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apontamentos extinção de punibilidade até artigo 155 do CP

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APOSTILA DIREITO PENAL III
 
 
 Profª Rosa Maria Neves Abade
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Conceito da Punibilidade
	O Estado tem o direito abstrato de punir aqueles que cometeram uma infração, enquanto a lei penal não é violada. Mas, quando ocorre efetiva violação da lei penal, pela prática de crime ou contravenção, aquele direito, que até então era somente abstrato, torna-se concreto e faz nascer a possibilidade de o Estado aplicar sanção ao infrator da lei penal. 
 Punibilidade é, então, a possibilidade jurídica de o Estado impor pena ao violador da lei penal.
	A punibilidade não é requisito do crime, mas sua consequência jurídica. 
Causas Extintivas da Punibilidade
	Mesmo tendo o sujeito praticado uma infração penal, é possível que ocorra uma causa extintiva da punibilidade, que impede o jus puniendi do Estado:
	Art. 107. Extingue-se a punibilidade:
I – pela morte do agente
	II – pela anistia, graça ou indulto;
	III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
	IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
	V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
	VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei admite;
	VII – pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes, definidos nos Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial deste código; (REVOGADO PELA LEI 11.106/05)
	VIII – pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes referidos no inciso anterior, se cometidos sem violência real ou grave ameaça e desde que a ofendida não requeira o prosseguimento do inquérito policial ou da ação penal no prazo de sessenta dias a contar da celebração; (REVOGADO PELA LEI 11.106/05)
	IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
	Além dessas, o Código Penal prevê outras causas extintivas da punibilidade, como por exemplo:
1. art. 82 DO CP: o término do período de prova do sursis, sem motivo para revogação da medida, faz com que o juiz declare e extinção da pretensão executória em relação à pena suspensa.
2. art. 90 DO CP: o término do período de prova do livramento condicional, sem motivo para revogação, enseja a extinção da pretensão executória, em relação ao restante da pena;
3. art. 240, § 2º DO CP: a morte do ofendido no crime de adultério extingue a punibilidade, pois a titularidade do direito de queixa é personalíssima (só pode ser intentada pelo cônjuge ofendido);
4. art. 312, § 3º, 1ª parte DO CP: a reparação do dano no peculato culposo, antes da sentença final irrecorrível, extingue a punibilidade.
Escusas Absolutórias
	Estão previstas no artigo 181 do CP, fazem com que um fato típico, antijurídico e culpável, não se associe a nenhuma pena por motivo de utilidade pública. Ex: Se um filho subtrair dinheiro do pai, fica isento de pena, incidindo uma escusa absolutória (CP, art. 181, inciso II). O fato é ilícito e censurável a conduta, porém, por medida de utilidade pública, fica sujeito isento de pena.
	As escusas absolutórias extinguem o poder-dever de punir do Estado, subsistindo o caráter ilícito do fato. A isenção de penal é obrigatória e, desta forma, a concessão do benefício, não fica ao arbítrio judicial. É também uma causa de extinção de punibilidade.
Efeitos da Extinção da Punibilidade
	Os efeitos da extinção da punibilidade correspondem ao momento em que elas ocorrem. Se antes da sentença transitada em julgado, extingue-se a própria pretensão punitiva; se depois, só a pretensão executória. Há, porém, exceções: a anistia e a abolição do crime, mesmo quando posteriores à condenação transitada em julgado, retroagem e atingem a pretensão punitiva.
Morte do Agente
	A morte do agente extingue a punibilidade. O juiz, verifica a certidão de óbito, e, ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade – (CPP, art. 62).
	Se, após decretada a extinção da punibilidade pela morte do agente, ficar provada a falsidade da certidão de óbito, duas correntes mencionam sobre as consequências: se foi apresentada a certidão falsa, antes do trânsito em julgado da sentença, caberá recurso em sentido estrito ao Ministério Público, sendo que a ação penal terá o seu prosseguimento.
	Porém, após o trânsito em julgado da sentença que decretou a extinção da punibilidade, o processo não pode ter andamento e, contra o suposto morto não pode ser intentada ação penal pelo mesmo objeto, porque não se admite revisão criminal contra o réu (revisão pro societate). Todavia o STF entendeu recentemente que a sentença que extinguiu a punibilidade pela juntada da certidão falsa é nula e o processo terá o prosseguimento normal.
	Independentemente do trânsito em julgado da sentença que decretou a extinção da punibilidade, sempre caberá ação penal contra o autor ou autores da falsidade.
 
Anistia, Graça ou Indulto
	A anistia, a graça e o indulto são formas de dispensa da aplicação da lei penal. 
 A anistia significa o esquecimento jurídico da infração penal. A anistia abrange o crime, a graça abrange o indivíduo, e o indulto uma classe de indivíduos.
É cabível a qualquer momento.
	A anistia, dada por lei, abrange fatos ( não abrange pessoas). A anistia exclui o crime, apagando a infração penal – (CF, art. 48, inciso VIII). Pode vir antes ou depois da sentença, rescindindo a condenação, ainda que transitada em julgado. 
 Trata-se de uma lei, portanto, é concedida pelo congresso nacional. 
 Não se aplica aos delitos que se referem a “prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos”. 
 Após concedida a anistia, não pode ser revogada. Ela possui caráter de generalidade, não abrangendo pessoas e sim fatos, atingindo um maior número de beneficiados. Não abrange os efeitos civis. Afasta a reincidência:
FORMAS DE ANISTIA: 
a) PRÓPRIA – Concedida antes da condenação, porque é constante com a sua finalidade de esquecer o delito cometido.
b) IMPRÓPRIA – Concedida depois da condenação, pois recai sobre a pena.
c) GERAL OU PLENA – Cita fatos e atinge todos os criminosos.
d) PARCIAL OU RESTRITA – Cita fatos, exigindo uma condição pessoal.
e) INCONDICIONADA – A lei não determina qualquer requisito para a sua concessão.
f) CONDICIONADA – A lei exige um requisito para a sua concessão 
OBS: A anistia não pode ser recusada, pois seu objetivo é de interesse público. Mas, se for condicionada, pode ser recusada, negando-se a cumprir a exigência a que está subordinada. 
Sendo aceita, a anistia não pode ser revogada, mesmo que o anistiado não cumpra as condições impostas, podendo responder, eventualmente, pelo ilícito previsto no Art. 359, CP.
FORMAS DA GRAÇA E DO INDULTO: 
A graça e o indulto podem ser:
a) PLENOS: Quando a punibilidade é extinta por completo.
b) PARCIAIS: Quando é concedida a diminuição da pena ou substituídas por outra de menor gravidade. 
A graça é total (ou pena), quando alcança todas as sanções impostas ao condenado e é parcial, quando ocorre a redução ou substituição da sanção, resultando na comutação.
 
O indulto coletivo pode também ser:
Graça e o indulto não podem ser recusados, salvo quando comutar a pena ou no caso de indulto condicionado. 
A graça, sendo o indulto individual, só alcança determinada pessoa, devendo ser, portanto, solicitada, mas isso não impede que seja concedida espontaneamente pelo Presidente da República. 
Enquanto isso, o indulto é espontâneo e coletivo, recaindo sobre fatos e abrangendo um número muito grande de pessoas.
	
 A graça, em regra, é solicitada e tem caráter individual. Equivale ao indulto individual – (LEP, art. 188).
	O indulto é espontâneo e tem caráter coletivo, exclui a punibilidade e não o crime. Pressupõe, em regra, condenação com trânsitoem julgado, abrange grupos de sentenciados e não afasta a reincidência, se já houve sentença com trânsito em julgado. É competência do Presidente da República – (CF, art. 84, inciso XII).
	A graça e o indulto podem ser dados na forma de comutação da pena, que é a substituição de uma pena por outra mais leve.
	Não cabe graça ou anistia em crimes de tortura, tráfico de entorpecentes e drogas afins, terrorismo, bem como crimes definidos como hediondos – (CF, art. 5º, inciso XLIII).
DIFERENÇAS ENTRE A ANISTIA, GRAÇA E O INDULTO:
 
A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente a punibilidade; a graça e o indulto apenas extingue a punibilidade, podendo ser parciais;
A anistia, em regra, atinge crimes políticos; a graça e o indulto, crimes comuns;
A anistia pode ser concedida pelo poder legislativo; a graça e o indulto são de competência exclusiva do Presidente da República;
A anistia pode ser concedida antes da sentença final ou depois da condenação irrecorrível; 
a graça e o indulto pressupõem o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Graça e o indulto apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos do crime. Graça é em regra individual e solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
RETROATIVIDADE DA LEI
	A retroatividade da lei também é chamada de abolitio criminis ou novatio legis. Constitui fato jurídico extintivo da punibilidade, devido a retroatividade da lei posterior que não mais considera o fato como criminoso – (CP, arts. 2º e 107, inciso III)
DECADÊNCIA 
Decadência: A decadência do direito de queixa ou de representação é a extinção do direito de queixa ou de representação do ofendido, diante do decurso de prazo que a lei fixa para seu exercício. Está definida no artigo 103, do Código Penal. É uma das causas de extinção da punibilidade – (CP, art. 107, inciso IV, 2ª figura).
	A decadência pode atingir tanto o direito de oferecer queixa (na ação penal privada), como o de representar (na ação penal pública condicionada), ou ainda, o de suprir a omissão do Ministério Público (dando lugar à ação penal privada subsidiária).
	O prazo da decadência é de seis meses, contados a partir do dia em que o ofendido ou seu representante legal, veio a saber quem é o autor do crime – (CP, art. 103). 
 No caso de ação penal privada subsidiária da pública, o prazo de seis meses conta-se do dia em que se esgota o prazo para o Ministério Público oferecer a denúncia – (CPP, arts. 38 e 46). 
 O curso do prazo de decadência não se interrompe nem se suspende, em nenhuma hipótese.
	A titularidade do direito de queixa ou de representação, se o ofendido é menor de 18 anos, pertence ao seu representante legal (pai, mãe, tutor, curador).
	Caso o representante legal não ofereça no seu prazo, o ofendido pode fazê-lo a partir do dia que fizer 18 anos.
 PEREMPÇÃO
 É a perda do direito de prosseguimento da ação penal, de caráter exclusivamente privado, causada pela inércia processual do querelante.
	
O artigo 60, do CPP elenca vários casos de perempção, como deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais. A perempção é uma das causas de extinção da punibilidade – (CP, art. 107, inciso IV, 3ª figura). 
Estão elas devidamente descritas no artigo 60 do CPP:
   I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
        II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
        III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
        IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Segundo o Art. 61 do CPP, em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.
RENÚNCIA OU PERDÃO ACEITO
	
	A renúncia é a desistência de exercer o direito de queixa. 
Ela só pode ocorrer nos casos de ação penal privada e antes de ser esta iniciada. Está definida no artigo 104, do Código Penal. 
Ocorre antes do oferecimento da queixa-crime.
A renúncia é uma das causas de extinção da punibilidade – (CP, art. 107, inciso V).
	A renúncia pode ser expressa, através de declaração assinada – (CPP, art. 50), ou tácita, pela prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa, mas não se considerando como tal recebimento de indenização – (CP, art. 104, parágrafo único, e CPP, art. 57).
	A renúncia em relação a um dos autores do crime se estende a todos os outros – (CPP, art. 49). 
	O artigo 50 do CPP diz que a renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
        A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
No entanto, havendo dois ofendidos, a renúncia de um deles não implica a do outro.
PERDÃO DO OFENDIDO
É a desistência do querelante de prosseguir na ação penal privada que iniciou, podendo ser dado de forma expressa ou tácita – (CP, art. 105). Trata-se de uma causa de extinção de punibilidade – (CP, art. 107, inciso V, 2ª figura).
	O perdão do ofendido não se confunde com o perdão judicial, caso em que o Código Penal permite ao juiz deixar de aplicar a pena, diante de algumas circunstâncias.
Se forem dois ou mais querelados e, em face do princípio da indivisibilidade da ação penal, “o perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que recusar” – (CPP, art. 51).
	O perdão é um ato bilateral, podendo ser recusado pelo querelado – (CP, art. 106, inciso III). A aceitação do perdão pode ser expressa ou tácita, sendo que, o silêncio importará aceitação – (CPP, art. 58).
	O perdão somente é admissível antes do trânsito em julgado da sentença condenatória – (CP, art. 106, § 2º).
RETRATAÇÃO DO AGENTE
	Retratação é o ato de desdizer-se, de retirar o que se disse. Em alguns casos que a lei a admite, a retratação do agente extingue a punibilidade – (CP, art. 107, incisoVI).
	A retratação é admitida nos seguintes casos:
1. na calúnia ou difamação – (CP, art. 143)
2. no falso testemunho ou falsa perícia – (CP, art. 342, § 3º)
3. na calúnia, difamação e injúria por meio da imprensa – (Lei de Imprensa nº 5.250/67, art. 26).
	A retratação deve ser clara e incondicional. Não depende da aceitação do ofendido. Deve ser reduzida a termo nos autos e não se comunica aos coautores.
	Já nos crimes de falso testemunho ou falsa perícia, a retratação estende-se, por exceção, aos partícipes, por que o fato deixa de ser punível – (CP, art. 342, § 3º).
CASAMENTO DO AGENTE COM A VÍTIMA REVOGADO
CASAMENTO DA VÍTIMA COM TERCEIRO REVOGADO
PERDÃO JUDICIAL
É causa extintiva de punibilidade, sendo concedido pelo juiz que, mesmo comprovada a prática da infração penal, deixa de aplicar a pena nos casos previstos em lei. (CP, art. 107, inciso IX).
São exemplos do perdão judicial:
no homicídio culposo, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária-(CP, art. 121, § 5º).
na injúria, quando o ofendido, de modo reprovável, a provocou diretamente, ou em caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria- (CP, art. 140 § 1º, inciso I e II)
na subtração de incapazes, havendo restituição sem que o incapaz tivesse sofrido maus-tratos ou privações – (CP, art. 249, § 2º).
 Conforme prevê o artigo 120 do CP, a sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência. 
O perdão judicial não pode ser recusado.
A natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial, para uns é condenatória, porque apenas extingue os efeitos principais (aplicação das penas), subsistindo os efeitos secundários, como o lançamento do nome do réu no rol dos culpados.
Todavia, prevalece o entendimento de que a sentença que aplica o perdão judicial é declaratória de extinção de punibilidade, não subsistindo nenhum efeito condenatório (STF, súmula 18)
 PRESCRIÇÃO
Prescrição penal é a perda da pretensão punitiva ou executória do Estado pelo decurso do tempo sem o seu exercício.
 	A prescrição é uma das causas extintivas de punibilidade- (CP, art. 107, IV) e, está prevista no artigo 109 e seguintes do Código Penal.
 A prescrição é a perda do direito de punir do Estado-juiz, que não poderá exercer jus puniendi  ou perde o direito de executar a pena, em razão de sua inércia e do transcurso do tempo, neste caso ela não elimina a infração penal, pois afeta o ius puniendi mas não faz desaparecer o fato.
 Temos assim a prescrição da pretensão punitiva (antes do trânsito em julgado da sentença) e prescrição da pretensão executória (após o trânsito em julgado da sentença) – PPP e PPE. 
 A primeira tem três espécies que são:
 a) a prescrição pela pena máxima em abstrato (PPPA),
 b) a prescrição intercorrente ou superveniente (PPPI) e 
 c) a prescrição retroativa (PPPR).
 A prescrição em abstrato (PPPA) é a que se verifica antes de transitar em julgado a sentença final, nos limites que o artigo 109 impõe. 
 A prescrição intercorrente ou superveniente (PPPI), por sua vez, ocorre depois da data em que foi publicada a sentença condenatória e, neste caso, utiliza-se a pena aplicada e não de maneira abstrata como é o padrão a ser seguido para a PPPA.
 A prescrição penal divide-se, como já dito, em prescrição da pretensão punitiva (ou prescrição da ação), prescrição da pretensão executória (ou prescrição da pena).
PRAZOS DA PRESCRIÇÃO:
 A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
I - em 20 (vinte) anos, se o máximo da pena é superior a 12 (doze);
II - em 16 (dezesseis) anos, se o máximo da pena é superior a 8 (oito) anos e não excede a 12 (doze);
III - em 12 (doze) anos, se o máximo da pena é superior a 4 (quatro) anos e não excede a 8 (oito);
IV - em 8 (oito) anos, se o máximo da pena é superior a 2 (dois) anos e não excede a 4 (quatro);
V - em 4 (quatro) anos, se o máximo da pena é igual a 1 (um) ano ou, sendo superior, não excede a 2 (dois);
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (modificado pela Lei 12.234/10) 
 Antes de existir uma sentença devemos contar o prazo da prescrição pelo máximo da pena prevista no crime. 
 No caso de concurso de crimes, seja material ou mesmo formal ou continuado, a prescrição incide sobre cada infração, isoladamente nos termos do que dispõe o artigo 119 do CP.
Início e Causas Interruptivas da Prescrição
 O início do prazo de prescrição da pretensão punitiva antes de transitar em julgado a sentença final, está previsto no artigo 111 do CP, devendo-se levar em consideração que o prazo é penal, ou seja conta-se o dia do início e exclui o último. Este prazo começa a correr: 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 
I - do dia em que o crime se consumou;
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. (Acrescentado pela Lei 12.650-2012)
 As causas de interrupção estão no artigo 117 do CP: 
 
I -  pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (deve ser considerada a data do despacho do juiz como dia de interrupção.
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. 
 Segundo o § 1º deste artigo excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. 
 Também consta do artigo 111, § 2º que interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. 
Causas Impeditivas da Prescrição
 Segundo o art. 116 do CP , antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime;
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
Prescrição da pretensão punitiva:
ocorre antes do trânsito em julgado da sentença.
extingue a pena e todos os efeitos da sentença, se já tiver sido proferida.
1. Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita
	Ocorre na data do recebimento da denúncia ou queixa, ou a partir deste momento até a sentença.
	Ocorrendo esta prescrição, fica impedida a propositura da ação penal, bem como o seu prosseguimento, se já proposta.
	O prazo dessa prescrição regula-se pela pena em abstrato, ou seja, pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, de acordo com a tabela do artigo 109, do Código Penal.
	Na contagem do prazo da prescrição da pretensão punitiva são levadas em conta as causas de aumento e diminuição de pena, conforme se verifica a seguir:
 PRESCRIÇÃO SUPERVENIENTE:
 Art. 110 § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
	É necessário que a sentença tenha transitado em julgado para acusação, mas não para a defesa.
	Corre na sentença condenatória recorrível até o dia do trânsito em julgado definitivo.
	O prazo dessa prescrição regula-se pela pena em concreto (efetivamente imposta) – (CP, art. 110, § 1º), de acordo com a tabela do artigo 109, do Código Penal.
 Na prescrição intercorrente (ou superveniente), aplicada a pena na sentença e não havendo recurso da acusação, a partir da data da publicação da sentença começa a correr o prazo prescricional, calculado sobre a pena concretizada. 
 Imagine alguém que foi condenado a 11 meses de detenção e a sentença condenatória já foi transitada em julgado somente para acusação, pois, o advogado do réu promoveu recurso de apelação para o Tribunal de Justiça.
	Desta forma, se da data da publicação da sentença recorrível até o acórdão quer julgar o recurso do réu, decorrer um lapso temporal superior a três anos, ocorrerá a prescrição da pretensãopunitiva, superveniente à sentença condenatória.
 PRESCRIÇÃO RETROATIVA
	É necessário que a sentença tenha transitado em julgado para a acusação, mas não para a defesa.
	A prescrição retroativa volta-se para períodos anteriores à sentença, servindo para verificar se houve prescrição pela pena em concreto, em algumas das faixas prescricionais que precedem a sentença – (CP, art. 110, § 1º).
	O prazo dessa prescrição também regula-se pela pena em concreto (efetivamente imposta) – (CP, art. 110, § 1º), de acordo com a tabela do artigo 109, do Código Penal.
 Para verificar a prescrição retroativa, deve-se tomar a pena em concreto aplicada ao réu e, em seguida, adequá-la a um dos prazos estabelecidos no art. 109 do CP. Encontrado o valor, deve-se coloca-lo entre a data do recebimento da denúncia ou queixa e a data da publicação da sentença condenatória. 
	
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
 É a prescrição depois de transitar em julgado a sentença final condenatória.
 Sendo que o prazo regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados pela mesma tabela do artigo 109 do CP. Mas este prazo aumenta em um terço, se o condenado é reincidente. 
Termo Inicial da Prescrição Após a Sentença Condenatória Irrecorrível
 A prescrição da pretensão executória começa a ser contada: 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena.
Prescrição no Caso de Evasão do Condenado ou de Revogação do Livramento Condicional
 Conforme prevê o Art. 113 do CP, o caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.
Assim a prescrição da pretensão executória da pena: 
Ocorre depois do efetivo trânsito em julgado da sentença condenatória (para ambas as partes).
Extingue a pena, ficando de pé os demais efeitos secundários da sentença condenatória, como a inscrição no rol dos culpados, a fixação do pressuposto da reincidência e o eventual pagamento de custas.
O prazo dessa prescrição regula-se pela pena em concreto (efetivamente imposta) – (CP, art. 110, caput), de acordo com a tabela do artigo 109, do Código Penal.
O termo inicial para a contagem é a data do trânsito em julgado para a acusação – (CP, art. 112, I).
 Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. 
Prescrição das Penas Restritivas de Direito:
 O Parágrafo único do artigo 109 do CP, aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.
 
Prescrição da Multa
 A prescrição da pena de multa ocorrerá: 
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
Redução dos Prazos de Prescrição
São reduzidos de metade os prazos de prescrição:
 quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, 
ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
Prescrição no concurso de Crimes
No concurso de crimes ( concurso material, formal e crime continuado), a prescrição atinge a pretensão punitiva em relação a cada infração isoladamente, sem o acréscimo legal.
 Prescrição Virtual
A prescrição antecipada, também chamada virtual, hipotética, projetada ou em perspectiva, não é prevista na lei de forma expressa, tratando-se, pois, de uma criação jurisprudencial e doutrinária.
A prescrição virtual leva em conta a pena a ser virtualmente aplicada ao réu, ou seja, a pena que seria, em tese, cabível ao réu por ocasião da futura sentença
A prescrição virtual leva em conta a pena a ser virtualmente aplicada ao réu, ou seja, a pena que seria, em tese, cabível ao réu por ocasião da futura sentença. 
Ou seja, a referida prescrição permite ao magistrado vislumbrar a possibilidade de, em caso de condenação, aplicar a pena mínima possibilitando ao operador do direito antever que, ao final, eventual pena imposta seria alcançada pela prescrição. 
Se o cálculo for feito com base na pena em abstrato, provavelmente a prescrição não terá ocorrido, e, portanto, o promotor deverá oferecer a denúncia, bem como o juiz deverá receber a peça acusatória.
Este tipo de prescrição não tem sido admitida no direito penal.
 Crimes Imprescritíveis
Os crimes imprescritíveis estão estabelecidos na Constituição Federal em seu art. 5º, incisos XLII e XLIV, sendo imprescritíveis os crimes de Racismo, bem como ação de Grupos Armados, civis ou militares, contra a Ordem Constitucional e o Estado Democrático de Direito.
 Cristiano Jorge Santos, ensina que: 
"os delitos de Racismo estão previstos pela Lei 7.170/83, ao passo que a Ação de Grupos Armados pode ser entendida como "Golpe de Estado" e não está claramente definida em nenhum tipo penal."
Atenção:
As penas mais leves prescrevem com as mais graves. 
No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.
As penas restritivas de direitos prescrevem nos mesmos prazos que os previstos para as penas privativas de liberdade – (CP, art. 109, parágrafo único).
O prazo de prescrição da pretensão executória é aumentado de um terço, se o condenado é reincidente – (CP, art. 110, última parte).
No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena – (CP, art. 113).
A prescrição extintiva da punibilidade do crime falimentar opera-se em dois anos – (Decreto-Lei nº 7.661/45, art. 199 // Lei de Falências).
PARTE ESPECIAL
Encontramos na parte especial do Código Penal, 3 espécies de normas penais:
incriminadoras: São as normas que definem as infrações e fixam as respectivas penas. 
Preceito primário: (infração) Ex: homicídio: art. 121 – “Matar alguém”. 
Preceito secundário: (pena) Pena – “reclusão, de 6 a 20 anos”.
permissivas. Estas preveem causas de licitude ou que afastam a impunidade de determinadas ações , mesmo previstos no tipo penal. Ex. O contido no artigo 128 do CP –“ Não se pune o aborto praticado por médico quando não há outro meio para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez resulta em estupro e há consentimento da gestante ou de seu representante legal quando incapaz”.
complementares ou explicativas. São as normas penais que esclarecem, explicando outras normas ou delimitam a sua aplicação. Ex.: o art. 327 do Código Penal define “funcionário público” para fins penais como sendo aquele que “embora transitoriamente ou sem remuneração exerce cargo ou função pública”.
TÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Capítulo I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA
São quatro os crimes contra a vida:
homicídio
auxílio, induzimento ou instigação ao suicídio
infanticídio 
aborto
 Se os crimes acima forem dolosos contra a vida serão julgados perante o Tribunal do Júri. Cabe apenas se for doloso, assim, o homicídio for culposo será julgado pelo juízo comum. (- art. 5º, XXXVIII, “d”, da CF/88. )
Artigo 121 - HOMICÍDIO
 
Homicídio simples
        
 Art. 121. Matar alguém:
       Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
        
 Caso de diminuição de pena
       
 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
      
Homicídio qualificado
 
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessade recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
  V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
FEMINICÍDIO       
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.104, DE 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:     (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015).
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Homicídio culposo
        
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
        Pena - detenção, de um a três anos.
        
Aumento de pena
        
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
        
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
        
 § 6o  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.       (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
HOMICIDIO
Noção: Segundo Celso Delmanto homicídio “É a eliminação da vida de uma pessoa praticada contra outra pessoa ”.(Código Penal Comentado). 
 Para configurar o crime de homicídio, acentua-se que a vida deve ser extra uterina, pois em sendo intra-uterina, o crime praticado será de aborto. 
Está previsto no artigo 121 e seus parágrafos. 
Tipos de homicídio: O crime de homicídio divide-se em : 
a) homicídio simples( art. 121, caput), 
b) privilegiado (. § 1º )
c) homicídio qualificado (§ 2º) 
d) homicídio culposo simples (§3º),
e) homicídio culposo qualificado (§ 4º) ,
f) perdão judicial previsto no § 5º , aplicável no homicídio culposo.
Objeto jurídico: a preservação da vida humana
Sujeito ativo: qualquer pessoa. A pessoa jurídica (fundações e corporações) ou um objeto jamais poderão ser punidos por homicídio de acordo com a legislação brasileira
Sujeito passivo: qualquer ser humano com vida, pois se já estiver morta a vítima, trata-se de crime impossível. Abrange o feto nascente, o recém-nascido e o ser já autônomo. 
Tipo objetivo: A conduta que se pune é “Matar”, tirar a vida de alguém. Deve ser de pessoa humana. Se matou um animal responderá por crime de dano. 
Meio de execução: o homicídio pode ser praticado por qualquer meio de execução, direto ou indireto, por ação ou omissão. 
O modo de execução é livre e pode ser por ação (comissivo) ou por omissão (omissivo: próprio ou impróprio quando é exigida a ação do agente para que a morte seja evitada). 
Pode se utilizar um mecanismo físico (tiro, facada) ou psíquico como um susto e, o homicídio pode ser praticado por autoria direta pelo próprio agente ou por interposta pessoa ou objeto.
Tipo subjetivo: dolo direto ou eventual; culpa 
Nexo de causalidade: Deve haver nexo causal entre o comportamento do agente e o resultado morte, para este responsabilizado pelo crime de homicídio.
Classificação: 
Comum ( praticado por qualquer um)
Simples (atinge só um bem jurídico)
De dano ( exige efetiva lesão de um bem jurídico)
De ação livre (praticado por qualquer meio: faca, arma, veneno, deixar de alimentar uma pessoa que está sob sua responsabilidade, etc.
Instantâneo de efeito permanente.- quando as conseqüências do crime instantâneo são duradouras e não podem mais ser alteradas pelo próprio agente. Ex: homicídio: a morte da vítima é irreversível
Crime material ( só se consuma com a efetiva ocorrência do resultado morte.)
EXAME DE CORPO DE DELITO ( há necessidade nos crimes de homicídio)
Tentativa: admite-se. 
Ação penal: pública incondicionada.
Co- autoria: ocorre quando ambos sabem que estão concorrendo para um resultado comum. Admite-se:
Tentativa branca de homicídio: Ocorre quando o golpe ou o disparo efetuado não atingem o corpo da vítima e, esta, assim, não sofre qualquer lesão. Ficando comprovado que o agente queria matar, este responde por tentativa de homicídio. Nesse caso a diminuição da pena referente à tentativa será feita no grau máximo.
Autoria Colateral: Ocorre quando duas pessoas querem praticar um crime e agem ao mesmo tempo sem que uma saiba da intenção da outra, e o resultado morte decorre da ação de apenas uma delas, que é identificada no caso concreto. Ex.: A e B querem matar C. Um aguarda a vítima de um lado da estrada e o outro do outro lado. Quando a vítima passa, ambos atiram ao mesmo tempo e a vítima é alvejada por apenas um dos disparos. No caso em tela, se fica provado que a vítima morreu em virtude do tiro de A , este responde por homicídio consumado e B por tentativa de homicídio.
Autoria Incerta: É quando, na autoria colateral( um não sabe da intenção outro de matar a vítima), não se consegue apurar qual dos envolvidos provocou o resultado. Ex. A e B querem matar C. Um não sabe da intenção do outro. Ambos disparam contra a vítima, que morre recendo apenas um disparo, não se conseguindo, porém, apurar qual deles causou a morte. Esta é a autoria incerta.
HOMICÍDIO SIMPLES: (art 121- Caput)
Noção: homicídio doloso simples. Descrito no caput do artigo 121 do CP. 
Pena: reclusão de seis a vinte anos.
Fundamento legal: Art. 121 – caput
Crime hediondo: O homicídio simples não é crime hediondo, excetuando-se quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio , ainda que cometido por um só agente art. 1º, I, 1ª parte, da Lei 8072/90, com nova redação dada pela lei nº 8.930/94.
 
ALGUNS INSTITUTOS QUE PODEM SER APLICADOS NO HOMICÍDIO
Aberratio ictus (desvio, erro no golpe) “erro na execução” Ocorre quando o agente querendo atingir determinada pessoa, efetua o golpe, mas por má pontaria ou por outro motivo qualquer (desvio de projétil, desvio da vítima), acaba atingindo pessoa diversa da que pretendia.
Abolitio criminis: quando o fato deixa de ser considerado como criminoso.
Desistência voluntária: (art. 15, 1ª parte) – O agente inicia a execução do crime e, podendo prosseguir até a consumação, resolve por ato voluntário interromper o “iter criminis”. Só é possível na tentativaimperfeita, na qual o agente praticou apenas parcialmente os atos de execução e, na seqüência, podendo praticar novos atos, se omite.
Arrependimento eficaz (art. 15, 2ª parte) – O agente tendo iniciado a execução, impede a produção do resultado.
Arrependimento posterior (art. 16 do CP) – Aplicado aos crimes sem violência ou grave ameaça, o agente, por ato voluntário repara o dano ou restitui a coisa antes do recebimento da denúncia ou queixa.
Legítima defesa: O artigo 23, II do CP . Ocorre quando o agente se defende de agressão injusta utilizando-se de meios compatíveis com os do agressor. Formas de legítima defesa: 
Legítima defesa própria: quando a agressão injusta se volta contra o direito do agente. Ocorre quando o autor da repulsa é o próprio titular do bem jurídico atacado ou ameaçado.
Legítima defesa de terceiro: Ocorre quando a repulsa visa a defender interesse de terceiros. 
Legítima defesa subjetiva: é o excesso por erro de tipo escusável. Encontrando-se inicialmente em legítima defesa, o agente por erro à gravidade do perigo ou quanto ao modo de reação, plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe ainda encontrar-se em situação de defesa.
Legítima defesa putativa: É quando o agente, por erro de tipo ou de proibição plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe encontrar-se em face de agressão injusta. Na legítima defesa putativa, o agente supõe a existência da agressão ou sua injustiça.
Legítima defesa da honra: Não existe legítima defesa da honra, no Direito Penal o agente responde pelo crime.
Artigo 121 - § 1º - HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
O artigo 121, parágrafo 1° é considerado doutrinário, pois a lei não menciona, pois apenas refere-se a causa de diminuição de pena.
Hipótese legais do homicídio privilegiado:
 ( Todas as hipóteses de homicídio privilegiado são de circunstancias subjetivas)
a) Motivo de relevante valor social: Diz respeito a interesses as coletividade, como por exemplo, matar o traidor da pátria, matar bandido perigoso (desde que não se trate de atuação de justiceiro)
b) Motivo de relevante valor moral: Diz respeito ao sentimento pessoal do agente, como no caso de eutanásia.
c) Sob o domínio da violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação.
Neste exemplo deve haver três requisitos: 
Existência de emoção intensa: O agente deve ter matado a vítima sob forte emoção, de forma a tirá-lo totalmente do sério. O artigo 28, I, do Código Penal estabelece que não excluem o crime a emoção e a paixão, mas, no dispositivo em análise, se acompanhadas de outros requisitos, podem implicar em redução da pena.
Injusta provocação da vítima: basta a provocação injusta. 
Reação Imediata: “logo em seguida”. Não há um período fixo ou rígido. Deve ser analisado caso a caso. O que se exige, na realidade, é que não haja uma patente interrupção entre o momento de provocação e o homicídio. 
REPITA-SE: Hipóteses de homicídio privilegiado:
motivo de relevante valor social ( interesse da coletividade; por ex.: matar traidor da pátria; etc) 
motivo de relevante valor moral (refere-se a sentimento pessoal do agente, por ex.: eutanásia)
sob o domínio da violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação. (O agente deve ter matado a vítima sob forte emoção, de forma a tirá-lo totalmente do sério; sob injusta provocação, por ex.: xingar o agente e com reação imediata (logo em seguida). 
Redução de pena: Se for reconhecido que o agente agiu sob uma das hipóteses acima o juiz deverá reduzir a pena de um sexto a um terço.
ATENÇÃO: O aluno já deve possuir estes conceitos da parte geral. Todavia, com o intuito de relembrá-los, complementa a matéria dada em sala de aula. 
ART. 121 § 2º HOMICÍDIO QUALIFICADO
O homicídio pode ser qualificado, e a pena passa a ser de reclusão de 12 a 30 anos, se as circunstâncias que o agente praticou o crime forem mais graves.
As circunstâncias podem ser subjetivas ou objetivas.
O art. 30 prevê que não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Elementar é tudo aquilo que é essencial para a configuração do delito, são dados que fazem parte do núcleo típico do delito, o verbo do tipo, sem os quais ou ocorre uma atipicidade absoluta (indiferente penal) ou relativa (desclassificação para outro crime).
Circunstâncias  (segundo Rogério Greco) “são dados periféricos, acessórios, que gravitam ao redor da figura típica, somente interferindo na graduação da pena”. São aqueles dados que se encontram ao redor do crime com a finalidade de ora aumentar a pena, e ora diminuir a pena. Pode ser:
a) circunstâncias objetivas ou materiais: são aquelas que dizem respeito ao fato delituoso (questões de tempo, lugar, meios e modos de execução, qualidades da vítima etc).
b) circunstâncias Subjetivas ou pessoais: são aquelas que dizem respeito ao agente, às suas qualidades pessoais, o seu relacionamento com a vítima, os motivos determinantes da infração (condição).
Dividem-se:
pelos motivos (I e II):
I - mediante paga ou promessa de recompensa (circunstância subjetiva)
Questão que gera controvérsia na doutrina e na jurisprudência é saber se tanto o mandante quanto o executor respondem por esta modalidade.
a) Fernando Capez afirma que: “embora haja decisão no sentido de que tanto o mandante quanto o executor respondem pela forma qualificada do delito, pois a qualificadora, embora subjetiva, é elementar do tipo, entendemos que, por se tratar a qualificadora de mera circunstância, e não de uma elementar, não se há que falar em comunicabilidade neste inciso, dado que possui natureza subjetiva (motivo do crime é algo relacionado ao agente, não ao crime), à luz do que dispõe o art. 30 do CP.” 
Assim, para ele, o executor responderá pela qualificadora, pois cometeu o crime impelido por motivo de cupidez econômica, mas o mandante não, devendo responder pelo seu próprio motivo. Luiz Regis Prado corrobora com esse entendimento.
b) Para Cezar Roberto Bitencourt, no entanto, respondem pelo crime qualificado o que praticou a conduta e o que pagou ou prometeu a recompensa. O motivo torpe se caracteriza pela singela ocorrência de paga e, não obstante seja circunstância de caráter pessoal, comunica-se ao mandante, por ser elementar do crime (art. 30 do CP), bem como a qualquer outro co-autor.  
Não é necessário que a vantagem seja econômica,
I- por motivo torpe: (circunstâncias subjetivas)
Motivo Torpe” = é o moralmente reprovável, desprezível. Causado por motivo vil, repugnante, que demonstra depravação moral do agente. Exs: matar: para obter quantidade de maconha; por vingança (dependendo do que a provocou); com a intenção de herdar fortuna; por rivalidade profissional etc.  
II por motivo fútil : circunstância subjetiva
Matar por motivo insignificante. É o motivo desproporcional entre o crime e sua causa moral Por ex.: matar a esposa que teria feito jantar considerado ruim, simples incidente de trânsito; rompimento de namoro; etc.
OBS: Não confundir motivo fútil / com a situação do privilégio na violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima. O motivo fútil, justamente por ser fútil, ele, a princípio, não causa violenta emoção, só se o sujeito for um alucinado. Ora, ninguém, ao ser chamado de bobo, vai imaginar que é tomado de uma emoção tal a ponto de determinar que ele pratique um crime de homicídio.  
- Ausência de motivo: 3 correntes:
1a) (Damásio e Delmanto) Não é motivo fútil, mas pode responder por motivo torpe.
2a) (Fernando Capez) Equipara ao motivo fútil. Para ele, matar sem qualquer motivo é ainda pior que matar por mesquinharia, estando, portanto, incluído no conceito de fútil. Não seria lógico permitir pena mais branda para quem age sem qualquer motivo.
3ª) (Bitencourt) não qualifica o homicídio. Princípio da reserva legal. 
- Embriaguez: 3 correntes:
1a) Exclui o motivo fútil quando compromete completamente o estadopsíquico, pois não permite a realização pelo agente do juízo de proporção entre o motivo e a reação do agente;
2a) Não exclui, pois o princípio da actio libera in causa deve ser aceito em relação às circunstâncias qualificadoras ou agravantes, não sendo afastadas ante o reconhecimento da embriaguez voluntária do agente. 
3a) Exclui sempre. 
Para alguns doutrinadores, o dolo eventual é incompatível com o motivo fútil.
- É inadmissível motivo fútil e torpe ao mesmo tempo. 
quanto aos meios empregados (inciso III) (circunstância objetiva)
-  “veneno” : (venefício = homicídio com veneno) - qualquer substância que, introduzida no organismo, seja capaz de colocar em perigo a vida ou a saúde humana através de ação química, bioquímica ou mecânica. Para Fernando Capez e Luiz Regis Prado, pode ser ministrado à vítima de diversas formas, desde que de maneira insidiosa ou dissimulada, já que o que exaspera a sanção aqui é a insciência da vítima. Caso tenha utilização de violência, para o ministramento da substância, poderá ser qualificadora do meio cruel.
OBS: na hipótese do veneno ser considerado um meio absolutamente ineficaz, será crime impossível (art. 17 do CP). Entretanto, ocorrendo a ineficácia relativa, ou seja, se o meio empregado normalmente é capaz, pela sua natureza e essência, de produzir o evento letal, mas falha no caso concreto, o agente responderá por tentativa de homicídio qualificado pelo emprego de veneno. (Fernando Capez)
Assim, para configuração desta qualificadora só ocorre se o veneno for inoculado sem que a vítima perceba. Se for inoculado com violência, com o conhecimento da vítima considera-se ter havido a qualificadora do meio cruel.
Fogo:. Ex: jogar combustível e atear fogo ao corpo da vítima. Entretanto, no caso do agente incendiar um apartamento com a finalidade de matar seus moradores, acarretará perigo de incêndio das residências vizinhas, caracterizando, portanto, perigo comum. 
Explosivo: O explosivo é a substância que atua com detonação ou estrondo, ex. dinamite. 
Obs: perigo comum é aquele que pode expor um número indeterminado de pessoas, fazendo periclitar a incolumidade social. Fernando Capez nos ensina que, no caso concreto, se o agente, além de matar a vítima, expõe um número indeterminado de pessoas a perigo comum, configurando algum crime de perigo comum (ex. 250 do CP), entende-se que poderá o agente responder em concurso formal pelos crimes de perigo comum e homicídio qualificado.
* Não confundir homicídio qualificado, cujo meio para sua pratica é o crime de perigo comum, e o delito de crime de perigo comum qualificado pelo resultado morte (art. 258 do CP). A diferença está no elemento subjetivo.   
Asfixia é o impedimento da função respiratória. Pode ser por esganadura, estrangulamento, enforcamento, sufocação, afogamento, soterramento, impressamento, uso de gás asfixiante, confinamento
Meio insidioso: é o uso da armadilha, ou da fraude onde a vítima não percebe que está sendo atingida.
Por exemplo: sabotagem de freio de veículo ou de motor de avião etc.
qualquer meio que possa provocar perigo comum:
É aquele em que o agente expõe a risco a vida de número indeterminado de pessoas. Ex: provocar desabamento ou inundação
Tortura ou qualquer meio cruel
Tortura: Quando o agente submete a vítima a graves e inúteis sofrimentos físicos ou morais. Ex: aplicação de ferro em brasa, mutilações. 
meio cruel: também aflige grave sofrimento físico ou moral: ex: pisoteamento, espancamento, pauladas etc. A doutrina entende que a reiteração de golpes por si só não configura o meio cruel.
Diferença entre a qualificadora do homicídio pelo emprego da tortura e o crime de tortura previsto na Lei 9455/97
Para configurar homicídio qualificado pela tortura, o agente a aplica de forma a ser a causa da morte, que ele visava provocar na vítima. Há dolo (direto ou eventual) em relação ao resultado morte como conseqüência da tortura aplicada. Para configurar crime de tortura qualificado pelo resultado morte, previsto na lei 9455/97, o agente emprega a tortura(dolo) e age com culpa e não com dolo em relação ao resultado morte. Há a tortura só que o agente não tem a intenção de matar a vítima ( com o fim de obter informação, confissão, aplicar castigo etc)
c) quanto ao modo de execução ( inciso IV) – (circunstância objetiva)
O modo insidioso “demonstra maior grau de criminalidade, na medida em que o agente esconde a sua ação e intenção de matar, agindo de forma sorrateira, inesperada, surpreendendo a vítima que estava descuidada ou confiava no agente, dificultando ou impedindo a sua defesa. Dessa forma a qualificadora será afastada sempre que o agente não lograr esconder seu propósito criminoso”.
Traição: 
É a quebra de confiança. Nelson Hungria entende como sendo o homicídio cometido mediante ataque súbito e sorrateiro, atingindo a vítima, descuidada ou confiante, antes de perceber o gesto criminoso. Para Bitencourt a traição pode ser física (ataque súbito, ex: tiro pelas costas) ou moral (há quebra de confiança; ex: o agente atrai a vítima a local onde existe um poço). Fernando Capez e Mirabete, todavia, entendem que a traição consubstancia-se essencialmente na quebra de confiança depositada pela vítima do agente, que dela se aproveita para matá-la. Assim, para estes autores, não basta tão-somente o ataque brusco e inesperado, sendo necessário a existência de anterior vínculo subjetivo. ex.: matar a mulher durante ato sexual.
Emboscada
O agente espera escondido a passagem da vítima por um determinado local, para, em seguida, alvejá-la.
Dissimulação: 
Uso de disfarce, dar falsas provas de amizade ou admiração para possibilitar uma aproximação.
Qualquer outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima
É o elemento surpresa. Por ex.: atingir a vítima pelas costas; matar vítima dormindo, em coma alcóolico etc.
Esta será qualificadora desde que impossibilite a defesa da vítima. Por vezes, a surpresa confunde-se com traição. Por exemplo, matar a vítima dormindo, ora pode caracterizar traição, ora surpresa, dependendo do caso concreto. Assim, caso o agente conviva sob o mesmo teto poderá ser traição.   
d) Por conexão (inciso V) (circunstância subjetiva)
É qualificadora subjetiva, já que diz respeito ao motivo determinante do crime. Para Bitencourt, é irrelevante que o autor do homicídio aja no interesse próprio ou de terceiro. É uma espécie de motivo torpe em que há conexão (é o liame subj. ou obj. que liga 2 ou + crimes). A conexão pode ser teleológica (é argumento que relaciona um fato com sua causa final) ou consequencial (é o que sucede um outro crime).    
Teleológica:
Para assegurar a execução de outro crime. O agente mata primeiro a vítima para depois cometer um outro crime. Ex. : matar um segurança para depois sequestrar um empresário. 
Consequencial:
Para assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime.
 O agente primeiro comete um outro crime e depois o homicídio. 
Ex.: 
Ocultação: O agente quer evitar que se descubra que o crime foi praticado. 
Impunidade: Morte de testemunha do crime anterior)
Vantagem de outro crime: matar coautor de roubo para ficar com todo o dinheiro roubado.
 Para Fernando Capez, se o homicídio for praticado para assegurar a execução, ocultação, impunidade  ou vantagem de uma contravenção penal, não incidirá a qualificadora em questão, podendo incidir o motivo torpe ou fútil, conforme o caso concreto.  
 Feminicídio       (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Está previsto no § 2º do artigo 121 que inseriu o inciso VI que diz:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:      
A lei de número 13.104 alterou o § 2º do artigo 121 do código penal para prever o feminicídio como um tipo de homicídio qualificado e inclui-lo no rol dos crimes hediondos. 
A nova lei alterou o Código Penal para incluir mais uma modalidade de homicídioqualificado, o feminicídio: quando crime for praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.
O § 2º-A foi acrescentado como norma explicativa do termo "razões da condição de sexo feminino", esclarecendo que ocorrerá em duas hipóteses: a) violência doméstica e familiar; b) menosprezo ou discriminação à condição de mulher; A lei acrescentou ainda o § 7º ao art. 121 do CP estabelecendo causas de aumento de pena para o crime de feminicídio.
A pena será aumentada de 1/3 até a metade se for praticado: a) durante a gravidez ou nos 3 meses posteriores ao parto; b) contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos ou com deficiência; c) na presença de ascendente ou descendente da vítima.
Por fim, a lei alterou o art. 1º da Lei 8072/90 (Lei de crimes hediondos) para incluir a alteração, deixando claro que o feminicídio é nova modalidade de homicídio qualificado, entrando, portanto, no rol dos crimes hediondos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:     (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
A Lei n.° 13.142/2015 acrescentou o inciso VII ao § 2º do art. 121 do CP.
REQUISITO 1: VÍTIMA DO CRIME
Autoridades ou agentes do art. 142 da CF/88O art. 142 da CF/88 trata sobre as Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica).
Autoridades ou agentes do art. 144 da CF/88: O art. 144, por sua vez, elenca os órgãos que exercem atividades de segurança pública. O caput desse dispositivo tem a seguinte redação:
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
O objetivo do legislador foi o de proteger os servidores públicos que desempenham atividades de segurança pública e que, por estarem nessa condição, encontram-se mais expostos a riscos do que as demais pessoas. Os guardas municipais, por força de lei que deu concretude ao § 8º do art. 144 da CF/88, estão também incumbidos de inúmeras atividades relacionadas com a segurança pública. 
Servidores aposentados: Não estão abrangidos pelo inciso VII do § 2º do art. 121 do CP os servidores aposentados dos órgãos de segurança pública, considerando que, para haver essa inclusão, o legislador teria que ter sido expresso já que, em regra, com a aposentadoria o ocupante do cargo deixa de ser autoridade, agente ou integrante do órgão público.
Familiares das autoridades, agentes e integrantes dos órgãos de segurança pública
Também será qualificado o homicídio praticado contra cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3º grau das autoridades, agentes e integrantes dos órgãos de segurança pública. Quando se fala em cônjuge ou companheiro, isso inclui, tanto relacionamentos heteroafetivos como homoafetivos. Assim, matar um companheiro homoafetivo do policial, em retaliação por sua atuação funcional, é homicídio qualificado, nos termos do art. 121, § 2º, VII, do CP.
A expressão “parentes consanguíneos até 3º grau” abrange:
• Ascendentes (pais, avós, bisavós);
• Descendentes (filhos, netos, bisnetos);
• Colaterais até o 3º grau (irmãos, tios e sobrinhos).
Na verdade inclui-se aqui as vítimas abaixo abrangidas pela nova qualificadora:
O homicídio será QUALIFICADO se for cometido contra as seguintes vítimas:
AUTORIDADE, AGENTE OU INTEGRANTE da(o) (s):
• Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica);
• Polícia Federal;
• Polícia Rodoviária Federal;
• Polícia Ferroviária Federal;
• Polícias Civis;
• Polícias Militares;
• Corpos de Bombeiros Militares;
• Guardas Municipais;
• Agentes de segurança viária;
• Sistema Prisional (agentes, diretores de presídio, carcereiro etc.);
• Força Nacional de Segurança Pública.
OU
CÔNJUGE, COMPANHEIRO ou PARENTE consanguíneo até 3º grau de algumas das pessoas acima listadas.
REQUISITO 2: RELAÇÃO COM A FUNÇÃO
Não basta que o crime tenha sido cometido contra as pessoas acima listadas. É indispensável que o homicídio esteja relacionado com a função pública desempenhada pelo integrante do órgão de segurança pública.
Assim, três situações justificam a incidência da qualificadora:
• O indivíduo foi vítima do homicídio no exercício da função.
Ex: PM que, ao fazer a ronda no bairro, é executado por um bandido.
• O indivíduo foi vítima do homicídio em decorrência de sua função.
Ex: Delegado de Polícia é morto pelo bandido como vingança por ter prendido a quadrilha que ele chefiava.
• O familiar da autoridade ou agente foi vítima do homicídio em razão dessa condição de familiar de integrante de um órgão de segurança pública.
Ex: filho de Delegado de Polícia Federal é morto por organização criminosa como retaliação por ter conduzido operação policial que apreendeu enorme quantidade de droga.
De outro lado, não haverá a qualificadora do inciso VII do § 2º do art. 121 do CP se o crime foi praticado contra um agente de segurança pública (ou contra seus familiares), mas este homicídio não tiver qualquer relação com sua função.
Ex: policial civil, em seu período de folga, está em uma boate e paquera determinada moça que ele não viu estar acompanhada. O namorado da garota, com ciúmes, saca uma arma e dispara tiro contra o policial. Não haverá a qualificadora do inciso VII, mas o crime, a depender do conjunto probatório, poderá ser qualificado com base no motivo fútil (inciso II).
Em suma, esta qualificadora não protege a pessoa do militar, do policial, do delegado etc. A nova qualificadora tutela a FUNÇÃO desempenhada por esses indivíduos. Esse é o bem jurídico protegido.
OUTRAS OBSERVAÇÕES
Tentado ou consumado
Incidirá a qualificadora tanto nos casos de homicídio tentado, como consumado.
Elemento subjetivo
É indispensável que o homicida saiba (tenha consciência) da função pública desempenhada e queira cometer o crime contra o agente que está em seu exercício ou em razão dela ou ainda que queira praticar o delito contra o seu familiar em decorrência dessa atividade.
Ex: João, membro de uma organização criminosa, está “jurado de morte” pela organização criminosa rival e, por isso, anda sempre armado e atento. João não sabia que estava sendo investigado pela Polícia Federal, inclusive sendo acompanhado por dois agentes da PF à paisana. Determinado dia, ao perceber que estava sendo seguido, João, pensando se tratar dos membros da organização rival, mata os dois policiais. Não incidirá a qualificadora do inciso VII do § 2º do art. 121 do CP porque ele não tinha dolo de matar especificamente os policiais no exercício de suas funções. A depender do conjunto probatório, João poderá, em tese, responder por homicídio qualificado com base no motivo torpe (inciso I), desde que não fique caracterizada a legítima defesa putativa.
Natureza da qualificadora
A qualificadora do inciso VII é de natureza subjetiva, ou seja, está relacionada com a esfera interna do agente (ele mata a vítima no exercício da função, em decorrência dela ou em razão da condição de familiar do agente de segurança pública).
Ademais, não se trata de qualificadora objetiva porque nada tem a ver com o meio ou modo de execução.
Por ser qualificadora subjetiva, em caso de concurso de pessoas, essa qualificadora não se comunicaaos demais coautores ou partícipes, salvo se eles também tiverem a mesma motivação. Ex: João, por vingança, deseja matar o Delegado que lhe investigou e, para tanto, contrata o pistoleiro profissional Pedro, que não se importa com os motivos do mandante, já que seu intuito é apenas lucrar com a execução; João responderá por homicídio qualificado do art. 121, § 2º, VII e Pedro por homicídio qualificado mediante paga (art. 121, § 2º, I); a qualificadora do inciso VII não se estende ao executor, por força do art. 30 do CP:
Impossibilidade de a qualificadora do inciso VII ser conjugada com o privilégio do § 1º :
O § 1º do art. 121 do CP prevê a figura do homicídio privilegiado nos seguintes termos: 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
A jurisprudência até admite a existência de homicídio privilegiado-qualificado. 
No entanto, para isso, é necessário que a qualificadora seja de natureza objetiva. No caso do novo inciso VII a qualificadora é subjetiva. Logo, não é possível que seja conjugada com o § 1º.
OBSERVAÇÕES DO HOMICIDIO QUALIFICADO.
Concluindo, as qualificadoras integram a própria figura típica, razão pela qual devem ser abrangidas pelo dolo, podendo, consequentemente, ser excluídas pela ocorrência de erro. Exemplo: a vítima morre por asfixia, que não foi querida, nem mesmo eventualmente, pelo sujeito ativo, mas resultou de erro na execução; não se qualificará o homicídio. 
O agente deve ter, por exemplo, consciência de que age à traição, de emboscada ou com surpresa para a vítima. 
* As circunstâncias objetivas comunicam-se aos coautores quando entrarem na esfera de conhecimento destes. 
* As circunstâncias subjetivas, para aqueles que as consideram como elementares, comunicam-se aos coautores quando entrarem na esfera de conhecimento destes (art. 30 do CP). 
* As circunstâncias subjetivas, para aqueles que não as consideram como elementares, não  se comunicam aos coautores, mesmo quando entrarem na esfera de conhecimento destes. 
OBS: O homicídio pode ser qualificado e privilegiado ao mesmo tempo, desde que a circunstância do homicídio qualificado seja objetiva. Isto porque no homicídio privilegiado, as circunstâncias são subjetivas. Somente são compatíveis as hipóteses III e VI do artigo 121, parágrafo 2º .
O homicídio sendo qualificado é crime hediondo também, mas o crime de homicídio qualificado-privilegiado, que ocorre quando há circunstância subjetiva que torne o crime privilegiado e circunstância objetiva que qualifique o crime, pelo entendimento do STF este crime não será hediondo, pois a presença do privilégio retira a hediondez do homicídio qualificado. 
OBS: Quando o homicídio configurar crime político, revestido das circunstâncias previstas na Lei de Segurança Nacional, a lei competente será a lei nº 7.170/83, art. 2º e 29. 
Crime hediondo: A Lei 8930/94 inseriu dois crimes no rol dos crimes hediondos da Lei 8072/90: 
a) O homicídio qualificado e
 b) O homicídio simples quando praticado em atividade típica de grupos de extermínio, mesmo que por uma só pessoa.
Nestes casos o homicídio tornou-se insuscetível de anistia, graça ou indulto e liberdade provisória. 
O livramento condicional só será possível se cumpridos dois terços da pena e se o agente não for reincidente específico. 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA NO HOMICÍDIO DOLOSO
O art. 121, §4º, 2ª parte: ... “se o homicídio é doloso, a pena será aumentada de um terço, se a vítima é menor de quatorze anos ou maior de 60 anos”.
Se o homicídio for praticado no dia em que a vítima completa 14 anos, não incidirá a causa de aumento de pena). Como o CP adotou a teoria da atividade (art. 4º), considera-se a menoridade na data da prática da ação delituosa, ainda que outra seja a produção do resultado. É necessário o conhecimento da menoridade da vítima, podendo configurar erro de tipo. 
 A lei 10.741/03 (estatuto do idoso) acrescentou uma causa de aumento de pena quando o agente pratica o homicídio (simples, privilegiado ou qualificado) contra maior de 60 anos. É necessário o conhecimento da idade da vítima, podendo configurar erro de tipo. 
OBSERVAÇÕES- HOMICÍDIO QUALIFICADO:
• 121, §2º - HOMICÍDIO QUALIFICADO - crime hediondo - art. 1º, I da lei 8.072/90 
- A premeditação ou o parricídio não são qualificadoras. A premeditação, no entanto, pode ser levada em consideração como circunstância judicial (59). Explica-se tal posicionamento pelo fato de a premeditação não revelar, necessariamente, disposição de ânimo fria e calculista. 
O agente pode, por exemplo, praticar de forma premeditada um homicídio por motivo de relevante valor moral. O parricídio é genericamente agravado pelo 61, II, “e”, CP.
* Parricida = aquele que mata o próprio pai, mãe ou qq ascendente. 
 Fala-se em dolo geral (hipótese de erro sucessivo) quando o autor acredita já haver consumado o delito quando na realidade o resultado somente se produz por uma ação posterior, com a qual buscava encobrir o fato. Ex: ORLANDO, após desferir golpes de faca na vítima, supondo-a morta, joga o seu corpo em um rio, vindo esta, na realidade, a falecer por afogamento. Rogério Greco entende que nesses casos “se o agente atuou com animus necandi (dolo de matar) ao efetuar os golpes na vítima, deverá responder por homicídio doloso, mesmo que o resultado morte advenha de um outro modo que não aquele pretendido pelo agente (aberratio causae), quer dizer, o dolo acompanhará todos os seus atos até a produção do resultado, respondendo o agente, portanto, por um único crime de homicídio doloso, independentemente da ocorrência do resultado aberrante.” 
Art. 121 § 3º - HOMICÍDIO CULPOSO
Ocorre quando o agente não queria causar a morte nem assumiu o risco de produzi-la, mas esta ocorre por sua imprudência, negligência ou imperícia. Há culpa em sua conduta.
Imprudência: É a conduta positiva, uma ação de um ato perigoso. Ex.: limpar arma carregada; dirigir em excesso de velocidade.
Negligência: É a conduta negativa. Ausência de uma precaução. Ex.: deixar arma ao alcance de uma criança e não vigiá-la; não dar manutenção em seu veículo. Enquanto na negligência o sujeito deixa de fazer algo que a cautela impõe, na imprudência ele pratica ato que a cautela indica que não deveria Ter sido realizado. A imprudência é positiva. A negligência é negativa.
Imperícia. É a incapacidade ou falta de aptidão para o exercício de uma função. Ex: Age com imperícia empregado de firma de manutenção de elevadores que executa serviços sem capacidade técnica. É a falta de habilitação.
Elementos do homicídio culposo:
comportamento humano voluntário, positivo ou negativo.
descumprimento do cuidado objetivo necessário, manifestado pela imprudência, negligência ou imperícia;
previsibilidade objetiva pelo resultado;
inexistência de previsão pelo resultado;
morte involuntária.
Observação:
Compensação de Culpas: Não existe compensação de culpas em direito penal. Se o agente e a vítima atuaram com imprudência, o fato da vítima também ter agido com culpa não exclui a responsabilização do primeiro. O agente só não pratica o crime se a culpa foi exclusivamente da vítima.
Concorrência de Culpas: Duas ou mais pessoas agem culposamente, causando a morte de alguém (terceiro). Ambos respondem por homicídio culposo.
Homicídio Culposo nos Delitos de trânsito: Se o homicídio culposo, ocorrer quando o agente estiver dirigindo veículo automotor, o enquadramento será pelo Código Nacional de trânsito, ou seja Lei 9503/97, .
Pena: detenção de um a três anos.
Ação: Pública incondicionada
Art.121, § 4º, 1ªparte – CAUSA DE AUMENTO DE PENA NO HOMICÍDIO CULPOSO
Referido artigo divide-se em duas partes:
Art. 121, § 4º, 1ª parte: 
a) não observar regra técnica de profissão, arte ou ofício;
Ex.: médico que não esteriliza instrumentocirúrgico; dando causa a uma infecção que causa morte na vítima.
b)omitir socorro imediato
Apenas se aplica para àqueles que tenham agido com culpa e não tenham prestado imediato socorro. Ne não agiu de forma culposa, responde por omissão de socorro (art. 135, parágrafo único do CP) 
não procurar diminuir as conseqüências do ato;
Ex.: Após atropelar a vítima, nega-se a transportá-la de um hospital para outro, depois de ter sido ela socorrida por terceiros.
fugir para evitar prisão em flagrante;
Normalmente é aplicada juntamente com a primeira hipótese (ausência de socorro à vítima). Todavia só é aplicada uma causa de aumento de pena, conforme determina o artigo 68 do CP, o qual prevê que em caso de duas exasperações de pena, o juiz se limitará a um só aumento.
OBSERVAÇÃO* Homicídio culposo na direção de veículo automotor - lei nº 9.503, art. 302 (CTB). 
O homicídio culposo do CP não se confunde com o homicídio culposo na direção de veículo automotor que será punível pelo CTB. 
 
       	Se ocorrer em via particular, também será CTB, pois nos crimes do CTB que o legislador quis exigir via pública, ele o fez expressamente, como a embriaguez ao volante, por exemplo.
Não obstante o CTB não ter previsto a possibilidade de perdão judicial, o art. 291 prevê a aplicação subsidiária das regras gerais do CP.
Art. 121, § 5º, PERDÃO JUDICIAL NO HOMICÍDIO CULPOSO
Noção: O juiz pode conceder o perdão judicial, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. É a punição do agente pelo destino. A lesão grave pode ser nele próprio.
No homicídio culposo, essa finalidade repressiva já foi atingida, pois a própria pessoa se reprime, sente-se culpada. Podendo o juiz deixar de aplicar a pena. Para grande parte dos doutrinadores, não é uma atividade discricionária do juiz, ele deve aplicar. E assim vai extinguir a punibilidade do sujeito (art. 107, IX e 120 do CP e súmula 18 do STJ).
As conseqüências a que se refere o § 5º podem ser: 
a) físicas (o agente também acaba sendo lesionado de forma grave) 
b) morais (dizem respeito à morte de familiares e pessoas ligadas por afinidades ao agente) 
OBS: Para o STF a sentença que concede o perdão tem natureza condenatória - afasta apenas o efeito principal da condenação e a reincidência, permanecendo os efeitos secundários. Para o STJ (súmula 18) tem natureza declaratória, afastando todos os efeitos da condenação. 
AÇÃO PENAL
Ação penal no crime de homicídio é, em todas as formas ação pública incondicionada. O que modifica é a competência.
1) Homicídio doloso - A competência do julgamento dos crimes dolosos contra a vida é do Tribunal do Júri - art. 5º, XXXVIII, “d”, da CF/88 e arts.. 406 e s. do CPP.
2) Homicídio culposo - ação penal pública incondicionada (art. 100 do CP). Segue o procedimento sumário previsto no art. 539 do CPP. Em virtude de a pena mínima ser de 1 ano cabe suspensão condicional do processo (lei 9.099/95). 
ART. 122 - INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO
O suicídio que é a “deliberada destruição da própria vida”, ou a tentativa de suicídio não são consideradas condutas delitivas, mas a participação de terceiros em atos dessa natureza constituem fato punível. Assim, o induzimento, a instigação ou o auxílio a suicídio estão previstos no art. 122 do CP como crime autônomo. Como assevera Luiz Regis Prado, “embora atípico, o suicídio é fato ilícito, de modo que não constitui constrangimento ilegal a coação exercida para impedi-lo (art. 146, § 3º, II do CP).” 
Noção: É a participação em suicídio. O direito penal não pune aquele que tenta o suicídio, mas pune quem induz, instiga ou auxilia o suicídio.
Suicídio: É a supressão voluntária e consciente da própria vida.
Bem jurídico tutelado - a vida humana.
Sujeito ativo: o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, não requerendo nenhuma condição particular. Não se trata de punir o partícipe do suicídio alheio, uma vez que o suicídio não é crime, mas sim de puni-lo como autor do crime, pois cometeu a conduta descrita na norma incriminadora.
Sujeito passivo  - pode ser qualquer ser humano vivo. Não obstante, é indispensável que se trate de pessoa determinada, ou determinável grupo de pessoas. O induzimento genérico não caracteriza crime do art. 122 do CP.
*A vítima não pode sofrer qualquer vício de consentimento (fraude,  coação física ou moral, erro provocado por terceiro), senão será homicídio (autor mediato). Também se entende que a vítima deve ter alguma capacidade de entendimento da natureza do ato praticado, se for por exemplo um louco, ou criança (menor de 14), o crime será de homicídio pela autoria mediata.
Tipo objetivo: Induzir: é dar idéia de suicídio a alguém que ainda não tinha este pensamento. Ex.: líderes fanáticos que estimulam o suicídio em massa.
Instigar: é reforçar a intenção suicida já existente. Ex. Pessoa no alto de um prédio, prestes a se atirar de lá, e, ainda assim, passam a estimular, mediante gritos, que o suicida efetivamente salte.
O induzimento e a instigação são chamados de participação moral.
Auxiliar: significa colaborar materialmente com a prática do suicídio, quer dando instruções, quer emprestando objetos(arma, veneno) para que a vítima se suicide. É chamado de participação material.
Consumação e tentativa:
A lei exclui o crime quando a vítima não tenta se matar, ou se tentando, sofre apenas lesões de natureza leve, já que para esses casos, não há previsão legal da pena..
Por isso o crime somente se consuma no momento da morte da vítima ou, no segundo caso, quando ela sofre lesões graves.
A tentativa que teoricamente seria possível não existe porque a lei só pune o crime quando há morte ou lesões graves e, nesses casos, o crime está consumado.
Conclui-se assim, que o crime do art. 122 não admite tentativa. Não se confunda, todavia tentativa de suicídio que evidentemente existe e que se refere ao fato em si, com a tentativa de crime de participação em suicídio que, nos termos acima, não admite o conatus.
OBSERVAÇÕES:
a) Deve haver relação de causa e efeito entre a conduta do agente e da vítima. É o chamado nexo de causalidade. Se o agente empresta um revólver e a vítima se enforca, não há crime, já que excluído o empréstimo da arma, a vítima teria conseguido cometer o suicídio da mesma forma como o fez.
deve haver seriedade na conduta do agente. Se alguém em tom de brincadeira, diz a vítima que a única solução é “se matar” e a vítima efetivamente se mata, o fato é atípico por ausência de dolo.
Se duas pessoas fazem pacto de morte e um deles se mata e o outro desiste, o sobrevivente, o sobrevivente responderá pelo crime do artigo 122 do Código Penal. Se, entretanto, duas pessoas decidem morrer juntamente, se trancam em um compartimento fechado e um deles liga o gás, mas apenas um morre, haverá homicídio por parte daquele que executou a conduta de abrir a torneira do botijão de gás.
Qualificação doutrinária:
material ( Para que se consume é necessário o resultado morte ou lesão grave.
De dano. ( Pressupõe efetiva lesão ao bem jurídico.)
Comissivo ( exige uma atividade positiva do agente, um fazer. No caso do art. 122 do CP, é discutível, conforme já visto.)
Instantâneo. ( Consuma em um momento determinado e certo, ou seja, o momento em que a vítima sofre a lesão grave ou morre.)
Ação livre. ( Admite qualquer meio de execução.)
Comum. ( Pode ser praticado por qualquer pessoa.)
Simples. ( Atinge apenas o bem jurídico vida.)
Art. 122 - § único – CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
O art. 122, parágrafo único, dispõe que a pena será aplicado em dobro quando:
O crime for praticado por motivo egoístico. ( para ficar com a herança da vítima; para ficar com seu cargo etc.)
2) A vítima for menor (1ª parte.) ( Deve Ter menos de 18 anos mas com alguma capacidade de resistência e discernimento, pois, se a vítima, em razão da pouca

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