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Simulado – R3 Clínica Médica Questões Objetivas UFSC – R3 Clínica Médica – 2009 1- Em relação à epilepsia, é correto afi rmar: a) convulsão é sinônimo de epilepsia b) um indivíduo com epilepsia pode ter um ou múltiplos tipos de convulsão c) a etiologia da epilepsia pode ser determinada na maioria dos pacientes d) a etiologia da epilepsia não depende da idade ou da proce- dência do paciente (da região do país ou do mundo) e) o termo epilepsia não gera estigma nem para o paciente nem para a sociedade 1- Questão sobre conceitos em Epilepsia: • Convulsão é o evento clínico neurológico, de origem epi- léptica, em que há abalos motores, classicamente tônico-clô- nico e generalizados. Um episódio convulsivo não necessa- riamente implica um diagnóstico de Epilepsia. Essa doença, por sua vez, implica recorrência de eventos epilépticos, in- dependente da natureza (eventos convulsivos ou não convul- sivos). Exemplo: a crise de ausência é um evento epiléptico generalizado (pois há clara perda temporária de consciência) de natureza não convulsiva. Portanto, um indivíduo com epilepsia pode apresentar uma ampla gama de tipos de crises epilépticas, como parcias simples, parcias complexas ou crises tônico-clônica generalizadas, entre outras. • A etiologia da Epilepsia deve ser investigada em todos os pacientes, se possível. O exame mais adequado para tal fi m é a RM de encéfalo. Ela apresenta sensibilidade sufi ciente para detectar boa parte das causas de epilepsia, embora ainda tenhamos um grupo relativamente grande de pacientes com epilepsia idiopática (etiologia a nível subcelular) e criptogê- nica (indeterminada). Se levarmos em consideração uma in- vestigação apenas com TC de crânio, esse grupo é ainda mais numeroso. A etiologia da epilepsia tem forte correlação com a idade e com a região do mundo onde o paciente procede. Exemplo: adultos jovens têm na esclerose mesial temporal uma causa importante de epilepsia, diferente de idosos, onde sequelas de AVCi tomam o primeiro lugar. Países endêmicos de Neurocisiticercose apresentam uma frequência elevada de Epilepsia relacionada a essa doença neuroinfecciosa. • Obviamente, a epilepsia e o uso de anticonvulsivantes são fatores que geram um estigma nos pacientes e para os fami- liares. Resposta b. UFRN – R3 Clínica Médica – 2009 2- Homem de 52 anos procura o pronto-socorro por apresentar, há seis horas, cefaléia frontooccipital intensa, não-latejante, de início súbito (“talvez a pior da minha vida”), acompanhada de náuseas e discreta tontura rota- cional. Ao exame, está afebril, apresenta pressão arterial de 170x100mmHg, ausência de nistagmo, fundo de olho normal e rigidez terminal, à mobilização cervical. Nega cefaléia e hipertensão prévias. Para esse paciente, a melhor conduta é a) analgesia e alta hospitalar após melhora da crise de migrânea b) analgesia, anti-hipertensivo e observação c) anti-hipertensivo, tomografi a de crânio e corticóide IV d) analgesia, tomografi a de crânio e punção lombar 2- Homem, previamente hígido, com quadro agudo de cefaléia abrupta de forte intensidade, sem défi cits focais claros, sem febre, acompanhada de náuseas e sinais meníngeos discretos. Há um aumento de PA. A hipótese mais provável para esse paciente seria o de HSA. A HSA decorre de ruptura de aneu- rismas saculares, o que leva a sangramento no espaço su- baracnóideo (espaços meníngeos, cisternas, sulcos e sistema ventricular). Esse sangramento pode provocar óbito imediato em até 30% dos pacientes. Os sobreviventes podem evoluir para vasoespasmo a partir do quarto dia de evolução. Caso haja ressangramento, a mortalidade sobe para 60-70%. O primeiro exame a ser solicitado após analgesia é a TC de crânio, que mostra anormalidades em 95 % dos pacientes nas primeiras 24hs. Eventualmente, principalmente após alguns dias, quando a sensibilidade da TC decai, a coleta de líquor é mandatória para se chegar ao Dx e avaliar outros Dx dife- renciais. Resposta d. INCA-Anestesiologia-Patologia-Radiologia – 2009 3- Mair tem 72 anos, é hipertenso, dislipidêmico e há um mês sofreu acidente vascular cerebral isquêmico que o 2 PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA � 1º Simulado - R3 Clínica Médica deixou hemiplégico à direita. O eletrocardiograma evi- denciou fi brilação atrial crônica e bloqueio do ramo esquerdo de 3º grau. O doppler identifi cou uma obstrução de 60 a 70% do ramo interno da carótida esquerda e 40 a 50% do ramo interno da carótida direita. O ecocar- diograma transtorácico demonstrou hipertrofi a ventri- cular esquerda, refl uxo mitral moderado, átrio esquerdo com 4,6cm de diâmetro e função sistólica do ventrículo esquerdo preservada ao repouso. A medida terapêutica de maior impacto na redução do risco do Sr. Mair apresentar um novo acidente vascular cerebral isquêmico é ter a seguinte conduta: a) tratar com clopidogrel b) usar ácido acetilsalicílico c) anticoagular com warfarim d) fazer endarterectomia cirúrgica 3- Questão sobre prevenção secundária de AVCi. Ela cita na questão um paciente de 72 anos, com histórico de AVCi à esquerda e sequela à direita. Esse paciente apresenta os seguintes fatores de risco: • HAS • DLP • FA crônica – provável mecanismo do evento- cardioem- bólico • BRE de terceiro grau • Cardiopatia valvar com hipertrofi a de VE e AE • Estenose carotídea bilateral, sendo à esquerda de 60 a 70% O tratamento medicamentoso desse paciente consistiria portanto em: • antihipertensivo • hipolipemiante oral • anticoagulante oral pela FA crônica e eventos cerebrovas- culares potencialmente cardioembólicos concomitantes • A indicação de endarterectomia nesse caso é relativa, pois a estenose é inferior a 70% e há alto risco cirúrgico pela idade e comorbidades do paciente. A anticoagulação também tem seu risco (hemorragias) pelo pela farmacocinética da própria droga, bem como pelo uso errático. No entanto, a anticoagulação plena com INR ente 2 e 3, além dos controles da PA e do colesterol, é a maneira mais efi caz de se evitar um novo evento isquêmico. No caso de dúvida ou impossibilidade de usar warfarina, a prescrição de AAS seria aceitável, embora com efi cácia menor nesse caso. Resposta c. INCA – Cancerologia Pediátrica – 2009 4- Kelly tem um ano e apresenta atraso do desen- volvimento motor, hipotonia acentuada generaliza- da, fraqueza muscular, refl exos tendinosos profundos ausentes, bochechas caídas, boca aberta e miofascicula- ção da língua. Os pais são consanguíneos e a irmã faleceu aos quatro meses com quadro semelhante. Este quadro sugere doença com comprometimento primário de: a) neurônios motores superiores b) neurônios motores inferiores c) músculos esqueléticos d) nervos periféricos 4- Independente do diagnóstico nosológico da doença da paciente, a questão descreve um clássico quadro de acometi- mento motor, caracterizado por sintomas que se encaixariam numa síndrome do neurônio motor inferior (IINM), como: • fraqueza • atrofi a • hiporrefl exia • fasciculações • hipotonia Observe que há acometimento de motoneurônios ponti- no-bulbar pela presença de miofasciculações de língua e fraqueza facial. A via do II NM se inicia na medula, no motoneurônio medular ,segue pela raiz nervosa, nervo periférico e vai até a JNM e músculo. A cosanguinidade dos pais nos remete a patologias genéticas de transmissão hereditária, com provável herança autossômi- ca recessiva, além da história de óbito da irmã com 4 meses. Nesse contexto, a patologia mais provável para o caso seria a de amiotrofi a espinhal progressiva (AMEP forma infantil tipo II). Resposta b. INCA – Medicina Intensiva - 2009 5- Lucas tem 45 anos e chega ao setor de emergência com dor de forte intensidade em coluna torácica, de início súbito há 48 horas e evoluindo com paraplegia. Realizou ressonância nuclear magnética de urgênciaque eviden- ciou lesões líticas em 6a, 7a e 8a vértebras torácicas com achatamento do corpo vertebral e compressão do saco dural. A conduta imediata para Lucas é: a) radioterapia local b) intervenção cirúrgica c) estadiamento da doença d) quimioterapia com corticóide 5- A questão descreve um adulto com um quadro súbito de dor em coluna torácica associado com paraplegia há 48horas. Paraplegia usualmente envolve lesão em medula torácica, o que é evidenciado pela RM de medula. Esse exame mostra lesões líticas nas 6a, 7a e 8a vértebras torácicas com acha- tamento do corpo vertebral e compressão do saco dural. Observe que se trata de um paciente com quadro medular agudo e compressivo por fratura patológica (vide fi gura), portanto uma emergência neurocirúrgica, já que a medula encontra-se comprimida, em sofrimento, que pode se ampliar por lesão isquêmica associada à compressão. A conduta é imediata descompressão cirúrgica da medula espinhal, sob risco de não sobrar tempo e haver uma lesão defi nitva na medula afetada, com sequelas neurológicas irreversíveis. A etiologia mais provável dessas lesões na coluna é dissemi- nação metastática de alguma neoplasia nesse jovem, como neoplasia de pulmão, melanoma, próstata, etc. Gabarito Comentado 3 Achatamento do corpo vertebral secundário à fratura patoló- gica. Resposta b. FESP-R3 Clínica Médica – 2009 6- Paciente de 67 anos, portador de doença de Alzheimer, dá entrada em setor de emergência com quadro iniciado quatro horas antes de cefaléia leve e hemiparesia bra- quiocrural esquerda. Na admissão, sua pressão arterial é normal e não há redução do nível de consciência. Seus exames laboratoriais são normais. É realizada tomogra- fi a computadorizada de crânio, que mostra hemorragia lobar à direita. A hipótese diagnóstica mais provável para o caso é: a) angiopatia amilóide b) endocardite infecciosa c) rotura de má-formação arteriovenosa d) metástase cerebral com sangramento 6- Questão clássica sobre AVCh em idosos.A questão descreve um senhor de 67 anos (não tão idoso assim, por sinal) que apresenta um quadro agudo de cefaléia leve e défi cit focal, sem rebaixamento do nível de consciência e sem aumento de PA. A TC comprova uma hemorragia lobar direita. Observe que não se trata de um clássico tipo de AVCh hipertensivo, pois além da hemorragia ser lobar, o paciente não é hipertenso... Nesse caso, teríamos que abrir nossa chave de Dx diferen- ciais para esse tipo de quadro, como sangramentos causados por: • MAV (mais em jovens) • Coagulopatias • Tumores do SNC que sangram • Ruptura de aneurisma (teríamos um componente subarac- nóideo) • Angiopatia Amilóide (representa 15% dos AVCh em pacientes acima de 60 anos e 50% naqueles acima de 75 anos) Nesse caso, há antecedentes de Doença de Alzheimer. A Angiopatia Amilóde Cerebral se refere a uma deposição de proteína beta-amilóide nas camadas média e adventícia dos vasos de pequeno e médio calibres do córtex e leptome- ninges (fi gura abaixo) .Não está associada com Amiloidose Sistêmica. Essa patologia tem sido reconhecida como um dos achados morfológicos mais típicos da Doença de Alzheimer, embora seja encontrada em idosos neurologicamente assinto- máticos também. Cerca de 40% dos pacientes com AAC têm algum grau de demência. Há recorrência dos sangramentos em até 40% dos casos, principalmente naqueles hipertensos. O tratamento é conservador na grande maioria dos casos, excetuando-se aqueles sangramentos que levem a algum de hipertensão intracraniana ou risco de herniação, onde o tra- tamento neurocirúrgico pode ser necessário. Hemorragia lobar da AAC Resposta a. FESP-R3 Clínica Médica – 2009 7- Enquanto demonstrava um teorema para seus alunos, um geômetra de 36 anos notou que letras e números estavam se embaralhando. Depois, no espelho, viu que o olho direito estava desviado para dentro e se movia com difi culdade para o lado externo. Diante desse distúrbio da motricidade ocular, impõe-se considerar a hipótese de lesão do seguinte par craniano: a) sexto b) oitavo c) quinto d) sétimo 7- Questão sobre alterações de pares cranianos e da motrici- dade ocular extrínseca. Note que ele descreve uma alteração de movimentação ocular, na qual o olho D encontra-se aduzido (desviado para dentro) e com difi culdade para se movimentar para o lado externo (abdução). Trata-se de um distúrbio da MOE horizontal na qual há falha de abdução, por um problema no músculo reto lateral (abdutor do olho), que é inervado pelo VI nervo craniano ipsilateral (nervo abducente D). Esse nervo tem sua origem na ponte. Paralisia do nervo abducente a D. Note o intenso desvio medial do olho D- estrabismo convergente a D (posição primária do olhar). Resposta a. FESP-R3 Clínica Médica – 2009 8- Além de possuir padrão eletrencefalográfi co inconfun- dível, expresso pelo surgimento abrupto de complexos ponta-onda de 3 Hz, as crises de pequeno mal são também de fácil identifi cação clínica pela singularidade dos eventos que se sucedem em um surto. Nesses casos, é característica a ocorrência de: a) aura sensorial olfativa b) convulsões subentrantes c) lapso momentâneo da consciência d) desorientação pós-ictal prolongada 4 PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA � 1º Simulado - R3 Clínica Médica 8- As crises de ausência típica acontecem em crianças no período escolar, são benignas, tem etiologia idiopática. As crises são generalizadas, mas não convulsivas, com a criança perdendo o contato durante alguns segundos, em geral, menos de 20 segundos, sem desorientação pós-ictal ou abalos. Não há auras. O EEG mostra um padrão generalizado característico com complexos ponta-onda de 3 Hz e a RM de encéfalo é normal. O tratamento com Valproato é efi caz e o prognóstico é bom. Resposta c. FESP-R3 Clínica Médica – 2009 9- Lançado a esmo por mendigo bêbado, um paralelepípe- do atingiu a cabeça de outro mandrião, que acabou sendo removido para o pronto-socorro municipal. No exame neurológico, havia perda de quatro pontos à análise dos quesitos da escala de comas de Glasgow, o que conduz a uma pontuação fi nal de: a) 10 b) 11 c) 12 d) 13 9- Questão básica sobre escala de coma de Glasgow (GCS). A GCS avalia 3 parâmetros: melhor resposta verbal, melhor resposta motora e abertura ocular. Varia de pontuação mínima de 3 pontos (1 ponto para cada parâmetro ) até um total máximo de 15 pontos. Na questão, o paciente perdeu 4 pontos, fi cando portanto com GCS de 11. ESCALA DE COMA DE GLASGOW Parâmetros Resposta Pontuação Abertura ocular Espontânea Estímulos verbais Estímulos dolorosos Ausente 4 3 2 1 Melhor resposta verbal Orientado Confuso Palavras inapropriadas Sinais ininteligíveis Ausente 5 4 3 2 1 Melhor resposta motora Obedece comandos verbais Localiza estímulos Retirada inespecífi ca Padrão fl exor Padrão extensor Ausente 6 5 4 3 2 1 Resposta b. SMS-SP-Clínica Médica – 2008 10- Em um paciente que procura o pronto-socorro com queixa de cefaléia, aponte as características mais comuns nas cefaléias secundárias. a) miose e sudorese de fronte b) idade superior a 50 anos e tempo de cefaléia menor que 1 ano c) intensidade moderada a forte e recorrência d) fotofobia e localização unilateral e) dores por mais de 15 dias ao mês, por, pelo menos 3 meses 10- A questão deseja saber do aluno seu conhecimento a cerca de características que possam ajudar na distinção entre cefaléia primária e secundária. Algumas características são comuns ao dois tipos de cefaléia e ajudam pouco na distinção entre elas, tais como localização, tipo de dor (latejante, pulsátil, aperto, etc.), foto e fonofobia, vômitos, intensidade etc. Embora algumas dessas características estejam classicamente presentes nas cefaléias primárias, elas podem acompanhar cefaléiassecundárias. Por outro lado, existem características que são típicas de cefaléia primária, como recorrência, dores crônicas, etc. Outras características nos fazem pesquisar cefaléias se- cundárias, tais como: idade elevada, cefaléia de início recente, cefaléia progressiva, cefaléia súbita etc. Vamos aos itens: a) Miose e sudorese de fronte: pode estar classicamente presente nas cefaléias primárias autonômicas, que costumam ser recorrentes. Casos novos devem ser investigados. b) Idade superior a 50 anos e tempo de cefaléia menor que 1 ano: característica clássica de cefaléia secundária a arterite temporal c) Intensidade moderada a forte e recorrência: fatores clássicos de cefaléias primárias migranosas d) Fotofobia e localização unilateral: também característica clássica de cefaléia migranosa. e) Dores por mais de 15 dias ao mês, por, pelo menos 3 meses: padrão temporal de cefaléia crônica, tensional ou migranosa. Resposta b. PUC-PR - R3 CM – 2008 11- Com relação às doenças pulmonares com comprome- timento difuso, é CORRETO afi rmar que: a) a bronquiolite respiratória com doença pulmonar intersti- cial não ocorre em fumantes b) a fi brose pulmonar idiopática é também chamada de alveolite fi brosante criptogênica, e o seu padrão histológico é a pneumonite intersticial usual (PIU) c) o envolvimento intersticial é incomum na esclerose sistêmica progressiva d) a ciclofosfamida não induz doença pulmonar difusa e) os corticosteróides orais são o tratamento de escolha para a sarcoidose estágio 1 11- A bronquiolite respiratória é uma síndrome distinta da bronquiolite obliterante. Há limitação do fl uxo aéreo, sem evidência clínica de asma, enfi sema ou bronquiectasia. Ge- ralmente é rapidamente progressiva, existindo nas pequenas vias aéreas (< 2 mm), em bronquíolos que não possuem car- tilagem. Alguns autores utilizam a terminologia de doença das pequenas vias aéreas, correspondendo a 4% das doenças obstrutivas em geral. Quase metade dos pacientes possui história de tabagismo. O diagnóstico radiográfi co é feito através da tomografi a computadorizada de alta resolução (TCAR), que demonstra áreas de alta heterogeneidade da densidade dos lóbulos pulmonares, criando o aspecto de mosaico, que se acentua no exame feito em expiração. Essas áreas representam alçaponamento aéreo, com oligoemias, e o aumento das densidades pode refl etir hiperperfusão de áreas normais no parênquima pulmonar. A prova de função respiratória demonstra obstrução severa com diminuição da capacidade de difusão do monóxido de carbono. O lavado broncoalveolar apresenta predomínio neutrofílico. Fibrose pulmonar idiopática (FP1), pneumopatia intersticial difusa idiopática ou alveolite criptogênica são terminologias utilizadas para descrever uma entidade clínica bem defi nida, limitada ao pulmão e associada ao achado histopatológico de espessamento dos septos alveolares por células infl ama- tórias e conjuntivas, confi gurando um quadro de pneumonia intersticial crônica, rotulada “usual” (UIP) pela Escola norte- americana. Gabarito Comentado 5 A confi rmação da presença do padrão de UIP ao exame his- tológico é essencial para estabelecer este diagnóstico. As biopsias transbrônquicas não ajudam a defi nir o diagnóstico de UIP, e uma biopsia cirúrgica geralmente é necessária. A marca histológica e o principal critério de diagnóstico da UIP é uma aparência heterogênea em baixa ampliação com áreas alternadas de pulmão normal, infl amação intersticial, focos de fi broblastos em proliferação, fi brose densa de colágeno e alterações em “favo de mel”. Tais alterações histológicas afetam o parênquima periférico subpleural mais intensamen- te. A infl amação intersticial costuma ser irregular e consiste em um infi ltrado linfoplasmocitário nos septos alveolares associado à hiperplasia dos pneumócitos tipo 2. As zonas fi - bróticas são compostas principalmente de colágeno denso, porém focos esparsos de fi broblastos em proliferação são um achado constante. O grau de proliferação dos fi broblas- tos prediz a evolução da doença. As áreas em “favo de mel” compõem-se de espaços aéreos fi bróticos císticos freqüente- mente revestidos por epitélio bronquiolar e preenchidos com mucina. A hiperplasia do músculo liso é comum nas áreas de fi brose e alteração em “favo de mel”. Um padrão fi brótico com algumas características semelhantes à UIP pode ser encontrado no estágio crônico de diversos distúrbios espe- cífi cos como pneumoconioses (p. ex., asbestose), lesão por radiação, doenças pulmonares induzidas por certos fármacos (p. ex., nitrofurantoína), aspiração crônica, sarcoidose, pneu- monite de hipersensibilidade crônica, pneumonia eosinofíli- ca crônica organizada e HCLP. Normalmente, outras carac- terísticas histopatológicas estão presentes nessas situações, permitindo, assim, a separação destas lesões das de padrão semelhante à HCLP. Conseqüentemente, usa-se o termo UIP para os pacientes em que a lesão é idiopática e não está associada a outro distúrbio. Pacientes portadores de esclerose sistêmica difusa podem complicar com fi brose pulmonar em até 65% dos casos. O risco desta complicação aumenta com a positividade do anticorpo Scl-70. A ciclofosfamida é o fármaco de escolha em muitos casos de doença pulmonar intersticial. Inclusive na FPI e na esclero- dermia. Estágio I de sarcoidose: presença de adenomegalias hílares bilaterais associadas ou não a adenomegalia paratra- queal direita. Neste estágio o uso de corticóide não é reco- mendação obrigatória, uma vez que pode haver regressão espontânea. Gabarito ofi cial B, mas a opção D também é correta. A instituição não anulou a questão. PUC-PR - R3 CM – 2008 12- Alguns conceitos são muito importantes no tratamen- to da asma. Entre as assertivas abaixo, o que é literal- mente CORRETO é: a) tratamento apenas das crises e tratamento contínuo com anti-infl amatórios sempre trazem os mesmos resultados b) não há necessidade de tratamento profi lático se você pensa apenas em prognóstico a longo prazo; como a doença é totalmente reversível, nunca haverá sequelas funcionais signifi cativas, mesmo tratando apenas as crises c) a educação em asma e o estímulo à adesão ao tratamento são partes fundamentais no tratamento, com o mesmo peso de importância do que receitar apenas medicamentos apro- priados d) o tratamento profi lático melhora a qualidade de vida, porém infelizmente não diminui a chance de óbito por asma aguda e) os antileucotrienos orais tem a mesma efi cácia na asma persistente moderada do que os corticosteróides inalados em adultos 12- Tratar asma é modifi car comportamento; é alterar o meio ambiente do asmático; é informá-lo sobre os mecanismos envolvidos em sua doença e em seu tratamento. Orientar o asmático sobre o comportamento mais adequado em uma situação de agudização dos sintomas é obrigação de seu médico assistente. O tratamento da asma tem quatro principais componentes: • Controle ambiental. • Medicação. • Medidas periódicas e simples da função pulmonar. • Esclarecimento ao asmático sobre sua doença e seu trata- mento. Classicamente, controlar a asma inclui: • Ter sintomas crônicos mínimos (idealmente nenhum), incluindo sintomas noturnos. • Ter episódios mínimos (infreqüentes). • Não precisar procurar o pronto-socorro. • Ter necessidade mínima de β2-SOS. • Não haver limitação na atividade física, incluindo exercício. • Ter função pulmonar normal (ou próxima). • Ter efeitos adversos mínimos (ou inexistentes) da medicação. Os Cl são os agentes antiinfl amatórios mais efi cazes utiliza- dos no tratamento da asma e reduzem o número de células infl amatórias e sua ativação nas vias respiratórias. Esses fármacos diminuem as quantidades de eosinófi los nas vias respiratórias e no escarro, assim como as contagens de lin- fócitosTativados e mastócitosna superfície da mucosa das vias respiratórias. Esses efeitos podem explicar a redução da HRVR observada durante o tratamento prolongado com Cl. O mecanismo de ação molecular dos corticóides consiste em vários efeitos no processo infl amatório. O principal efeito dos corticóides é bloquear a transcrição de vários genes ativados que codifi cam proteínas infl amatórias, inclusive citocínas, quimiocinas, moléculas de adesão e enzimas pró-infl ama- tórias. Esse efeito envolve vários mecanismos, inclusive a inibição dos fatores de transcrição NFkB e AP-1, mas um mecanismo importante é o recrutamento da histona-desace- tilase-2 para o complexo de genes infl amatórios, que reverte a acetilação da histona associada a transcrição genética exagerada. Os corticóides também ativam os genes antiin- fl amatórios, entre eles o gene da proteinoquinase fosfatase-1 ativada por mitógeno (MAP), e aumentam a expressão dos receptores β2- A maioria dos efeitos colaterais metabólicos e endócrinos dos corticóides também é mediada pela ativação da transcrição. Resposta c. PUC-PR - R3 CM – 2008 13- Com relação ao câncer de pulmão, é INCORRETO afi rmar que: a) é a mais prevalente das doenças malignas, acometendo 22% dos homens e 10% das mulheres, destacando-se como principal fator de risco o tabagismo b) cerca de 2% a 3% dos cânceres relacionam-se aos fumantes passivos c) de acordo com o sistema de estadiamento TNM, o Tx é o carcinoma in situ d) invasão do nervo frênico signifi ca extensão direta do tumor primário T3; não exclui a cirurgia, exceto se outros critérios para T4 existirem e) o carcinoma de células pequenas é responsável por cerca de 15% a 25% de todos os tumores malignos do pulmão 6 PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA � 1º Simulado - R3 Clínica Médica 13- Todas as afi rmações estão corretas, exceto a opção C, uma vez que no sistema TNM, Tx: tumor primário não pode ser avaliado. ESTADIAMENTO TNM Tumor primário (T) TX Tumor primário não pode ser avaliado. T0 Sem evidência de tumor primário. Tis Carcinoma in situ. T1 Tumor de < 3 cm na sua maior dimensão, circundado por pulmão ou pleura visceral e sem evidência broncoscópi- ca de invasão mais proximal que o brônquio lobar. T2 Tumor de > 3 cm na sua maior dimensão e/ ou envol- vimento do brônquio principal, > 2 cm ou mais distai à carena e/ou invasão da pleura visceral, e/ou associação com atelectasia ou pneumonite obstrutiva que se estende à região hilar, mas não envolve todo o pulmão. T3 Tumor de qualquer tamanho que invade diretamente a parede torácica (incluindo tumor de sulco superior), o diafragma, a pleura mediastinal e o pericárdio parietal; ou tumor no brônquio principal < 2 cm da carena mas sem o seu envolvimento; ou presença de atelectasia; ou pneumonite obstrutiva de todo o pulmão. T4 Tumor de qualquer tamanho que invada o mediastino, o coração, os grandes vasos, o esôfago, a traquéia, o corpo vertebral; ou nódulos tumorais separados no mesmo lobo; ou tumor com derrame pleural maligno. Resposta c. PUC-PR - R3 CM – 2008 14- Qual das síndromes abaixo é bastante sugestiva do diagnóstico de sarcoidose? a) síndrome de Hermansky-Pudlak b) síndrome de Kartagener c) síndrome de Löffl er d) síndrome de Swyer-James e) síndrome de Löefgren 14- Síndrome de Löefgren: adenopatia hilar bilateral e pa- ratraqueal; eritema nodoso; artrite periférica; uveíte; Síndrome de Hermansky-Pudlak: é uma doença autos- sômica recessiva. Consiste no fenótipo da tríade de hipo- pigmentação, prolongado tempo de sangramento devido à defi ciência da associação do armazenamento de plaquetas e acumulação de pigmento do ceroide nas organelas lisos- somais. Outras características sérias são fi brose pulmonar e colite granulomatosa. A desordem é causada por mutações no gene HPS1 no cromossoma 10q23. O produto do gene HPS1 é envolvido na transferência dos melanossomas, de corpos densos de plaquetas, e de lisossomas. síndrome de Kartagener: transtorno autossômico recessivo caracterizado por bronquiectasia, sinusite, dextrocardia e infertilidade. Estudos in vitro de tecidos destes pacientes mostraram vários padrões de batimento ciliar anormal. Síndrome de Löffl er (eosinifi lia pulmonar aguda): é uma infl amação autolimitante dos pulmões, associada à infi ltra- ção de eosinófi los nos pulmões e na circulação periférica, associada a enteroparasitoses que possuem ciclo pulmonar. Síndrome de Swyer-James: Enfi sema unilateral que pode acometer um lobo ou todo o pulmão e é ocasionado pela bronquiolite obliterativa após infecção respiratória viral, em lactentes ou infantis. Resposta e. PUC-PR - R3 CM – 2008 15- O diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) deve ser clinicamente considerado como hipótese primária nos seguintes indivíduos, EXCETO: a) acima de 40 anos b) que apresentam na espirometria relação VEF1/CVF acima de 0,70 após o uso de broncodilatador c) com queixa de dispnéia, tosse crônica, expectoração frequente ou sibilância d) com história tabágica acima de 20 anos/maço e) com história de exposição ocupacional ou fogão a lenha 15- Pontos essenciais para o diagnóstico de DPOC: • Espirometria com distúrbio ventilatório obstrutivo, com prova de broncodilatação negativa. • Hiperinsufl ação pulmonar na radiografi a de tórax. • Tabagismo. Resposta b. PUC-PR - R3 CM – 2008 16- Mulher branca, 28 anos, relata estar apresentando há seis semanas um quadro de fadiga e febre baixa. Ao exame físico observa-se linfonodomegalia. Sabe-se que, aos 15 anos, foi submetida a esplenectomia devido a trom- bocitopenia e que já sofreu três abortos, sendo o último seguido de trombose venosa. Quais seriam os testes mais úteis para estabelecer o diagnóstico desta paciente? a) AAN, anti-SS-A e Anti-SS-B b) AAN, anticorpos anticardiolipina e anti-DNA c) anticorpos antineutrófi los e anti-histona d) fator reumatóide, AAN e anti-SCL-70 e) AAN, fator reumatóide e anticorpo anti-Lyme 16- Esta mulher com sintomas constitucionais atuais, asso- ciados a linfonodomegalias e que há 15 anos foi submetida a esplenectomia para tratamento de trombocitopenia, tinha à época certamente o diagnóstico de PTI. Na sua história pregressa há também relato de abortamentos recorrentes e TVP, o que nos faz pensar na síndrome do anticorpo antifos- folípide. Esta história clínica nos remonta para a impressão diagnóstica mais provável que é LES. Aliás, a PUC extraiu esta questão do caderno de exercícios do Harrison. Diante do exposto, a abordagem laboratorial mais inteligente consiste na solicitação de FAN, anti-DNA e anticorpo anticardio- lipina. Com o FAN você faz o screening de investigação (lembrando que 1% a 10% podem ser FAN negativo), com o ds-DNA você avalia atividade e agressividade maior da doença, de acordo com os títulos deste marcador, além de poder utilizá-lo para acompanhar a evolução da doença, e com anticardiolipina você estabelece o diagnóstico da SAAF (a história clínica mais anticorpos positivos defi nem o diag- nóstico). Resposta b. Juliana, 19 anos, teve o diagnóstico de faringite. Iniciou ampicilina com clavulanato e, após cinco dias, apresenta rash eritemato-papular generalizado. Seu monoteste é positivo. UFRJ-R3 Clínica Médica – 2008 17- Em relação ao quadro cutâneo de Juliana, é correto afi rmar que: Gabarito Comentado 7 a) ocorre em 80% dos pacientes com mononucleose tratada com ampicilina b) deve-se substituir o antibiótico por macrolídeo c) trata-se de uma reação de hipersensibilidade tipo II-cito- tóxica d) a paciente deve ser dessensibilizada antes de reutilizar ampicilina 17- O quadro descrito de erupção eritematopapular generali- zada após uso de clamvulanato é observado em até 80% dos pacientes com mononucleose infecciosa. A maior parte das infecções por EBV em lactentes e crianças pequenas éassintomática ou apresenta-se sob a forma de faringite leve, com ou sem amigdalite. Diferentemente, até 75% das infecções em adolescentes apresentam-se como MI. A MI no idoso manifesta-se com relativa freqüência por sintomas inespecífi cos, como febre prolongada, fadiga, mialgias e mal estar. Diferentemente, faringite, linfadeno- patia, esplenomegalia e linfócitos atípicos são relativamente raros em pacientes idosos. O período de incubação da MI em adultos jovens é de cerca de 4 a 6 semanas. Um pródromo de fadiga, mal estar e mialgia pode estender-se por 1 a 2 semanas antes do início da febre, faringite e linfadenopa- tia. Em geral, a febre é baixa e ocorre mais comumente nas primeiras 2 semanas da doença; entretanto, pode persistir por > 1 mês. A linfadenopatia e faringite são mais proeminen- tes nas primeiras 2 semanas da doença, enquanto a espleno- megalia predomina durante as segunda e terceira semanas. A linfadenopatia afeta mais freqüentemente os linfonodos cervicais posteriores, mas pode ser generalizada. Os linfono- dos aumentados são, com freqüência, hipersensíveis e simé- tricos, porém não se mostram fi xados a planos profundos. A faringite costuma ser o sinal mais proeminente, podendo ser acompanhada pelo aumento das amígdalas com exsudato se- melhante ao da faringite estreptocócica. Em cerca de 5% dos casos, surge erupção morbiliforme ou papulosa, geralmente nos braços ou no tronco. A maioria dos pacientes tratados com ampicilina apresenta exantema macular, erupção que não prediz reações adversas futuras às penicilinas. Foi também descrito o aparecimento de eritema nodoso e eritema polimorfo. A maioria dos pacientes apresenta sintomas durante 2 a 4 semanas, mas o mal-estar e a difi culdade de concentração podem persistir por meses. Resposta a. As questões 18 a 20 referem-se ao caso abaixo. Sr. Nelson, 70 anos, internado após colocação de três “stents” coronarianos. Evoluiu com estabilidade hemodinâmica e ECG sem alterações. Vinte e quatro horas após o procedimen- to notam-se pequenas áreas de isquemia nos dedos dos pés bilateralmente. Diurese normal. Havia eosinofi lia; aumento de ácido úrico, fósforo e potássio; creatinina sérica era 1,5 mg/dL. UFRJ-R3 Clínica Médica – 2008 18- O exame relevante para o diagnóstico é: a) hemocultura b) pesquisa de ANCA c) dosagem de proteína C reativa d) fundo de olho 18- O quadro descrito é compatível com ateroembolismo. A embolização de cristais de colesterol ou ateroembolia é uma complicação da doença aterosclerótica da aorta, causada pelo desnudamento das placas de ateromas. Nesses casos, o conteúdo da placa destaca-se da parede vascular e migra pela corrente sangüínea até alojar-se em vasos arteriais distais de menor calibre. Por conta do elevado fl uxo sangüíneo, a circulação renal é um dos territórios acometidos com maior freqüência. Pacientes com doença aterosclerótica grave podem apresen- tar ateroembolias espontâneas. No entanto, a maioria dos casos ocorre devido ao uso de anticoagulantes, incluindo heparina de baixo peso molecular, trombolíticos e, principal- mente, após traumatismos da parede da aorta causados por cateteres angiográfi cos ou por manipulação cirúrgica. O acesso por via femoral está associado a uma maior freqüên- cia de ateroembolias, talvez porque as placas de ateroma são mais freqüentes na aorta abdominal. Pacientes com doença renovascular submetidos à angiografi a correm maior risco porque geralmente têm doença aterosclerótica concomitante na aorta. Estima-se que a ateroembolia pode ocorrer em até 2% do total de cateterismos cardíacos. Nos primeiros dias, o quadro clínico da ateroembolia renal é relativamente pobre, mas pode ocorrer exacerbação da hipertensão arterial. Nesta fase, a oclusão vascular ainda é parcial, mas sufi ciente para estimular a liberação de renina. Após alguns dias, os cristais embolizados dão origem a um processo infl amatório endovascular caracterizado pelo acúmulo de macrófagos, eosinófi los e células gigantes multi- nucleadas. Esse processo reacional determina estreitamento progressivo da luz vascular que culmina com sua oclusão. Por conta da isquemia progressiva em grandes áreas do pa- rênquima renal, a principal manifestação clínica tardia é a insufi ciência renal de curso subagudo, que se instala três a oito semanas após a embolização. Além da insufi ciência renal, pacientes com embolização por cristais de colesterol podem apresentar manifestações rela- cionadas ao comprometimento de outros órgãos. Em ordem decrescente, ocorrem: manifestações cutâneas, neurológicas (acidente vascular isquêmico), gastrintestinais (isquemia en- teromesentérica) e retinianas (défi cits visuais por isquemia retiniana). As manifestações cutâneas da ateroembolia incluem o aparecimento de livedo reticularis na pele das pernas ou do abdome, cianose de extremidades e úlceras dolorosas nos pés. A cianose dos dedos dos pés na presença de pulso pedioso palpável confi gura a “síndrome do dedo azul” (blue toe syndrome), quadro bastante sugestivo do diagnóstico. Pacientes com doença renal ateroembólica podem apresentar eosinofi lia e hipocomplementemia transitórias. Uma revisão de 129 casos com confi rmação histológica documentou eosi- nofi lia em 71% dos casos. O exame de elementos anormais e sedimento urinário (EAS) pode revelar hematúria, piúria e eosinofi lúria. Geralmente detecta-se proteinúria inferior a 3 g/ dia, embora alguns pacientes possam atingir níveis nefróticos. CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO CLÍNICO DA DOENÇA RENAL ATEROEMBÓLICA Documentação de doença ateroesclerótica difusa História de exposição a fator(es) precipitante(s) de ateroembolia, como: cateterização retrógrada da aorta, cirurgia cardíaca/vascular ou anticoagulação/terapia trombolítica por pelo menos 24 horas Insufi ciência renal aguda defi nida por elevação da creatinina em mais de 50% sobre o basal Livedo reticular, necrose cutânea focal, “síndrome do dedo azul” ou ateroembolia retiniana 8 PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA � 1º Simulado - R3 Clínica Médica UFRJ-R3 Clínica Médica – 2008 19- O exame de imagem mais adequado para comple- mentar o diagnóstico é: a) ultra-sonografi a de vias urinárias com duplex scan de artérias renais b) tomografi a computadorizada contrastada de abdome c) cineangiocoronariografi a d) cintilografi a óssea 19- Exames contrastados neste paciente estão contra-indica- dos. O diagnóstico de certeza de ateroembolismo depende da demonstração histológica da imagem negativa caracterís- tica dos cristais de colesterol na luz dos vasos de pequeno calibre. A biopsia de pele ou renal são preferidas. Não há este procedimento, portanto o exame mais inócuo para avaliar este paciente é a ultrassonografi a de vias urinárias com duplex scan de artérias renais. Resposta a. UFRJ-R3 Clínica Médica – 2008 20- A conduta a ser tomada é: a) anticoagulação plena com heparina b) pulsoterapia com corticosteróides c) antibioticoterapia de largo espectro d) observação apenas 20- Em formas mais graves que evoluem com rápida dete- rioração de função renal as orientações consistem em suporte intensivo precoce, associado ao emprego de corticosteróides e suporte. Neste caso em que a função renal é compatível para a idade a recomendação mais adequada é observação clínica. Clóvis, 44 anos, químico, procurou o médico para av- aliação do diagnóstico de sarcoidose. Há 5 meses tem crises de desconforto respiratório, sensação de opressão torácica e dor em queimação de via aérea alta, que pioram no decorrer da semana de trabalho. Há 2 meses a telerradiografi a de tórax evidenciou aumento hilar bilateral e massa paratraqueal direita baixa, sendo realizada mediastinoscopia. A biópsia de linfonodo revelou processo infl amatório crônico granulomatoso com células epitelióides. Iniciada prednisona 0,5mg/kg.Houve melhora clínica com regressão parcial dos achados radiográfi cos, a partir da 4ª semana de tratamento. Trabalha exposto a fumos e vapores de derivados de petróleo. UFRJ-R3 Clínica Médica – 2008 21- A conduta neste caso é: a) suspender a prednisona e acompanhar por 2 meses b) suspender a prednisona e repetir a mediastinoscopia c) manter a prednisona e reavaliar em 2 meses d) aumentar a prednisona para 1mg/kg, iniciar quimioprofi - laxia para tuberculose e reavaliar em 2 meses 21- O diagnóstico da imagem radiológica é compatível com sarcoidose. A biopsia evidencia granuloma não caseoso. Esses dados reforçam o diagnóstico de sarcoidose. Este paciente encontra-se em estágio I da doença, não havendo portanto necessidade de tratamento, uma vez que esta forma de apresentação da doença pode regredir espontaneamente. As queixas descritas de opressão torácica e/ou queimação de via aérea alta pode estar relacionadas a exposição ambiental no ambiente de trabalho. Marcela, 22 anos, notou massa no pescoço há duas semanas. Encontra-se em bom estado geral, mas refere emagreci- mento de 4 kg nos últimos 5 meses. Estuda e trabalha; mora com a família e tem um gato em casa. Ao exame físico: massa de 4 cm de diâmetro, indolor, de consistên- cia endurecida e com pouca mobilidade, abaixo do ângulo da mandíbula e anterior ao esternocleido-occipto-mastoi- deo. Restante do exame físico sem anormalidades. UFRJ-R3 Clínica Médica – 2008 22- O exame indicado inicialmente é: a) biópsia por agulha fi na b) tomografi a computadorizada c) biópsia excisional d) laringoscopia direta e indireta 22- A descrição da linfonodomegalia é sugestiva de ma- lignidade. A topografi a cervical alta tem relação mais provável com sítios da cabeça e pescoço, sendo a orofa- ringe um sítio primário provável. Logo, antes de submetê- la a biopsia uma laringoscopia direta e indireta deve ser realizada. Resposta d. Sr. Célio, 70 anos, chega à emergência com dor nas cos- tas, que piora com a tosse e a mobilização. Tem câncer de pulmão não-pequenas células, tipo epider- móide. Exame físico: discreta paraparesia. Ressonância magnética: lesão lítica no corpo de T12, com compressão medular. UFRJ-R3 Clínica Médica – 2008 23- A conduta inicial é: a) corticosteróide b) antiinfl amatório não-hormonal c) quimioterapia d) laminectomia descompressiva 23- Os tumores epidurais podem ser tratados de forma con- servadora ou cirúrgica. Independentemente da opção a ser seguida, está indicado uso de corticosteróides sempre que houver mielopatia, habitualmente dexametasona 4 mg IV a cada seis horas, de preferência nas primeiras 24 horas. A radioterapia costuma fi gurar como opção inicial para me- tástases radiossensíveis ou moderadamente radiossensíveis. Também pode ser testada como primeira estratégia tera- pêutica em pacientes com tumores radiorresistentes que se encontram neurologicamente estáveis. Cerca de 80 a 96% dos pacientes que possuem capacidade de deambulação sub- metidos à radioterapia fi nalizam o tratamento com preser- vação funcional, ou seja, sem deterioração neurológica. Tal disfunção tende a ocorrer naqueles portadores de tumores radiorresistentes ou com instabilidade de coluna. O risco de deterioração induzida pela radioterapia (suposto edema medular) é teórico e questionável, ocorrendo mais provavel- mente devido à progressão tumoral. A radioterapia costuma ser sistematicamente indicada no pós-operatório de pacientes que não haviam sido irradiados. Diversas técnicas podem ser empregadas, de acordo com a topografi a lesional, a necessidade de estabilização/recons- trução do segmento ou ainda a urgência neurocirúrgica Gabarito Comentado 9 em promover a descompressão do canal medular. A maior parte dos dados de literatura a respeito do assunto utiliza- se da larga experiência com laminectomia descompressiva (método tradicional). Apesar da radioterapia representar a opção inicial em grande parte dos casos, seus benefícios costumam se tornar evidentes pelo menos 24 horas após o início do tratamento, o que suporta indicação cirúrgica em diversas situações: • falha da radioterapia em preservar a função neurológica ou deterioração após dose máxima de radiação (geralmente ocorre em tumores radiorresistentes); • mielopatia grave (< grau III) ou rapidamente progressiva, com risco iminente de paraplegia; • disfunção por deformidade espinal e/ou compressão pelo osso, e não pelo tumor (fraturas patológicas); • instabilidade de coluna vertebral; • tumor primário desconhecido ou sem diagnóstico histológi- co (pode ser inicialmente considerada biópsia por agulha em lesões acessíveis, geralmente guiada por TC). Alguns pacientes se apresentam em bom estado geral, bom prognóstico de sobrevida e podem ser benefi ciados com tratamento cirúrgico, seja para descompressão medular, seja para estabilização e reconstrução do segmento espinal afetado. Para tanto, costumam ser empregados sistemas de instrumentação específi cos e, não raro, em propósito circun- ferencial (isto é, abordagem combinada pelas vias anterior e posterior de acesso à coluna). Não costuma haver indicação cirúrgica nos seguintes casos: • paraplegia há mais de 24 horas (mínima chance de recupe- ração funcional); • lesões múltiplas em níveis diversos; • sobrevida esperada não maior do que quatro meses; • tumores muito radiossensíveis em pacientes não previa- mente irradiados; • paciente incapaz de tolerar a cirurgia. Resposta a. UFPE - R3 Clínica Médica – 2006 24- A redução da hipercolesterolemia pode ser obtida por medicamentos com mecanismos de ação diversos. Relacione esses mecanismos de ação das drogas, na coluna à direita, com seus respectivos medicamentos, à esquerda. 1) sinvastatina 2) benzafi brato 3) ezetimibe 4) colestiramina 5) orlistat ( ) inibição das lípases intestinais ( ) inibição seletiva intestinal do colesterol ( ) inibição da HMG – CoA redutase ( ) ativação do receptor nuclear – PPAR- ( ) redução da absorção dos ácidos biliares A sequência correta, de cima para baixo, é: a) 1, 2, 3, 4 e 5 b) 2, 3, 5, 1 e 4 c) 3, 4, 5, 2 e 1 d) 5, 3, 1, 2 e 4 24- Sinvastatina: inibição da HMG-CoA redutase. Benzafi brato: ativação do receptor nuclear-PPAR. Ezetimibe: inibição seletiva intestinal do colesterol. Colestiramina: redução da absorção dos ácidos biliares. Orlistat: inibição das lipases intestinais. Resposta d. UFPE - R3 Clínica Médica – 2006 25- Uma paciente de 50 anos, durante exames de rotina, realizou bioquímica hepática, que evidenciou elevação signifi cativa da fosfatase alcalina (cerca de três vezes o valor normal), com valores de bilirrubinas dentro da normalidade. Ao ser questionada, referiu que há anos tem prurido generalizado. Qual o exame de escolha para elucidação do diagnóstico? a) anticorpo antimitocôndria b) ANCA-p c) anticorpo antimúsculo liso d) anticorpo anti-LKM1 25- Mulher de meia idade, com prurido crônico generalizado e parâmetros de colestase devem ser investigadas para cirrose biliar primária. Dessa forma deve-se solicitar anticorpo an- timitocôndria (particularmente M2), positivo em 95% dos casos e posteriormente a biopsia hepática. Resposta a. SES – SC - R3 Clínica Médica – 2006 26- Em relação à tuberculose miliar, assinale a alternati- va correta. a) alveolite ocorre no início da doença b) a baciloscopia do escarro é positiva na maioria dos casos c) hepato e/ou esplenomegalia são achados frequentes d) expectoração abundante e) nenhuma das opções acima 26- A tuberculose miliar deve-se à disse minação hematogê- nica dos bacilos da tuberculose. Embora em crianças seja freqüentemente a conseqüência de infecção primária, nos adultos pode ser decorrente de uma infecção recente ou rea- tivação de antigos focos dis seminados. As lesões consistem habitualmente em granulomas amarelados de 1 a 2mm de diâmetro, que lembram sementes de milhete (daí o termo miliar, criado por patologistas no século XIX). As manifestações clínicas são inespecífi cas e multiformes, dependendo do local de acometimento predominante. Na maioria dos casos, os sintomas de apresentação consistem em febre, sudorese noturna, anorexia, fraqueza e perda de peso. Algumas vezes, os pacientes apresentam tosse e outros sintomas respiratórios devido ao comprometimento pulmonar, bem como sintomas abdominais. Os achados físicos consistem em hepatomegalia, esplenomegalia e linfadenopatia. O exame oftalmológico pode revelar tubérculos corióideos, que são pa- tognomônicos da tuberculose miliar, em até 30% dos casos. Ocorre meningismo em < 10% dos casos. É necessário ter elevado índice de suspeita para o diagnóstico de tuberculose miliar. Com freqüência, a radiografi a de tórax revela um padrão reticulonodular miliar (mais facilmente observado em radiografi a pouco penetrada), embora possa não haver anormalidade radiográfi ca evidente no estágio inicial da doença e entre pacientes infectados pelo HIV. Outros achados radiológicos consistem em grandes infi ltrados, infi ltrados in- tersticiais (particularmente em pacientes infectados pelo HIV) e derrame pleural. A microscopia do esfregaço de escarro é negativa em 80% dos casos. Podem-se observar várias anor- malidades hematológicas, como anemia com leucopenia, linfopenia, leucocitose neutrofílica, reações leucemóides e 10 PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA � 1º Simulado - R3 Clínica Médica policitemia. Foi relatada a ocorrência de coagulação intravas- cular disseminada. Em pacientes com grave comprometimen- to hepático, são detectadas elevações dos níveis de fosfatase alcalina e outras anormalidades nas provas de função hepática. O TST pode ser negativo em até metade dos casos, porém a reatividade pode ser restabelecida durante a quimioterapia. O lavado broncoalveolar e a biopsia transbrônquica tendem mais a fornecer confi rmação bacteriológica, e os granulomas são evidentes em amostras de biopsia de fígado ou medula óssea de muitos pacientes. Se não for diagnosticada, a tuberculose miliar é fatal; entretanto, com tratamento precoce e apropria- do, a doença é passível de cura. O tratamento com glicocorti- cóides não demonstrou ser benéfi co. Uma apresentação rara observada em idosos é a tuberculo- se miliar críptica, que possui uma evolução crônica carac- terizada por febre leve intermitente, anemia e — por fi m — comprometimento meníngeo precedendo a morte. Uma forma septicêmica aguda, a tuberculose miliar não-reativa, ocorre muito raramente e se deve à disseminação hemato- gênica maciça de bacilos da tuberculose. A pancitopenia é comum nessa forma de doença, que é rapidamente fatal. Ao exame post-mortem, são detectadas múltiplas lesões necróticas, porém não-granulomatosas (“não-reativas”). Resposta c. UFPE – CM - R3 Clínica Médica – 2005 27- Correlacione cada antibiótico a seus possíveis efeitos adversos: 1) clindamicina 2) ceftriaxona 3) imipenem-cilastatina 4) azitromicina ( ) perda auditiva com uso de doses elevadas. ( ) neurotoxicidade. ( ) hepatotoxicidade. ( ) Reação cruzada à penicilina. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) 4,3,1,2 b) 4,1,3,2 c) 3,1,4,2 d) 2,3,1,4 27- Efeitos adversos clindamicina: Por ter eliminação biliar, a concentração da clindamicina nas fezes é alta, su- primindo a fl ora anaeróbia. Cerca de 8% dos pacientes têm diarréia desses, 10% têm colite associada ao uso de antibi- óticos (colite pseudomembranosa) causada pelo Clostri- dium diffi cile, que costuma ser resistente à clindamicina. Exantema ocorre em 10% dos pacientes; menos comumente é a síndrome de Stevens-Johnson. Raramente ocorre febre, eosinofi lia, reações anafi lactóides e fl ebite após infusão en- dovenosa e bloqueio neuromuscular. A injeção da lincomicina em bolo IV é associada a alterações eletrocardiográfi cas e colapso cardiovascular. A lincomicina também está associada à colite pseudomembranosa. Precauções A clindamicina pode potencializar a ação de bloqueadores neuromusculares como o pancurônio e d-tubocurarina com risco de depressão respiratória, por isso o paciente deve ser controlado cuidadosamente. Efeitos adversos da ceftriaxona: Em geral são antibióticos com boa tolerância. Entre as reações adversas descritas, as mais freqüentes são a trombofl ebite (1 a 5%) e hipersensi- bilidade (5 a 16% nos pacientes com antecedente de alergia às penicilinas, e 1 a 2,5% nos pacientes sem este anteceden- te). A anafi laxia é extremamente rara. Nos pacientes com histórico de reação de hipersensibilidade grave às penicili- nas, o uso das cefalosporinas deve ser evitado. Reação de Coombs positiva relacionada com altas doses e, raramente, hemólise é descrita. Eosinofi lia e neutropenia são raramente observadas. São pouco nefrotóxicas e hepatotóxicas. Efeitos adversos do imipenem-cilastatina: O imipeném- cilastatina pode reduzir o potencial convulsivo, levando ao aparecimento de convulsões, principalmente em pacientes idosos, com alteração da função renal ou que a doença de base predisponha a convulsões. Reações gastrintestinais podem ocorrer em 3,8% dos casos, e em 1,2% pode haver reação cruzada em pacientes alérgicos à penicilina. Entre as alterações laboratoriais, foi relatado aumento de transami- nases em 5% dos pacientes. Alterações hematológicas são raras, sendo as mais comuns trombocitose e eosinofi lia. Efeitos adversos da azitromicina: O efeitos colaterais dos novos macrolídeos são raros. As queixas mais comuns são as gastrintestinais incluindo diarréia, náuseas, vômitos e dor abdominal, sendo a descontinuação da terapêutica rara. Al- terações na função hepática e queixas de tontura e cefaléia podem ser encontradas ocasionalmente. O uso de doses altas desses medicamentos para o tratamento de MAC pode levar a tontura, zumbidos e perda de audição reversível. Raramente ocorrem reações alérgicas severas. Resposta a. FESP – R3 Clínica Médica – 2006 28- Homem de 50 anos, enfi sematoso grave, dependente de oxigênio nasal noturno, foi submetido com sucesso a cirurgia de redução de volume pulmonar. A cirurgia terá impacto sobre a sobrevida desse paciente, se ele apresen- tar: a) baixa tolerância ao esforço basal e doença predominante nos lobos superiores b) FEV1 menor do que 20% do predito e DLco menor do que 20% do predito, com doença homogênea c) FEV1 menor do que 15% do predito e doença predomi- nante nos lobos inferiores d) baixa tolerância ao esforço basal e doença predominante nos lobos inferiores 28- A CRVP é fundamentalmente indicada para doentes com enfi sema pulmonar difuso e que apresentem sinais evidentes de hiperinsufl ação pulmonar e dispnéia incapacitante. O preceito básico envolvido é a ressecção de áreas-alvo, hipe- rinsufl adas e mal-funcionantes, cuja remoção possa melhorar as funções diafragmática e mecânica da caixa torácica, além de melhorar as propriedades elásticas do parênquima pulmonar enfi sematoso. Gabarito Comentado 11 PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO DA CIRURGIA REDUTORA DO VOLUME PULMONAR • Dispnéia limitante • Hiperinsufl ação clínica e à radiografi a de tórax • 20% ≤ VEF1 < 45% • VR ≥ 150% • CPT ≥ 100% • PaCO2 ≤ 60mmHg • DLCO ≤ 20% do predito • Enfi sema com hiperinsufl ação e heterogeneidade (áreas-alvo) • Restrição acentuada de atividades diárias apesar de terapêutica clínica máxima • Idade < 75 anos • Bom estado nutricional (70 a 130% do peso corpóreo ideal) • Aceitação de programa de reabilitação pulmonar vigoroso • Inexistência de outros agravantes clínicos que aumentem o risco operatório • Aceitação do risco da cirurgia • Cessação de tabagismo (> 6 meses) CPT = capacidade pulmonar total; DLCO = capacidade de difusão do monóxido de carbono; PaCO2 = pressão arterialde gás carbônico; VEF1 = volume expiratório forçado no primeiro segundo; VR = volume residual. Resposta a. FESP – R3 Clínica Médica – 2006 29- Rapaz de 28 anos, com hipertensão pulmonar grave, é submetido a transplante pulmonar e repara-se sorologia anamnéstica para EBV no pré-operatório. A presença deste vírus nessa população de pacientes associa-se com: a) desordens linfoproliferativas pós-transplante, sendo pior o prognóstico na doença políclonal b) desordens mieloproliferativas pós-transplantes, sendo pior o prognóstico nas formas viscerais c) síndrome de bronquiolite obliterante, com pior prognósti- co nos casos de alorreatividade d) doença linfoproliferativa pós-transplante, sendo melhor a evolução nos casos policlonais 29- A doença linfoproliferativa pós-transplante, constitui uma manifestação tardia da infecção pelo vírus Epstein-Barr, com incidência de cerca de 9% após transplante cardiopul- monar, cuja apresentação pulmonar primária corresponde a 60% dos casos. Os doentes acometidos costumam constituir dois grupos distintos. O primeiro grupo é formado por doentes jovens, com média etária de 20 anos, nos quais a doença se manifesta, em média, nove meses após o transplante ou nos períodos de imunossupressão mais intensa. O outro grupo é constituído por indivíduos mais velhos, com média etária de 50 anos, com a doença geralmente surgindo cinco anos após o trans- plante. Do ponto de vista patológico pode-se apresentar como uma proliferação policlonal de linfócitos, com crescimento lento, formando verdadeiras massas linfóides pulmonares ou dis- seminadas, ou como doença maligna de evolução rápida e fatal. O tratamento consiste em redução da imunossupressão, quando possível administração de aciclovir, que parece con- tribuir na redução da linfoproliferação, quimioterapia con- vencional e remoção operatória das massas tumorais, cujo prognóstico é mais favorável nas apresentações da cabeça, pescoço ou trato digestivo. Estudos recentes têm demonstrado resultados bastante ani- madores no tratamento desta entidade com terapêutica baseada no uso de anticorpos monoclonais, em especial o rituximab, cujo principal efeito indesejável é a hipogama- globulinemia acentuada124. Quando, entretanto, a remoção das massas é impossível e não há boa resposta às drogas e à redução da imunossupressão, o prognóstico é bastante desfa- vorável. Gabarito ofi cial A. Resposta SJT d. FESP – R3 Clínica Médica – 2006 30- Homem de 57 anos, em investigação de massa pulmonar, desenvolve lesões dolorosas erosivas na mucosa oral e glande, além de lesões papuloescamosas palmoplantares e no tronco, que evoluem para fl ictenas. O mecanismo fi siopatogenético mais provavelmente envolvido no caso é: a) acantólise pela citopatogenicidade humoral do vírus va- ricella-zoster b) destruição dos desmossomas por anticorpos anti-BPAG2, gerando acantólise c) anticorpos promovem ruptura de desmossomas através da Dsg1 e exfoliaçâo d) anticorpos IgG anti-Dsg 3 causam acantólise e necrose de queratinócitos 30- As lesões mucosas do pênfi go paraneoplásico (PPN) podem parecer liquenóides ou mais comumente semelhantes a Stevens-Johnson com formação de crostas nos lábios. A pele nas lesões pode apresentar máculas eritematosas, lesões liquenóides, lesões tipo eritema multiforme, bolhas fl ácidas e erosões típicas de pênfi go, ou bolhas tensas mais profundas. Histologicamente, as lesões exibem acantólise epidérmica, formação de fendas suprabasais, ceratinócitos disceratóticos e alteração vacuolar da epiderme basal. Biópsias com acan- tólise e alteração liquenóide ou necrose celular individual devem levantar a suspeita de PPN. A IFD revela depósitos de IgG e C3 nos espaços intercelula- res do epitélio. A IFI mostra um padrão semelhante em uma va riedade de epitélios escamosos estratifi cados e epitélio de transição (como a bexiga de rato). Cerca de 25 % dos casos são nega tivos, e alguns eritemas multiformes podem ser falso-positivos. A imunoprecipitação é o exame defi niti- vo. Ela revela uma res posta imune complexa com auto-anti- corpos contra quatro pro teínas de ceratinócitos de alto peso molecular. O anticorpo in clui como alvos a desmoplaquina 1 (250 kD), a envoplaquina (210 kD), a proteína principal da placa desmossômica BPAgl (230 kD) e periplaquina (190 kD). Em muitos casos, também se reconhece um antígeno adicional de 170 kD. Por fi m, anticorpos contra Dsg3 e Dsgl freqüentemente estão presentes em testes de ELISA. Na IFD, alguns casos também podem demonstrar IgG linear ou granular e/ou C3 na região da zona da membrana basal. Enquanto os epítopos dominantes no PV se situam nas regiões N-terminais da Dsg3, os epítopos na Dsg3 no PPN estão distribuídos de forma mais ampla através do domínio extracelular. Os domínios N-terminais ainda são reconheci- dos com maior freqüência do que os domínios C-terminais. As subclasses de IgG dominantes no PPN são a IgGl e IgG2, contrastando com a predominância de IgG4 no PV. Há uma 12 PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA � 1º Simulado - R3 Clínica Médica associação signifi cativa de PPN ao alelo HLA-DRB1*03 (61,5% dos casos estudados). Em um estudo, foram detecta- dos anticorpos de superfície celu lar distintos em 8 de 9 casos de PPN fatais, com um padrão de colar de contas de rosário por imunofl uorescência indireta com complemento (IFIC) em esôfagos, de macacos. Três sobreviven tes de longa data com PPN não apresentavam este padrão, suge rindo que o teste pode ter valor prognóstico. Uma grande variedade de tumores benignos e malignos é observada nestes pacientes, enquanto alguns não possuem um tumor identifi cável. As associações mais comuns são linfoma não-Hodgkin, leucemia linfocítica crônica, tumor de Castleman, sarcoma e timoma. A maioria dos pacientes descritos morreram por causa dos seus tumores. Outros faleceram de bronquiolite obliterante. O tratamento das dermatoses bolhosas com prednisona e/ ou agentes imunossupressores deve ser pesado com relação ao tratamento do tumor. Ciclofosfamida imunoablativa em altas doses sem resgate hematopoético, ciclosporina A, plas- maférese, imunoaférese e rituximab têm obtido sucesso em alguns casos. Respostas d. FESP – R3 Clínica Médica – 2006 31- Jovem com lúpus eritematoso desenvolve dor pleu- rítica e tosse seca, que melhoram após alguns dias, com surgimento de cansaço. A radiografi a de tórax demonstra derrame pleural moderado à direita. A análise do liquido pleural demonstrou glucose de 80, e baixo conteúdo protéico. A melhor medida terapêutica, no caso, é: a) iniciar indometacina e parar anovulatórios b) iniciar diuréticos e administrar imunoglobulina c) iniciar quinolona e fazer heparinoterapia d) iniciar esquema tríplice e administrar piridoxina 31- Embora não esteja descrita o uso de anovulatórios na questão, o preceptor nos faz entender que é obrigatório sus- pendê-lo. O derrame pleural é mais compatível com tran- sudato (exudato é o achado mais comum em LES). Não há evidência de causa infecciosa. Tratando-se de derrame pleural no LES, não tendo a opção de corticóide oral, a melhor orientação é indometacina. Cuidado, este AINH pode com maior frequência no LES induzir psicose medicamentosa. Resposta a. FESP – R3 Clínica Médica – 2006 32- Mulher de 50 anos desenvolve hipotensão, taquicar- dia, sibilos torácicos e estridor durante cineangiocorona- riografi a. As drogas cujo uso crônico deve ser evitado em pessoas sujeitas anafi laxia são: a) famotidina e ranitidina b) difenidramina e loratadina c) diidropiridinas e indometacina d) betabloqueadores e captopril 32- Entre as substâncias capazes de desencadear reações anafi láticas sistêmicas nos seres humanos estão as seguintes: proteínas heterólogas na forma de hormônios (insulina, va- sopressina, paratormônio); enzimas (tripsina, quimotripsina,penicilinase, estreptoquinase); extratos de pólen (erva-de- santiago, gramas, árvores); extratos sem pólen (ácaros da poeira, pêlos de gatos, cães, cavalos e animais de laborató- rio); alimentos (amendoins, leite, ovos, frutos do mar, nozes, grãos, feijões, gelatina em cápsulas); anticorpos monoclo- nais; produtos relacionados com a atividade ocupacional (produ tos de borracha do látex); e veneno dos himenópte- ros (vespa, marimbondos amarelo e baldfaced, paper wasp, abelhas, formigas-de-fogo importadas); polissacarídios como dextrana e tiomersal utilizados como conservantes de vacinas; fármacos como protamina; antibióticos (penicilinas, cefalosporinas, anfotericina B, nitrofurantoína, quinolonas); agentes quimioterápicos (carboplatina, paclitaxel, doxorru- bicina); anestésicos locais (procaína, lidocaína); relaxantes musculares (suxametônio, galamina, pancurônio); vitaminas (tiamina, ácido fólico); compostos utilizados com fi nalida- des diagnósticas (diidrocolato de sódio, sulfobromoftaleí- na); e substâncias quí micas ocupacionais (óxido de etileno), que parecem atuar como haptenos que formam conjugados imunogênicos com as proteínas do hospedeiro. O hapteno conjugado pode ser o composto original, um produto de ar- mazenamento derivado não-enzimaticamente, ou um meta- bólito formado pelo hospedeiro. A profi laxia da anafi laxia deve levar em consideração a sensibilidade do paciente, a dose e a composição do agente diagnóstico ou terapêutico e o efeito da via de administração na taxa de absorção. Os betabloqueadores e IECA (particu- larmente captopril) estão relativamente contra-indicados aos indivíduos sob risco de desenvolver reações anafi láticas, es- pecialmente aos que são sensíveis aos venenos dos himenóp- teros, ou que fazem imunoterapia para alergias do sistema respira tório. Se houver história inequívoca de uma reação analilática no passado, mesmo que tenha sido branda, é reco- mendável escolher um composto que não esteja relacionado estruturalmente. O reconhecimento de reatividade cruzada entre os fármacos é fundamental porque, por exemplo, as cefalosporinas podem ter uma estrutura anular semelhante à que provoca a reação à penicilina. O teste cutâneo com picada ou raspagem deve ser realizado antes do teste in- tradérmico, porque o risco de provocar anafi laxia é maior com esta última técnica. Esses testes devem ser realizados antes da administração de algumas substâncias que tendem a provocar reações anafi láticas, inclusive extratos alergênicos. Os testes cutâneos para antibióticos ou agentes quimioterápi- cos devem ser realizados apenas nos pacientes com história clínica positiva compatível com uma reação mediada por IgE e que necessitem imediatamente do antibiótico em questão; os testes cutâneos são inúteis nos indivíduos com erupções não-mediadas por IgE. Com referên cia à penici- lina, 66% dos pacientes com história de reações positivas e testes cutâneos positivos à benzilpeniciloilpolisina (BPL) e/ ou à mistura deter minante menor (MDM) dos produtos com benzilpenicilina desenvolvem reações alérgicas ao tratamen- to e estas reações quase sempre são do tipo anafi lático nos pacientes com reatividade ao determinante menor. Mesmo os pacientes sem história de reações clínicas pregressas têm testes cutâneos positivos aos dois produtos de teste em 2 a 6% dos casos e cerca de 3 por 1.000 pacientes sem história positiva apresentam anafi laxia durante o tratamento, com taxa de mortalidade de cerca de 1 por 100.000. A dessensibilização à maioria dos antibióticos e aos outros grupos de agentes terapêuticos pode ser conseguida por vias intravenosa, subcutânea ou oral. Em geral, quantidades pro- gressivas do fármaco são administradas pela via escolhida utilizando-se doses duplicadas, até que se alcance a dose te- rapêutica desejada. Em vista do risco de anafi laxia sistêmica durante a dessensibilização, esse procedimento deve ser Gabarito Comentado 13 realizado apenas em condições nas quais se dispõem de equipamentos para reanimação e nos pacientes com acessos intravenosos instalados. É fundamental administrar o agente terapêutico a intervalos regulares ao longo de todo o trata- mento para evitar o restabelecimento de um pool signifi cati- vo de células sensibilizadas. FESP – R3 Clínica Médica – 2006 33- Homem hipertenso e obeso de 50 anos vai se submeter à ressecção de grande hérnia inguinal. Nega alergias, sangramentos anormais, tabagismo ou etilismo, e sua creatinina sérica sempre foi normal Os exames pré-ope- ratórios que podem exibir alterações que defi nitivamente infl uenciam a conduta médica, de acordo com a medicina baseada em evidência, são hemoglobina, glicose sérica, além de: a) creatinina, ECG e radiografi a de tórax b) PTT, ecocardiograma e ECG c) creatinina, AST sérica e TAP d) creatinina, EAS e ecocardiograma 33- Indivíduo de meia idade obeso e hipertenso com exame físico normal, e que vai ser submetido a cirurgia de pequeno a médio porte deverá realizar principalmente os seguintes exames complementares. Hemograma, glicemia, de jejum, creatinina, ECG e radiografi a de tórax. Os testes de coagula- ção não são fundamentais vistos que não há história de san- gramentos anormais, uso de drogas e o exame físico e normal. Caso fosse uma cirurgia de grande porte todos os testes de coagulação seriam obrigatórios. As aminotransferases não têm aplicabilidade neste caso, uma vez que são exames para abordagem de pacientes com atividade ou suspeita de doença hepatocelular solicitadas neste caso, é possivel até que estejam elevadas < 2x, uma vez que o paciente é obeso e pode ter esteatohepatite não alcoólica. Resposta a. SES – SC – 2007 34- Um homem de 76 anos, institucionalizado, com demência leve, recebendo um inibidor seletivo de recap- tação de serotonina e risperidona, passa a apresentar astenia e sonolência. A medicação antipsicótica é suspensa e inicia-se alimentação e hidratação por sonda nasoente- ral, mas o quadro não se altera. A avaliação laboratorial inicial mostra Na= 122 mEq/L, sem outras alterações me- tabólicas. A melhor conduta deve ser iniciar a) solução fi siológica IV b) restrição hídrica c) solução fi siológica por gavagem d) furosemida e solução fi siológica IV e) solução hipertônica 34- Trata-se de um quadro de SIHAD (inibidores seletivos da recaptação de serotomina estão entre as drogas indutoras). Os sintomas diretamente atribuídos à hiponatremia prima- riamente ocorrem com reduções agudas ou marcantes na concentração plasmática do sódio e refl etem disfunções neu- rológicas secundárias a edema cerebral. Este último resulta do movimento de água para dentro das células, favorecido pelo gradiente osmótico criado pela queda na osmolalidade plasmática (Posm). Os sinais e sintomas na SIADH dependem do grau da hi- ponatremia e da velocidade com que se instala. Em geral, a velocidade da redução do sódio sérico (Na+) é mais im- portante no surgimento dos sintomas neurológicos do que a própria magnitude da hiponatremia. A sintomatologia e a taxa de mortalidade são maiores na hiponatremia aguda do que na crônica. Com níveis de Na+ entre 125 e 135 mEq/L, os pacientes geralmente são assintomáticos ou apresentam sintomas frustros. Quando esses níveis encontram-se abaixo de 125 mEq/L, podem surgir cefaléia, náuseas, vômitos, anorexia, fraqueza geral, alterações mentais, sinais neuroló- gicos focais e convulsões. Se os valores de Na+ situam-se abaixo de 120 mEq/L, aumenta o risco para crises convulsi- vas e podem surgir estupor e coma. A restrição da ingestão hídrica é o principal elemento no tra- tamento na SIADH, sendo a quantidade de líquido oferecida ao paciente calculada pelo débito urinário menos 500 mL. Outros autores preconizam uma ingestão inferior a 1.000 mL/dia, já que nessa situação o Na+ invariavelmente vai aumentar, sejaqual for a causa da hiponatremia. A restrição de fl uido tende a aumentar as concentrações de sódio em torno de 2 a 4 mEq/L por dia. Essa taxa é satisfatória para os pacientes muito sintomáticos. Três fatores devem ser considerados na escolha da terapia de um paciente hiposmolar: (1) a gravidade da hiponatremia, (2) a duração da hiponatremia e (3) os sintomas neurológicos do paciente. Resposta b. SES – SC – 2007 35- Um homem de 66 anos, com câncer de pulmão e uma metástase cerebral de cerca de 2 cm de diâmetro, é admitido no Pronto-Socorro com trombose venosa profunda na perna direita. Nesta situação: a) recomenda-se anticoagular, uma vez que a chance de san- gramento cerebral é baixa b) o fi ltro de veia cava inferior é a única opção, uma vez que toda lesão tumoral no sistema nervoso central contra-indica a anticoagulação c) a anticoagulação é contra-indicada, por se tratar de tumor primário de pulmão d) existem evidências de que o fi ltro de veia cava é mais efetivo e seguro do que a anticoagulação e) existem evidências de que a anticoagulação é mais efetiva, porém o risco de sangramento cerebral impede o seu uso 35- CONTRA-INDICAÇÕES À TERAPÊUTICA ANTICOAGU- LANTE Absolutas Relativas Sangramento ativo AVC isquêmico ou hemorrágico Trauma recente do SNC Trombocitopenia por heparina Diáteses hemorrágicas graves Aneurisma ou neoplasia intracra- niana Neurocirurgia recente Cirurgia oftálmica recente Endocardite bacteriana Doença péptica ativa Retinopatia diabética Traumatismo recente Gravidez (anticoagulantes orais) Hipertensão arterial grave Cirurgias com grandes descola- mentos Trombocitopenia < 100.000/mm3 Idade avançada AVC = acidente vascular cerebral SNC = sistema nervoso central Resposta a. SES – SC – 2007 36- O conjunto de achados: fenômeno de Raynaud, ausência de acometimento renal e do sistema nervoso 14 PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA � 1º Simulado - R3 Clínica Médica central graves, desenvolvimento silencioso de hiperten- são pulmonar e anticorpo anti-U1 RNP, são úteis para diferenciar a) doença mista do colágeno de lúpus eritematoso sistêmico e escleroderma b) artrite reumatóide soro-negativa de osteoartrite e espon- dilite anquilosante c) lúpus eritematoso sistêmico de escleroderma e doença mista do colágeno d) artrite reumatóide juvenil de lúpus eritematoso sistêmico e escleroderma e) dermatomiosite de escleroderma e doença de Behçet 36- DMTC (ou síndrome Sharp), se caracteriza como uma síndrome que engloba manifestações similares àquelas en- contradas no LES, na ESP e na polimiosite, com a peculiari- dade de apresentar altos títulos de anticorpos anti-U1-RNP na ausência de anti-Sm, anti-SS/Ro, ati-SS-B/ La, e anti-DNA de dupla hélice. Trata-se uma condição mais comum em mulheres, com média de idade de 37 anos à época do diag- nóstico, variando de 5 a 80 anos; não há predisposição étnica. De etiologia desconhecida, seu diagnóstico é baseado em critérios clínicos diagnósticos. Manifestações comuns • fenômeno de Raynaud; • edema de dedos ou mãos. Anticorpo anti-U1 ribonucleoproteína (U1-RNP) Manifestações mistas Achados comuns ao LES • poliartrite; • linfadenopatia; • eritema facial; • pericardite ou pleurite; • leucopenia ou trombocitopenia. Achados comuns à ES • esclerodactilia; • fi brose pulmonar, com restrição ou capacidade de difusão reduzida; • hipomotilidade ou dilatação do esôfago. Achados comuns à polimiosite • fraqueza muscular; • enzimas musculares em concentração elevada no soro; • eletroneuromiografi a com padrão miopático. O diagnóstico é feito quando três das seguintes condições são preenchidas: 1. Positividade das condições: fenômeno de Raynaud e edema de dedos ou mãos (sintomas comuns); 2. Positividade de anticorpos anti-Ul-RNP; 3. Positividade de um ou mais achados de cada uma das três doenças lis tadas acima. Resposta a. SES – SC – 2007 37- Os principais efeitos tóxicos hematológicos do uso crônico de metotrexate são: a) anemia hemolítica e pancitopenia. b) neutropenia isolada e eritropoiese inefi caz c) anemia por defi ciência de vitamina B12 e hemólise d) pancitopenia e anemia megaloblástica e) plaquetopenia e leucemia 37- O uso de metotrexate é potencialmente mielotóxico, acarretando principalmente pancitopenia e anemia megalo- blástica, uma vez que esta droga funciona como antagonista do folato. Doses superiores a 15mg/semana podem requerer suplementação deste nutriente essencial para a síntese do DNA celular, e portanto do eritroblasto. Resposta d. SES – SC - 2007 38- Considere três indivíduos portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica com os seguintes achados: 1. Pa02=56 mmHg; 2. Pa02= 58 mmHg e insufi ciência cardíaca congestiva; 3. Pa02= 59 mmHg e hematócrito de 59%. O uso de oxigênio domiciliar contínuo está indicado para a) 1 e 3, somente b) 1, 2 e 3 c) 2, somente d) 2 e 3, somente e) 3, somente 38- Resposta e. INDICAÇÕES DA OXIGENOTERAPIA DOMICILIAR PRO- LONGADA* Uso contínuo de oxigênio PaO2 < 55 mmHg ou saturação de O2 < 88% PaO2= 56 a 59 mmHg ou saturação de O2 =89%, se há sinais de cor pulmonale, insufi ciência cardíaca congestiva ou policitemia (> 55%) Uso de oxigênio durante o exercício PaO2 < 55 mmHg ou saturação de O2 < 88% Demonstração da tolerância ao exercício com o O2 durante a re- abilitação Uso de oxigênio durante a noite PaO2 < 55 mmHg ou saturação de O2 < 88% durante o sono, com evidência de cor pulmonale, policitemia ou distúrbio físico ou mental atribuído a hipoxemia Quando a hipoxemia relacionada ao sono é corrigida ou melhorada pela suplementação de O2 * SBPT. Oxigenoterapia domiciliar prolongada 2000;26(6):341-51. UFPE – R3 Clínica Médica – 2008 39- Quais os agentes infecciosos mais comumente asso- ciados à ocorrência de anemia hemolítica auto-imune por anticorpos frios? a) Mycoplasma pneumoniae e vírus Epstein-Barr b) Chlamydia trachomatis e vírus da varicela-zóster c) Legionella pneumophila e vírus sincicial respiratório d) Pneumocystis jiroveci e citomegalovírus 39- A AHAI causada por anticorpos a frio pode ocorrer em adultos e crianças após infecção, particularmente, mononu- cleose infecciosa (IgM, anti-i) ou Mycoplasma pneumoniae (IgM, anti-I). Essa condição é diferenciada da AHAI causada por anticorpos a frio clássica porque ocorre em crianças e adolescentes, devido à natureza policlonal do auto-anticorpo IgM, e devido ao quadro clínico habitualmente transitório e benigno. O tratamento é de suporte e caso a hemólise seja intensa e persistente, o tratamento com corticosteróides ou plasmaférese pode ser indicado. Resposta a. Gabarito Comentado 15 UERJ – R3-Clínica Médica – 2002 40- Paciente com ascite secundária à cirrose, em uso de sulfato ferroso, furosemida e lactulona é trazido ao HUPE com quadro de desorientação e sonolência após pequeno episódio de diarréia escurecida. Apresenta PA = 130/95 mmHg. Os exames laboratoriais revelam os seguintes re- sultados: NO SANGUE: NA URINA: • VHS: 45; • pH 5 e odor forte; • hematócrito: 36%; • densidade: 1 005; • uréia: 25 mg%; • discreta proteinúria; • gasometria com alcalose metabólica. • 5 piócitos por campo. Diante desses achados, o quadro neurológico deve ser atribuído à: a) intoxicação exógena pela lactulona b) edema cerebral por hiponatremia verdadeira c) descompensação por hemorragia digestiva alta d) alteração metabólica secundária à hipopotassemia 40- Os pacientes com hipocalemia de leve a moderada, com níveis séricos entre 3,0 e 3,5 mEq/L geralmente não apresen- tam sintomas. Já os pacientes com hipocalemia mais severa, principalmente quando os níveis séricos são inferiores a 2,5 mEq/L, podem apresentar ini cialmente sintomas inespecífi - cos como fraque za muscular, câimbras, paresterias e fadiga. A fraqueza muscular tem caráter
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