ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir da data do desligamento do emprego ou da data do requerimento. Para os demais segurados, tem-se como devida desde a data da entrada do requerimento. - renda mensal inicial: o valor da aposentadoria por idade será proporcional ao tempo de contribuição, consistindo numa renda mensal correspondente a 70% do salário de benefício, mais 1% por grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 100% do salário de benefício, podendo haver multiplicação pelo fator previdenciário, caso este, uma vez aplicado, caracterize condição mais benéfica para o segurado. Exemplo 1: o cidadão homem possui 30 anos de contribuição e 65 anos de idade “Salário de Benefício” = R$ 2.000,00 Fator previdenciário = 0,896 (não foi aplicado por não ser vantajoso) Multiplicação pela alíquota de 0,70 + 0,30 (30 anos completos de trabalho) = R$ 2.000,00 x 1,00 Renda Mensal Inicial = R$ 2.000,00 - informações colhidas do site da previdência social: www.previdencia.gov.br 11.1.3 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO No início do ano de 2015 o Congresso Nacional apresentou uma proposta de mudança nas regras para aposentadoria por tempo de contribuição, propuseram que a aposentadoria por tempo de contribuição fosse feita por meio de uma somatória de idade com o tempo de contribuição. Tal mudança não foi sancionada pela presidente da República, que propôs o seguinte projeto (o qual precisa ser votado e aprovado para transformar-se em lei, ou seja, essa nova regra é uma opção ao segurado que quiser aposentar-se sem a incidência do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria por tempo de contribuição, vejamos a possível nova regra: Vale ainda o mínimo de 35 anos de contribuição para o homem e 30 anos para a mulher. No entanto, para ter direito à aposentadoria integral, além desse tempo, será acrescida a idade do beneficiário. Para mulheres, a soma da idade terá de ser, no mínimo, 85, ao passo que para os homens a soma mínima é de 95. Essa pontuação mínima vai ganhar um ponto, de forma progressiva, nos anos de 2017, 2019, 2020, 2021 e 2022. Assim, a alteração possibilita que o beneficiário do INSS que preencher o requisito para se aposentar por tempo de contribuição pode abrir mão do fator previdenciário e optar pela fórmula 85/95, mas terá acréscimo em 1 ponto em diferentes datas, a partir de 2017, o que atrasa um pouco mais o acesso ao benefício. O objetivo da medida é retardar as aposentadorias para evitar um déficit nos recursos da Previdência. Vale esclarecer que o valor de 85 e 95 não SÃO AS IDADES EM QUE O SEGURADO DEVERÁ TER PARA APOSENTAR-SE, MAS SIM A SOMA DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COM A SUA ATUAL IDADE, ou seja, 85 e 95 é o número de pontos que eles deverão atingir para se aposentarem integralmente. O número de pontos é igual à idade da pessoa mais o tempo de contribuição com o INSS. (ex: uma mulher de 55 anos que tiver trabalhado por 30 anos já pode receber aposentadoria integral. O mesmo vale para um homem de 60 que tiver trabalhador por 35 anos). Esses números serão gradualmente aumentados até 2022, quando chegarão a 90 pontos para as mulheres e 100 para os homens. Até dezembro de 2016, mulheres passam a poder se aposentar de forma integral quando a soma de sua idade com os anos pelos quais pagou sua contribuição ao INSS for igual a 85. No caso dos homens, quando for igual a 95. A partir de janeiro de 2017 o número de pontos necessários para a aposentadoria integral será elevado gradualmente até chegar a 90 para as mulheres e 100 para os homens. Entenda as mudanças na aposentadoria: MULHERES HOMENS Idade + tempo de contribuição = 85 Idade + tempo de contribuição = 95 2015 – 85 2015 – 95 2016 – 85 2016 – 95 2017 – 85+1 = 86 2017 – 95+1 = 96 2018 – 85+1 = 86 2018 – 95+1 = 96 2019 – 85+2 = 87 2019 – 95+2 = 97 2020 – 85+3 = 88 2020 – 95+3 = 98 2021 – 85+4 = 89 2021 – 95+4 = 99 2022 – 85+5 = 90 2022 – 95+5 = 100 Na prática, uma mulher que completar 85 pontos em 2017 (51 anos de idade e 34 de contribuição, por exemplo) precisará de um ponto a mais para se aposentar, seja em idade ou por tempo de contribuição. Para se aposentar em 2019, vai precisar de mais um ponto, além dos 96 necessários pelo cálculo. Não obstante a isso, as regras para uma aposentadoria por tempo de contribuição são: Conforme já explicado anteriormente a aposentadoria por tempo de contribuição é aquela que consiste no benefício concedido ao cidadão segurado que contribuiu com a previdência social por 35 (trinta e cinco) anos se contribuinte homem e 30 (trinta) anos se contribuinte mulher, desse período de tempo contributivo são necessárias 180 (cento e oitenta) contribuições – período de carência, para que o segurado faça jus ao benefício. Ressalta-se que nessa modalidade de aposentadoria, ao calcular a renda mensal inicial, há a incidência do fator previdenciário, que na maioria dos casos, faz com que tal renda apresente
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