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PETIÇÃO INICIAL reintegração de posse

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE NATAL/RN, A QUEM COUBER POR DISTRIBUIÇÃO LEGAL:
		XXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXXX com sede na Rua XXX, XX, S, XXX, Natal (RN), vem, respeitosamente, por intermédio dos seus advogados, propor, com amparo no art. 30 da Lei nº 9.514/97,
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR
Em face de XXXX, brasileiro, solteiro, empresário, CPF/MF nº XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, XXX, XXX - Natal/RN, CEP: XXXXX, em conformidade com os fatos e fundamentos jurídicos que se seguem.
I – DOS FATOS
01.	O Autor firmou com a (s) Ré (s) contrato de compra e venda de imóvel com pacto de alienação fiduciária em garantia em 20/07/2015, tendo como objeto apartamento residencial nº 0001, TORRE 04, do empreendimento CENTRAL PARK CONDOMINIO CLUBE, conforme instrumento em anexo (doc. 1).
02.		A Ré encontra-se inadimplente para com o pagamento das obrigações financeiras a 195 dias.
03.		O débito vencido e não-atualizado perfaz o total de R$ 21.091,83 (vinte e um mil e noventa e um reais e oitenta e três centavos). A teor do art. 26 da Lei nº 9.514/97, a Autora promoveu a notificação extrajudicial da (s) Ré (s), constituindo-a (s) em mora, e outorgando-lhe (s) prazo para pagar o débito, sob pena de rescisão do contrato e da consequente retomada do imóvel, consoante instrumento em anexo (doc. 2).
04.		Embora devidamente notificada (s) extrajudicialmente, a (s) Ré (s) não efetuou (aram) a purgação da mora, a despeito dos diversos contatos e tentativas de composição realizadas pela Autora. Em seguida, a propriedade do imóvel foi consolidada em nome da Autora, consoante Certidão do Cartório de Registro de Imóveis (doc. 3).
05.		Por meio da presente ação, à vista do que dispõe o art. 30 da Lei nº 9.514/97, comprovando-se a notificação de constituição em mora do devedor e a consolidação da propriedade em seus nomes, a Autora promove a presente ação de reintegração de posse. 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
06.		Não sendo purgada a mora, a Lei nº 9.514/97 prescreve que o Credor Fiduciário tem direito de obter, liminarmente, a Reintegração de Posse do imóvel, desde que comprovada a consolidação da propriedade em seu nome, a teor do art. 30:
“Art. 30 - É assegurada ao fiduciário, seu cessionário ou sucessores, inclusive o adquirente do imóvel por força do público leilão de que tratam os §§ 1° e 2° do art. 27, a reintegração na posse do imóvel, que será concedida liminarmente, para desocupação em sessenta dias, desde que comprovada, na forma do disposto no art. 26, a consolidação da propriedade em seu nome”.
07.		A Autora comprovou a constituição em mora do (s) devedor (es) e a consolidação da propriedade em seu respectivo nome, restando atendido o requisito previsto no art. 30 da aludida Lei nº 9.514/97.
08.		Apesar da notificação extrajudicial, constituindo em mora o (s) devedor (es), a (s) Ré (s) permanece (m) ilicitamente na posse do imóvel, o que é suficiente para configurar o esbulho possessório, já que, por força de expressa previsão legal, o contrato de compra e venda considera-se defeito de pleno direito, devendo haver o retorno à situação anterior.
09.		O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA já decidiu que a reintegração de posse liminar deve ser concedida, quando se efetuou a constituição em mora do devedor e este não a purgou:
“SFI - SISTEMA FINANCEIRO IMOBILIÁRIO. LEI 9.514⁄97. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BEM IMÓVEL. INADIMPLEMENTO DO FIDUCIANTE. CONSOLIDAÇÃO DO IMÓVEL NA PROPRIEDADE DO FIDUCIÁRIO. LEILÃO EXTRAJUDICIAL. SUSPENSÃO. IRREGULARIDADE NA INTIMAÇÃO. PRETENSÃO, DO CREDOR, A OBTER A REINTEGRAÇÃO DA POSSE DO IMÓVEL ANTERIORMENTE AO LEILÃO DISCIPLINADO PELO ART. 27 DA LEI 9.514⁄97. POSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DA LEI. 
1. Os dispositivos da Lei 9.514⁄97, notadamente seus arts. 26, 27, 30 e 37-A, comportam dupla interpretação: é possível dizer, por um lado, que o direito do credor fiduciário à reintegração da posse do imóvel alienado decorre automaticamente da consolidação de sua propriedade sobre o bem nas hipóteses de inadimplemento; ou é possível afirmar que referido direito possessório somente nasce a partir da realização dos leilões a que se refere o art. 27 da Lei 9.514⁄97. 
2. A interpretação sistemática de uma Lei exige que se busque, não apenas em sua arquitetura interna, mas no sentido jurídico dos institutos que regula, o modelo adequado para sua aplicação. Se a posse do imóvel, pelo devedor fiduciário, é derivada de um contrato firmado com o credor fiduciante, a resolução do contrato no qual ela encontra fundamento torna-a ilegítima, sendo possível qualificar como esbulho sua permanência no imóvel. 
3. A consolidação da propriedade do bem no nome do credor fiduciante confere-lhe o direito à posse do imóvel. Negá-lo implicaria autorizar que o devedor fiduciário permaneça em bem que não lhe pertence, sem pagamento de contraprestação” (STJ – REsp nº 1.155.716–DF, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi – DJ 22.03.2012).
10.		Confiram-se outros precedentes do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA e do TJ-SP:
“O devedor alienante fica sem título de posse, uma vez resolvido o contrato, por inadimplência, segundo cláusula expressa, incorrendo em esbulho, a justificar o uso pelo proprietário fiduciário da ação de reintegração de posse” (STJ-RSTJ 34/459). 
“Agravo de Instrumento - Reintegração na posse de imóvel - Pacto adjeto de alienação fiduciária - Mora do comprador incontroversa - Requisitos para a concessão da liminar configurados - Recurso provido.” (TJ-SP, AI 1.278.272-0/8, 26ª Câmara, Relator Des. Andreatta Rizzo, j. 24.06.2009). 
“Alienação fiduciária. Bem imóvel. Procedimento de execução extrajudicial de cobrança da dívida. Cumprimento das formalidades legais. Inteligência dos artigos 26 a 29 da Lei nº 9514/97. Requerimento judicial da reintegração de posse. Admissibilidade prevista no artigo 30 do referido diploma legal. A constituição em mora dos fiduciantes agregada à infrutífera venda extrajudicial do bem garantido pela fidúcia, possibilita consolidar a propriedade em nome da fiduciária, podendo exercer todas as faculdades inerentes ao domínio, deixando, entretanto, de ser credora dos fiduciantes, esse com direito à quitação objeto do termo firmado por aquela" (TJ/SP - AI 904.639-00/9 - 28ª Câmara - Relator Des. Júlio Vidal - J. 14.6.2005).
11.		Confira-se trecho do voto da Min. NANCY ANDRIGHI no REsp 1.155.716-DF:
“Com a inadimplência, o credor, aqui recorrido, inaugurou os procedimentos para a retomada do bem, previstos na Lei nº 9.514/97, constituindo em mora o devedor e, ato contínuo, consolidando em seu nome a propriedade do bem, nos termos do o art. 26, §1º a 7º, da Lei 9.514/97. Ao fazê-lo, o recorrido resolveu o contrato que fundamentara a posse do imóvel pelos recorrentes, de modo que o fundamento jurídico dessa posse se esvaiu. Vê-se, portanto, que não há, na hipótese dos autos, a disputa da posse sobre o bem fundamentada em situações de fato autônomas. A posse, pelos recorrentes, decorria do contrato que estes haviam firmado com o próprio recorrido. Resolvido esse contrato, o fundamento de seu poder de fato sobre o bem desapareceu. 
(...) 
Resolvido o contrato do qual emergia o fundamento da posse derivada, esta retorna ao seu antigo titular, podendo-se interpretar a permanência do antigo possuidor no bem como um ato de esbulho. O argumento utilizado pelos recorrentes, de que a ausência de previsão de cobrança, pela Lei, de taxa de ocupação do bem antes da realização dos leilões judiciais, em lugar de militar em favor de usa pretensão, na verdade milita em sentido contrário a ela. A ausência de previsão para a cobrança dessa taxa só faz com que a injustiça da permanência dos devedores no imóvel seja maior: o bem não se encontra mais em sua propriedade; o fundamento de sua posse desapareceu; e ainda assim, caso mantidas as conclusões da medida liminar anteriormente deferida, eles poderãopermanecer, a título gratuito, residindo no imóvel. À questão levantada pelos recorrentes, acerca de que destino deve ser dado ao imóvel entre o prazo da consolidação da propriedade em nome do credor-fiduciante, e a data dos leilões judiciais, a resposta é simples: deve ser dado ao imóvel sua natural destinação econômica. A permanência daquele que promoveu esbulho do bem no imóvel não atende a essa destinação”.
12.		Por arremate, no mesmo sentido orienta-se a doutrina que comenta a Lei nº 9.514/97, devendo ser conferidas as lições de AFRANIO CARLOS CAMARGO DANTZGER, RENAN MIGUEL SAAD e MELHIM NAMEM CHALHUB, respectivamente:
 “Segundo o art. 30 [da Lei 9.514/97], o fiduciário poderá requerer em juízo, antes da venda do imóvel, a reintegração na posse do mesmo, que será concedida liminarmente para a desocupação em sessenta dias” (Alienação Fiduciária de Bens Imóveis. São Paulo: Método, p. 71).
“Em um primeiro plano, consolidada a propriedade na figura do fiduciário poderá ele, ou quem adquirir o imóvel em público leilão, requerer judicialmente a reintegração de posse, a fim de que o imóvel seja desocupado em 60 (sessenta) dias” (A Alienação Fiduciária sobre bens imóveis. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, p. 256).
“A ação de reintegração de posse tem por fim a recuperação da posse perdida por esbulho, que se caracteriza por toda e qualquer moléstia aos direitos do possuidor, como quando ocorre recusa de restituir a coisa que deve ser restituída. Há esbulho, assim, mesmo que não exista violência, bastando, para sua caracterização, que o possuidor seja privado do exercício do direito de posse. Na contratação da alienação fiduciária, a propriedade é transmitida ao fiduciário em caráter resolúvel, para o fim de garantir o pagamento de uma dívida; por isso mesmo é que a transmissão não é plena, mas feita com exclusão ou limitação de alguns poderes, sendo retiradas algumas faculdades, dependendo da evolução do negócio fiduciário celebrado. É a construção típica da propriedade fiduciária.
De fato, ao se constituir a propriedade fiduciária, opera-se o desdobramento da posse, nos termos do parágrafo unido do art. 23 da Lei nº 9.514/97, conservando-se ao devedor-fiduciante a posse direta. Desta forma, a lei objetivou assegurar ao devedor-fiduciante o uso e gozo do imóvel, sem prejuízo do credor-fiduciário, assegurando àquele, enquanto adimplente, a livre utilização, por sua conta e risco, do imóvel objeto da alienação fiduciária (art. 24, IV). Dada essa estruturação, se o fiduciante não pagar a dívida, no todo ou em parte, a conseqüência natural será a consolidação da propriedade no fiduciário, com o nascimento, para este ou seus sucessores, do direito de reintegrar-se na posse (art. 30).
Efetivamente, a configuração da alienação fiduciária, com a constituição de uma propriedade resolúvel, justifica a adoção da ação de reintegração de posse na hipótese de o fiduciante se negar a restituir a posse da qual tenha perdido o título.
Na linha desses princípios, a Lei nº 9.514/97 faculta ao fiduciário ou seus sucessores a ação de reintegração de posse, com direito a liminar, nos seguintes termos:
‘Art. 30. É assegurado ao fiduciário, seu cessionário ou sucessores, inclusive o adquirente do imóvel por força do público leilão de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 27, a reintegração na posse do imóvel, que será concedida liminarmente, para desocupação em sessenta dias, desde que comprovada, na forma do art. 26, a consolidação da propriedade em seu nome’.
Do texto legal deflui como requisito indispensável para a propositura da ação a consolidação da propriedade no fiduciário, independentemente dos demais requisitos previstos no Código de Processo Civil para a ação de reintegração de posse” (Negócio Fiduciário. 2ª ed., Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p. 246-248).
16.		Portanto, a teor do art. 30 da Lei nº 9.514/97 e à luz da doutrina e da jurisprudência, conclui-se que, havendo a constituição em mora do (s) devedor (es) e a consolidação da propriedade em nome do credor fiduciário, deve ser concedida liminarmente a reintegração de posse.
III – DA MEDIDA LIMINAR
17.		A Lei nº 9.514/97, em seu art. 30, prescreve que, comprovada a consolidação da propriedade em nome do credor fiduciário, deve ser concedida liminarmente a reintegração de posse, in verbis:
“Art. 30 - É assegurada ao fiduciário, seu cessionário ou sucessores, inclusive o adquirente do imóvel por força do público leilão de que tratam os §§ 1° e 2° do art. 27, a reintegração na posse do imóvel, que será concedida liminarmente, para desocupação em sessenta dias, desde que comprovada, na forma do disposto no art. 26, a consolidação da propriedade em seu nome”.
18.		O requisito exigido pela lei para a concessão da medida liminar de reintegração de posse resta atendido, consoante certidão do Cartório de Registro de Imóveis, de que se operou a consolidação da propriedade em nome dos autores.
19.		A Lei nº 9.514/97, em seu art. 30, somente exige para efeito de concessão de medida liminar de reintegração de posse a prova da consolidação da propriedade em nome do credor fiduciário, o que foi atendido no caso em exame. 
20.		Não se exige – a exemplo do que ocorre com a alienação fiduciária de bens móveis – a demonstração do periculum in mora, tal como já decidido: 
“AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE RECISÃO DE CONTRATO C/C REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO LIMINAR - COMPRA E VENDA DE IMÓVEL COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA - LEI Nº 9.514/97 - MORA COMPROVADA - CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE AO CREDOR FIDUCIÁRIO - LIMINAR DEFERIDA - Nos termos dos art. 26 c/c art. 30 da Lei n.º 9.514/97 os requisitos para o deferimento da liminar de reintegração de posse ao credor fiduciário são a comprovação da inadimplência do devedor e sua regular constituição em mora, e ainda, a comprovação da consolidação da propriedade do imóvel em nome do credor fiduciário. Preenchidos tais requisitos a concessão da liminar é medida que se impõe. Decisão mantida” (TJMG, Agravo de Instrumento Cv 1.0702.10.064631-5/001; Des. Rel. Wanderley Paiva; Data do julgamento: 31/08/2011).
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BEM IMÓVEL. LIMINAR.(...) 2) A concessão da liminar em ação de reintegração de posse de imóvel alienado fiduciariamente pressupõe a notificação regular do devedor. Agravo de instrumento a que se nega seguimento, por manifestamente improcedente (art. 557, caput, do CPC)” (TJ-RS, Agravo de Instrumento Nº 70056572019, Décima Nona Câmara Cível, Rel. Des. Voltaire de Lima Moraes, Julgado em 19/09/2013).
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS. Se a credora fiduciária cumpriu todos os requisitos para o procedimento de alienação extrajudicial do imóvel, previsto nos artigos 26 e 27 da Lei nº 9.514/97, inexiste fundamento legal que a impeça de ser reintegrada na posse do imóvel, mormente porque a devedora foi intimada para efetuar a purga da mora, no prazo estabelecido, mas não o fez” (TJ-DF, 6ª Turma Cível, AGI 20140020097388, rel. Des. Esdras Neves, v.u., Dje 16.09.2014).
“REINTEGRAÇÃO DE POSSE - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - LEI 9.514/97 - REQUISITOS. - Satisfeitos todos os requisitos dos artigos 26 e 27 da Lei nº 9.514/97, afigura-se possível a concessão da reintegração liminar da credora fiduciária na posse do imóvel, nos exatos termos do art. 30 do mencionado texto legal” (TJMG; Agravo de Instrumento Cv 1.0702.10.086504-8/001; Des. Rel. Batista de Abreu; Data do julgamento: 11/07/2012).
“CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. AGRAVO DE INSTRUMENTO. FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE EM NOME DO FIDUCIÁRIO. LEI Nº 9.514/97. MEDIDA LIMINAR DA POSSESSÓRIA. CABIMENTO. AGRAVO PROVIDO.
- Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que indeferiu o pedido liminar, pelo qual se pleiteava a reintegração de posse do imóvel, em razão de contrato de financiamento imobiliário com alienação fiduciária em garantia,localizado na Rua Porto Seguro, nº 183, QD 06, Lote 10, Bairro Barbosa Rocha, Arapiraca/AL.
- A Lei nº 9.514/09 instituiu e regulou a alienação fiduciária sobre a coisa imóvel. "Art. 30. É assegurada ao fiduciário, seu cessionário ou sucessores, inclusive o adquirente do imóvel por força do público leilão de que tratam os parágrafos 1º e 2º do art. 27, a reintegração na posse do imóvel, que será concedida liminarmente, para desocupação em sessenta dias, desde que comprovada, na forma do disposto no art. 26, a consolidação da propriedade em seu nome".
- No caso dos autos, observa-se, pela Minuta de Intimação, à fl. 33, que fiduciante foi devidamente intimado a fim de regularizar sua situação perante o credor. Entretanto, este permaneceu inerte, ensejando, por tal, a consolidação da propriedade em nome do fiduciário e a posterior reintegração de posse do imóvel.
- Decorrido o prazo para a purgação da mora, com a consequente consolidação da propriedade em nome do fiduciário, nos termos do art. 26, parágrafo 7º da Lei nº 9.514/97, faz este jus à reintegração na posse do imóvel, concedida liminarmente, nos termos do art. 30 da referida Lei.
- Agravo de instrumento provido” (TRF-5ª Região, 2ª Turma, AG 112417220124050000, rel. Des. Convocado Marco Bruno, v.u., DJe 10.10.2013). 
“ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. LEI Nº 9.514/97. CONTRATO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA E DE CONSTITUIÇÃO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE IMÓVEL EM GARANTIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. POSSIBILIDADE. MORA DO DEVEDOR FIDUCIÁRIO. OCORRÊNCIA. LIMINAR. DEFERIMENTO. PRECEDENTES.
1.A alienação fiduciária de coisa imóvel se submete à disciplina legal específica, em situação que, caracterizada a mora do devedor e consolidada a propriedade em nome do credor, justifica-se de imediato a posse do bem pelo credor ou por quem adquirir o imóvel nos leilões extrajudiciais obrigatórios e subsequentes, considerando ainda que a existência de ação discutindo o valor da dívida não inibe o procedimento obrigatório da lei e, se houver valor a restituir, deverá restituí-lo o credor ao devedor.
2.Ficando devidamente demonstrada a mora do devedor fiduciário, que apesar de legalmente notificado deixa de purgar a mora e, estando presentes os requisitos exigidos pela lei nº 9.514/1997, possível se mostra o deferimento de liminar para reintegrar o credor fiduciante na posse do imóvel garantidor do contrato. Precedentes” (TJ-PE, 5ª Câmara Cível, AI 83204220108170001, rel. Des. Stênio José Coelho, v.u., j. 03.10.2012).
“REINTEGRAÇÃO DE POSSE CUMULADA COM COBRANÇA. BEM IMÓVEL OBJETO FINANCIAMENTO COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. ACOSTADA CERTIDÃO DO OFÍCIO DE REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS COMPROVANDO A CONSTITUIÇÃO DO FIDUCIANTE EM MORA, NA FORMA DO §1º DO ART. 26 DA LEI 9.514/1997. CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE EM NOME DO FIDUCIÁRIO. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS PARA REFORMA DA DECISÃO QUE DEFERE OU INDEFERE LIMINAR, POR NÃO SE CONFIGURAR TERATOLÓGICA, CONTRÁRIA À LEI OU À EVIDENTE PROVA DOS AUTOS. SÚMULA 58 DO TJERJ. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (TJ-RJ, 17ª Câmara Cível, AI 2008.002.19335, rel. Des. Custódio Tostes, j.u., v. 20.08.08). 
20.		Nada obstante, se esse Juízo entender necessária a demonstração, o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação reside no ponto em que, a despeito da extinção do contrato de compra e venda ex-vi legis, a (s) Ré (s) continua (m) indevidamente na posse do bem imóvel, trazendo enormes prejuízos a autora, já que terão que arcar com os prejuízos financeiras decorrentes do manifesto inadimplemento.
21.		Ressalte-se que, caso a medida antecipatória não seja deferida, a autora ver-se-á obrigada a arcar com os ônus financeiros decorrentes da inadimplência da (s) ré (s) que, atualmente, importam o principal de R$ 21.091,83 (vinte e um mil e noventa e um reais e oitenta e três centavos).
22.		Em caso semelhante, o TJ-RN, lavra do Des. AMAURY MOURA SOBRINHO, já se pronunciou, em sede de agravo de instrumento, nesse sentido: 
“Não obstante o entendimento da D. Juíza, entendo, em sede de cognição sumária, que o argumento não deve prosperar, pois conforme se observa da certidão de fls. 48-v (documento de notificação extrajudicial), exarada por escrevente com fé de ofício, a agravada foi notificada, ficou ciente de todo o conteúdo da mesma, deixando de apor o seu ciente, o que revela no presente momento a plausibilidade do direito pleiteado, reforçada que está pelo entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, colacionada pelo agravante.
	
No que tange à irreparabilidade do dano, este se mostra demonstrado à medida que, mantendo-se a agravada na posse do imóvel, está se compelindo a agravante a arcar com o ônus da insolvência daquela, deixando que a mesma tire proveito de sua inadimplência, enquanto o prejuízo da recorrente aumenta à medida que a cada mês as parcelas deixam de ser pagas, haja vista que a agravada há mais de 02 (dois) anos não efetua o pagamento das parcelas devidas, estando a descumprir o pactuado.
A exposição acima demonstra, com clareza solar, presente a verossimilhança da argumentação, prova inequívoca dos fatos articulados e a possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação.
Com a simples constatação de que, sendo julgada improcedente a demanda ordinária, a agravante tem plenas condições de ressarcir à agravada o valor que esta pagou pelo imóvel até tornar-se inadimplente ou restituir-lhe imóvel semelhante, afasta-se a irreversibilidade.
Assim sendo, presentes os requisitos do art. 273, I, do CPC, defiro a tutela antecipada, na forma requerida, para, em conseqüência, determinar que seja a agravante reintegrada imediatamente na posse do imóvel” (DOE 01.10.2002, p. 5).
23.		De outro lado, a medida liminar não é irreversível, uma vez que, caso o pedido da ação não seja acolhido, os autores têm inequivocamente condições de ressarcir a (s) ré (s) o valor pecuniário referente ao despojamento do imóvel.	
IV – PEDIDO
24.		À vista do exposto, a Autora requer a Vossa Excelência:
		1 – A concessão de medida liminar, determinando a reintegração na posse do imóvel consubstanciado no apartamento 0001, da TORRE 04 do CENTRAL PARK CONDOMINIO CLUBE, situado na Rua Lucia Viveiros, 255 Neópolis - Natal/RN;
		2 – A citação da (s) Ré (s), para, querendo, apresentar (em) resposta à presente ação;
		3 – A procedência do pedido, resolvendo o contrato de compra e venda, a fim de determinar a reintegração de posse do imóvel consubstanciado no apartamento 0001, da TORRE 04, do empreendimento CENTRAL PARK CONDOMINIO CLUBE, situado na Rua Lucia Viveiros, 255 Neópolis - Natal/RN. 
		Esta petição inicial é instruída com contrato de compra e venda (doc. 1), notificação extrajudicial (doc. 2), certidão de consolidação da propriedade (doc. 3), Termo de Recebimento do imóvel (doc. 04) e Ficha Financeira (doc. 05), dando-se à causa o valor de R$ 21.091,83 (vinte e um mil e noventa e um reais e oitenta e três centavos). 
Nestes termos,
pedem deferimento.
Natal, 05 de setembro de 2017.

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