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LA TAILLE, Yves de, OLIVEIRA, Marta Kohl de, DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon - Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus, 1985, p. 85-92.
“Na psicogenética de Henri Wallon, a dimensão afetiva ocupa lugar central, tanto do ponto de vista da construção da pessoa quanto do conhecimento. Ambos se iniciam num período que ele denomina impulsivo-emocional e se estende ao longo do primeiro ano da vida. Neste momento a afetividade reduz-se praticamente às manifestações fisiológicas da emoção, que constitui, portanto, o ponto de partida do psiquismo.” (p. 85)
“[...] É neste sentido que Wallon a considera fundamentalmente social: ela fornece o primeiro e mais forte vínculo entre os indivíduos e supre a insuficiência da articulação cognitiva nos primórdios da história e do ser e da espécie.” (p. 85)
“[...] a caracterização que apresenta da atividade emocional é complexa e paradoxal: ela é simultaneamente social e biológica em sua natureza [...].” (p. 83)
“A toda alteração emocional correspondente uma flutuação tônica; modulação afetiva e modulação muscular acompanham-se estreitamente.” (p. 87)
“[...] para Wallon, a afetividade é componente permanente da ação, e se deve entender como emocional também um estado de serenidade.” (p. 88) 
“A longa fase emocional da infância tem sua correspondente na história da espécie; nas associações humanas mais primitivas, o contágio afetivo supre, pela criação de um vínculo poderoso para a ação comum, as insuficiências da técnica e dos instrumentos intelectuais. [...] a emoção garantirá para o indivíduo como a espécie, uma forma de solidariedade afetiva.” (p. 89) 
“A afetividade, nesta perspectiva, não é apenas uma das dimensões da pessoa: ela é também uma fase de desenvolvimento, a mais arcaica [...] no início da vida, a afetividade e inteligência estão sincreticamente misturadas, com o predomínio da primeira.” (p. 90)
“A partir daí, a história da construção da pessoa será constituída por uma sucessão pendular de momentos dominantemente afetivos ou dominantemente cognitivos, não paralelos, mais integrados [...] a afetividade depende, para evoluir, de conquistas realizadas no plano da inteligência, e vice-versa.” (p. 90)
“No seu momento inicial, a afetividade reduz-se praticamente às suas manifestações somáticas, vale dizer, é pura emoção. Até aí, as duas expressões são intercambiáveis: trata-se de uma afetividade somática, epidérmica, onde as trocas afetivas dependem inteiramente da presença concreta dos parceiros.” (p. 90)
“[...] a inteligência não se dissociou ainda da afetividade, cuja consequência inevitável é que, neste momento, estimular a primeira equivale a nutrir a outra.” (p. 92)
COSTA, Cinthia Carvalho. A afetividade na Educação Infantil. 2014. 66f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia) – Faculdade de Educação, Brasília, Brasília, 2014, p. 21-56.
A EDUCAÇÃO INFANTIL
“A educação infantil é um momento de grande importância para as crianças. Essa etapa torna-se necessária para que elas possam estabelecer interações com outras crianças e adultos que não sejam somente aquelas de seu convívio familiar, pois conforme os Parâmetros Curriculares de Qualidade para a Educação Infantil “crianças expostas a uma gama de possibilidades de interações tem seu universo pessoal de significados ampliado”. (BRASIL, 2006, p. 15).” (p. 21)
“A maior parte do conhecimento, nesse sentido, obtém-se nas interações sociais, e é na educação infantil que esses conhecimentos são colocados a disposição da criança. (OLIVEIRA, 2007). “Dentro das interações criança-ambiente imediato, a presença das outras pessoas, as que servem de referência afetiva, desempenham um papel essencial.” (VAYER; RONCIN, 1990, p.31).” (p.21)
“A educação infantil vem para contribuir nesse processo de comunicação e inter-relações dessas crianças, conciliando o desenvolvimento com a aprendizagem, pois “sua função é a de favorecer o desenvolvimento infantil e a aquisição/construção dos conhecimentos relativos ao mundo físico e social.” (KRAMER, 1995, p. 127).” (p.21)
“Outro importante aspecto dessa etapa da educação é a conquista crescente do desenvolvimento da autonomia da criança, que é essencial e compõe-se de um processo lento de avanços e retrocessos. (PANIAGUA; PALACIOS, 2007).” (p.22)
“Ao longo deste século, cresce o esforço pelo conhecimento da criança, em vários campos: nas diversas correntes da psicologia e da psicanálise; na história, em particular na história social da criança e da família.” (KRAMER, 2000, p. 2). Este trabalho tem o intuito de apresentar um pouco da trajetória da educação infantil e quais foram as perdas e ganhos que a auxiliaram a chegar e estar da forma que se apresenta hoje.” (p.22)
“Como não se tinha essa visão de criança, a educação infantil não era valorizada, além de ter um caráter assistencialista, pois a história da educação infantil “tem sido a história do predomínio da concepção educacional assistencialista, preconceituosa em relação à pobreza, descomprometida quanto à qualidade do atendimento.” (KUHLMANN JR., 2011, p. 184).” (p. 23)
“[...] hoje, a criança é vista como um ser social de direitos e deveres e não simplesmente uma tabula rasa como antigamente era descrita. Foi a partir desses novos parâmetros de criança e infância que a educação infantil passou a ser um ponto central de debates e discussões.” (p.24)
“A entrada da mulher no mercado de trabalho foi uma espécie de catalisador para que as mudanças começassem a surgir, pois, elas como mães começaram a se preocupar com o espaço em que deixavam seus filhos para trabalharem.” (p.24)
“A demanda da quantidade e da qualidade da educação infantil aumentou, fazendo-se com que essa etapa tomasse novas dimensões. Com essa nova dimensão do espaço escolar as crianças têm tido a oportunidade de desfrutar desse ambiente único, que é a educação infantil, uma vez que proporciona aos educandos uma rica experiência, desenvolvendo-os por meio das interações sociais e inserindo-as em um meio cheio de diversidades como é a escola e a sociedade.” (p.25)
“Conforme Sousa (1998), quanto menor a criança, mais bem instruído deve ser o professor, pois é nessa etapa que a criança se desenvolve e se deixa influenciar mais rapidamente. Ainda, segundo a autora, “cuidar da infância e educar a criança é uma obrigação, sempre urgente e necessária” (2007, p. 13). Segundo Sommerhalder e Alves (2012, p. 241), “[...] a criança não é matéria inerte, ou seja, ela reage a ação do professor, colocando em cena desejos e demandas que podem se chocar com os desejos e demandas do professor.” Assim, com todas essas relações intersubjetivas que envolvem esse processo educativo é necessário fazer considerações a cerca da valorização do trabalho desenvolvido por esses professores na educação infantil. (SOMMERHALDER; ALVES, 2012).” (p. 25)
“Se a infância é uma etapa do desenvolvimento humano, que implica em impactos que perduram toda a vida, deverá ser analisada na educação infantil na perspectiva da afetividade e sua importância para esta modalidade de ensino.” (p. 29)
AFETIVIDADE
“As relações desenvolvidas entre professor e aluno são bastante significativas, principalmente na educação infantil, em que o professor é quase que um membro da família.” (p. 30)
“Nessa perspectiva, a afetividade tem uma tarefa muito além do que simplesmente deixar a criança acolhida, mas também de ajudá-la a desenvolver-se melhor [...].” (p.30)
“A afetividade torna-se um meio pelo qual o professor estabelece um vínculo com seus alunos, para que com essa relação consiga-se almejar um processo de aprendizado de melhor qualidade.” (p.30)
“A dimensão afetiva ocorre nas relações sociais que é onde esses processos firmam-se, pois não haveria possibilidade de se falar em afetividade se não houvesse interação entre os sujeitos.” (p.31)
“À emoção compete novamente unir os indivíduos, através das suas reações mais orgânicas e mais íntimas.” (WALLON,1968. p. 191). Dessa forma, segundo Galvão (1995, p. 61) “a afetividade é um conceito mais abrangente no qual se inserem várias manifestações”, pois “refere-se à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo/interno por sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis.” (MAHONEY; ALMEIDA, 2005, p. 20).” (p.32)
“O professor tem poder de transformar a vida de um aluno, podendo influenciá-lo em diferentes aspectos, pois ser professor não se constitui em uma simples tarefa de transmissão de conhecimento, porque vai mais além, consistindo-se em despertar no aluno valores e sentimentos, como o amor e o respeito que estão inscritos no ato da transmissão. Conforme Paniagua e Palácios (2007, p. 134) “além de ser compreendida, a criança precisa sentir que pode contar com o adulto, que pode obter dedicação e afeto.” (p. 34)
“Sabe-se que o professor pode influenciar de forma positiva ou negativa. Essas influências fazem com que esses alunos tenham lembranças de seu professor por diferentes motivos, sejam eles pela forma de explicar um conteúdo, por um método de ensino diferenciado, exemplos de vidas e histórias que fazem com que esses alunos sejam motivados por eles. Esse professor torna-se não apenas um ser representativo, um símbolo, mas também uma inspiração a seus alunos.” (p.35)
“Wallon (1989, p. 3) afirma que a “maneira pela qual o contato se estabelece tem, sobre suas respostas, a maior influência. Seu comportamento intelectual pode ser modificado de forma sensível.” Constata-se que a maneira pela qual essa relação é estabelecida, poderá afetar a vida de uma criança.” (p. 35)
“Na educação infantil, na compreensão da afetividade, há um grande desafio no que concerne a ambiguidade de papeis do professor, em que muitas vezes há a impressão que o educador está substituindo o papel da mãe. Isso ocorre pelo fato, principalmente, da criança muita das vezes permanecer mais tempo com a professora do que com os próprios pais ou responsáveis. Dessa forma, “a responsabilidade de criar um clima afetivo e relacional positivo recai diretamente sobre o adulto.” (PANIAGUA; PALACIOS, 2007, p. 132).” (p. 35)
“Percebe-se a escola como uma “segunda” casa, sendo assim a relevância de bons relacionamentos, principalmente no que diz respeito ao relacionamento entre professores e alunos, que infelizmente muitas das vezes são relações formais, em que o professor não dá oportunidades para que o aluno se aproxime. Entretanto, sabe-se que professores e alunos convivem cotidianamente, muitas vezes convivendo mais com seus professores e colegas de classe do que com sua própria família, devendo, assim, existir uma relação de proximidade entre os mesmos.” (p. 38)
“É perceptível a relação da afetividade com a construção do eu, e por essa razão é fundamental a relevância do estudo desse processo, principalmente na educação infantil, em que essas construções são constantes, pois “em se tratando de crianças tão pequenas, a atmosfera criada pelos adultos precisa ter um forte componente afetivo.” (RCNEI, 1996, p. 67).” (p. 38)
“A relação professor-aluno e sua postura dentro de sala de aula mostram-se mais importante ainda, sabendo que, segundo Galvão (1995), a criança imita as pessoas que lhe atraem, incorporando suas atitudes.” (p. 39)
“É necessário que essas dimensões, tanto cognitiva quanto afetivas estejam interligadas e que principalmente elas possam servir de subsidio uma a outra, para que, assim, o processo seja verdadeiramente uma construção voltada para o desenvolvimento das crianças.” (p. 39 e 40)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Aos poucos, para quem trabalha nessa etapa é visível a importância que a professora tem para aquelas crianças e como elas dependem e se inspiram nela.” (p. 56)
“Por meio das observações participantes foi possível analisar e perceber como se faz presente a afetividade na relação professor-aluno e o quão importante é esse aspecto para o desenvolvimento das crianças de forma integral. Dessa forma, a afetividade não se faz necessária e importante somente na teoria, mas principalmente nas práticas pedagógicas cotidianas da educação infantil.” (p. 56)
LAKOMY, Ana Maria. Teorias Cognitivas da Aprendizagem. 2ª ed. Curitiba: IBPEX, 2008. p. 50-53
A TEORIA DA AFETIVIDADE 
“Henri Wallon (1879-1962) desenvolveu, nas décadas de 1950 e 1960, uma teoria psicogenética na qual a dimensão afetiva ocupa lugar central no processo de ensino aprendizagem. Sua teoria auxilia tanto no desenvolvimento pessoal quanto no desenvolvimento cognitivo do indivíduo. [...] a afetividade e a inteligência desenvolvem-se juntas desde o primeiro ano de vida da criança. Esse período, denominado impulsiva emocional, é dominado pelas relações emocionais do bebê com o ambiente [...].” (p. 50)
“A afetividade dá lugar ao desenvolvimento cognitivo quando a criança começa a construir a realidade por meio do que Wallon (2005) chama de inteligência prática ou das situações. [...] A partir desse momento, a construção do indivíduo passa por uma sucessão de momentos dominantes afetivos ou cognitivos. Como esses momentos são integrados, a afetividade depende, para evoluir, de conquistas realizadas no plano cognitivo e vice-versa. Assim, a afetividade tende a se racionalizar, fazendo com que as suas formas infantis sejam diferentes das adultas (Wallon, 2005) [...] instala-se na criança a chamada forma cognitiva de vinculação afetiva. Ou seja, quando o indivíduo passa a expressar a sua afetividade por meio de símbolos orais e depois escritos – a comunicação afetiva é, então, chamada de afetividade simbólica.” (p. 51)
“Em suma, a maior contribuição de Wallon está na ideia de que a construção da inteligência está intimamente relacionada ao desenvolvimento da nossa afetividade; ambas estão a serviço da construção de um ser humano afetivo, individual, concreto e social.” (p. 52)
“Ao realizar estudos em creches, Wallon (2005) defendeu a importância da escola no que concerne ao desenvolvimento afetivo e social da criança, pois a ela são dadas maiores oportunidades de convivência com outras crianças. [...] É preciso, pois, respeitar as capacidades cognitivas, bem como as necessidades afetivas da criança para que os conhecimentos apresentados sejam assimilados e utilizados posteriormente.” (p. 53)
 
CAPELATTO, Ivan Roberto. Educação com Afetividade. Editora Fundação Educar, São Paulo, 2012. p. 8-19
O que é a afetividade 
Cuidar adequadamente dos outros como de si mesmo pode ser o início de uma grande transformação, tanto do ponto de vista individual como do ponto de vista social. E é nisso que consiste o objetivo deste trabalho -- tratar das questões referentes ao ato de cuidar, tais como: a importância da afetividade, condição fundamental, e o papel da família, da sociedade e da escola na formação de um indivíduo afetivo.” (p. 8)
“A afetividade é a dinâmica mais profunda e complexa de que o ser humano pode participar. Inicia-se a partir do momento em que um sujeito se liga a outro pelo amor -- sentimento único que traz no seu núcleo um outro, também complexo e profundo: o medo da perda.” (p. 9)
“A afetividade é a mistura de todos esses sentimentos, e aprender a cuidar adequadamente de todas essas emoções é que vai proporcionar ao sujeito uma vida emocional plena e equilibrada.” (p. 9) 
A família e a afetividade 
“Família é um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem. É através dessas relações que as pessoas podem se tornar mais humanas, aprendendo a viver o jogo da afetividade de maneira adequada. Mas para que essa adequação ocorra é preciso que haja referências positivas, cuidadores encarregados de estabelecer os limites necessários ao desenvolvimento de uma personalidade emocionalmente equilibrada.” (p. 11) 
“A família tem a função de sociabilizar e estruturar os filhos como seres humanos. Vários estudos e pesquisas têm demonstradoque jovens problemas são fruto de famílias que, independentemente do nível socioeconômico, não lhes ofereceram afetividade suficiente. A violência na infância e na adolescência, por exemplo, existe tanto nas camadas menos favorecidas como nas classes média e alta. O que faz a diferença é a capacidade de a família estabelecer vínculos afetivos, unindo-se no amor e nas frustrações.” (p. 11)
“A família é o âmbito em que a criança vive suas maiores sensações de alegria, felicidade, prazer e amor, o campo de ação no qual experimenta tristezas, desencontros, brigas, ciúmes, medos e ódios. É na família que se aprende a linguagem mais complicada da vida: a linguagem da afetividade – amor acompanhado de medo, raiva, ciúme [...].” (p. 12)
“Convém ressaltar que a tarefa de cuidar adequadamente de um ser em formação é extremamente difícil, pois exige dos educadores capacidade de lidar com os conflitos gera dos pelos impulsos dos jovens em direção ao prazer imediato e às necessidades biopsíquico-sociais de cada momento.” (p. 12)
“A afetividade consiste em poder fazer com que o jovem receba de nós o contato físico, verbal, a relação de cuidados, mas isso também implicará conflitos, envolvendo amor e raiva. Nós temos raiva de quem amamos, temos ciúmes de quem amamos. Amor sempre envolve conflito.” (p. 19)
“Tanto no âmbito familiar quanto no escolar, deve haver uma relação de afeto, pois é isso que ajudará a construir um ser humano psicologicamente saudável [...].” (p. 19)
MARCHAND, Max. A afetividade do educador. 3ª edição. São Paulo: Summus Editorial, 1985. p. 93-103 
Para uma higiene afetiva do educador: o “Par educativo” ideal
“É sobretudo o mestre que pode, mudando de atitude, provocar um aperfeiçoamento da relação afetiva. Toda pedagogia desta relação leva, pois, em última análise, a uma formação do mestre que se preocupe, principalmente, com o aspecto afetivo [...].” (p. 93) 
““ [...] em virtude de um “amor capcioso” fixar o outro no julgamento que se faz dele, obrigando-o, o aluno, do qual se exige provas de reconhecimento e ternura, a permanecer fiel à imagem segundo a qual se decidiu representá-lo.” (p. 94)
“De modo geral, poderíamos dizer que esta luta existe também no interior de todas as relações humanas. Montherlant não afirmou que o amor na relação homem-mulher, não é no fundo, mais que uma forma de guerra em torno da redução do outro a si, ou de uma adaptação recíproca? Não tentou transpor a vida deste “par” de uma forma concreta no interior da arena tauromáquica? [...] para os escritores que estudam o “par” homem-mulher em suas relações concretas, as coisas não se passam da mesma forma que o “par” educador-aluno. De modo geral vêem naquele três momentos: de inicio uma profunda atração, com um violento desejo de aproximação; depois de uma tentativa de adaptação, com todos os conflitos que ela comporta; e enfim, uma ruptura definitiva. É verdade que na vida comum a conclusão da fase da adaptação é menos patética e leva frequentemente, a um amor pacífico, compreensivo e benevolente, onde cada um dos parceiros consente em se aceitar.” (p. 97)
“Quanto ao “par” educador-aluno, tentamos mostrar que a evolução de suas relações é diferente. Relembremos os dois processos. Começa-se por um momento de oposição. Daí, o educador pode chegar a uma apropriação do aluno, que consente em alienar sua liberdade, ou que se revolta, à medida que aceita ou não dobrar-se à pretensão do educador.” (p. 97) 
“O problema sentimental que se coloca para cada educador, é o de encontrar em si mesmo as condições de um amor autêntico.” (p. 98) 
“No que concerne à idade dos alunos, convém também ser prudente com as crianças de 6 a 8 anos, ainda próximas das ternuras maternais e para as quais é necessário um esforço de adaptação progressiva. Não seria uma boa medida começar de repente, a arreliá-las com ironias, mesmo bem entendidas, para convidá-las ao trabalho.” (p. 99)
“Podemos assim verificar que, quanto mais o educador envelhece na carreira, mais ele está ameaçado de uma esclerose sentimental que o impede de se renovar. Incapaz de se adaptar à realidade viva e instável, corre o risco de dar provas, perante os jovens, de uma falta de compreensão, de uma injustiça que o impelem a se tornar solitário com os adultos e a tomar o partido da sociedade contra a juventude, que a seus olhos, representa um elemento de perturbação. Está todo impregnado de um sentimento de superioridade que só tende a aumentar com a idade. [...].” (p. 103)

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