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AFRFB II adm publica 2 EXE rafael encinas Aula 01

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CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS – AFRFB 
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS 
Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 1 
Aula 01 
 
Olá, Pessoal! 
Sejam bem-vindos ao curso de Administração Pública em Exercícios para 
AFRFB. Gostaria de agradecer a confiança de vocês no nosso trabalho e espero 
que o curso atenda às expectativas de todos. Nesta Aula 01 veremos os se-
guintes itens do edital: 
Aula 01 – 20/07: 2. Modelos teóricos de Administração Pública: gerencial. 
5. Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova 
gestão pública. 10. Gestão Pública empreendedora. 6. 
Governabilidade, governança e accountability. 
Boa Aula! 
 
 
Sumário 
1. QUESTÕES COMENTADAS ..................................................................................... 2 
1.1. QUESTÃO DISCURSIVA ........................................................................................ 61 
1.2. LISTA DAS QUESTÕES ......................................................................................... 62 
1.3. GABARITO ....................................................................................................... 79 
2. PONTOS IMPORTANTES DA AULA ....................................................................... 80 
3. LEITURA SUGERIDA ........................................................................................... 81 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS – AFRFB 
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS 
Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 2 
11.. QQuueessttõõeess CCoommeennttaaddaass 
1. (ESAF/EPPGG-MPOG/2002) A administração pública gerencial é fre-
quentemente identificada com as ideias neoliberais porque as técnicas de 
gerenciamento são quase sempre introduzidas ao mesmo tempo em que se 
realiza um ajuste estrutural para combater o déficit fiscal. 
Vimos no final da demonstrativa que a crise da burocracia está diretamente 
associada com a crise do Estado de Bem-Estar Social. No momento em que os 
Estados entraram e crise fiscal ao mesmo tempo em que tinham que prover 
uma série de direitos sociais, tornou-se necessária uma administração eficien-
te, o que a burocracia não era. Assim, de um lado, o Estado era considerado 
grande demais, de outro ineficiente. Era preciso diminuí-lo e adotar técnicas de 
gestão da iniciativa privada. Por isso que as reformas gerenciais são muito 
associadas com o neoliberalismo, pois os dois movimentos surgem juntos. A 
questão é certa, pois é cópia do texto de Bresser.: 
A administração pública gerencial é frequentemente identificada com as 
ideias neoliberais por outra razão. As técnicas de gerenciamento são quase 
sempre introduzidas ao mesmo tempo em que se implantam programas de 
ajuste estrutural que visam enfrentar a crise fiscal do Estado. 
Gabarito: C. 
2. (ESAF/APO-MPOG/2005) O mangerialism, apesar de ter sido criado nos 
EUA – “berço das grandes inovações da administração privada”, obteve mai-
or sucesso na Grã-Bretanha, onde encontrou um sistema político mais favo-
rável a sua aplicação. 
Segundo Fernando Luiz Abrucio: 
O presidente Ronald Reagan e a primeira-ministra inglesa Margareth 
Thatcher elegeram-se com um programa de governo muito parecido, inclusi-
ve no que se refere à reforma administrativa. Ambos propunham, inicialmen-
te, a implantação de um modelo gerencial puro, com ênfase no corte de 
custos e no aumento da eficiência. Thatcher foi, em grande medida, bem su-
cedida em seu programa de reformular o aparato burocrático. Reagan não. 
Por quê? 
O autor aponta duas razões para a menor força do gerencialismo nos EUA: 
��� Tensão existente entre aumentar a flexibilidade e, ao mesmo tempo, 
procurar manter as salvaguardas políticas contra a patronagem; 
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��� O governo nos Estados Unidos é extremamente descentralizado 
Nos EUA, sempre houve uma maior preocupação com o uso da máquina públi-
ca para interesses pessoais. Eles ficaram mais preocupados em aumentar a 
autonomia dos gestores, pois poderia resultar em perda de controle. 
De outro lado, o fato de os EUA ser uma federação dificultou a implementação 
da reforma nos diversos níveis de governo, pois os estados e municípios con-
tam com autonomia e não precisam obedecer às determinações do governo 
federal. Já na Inglaterra, a centralização é muito maior, tanto que Thatcher 
ficou conhecida como a “Dama de Ferro”. Assim, ela conseguiu empurrar a 
reforma “goela abaixo” no país. Ainda segundo Abrúcio: 
Isto não quer dizer que o managerialism não tenha força nos EUA. Aliás, foi 
lá que nasceu o chamado Public Management, que nunca se tornou hegemô-
nico, mas algumas das suas técnicas gerenciais estão sendo utilizadas prag-
maticamente há muito tempo, quando servem aos interesses da comunidade. 
Portanto, o autor afirma que o managerialism, ou gerencialismo, teve origem 
nos EUA, a questão é certa. Só tomem cuidado, pois o modelo deles era dife-
rente dos demais países. Segundo George Frederickson e Kevin Smith: 
Nenhuma dúvida de que a moderna administração pública é em grande parte 
um produto Americano do Século XX. Mas especialistas em administração 
comparada há muito tempo argumentam contra a exportabilidade da admi-
nistração pública Americana. Muito do ímpeto por trás da chamada Nova 
Gestão Pública vem da Europa Ocidental, Austrália e Nova Zelândia. 
As reformas gerenciais estiveram longe de constituir um corpo homogêneo. 
Podemos dividir as reformas em dois modelos principais: 
��� Westminster: nasceu na Nova Zelândia nos anos 1970 e se espalhou por 
outras democracias parlamentaristas como Austrália, Canadá e Inglaterra. 
��� Reinventando o Governo: próprio dos EUA, surge com o empreendedo-
rismo governamental, outro item do edital e que estudaremos nesta aula. 
Gabarito: C. 
3. (ESAF/EPPGG-MPOG/2002) O enfoque gerencial foi criado pela equipe 
do governo Thatcher em 1979, como forma de diminuir o tamanho do Esta-
do na economia e reverter o processo de decadência econômica do país. 
A questão é errada. Como vimos acima, o gerencialismo surgiu nos EUA. 
Gabarito: E. 
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4. (ESAF/AFT/2010) A NGP é um movimento cuja origem remonta às mu-
danças havidas nas administrações públicas de alguns países a partir da dé-
cada de 1970, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra. 
Alguns alunos acham que esta questão está errada por causa da data em que 
teria iniciado a Nova Gestão Pública, outra forma de se referir ao gerencialis-
mo, como veremos a seguir. 
A questão está certa, apesar de não podermos dizer que a década de 1970 
seja o ponto exato de início do movimento. Segundo Abrúcio: 
Mas havia antecedentes de propostas gerenciais não só na Grã- Bretanha. 
No Canadá, por exemplo, houve a Comissão Glassco (1961-1963), que, 
com uma clara visão gerencial, questionava todos os conceitos administrati-
vos tradicionais (CAIDEN, 1991: 56). Outro antecedente importante, e que 
é pouco discutido na literatura, é o das comissões e organismos internacio-
nais que nas décadas de 60 e 70 propunham reformas administrativas para 
os países em desenvolvimento, defendendo a implantação de um modelo 
menos burocratizado e com instrumentos gerenciais. 
Nesse tipo de questão, não marquem errado numa primeira leitura. Esse tipo 
de detalhe acerca da década de 1970 é algo que podemos considerar como de 
menor importância na questão. Normalmente existem pequenas coisas que nos 
deixam com a pulga atrás da orelha, mas que temos que tomar cuidado, pois a 
banca não teve tanto cuidado no momento de elaborar a questão. 
Gabarito:C. 
5. (ESAF/EPPGG-MPOG/2002) Na relação entre o enfoque gerencial da 
administração pública e as chamadas ideias neoliberais, ambas as aborda-
gens defendem a ideia do Estado mínimo, com o governo atuando apenas no 
chamado “núcleo estratégico”. Como instrumento para realização deste ob-
jetivo é preciso definir processos e recompensar o mérito dos funcionários. 
Na década de 1980, as primeiras reformas gerenciais eram marcadas pelo 
ideário neoliberal. Contudo, percebeu-se que o ajuste estrutural não era sufici-
ente para que houvesse a retomada do crescimento. Ocorreram ganhos positi-
vos, como o fato da balança de pagamentos voltar a um relativo controle, por 
toda a parte caíram as taxas de inflação, mas não se retomou o crescimento. 
A partir daí as reformas gerenciais entenderam que o Estado Mínimo não é 
algo concreto, a ser buscado. Bresser Pereira considerava irrealista a ideia de 
um Estado Mínimo. A administração gerencial passa a defender um Estado 
menor, mas que ainda atua, regulando a atividade econômica. 
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Portanto, apesar de, no início, as reformas gerenciais estarem muito ligadas ao 
neoliberalismo, não podemos defender que elas defendiam o Estado Mínimo. A 
administração gerencial se distanciou do neoliberalismo. A questão é errada. 
Gabarito: E. 
6. (ESAF/AFT/2010) A NGP nasceu gerencialista nos anos 1980, tendo sido 
fortemente inspirada nas reformas minimalistas e na proposta de aplicação 
da tecnologia de gestão empresarial ao Estado. 
Questão certa. Apesar de não defender o Estado Mínimo, a reforma gerencial 
foi sim fortemente inspirada nas reformas minimalistas. Portanto, tomem cui-
dado com esse ponto. A NGP nasce muito próxima ao neoliberalismo, mas se 
afasta dele e não defende o Estado Mínimo. Segundo Humberto falcão Martins: 
A NGP nasceu gerencialista nos anos 80, fortemente inspirada nas reformas 
minimalistas, e propondo a aplicação de tecnologia de gestão empresarial 
ao Estado, a partir das experiências paradigmáticas 
Gabarito: C. 
7. (ESAF/TCU/2002) Teorias no âmbito do neoinstitucionalismo econômico, 
entre as quais a teoria da agência e a teoria da escolha pública, formam, 
juntamente com abordagens contemporâneas de gestão, a base conceitual 
do New Public Managment. 
A questão é certa. A administração gerencial foi influenciada por teorias da 
Ciência Política, da Sociologia, da Administração, da Psicologia, etc. Entre as 
teorias que tiveram maior importância estão as do neoinstitucionalismo. 
Trata-se uma escola de pensamento que emergiu ao longo das décadas de 
1970 e 1980, tendo como principal foco de análise as instituições, busca anali-
sar como as instituições interferem nas decisões. Ele faz parte das diversas 
correntes de pensamento econômico liberal, afirmando que as instituições são 
necessárias apenas quando geram benefícios para a sociedade, mas devem ser 
vistas como uma segunda opção (Second Best), um mal necessário. 
A partir desses fundamentos, o Estado passa a ser considerado como um pro-
blema – logo, a solução seria haver menos Estado, e mais mercado e socieda-
de civil. O Estado havia, segundo essa ótica, atingido um ponto de 
estrangulamento e ingovernabilidade. À sociedade civil caberia resgatar sua 
determinação e suas capacidades próprias, depender menos do Estado (afinal, 
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haveria no limiar do século XXI condições tecnológicas para isso) e controlá-lo 
mais. Vamos ver as teorias citadas na próxima questão. 
Gabarito: C. 
(CESPE/SENADO/2002) O neo-institucionalismo econômico (NIE) forma um 
complexo conjunto de abordagens e teorias e busca servir de ferramenta de 
análise de transações, desempenho econômico e lógico das organizações, 
bem como de análise de elementos do ambiente institucional e mudança ins-
titucional, espalhando-se e focando em muitos campos temáticos e metodo-
lógicos. Com relação ao NIE, julgue os itens abaixo. 
8. No domínio da ciência política, as aplicações de modelos e abordagens 
de public choice sugerem que as escolhas públicas não podem ser otimiza-
das, uma vez que as instituições que as processam interferem na sua racio-
nalidade. 
9. Segundo a teoria da agência, as transações sociais entre atores nas es-
feras tradicionais do estado e do mercado não podem ser enfocadas a partir 
de uma relação do tipo contratado — agente — e contratante — principal. 
A questão 08 é errada. Segundo a Teoria da Escolha Pública, políticos e 
burocratas, da mesma forma que empresários e consumidores, são atores 
racionais e estão motivados pelo interesse próprio, que no caso dos políticos 
consiste em atingir o poder e/ou manter-se nele. Isso resulta muitas vezes no 
fracasso das políticas públicas em satisfazer de forma eficaz ao conjunto da 
sociedade ou mesmo à maioria da população através de políticas em prol do 
bem comum. A conclusão da TEP é que existem falhas na ação dos governos, 
da mesma forma que existem falhas de mercado, apontando a ineficiência da 
administração pública, ausência de incentivos, problemas com obtenção de 
informação acerca das preferências dos cidadãos, rigidez institucional, perme-
abilidade à ação de lobbies, etc. Segundo Humberto Falcão Martins: 
Segundo a teoria da escolha pública, as instituições (em sentido análogo às 
organizações) interferem nas decisões racionais dos atores públicos, limi-
tando sua racionalidade (em relação à do mercado). Nessa perspectiva, o 
governo é uma instituição econômica em busca de maximização de votos e 
que afeta o desempenho econômico porque interfere no provimento de bens 
públicos. A teoria da escolha pública implica uma visão crítica da burocracia, 
como dotada de uma tendência auto-orientada, e prescreve um ostensivo 
controle político sobre a burocracia para controlar custos, questionar e criti-
car resultados, quebrar monopólios e introduzir competição. 
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Portanto, é certa a parte da alternativa que fala que as instituições interferem 
na racionalidade. O erro está em falar que as escolhas públicas não podem ser 
otimizadas. Elas podem, no mercado. 
A questão 09 é errada. Outra corrente importante do neoinstitucionalismo é 
a Teoria da Agência, segundo a qual as relações contratuais, quer explícitas 
ou implícitas, delimitam a figura de um sujeito ativo que recebe o nome gené-
rico de principal, e de um sujeito passivo chamado agente. O principal é quem 
contrata e o agente é o contratado. A Teoria da Agência enfoca as transações 
sociais entre atores nas esferas tradicionais do Estado e do mercado como 
relações contratuais. Segundo Humberto Falcão Martins: 
Segundo a teoria da agência (principal-agent ), as transações sociais entre 
atores nas esferas tradicionais do Estado e do mercado se estabelecem em 
bases contratuais de relação do tipo contratado (agente) e contratante 
(principal) (Melo, 1996), com interdependência sistêmica de três espécies 
de relação: entre Estado (burocracia e sistema político) e agentes econômi-
cos; entre políticos e burocratas; e entre cidadãos e políticos. Essas rela-
ções estão sempre sujeitas a diversos problemas (risco moral, seleção 
adversa, assimetria de informações etc.), e, portanto, o caráter contratual 
da relação deve ser reforçado mediante incentivos. 
Essa teoria irá influenciar a administração gerencial, principalmente no que se 
refere à gestão por resultados, a ideia de que devem ser estabelecidos instru-
mentos de contratualização, que representa a ampliação da autonomia na ges-
tão dos meiospara cobrar o alcance dos fins, ou seja, dos resultados. Ao invés 
de controlar os processos, os meios, busca-se dar incentivos para que o gestor 
público alcance os resultados desejados. A teoria da agência é importante para 
o conceito de Accountability, que veremos mais a frente. 
Gabarito: E, E. 
10. (ESAF/AFC/2002) A abordagem do new public management é mais um 
recurso estruturador da discussão sobre as transformações ocorridas na ges-
tão pública nas duas últimas décadas que um paradigma prescritivo de re-
forma do estado. 
A questão é certa. Segundo Humberto Falcão Martins: 
O NPM é um conjunto de argumentos e filosofias administrativas aceitas em 
determinados contextos e propostas como novo paradigma de gestão públi-
ca a partir da emergência dos temas crise e reforma do estado nos anos 80. 
O termo foi originalmente lançado como recurso estruturador da discus-
são acadêmica sobre as transformações transcorridas na gestão e organiza-
ção executiva de governos a partir dos anos 80. 
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As reformas que buscavam implantar a administração gerencial ficaram conhe-
cidas como a Nova Gestão Pública. Ela, em si, não representa um novo para-
digma, mas um campo de discussão profissional e de políticas públicas de 
abrangência internacional sobre assuntos que dizem respeito à gestão pública. 
Seu caráter é mais de análise do que prescritivo, ou seja, é mais estudo do 
que aconteceu do que de como deveria ser. 
Outro tipo de detahe que vocês têm que tomar cuidado é em relação a esta 
distinção em relação ao NPM. Apesar de não ter caráter prescritivo, algumas 
vezes as questões afirmam que ele prescrevia determinados princípios, e não 
estará errada, pois o autor da questão não considerou tal aspecto. Assim, 
sempre leiam com cuidado se este for um detalhe menor na questão e tentem 
identificar se há outro erro “maior” nas demais alternativas. Na ESAF, muitas 
vezes o gabarito não é a alternativa errada, mas sim a “mais errada”. 
Gabarito: C. 
11. (CESPE/SEAD/2001) O denominado New Public Management 
I. é um campo de estudo, um recurso estruturador da discussão acadêmica 
e profissional acerca das transformações ocorridas no Estado e na gestão 
pública a partir de 1980. 
II. baseia-se em teorias contemporâneas de gestão e em abordagens do 
campo denominado neoinstitucionalismo econômico. 
III. prescreve formas de organização e gestão pública embasados na flexibi-
lidade, na orientação por resultado, no foco no cliente e em accountability. 
IV. foi originalmente muito influenciado por visões minimalistas sobre o Es-
tado, oriundas da onda liberal. 
V. originou-se a partir de eventos de transformações no setor público no 
Reino Unido e nos EUA, que se tornaram paradigmáticos. 
A quantidade de itens certos é igual a 
A) 1. 
B) 2. 
C) 3. 
D) 4. 
E) 5. 
A primeira afirmação é certa, vocês podem ver que também é cópia do 
texto do Humberto falcão Martins. 
A segunda afirmação é certa, o neoinstitucionalismo está na base do NPM, 
assim como as teorias de gestão do setor privado, que foram incorporadas ao 
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setor público. Gerencialismo significa justamente isso, a adoção de técnicas 
privadas de gestão. 
A terceira afirmação é certa. Aqui temos um caso do que eu falei na ques-
tão anterior, de que eles não levam em consideração em muitos casos a ques-
tão do caráter prescritivo. 
A quarta afirmação é certa, o NPM, no início, foi influenciado pelo neolibera-
lismo. Mas lembrem-se: não defende o Estado Mínimo. 
A quinta afirmação é certa. Vimos que a aplicação do NPM ocorreu primei-
ramente nos EUA e no Reino Unido, apesar de existirem algumas experiências 
anteriores na Nova Zelândia, Canadá e Austrália. Um termo importante nas 
questões com o qual vocês também tem que tomar cuidado é “paradigma”. 
Gabarito: E. 
12. (ESAF/APO-MPOG/2002) A administração pública gerencial surgiu como 
uma resposta à crise do Estado, como modo de enfrentar a crise fiscal e co-
mo estratégia para reduzir o custo e tornar mais eficiente o Estado. A seguir 
são listadas algumas das características desse paradigma de gestão. 
I. Orientação voltada para a obtenção de resultados. 
II. Orientação voltada para a satisfação das demandas dos cidadãos. 
III. Submissão ao voto popular das principais decisões tomadas pelo núcleo 
central, a fim de garantir a efetiva participação da sociedade. 
IV. Autonomia gerencial, sendo o contrato de gestão o instrumento de con-
trole dos administradores públicos. 
V. Critérios de mérito e impessoalidade na gestão. 
VI. Delegação, para que o gestor público possa ter liberdade de escolher os 
meios mais apropriados ao cumprimento das metas prefixadas. 
Indique a opção que contém somente afirmações verdadeiras. 
a) I, II, III, IV, V e VI 
b) II, V e VI 
c) I, IV e V 
d) I, II, IV e VI 
e) I, II, III e V 
Bresser Pereira elenca algumas das características do modelo gerencial: 
��� É orientada para o cidadão e para a obtenção de resultados; 
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��� Pressupõe que os políticos e os funcionários públicos são merecedores de 
um grau limitado de confiança; 
��� Como estratégia, serve-se da descentralização e do incentivo à criativida-
de e à inovação; 
��� O instrumento mediante o qual se faz o controle sobre os gestores públi-
cos é o contrato de gestão. 
Estas características estão nas afirmações I, II, IV e VI. A afirmação III não é 
uma característica da administração gerencial porque esta apresenta uma con-
fiança limitada nos administradores públicos, ou seja, dá a eles a liberdade de 
escolher os meios para cobrar o resultado. 
A afirmação V fala em critérios de mérito e impessoalidade. Estes são princí-
pios da administração burocrática, mas que não são abandonados pela admi-
nistração gerencial. Só que a questão pede as características “desse 
paradigma”, ela quer as características próprias da administração gerencial. 
Uma palavra com a qual temos que tomar muito cuidado nas questões é “pa-
radigma”. Este significa um modelo, um padrão a ser seguido. Quando falamos 
em mudança de paradigma, é porque as bases de determinada situação estão 
sendo alteradas. Quando o termo paradigma é usado nas questões, normal-
mente ele refere às mudanças que ocorreram, ou seja, eles querem saber do 
que é novo, do que foi inovação do modelo gerencial. 
Gabarito: D. 
13. (ESAF/TCU/2002) A respeito do denominado new public management 
(NPM), as experiências paradigmáticas no eixo anglo-americano, com a in-
clusão paralela de países escandinavos, baseava-se predominantemente na 
busca de resultados para implementação de políticas públicas. 
Esta questão também fala em paradigma. A princípio, ela parece certa, pois a 
administração gerencial baseia-se predominantemente na busca de resultados, 
ela muda o foco do controle dos processos para o resultado. 
Todavia, quando a questão fala em “experiências paradigmáticas”, ela está se 
referindo às primeiras experiências do NPM, o início dele, quando há a quebra 
de paradigma. As experiências paradigmáticas são aquelas que deram início ao 
modelo gerencial, as que inovaram. Podemos dividir a evolução do NPM em 
três fases: o gerencialismo puro, o consumerism e o public service orientation. 
Abrúcio elaborou o quadro a seguir, em ele faz uma pequena comparação 
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quantoaos principais objetivos de cada visão e quanto a sua relação com a 
sociedade, ou melhor, com seu “público-alvo”. 
Gerencialismo Puro Consumerism Public Service Orientation 
Economia / eficiência Efetividade / qualidade Accountability / equidade 
Contribuintes Clientes / consumidores Cidadãos 
As teorias estão apresentadas da esquerda para a direita, em ordem cronológi-
ca de criação. Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que a divisão entre as 
teorias foi estabelecida apenas para facilitar a comparação entre elas. Na reali-
dade, há um grau razoável de intercâmbio entre as teorias, principalmente no 
caso das duas últimas. 
O Managerialism inglês teve como primeiro momento o “gerencialismo puro”. 
Como vimos acima, no início, as reformas gerenciais eram bastante próximas 
das ideias neoliberais. Esta corrente teve como principais objetivos reduzir os 
gastos públicos e aumentar sua produtividade. O fato é que, no início do NPM, 
as modificações na burocracia estavam vinculadas a um projeto de reforma do 
Estado que se caracterizava como um movimento de retração da máquina 
governamental a um número menor de atividades. A palavra de ordem da 
primeira-ministra inglesa, Margareth Thatcher, era “rolling back the state”, o 
que na prática significou privatização, desregulamentação, devolução de ativi-
dades governamentais à iniciativa privada ou à comunidade e constantes ten-
tativas de reduzir os gastos públicos. 
A questão é errada porque o gerencialismo puro, ou experiências paradigmá-
ticas, não tinha como predominante a busca por resultados, mas sim a eficiên-
cia, a produtividade. A predominância dos resultados surge com o 
consumerism. 
Gabarito: E. 
14. (ESAF/PSS/2008) O movimento denominado New Public Management 
(NPM), que vem sendo traduzido como Nova Gestão Pública, Nova Gerência 
Pública (NGP) ou, ainda, Nova Administração Pública (NAP), segundo Barze-
lay, é, antes de tudo, (...) um diálogo profissional sobre a estrutura, a ges-
tão e o controle da administração pública envolvendo a comunidade 
acadêmica e funcionários. Sobre as diversas visões da administração pública 
gerencial, são corretos todos os enunciados, exceto: 
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a) o modelo gerencial puro tem como perspectiva central o foco na econo-
mia e na eficiência: é o “fazer mais com menos”, ou seja, a maximização 
dos resultados a serem obtidos com a aplicação dos recursos públicos. 
b) o modelo gerencial público implica o fortalecimento do conceito de cons-
ciência de custos, já que o cidadão, como contribuinte, quer ver o recurso 
arrecadado ser aplicado eficientemente. 
c) o “Public Service Oriented” (PSO) está baseado na noção de equidade e 
cidadania, de resgate do conceito de esfera pública e de ampliação do dever 
social de prestação de contas (accountability). 
d) o “consumerism” introduziu uma importante inovação no campo da ges-
tão: a descentralização, valorizada como meio de implementação de políticas 
públicas com qualidade. 
e) o “consumerism” tem como foco a flexibilidade de gestão, a qualidade dos 
serviços e a prioridade às demandas do consumidor: é o “fazer melhor”, 
olhando o cidadão como cliente. 
Esta questão foi tirada do texto de Caio Marini, que está na leitura sugerida. 
Vimos que o gerencialismo puro privilegiava a eficiência, que tinha como prin-
cipais objetivos reduzir os gastos públicos e aumentar sua produtividade. A 
letra “A” é certa. 
A letra “B” é certa. Segundo Caio Marini: 
O primeiro modelo é o gerencialismo puro, que corresponde à primeira etapa 
da experiência no Reino Unido e também nos Estados Unidos, onde a perspec-
tiva central é o foco na economia e na eficiência; é o “fazer mais com menos”, 
o que significa olhar o cidadão como contribuinte, que não quer desperdício, 
ao contrário, quer ver o recurso arrecadado ser aplicado eficientemente. 
A letra “C” é certa, o PSO está ligado à ideia de accountability, equidade, 
justiça, cidadania. Segundo Caio Marini: 
O terceiro, o Public Service Oriented (PSO), está baseado na noção de equida-
de, de resgate do conceito de esfera pública e de ampliação do dever social de 
prestação de contas (accountability). Essa nova visão, ainda que não comple-
tamente delimitada do ponto de vista conceitual, introduz duas importantes 
inovações: uma no campo da descentralização, valorizando-a como meio de 
implementação de políticas públicas; outra a partir da mudança do conceito de 
cidadão, que evolui de uma referência individual de mero consumidor de servi-
ços, no segundo modelo, para uma conotação mais coletiva, incluindo seus 
deveres e direitos. Desse modo, mais do que “fazer mais com menos” e “fazer 
melhor”, o fundamental é “fazer o que deve ser feito”. Isto implica um proces-
so de concertação nacional que aproxima e compromete todos os segmentos 
(Estado, sociedade, setor privado, etc.) na construção do projeto nacional. 
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Podemos ver neste trecho também que a letra “D” está errada, já que é o 
PSO que vê a descentralização como meio de implementação de políticas pú-
blicas com qualidade. 
A letra “E” é certa. Segundo Caio Marini: 
O outro, nesta linha evolutiva, recebeu a denominação de consumerismo a 
partir do foco na flexibilidade de gestão, na qualidade dos serviços e na priori-
dade às demandas do consumidor: é o “fazer melhor”. Note-se que, enquanto 
a primeira perspectiva quer recuperar a eficiência perdida, a segunda quer in-
crementar a qualidade dos serviços, olhando o cidadão como cliente. 
Gabarito: D. 
15. (ESAF/AFT/2010) O consumerismo consiste em uma reorientação do 
gerencialismo puro, mais voltada à racionalização e tendo como ponto cen-
tral a satisfação das necessidades dos cidadãos, consumidores de serviços 
públicos. 
Questão certa. Seundo Humberto Falcão Martins: 
O gerencialismo puro, mais desestatizante que racionalizador, parte de uma 
estratégia de eficiência centrada no aumento de produtividade e na redução 
de custos e de pessoal. Fundamentalmente, apóia-se em uma ética de valori-
zação do custo dos recursos (value for money). Dentre as ações práticas do 
gerencialismo puro, figuram a racionalização orçamentária, a avaliação de de-
sempenho, a administração por objetivo, a descentralização e a delegação de 
autoridade. As principais críticas que se fazem ao modelo são a desatenção à 
efetividade, decorrente do foco na eficiência – que rendeu, inclusive, o rótulo 
de neotaylorista –, e a despolitização das ações estatais 
O consumerismo consiste em uma reorientação do gerencialismo puro, mais 
voltada à racionalização e tendo como ponto central a satisfação das necessi-
dades dos cidadãos, consumidores de serviços públicos. A ênfase do modelo é 
a estratégia de qualidade, cujos resultados dependem de medidas tais como: 
a descentralização, o estímulo à competitividade, a flexibilização dos modelos 
contratuais e seu direcionamento para a qualidade. 
Gabarito: C. 
16. (ESAF/AFT/2010) Nos anos 1990, o Public Service Oriented resgatou os 
conceitos de transparência, dever social de prestação de contas, participação 
política, equidade e justiça, introduzindo novas ideias ao modelo gerencial 
puro. 
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Questão certa. Segundo Abrucio: 
Toda a reflexão realizada pelos teóricos do PSO leva aos temas do republi-
canismo e da democracia, utilizando-se de conceitos como accountability, 
transparência, participação política eqüidade e justiça, questões pratica-
mente ausentes do debate sobre o modelo gerencial.É interessante notar, 
contudo, que o “objeto” que gerou a corrente do PSO foi “criado” pelo mo-
delo gerencial. Trata-se da problemática da descentralização, a partir da 
qual foram formulados quase todos os conceitos do PSO. 
Gabarito: C. 
17. (ESAF/EPPGG-MPOG/2005) A descentralização foi tema presente nas 
reformas britânica e norte-americana, que buscaram estruturar um modelo 
pós-burocrático de administração pública. Julgue as sentenças relativas aos 
objetivos da descentralização nos diferentes modelos. 
I. O objetivo da descentralização no public service orientation estava em es-
tabelecer uma interface entre os cidadãos e a administração pública de mo-
do a fazer valer os direitos democráticos de participação, equidade e justiça. 
II. O consumerism fazia uso da descentralização não só administrativa, mas 
também política, que tinha entre seus objetivos a delegação de autoridade, 
para aproximar os usuários dos serviços públicos de modo a facilitar sua fis-
calização. 
III. A descentralização não fazia parte do escopo de reforma do gerencialis-
mo puro, visto que sua principal preocupação estava na diminuição de cus-
tos do setor público e, sendo a descentralização um processo dispendioso, 
não foi utilizada nesse modelo. 
IV. A tradição de descentralização em estados federativos, nos EUA, favore-
ceu a implementação do managerialism, resultando em um sucesso maior 
que no governo centralizado de Margareth Thatcher, na Grã-Bretanha. 
Estão corretas: 
a) As afirmativas I, III e IV. 
b) As afirmativas I e II. 
c) As afirmativas I e IV. 
d) As afirmativas II e IV. 
e) As afirmativas III e IV. 
Os três modelos fizeram uso da descentralização, mas de forma diferente e 
com objetivos diversos. O gerencialismo puro descentralizou administrativa-
mente, buscando dar maior autonomia para os gestores públicos; o consume-
rism realizou tanto a descentralização administrativa e política, a ideia era 
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aproximar a prestação dos serviços públicos dos consumidores para os serviços 
pudessem se adequar melhor às suas necessidades; o PSO realiza uma des-
centralização buscando a participação social, permitir que as decisões sejam 
tomadas mais próximas das pessoas e com a participação delas. 
O PSO incorporou aos modelos anteriores a noção de que o Estado não traba-
lha apenas com consumidores, mas com cidadãos, por isso fortaleceu princí-
pios como accountability, equidade, participação. A afirmação I é correta. 
A afirmação II é correta, pois o consumerism tinha como estratégia tanto a 
descentralização administrativa quanto política, apesar de o Abrucio colocar 
que não houve uma verdadeira descentralização política. 
A afirmação III é errada porque o gerencialismo puro também fazia uso da 
descentralização. Comentando o managerialism na Inglaterra, Abrucio afirma 
que: 
A descentralização administrativa constituiu-se em uma outra opção organi-
zacional importante. Seu objetivo precípuo foi aumentar a autonomia das 
agências e dos departamentos. É importante notar que a descentralização 
era concebida a partir de uma definição clara dos objetivos de cada agência, 
os quais deveriam ser cumpridos sob a vigilância e controle do Poder Cen-
tral. Desta forma, apesar da propaganda governamental favorável à des-
centralização, o que acontecia era uma desconcentração de poderes. 
A afirmação IV é errada porque o gerencialismo foi implantado de forma 
mais exitosa na Inglaterra, devido à centralização de seu governo, enquanto a 
autonomia dos entes federados nos EUA dificultou sua implantação. 
Gabarito: B. 
18. (ESAF/APO-MPOG/2005) O public service orientation procurou incorpo-
rar temas do republicanismo e da democracia, expressos principalmente em 
um ideal de participação política, transparência, justiça e accountabillity – 
elementos quase inexistentes no mangerialism e consumerism. 
A questão é certa. Segundo Abrucio: 
Toda a reflexão realizada pelos teóricos do PSO leva aos temas do republi-
canismo e da democracia, utilizando-se de conceitos como accountability, 
transparência, participação política equidade e justiça, questões pratica-
mente ausentes do debate sobre o modelo gerencial. 
Gabarito: C. 
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19. (ESAF/EPPGG-MPOG/2005) A relação entre a lógica fiscal e a lógica ge-
rencial pode ser conflitante, visto que existe um trade off entre autonomia 
gerencial, exercida por mecanismos contratuais, e o controle fiscal rígido 
que inibe a administração por objetivos. 
A questão é certa. Abrucio afirma que, na atual era de escassez de recursos 
por que passa o Estado, duas lógicas antagônicas aparecem como alternativas. 
Uma é a fiscal, preocupada em controlar os inputs do sistema para evitar o 
aumento dos custos. Outra é a gerencial, que busca aumentar a eficiência e a 
efetividade, de tal forma que sua lógica se baseia em atingir os objetivos, ou 
seja, obter melhores outputs. 
A primeira lógica praticamente só se preocupa com o quanto se gasta nos ser-
viços públicos, atuando apenas no curto prazo, enquanto a segunda pretende 
tornar mais produtiva a ação da burocracia, o que implica profissionalização 
dos funcionários, processo cujo retorno, sobretudo financeiro, somente ocorre 
no médio e longo prazos. Existe um trade off entre lógica gerencial e lógica 
fiscal: é um ou outro. Ou se amplia a autonomia para cobrar resultados ou se 
reduz a autonomia para controlar gastos públicos. 
Gabarito: C. 
20. (CESPE/TRE-BA/2009) A PSO (public service orientation) resolveu um 
dos dilemas pós-burocráticos, que era o conflito entre a lógica fiscal e a lógi-
ca gerencial, na medida em que aproximou a administração pública do sis-
tema de gestão vigente na iniciativa privada. 
A questão é errada, o PSO não resolveu esse dilema. A questão da escolha 
entre maior autonomia ou controle fiscal continua. 
Gabarito: E. 
21. (ESAF/TCU/2002) A Lei de Responsabilidade Fiscal representa adesão 
doutrinária ao estado da arte do NPM contemporâneo. 
A LRF segue a lógica fiscal, ela impõe uma série de restrições à atuação do 
gestor público. Portanto, não representa o estado da arte do NPM, ou seja, 
aquilo que existe de melhor atualmente. A questão é errada. 
Gabarito: E. 
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22. (CESPE/MTE/2008) A administração pública gerencial está voltada para 
o atendimento às demandas dos usuários dos serviços e a obtenção de re-
sultados. Apoia-se fortemente na descentralização e na delegação de com-
petência e define indicadores de desempenho, o que está associado à 
adoção de contratos de gestão. 
A questão é certa. Segundo Bresser Pereira, a administração gerencial: 
É orientada para o cidadão e para a obtenção de resultados; pressupõe que os 
políticos e os funcionários públicos são merecedores de um grau real ainda 
que limitado de confiança; como estratégia, serve-se da descentralização e do 
incentivo à criatividade e à inovação; o instrumento mediante o qual se faz o 
controle sobre os órgãos descentralizados é o contrato de gestão. 
Gabarito: C. 
23. (CESPE/TCU/2008) O controle dos resultados de forma descentralizada, 
na administração pública, depende de um grau de confiança limitado nos 
agentes públicos, que, mesmo com estrito monitoramento permanente, de-
vem ter delegação de competência suficiente para escolher os meios mais 
apropriados ao cumprimento das metas prefixadas 
Essa questão é certa, mas ela deu bastante polêmica nesse concurso do 
TCU. A gestão por resultados se caracterizapela maior autonomia do gestor 
público na escolha dos meios em troca de uma responsabilização por resulta-
dos. A questão fala em "confiança limitada nos agentes públicos" porque a 
administração gerencial substitui a desconfiança total da administração buro-
crática pela confiança limitada. A administração confia no servidor, deixa ele 
escolher os meios, mas controla os resultados. Fala também em "mesmo com 
estrito monitoramento permanente", mas isto não é controle somente de pro-
cesso, significa também controle de resultados. Para Maria Ozanira da Silva: 
O monitoramento permite o acompanhamento constante, através do gerenci-
amento do cumprimento de metas e prazos, buscando o cumprimento do cro-
nograma das atividades com o objetivo de garantir a eficiência do programa. 
Portanto, mesmo que haja um acompanhamento contínuo, ainda falamos em 
controle de resultado, e não de processos, apesar de falarmos que o controle 
de resultados é um controle “a posteriori”. Podemos dizer até mesmo que na 
administração gerencial é feito um rígido controle de desempenho. Ela não 
abandona o controle, só muda o foco, deixando de se preocupar tanto com o 
controle do processo para se preocupar com o controle de resultados. 
Gabarito: C. 
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24. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Acerca do modelo de administração pública 
gerencial, é correto afirmar que: 
a) admite o nepotismo como forma alternativa de captação de recursos hu-
manos. 
b) sua principal diferença em relação à administração burocrática reside na 
forma de controle, que deixa de se basear nos processos para se concentrar 
nos resultados. 
c) nega todos os princípios da administração pública patrimonialista e da 
administração pública burocrática. 
d) é orientada, predominantemente, pelo poder racional-legal. 
e) caracteriza-se pela profissionalização, ideia de carreira, hierarquia 
funcional, impessoalidade e formalismo. 
A letra “A” é errada, a administração gerencial não admite o nepotismo. 
A letra “B” é certa. A diferença da administração gerencial para a burocracia 
é o foco do controle: resultados, a posteriori; ao invés de processos, a priori. 
A letra “C” é errada. Vimos que, apesar de representar um rompimento em 
relação ao modelo burocrático, a administração gerencial não nega todos os 
seus princípios, como a impessoalidade, a divisão do trabalho, etc. 
A letra “D” é errada, já vimos ela na questão 6 da Aula Demonstrativa. 
A letra “E” é errada. Segundo o Plano Diretor: 
Administração Pública Burocrática - Surge na segunda metade do século 
XIX, na época do Estado liberal, como forma de combater a corrupção e o 
nepotismo patrimonialista. Constituem princípios orientadores do seu de-
senvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcio-
nal, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional legal. 
 São características da administração burocrática. 
Gabarito: B. 
25. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Podendo ser identificada como uma pers-
pectiva inovadora de compreensão, análise e abordagem dos problemas da 
administração pública, com base no empirismo e na aplicação de valores de 
eficácia e eficiência em seu funcionamento, a Nova Gestão Pública propõe 
um modelo administrativo dotado das seguintes características, exceto: 
a) direcionamento estratégico. 
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b) limitação da estabilidade de servidores e regimes temporários de empre-
go. 
c) maior foco nos procedimentos e menor foco nos produtos e resultados. 
d) desempenho crescente e pagamento por desempenho-produtividade. 
e) transparência e cobrança de resultados (accountability). 
Segundo Humberto Falcão Martins, o NPM, de forma geral, propõe uma gestão 
pública dotada das seguintes características: 
��� Caráter estratégico ou orientado por resultado do processo decisório; 
��� Descentralização; 
��� Flexibilidade; 
��� Desempenho crescente e pagamento por desempenho/produtividade; 
��� Competitividade interna e externa; 
��� Direcionamento estratégico; 
��� Transparência e cobrança de resultados (accountability); 
��� Padrões diferenciados de delegação e discricionariedade decisória; 
��� Separação da política de sua gestão; 
��� Desenvolvimento de habilidades gerenciais; 
��� Terceirização; 
��� Limitação da estabilidade e regimes temporários de emprego; 
��� Estruturas diferenciadas. 
A resposta é a letra “C”, pois o NPM defende justamente o inverso. 
Gabarito: C. 
26. (CESPE/MDS/2006) O modelo de administração pública societal incorpo-
ra aos modelos burocráticos e gerenciais tradicionalmente fechados práticas 
que ampliam a relação Estado-sociedade, como a instituição de conselhos 
gestores de políticas públicas e o orçamento participativo. 
Outro ponto com o qual vocês devem tomar cuidado refere-se a questão da 
participação dentro da Administração gerencial. Ela tinha entre seus princípios 
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a ampliação da participação da sociedade nas decisões, em contrataste com a 
burocracia, que era isolada e autorreferida. Segundo o Plano Diretor: 
Afirma-se que a administração pública deve ser permeável à maior parti-
cipação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e 
deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins). 
Porém, muitos autores criticam o gerencialismo, afirmando que a defesa da 
participação era apenas discurso, não ocorrendo efetivamente na prática. É 
isso que está sendo cobrado, a questão é certa. 
Ana Paula Paes de Paula, ao analisar a evolução da administração pública no 
Brasil nas últimas décadas do Século XX, identifica dois projetos políticos em 
desenvolvimento e disputa. De um lado está a administração pública gerencial, 
que se alinha ao movimento internacional de reforma do Estado e utiliza como 
referenciais as experiências do Reino Unido e dos Estados Unidos. De outro 
lado, está a administração pública societal, que herdou as ideias e propos-
tas dos movimentos contra a ditadura e pela redemocratização no Brasil nas 
décadas de 1970 e 1980. O tema da inserção da participação popular na ges-
tão pública é o cerne dessa vertente, que se inspira nas experiências alternati-
vas de gestão pública realizadas no âmbito do poder local no Brasil, como os 
conselhos gestores e o orçamento participativo. 
Gabarito: C. 
27. (ESAF/ANA/2009) Em nosso país, sobre o modelo composto pelos pro-
cessos participativos de gestão pública, também conhecido por ‘administra-
ção pública societal’, é correto afirmar: 
a) enfatiza a eficiência administrativa e se baseia no ajuste estrutural, nas 
recomendações dos organismos multilaterais internacionais e no movimento 
gerencialista. 
b) tem por origem o movimento internacional pela reforma do Estado, que 
se iniciou nos anos 1980 e se baseia, principalmente, nas experiências ingle-
sa e estadunidense. 
c) é participativo no nível do discurso, mas centralizador no que se refere ao 
processo decisório, à organização das instituições políticas e à construção de 
canais de participação popular. 
d) enfatiza a adaptação das recomendações gerencialistas para o setor pú-
blico. 
e) não apresenta uma proposta para a organização do aparelho do Estado, 
limitando-se a enfatizar iniciativas locais de organização e de gestão pública. 
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Essa questão foi tirada de Ana PaulaPaes de Paula, do livro “Por uma nova 
gestão pública”. A autora elaborou uma tabela comparativa entre os modelos. 
Variável Gerencial Societal 
Origem 
Movimento internacional pela 
reforma do Estado, que se iniciou 
nos anos 1980 e se baseia princi-
palmente nos modelos inglês e 
estadunidense. 
Movimentos sociais brasilei-
ros que tiveram início nos 
anos 1960 e desdobramen-
tos nas três décadas seguin-
tes. 
Projeto Político 
Enfatiza a eficiência administrati-
va e se baseia no ajuste estrutu-
ral, nas recomendações dos 
organismos multilaterais interna-
cionais e no movimento gerencia-
lista. 
Enfatiza a participação popu-
lar e procura estruturar um 
projeto político que repense 
o modelo de desenvolvimen-
to brasileiro, a estrutura do 
aparelho do Estado e o 
paradigma de gestão. 
Dimensões estruturais 
enfatizadas na gestão 
Dimensões econômico-financeira 
e institucional-administrativa. 
Dimensão sócio-política. 
Organização adminis-
trativa do aparelho do 
Estado 
Separação entre as atividades 
exclusivas e não-exclusivas do 
Estado nos três níveis governa-
mentais. 
Não tem uma proposta para 
a organização do aparelho 
do Estado e enfatiza iniciati-
vas locais de organização e 
gestão pública. 
Abertura das institui-
ções políticas à partici-
pação popular 
Participativa no nível do discurso, 
mas centralizador no que se refe-
re ao processo decisório, à orga-
nização das instituições políticas e 
à construção de canais de partici-
pação popular. 
Participativo no nível das 
instituições, enfatizando a 
elaboração de estruturas e 
canais que viabilizem a 
participação popular. 
Abordagem de gestão 
Gerencialismo: enfatiza a adapta-
ção das recomendações gerencia-
listas para o setor público. 
Gestão social: enfatiza a 
elaboração de experiências 
de gestão focalizadas nas 
demandas do público-alvo, 
incluindo questões culturais 
e participativas. 
 
As quatro primeiras alternativas se referem à administração gerencial. A letra 
“E” está na variável “Organização administrativa do aparelho do Estado”. 
Gabarito: E. 
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28. (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Qual dos itens abaixo não representa ade-
quadamente as características do movimento conhecido como New Public 
Management - NPM. 
a) Foco no incremento da produtividade – propondo mecanismos para que o 
governo faça “mais com menos”. 
b) Reafirmação do papel do estado como o principal facilitador das soluções 
referentes aos problemas decorrentes da globalização, mudanças tecnológi-
cas e climáticas, transformações demográficas. 
c) Analogia com os mercados – incentivo à competição como forma de con-
trolar as patologias da burocracia no setor público. 
d) Defesa da descentralização do poder decisório. 
e) Foco na satisfação do cliente, entendido como sendo o usuário do serviço 
público. 
O que não se coaduna com o NPM é a reafirmação do papel do Estado como 
facilitador das soluções dos problemas, privilegia-se o mercado. 
Na letra “D”, podemos ver que aqui a ESAF considerou a participação na admi-
nistração gerencial como correta, pelo menos a sua defesa. 
Gabarito: B. 
29. (ESAF/EPPGG-MPOG/2005) A partir da década de 80 e sobretudo a par-
tir da década de 90, desenvolveu-se internacionalmente um amplo processo 
de reforma do Estado. Independentemente das especificidades nacionais, 
esse processo tem algumas características comuns. Uma série de caracterís-
ticas são apontadas a seguir: 
I - O papel do Estado como agente econômico é substituído pelo papel de 
regulador, ocorrendo um processo de privatização em escala variável. 
II - A dicotomia estatal/privado, predominante até então, abre espaço para 
formas intermediárias com a emergência de parcerias e de organizações pú-
blicas não-estatais. 
III - O setor público incorpora em sua avaliação critérios tradicionalmente 
considerados como inerentes à iniciativa privada, tais como eficácia, eficiên-
cia, metas, produtividade e controle de custos. 
IV - A gestão das políticas públicas e o controle da ação estatal passam a ser 
feitos por organismos com crescente participação social. Os mecanismos de 
consulta pública (audiências, exigência de aprovação prévia de medidas por 
parte de conselhos, etc) se multiplicam. 
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Em relação a essas afirmações pode-se dizer que: 
a) estão todas corretas. 
b) apenas a I está correta. 
c) apenas a II está correta. 
d) apenas a III está correta. 
e) estão todas incorretas. 
A afirmação I é correta, pois as reformas gerenciais buscaram alterar a atu-
ação do Estado, de remador para catalisador, transferindo para a iniciativa 
privada funções as quais ele não precisaria desenvolver. O Estado passa a 
atuar como regulador, garantindo a continuidade e a qualidade dos serviços. 
A afirmação II é correta. Bresser Pereira fala no setor público não-estatal, o 
qual ele define como: 
O setor produtivo público não-estatal é também conhecido por “terceiro se-
tor”, “setor não-governamental”, ou “setor sem fins lucrativos”. Por outro la-
do, o espaço público não-estatal é também o espaço da democracia 
participativa ou direta, ou seja, é relativo à participação cidadã nos assuntos 
públicos. Neste trabalho se utilizará a expressão “público não-estatal” que de-
fine com maior precisão do que se trata: são organizações ou formas de con-
trole “públicas” porque estão voltadas ao interesse geral; são “não-estatais” 
porque não fazem parte do aparato do Estado, seja porque não utilizam servi-
dores públicos ou porque não coincidem com os agentes políticos tradicionais. 
Na mesma época em que se faz evidente a crise do modelo burocrático e em 
que a globalização exige novas modalidades, mais eficientes, de administração 
pública, cresce a importância de uma forma não privada nem estatal de execu-
tar os serviços sociais garantidos pelo Estado: as organizações de serviço pú-
blico não-estatais, operando na área de oferta de serviços de educação, saúde 
e cultura com o financiamento do Estado. São exemplos de setor público não-
estatal: as organizações sociais, as OSCIP, os conselhos gestores de políticas 
públicas, as assembleias de orçamento participativo. São todas instâncias em 
que a sociedade participa do governo, mas não são instâncias que fazem parte 
da estrutura do Estado. 
A afirmação III é correta porque a administração gerencial passa a focar o 
controle nos resultados, incorporando as dimensões de desempenho como 
eficiência, eficácia, efetividade e economicidade. 
A afirmação IV é correta. Aqui a ESAF também deu como certa a afirmação 
de que o NPM aumenta a participação. 
Gabarito: A. 
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30. (ESAF/CGU/2012) No marco da vertente societal da administração pú-
blica, conforme Ana Paes de Paula, a ampliação da participação dos atores 
sociais na definição da agenda política orienta-se por uma série de caracte-
rísticas. Das relacionadas abaixo, indique a incorreta. 
a) Nessa vertente, trabalha-se com instrumentos para exercer um maior 
controle social sobre as ações estatais e a diminuição do monopólio do Esta-
do na definição e implementação das ações públicas. 
b) De acordo com essa vertente, a reforma de Estado não é somente uma 
questão administrativa e gerencial, mas também um projeto político. 
c) Distingue-se o que pertence ao domínio da gestão e ao domínio da políti-
ca. 
d) As decisões são políticas, mas precisam levar em conta variáveis técnicas. 
e)Essa vertente busca assegurar a democracia através da prestação de 
serviços públicos orientados para o “cidadão-cliente” e controlados pela 
sociedade. 
Segundo Ana Paula Paes de Paula, acerca da administração pública societal: 
Uma concepção começou a se tornar predominante no âmbito desse campo, a 
saber: a implementação de um projeto político que procura ampliar a participa-
ção dos atores sociais na definição da agenda política, criando instrumentos pa-
ra possibilitar um maior controle social sobre as ações estatais e 
desmonopolizando a formulação e a implementação das ações públicas. Essa vi-
são alternativa tenta ir além dos problemas administrativos e gerenciais, pois 
considera a reforma um projeto político e de desenvolvimento nacional. 
Uma vez que há uma tradição de delegar à burocracia estatal a decisão e a im-
plementação das políticas públicas, quando se insere a participação popular é 
fundamental discutir o que pertence ao domínio da gestão e ao domínio da polí-
tica: as decisões são políticas, mas precisam levar em consideração variáveis 
técnicas; a implementação é gerencial, mas envolve administração de conflitos 
e interesses que pertencem à esfera política. 
A letra “E” é errada, traz um aspecto da administração gerencial. 
Gabarito: E. 
31. (ESAF/APO-MPOG/2010) O objeto da Administração Pública Gerencial é 
o desenvolvimento dos processos participativos de gestão pública. 
Aqui a ESAF deu a questão como errada, este seria o objetivo da Societal. 
Gabarito: E. 
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32. (ESAF/CGU/2008) O movimento que incorporou à gestão pública carac-
terísticas como a competição na prestação de serviços, a perspectiva em-
preendedora, a descentralização, o foco em resultados e a orientação para o 
mercado é denominado: 
a) Patrimonialista. 
b) Governança Corporativa. 
c) Reinventando o Governo. 
d) Administração Pública Societal. 
e) Pós-Burocrático. 
O livro “Reinventando o Governo: Como o espírito empreendedor está trans-
formando o setor público”, de David Osborne e Ted Gaebler, é a base dos es-
tudos acerca do empreendedorismo governamental. Os autores analisaram 
como algumas iniciativas inovadoras de administrações públicas municipais 
americanas estavam contribuindo para que estas cidades superassem a crise 
fiscal do Estado. Os autores identificaram alguns traços comuns a todos esses 
esforços. A partir deles, enumeraram os 10 princípios do empreendedorismo: 
Princípios do Governo Empreendedor 
1. Preferência às alternativas de produção externa de bens e serviços: terceirização, 
parcerias governo-sociedade civil, voluntarismo etc.; 
2. Gestão participativa de programas e projetos com clientes; 
3. Estímulo à competição interna e externa; 
4. Desregulamentação interna, simplificação organizacional e clarificação de papeis 
e missões; 
5. Avaliação e financiamentos baseados em resultados; 
6. Imagem do cliente como consumidor: com direito a escolhas, pesquisas de 
preferências e atitudes, treinamento de atendimento e formulários de sugestões; 
7. Criação de centros de resultados financeiros, promovendo ação pública rentável; 
8. Antevisão estratégica de serviços; 
9. Descentralização e desconcentração: controle hierárquico versus autoridade, 
desenvolvimento de equipes (team building), gestão participativa, cooperação 
trabalhadores-gerentes, círculos de controle de qualidade e programas de 
desenvolvimento gerencial; e 
10. Atingimento das finalidades governamentais através da reestruturação do 
mercado. 
Gabarito: C. 
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33. (CESPE/SENADO/2002) A noção de empreendedorismo público denota 
uma postura estratégica proativa de organizações públicas e do próprio Es-
tado como um empreendedor seletivo. 
Por um lado, esta visão de empreendedorismo governamental se coloca como 
uma alternativa crítica ao modelo liberal, ao Estado Mínimo, porque prega um 
Estado atuante, cujo alcance é, todavia, inspirado por critérios de eficiência 
empresarial. Por outro lado, essa corrente se coloca como uma alternativa 
crítica ao modelo burocrático ortodoxo, porque prescreve, em larga e irrestrita 
escala, métodos e técnicas de administração de empresas. 
A questão é certa. Segundo Humberto Falcão Martins: 
No âmbito micro-organizacional, propõe a adoção de tecnologia gerencial de 
ponta. No âmbito macro-organizacional, prescreve um setor público como 
empreendedor seletivo, baseado nos critérios empresariais, até mesmo 
competitivos dentre si e com o setor privado. 
Uma coisa importante em relação ao conceito de governo empreendedor é não 
confundir com governo empresário. O verdadeiro significado da palavra em-
preendedor é bem mais amplo. Segundo os autores, ela foi usada inicialmente 
por volta do ano 1800, para se referir àquele que “movimenta recursos 
econômicos de um setor de menor produtividade para um outro de maior pro-
dutividade e melhor rendimento”. Em outras palavras, o empreendedor em-
prega recursos de novas formas, para maximizar a produtividade e a 
eficiência. 
Gabarito: C. 
34. (CESPE/MEC/2003) Governo catalisador é aquele que rema em vez de 
pilotar, o que, em outras palavras, significa um governo que é forte porque 
não deixa a execução para outrem. 
O primeiro princípio é “Governo catalisador: navegando em vez de re-
mar”. Segundo o Dicionário Houaiss, catalisar significa: “Desencadear pela 
própria presença ou existência (um processo); estimular, incentivar; Diz-se de 
ou o que estimula ou dinamiza”. 
Portanto, cabe ao governo modelar a sociedade, dar o rumo a ela, definir a 
política a ser seguida, manejar, o máximo que puder, instituições econômicas 
e sociais, enfim, regular e cumprir a função regulatória. Catalisando a socieda-
de, o governo amplia sua ação. Isso não significa que ele executa mais, mas 
que ele consegue chegar onde ele estava ausente quando fazia tudo sozinho. 
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No entanto, é importante fazer uma observação. O fato dos autores defende-
rem que o Estado não deve remar, isso não quer dizer que eles se enquadrem 
no managerialism. Os autores propõem uma redefinição da atividade gover-
namental. 
Nosso problema fundamental é o fato de termos o tipo inadequado de go-
verno. Não necessitamos de mais ou menos governo: precisamos de melhor 
governo. Para sermos mais precisos, precisamos de uma melhor atividade 
governamental. 
O intuito da noção de navegar ao invés de remar não é tornar o Estado míni-
mo, mas redirecionar a atividade governamental. Inclusive, os autores rene-
gam o conceitual privatista, típico do neoliberalismo. “A privatização é uma 
resposta, não a resposta”, afirmam Osborne e Gaebler. 
A questão é errada. Governo catalisador é aquele que navega ao invés de 
remar, ou seja, é aquele que deixa a execução para outrem e se preocupa em 
dar os rumos 
Gabarito: E. 
35. (CESPE/TRE-TO/2005) O princípio da competição nos serviços públicos 
tem como meta a competição não apenas entre os setores público e privado, 
mas dentro de cada um desses dois setores que operam na jurisdição de um 
dado governo. 
O terceiro princípio é “Governo Competitivo: introduzindo a competição 
na prestação de serviços”. A competição seria uma forma de melhorar a 
qualidade do governo, uma vez que garante o controle dos serviços públicos 
pela população. Competição, para os autores, não é um conceito que só tem 
validade no contexto do setor privado. O ambiente competitivo, na verdade, 
serve para acabar com o monopólio e encorajara inovação organizacional. 
O princípio da competição nos serviços públicos tem como meta a competição 
não apenas entre os setores público e privado, como, por exemplo, entre uma 
empresa estatal e uma concessionária na área de limpeza pública, mas dentro 
de cada um desses dois setores que operam na jurisdição de um dado gover-
no. A questão não é público versus privado, mas competição versus monopó-
lio. Assim, podemos ter os seguintes tipos de competição: 
��� Público versus privado; 
��� Privado versus privado; 
��� Público versus público. 
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Os autores afirmam que não defendem a promoção da competição entre indi-
víduos. Os prêmios em salário concedidos a professores a título de mérito, por 
exemplo, não fazem outra coisa senão jogar professores contra professores, 
além de minar o espírito de corpo da classe. Porém, prêmios por mérito para 
uma determinada escola pode ser algo diferente. A competição entre equipes, 
entre organizações, é construtiva e encoraja a criatividade. 
Gabarito: C. 
36. (CESPE/MEC/2003) O governo orientado por missões surge em associa-
ção às organizações públicas rigidamente dirigidas por normas e regulamen-
tos. As organizações orientadas por missões são menos racionais, eficazes, 
criativas, embora possuam maior flexibilidade operativa e moral mais eleva-
do. 
O quarto princípio é “Governo orientado por missões: transformando ór-
gãos burocratizados”. Segundo Osborne e Gaebler: 
Nunca diga as pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes apenas o que elas 
façam e ficará surpreso com sua engenhosidade. 
A maioria das organizações públicas é orientada não por suas missões, mas 
por suas regras e sua previsão orçamentária. Estabelecem uma regra para 
tudo que eventualmente possa sair errado, com uma linha adicional para cada 
subcategoria de gastos em cada unidade, de cada departamento. Em outras 
palavras, é como se uma cola poderosa unisse todas as burocracias públicas. É 
como uma supercola: vem em duas bisnagas diferentes. Em uma bisnaga, as 
regras; na outra, as contas separadas. Misture tudo e terá cimento. 
O que acontece no setor público é um esforço concentrado no sentido de des-
motivar o funcionário, impedindo-o de usar seu intelecto e dizendo-lhe exata-
mente o que fazer, quando fazer e como fazer. 
Governos de mentalidade empreendedora dispensam as duas bisnagas. Li-
vram-se do velho livro de regulamentos e abandonam as contas. Definem as 
missões fundamentais e, só então, estabelecem um orçamento e um conjunto 
de critérios que deixem os funcionários à vontade para perseguir as missões. 
A questão é errada. O governo orientado por missões surge justamente con-
tra a rigidez burocrática de normas e regulamentos, defendendo uma maior 
flexibilidade. Por isso, as organizações são mais racionais, eficazes e criativas, 
além de possuírem maior flexibilidade operativa e moral mais elevado. 
Gabarito: E. 
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37. (CESPE/TRE-MA/2009) Se determinado hospital recebe recursos do SUS 
em função dos variados níveis de atendimento que presta, por exemplo, 
atendimento ambulatorial que custa X e internação que custa 4X, então tal 
gestão é caracteristicamente uma gestão com base em resultados, pois o 
hospital deve receber mais recursos para as atividades nas quais são gastos 
mais recursos. 
O quinto princípio é “Governo de Resultados: financiando resultados, e 
não recursos”. 
Governos tradicionalmente burocráticos concentram-se excessivamente sobre 
as entradas, os recursos, e não sobre as saídas, os resultados. Continuam 
financiando escolas com base no número de alunos matriculados; a assistência 
social em função do número de atendimentos; e os departamentos de polícia 
com base nas estimativas próprias de pessoal necessário para combater o cri-
me. Presta-se muito pouca atenção aos resultados. Pouco importa como as 
crianças se saem nas escolas, ou quantas pessoas finalmente conseguem se 
empregar e deixar de receber o seguro-desemprego, ou em quanto tenham 
baixado os índices de criminalidade. Na realidade, escolas, instituições de as-
sistência social e departamentos de polícia ganham mais dinheiro à medida 
que fracassam, ou seja, quando as crianças vão mal, o desemprego aumenta e 
a taxa de criminalidade sobe. 
A questão é errada, pois nãos e deve financiar os gastos, mas os resultados. 
Gabarito: E. 
38. (CESPE/TCE-AC/2008) A gestão empreendedora preocupa-se com o ci-
dadão como cliente, mas não tem como premissa básica o gerenciamento 
eficaz dos recursos tributários coletados. 
O sexto princípio é “Governos e seus clientes: atendendo às necessida-
des do cliente e não da burocracia”. Segundo os autores: 
“A qualidade é determinada, exclusivamente, pelos clientes”. 
Para os autores, os órgãos públicos, via de regra, não obtêm seus recursos 
diretamente dos clientes; as empresas sim. Os órgãos públicos recebem a 
maior parte dos seus recursos do Legislativo e a maioria de seus “clientes” é 
cativa e tem poucas alternativas para os serviços oferecidos por seus gover-
nos. Assim, os administradores públicos passam a ignorá-los. Os clientes-alvo, 
a quem o administrador público tenta satisfazer, são o Legislativo e o Executi-
vo, pois são eles que fornecem os recursos. 
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A questão é errada. Além da preocupação com o cidadão como cliente, o 
governo empreendedor busca a eficiência e a eficácia nos gastos públicos, 
além da efetividade 
Gabarito: E. 
39. (CESPE/ANCINE/2005) Um governo empreendedor caracteriza-se, entre 
outros aspectos, por executar atividades que venham a gerar receitas com 
os serviços oferecidos, podendo até cobrar taxas como penalidades para ci-
dadãos que cometeram pequenas infrações que envolvem o bem-estar da 
comunidade. 
O sétimo princípio é “Governo empreendedor: gerando receitas ao invés 
de despesas”. Segundo os autores: 
“A crise dos impostos chegou para ficar. Para garantir receitas futuras, pre-
cisamos criar novas fontes de receitas”. 
Os governos empreendedores, terrivelmente pressionados pela crise fiscal da 
década de 1980, concentram-se na busca de receitas não tributárias. Passa-
ram a mensurar o nível de retorno de cada investimento. Não se quer dizer, 
com isso, que a maioria dos serviços públicos deva ser vendida visando ao 
lucro. Ao contrário! Mas muitos serviços beneficiam indivíduos isolados. 
Talvez a forma mais segura de se arrecadar recursos sem cobrar impostos seja 
simplesmente cobrar taxas daqueles que se utilizam de serviços públicos. As 
taxas sobre a utilização de serviços nem sempre são apropriadas, logicamente. 
Para funcionarem, são necessárias três condições: o serviço deve ser, funda-
mentalmente, “um bem privado”, prestando benefício individual a seus benefi-
ciários; deve ser possível excluir dos beneficiários aqueles que não pagam 
pelos serviços; e deve ser possível recolher as taxas de maneira eficiente. Os 
bens coletivos que beneficiam a sociedade de maneira geral não podem ter 
seus custos totalmente repassados aos seus beneficiários. O transporte públi-
co, por exemplo, beneficia todos os usuários e não-usuários, pois reduz os 
congestionamentos e a poluição. 
A questão é certa. A forte crise fiscal e a insatisfação das sociedades com as 
altas cargas tributárias fizeram com que os governos empreendedores buscas-
sem outras formas de receitas, entre elas as taxas como penalidades. É o sé-
timo princípio visto acima. Temos que entender que prova de administração 
pública nãoé prova de direito tributário. Segundo o Código Tributário Nacional: 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituí-
da em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
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Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
Tributos não podem constituir sanção de ato ilícito. Taxas são tributos. Portan-
to, taxas não podem ser usadas como punição de penalidades. Mas, como foi 
dito, nossa prova não é de direito tributário, por isso a questão é certa. 
Gabarito: C. 
40. (CESPE/TCE-AC/2008) Caracterizado pela busca pró-ativa de resulta-
dos, pela eficiência e pela eficácia da gestão pública, o modelo do governo 
empreendedor se contrapõe ao modelo do governo burocrático, voltado para 
o controle interno e para a mera conformidade com os custos orçados. 
O oitavo princípio é “Governo preventivo: a prevenção em lugar da cura”. 
Os governos burocráticos tradicionais se concentram na prestação de serviços 
destinados a enfrentar problemas. Contra a doença, custeiam serviços médi-
cos; e para combater o crime, aumentam o aparato policial; para lutar contra 
os incêndios, adquirem mais carros de bombeiros. Gastam somas considerá-
veis tratando os sintomas, atuando apenas quando os problemas se transfor-
mam em crises, enquanto faltam estratégias para a prevenção. 
Alguns governos estão tentando não apenas prevenir problemas, como tam-
bém tentar antecipar o futuro. Diz-se que há três tipos de pessoas: as que 
fazem as coisas acontecerem, as que observam as coisas acontecerem e as 
que não sabem o que está acontecendo. O mesmo se pode dizer dos governos; 
infelizmente a maioria está na terceira categoria. 
A questão é certa. O governo empreendedor é pró-ativo, busca evitar que os 
problemas ocorram e não apenas corrigir depois que eles já aconteceram. O 
orçamento passa a ser usado dentro de uma perspectiva de investimento, em 
que os custos são analisados juntamente com os benefícios. 
Gabarito: C. 
41. (CESPE/TRE-BA/2010) A construção de uma área de lazer destinada à 
promoção de atividades turísticas e culturais por meio de parcerias com em-
presas privadas é um exemplo de empreendedorismo governamental, pois 
promove a integração entre o governo e determinado grupo social. 
O décimo princípio é “Governo orientado para o mercado: induzindo mu-
danças através do mercado”. 
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Nos Estados Unidos, os governos sempre usaram, em algumas medidas, os 
mecanismos do mercado para alcançar seus objetivos, como, por exemplo, 
facilitando determinados empréstimos pelos bancos, isentando de impostos 
determinados setores, etc. 
Os governos precisam aprender a navegar, e estruturar o mercado talvez seja 
o melhor método, criando incentivos para que, com suas próprias decisões, as 
pessoas se movimentem na direção escolhida pela comunidade. 
Os governos não têm a capacidade de resolver todos os problemas sozinhos, 
nem mesmo uma significativa parcela deles. Por isso, devem utilizar as deci-
sões dos agentes privados como uma forma de alavancagem na prestação de 
serviços, de modo a alcançar metas coletivas. Trata-se de um método clássico 
de atividade governamental empreendedora: implica um governo ativo. 
Não querem dizer que os mecanismos de mercado sempre funcionem. Muitos 
bens coletivos fornecidos pelo governo – de parques à segurança pública – não 
são negociados no mercado. No entanto, os mecanismos de mercado têm mui-
tas vantagens com relação aos sistemas administrativos: os mercados são 
descentralizados, normalmente competitivos, delegam a escolha aos interessa-
dos, e vinculam os recursos diretamente aos resultados. 
A questão foi dada como certa. Só não gostei quando eles falaram em inte-
gração com determinado grupo social. Trata-se de empreendedorismo gover-
namental porque está se utilizando do mercado para prestar determinado 
serviço, e não por causa da integração. Porém, esse tipo de erro dificilmente 
invalida a questão. A associação do caso prático com o empreendedorismo 
está correta, só um aspecto menor é que é questionável. 
Gabarito: C. 
42. (ESAF/ISS-RJ/2010) Em um contexto de gestão empreendedora, é in-
correto afirmar que a administração fiscal deve: 
a) coletar tributos visando atender, com maior eficácia, o bem comum. 
b) adotar princípios de gestão de negócios, como a proatividade e o controle 
por objetivos e metas. 
c) ser gerenciada como uma empresa que visa maximizar o lucro, aqui me-
dido sob a forma de arrecadação. 
d) submeter seus resultados a avaliações feitas pela sociedade. 
e) incorporar novas tecnologias, facilitando e estimulando a troca de 
informações com o cidadão-cliente. 
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A letra “A” é certa, o empreendedorismo governamental defende a maior 
eficácia na gestão pública. Eles dão atenção principalmente para a efetividade. 
A discussão em torno da avaliação de resultados na obra de Osborne e Gaebler 
toma um rumo diferenciado daquele proposto pelo gerencialismo puro. Para os 
dois autores, a avaliação da eficiência não pode ser dissociada da avaliação da 
efetividade. Pois, se a eficiência mede o custo do que foi produzido, a efetivi-
dade mede a qualidade dos resultados. Desta maneira, 
Quando medimos a eficiência, podemos saber quanto nos custa alcançar 
uma produção determinada; ao medir a efetividade, sabemos se nosso in-
vestimento valeu a pena. Nada mais tolo do que fazer com eficiência o que 
não deveria continuar a ser feito. 
Osborne e Gaebler tentam definir a relação entre eficiência e efetividade a 
partir dos objetivos do governo. E concluem: 
Não há dúvida de que o público quer um governo mais eficiente, mas ele 
deseja ainda mais um governo efetivo. 
A letra “B” é certa. Os autores defendem que a gestão pública é diferente da 
gestão privada, mas isto não significa que as técnicas desta não sejam aplicá-
veis naquela, pelo contrário, em muitos casos devem ser adotadas. A pró-
atividade é outro princípio do governo empreendedor. 
Segundo os autores, os governos burocráticos tradicionais se concentram na 
prestação de serviços destinados a enfrentar problemas. Contra a doença, 
custeiam serviços médicos; e para combater o crime, aumentam o aparato 
policial; para lutar contra os incêndios, adquirem mais carros de bombeiros. O 
modelo burocrático trouxe consigo uma preocupação com a prestação do ser-
viço – a preocupação em remar. Gastam somas consideráveis tratando os sin-
tomas, atuando apenas quando os problemas se transformam em crises, 
enquanto faltam estratégias para a prevenção desses problemas. 
Numa era em que as mudanças ocorrem com assustadora rapidez, a cegueira 
com relação ao futuro é uma falha mortal. Os governos empreendedores pas-
saram a atuar de forma completamente diferente, fazendo da prevenção um 
tema central de sua administração. 
A letra “C” é errada, os governos não podem ser gerenciados como uma 
empresa. Segundo os autores: 
O governo é uma instituição fundamentalmente diferente da empresa. Os 
empresários são movidos pela busca do lucro; as autoridades governamen-
tais se orientam pelo desejo de serem reeleitas. As empresas recebem dos 
clientes a maior parte dos seus recursos; os governos são custeados pelos 
contribuintes. As empresas normalmente trabalham em regime de competi-
ção; os governos usam habitualmente o sistema do monopólio. 
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