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Resumo Vascularização do SNC

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Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período 
RESUMO VASCULARIZAÇÃO DO SNC E BARREIRAS ENCEFÁLICAS 
 
IMPORTÂNCIA DA VASCULARIZAÇÃO DO SNC 
- O SNC é formado de estruturas nobres e altamente especializadas, que exigem, para seu metabolismo, um suprimento permanente e 
elevado de glicose e oxigênio. 
- Assim, o consumo de oxigênio e glicose pelo encéfalo é, geralmente, intenso. 
- Quedas na concentração de glicose e oxigênio no sangue circulante, ou, por outro lado, a suspensão do afluxo sanguíneo ao encéfalo 
não são toleradas além de um período muito curto. 
- A parada da circulação cerebral por mais de 07 segundos leva o indivíduo a perda de consciência. 
- A parada da circulação cerebral após cerca de 05 minutos, começam a aparecer lesões irreversíveis, pois, como se sabe, as células 
nervosas não se regeneram. 
 Ex.: Parada cardíaca que pode ocorrer acidentalmente durante anestesias gerais. 
- As primeiras áreas lesadas são as mais recentes filogeneticamente, primeiro sendo neocórtex, após o paleo e por último o arquicórtex, 
e o sistema nervoso suprasegmentar antes do segmentar. 
 A área lesada em último lugar é o centro respiratório situada no bulbo. 
 
 
 
FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL 
- O fluxo sanguíneo cerebral é muito elevado, sendo superado apenas pelo do rim e do coração. 
- RCV: É a resistência que os vasos cerebrais oferecem ao afluxo sanguíneo. 
- FSC=P.A/RCV, ou seja, o fluxo sanguíneo cerebral é diretamente proporcional a pressão arterial e inversamente proporcional a 
resistência cérebro-vascular. 
- As variações da pressão arterial sistêmica refletem diretamente no fluxo sanguíneo cerebral, o que explica a sintomatologia de certas 
lesões que diminuem o calibre dos vasos cerebrais (arteriosclerose) são mais graves em pessoas hipotensas. Ex.: A.V.E em pequenas 
artérias em pacientes idosos que fazem hipotensão arterial. 
- A resistência cérebro-vascular depende dos seguintes fatores: 
1. Pressão intracraniana 
2. Condição da parede vascular 
3. Viscosidade do sangue 
4. Calibre dos vasos cerebrais 
- Com o emprego de algumas técnicas modernas pode-se medir o fluxo sanguíneo em áreas restritas do cérebro, entre as diversas áreas, 
em diferentes condições fisiológicas e patológicas. 
- Verificou-se que o fluxo sanguíneo é maior nas áreas mais ricas em sinapses, de tal modo que na substância cinzenta ele é maior que 
na branca, obviamente relacionado com a maior atividade metabólica da substância cinzenta. 
 Ex.: Doppler Transcraniano e Tomografia de Emissão de Pósitron (PET-Positron Emission Tomography). 
- O fluxo sanguíneo de uma determinada área do cérebro varia com seu estado funcional. 
- Assim, medindo-se o fluxo sanguíneo na área visual do córtex de um animal, verifica-se que ele aumenta consideravelmente quando o 
animal é colocado diante de um foco luminoso, o que determina a chegada de implusos nervosos no córtex visual. 
- Sabendo-se que a atividade celular causa liberação de CO² e que este aumenta o calibre vascular, pode-se entender os aumentos locais 
do fluxo sanguíneo em áreas cerebrais submetidas a uma maior solicitação funcional. 
 
 
 
 
 
 
Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período 
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO 
Peculiaridades da Vascularização Arterial do Encéfalo: 
- Irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, originadas no pescoço. 
- Na base do crânio estas artérias formam um polígono anastomótico, o Polígono de Willis, de onde saem as principais artérias para 
vascularização cerebral. Estas penetram no encéfalo a partir de vários pontos de sua superfície. 
- Elas têm, de um modo geral, paredes finas comparáveis às paredes de veias de mesmo calibre situadas em outras áreas do organismo. 
Isso torna as artérias cerebrais propensas a hemorragia. 
- A túnica média das artérias cerebrais tem menor fibras musculares e a túnica elástica interna é mais espessa e tortuosa que a de 
artérias de outras áreas. 
- Este espessamento da túnica elástica interna constitui um dos dispositivos anatômicos que protegem o tecido nervoso, amortecendo o 
choque da onda sistólica responsável pela pulsação das artérias. 
- Existem outros dispositivos anatômicos com a mesma finalidade, sendo um deles a existência de espaços perivasculares contendo líquor. 
- Também contribui para amortecer o choque da onda sistólica a tortuosidade que apresentam as artérias carótidas internas e as artérias 
vertebrais ao penetrar no crânio, assim como as artérias que saem do Polígono de Willis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA 
Origem, Trajeto e Ramos: 
- Ramo da bifurcação da artéria carótida comum, após um trajeto mais ou menos longo no pescoço, penetra na cavidade craniana pelo 
canal carotídeo do osso temporal, atravessa o seio cavernoso, no interior do qual descreve em um plano vertical, uma dupla curva, 
formando um S, o Sifão Carotídeo. A seguir perfura a dura-máter e a aracnóide ,no início do sulco lateral, próximo a substância 
perfurada anterior. 
- Divide-se em dois ramos terminais: 
 Artéria Cerebral Média 
 Artéria Cerebral Anterior. 
- Além dos dois ramos terminais, a artéria carótida interna dá os seguintes ramos: 
 Artéria Oftálmica: Emerge da carótida logo abaixo do processo clinóide anterior, irriga o bulbo ocular e formações anexas. 
 Artéria Comunicante Posterior: Anastomosa-se com a Artéria Cerebral Posterior, Ramo da Artéria Basilar, contribuindo 
para formação do Polígono de Willis. 
 Artéria Corióidea Anterior: Dirige-se para trás ao longo do tracto óptico, penetra no corno inferior do ventrículo lateral, 
irrigando os Plexos Coróides e parte da Cápsula Interna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período 
ARTÉRIA VERTEBRAL E BASILAR 
Origem, Trajeto e Ramos: 
- As artérias vertebrais direita e esquerda, destacam-se das artérias subclavias direita e esquerda correspondente, sobem no 
pescoço dentro dos forames transversos cervicais, perfuram a membrana atlanto-occiptal, a dura-máter e a aracnóide, 
penetrando no crânio pelo forame magno. Percorrem a seguir a face ventral do bulbo, ao nível do sulco bulbo pontino, fundem-se 
pra constituir um tronco único, artéria basilar. 
- As artérias vertebrais dão origem as duas artérias espinhais posteriores e a artéria espinhal anterior. Originam ainda as 
artérias cerebelares inferiores posteriores, que irrigam a porção inferior e posterior do cerebelo bem como a área lateral do 
bulbo. 
- A artéria basilar percorre o sulco basilar da ponte e termina anteriormente, bifurcando-se para formar as artérias cerebrais 
posteriores direita e esquerda. 
- A artéria basilar emite os seguintes ramos mais importantes: 
1. Artéria Cerebelar Superior: Nasce da basilar logo atrás das cerebrais posteriores, distribuindo-se ao mesencéfalo e parte 
superior do cerebelo. 
2. Artéria Cerebelar Inferior Anterior: Distribui-se a parte anterior da face inferior do cerebelo. 
3. Artéria do Labirinto: Penetra no meato acústico interno junto com os nervos facial e vestíbulo coclear, vascularizando estruturas 
do ouvido interno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O CÍRCULO ARTERIAL DO CÉREBRO (POLÍGONO DE WILLIS) 
- É uma anastomose arterial de forma poligonal situado na base do cérebro, onde circunda o quiasma óptico e o túber cinério, 
relacionando-se ainda com a fosse interpeduncular e a substância perfurada anterior. 
- Formação: porções proximais das artérias cerebrais anterior, média e posterior, pela artéria comunicante anterior e pelas artérias 
comunicantes posteriores, direita e esquerda. 
- Artéria Comunicante Anterior: é pequena e anastomosa as duas artérias cerebrais anterioresadiante do quiasma óptico. 
- Artérias Comunicantes Posteriores: unem de cada lado as artérias carótidas internas com as cerebrais posteriores correspondentes. 
- Deste modo elas anastomosam o sistema carotídeo interno ao sistema vertebral. 
- Em condições normais não há passagem significativa de sangue do sistema vertebral para o carotídeo interno e vice-versa. Praticamente 
não existe troca de sangue entre as metades esquerda e direita do círculo arterial. 
- Em casos favoráveis, permite a manutenção de um fluxo sanguíneo adequado em todo o cérebro, em casos de obstrução de uma ou 
mais das quatro artérias que irrigam o cérebro. 
- É sede de muitas variações anatômicas, que tornam imprevisível seu comportamento diante de um determinado quadro de obstrução 
vascular, mas é fácil de entender que a obstrução, por exemplo, da carótida direita, determina uma queda de pressão no seu território, 
o que faz com que o sangue flua para aí através da artéria comunicante anterior e da artéria comunicante posterior direita. 
- As artérias cerebrais anterior, média e posterior dão ramos corticais e ramos centrais. 
 Os ramos corticais destinam-se a vascularização do córtex e substância branca subjacente. 
 Os ramos centrais emergem do círculo arterial do cérebro, ou seja, da porção proximal de cada uma das artérias cerebrais e cada 
uma das artérias comunicantes. 
 Eles penetram perpendicularmente na base do crânio e vascularizam o diencéfalo, os núcleos da base e a cápsula interna. 
- Quando se retira a pia-máter permanecem os orifícios de penetração destes ramos centrais, denominado de substância perfurada 
anterior e posterior e recebem a denominação de artérias estriadas vascularizando a maior parte do corpo estriado e da cápsula 
interna, tendo em vista que pela cápsula interna passam quase todas as fibras de projeção do córtex, pode-se entender que lesões 
dessas artérias são particularmente graves. 
Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período 
TERRITÓRIO CORTICAL DAS TRÊS ARTÉRIAS CEREBRAIS 
- Ao contrário dos ramos profundos, os ramos corticais das artérias cerebrais possuem anastomoses, entretanto essas anastomoses são 
insuficientes para a manutenção de uma circulação colateral adequada em casos de obstrução de uma dessas artérias ou de seus ramos 
calibrosos. 
- Resultam pois, nestes casos, lesões diárias mais ou menos extensas do córtex cerebral com um quadro sintomatológico característico 
das síndromes das artérias cerebrais anterior média e posterior. 
 
 
 
ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR 
- Um dos ramos de bifurcação da carótida interna. 
- Trajeto: Para diante e para cima, ganha a fissura longitudinal do cérebro, curva-se em torno do joelho do corpo caloso e ramifica-se na 
face medial de cada hemisfério desde o lobo frontal até o sulco parieto-occipital. 
- Distribui-se também a parte mais alta da face supero-lateral de cada hemisfério onde se limita com território da artéria cerebral média. 
- Sintomatologia de sua obstrução: 
 Paralisia e diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado oposto, decorrente da lesão de partes das áreas corticais, 
motora e sensitiva que correspondem a perna e que se localizam na porção alta dos giros pré e pós central (lóbulo paracentral). 
 
 
 
 
 
ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA 
- Ramo principal da carótida interna. 
- Trajeto: Percorre o sulco lateral em toda sua extensão, distribuindo ramos que vascularizam a maior parte da face supero-lateral de 
cada hemisfério. 
- Compreende áreas corticais importantes, como a área motora, a área somestésica e o centro da palavra falada. 
- Obstruções, quando não fatais, determinam sintomatologia muito rica com paralisia e diminuição da sensibilidade do lado oposto do 
corpo, podendo haver ainda graves distúrbios da linguagem. 
- O quadro também é grave se a obstrução atingir ramos profundos da artéria cerebral média (artérias estriadas que vascularizam os 
núcleos da base e a cápsula interna). 
 
 
 
 
 
ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR 
- Ramos da bifurcação da artéria basilar. 
- Trajeto: Dirigem-se para trás, contornam o pedúnculo cerebral e percorrendo a face inferior do lobo temporal, ganham o lobo occipital. 
- Irriga a área visual situada no lobo occipital. 
- Sua obstrução causa cegueira em uma parte do campo visual. 
 
 
 
 
Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período 
 
VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO ENCÉFALO 
Generalidades: 
- Não acompanham as artérias, sendo maiores e mais calibrosas do que elas. 
- Drenam para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para as veias jugulares internas. Os seios da dura-máter ligam-se 
também as veias extracranianas por meio de pequenas veias emissárias que passam através de pequenos forames no crânio. 
- Suas paredes são muito finas e praticamente desprovidas de musculatura, com isso faltam elementos para uma regulação ativa da 
circulação venosa. 
- A circulação venosa se faz sob a ação de três forças: 
- Aspiração da cavidade torácica, evidente no início da respiração; 
- Força da gravidade, o retorno sanguíneo do encéfalo se faz a favor da gravidade, o que torna desnecessária a existência de válvulas nas 
veias cerebrais; 
- Pulsação das artérias, este fator é mais eficiente no seio cavernoso, cujo sangue recebe diretamente a força expansiva da carótida 
interna, que o atravessa. 
- O leito venoso é muito maior que o arterial, consequentemente, a circulação venosa é muito mais lenta. 
 
 
 
VEIAS DO CÉREBRO 
- Dispõe-se em dois sistemas: O Sistema Venoso Superficial e Sistema Venoso Profundo, que, embora anatomicamente distintos, 
estes dois são unidos por numerosas anastomoses. 
 
(1) Sistema Venoso Superficial: 
 Constituído por veias que drenam o córtex e a substância branca subjacente, anastomosam-se na superfície do cérebro, onde 
formam grandes troncos venosos, as veias cerebrais superficiais (superiores e inferiores) que desembocam nos seios da 
dura-máter. 
 Veias cerebrais superficiais superiores: Provêm da face medial e da metade superior da face supero-lateral de cada 
hemisfério, desembocando no seio sagital superior. 
 Veias superficiais inferiores: Provêm da metade inferior da face supero-lateral de cada hemisfério e de sua face inferior, 
terminando nos seis da base (petroso superior e cavernoso) e no seio transverso. 
 A principal veia superficial inferior é a veia cerebral média superficial, que percorre o sulco lateral e termina no seio 
cavernoso. 
 
 
 
 
(2) Sistema Venoso Profundo 
- Compreende veias que drenam o sangue de regiões situadas profundamente no cérebro, como o corpo estriado, a cápsula interna, o 
diencéfalo e grande parte do centro branco medular do cérebro. 
- A mais importante é a veia cerebral magna ou veia de galeno, para a qual converge quase todo o sangue do sistema nervoso do cérebro. 
- É um curto tronco nervoso ímpar e mediano formado pela confluência das veias cerebrais internas, logo abaixo do esplênio do corpo 
caloso, desembocando no seio reto. 
 
 
 
 
 
 
Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período 
ANGIOGRAFIA CEREBRAL 
- Injetando-se contraste nas artérias vertebral ou carótida interna, e tirando-se uma sequência de radiografias, consegue-se visualizar 
em tempos sucessivos as artérias, veias e seios do encéfalo. 
- Técnica rotineira de grande valia para o diagnóstico e localização de processos patológicos que acometem os vasos cerebrais, como 
aneurismas, tromboses, embolias e lesões traumáticas. 
- No estudo arteriográfico das estruturas supratentoriais, indica-se a angiografia feita pela carótida esquerda ou direita, conforme o lado 
onde se suspeita que esteja localizada a lesão.- No estudo arteriográfico das estruturas infratentoriais e de parte do cérebro, indica-se a angiografia feita pela vertebral. 
 Neste caso, o contraste pode ser injetado indiferentemente de um ou de outro lado, pois as duas artérias unem-se para formar 
a basilar. 
 Deve-se escolher o lado apropriado em caso de suspeita de lesão da artéria cerebelar inferior posterior, uma vez que ela se 
destaca da própria artéria vertebral. 
- No caso de visualização dos seios da dura-máter, existe a sinugrafia direta, na qual o contraste é injetado diretamente dentro dos seios. 
 
 
 
 
 
 
 
VASCULARIZAÇÃO DA MEDULA 
- Irrigada pelas artérias espinhal, anterior e posteriores, ramos da artéria vertebral e pelas artérias radiculares, que penetram na medula 
com as raízes dos nervos espinhais. 
 
 
 
ARTÉRIA ESPINHAL ANTERIOR 
- Tronco único formado pela confluência de dois curtos ramos recorrentes que emergem das artérias vertebrais direita e esquerda. 
- Dispõe-se superficialmente na medula, ao longo da fissura mediana anterior até ao cone medular. Emite as artérias sulcais que penetram 
no tecido nervoso pelo fundo da fissura mediana anterior. 
- As artérias espinhais anteriores vascularizam as colunas e os funículos anterior e lateral da medula. 
 
 
 
ARTÉRIAS ESPINHAIS POSTERIORES DIREITA E ESQUERDA 
- Trajeto: Emergem das artérias vertebrais correspondentes, dirigem-se dorsalmente contornando o bulbo, seguem percorrendo 
longitudinalmente a medula, medialmente às radículas das raízes dorsais dos nervos espinhais. 
- Vascularizam a coluna e o funículo posterior da medula. 
 
 
 
ARTÉRIAS RADICULARES 
- Derivam dos ramos espinhais das artérias segmentares do pescoço e do tronco (tireoidéa inferior, intercostais, lombares e sacrais). 
Estes ramos penetram nos forames intervertebrais com os nervos espinhais e dão origem às artérias radiculares anterior e posterior, que 
ganham a medula com as raízes dos nervos espinhais correspondentes. 
 
Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período 
BARREIRAS ENCEFÁLICAS 
- Funcionam como dispositivos que impedem ou dificultam a passagem de substâncias do sangue para o tecido nervoso, do sangue para 
o líquor, ou do líquor para o tecido nervoso. 
- São dispositivos que dificultam a troca de substâncias entre o tecido nervoso e os diversos compartimentos de líquido do SNC. 
- Injetando em um animal certos corantes vitais, como o azul-de-tripan, todos os órgãos se coravam, com exceção do cérebro, o que 
indica que estes corantes não atravessam as barreiras dos capilares cerebrais. Entretanto, quando o azul-de-tripan era injetado no líquor, 
havia coloração do tecido nervoso. 
- Verificou-se também que a injeção de toxina tetânica ou de bile no líquor, dava sintomatologia mais graves do que quando uma dose 
dez vezes maior, da mesma substância tóxica era injetada no sangue. 
- Impedem também a passagem de neurotransmissores encontrados no sangue, como adrenalina, noradrenalina e acetilcolina. 
Especialmente a adrenalina é lançada em grande quantidade na circulação em certas situações emocionais, e poderia alterar o 
funcionamento do cérebro se não fosse barrada. 
- Temos assim três barreiras: Barreira Hemoencefálica, Barreira Hemoliquórica, Barreira Liquorencefálica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADES GERAIS DAS BARREIRAS ENCEFÁLICAS 
- Nem sempre há impedimento completo à passagem de uma substância nas barreiras encefálicas, mas apenas uma dificuldade maior 
nesta passagem. 
- O fenômeno de barreira não é geral para todas as substâncias e varia para cada barreira. Assim, uma determinada substância pode ser 
barrada em uma barreira e passar livremente em outra. 
- A barreira líquor-encefálica é mais fraca, dando passagem a um número maior de substâncias que as outras. 
- De um modo geral as barreiras hemoencefálica e hemoliquórica impedem a passagem de agentes tóxicos para o cérebro, como venenos, 
toxinas, billirrubina, etc. Portanto, essas barreiras constituem mecanismos de proteção do encéfalo contra agentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período 
FATORES DE VARIAÇÃO DA PERMEABILIDADE DA BARREIRA HEMOENCEFÁLICA: 
- Existem certas áreas do encéfalo onde a barreira hemoencefálica não existe. Entre estas áreas temos: corpo pineal, a área postrema, a 
neurohipófise e os plexos corióides. São áreas de função endócrina comprovada ou discutida e parece razoável em que em um órgão 
endócrino não exista dificuldade para a troca de substâncias entre o sangue e o tecido. 
- Entretanto, na maior parte do SNC existe a barreira hemoencefálica, embora sua permeabilidade não seja a mesma em todas as áreas. 
- Existem áreas que concentram substâncias muito mais do que outras, por exemplo, certas substâncias penetram facilmente no núcleo 
caudado e hipocampo, mas tem dificuldade de penetrar no resto do encéfalo. 
- Durante o desenvolvimento fetal e no recém-nascido, a barreira hemoencefálica é mais fraca, deixa passar maior número de substâncias. 
 Isto tem sido correlacionado com o fato de que icterícias do recém-nascido, como por exemplo, as causadas por eritroblastose 
fetal, podem ser mais graves que no adulto. 
 Como efeito, uma determinada concentração sanguínea de bilirrubina, que no adulto não atravessa a barreira hemoencefálica. 
 No recém nascido pode atravessá-la, passando ao tecido nervoso, sob o qual tem ação tóxica. 
 Aparece, assim, um quadro de icterícia com manifestações neurológicas conhecido como Kernicterus. 
 
 
 
 
LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA DA BARREIRA HEMOENCEFÁLICA 
- Dois elementos do SNC foram considerados importantes para o fenômeno da barreira: O Neurólipo e o Capilar Cerebral. 
 
(1) Neurólipo 
- Indica o espaço existente no SNC entre os vasos e os corpos dos neurônios e das células neurogliais. 
- Ao microscópio eletrônico verificou-se que o neurólipo é preenchido por um emaranhado de prolongamentos dos neurônios e das células 
neurogliais, sendo muito pequena a distância entre o citoplasma de uma célula e outra. 
- É possível, pois, que substâncias provenientes dos capilares tenham dificuldades em atravessar esta estrutura predominantemente 
celular. 
 
(2) Capilar Cerebral 
- A maioria acha que a barreira hemoencefálica está no capilar cerebral. 
- É formado pelo endotélio e por uma membrana basal muito fina. Por fora, os pés vasculares dos astrócitos formam uma camada 
quase completa em torno do capilar. 
- Todos estes três elementos (endotélio, membrana basal e astrócitos), já foram considerados como sede da barreira hemoencefálica. 
Entretanto, hoje se admite que a barreira está no endotélio. 
- As experiências mostram que injetando-se em animais uma proteína, a peroxidase, que pode ser visualizada pelo microscópio 
eletrônico, verificou-se que, ao contrário dos capilares das demais áreas do organismo que deixa passar livremente a peroxidase, os 
capilares cerebrais a retém, impedindo sua passagem mesmo para o espaço entre o endotélio e a membrana basal. 
 
 
 
LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA DA BARREIRA HEMOLIQUÓRICA 
- Localiza-se nos plexos corióides. 
- Seus capilares, no entanto, não participam do fenômeno. 
 Assim, quando se injeta peroxidase em um animal, ela atravessa os capilares fenestrados dos plexos corióides, mas é barrada 
ao nível da superfície do epitélio ependimário voltada par a cavidade ventricular. 
- O epitélio ependimário que reveste os plexos corióides, ao contrário dos demais epitélios ependimários, possui junções íntimas que 
unem as células próximo à superfície ventricular e impedem a passagem de macromoléculas.

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