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Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período ROTEIRO NEUROANATOMIA P3 ESTRUTURAS E FUNÇÕES DOS NÚCLEOS DA BASE - Os impulsos aferentes do corpo estriado chegam ao Neoestriado, passam pelo Paleoestriado, ou seja, ao globo pálido, de onde sai a maioria das fibras eferentes do corpo estriado. - Striatum Ventral: composto pelo Núcleo Accumbens. - Estruturas do corpo estriado ventral: participam da regulação do comportamento emocional. - Estruturas dorsais do corpo estriado: são motoras somáticas. - O corpo estriado NÃO TEM conexões aferentes ou eferentes com a medula. - Lesões nos núcleos da base (Síndromes Extrapiramidais): tremores, aumento do tônus, dificuldade para dar início aos movimentos voluntários, movimentos involuntários. - O corpo estriado age sobre as áreas motoras do córtex, influenciando a execução de movimentos voluntários e o planejamento do ato motor. - Os neurônios do corpo estriado são ativados antes e durante os movimentos. - Síndromes Extrapiramidais: a) Doença de Parkinson - Tremor, rigidez e oligocinesia - Lesão da substância negra = diminuição de dopamina nas fibras Nigro-estriatais - Cessa a atividade moduladora Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período b) Coréia - Movimentos involuntários rápidos e de grande amplitude (lembra uma dança) c) Atetose - Movimentos involuntários lentos e sinuosos (lembra movimentos de um verme) d) Hemibalismo - Movimentos involuntários violentos de uma das extremidades - Não desaparece com o sono - Lesão vascular no núcleo subtalâmico - Núcleo Basal de Meynert (Doença de Alzheimer): Substância inominata: entre o globo pálido e a superfície ventral do hemisférios cerebral. Recebe fibras de várias áreas do sistema límbico. Dá origem há quase totalidade das fibras colinérgicas do córtex. Na Doença de Alzheimer (perda progressiva da memória): seus neurônios degeneram, resultando na depleção da acetilcolina do córtex cerebral. Função importante na memória. - Fibras de Projeção: a) Formam o fórnix e a cápsula interna. b) Fórnix: liga o hipocampo ao núcleos mamilares do hipotálamo, integrando o sistema de papez (parte do sistema límbico). c) Cápsula Interna: feixes de fibras que separa o tálamo. d) Perna Anterior: entre a cabeça do núcleo caudado e o núcleo lentiforme. e) Perna Posterior: situada entre o tálamo e o núcleo lentiforme. f) Joelho: no ângulo dessas duas partes. g) Sua importância é a passagem da maioria das fibras que saem ou que entram no córtex cerebral. h) Radiações: fibras que passam na cápsula interna e se dirigem ao córtex, provenientes do tálamo. i) Lesões: derrames cerebrais (causa hemiplegia e diminuição da sensibilidade na metade oposta do corpo. Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período ESTRUTURA E FUNÇÕES DO TÁLAMO - Situa-se no diencéfalo, acima do sulco hipotalâmico. - Composto pelo Tubérculo Anterior do Tálamo e o Pulvinar do Tálamo. - Aderência intertalâmica: une os dois ovoides talâmicos. - Pertence ao tálamo os dois corpos geniculados (lateral e medial). - Constituído de substancia cinzenta, tendo sua superfície revestida por uma lâmina de substância branca. - Relações Tálamo-Corticais a) As conexões entre um núcleo talâmico e uma determinada área cortical são geralmente recíprocas e fazem-se através de fibras tálamo-corticais e córtico-talâmicas, que constituem as chamadas radiações talâmicas. b) Radiações talâmicas: constituem uma grande parte da cápsula interna, sendo que o maior contingente delas se destina às áreas sensitivas do córtex. c) Núcleos Talâmicos Específicos: - Núcleo Ventral Póstero-Lateral: estimulação evoca potenciais na área somestésica - Corpo Geniculado Medial: estimulação evoca potenciais na área auditiva do córtex d) Núcleos Talâmicos Inespecíficos: estimulação modifica potenciais elétricos de territórios muito grandes do córtex cerebral. - Esses núcleos compõe o Sistema Talâmico de Projeção Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período CONSIDERAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS SOBRE A MEDULA E O TRONCO ALTERAÇÕES DA MOTRICIDADE - Podem ser da motricidade voluntária, do tônus ou dos reflexos. - Paresia: Diminuição da força muscular. - Plegia (paralisia): Ausência total de força impossibilitando o movimento. - Hemiparesia e Hemiplegia: Quando estes sintomas atingem todo um lado do corpo. - Tônus: É o estado de relativa tensão em que se encontra permanentemente um músculo normal em repouso. - Hipertonia: Aumento do tônus. - Hipotonia: Diminuição do tônus. - Atonia: Ausência completa do tônus. - Nas alterações da motricidade decorrentes de lesões do Sistema Nervoso, pode haver ausência (arreflexia), diminuição (hiporreflexia) ou aumento (hiper-reflexia) dos reflexos músculo-tendinosos, como exemplo o reflexo patelar. - Sinal de Babinski: quando se estimula a pele da região plantar, a resposta reflexa normal consiste na flexão plantar do hálux. - Paralisias Flácidas (síndrome do neurônio motor inferior ou periférico): cursam com hiporreflexia e hipotonia, resultante de lesão dos neurônios motores da coluna anterior da medula (ou dos núcleos motores dos nervos cranianos). - Paralisias Espásticas (síndrome do neurônio motor superior ou central): que cursam com hiper-reflexia e hipertonia. ALTERAÇÕES DA SENSIBILIDADE - Anestesia: Desaparecimento total de uma ou mais modalidades de sensibilidade após estimulação adequada. Este termo é empregado mais frequentemente para perda da sensibilidade tátil, reservando-se o termo analgesia para perda da sensibilidade dolorosa. - Hipoestesia: Diminuição da sensibilidade. - Hiperestesia: Aumento da sensibilidade. - Parestesias: Aparecimento, sem estimulação, de sensações espontâneas e mal definidas como, por exemplo, o “formigamento”. - Algias: Dores, em geral. LESÕES DA MEDULA Lesões da Coluna Anterior - Frequentemente na poliomielite e doença no neurônio motor. - Destruição dos neurônios motores da coluna anterior. - Surgimento de uma síndrome do neurônio motor inferior na área lesada. - Insuficiência respiratória caso haja destruição de neurônios responsáveis pelos movimentos respiratórios. Tabes Dorsalis - Consequência da neurosífilis. - Ocorre lesão das raízes dorsais e fascículos grácil e cuneiforme. - Perda da propriocepção consciente: perda do sentido de posição e do movimento quando de olhos fechados. - Perda do tato epicrítico: perda da discriminação tátil. - Perda da sensibilidade vibratória e da Estereognosia: perda de sensações. Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período Hemisseção da Medula (Síndrome de Brown-Séquard) -Interrupção dos principais tratos que percorrem uma metade da medula. - Os sintomas resultantes da secção dos tractos que não se cruzam na medula aparecem do mesmo lado da lesão. - Os sintomas resultantes da lesão de tractos que se cruzam na medula manifestam-se no lado oposto ao lesado. - Todos os sintomas aparecem somente abaixo do nível da lesão. - Sintomas que manifestam no mesmo lado da lesão (tractos que não cruzados na medula): paralisia espástica, perda da propriocepção consciente e do tato epicrítico. - Sintomas que manifestam do lado oposto ao lesado (tractos cruzados): perda da sensibilidade térmica e dolorosa e ligeira diminuição do tato protopático e da pressão. Siringomielia - Quando há formação de uma cavidade no canal centralda medula. - Destruição da substância cinzenta intermédia central e da comissura branca: perda da sensibilidade térmica e dolorosa. - Nestas áreas não há qualquer perturbação da propriocepção, sendo mínima a deficiência tátil. - Dissociação sensitiva (ou dissociação siringomiélica): perda da sensibilidade térmica e dolorosa com persistência da sensibilidade tátil e proprioceptiva. - Acomete frequentemente na intumescência cervical. Transecção da Medula - Secção completa da medula. - Choque espinhal: absoluta perda da sensibilidade, dos movimentos e do tônus nos músculos inervados pelos segmentos medulares situados abaixo da lesão. - Nos casos de secção completa (e não simples esmagamento), não há recuperação da motricidade voluntária ou da sensibilidade Compressão da Medula por Tumor - Compressão gradual da medula de fora para dentro, resultando uma sintomatologia variável conforme a posição do tumor. - Inicialmente podem aparecer dores em determinados dermátomos que correspondem às raízes dorsais comprometidas. LESÕES DO BULBO Lesões na Base do Bulbo (Hemiplegia cruzada com lesão do hipoglosso) - Compreendem a pirâmide e o nervo hipoglosso. - Lesão da Pirâmide: hemiparesia do lado oposto ao lesado atingindo o tracto córtico-espinhal. Quando atinge outros tractos descendentes dorsalmente causa hemiplegia. - Lesão do Hipoglosso: paralisia dos músculos da metade da língua situada do lado lesado, com sinais de síndrome de neurônio motor inferior, manifestando por hipotrofia destes músculos. A musculatura normal, neste caso, quando em protusão desvia a língua para o lado lesado. Síndrome da Artéria Cerebelar Inferior Posterior (PICA) (Síndrome de Wallemberg) - A artéria cerebelar inferior posterior (ramo da vertebral) irriga a parte dorsolateral do bulbo. - Lesões desta região frequentemente decorrem de trombose da artéria. - Lesão do pedúnculo cerebelar inferior: incoordenação de movimentos na metade do corpo situada do lado lesado. - Lesão do tracto espinhal do trigêmeo e seu núcleo: perda da sensibilidade térmica e dolorosa na metade da face situada do lado da lesão. Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período - Lesão do tracto espino-talâmico lateral: Perda da sensibilidade térmica e dolorosa na metade do corpo situada do lado oposto ao da lesão. - Lesão do núcleo ambíguo: Perturbações da deglutição e da fonação por paralisia dos músculos da faringe e da laringe. - Pode aparecer uma Síndrome de Horner por lesão das vias descendentes que do hipotálamo dirigem-se aos neurônios pré- ganglionares relacionados com a inervação da pupila. LESÕES DA PONTE Lesões do Nervo Facial - Paralisia total dos músculos da expressão facial na metade lesada. - Músculos perdem o tônus tornando-se flácidos. - Como a musculatura do lado oposto está normal, resulta desvio da comissura labial para o lado normal, particularmente evidente quando o indivíduo sorri. - Como o músculo elevador da pálpebra (inervado pelo oculomotor) está normal, a pálpebra permanece aberta predispondo o olho a lesões e infecções, uma vez que o reflexo corniano está abolido. - Paralisias Periféricas: homolaterais, acometem toda uma metade da face e são totais. - Paralisias Centrais: contralaterais, acometem músculos da metade inferior da face, pode haver contratura involuntária da musculatura mímica como manifestação emocional. Lesões da Base da Ponte (Síndrome de Millard-Gubler) - Hemiplegia cruzada, com lesão do abducente. - A lesão do tracto córtico-espinhal resulta em hemiparesia em lado oposto ao lesado. - Lesão do nervo abducente: paralisia do músculo reto lateral do mesmo lado da lesão, o que impede o movimento do olho em direção lateral (abdução do olho), desvio do bulbo ocular em direção medial (estrabismo convergente). - Com a movimentação ocular prejudicada, surge o fenômeno denominado diplopia. - Quando a lesão da base da ponte se estende lateralmente, compromete as fibras do nervo facial. LESÃO DA PONTE AO NÍVEL DA EMERGÊNCIA DO NERVO TRIGÊMEO - Hemiplegia cruzada com lesão do trigêmeo. - A lesão do tracto córtico-espinhal causa hemiplegia do lado oposto com síndrome do neurônio motor superior. - Lesão do Trigêmeo: perturbações motoras (paralisia da musculatura mastigadora ao lado da lesão) e perturbações sensitivas (anestesia da face do mesmo lado da lesão). LESÕES DO MESENCÉFALO Lesões da Base do Pedúnculo Cerebral (Síndrome de Weber) - A lesão do tracto córtico-espinhal causa hemiparesia do lado oposto. - Lesão do Nervo Oculomotor: impossibilidade de mover o bulbo ocular para cima, para baixo ou em direção medial, diplopia, estrabismo divergente (desvio do bulbo ocular em direção lateral), ptose palpebral e dilatação da pupila (midríase). Lesão do Tegmento do Mesencéfalo (Síndrome de Benedikt) - Compromete o Nervo Oculomotor, o Núcleo Rubro e os Lemniscos Medial, Espinhal e Trigemial. - Lesão do oculomotor. - Lesão dos lemniscos Medial, Espinhal e Trigemial: anestesia da metade oposta do corpo. - Lesão do Núcleo Rubro: tremores e movimentos anormais do lado oposto à lesão. Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período ESTRUTURA E FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO - É constituído de sustância cinzenta que se agrupa em núcleos. - Percorrendo o hipotálamo existe o fórnix (permite dividir o hipotálamo em uma área medial e outra lateral). CONEXÕES DO HIPOTÁLAMO Conexões com o Sistema Límbico - Hipocampo: liga-se pelo fórnix aos núcleos mamilares do hipotálamo (circuito de papez). - Corpo Amigdalóide: Fibras originadas do núcleo amigdalóide chegam ao hipotálamo principalmente através da estria terminal. - Área Septal: Liga-se ao hipotálamo através de fibras que percorrem o feixe prosencefálico medial. Conexões com a Área Pré-Frontal - O córtex da área pré-frontal também se relaciona com o comportamento emocional. - A área pré-frontal mantem conexões com o hipotálamo diretamente ou através do núcleo dorsomedial do tálamo. Conexões Viscerais - O hipotálamo mantém conexões aferentes e eferentes com os neurônios da medula e do tronco encefálico, relacionados com essas funções. - Conexões Viscerais Aferentes: O hipotálamo recebe informações sobre a atividade das vísceras através de suas conexões diretas com o núcleo do tracto solitário (fibras solitário-hipotalâmicas). - Conexões Viscerais Eferentes: O hipotálamo controla o SNA agindo direta ou indiretamente sobre os neurônios pré- ganglionares do sistema simpático e parassimpático. Conexões com a Hipófise - Tem apenas conexões eferentes com a hipófise, que são feitas através dos tractos hipotálamo-hipofisário e túbero- infundibular. Conexões Sensoriais - O hipotálamo recebe informações sensoriais das áreas eretogênicas, como os mamilos e órgãos genitais, importantes para o fenômeno da ereção. - Sabe-se também que existem conexões diretas do córtex olfatório e da retina com o hipotálamo. Conexões Monoaminérgicas - Neurônios Noradrenérgicos da formação reticular do tronco encefálico projetam-se para o hipotálamo, assim como neurônios serotoninérgicos oriundos dos núcleos da rafe. - Funções do Hipotálamo: a) Controle do Sistema Nervoso Autônomo: Hipotálamo Anterior (controla o sistema parassimpático) e o Hipotálamo Posterior (controla o sistema simpático). b) Regulação da Temperatura Corporal: é informado por termorreceptores periféricos, funciona como termostato capaz de detectar variações de temperatura do sangue (ativando mecanismos de perda ou de conservação), Centro Da Perda De Calor (hipotálamo anterior) e Centro Da Conservação Do Calor (hipotálamoposterior). c) Regulação do Comportamento Emocional: juntamente com o sistema límbico e área pré-frontal. d) Regulação do Sono e Vigília: parte posterior do hipotálamo (relaciona-se com a vigília); Encefalite Letárgica (quando lesões da parte posterior podem causar sono). e) Regulação da Ingestão de Alimentos e Água: Centro da Fome e Sede (Hipotálamo Lateral) Centro da Saciedade (Núcleo Ventromedial). f) Regulação da Diurese: regula a quantidade de água no organismo. g) Regulação do Sistema Endócrino: regula a secreção de hormônios da adeno-hipófise. Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período ESTRUTURA E FUNÇÕES DO CÓRTEX CEREBRAL - Fina camada de substância cinzenta que reveste o centro branco medular do cérebro. - No córtex chegam impulsos relacionados a sensibilidade e saem impulsos que iniciam e comandam movimentos voluntários. 1. ÁREAS DE PROJEÇÃO Áreas Sensitivas Primárias Área Somestésica - No giro pós-central. - Trazem impulsos relacionados à temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção consciente da metade oposta do corpo. - Estimulação da área somestésica: manifestações sensitivas em partes determinadas do corpo, porém mal definidas. - Porção superior do giro pós-central: área dos órgãos genitais e do pé. - Porção súperolateral: áreas da perna, do tronco e do braço. - Porção inferior: área da mão, da cabeça, da face e da boca. - Porção próxima ao sulco lateral: área da língua e da faringe. - Lesão da área somestésica (AVE que compromete as artérias cerebral média ou anterior): perda de sensibilidade discriminativa do lado oposto à lesão e perda da estereognosia. Área Visual - Nos lábios do sulco calcarino. - Estimulação da área visual: alucinações visuais. Área Auditiva - No Giro Temporal Transverso Anterior. - Estimulação da área auditiva: alucinações auditivas (zumbidos). - Lesões bilaterais do giro transverso anterior: surdez completa. - Lesões unilaterais do giro transverso anterior: déficits auditivos pequenos. Área Vestibular - No Lobo Parietal. - Mais relacionada com a área de projeção da sensibilidade proprioceptiva do que com a auditiva. - Importante para a apreciação consciente da orientação no espaço. Área Olfatória - Em uma pequena área situada na parte anterior do úncus e do giro para-hipocampal. - Epilepsia Local: alucinações olfatórias, nas quais os doentes se queixam de cheiros desagradáveis que na realidade não são visíveis (crises uncinadas). Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período Área Gustativa - Na porção inferior do giro pós-central, próximo à ínsula, em uma região adjacente à área somestésica. - Estimulação da área gustativa: alucinações gustativas. - Lesões nessa área: provocam diminuição da gustação na metade oposta da língua. Área Motora Primária - Na parte posterior do giro pré-central. - Estimulação elétrica dessa área: movimentos de grupos musculares do lado oposto. - Focos epiléticos: movimentos de grupos musculares isolados. - As principais conexões aferentes da área motora são com o tálamo. - Dá origem a maior parte das fibras dos tractos córtico-espinhal e córtico-nuclear, principais responsáveis pela motricidade voluntária. 2. ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO Áreas de Associação Secundárias Áreas de Associação Secundárias Sensitivas - Área Somestésica Secundária: no lóbulo parietal superior, atrás da área somestésica primária. - Área Visual Secundária: adiante da área visual primária (se estende ao lobo temporal). - Área Auditiva Secundária: no lobo temporal, circundando a área auditiva primária. - As áreas secundárias recebem aferências principalmente das áreas primárias correspondentes. - Lesão das áreas primárias: deficiências sensoriais como cegueira e surdez (não ocorre nas lesões das áreas secundárias); geram agnosias (perda da capacidade de reconhecer objetos). - Distinguem-se agnosias visuais, auditivas e somestésica. - Agnosias visual (cegueira verbal) e agnosias auditiva (surdez verbal) são os defeitos de linguagem = afasia. - As áreas secundárias do ponto de vista funcional, não são simétricas (lesões da mesma área resultam em sintomatologia diferente conforme o lado lesado). Áreas de Associação Secundária Motoras - Adjacentes a área motora primária. - Lesões nessa área: apraxias (incapacidade de executar determinados atos voluntários, sem que exista qualquer déficit motor). a) Área Motora Suplementar - Na face medial do giro frontal superior. - Relaciona-se com a concepção ou planejamento de sequencias complexas de movimentos. b) Área Pré-Motora - No lobo frontal, adiante da área primária. - Menos excitável que a área motora primária. - Lesões nessa área: músculos com força diminuída (paresia). Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período c) Área de Broca - Nas partes opercular e triangular do giro frontal superior. - Responsável pela programação da atividade motora relacionada com a expressão da linguagem. - Lesões nessa área: déficits de linguagem (afasias). Áreas de Associação Terciárias - São supramodais, não se relacionam isoladamente com nenhuma modalidade sensorial. - Recebem e integram as informações sensoriais já elaboradas por todas as áreas secundárias e são responsáveis também pela elaboração das diversas estratégias comportamentais. Área Pré-Frontal - Na parte anterior não motora do lobo frontal. - Responsável pela escolha das opções e estratégias comportamentais mais adequadas a situação física e social do indivíduo, manutenção da atenção e controle do comportamento emocional (juntamente com o hipotálamo e sistema límbico). Área Temporoparietal - No lóbulo parietal inferior, giros supramarginal e angular, estendendo-se também as margens do sulco temporal superior e parte do lóbulo parietal superior. - Situa-se entre as áreas secundárias auditiva, visual e somestésica. - É importante para percepção espacial. - Permite também que se tenha uma imagem das partes componentes do próprio corpo, razão pela qual já foi também denominada Área do Esquema Corporal. - Lesões nessa área: desorientação espacial generalizada; síndrome da negligência (o paciente deixa de perceber uma metade do seu corpo). Áreas Límbicas - No giro do cíngulo, giro para-hipocampal e p hipocampo. - Relaciona-se com a memória e o comportamento emocional. ÁREAS RELACIONADAS COM A LINGUAGEM - Área Anterior da Linguagem: corresponde à área de broca e está relacionada com a expressão da linguagem. - Área Posterior da Linguagem: situa-se na junção entre os lóbulos temporal e parietal; ela é conhecida também como Área de Wernicke, que está relacionada com a percepção da linguagem. - Lesões nessa área: afasias. - Afasia motora: o indivíduo é capaz de compreender a linguagem falada ou escrita, mas tem dificuldade de se expressar adequadamente falando ou escrevendo. - Afasia sensitiva: a compreensão da linguagem tanto falada como escrita é muito deficiente. - Na maioria dos indivíduos as áreas corticais da linguagem se localizam apenas do lado esquerdo. ASSIMETRIAS DAS FUNÇÕES CORTICAIS - As afasias estão quase sempre associadas a lesões no hemisfério esquerdo e lesões do lado direito só excepcionalmente causam distúrbios da linguagem. - Hemisfério esquerdo: mais importante do ponto de vista da linguagem e do raciocínio matemático. - Hemisfério direito: é ‘dominante’ no que diz respeito ao desempenho de certas habilidades artísticas como pintura e música, à percepção de relações espaciais ou ao reconhecimento dafisionomia das pessoas. - A assimetria funcional dos hemisférios cerebrais se manifesta apenas nas áreas de associação, uma vez que o funcionamento das áreas de projeção, tanto motora quanto sensitiva, é igual dos dois lados. Em um canhoto é mais difícil de prever o lado que se localizam os centros da linguagem. Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período ESTRUTURA E FUNÇÕES DO SUBTÁLAMO E EPITÁLAMO SUBTÁLAMO - É uma pequena área situada na parte posterior do diencéfalo na transição com o mesencéfalo. - Limite Superior: Tálamo. - Limite Lateral: Cápsula interna. - Limite Medial: Hipotálamo. - Núcleo Subtalâmico: tem conexões nos dois sentidos com o globo pálido através do circuito pálido-subtálamo-palidal, importante para a regulação da motricidade somática. - Lesões do núcleo subtalâmico: provoca uma síndrome clínica conhecida como Hemibalismo (movimentos anormais das extremidades), são muito violentos e muitas vezes não desaparecem nem com sono, podendo levar o doente a exaustão. EPITÁLAMO - Localizado na parte superior e posterior do diencéfalo. - Formações importantes: Habênula e a Glândula Pineal. - Habênula: Situada de cada lado no trígono da Habênula e participa da regulação dos níveis de dopamina na via mesolímbica, principal área do prazer do cérebro. Ela pertence ao sistema límbico. - Glândula Pineal: Produz a melatonina (sintetizada também na retina, no intestino, nas células do sistema imunitário e na placenta onde é responsável pelo aumento de melatonina circulante durante a gravidez), envolvimento pineal na reprodução e nos ritmos circadianos. Estrutura e Inervação da Glândula Pineal - Glândula endócrina com células secretoras (pinealócitos). - Pinealócitos: ricas em serotonina (utilizada para a síntese do hormônio da pineal, a melatonina). - Muito vascularizada e sua inervação se dá por fibras simpáticas pós-ganglionares oriundas do gânglio cervical superior. - Esta inervação simpática tem importante papel na regulação da melatonina. Secreção de Melatonina - A melatonina é responsável pelas funções atribuídas à glândula pineal. - Sintetizada pelos pinealócitos a partir da serotonina. - Durante o dia as fibras simpáticas tem pouca atividade e os níveis de melatonina na pineal e na circulação são muito baixos. Entretanto, durante a noite, a inervação simpática da pineal é ativada, liberando noradrenalina, e os níveis de melatonina aumenta. Funções da Pineal - Secreção de melatonina. - Função Antigonadrotópica: a pineal tem um efeito inibidor sobre as gônadas via hipotálamo (a luz inibe a pineal e o escuro ativa). - Sincronização do ritmo circadiano de vigília-sono: O ritmo vigília-sono no homem é sincronizado com ciclo dia-noite pelo núcleo supraquiasmático que, para isto, recebe informações sobre a luminosidade do ambiente pelo trato retino-hipotalâmico. - A melatonina tem uma ação sincronizadora suplementar sobre este ritmo agindo diretamente sobre os neurônios do núcleo supraquiasmático que tem receptores para melatonina. - Regulação da Glicemia: inibindo a secreção de insulina nas células beta das ilhotas pancreáticas. - Regulação da morte celular por apoptose: a melatonina inibe o aparecimento de células em apoptose enquanto os corticóides ativam este processo. - Ação antioxidante: A melatonina é um dos mais potentes antioxidantes conhecidos, superando a ação de antioxidantes mais tradicionais como as vitaminas A, C, E. Ela não só remove os radicais livres, como também aumenta a capacidade antioxidante das células. - Regulação do Sistema Imunitário: A melatonina aumenta as respostas imunitárias agindo sobre as células do baço, timo, medula óssea, macrófagos, neutrófilos e células T. A ação da melatonina no sistema imunitário se faz não só pela melatonina da pineal mas pela produzida por células do próprio sistema imunitário. - A melatonina tem também efeito benéfico sobre vários processos inflamatórios por mecanismos diversos de atuação. Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período ÁREAS ENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM AS EMOÇÕES – SISTEMA LÍMBICO - As emoções estão relacionadas com áreas específicas do cérebro que, em conjunto, constituem o Sistema Límbico. - As áreas encefálicas ligadas ao comportamento emocional também controlam o SNA, tendo em vista a importância da participação desse sistema na expressão das emoções. - Circuito de Papez: estruturas do lobo límbico, núcleos do hipotálamo e tálamo (hipocampo, fórnix, corpo mamilar, trato mamilo-talâmico, núcleos anteriores do tálamo, cápsula interna, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e, novamente, o hipocampo). - Com exceção da parte anterior do giro do cíngulo, está relacionado com a memória e não com as emoções. O centro do sistema límbico não é mais o hipocampo, como pensava Papez, mas a amígdala. - Síndrome de Klüver e Bucy: perversões do apetite, agnosias visual, perda de medo, tendência oral manifestada, tendência hipersexual - Sistema Límbico: Conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente, relacionadas com as emoções e a memória. Anatomicamente tem como centro o lobo límbico e estruturas com ele relacionadas e funcionalmente pode-se distinguir dois subconjuntos de estruturas, ligadas as emoções e à memória. Componentes do Sistema Límbico relacionados com as emoções - Córtex Cingular Anterior: Em pacientes com depressão severa, refratária a medicamentos, os sintomas desaparecem com estimulação elétrica do córtex cingular anterior. (Estimulação Magnética Transcraniana). - Córtex Pré-Frontal Orbitofrontal: a área orbitofrontal está envolvida no processamento das emoções. - Hipotálamo: regula os processos emocionais. Tem papel importante na coordenação das manifestações periféricas das emoções, através de suas conexões com o SNA. - Área Septal: um dos centros de prazer no cérebro e sua estimulação provoca euforia. ✓ Estimulação da área septal: alterações na pressão arterial e do ritmo respiratório. ✓ Destruição da área septal: reação anormal aos estímulos sexuais e à raiva. - Núcleo Accumbens: É o mais importante componente do sistema mesolímbico, que é o sistema de recompensa ou do prazer do cérebro. - Habênula: Tem ação inibitória sobre o sistema serotoninérgico de projeção difusa. - Amígdala (corpo amigdalóide): responsável pelo processamento das emoções e desencadeadora do comportamento emocional. Tem doze núcleos que se dispõem em três grupos. ✓ Grupo corticomedial: envolvido com os comportamentos sexuais (estimulação = reação defensiva e agressiva). ✓ Grupo basolateral: recebe a maioria das conexões aferentes das amigdalas (estimulação = reação de medo e fuga). ✓ Grupo central: dá origem as conexões eferentes. ✓ Função das amigdalas: processamento do medo. ✓ Estimulação das amigdalas: hipersexualidade. ✓ Síndrome de Emergência de Cannon: Visa preparar o organismo para uma situação de perigo na qual ele deve ou fugir ou enfrentar o perigo. Ocorre ativação geral do sistema simpático e liberação de adrenalina pela glândula suprarrenal. ✓ Lesão das amigdalas: pacientes não aprendem a ter medo. Sistema de Recompensa no Encéfalo - Premia com a sensação de prazer os comportamentos importantes para a sobrevivência, mas é também ativado por situações cotidianas que causam alegria. Ansiedade e Estresse - É a expressão inapropriada do medo, que, neste caso, é duradouro e pode ser desencadeado por perigos pouco definidos ou pela recordação de eventos que supostamente podem ser perigosos. Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período ÁREAS ENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA - Memória é a capacidade de adquirir, armazenar e evocar informações.- A etapa de aquisição é a aprendizagem, do mesmo modo que a evocação é a etapa de lembrança. Tipos de memória quanto à natureza - Memória declarativa: os conhecimentos memorizados são explícitos (pode ser descritos por meio de palavras ou outros). - Memória não declarativa: os conhecimentos memorizados são implícitos (andar de bicicleta, por exemplo). Tipos de memória quanto ao tempo de retenção do evento memorizado - Memória operacional ou de trabalho: permite que informações sejam retidas por segundos ou minutos. - Memória de curta duração: permite a retenção de informacoes durante algumas horas (3 a 6 horas) até que sejam armazenadas de forma mais douradora nas áreas responsáveis pela memória de longa duração. Se extingue de depois de um tempo. - Memória de longa duração: depende da função de retenção de informações exercida pela memória de curta duração. ÁREAS TELENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA Hipocampo - Embora o hipocampo seja indispensável para a consolidação das memórias de curta e longa duração, esses tipos de memória não são armazenados no hipocampo. - O grau de consolidação da memória pelo hipocampo é modulado pelas aferências que ele recebe da amígdala. - É também responsável pela memória espacial ou topográfica. Giro Denteado - Responsável pela dimensão temporal da memória (saber se um evento ocorreu antes ou depois de outro, por exemplo). Córtex Entorrinal -Funciona como um portão de entrada para o hipocampo, recebendo as diversar conexões que a ele chegam através do giro denteado, incluindo as conexões que recebe da amigdala e da área aceptal. - Lesão: déficit de memória (primeira área cerebral comprometida na Doença de Alzheimer. Córtex Para-hipocampal - é ativado pela visão de cenários, especialmente os mais complexos (só ocorre em cenários novos). - Lesão: incapacidade de memorização cenários novos. Córtex Cingular Posterior - Integra o Circuito de Papez. - Também está relacionada com a memória topográfica. - Lesão: amnésias, desorientação e incapacidade de encontrar caminhos anteriormente memorizados. Área Pré-Frontal Dorsolateral - Processamento da memória operacional. - Lesão: ocorre na doença de Alzheimer; há perda da memória operacional. Áreas de Associação do Neocórtex - São armazenadas as memórias de longa duração, cuja consolidação depende da atividade do hipocampo. - Incluem áreas secundárias sensitivas e motoras. Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo – Medicina 3º Período ÁREAS DIENCEFÁLICAS RELACIONADAS À MEMÓRIA - São os corpos mamilares do hipotálamo, que recebem aferências dos córtices entorrinal e do hipocampo pelo fórnix. - Essas estruturas fazem parte do circuito de Papez. MECANISMOS DE FORMAÇÃO DE MEMÓRIAS Como a memória se expressa nos neurônios? - Sabe-se que o mecanismos celulares da memória envolvem as sinapses. - Em relação a memória de trabalho, ocorre uma excitação prolongada das espinhas dendríticas das sinapses da área pré-frontal. Entretanto, essa excitação permanece por pouco tempo, como é característico da memória de trabalho. O que ocorre nas sinapses no caso da memória de longa duração, que pode ficar armazenada em neurônios durante vários anos? - Nos neurônios relacionados com a memória ocorrem complexas reações químicas, envolvendo uma cascata de segundos- mensageiros, ao final das quais há ativação de alguns genes que determinam a transcrição de proteínas utilizadas na formação de novas sinapses ou na ampliação da área da membrana pré-sináptica. - Assim, o número de sinapses dobra, podendo diminuir, com o tempo, na etapa do esquecimento. - Assim, a consolidação da memória decorre da plasticidade sináptica. - A hipótese mais aceita pra explicar esse fato é que cada novo neurônio estaria ligado a uma nova memória. - Depois de algum tempo, quando a memória já estiver consolidada e transferida para o neocórtex, o novo neurônio desapareceria. CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS Ansiedade e Estresse - É a expressão inapropriada do medo, que, neste caso, é duradouro e pode ser desencadeado por perigos pouco definidos ou pela recordação de eventos que supostamente podem ser perigosos. - A ansiedade desencadeada de forma crônica se transforma em estresse e causa danos ao organismo. Síndrome De Korsakoff - Resulta da degeneração dos corpos mamilares e dos núcleos anteriores do tálamo. - É consequência do alcoolismo crônico. - Provocam amnésias anterógradas e retrógradas. Doença De Alzheimer - Doença degenerativa que acomete pessoas idosas na qual ocorrem graves problemas de memória.Há perda gradual da memória operacional e de curta duração. - O paciente começa a ter dificuldade com a memória recente de fatos ou compromissos ocorridos no dia. - Evolui gradativamente para comprometimento da memória de longa duração, a ponto de esquecer do nome dos familiares e apresentar desorientação no tempo-espaço. Na fase mais avançada há uma completa deterioração de todas as funções psíquicas, com amnésia total. - A doença se inicia com uma degeneração progressiva dos neurônios da área entorrinal, que constitui a porta de entrada das vias que, do neocórtex, se dirigem ao hipocampo. - Há também perda dos neurônios colinérgicos do Núcleo Basal de Meynert, o que leva a perda das projeções modulatórias colinérgicas de praticamente todo o córtex cerebral. - Microscopicamente nos neurônios, observa-se um emaranhado neurofibrilar e placas senis que levam à morte neuronal. - É uma doença com claro componente genético, mas que sofre influência de fatores ambientais. Estudos mostram que indivíduos pré-dispostos geneticamente, mas que tem intelectualmente ativa, pode não manifestar ou ter formas mais leves e tardias da doença.
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