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HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA ORIENTAL
AULA 4: MUNDO ÁRABE PRÉ-ISLÂMICO/ O ISLÃ EM SEUS PRIMÓRDIOS
A ARÁBIA PRÉ ISLÂMICA
Os muçulmanos costumam denominar o período anterior ao surgimento do Islamismo de Jahiliyah, ou seja, Idade da Ignorância. A  região da Península Arábica não possuía centralização política, visto que estava subdividida em várias comunidades independentes.
Em termos geográficos, podemos dividir a península em duas grandes porções: ao norte uma área bastante inóspita, com clima semi-árido e ao sul, de clima mais ameno, ocupada hoje pelo Yemen. Observe nos mapas que é banhado pelo Mar Vermelho e o Golfo Pérsico.
Antes de Maomé e a difusão do Islamismo,  o que prevalecia era a ética tribal. 
Cada indivíduo buscava estabelecer vínculos sanguíneos e de parentesco, por meio de um ancestral comum, formando um clã. Os clãs interagiam ligando-se em tribos (qawm).
“Era essencial cultivar uma ardente e absoluta lealdade ao qawm e seus aliados. Somente a tribo poderia garantir a sobrevivência dos indivíduos […] Para cultivar esse espírito comunitário, os árabes desenvolveram uma ideologia chamada muruwah […] A muruwah implica coragem na batalha, paciência e resistência ao sofrimento, dedicação às obrigações cavalheirescas de vingar o mal feito à tribo, proteger os mais fracos e afrontar os fortes.”    
Várias tribos viviam de forma nômade, peregrinando pelo deserto, praticando o pastoreio e utilizando os oásis como entrepostos. Eram conhecidos como beduínos. Em contrapartida, também existiam tribos sedentarizadas, ocupantes das regiões mais próximas da costa, caso daquelas que se fixaram em Meca e Yatrib. Os dois grupos se relacionavam através de interações comerciais.  
No norte da Península, alguns grupos estabeleceram reinos de duração variável. Como exemplos podemos citar os gassânidas, que firmaram, com o passar do tempo, relações com o Império Bizantino e o reino de Hira, que pendia para o lado do Império Persa.
Esses dois Estados serão, posteriormente, os primeiros alvos da expansão islâmica.
Na região conviviam também pequenos grupos judaicos e cristãos, no entanto, o grosso dos habitantes da Península era politeísta. Possuíam diversos santuários, sendo que o mais  importante era a Caaba, situada na cidade de Meca. A redor do santuário ficavam depositadas imagens de vários ídolos, cerca de 360, representando as várias tribos da Península. Era tradição que peregrinos fossem anualmente ao local e realizassem sete voltas, a tawwaf, em torno do monumento.
No interior da Caaba ficava a Pedra Negra, provavelmente, um meteorito. Segundo a tradição islâmica seria uma pedra enviada dos céus. 
Originalmente era branca, mas teria enegrecido por absorver os pecados da humanidade.
MAOMÉ E O INÍCIO DO ISLAMISMO
Para entendermos o surgimento do Islamismo precisamos conhecer alguns detalhes da biografia do profeta Maomé. A data de seu nascimento é motivo de controvérsia; varia entre  570 e 576. Seu pai faleceu pouco antes do parto e a mãe, quando contava apenas seis anos. Por conta dessas adversidades, passou a viver com seu avô paterno.
É importante lembrar que sua família era da tribo dos coraixitas (Quraysh), grupo que administrava a cidade de Meca no período em que o Islamismo nasceu. Apesar disso, como veremos à frente, Maomé enfrentou várias adversidades até que suas ideias vigorassem.
Já adulto foi empregado como chefe de caravana de uma rica viúva, Khadidja. Apesar da significativa diferença de idade, após alguns anos se casaram. O enlace acarretou para Maomé uma ascensão econômica e social em sua comunidade. Dessa união nasceram sete crianças, sendo que apenas quatro meninas vingaram: Roqaia, Ummu Keltsum, Zeineb e Fátima, a única que lhe deixará  descendentes.
Por conta de sua atividade profissional, Maomé viajava muito e, segundo seus biógrafos, essas viagens teriam facilitado a ele o contato com grupos adeptos do Judaísmo e do Cristianismo. Tais relações se manifestam quando percebemos elementos desses credos na lógica do Islã.
Por volta do ano de 610, Maomé, que desenvolvera o hábito de longos retiros e jejuns, teria recebido uma mensagem angelical para que iniciasse sua pregação.
“Maomé foi arrancado de seu sono e se sentiu tomado pela devastadora presença divina. Mais tarde ele explicaria essa experiência inefável dizendo que um anjo o envolvera num terrível abraço que o fez sentir como se o ar estivesse sendo expelido para fora do corpo. 
O anjo deu-lhe uma ordem: Iqra! Recita! […] Mas, disse ele, o anjo simplesmente o abraçou de novo até que, quando pensou haver chegado ao limite de resistência, sentiu saírem-lhe da boca afora as palavras divinamente inspiradas de uma nova Escritura.”
Por algum tempo, Maomé relutou em acreditar no que vivenciara. Achava que havia sido tomado por um jinni (gênio mau). Seu círculo mais próximo, composto de sua esposa, seu genro, seu futuro sogro e alguns amigos, no entanto, o estimularam a divulgar as revelações que recebera. Após iniciar sua pregação pública, Maomé recebeu a adesão de várias pessoas da cidade. Essa nova crença foi batizada de Islão, que significa submissão a Allah (Deus).
A região de Meca e as lideranças locais enriqueceram pelo comércio movimentado por peregrinos. A Caaba atraía indivíduos de diferentes tribos, pois reunia em seu exterior imagens de vários ídolos e a Pedra Negra. Por conseguinte, era comum que para lá afluíssem centenas de pessoas.
A pregação de Maomé enfatizando a existência de uma única divindade era um potencial perigo para os negócios coraixitas.  Vários relatos indicam que os seguidores do Profeta passaram a ser perseguidos, sofreram atentados pessoais e a seus bens.
Por algum tempo, Maomé passara ileso a essas perseguições. Lembre-se do que comentamos acima: sua família também pertencia à tribo dominante.
Alguns anos após o início de sua pregação e a ampliação do número de convertidos, o próprio Maomé foi ameaçado.
Sem opção, ele retirou-se com um grupo de seguidores para uma cidade relativamente distante de Meca, a cidade de Yatrib (mais tarde rebatizada de Medina, cidade do Profeta).
Esse episódio, datado de 622 e denominado Hijra (Hégira), tornou-se o marco do Islamismo.
Por vezes traduzido como fuga, a Hégira representou, na verdade, uma retirada estratégica de Maomé. Em Medina ele encontrou algumas comunidades judaicas e grupos árabes politeístas, bem como indivíduos que aderiram à sua mensagem. O ambiente era, definitivamente, menos hostil que em sua cidade natal.
Ainda que informalmente, Maomé passou a exercer uma liderança na localidade e mediar os conflitos existentes.  Realizou importantes alianças através dos casamentos de suas filhas e de novas núpcias contraídas por ele próprio. Organizou vários ataques a caravanas oriundas de Meca até que o conflito tornou-se flagrante.
No ano de 630, Maomé teria marchado para Meca e tomado a cidade sem novos derramamentos de sangue visto que a liderança aceitou a rendição. O primeiro ato de Maomé teria sido aproximar-se da Caaba e destruir todos os ídolos lá existentes, deixando apenas a Pedra Negra intacta. O Islão estabelecera sua base.
OS PILARES DO ISLAMISMO
Para os seguidores do Islamismo, os muçulmanos ( cujo significado é “aquele que se submete”), existem algumas premissas básicas que são conhecidas como os pilares da religião. São cinco:
1) Dar constantemente o testemunho de que a única divindade que merece ser adorada é Allah e que Maomé (Muhammed) é seu Shahadah, ou seja, seu Profeta.
2) Realizar as cinco orações obrigatórias em direção ao solo sagrado de Meca.  
3) Doar esmolas (Zakaah) aos pobres no valor de, aproximadamente, 2,5% dos seus bens.
4) Praticar o jejum no mês sagrado do Ramadã (estariam isentos do jejum os enfermos, as lactentes, os idosos, as grávidas e as mulheres no período menstrual).
5) Realizar a peregrinação (Haij) à Meca, pelo menos uma vez na via, desde que a pessoa possuísse meios para fazê-lo.
O ISLAMISMO: FONTES PRINCIPAIS
Os muçulmanos, como os cristãos e os judeus, tambémpossuem um Livro Sagrado, o Corão ou Alcorão. Está subdividido em
114 capítulos, também conhecidos como Suras e teria sido concebido ao longo dos 23 anos de pregação do Profeta.
Segundo a historiadora Karol Armstrong:
 “(...) o Corão não apresenta as várias suras na ordem em que foram proferidas por Maomé. Quando a primeira compilação oficial foi feita, por volta de 650, cerca de vinte anos após a morte de Maomé, os editores colocaram as suras mais longas no começo e as mais curtas, que incluem as primeiras reveladas pelo Profeta, no final.”
Em relação à figura de Maomé, os muçulmanos tinham uma preocupação especial. Jamais idealizar sua figura e muito menos adorá-lo.
Ele foi o Profeta como Abraão, Moisés, João Batista e Jesus, mas não deve ser divinizado.
Ele é, sim, um modelo a ser seguido.  
“Maomé é um homem como qualquer outro, mas é como uma joia entre as pedras. Enquanto as pedras comuns são opacas e pesadas, a joia é translúcida, transpassada pela luz que transfigura. […] Sua carreira profética foi um símbolo, uma teofania, que não só mostra a atividade de Deus no mundo, mas também ilustra a perfeita sujeição humana a Deus.”
Você deve se lembrar da polêmica gerada pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten, que publicou uma série de charges sobre Maomé. Caso não se recorde, acesse o seguinte link e conheça a questão.
O Alcorão prega, dentre outras coisas, o Monoteísmo absoluto, onde existe apenas um Criador, sábio e misericordioso que punirá os pecadores e abençoará os dignos de mérito na vida eterna.
Acreditam em Jesus como um Profeta anterior a Maomé, mas não em sua morte na cruz como redenção para a humanidade. É pecado mortal modificar, sujar ou adulterar de qualquer forma o Alcorão. Além disso, antes de tocá-lo, os fiéis fazem um ritual de purificação.
A segunda fonte da lei islâmica utilizada pelos muçulmanos é a Suna que significa “caminhos trilhados pelo Profeta”. Seria o conjunto das falas, práticas e juízos emanados pelo Profeta. As Haddits, ou seja, os registros validados desse conjunto são a base para a conduta do bom muçulmano.
Quando falamos de mundo islâmico temos que citar ainda a Sharia, o conjunto de leis que regem a vida dos muçulmanos. Seria composta pela combinação de diversas origens: o Alcorão, as Sunas e os Fatwas, decisões dos sábios do Islão sobre questões do dia a dia, sempre amparadas. A Sharia é a materialização da Lei de Allah.
Outro elemento do Islão, que é alvo de muita polêmica e má interpretação, é o conceito de Jihad. Usualmente é traduzido como Guerra Santa. Na verdade, como você estudará em História da Idade Média Ocidental, a expressão foi usada primeiramente pelos cristãos ao tentar reconquistar os territórios da Terra Santa das mãos dos seguidores do Islamismo.
A tradução mais correta para o termo é empenho. Costuma-se dividir a Jihad em dois tipos: a Jihad Maior e a Jihad Menor. 
A Maior seria um embate pessoal, o indivíduo em busca do controle de sua alma, do domínio de si mesmo. A Menor se relaciona ao empenho dos muçulmanos em levar seu credo para outras pessoas, ou seja, exercer o proselitismo.
A historiadora Karen Armstrong resumiu de forma bastante precisa o que é o Islamismo.
“O Islã é uma fé prática e realista que vê a inteligência humana e a inspiração divina trabalhando harmoniosamente lado a lado. […] O sucesso político da umma (comunidade – grifo nosso) tornara-se quase um sacramento para os muçulmanos: era um sinal externo da presença invisível de Deus em seu meio. A atividade política continuaria a ser uma responsabilidade sagrada, e o sucesso futuro do império muçulmano era um “sinal” de que a humanidade como um todo poderia ser redimida.”
A EXPANSÃO DO ISLAMISMO
Maomé foi o articulador de uma união até então inexistente na Península Arábica. Para obter êxito, além de ser um convincente líder religioso, precisou de sua capacidade de articular acordos e também do uso das armas.
Até o ano de 632 quando faleceu, Maomé havia reunido praticamente toda a Península Arábica sob a égide do Islamismo. Muitas tribos beduínas haviam se submetido ao Profeta, mas não haviam se convertido de fato. Prova disso é que, logo após a morte do Profeta, muitas romperam os acordos firmados.
Havia o risco real de que toda a tecitura política urdida por Maomé se rompesse, ainda mais porque ele não deixara nenhum indício ou indicação de quem deveria sucedê-lo na liderança da umma. Esse é o assunto da próxima aula.
O Islamismo pós Maomé.  Até lá!!!   
HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA ORIENTAL
AULA 5: O ISLAMISMO E AS DINASTIAS OMÍADAS E ABÁSSIDAS
Vimos na aula passada que a morte de Maomé foi um grande obstáculo para a manutenção da unidade da Península Arábica através do Islamismo. Entenderemos agora as razões dessa afirmação.
Maomé, ao começar sua pregação, enfrentou diversos obstáculos, não necessariamente religiosos. Questões políticas e econômicas emergiram. Com disciplina, sapiência e, por vezes, o uso da força, conseguiu “apaziguar” relativamente a situação. No entanto, muitos de seus aliados se aproximaram do Islão, mais por interesse do que por uma real conversão.
O Profeta tinha consciência de que a batalha do Islamismo não estava ganha e defendia essa premissa junto aos seus seguidores. Segundo Karen Armstrong:
“O desafio de concretizar a Palavra de Deus na história humana jamais teria fim: sempre haveria novos perigos e problemas por resolver. Algumas vezes os muçulmanos teriam de lutar; outras, poderiam viver em paz. [...] Até hoje os muçulmanos levam essa vocação muito à sério.”
Ainda assim, a insegurança se manifestou quando a confirmação do óbito de Maomé foi realizada.
Em vida, ele não deixara explícito quem o substituiria como guia do povo muçulmano. 
Para muitos, isso gerou questionamentos tais como:
O Islamismo deveria sobreviver a Maomé?
Alguns indivíduos abraçaram a causa do Islamismo de forma intensa, desde o início das explanações do Profeta. Esses homens eram Abu Bakr, Umar, Uthman e Ali que estavam unidos a Maomé por laços de casamento e por afinidade espiritual.  Eles compreenderam a essência de sua mensagem e se tornaram homens de confiança.
Conforme dito anteriormente, o nome de quem o substituiria não foi revelado por Maomé. Logo, em um primeiro momento, houve uma certa polêmica. Esses fiéis de primeira leva foram imediatamente mencionados, sem que houvesse consenso em torno de um indivíduo.  
Abu Bakr, sogro de Maomé a partir de seu matrimônio com Aisha, tomou a palavra  logo após a morte do genro e recebeu o apoio de grande parte da comunidade. Outro grupo pretendia que o substituto do Profeta fosse alguém com maior proximidade sanguínea, ou seja, Ali, seu genro, casado com a única filha que lhe restara do primeiro matrimônio, com Kadhija. 
A proposta desse grupo pautava-se no fato de Fátima ter dois filhos, o que asseguraria a continuidade da linhagem do Profeta. (Em sociedades patriarcais, a linhagem deve ter sequência a partir de um descendente do sexo masculino e, preferencialmente, fruto da primeira união do indivíduo).
A postura de Abu Bakr diante da morte do Profeta, impressionou a comunidade (umma). Ele mostrou-se seguro, capaz de assumir a liderança e acabou sendo escolhido pelo grupo. A partir dele, os líderes muçulmanos não eram apenas chefes religiosos. O comando político e militar foi cada vez mais enfatizado. O posto passou a receber um nome específico – califa.
O governo de Abu Bahr durou apenas dois anos, sendo substituído por Umar, Uthman e, por fim, Ali. Esses indivíduos passaram para a história do Islamismo com o título de Rashidum. “(...) os califas corretamente guiados por terem governado segundo os princípios de Maomé.”
Ao longo de seu breve comando, Abu Bahr enfrentou a dissensão de várias tribos beduínas que, como vimos anteriormente, haviam se aliado a Maomé por conveniência. Contou com o auxílio de um experiente general, Khalid Ibn Al-Walid, que submeteu os insurretos e consolidou o domínio sobre asáreas de Omã e Iemen.
Seu sucessor, Umar (634-644), prossegue a política expansionista do Islão. Seus generais ocupam regiões do atual Iraque, Síria, Israel (Jerusalém), Antioquia (Turquia), Irã (Kum, Kazvin) e Egito.
Segundo o factualista Mario Curtis Giordani:
“Da Arábia, o Islã estendeu-se por todos os países adjacentes e só se deteve diante dos obstáculos naturais: montanhas de Tauro, do Irã Oriental, da Abissínia, deserto de Cirenaica.” 
Para gerenciar esse território crescente, Umar instituíra o posto de wali (governador com poder político e militar) e de amil, um encarregado das questões financeiras. Além, claro, de estabelecer bases militares e a criação do calendário muçulmano, iniciado na Hijra, ano de 622.
Uthman, o terceiro califa ortodoxo, pertencia a um tradicional clã de Meca, os Omíadas. Ao assumir, prossegue a prática belicista de seu antecessor. No entanto, ele realiza um feito de grande ousadia nessa área; avança em direção ao Mar Mediterrâneo.  
O inusitado de sua ação foi o fato de conseguir romper com a hegemonia bizantina na região. A partir desse momento, a história do Islã se liga irremediavelmente à história do mundo cristão.
Esse fato, como veremos nas próximas aulas, vai gerar muitas batalhas ao longo dos séculos.
Apesar de seu ímpeto, Uthman esteve longe de ser um consenso: certas decisões suas suscitaram grande insatisfação interna. 
Dentre elas podemos citar: sua prática nepotista de distribuição de funções importantes na organização territorial e ainda, o crescente desperdício e corrupção na gestão do dinheiro coletivo.
Somando-se a isso, sua permissividade em relação às conversões do gentio conquistado causava desconforto aos verdadeiros fiéis. Eles desconfiavam, com razão, da veracidade dessa mudança.
O arrefecimento das críticas e denúncias contra Uthman levou um grupo de soldados a invadir sua casa  e assassiná-lo. No mesmo dia, o genro de Maomé, Ali, foi declarado califa. Como ele fora um dos opositores declarados de Uthman, muitos indivíduos começaram a considerá-lo mentor de sua morte.
Um dos mais ativos inimigos de Ali era Moawiya, governador da província da Síria. Ele clamava pela punição dos assassinos do primo Uthman, incitando a população a lutar contra o califa. Ali, em contrapartida, decidiu retirá-lo do cargo.  
Essa intransigência gerou uma batalha descrita de forma interessante pelo já citado factualista Mario Curtis Giordani:
“A luta desenrolava-se favorável a Ali, quando Amr, partidário de Moawiya, ordenou que se pendurassem folhas do Corão nas pontas das lanças exigindo assim um julgamento de Alá. Essa atitude de Amr impressionou os partidários de Ali que o forçaram à interrupção da batalha […] Quando o exército de Ali se retirava, um bom número de seus partidários […] arrependeram-se e pretenderam obrigar o califa a retomar a luta. Diante da recusa de Ali, esses descontentes se separaram […] Formaram um grupo conhecido como Kharidjitas, o primeiro cisma muçulmano.
Ali acabou morto em 661 por um jovem Kharidjitas. Sua morte brutal levou um grupo de indivíduos a cultuá-lo formando uma nova cisão do Islamismo. Esses homens se denominavam Shiah-Ali,
ou seja, o partido de Ali. 
De acordo com os xiitas (aportuguesamento da expressão), os seguidores do Islamismo deveriam ser guiados por descendentes de Maomé, os únicos com a sabedoria necessária. Não foi o que ocorreu após a morte de Ali que acarretou em grande conturbação interna.
Você já deve ter ouvido falar sobre a divergência entre xiitas e sunitas no mundo muçulmano. Além de defenderem que os líderes do Islã devem ter parentesco com Maomé, os xiitas também afirmam que o alcorão deve ser interpretado de forma mais rígida. Representam uma minoria, enquanto os sunitas somam pelo menos 80% da população muçulmana.
Após a morte de Ali, tem início a dinastia Omíada (661-750). O primeiro califa dessa dinastia é exatamente o primo de Uthman, que rivalizara com o Ali desde o início de seu governo, ou seja, Moawija.
Dentre as atitudes tomadas pelos Omíadas, é importante destacar a mudança da capital de Medina para Damasco, na Síria. Muitos historiadores entendem que essa atitude, em conjunto com outras, representaria a adoção de um Estado laico, ou seja, busca pelo distanciamento do centro administrativo do centro religioso.
Realizaram uma significativa centralização político-administrativa, colocando o califa em uma posição incontestável, embora existisse um conselho (Shura) para assessorá-lo. A sucessão hereditária é estabelecida. A justificativa utilizada foi a de evitar os conflitos oriundos da incerteza de quem substituiria o califa após a sua morte.
Ao longo dessa dinastia, os xiitas e kharidjitas, grupos que possuíam seguidores sobretudo no Iraque, ameaçaram com frequência a estabilidade interna. No governo de Moawija, o primeiro califa Omíada, houve um grande levante xiita. Hassan, filho de Ali, era considerado o legítimo sucessor do pai pelos xiitas do Iraque. Sob pressão, declinou do posto e acabou envenenado. Esse fato alimentou a oposição ao califa Omíada.
Anos mais tarde, Yazid, filho de Moawija, ascende ao posto de liderança do Império Islâmico. Dessa vez, o segundo filho de Ali, Hussein, manifesta a recusa em reconhecê-lo e avança  em direção ao Iraque. Na batalha de Karbala (Kerbela), Hussein é derrotado e morto, sendo a seguir, degolado.
Abd Al-Malik (685-705) foi um dos califas mais conhecidos dessa dinastia.
Em seu governo foram realizadas obras magníficas como a Mesquita da Cúpula da Rocha de Jerusalém.
Segundo a tradição, ela foi erguida sobre a rocha onde Abraão teria levado seu filho Isaac para o sacrifício ordenado por Deus. Em termos políticos, sua localização representava o poder dos muçulmanos sobre os “povos do livro” (expressão usada para designar os católicos e judeus). Os Omíadas promoveram também o avanço das ciências através da tradução de tratados médicos gregos. A língua árabe é tornada a oficial do califadoe a moeda é unificada.
Nos anos seguintes, a dinastia foi enfraquecendo por seguidas dissensões. Em 750, um grupo liderado por descendentes do tio de Maomé, Abbas, destituíram o califa e inauguraram uma nova dinastia, a Abássida, que lidera o mundo muçulmano até 1258.
Abu-al-Abbas-al-Saffa foi o primeiro califa da dinastia Abássida. Seu domínio concentrou-se no Oriente, pois  os governantes da Península Ibérica não reconhecem sua autoridade e rompem a unidade islâmica. 
Em virtude de sua ostensiva perseguição e assassinato dos remanescentes do clã Omíada, Abd el-Rahman foge para Andaluzia, sul da Espanha. Lá, se intitula Emir e estabelece o Emirado de Córdoba.
No Oriente, os Abássidas escolhem Bagdá como sede de seu califado. Apesar de longeva, a dinastia foi perdendo o poder de fato com o passar dos séculos. 
Vários sultões acabaram exercendo um poder local significativo. Podemos citar como exemplo os Fatímidas do Egito e os Ayyubidas da Síria.
Sua administração copiou características bizantinas e persas. Eles instituíram o cargo de vizir, uma espécie de primeiro ministro. A burocratização foi ampliada e o comércio, bastante estimulado, especialmente com as áreas mais orientais.
Em termos políticos, eles substituíram a premissa de um governo laico inaugurada pelos Omíadas pelo retorno da ideia de que os califas eram enviados de Alá, homens especiais. Houve uma grande perseguição aos não sunitas.
Como vimos há pouco, um elemento do clã Omíada migra para Córdoba e funda um Emirado. Recebe apoio da população local convertida ao Islão e dos habitantes da região cristã basca.  
O antigo governante da Andaluzia, Ibn-el-Arabi, destituído pelo Omíada, busca apoio no cristão Carlos Magno, rei franco, para  retomar o poder. Seu intento é mal sucedido e o Emirado se consolida. Séculos mais tarde, as tentativas cristãs contra os muçulmanos serão retomadas e conhecidas como Reconquista.
Mas, isso é um assunto para as próximas aulas. 
Nos veremos em breve!
HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA ORIENTALAULA 6: AS NOVAS FORÇAS DO ORIENTE
Esta unidade é uma das mais fantásticas do curso. Mergulharemos em um mundos pouco conhecidos. Nessa postura eurocêntrica que aprendemos nas escolas, o resto do mundo parece que nunca existiu. China, Japão, Índia, Norte e Leste europeu, África ficam sem muito estudo no mundo ocidental.
Por vontade, teríamos um curso muito mais amplo, falaríamos sobre os Xás de Cabul, das divisões chinesas, os impérios do sudeste asiático, da conquista da Austrália.  
Para isso, precisaríamos de muito tempo. Como não é possível, fizemos uma seleção.   
Conheceremos um pouco sobre os húngaros, búlgaros e os mongóis que tiveram grande relação com os bizantinos e o mundo islâmico.
Professor, se eu quiser saber mais como faço?
Pesquise, historiador, pesquise, sabendo que história não é decorar dados, momentos, mas discutir, compreender, influenciar e notar que as sociedades estão em constantes transformações.
Sendo assim, meu querido aluno, não tenha medo de inovar, buscar, perguntar, estudar, pois a história é muito mais densa, muito mais ampla do que o que te foi ensinado. Leve isso no seu coração, o mundo ainda precisa de muitas perguntas para se transformar.
HÚNGAROS
Quem são os húngaros?  Quando começamos a estudar Idade Média, falamos de Átila, o Huno, e sua incursão pelo norte da Europa.
Os húngaros vieram, provavelmente, das planícies situadas entre a China e a Rússia. Eram cavaleiros que tinham no saque e na incorporação de novos grupos, suas principais características. Vindos da mesma região que os citados hunos, foram batizados de novos hunos, magiares ou húngaros. A partir de 833, voltaram a pressionar os reinos europeus. Partindo da Rússia, contornando o Mar Negro, chegaram aos limites de um importante protetorado bizantino, os Búlgaros.
OS ATAQUES HÚNGAROS
Os húngaros, em 896, ultrapassam os Cárpatos e se estabelecem no Danúbio Médio aproveitando-se da desorganização dos grupos eslavos que ocupavam de maneira confusa a região, em especial desde que Carlos Magno no século anterior havia conseguido vencer os Avaros.
A organização húngara fica entre dois mundos: saques sobre a Germânia e norte da Itália e a centralização política-administrativa bizantina tão próxima.
Segundo Marc Bloch, o avanço húngaro teve seu fim quando “(...) em 10 de agosto de 955, o rei da França Oriental, Otão, o Grande, advertido de uma incursão sobre a Alemanha do Sul, combateu, nas margens do Lech, um bando húngaro que ia de regresso. Venceu-os, depois de um sangrento combate e tirou partido da perseguição. A expedição de pilhagem, castigada desse  modo, seria a última.
Graças a Otão, rei do Sacro Império Romano Germânico, os húngaros ficaram confinados aos limites da Baviera. Com suas vitórias sobre os saqueadores húngaros, forçou que outra parte desse povo consolidasse sua sedentarização.
A Igreja teve papel importante no assentamento húngaro, a ponto de entre 1012 e 1015, um sínodo proibir que os guerreiros de uma determinada paróquia se afastassem a uma determinada distância da Igreja Matriz, dando assim fim à prática do saque em grandes cavalarias. Lembramos que é uma Igreja com uma relação intensa com a bizantina.
Assim se perdia o costume das cavalgadas.  Segundo Bloch, “estas modificações no gênero de vida harmonizavam-se com profundas mudanças políticas, favorecidas aquelas talvez pela absorção, na massa magiar, de elementos estrangeiros - tribos eslavas de há muito quase sedentárias; cativos oriundos das velhas civilizações rurais do Ocidente".
BÚLGAROS
A organização dos Bálcãs passa pela organização dos búlgaros.  Devemos destacar que a região não fora claramente ocupada por um grupo, são no seu sentido pleno uma série de conjuntos clânicos que iam desde macedônios, passando por grupos que alguns chamam de Trácios.
Estes grupos que eram utilizados constantemente como força de batalha dos bizantinos passam por uma transformação intensa quando uma nova leva de "eslavos do sul" inicia uma organização política que força os bizantinos a terem que negociar.
Para termos uma boa ideia de sua organização, é bastante interessante observar o processo de cristianização búlgaro, trabalhado por Paul Johnson em seu A História do Cristianismo. Em torno de 850, a organização búlgara emergente temia tanto o imperialismo dos carolíngios quanto dos bizantinos, em especial pós-organização da dinastia dos macedônios.
Neste momento, tudo indica a direção de um curso pró-franco e, no princípio da década de 860, tudo indicava que o Rei Búlgaro, Bóris I, aceitaria o Cristianismo romano. Lembremos que a religião é um símbolo do poder. Em 864, uma poderosa demonstração militar e naval por parte de Bizâncio provocou uma mudança de rumos.
O clero ortodoxo penetrou em quantidades gigantescas em seus territórios e essa rápida introdução de novos costumes provocou uma revolta da antiga aristocracia búlgara, que Bóris debelou com violência.  Em consequência, ele escreveu ao patriarca de Constantinopla, Fócio, solicitando uma Igreja autônoma, - isto é, um patriarcado equivalente aos cinco já existentes - Roma, Constantinopla, Jerusalém, Antioquia e Alexandria - reparem o que a proposta explicita, a leitura que o poder local tinha de sua organização.  A resposta de Fócio, que ainda existe, foi longa, mas insatisfatória e em 866, Bóris ensaiou um movimento em direção a Roma enviando ao Papa uma carta pedindo respostas a 106 perguntas.  O Papa Nicolau I ficou deliciado, despachou dois bispos e respondeu a todas as indagações.  
A resposta que chegou até nós é um dos documentos mais fascinantes de toda a Idade Média, segundo Paul Johnson. Bóris não levantou nenhuma questão teológica. Estava preocupado com o comportamento, não com a crença.  Suas dúvidas refletem as tensões criadas na sociedade búlgara pela recepção do cristianismo e, particularmente, pelo ritualismo rigoroso dos gregos ortodoxos.  Os bizantinos estavam certos em proibir os búlgaros de tomar banho às quartas e sextas-feiras?  Em tomar a comunhão sem usar cinto?  Em comer a carne de animais mortos por eunucos?  Era verdade que nenhum leigo podia conduzir orações públicas pedindo por chuva ou fazer um sinal da cruz sobre a mesa antes da refeição?  
E que os leigos não tinham de permanecer, na igreja, com os braços cruzados sobre o peito (segundo o Papa, todas as respostas são não)? 
Quanto à questão das reivindicações eclesiais bizantinas, o Papa negou que Constantinopla fosse a segunda na classificação dos patriarcados; segundo ele, não se tratava sequer de uma fundação apostólica - sua importância era meramente política.  Sua afirmação de que apenas seu império podia proporcionar a santa crisma foi repudiada com desdém.  Por outro lado, o Papa rejeitou o pedido de Boris de fazer da Bulgária um patriarcado; por ora, ele teria de se contentar com um arcebispado.
As interrogações de Bóris aproximam-nos mais das realidades do impacto cristão sobre a sociedade pagã, sobremaneira na vida cotidiana, de que qualquer outro documento que tenha sobrevivido.
Bóris também desejava saber a posição de Nicolau sobre os costumes búlgaros que os Bizantinos proibiram.  Podia-se usar um rabo de cavalo como estandarte; procurar augúrios, enfeitiçar, executar cânticos e danças cerimoniais antes das batalhas e fazer juramento sobre uma espada? Pedras milagrosas podiam curar ou amuletos de pescoço podiam proteger contra a doença?  
O culto aos ancestrais era permitido. Dentre os costumes aprovados por Nicolau estavam comer aves e animais mortos sem derramamento de sangue; a prática do governante de comer sozinho, a uma mesa elevada; diversos costumes de vestuário: Nicolau não fez objeção ao uso de calças.
A luta pela alma da Bulgária envenenou as relações entre Roma e Constantinopla.  Primeiro, o clero Bizantino, e depois, em resposta ao latino, foram expulsos da sede uma da outra. Não era a primeira luta entre as sedes, mas as acusações iam ficando mais sérias.
Fócio, entre outras acusações, muitas falsas, diziaque: incluíam-se o jejum aos domingos, uma Quaresma mais curta, o clero celibatário e a estranha teoria que somente os bispos podiam confessar.
A contenda tornou-se jurisdicional, com base em fronteiras provinciais que foram, outrora, parte do sistema romano de governo e agora estavam desprovidas de qualquer significado.  O papado acusava os gregos de recorrer ao suborno em larga escala entre os búlgaros.  Isso pode muito bem ter sido verdade.
Para os búlgaros, Bizâncio parecia muito mais rica e poderosa que Roma; também era mais próxima.  Esses fatores determinaram as lealdades búlgaras, acompanhadas, no tempo oportuno, por praticamente a totalidade do mundo eslavo. Este exemplo nos dá base para compreendermos a organização social entre os Bálcãs e o mundo em seu contexto.
A DINASTIA SONG
Nas fronteiras da China nasce uma forte e poderosa organização: os mongóis.
Para falar dos mongóis, precisamos nos livrar de nosso vício em estados modernos, onde um grande poder está marcado pelo controle direto de seu território, pela pressão e o tesouro que este poder tem em si.  Não estamos falando de estados modernos, precisamos pensar que o modelo de governo em torno dos mongóis é completamente diferente.  Os mongóis, mesmo no seu auge, estabeleciam o controle em torno de práticas nômades e seminômades.
A origem dos mongóis é difícil de precisar, sabe-se de relatos na China dos cavaleiros das estepes, e a Europa conheceu muito bem um dos grupos que provavelmente pertencem ao tronco familiar dos mongóis, os Hunos.
Mas a força adquirida pelos mongóis pode ser precisada a partir da organização política do Grande Khan.  No ano de 1206, o grande Kuriltai,  que é a assembleia dos líderes clânicos, escolhe Temujim para assumir a condição de líder do conselho.  É em torno de seu governo que Temujim reorganiza as tribos, criando uma hierarquia social entre os clãs.   Outra característica que ganha força é a incorporação dos grupos dominados, estabelecendo sistemas de impostos, incorporando guerreiros, estabelecendo lideranças locais.  Este processo é tão denso que permite que grandes senhores militares em muito pouco tempo assumissem a condição de liderança política.
Temujim assume o nome de Grande Líder clânico, Gêngis Khan, aquele que deveria ser diferenciado entre os demais, teria o direito a mais mulheres que qualquer um dos seus auxiliares.  A política de absorção permitiu a sucessão do Império chinês ao sul, dominando territórios que iam do sudeste asiático até o limite do Império árabe-islâmico no Afeganistão.
A EXPANSÃO MONGOL
Os sucessores de Gengis Khan, Hulagu Khan e Kublai Khan, se tornam os dois principais líderes, mas para que o chicote mongol estalasse com força contra o Islão, foram necessários homens como Guo Kan, chinês, mestre de sítio que vence Bagdá.  
A expansão: China - a partir de 1215, a China foi intensamente conquistada pelos mongóis, absorvendo as fragilidades, incorporam a dinastia Chin e Si´Há. Em 1279, com Ogodai e Kublai Khan, os mongóis já tinham recebido forte influência chinesa, criando inclusive uma dinastia própria.  Lembremos que é sempre uma influência parcial, pois há uma contínua movimentação militar, negando as práticas sedentárias.
Os netos de Gengis Khan causam um grande abalo no mundo islâmico. Em um sistema de saques sistemáticos e cercos, dominam em 1258 a cidade de Bagdá. Nos anos que se seguiram, causaram verdadeiro horror em europeus e no mundo Islâmico pela força dos seus arqueiros, pela sua cavalaria rápida e arrasadora.
Para o domínio destas províncias distantes, foram organizadas as chamadas Tamma, um sistema em que os guerreiros procedentes de diferentes tribos se mantinham nas áreas conquistadas para patrulhar o seu domínio mantendo a lei e a hegemonia local.  Esse grupo seria modificado a cada necessidade de expansão, mantendo uma intensa circulação.
Outras áreas foram marcadas pela expansão mongol. Na Rússia, a organização da Horda de Ouro é uma linha de estabelecimento dos grupos mongóis. Na Índia, a descendência mongol ganha a derivação para Mogol, se tornam os senhores da Índia, deixando histórias bem interessantes como a do príncipe Shah Jahan e o Taj Majal.
A origem dos mongóis é difícil de precisar, sabe-se de relatos na China dos cavaleiros das estepes, e a Europa conheceu muito bem um dos grupos que provavelmente pertencem ao tronco familiar dos mongóis, os Hunos.
Mas a força adquirida pelos mongóis pode ser precisada a partir da organização política do Grande Khan.  No ano de 1206, o grande Kuriltai,  que é a assembleia dos líderes clânicos, escolhe Temujim para assumir a condição de líder do conselho.  É em torno de seu governo que Temujim reorganiza as tribos, criando uma hierarquia social entre os clãs.   Outra característica que ganha força é a incorporação dos grupos dominados, estabelecendo sistemas de impostos, incorporando guerreiros, estabelecendo lideranças locais.  Este processo é tão denso que permite que grandes senhores militares em muito pouco tempo assumissem a condição de liderança política.
Temujim assume o nome de Grande Líder clânico, Gêngis Khan, aquele que deveria ser diferenciado entre os demais, teria o direito a mais mulheres que qualquer um dos seus auxiliares.  A política de absorção permitiu a sucessão do Império chinês ao sul, dominando territórios que iam do sudeste asiático até o limite do Império árabe-islâmico no Afeganistão.
Podemos fazer uma analogia boba para brincar sobre a expansão mongol, se normalmente entendemos um estado que vai incorporando a expansão mongol, funciona como uma mesa de sinuca, um primeiro movimento é iniciado, e os demais são as bolas se batendo, que dão a continuidade. Por um lado as práticas militares, a hierarquia do clã é mantida, por outro lado os novos grupos que entram neste processo.
Os sucessores de Gengis Khan, Hulagu Khan e Kublai Khan, se tornam os dois principais líderes, mas para que o chicote mongol estalasse com força contra o Islão, foram necessários homens como Guo Kan, chinês, mestre de sítio que vence Bagdá.  
A expansão: China - a partir de 1215, a China foi intensamente conquistada pelos mongóis, absorvendo as fragilidades, incorporam a dinastia Chin e Si´Há. Em 1279, com Ogodai e Kublai Khan, os mongóis já tinham recebido forte influência chinesa, criando inclusive uma dinastia própria.  Lembremos que é sempre uma influência parcial, pois há uma contínua movimentação militar, negando as práticas sedentárias.
Os netos de Gengis Khan causam um grande abalo no mundo islâmico. Em um sistema de saques sistemáticos e cercos, dominam em 1258 a cidade de Bagdá. Nos anos que se seguiram, causaram verdadeiro horror em europeus e no mundo Islâmico pela força dos seus arqueiros, pela sua cavalaria rápida e arrasadora.

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