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1 
 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC 
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT 
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - DQMC 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao Laboratório de Química 
ILQ0001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joinville 
2011 
 
2 
 
Sumário 
 
 
1 - Introdução as técnicas de laboratório .................................................................................... 4 
1.1 - Segurança ....................................................................................................................... 4 
1.2 - Caderno de laboratório ................................................................................................ 6 
1.3 - O Método Científico ..................................................................................................... 7 
1.4 - Equipamentos Básicos de Laboratório: ..................................................................... 8 
1.4.1 - Vidrarias e equipamentos de laboratório............................................................ 8 
1.4.2 - Utilização do Bico de Bunsen ............................................................................. 12 
1.5 - Chama .......................................................................................................................... 13 
Experiência 1 - O Método Científico..................................................................................... 14 
2 - Leitura de instrumentos: .................................................................................................. 15 
2.1 - Algarismos Significativos ............................................................................................ 15 
2.2 - Operações com Algarismos Significativos .................................................................. 17 
2.3 - Arredondamento de Números ...................................................................................... 17 
Experiência 2 - Técnicas de laboratório ................................................................................... 19 
3 - Tratamentos e Registro de Dados Experimentais ............................................................... 20 
3.1 - Erros de medidas .......................................................................................................... 20 
3.2- Classificação dos erros de medidas ............................................................................... 20 
3.3 - Definições de erros ....................................................................................................... 21 
3.4 - Registro e interpretação de resultados .......................................................................... 23 
Experiência 3 - Medidas ........................................................................................................... 27 
4 - Identificação de compostos a partir de suas propriedades físicas ....................................... 30 
4.1 - Propriedades físicas ...................................................................................................... 30 
4.1.1 – Densidade ............................................................................................................. 30 
Experiência 4 - Construção de um Densímetro ........................................................................ 31 
4.1.2 - Ponto de fusão ....................................................................................................... 32 
Experiência 5 - Medidas de ponto de fusão .............................................................................. 33 
5 - Técnicas de purificação e separação de misturas ................................................................ 36 
5.1 - Cristalização de sais inorgânicos e de compostos orgânicos ....................................... 36 
Experiência 6 – Cristalização de sais inorgânicos .................................................................... 37 
Experiência 7 - Recristalização de compostos orgânicos ......................................................... 38 
Experiência 8 – Extração com solvente (Extração de iodo de uma solução aquosa com 
hexano) ..................................................................................................................................... 39 
Experiência 9 – Extração com água (Determinação do teor de etanol em gasolina) ............... 41 
3 
 
10 – Separação de substâncias .................................................................................................. 42 
Experiência 10 – Separação de uma mistura ............................................................................ 46 
Experiência 11 - Destilação por arraste de vapor ..................................................................... 49 
12 - Cromatografia.................................................................................................................... 51 
Experiência 12 - Cromatografia em papel ................................................................................ 53 
Referências: .............................................................................................................................. 51 
13 - Soluções ............................................................................................................................ 51 
13.1 - Unidades de concentração .......................................................................................... 53 
13.2 - Preparação de soluções .............................................................................................. 53 
Experiência 13 - Preparar 100 mL de solução de NaOH(aq) e 100 mL de solução de HCl(aq). . 54 
14 – Diluição de soluções ......................................................................................................... 55 
Experiência 14 – Diluição de soluções de NaOH(aq) e HCl(aq) ................................................. 55 
15 - Titulação ............................................................................................................................ 56 
Experiência 15 - Padronização de solução e titulação ácido base ............................................ 58 
16 – Volumetria de Complexação - Determinação do teor de cálcio em leite ......................... 59 
17 - Curvas de titulação ............................................................................................................ 63 
Experiência 17 - Curva de Titulação Ácido fraco/base forte ................................................... 64 
18 - Chuva Ácida ...................................................................................................................... 66 
Experiência 18 - Contribuição do CO2 na chuva ácida ............................................................ 68 
Experiência 19 - Contribuição do SO2 na chuva ácida ............................................................. 63 
Questões ................................................................................................................................... 63 
19 - Equilíbrio Químico ............................................................................................................ 64 
19.1 - O Princípio de Le Chatelier ........................................................................................ 65 
Experiência 20 - Equilíbrio 2NO2 ⇌ N2O4 ............................................................................ 66 
20 - Solução Tampão ................................................................................................................ 67 
Experiência 21 - Tampão natural e o efeito da chuva ácida ..................................................... 69 
21 - Cinética Química............................................................................................................... 72 
Experiência 22 - Cinética da redução do permanganato .......................................................... 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 - Introdução as técnicas de laboratório 
 
1.1 - Segurança 
 
O laboratório é um local de trabalho onde o cuidado e a atenção são requisitos 
fundamentais para evitar acidentes. O laboratório está equipado com chuveiro, lava-olhos, kit 
de incêndio, capela e saída de emergência. 
 
Cuidados pessoais: 
 
 Utilize sempre guarda-pó, óculos de segurança e calçado fechado. O guarda-pó deve ser 
de algodão e de manga comprida (os tecidos sintéticos podem aderir à pele, quando 
inflamados). O uso de bermudas, saias, sandálias ou chinelos não é permitido no 
laboratório. 
 Cabelos compridos deverão ser presos. 
 Não coma nem beba no laboratório. 
 Faça apenas as experiências indicadas. Caso tenha interesse em outras experiências, 
consulte o professor. EXPERIÊNCIAS NÃO AUTORIZADAS SÃO PROIBIDAS. 
 Comunique seu professor sobre qualquer acidente, por menor que seja. 
 Tenha cuidado com os materiais inflamáveis. 
 Use a capela para trabalhar com materiais tóxicos, explosivos e reações perigosas. 
 
 Cuidados gerais: 
 
 Nunca jogue produtos ou soluções na pia ou no lixo sem prévio consentimento do 
professor. Descarte os resíduos conforme os procedimentos indicados pelo professor. 
 Leia com atenção o rótulo de qualquer frasco antes de usá-lo. Anote no Caderno de 
Laboratório os dados constantes nos rótulos dos reagentes. 
 Nunca use as espátulas de um frasco em outro para evitar contaminações. 
 Não toque com os dedos os produtos químicos, não tente sentir o odor da substância nem 
prove qualquer droga ou solução. 
 Aguarde qualquer equipamento aquecido esfriar para manuseá-lo. A aparência do vidro 
quente é a mesma do vidro frio! 
 Nunca jogue uma base forte sobre um ácido forte para neutralizar o ácido. 
5 
 
Identificação de produtos 
 
Todo produto obtido e todas as soluções preparadas no laboratório devem ter o frasco 
identificado com os dados mostrados no rótulo da Figura 1. 
 
Nome dos alunos, iniciais do(a) professor(a) 
ILQ0001, data do preparo 
Nome da substância (concentração) 
Fórmula do composto 
Propriedades físicas, rendimento, massa molar* 
* Quando referente à substância sintetizada. 
Figura 1.1 - Rotulo de identificação para produtos e soluções preparados no laboratório. 
 
Cuidados com o manuseio de produtos 
 Vários compostos orgânicos e inorgânicos são tóxicos e devem ser manipulados com 
cuidado. Em caso de acidente onde o produto é derramado, existem procedimentos 
específicos. A seguir são exemplificados os procedimentos adequados quando algum ácido é 
derramado: 
 Ácido sulfúrico: quando derramado deve ser neutralizado com carbonato ou 
bicarbonato de sódio em pó. 
 Ácido clorídrico: quando derramado deve ser neutralizado com amônia (forma cloreto 
de amônio na forma de névoa branca). 
 Ácido nítrico: reage violentamente com álcool, cuidado. 
Os cuidados pertinentes a cada experimento em específico serão indicados pelo professor. 
 O sistema de descarte de resíduos segue as orientações do Manual de Regras Básicas e 
de Segurança para Laboratórios desenvolvido pela coordenadoria de Gestão Ambiental da 
UFSC, 1998. O sistema de coleta pode ser consultado no Anexo I. 
6 
 
1.2 - Caderno de laboratório 
Em um laboratório acadêmico, o registro dos procedimentos adotados e dos reagentes 
utilizados no caderno de laboratório economiza tempo e evita a repetição de experimentos. O 
objetivo do caderno é registrar o trabalho científico de uma forma compreensível para que o 
procedimento poça ser repetido obtendo-se os mesmos resultados descritos. 
O caderno deve ser como um livro ata, isto é, suas folhas não podem ser facilmente 
removidas e as folhas devem ser numeradas. 
Qualquer coisa relacionada ao trabalho de laboratório deve ser registrada de forma 
organizada e clara. Todos os registros devem ser realizados no laboratório. O trabalho deve 
ser programado considerando o tempo gasto nos registros. 
Os registros devem incluir a descrição completa dos trabalhos realizados, as 
referências consultadas e as idéias pessoais relacionadas ao trabalho. Não deve ter folhas 
soltas ou lembretes. Todos os gráficos, tabelas, resultados de análises e ensaios devem ser 
fixados nas páginas por meio de cola ou fita adesiva. Sempre escreva uma legenda no caderno 
onde a figura será fixada para identificar o que estava no local caso a figura seja removida 
acidentalmente. 
Sempre coloque o título do experimento no início da página mantendo o mesmo título 
no sumário. Coloque a data da realização do experimento e as datas de cada uma das etapas 
do mesmo experimento caso elas sejam realizadas em dias diferentes. 
Se cometer algum erro, trace uma linha sobre o que foi escrito errado, escreva a 
justificativa do erro e logo a seguir escreva o correto. 
O caderno é individual e deve conter os comentários, as discussões e as conclusões de 
cada um. 
 
Organização do caderno 
 
A primeira página deve ser reservada para os dados do aluno, incluindo e-mail e 
telefone de contato. As duas páginas seguintes devem ser reservadas para criar o sumário. Os 
registros dos experimentos devem conter: 
a) Título; 
b) Objetivos do experimento: duas ou três frases no máximo. 
c) Pré-laboratório: Revisão bibliográfica, equações químicas, dados físico-químicos de 
reagentes, solventes, bem como a periculosidades dos materiais manuseados; 
7 
 
d) Materiais utilizados; 
e) Procedimento: descrição de como foi realizado, não é cópia da apostila. 
f) Resultados: podem ser descritos, organizados em tabelas e gráficos. A forma de registro irá 
depender do experimento realizado. 
g) Discussão: resumir os resultados de acordo com os objetivos propostos, comparar os 
resultados com aqueles esperados. Discutir fatores de erros envolvidos e como os resultados 
podem ser relacionados aos fundamentos teóricos. Dar sugestões para minimizar ou aprimorar 
o experimento. 
h) Conclusão. 
 
Os itens a, b e c devem ser realizados antes do experimento. Os itens d, e, f e g durante 
e após a realização dos experimentos, sendo os itens g e h individuais. 
 
1.3 - O Método Científico 
 O método científico é um conjunto de operações necessárias para atingir um 
determinado fim. O método das ciências da natureza é um método experimental que se baseia 
nos fatos observados na prática quando um experimento é realizado. Assim, os fatos 
singulares observados são levados à generalização gerando um princípio ou uma lei 
científica. 
 O método do estudo das ciências tem quatro processos: 
i) Observação: 
As ciências experimentais começam pela observação. A observação faz uso dos nossos 
sentidos (visão, tato, olfato, paladar e audição) e também de equipamentos tais como 
microscópio, balança, termômetro, etc. Na observação se procura caracterizar o objeto de 
estudo. As observações englobam as propriedades organolépticas, as propriedades físicas, 
químicas, físico-químicas e as interações com o meio ambiente. 
 
ii) Hipótese: 
A hipótese é uma explicação provisória para o conjunto de dados obtidos com as 
observações. Ela fornece um rumo ao trabalho de pesquisa e relaciona os fatos ou fenômenos 
observados. 
8 
 
iii) Experimentação: 
A experimentação é o conjunto de etapas utilizadas na verificação da hipótese. Ao 
analisar uma propriedade (variável dependente,Y), geralmente se faz a variação de um fator 
(variável independente,X)por vez mantendo-se os demais constantes. Dessa forma se tem a 
relação da propriedade com tal fator: Y = f(X) 
 
iv) Generalização: 
―A generalização consiste essencialmente em passar da descoberta de uma relação 
constante entre dois fatos, ou dois fenômenos, ou duas propriedades, ou duas 
variáveis (X e Y) à afirmação de uma relação essencial (X e Y)”.(Lenzi e col., 2004) 
A generalização é a chamada lei científica e, uma teoria científica é uma hipótese que 
unifica um conjunto de leis científicas numa lei mais ampla e geral. 
 
1.4 - Equipamentos Básicos de Laboratório: 
1.4.1 - Vidrarias e equipamentos de laboratório 
Abaixo estão relacionados os equipamentos básicos de laboratório. Outros 
equipamentos podem ser consultados no site http://www.deboni.he.com.br/materiais.pdf 
 
Tubo de ensaio 
 
É usado para efetuar reações 
com pequenas quantidades de 
reagentes. Pode ser aquecido 
diretamente na chama do bico 
de Bunsen, com cuidado. 
 
 Copo de Béquer 
 
Recipiente usado em reações, 
dissolução de substâncias, 
aquecimento de líquidos, etc. Para 
levá-lo ao fogo, use tripé com a 
proteção da tela de amianto. 
 
 Erlenmeyer 
 
Empregado na dissolução de 
substâncias, nas reações 
químicas, no aquecimento de 
líquidos e nas titulações. Sua 
capacidade é variável. 
 
Proveta 
 
É empregada nas medições de 
volumes de líquidos. A sua 
capacidade varia de 5 mL a 2.000 
mL. Nunca deve ser aquecida. 
 
 
 
 
 
9 
 
 Pipetas 
 
São utilizadas para 
transferências precisas de 
volumes de líquidos. Existem 
dois tipos de pipetas: 1) as 
pipetas graduadas e 2) as 
pipetas volumétricas (com 
bulbos), que só permitem 
medir um volume único de 
líquido. 
 
 Kitassato 
 
 
 
 
É utilizado para efetuar filtrações a 
vácuo. 
 
 Bureta 
 
Consiste de um tubo cilíndrico 
graduado que apresenta na 
parte inferior uma torneira que 
controladora da vazão do 
líquido que está dentro da 
bureta. É empregada 
especificamente nas 
titulações. 
 
Balão com saída lateral 
 
É mais utilizado para efetuar 
destilações simples. A saída lateral 
por onde passa o vapor destilado, é 
ligada ao condensador. Na parte 
superior coloca-se uma rolha 
furada, com termômetro. 
 
 Balão volumétrico 
 
Possui um traço de aferição no 
gargalo que é longo e é usado 
no preparo de soluções que 
precisam ter concentrações 
definidas. A capacidade dos 
balões varia de 50 mL a 2 L. 
 
 Balão de fundo redondo 
 
É mais usado para o aquecimento 
de líquidos e reações com 
desprendimento de gases. 
 
 Balão de fundo chato 
 
Balão de vidro de volume 
variável, utilizado em 
aquecimentos, refluxos, 
destilação e para a 
conservação de materiais. 
 
 Vidro de relógio 
 
 
 
Permite a pesagem de reagentes 
ou é utilizado para cristalizar 
substâncias. Também, pode ser 
usado para cobrir o copo de 
Béquer em evaporações. 
 
 Funil de vidro 
 
Usado em transferências de 
líquidos e em filtrações de 
laboratório, isto é na 
separação das fases de 
misturas heterogêneas. 
 
 Funil de separação ou decantação 
 
Recipiente de vidro em forma de 
pêra, que possui uma torneira. É 
Utilizado para separar líquidos 
imiscíveis. Deixa-se decantar a 
mistura; a seguir abre-se a torneira 
deixando escoar a fase mais densa. 
 
10 
 
 Tubos em U 
 
Tubo recurvado em forma de 
U, quando preenchido com 
uma solução especial funciona 
como ponte salina permitindo 
a passagem de íons na 
montagem de uma pilha de 
Daniell. 
 
Funil de büchner 
 
São recipientes de porcelana de 
diferentes diâmetros, na sua parte 
interna se coloca um disco de 
papel de filtro. Assim, é utilizado 
para realizar filtrações a vácuo. 
 
 Condensador 
 
É empregado nos 
processos de destilação. 
Sua finalidade é 
condensar os vapores do 
líquido. É refrigerado a 
água. 
 
 Cápsula de porcelana 
 
Usada em evaporações, 
dissoluções a quente, 
calcinação, secagem e 
aquecimentos 
 
 Almorafiz de porcelana com pistilo 
 
Utilizado para triturar e 
pulverizar sólidos. 
 
 Cadinho de porcelana 
 
Usado para o aquecimento a 
seco (calcinação), eliminação 
de substâncias orgânicas, 
secagem e fusões, no bico de 
Bunsen ou mufla. 
 
Suporte Universal 
 
Suporte de ferro que 
permite sustentar vários 
outros utensílio como 
argolas, garras, etc. 
 
 Bastão de vidro 
 
Utilizado para agitar 
substâncias facilitando a 
homogeneização. Auxilia 
também na transferência de 
um líquido de um recipiente 
para outro. 
 
 Garra metálica 
 
Estas garras permitem 
sustentar outros objetos 
nos suportes. 
 
 Mufa 
 
É um adaptador do suporte 
universal e de outros 
utensílios. 
 
 
11 
 
 Anel metálico ou argola 
 
 
É um anel metálico que 
se adapta ao suporte 
universal. Serve como 
suporte para a tela de 
amianto, funil de 
separação, funil 
simples, etc 
 
 Pinça metálica ou Tenaz 
 
Pinças metálicas são usadas 
para segurar, cadinhos, 
cápsulas, etc., quando 
aquecidos. 
 
 Triângulo de porcelana 
 
Usado para sustentar 
cadinhos de porcelana em 
aquecimentos diretamente 
no bico de Bunsen durante 
uma calcinação. Fica sobre 
a argola ou tripé 
 
 Tripé de ferro 
 
Usado para sustentar a tela de 
amianto ou o triângulo de 
porcelana. 
 
 
 Tela de amianto 
 
Usado para sustentar 
frascos de vidro que vão ao 
aquecimento, pois distribuí 
uniformemente o calor 
proveniente das chamas do 
bico de Bunsen, evitando 
assim,que se quebrem 
 
 Bico de Bunsen 
 
É a fonte de aquecimento mais 
empregada em laboratório. 
Apresenta uma base, um tubo 
cilíndrico, um anel móvel e 
uma válvula. A chama do bico 
deve ser a azul (oxidante) 
pois não deixa resíduos nos 
materiais. 
 
 Espátula 
 
Permite retirar substâncias 
sólidas de frascos. É 
confeccionada em osso, 
porcelana ou metal. 
 
 Frasco lavador ou pisseta 
 
É empregada na lavagem de 
recipientes por meio de jatos 
de água ou de outros 
solventes. O mais utilizado é o 
de plástico, pois é prático e 
seguro. 
 
 Mufla 
 
 É um tipo de estufa que 
permite calcinar materiais 
 
 Pinça ou Garra de madeira 
 
Usada para segurar tubos de 
ensaio durante o aquecimento 
direto no bico de Bunsen. 
evitando queimaduras nos 
dedos. 
 
12 
 
 Capela 
 
Local fechado, dotado 
de um exaustor onde se 
realizam as reações que 
liberam gases tóxicos 
num laboratório. 
 
 Balança analítica 
 
É um instrumento que tem 
uma grande sensibilidade de 
pesagem algumas chegam a 
0,0001 grama. 
 
 Termômetro 
 
É um instrumento que 
permite observar a 
temperatura que vão 
alcançando algumas 
substâncias que estão 
sendo aquecidas. 
 
Papel de filtro 
 
Papel poroso, que 
retém as 
partículas sólidas, 
deixando passar 
apenas a fase 
líquida. 
 
 Estufa 
 
Aparelho elétrico 
utilizado para 
dessecação ou 
secagem de 
substâncias sólidas, 
evaporações lentas de 
líquidos, etc. 
 
 
 
 
 
 
1.4.2 - Utilização do Bico de Bunsen 
 
Grande parte dos aquecimentos utilizados em laboratório são feitos mediante o bico de 
Bunsen, ou de suas modalidades. O bico de Bunsen éum instrumento, que recebe um gás 
combustível (por exemplo, gás de cozinha), que entra por um orifício muito pequeno na base 
de um tubo que possui janelas (orifícios) que podem ser fechadas ou mantidas abertas por um 
anel metálico móvel, também com orifícios. 
 As regulagens do controle de entrada de gás combustível originaram outros modelos 
de queimadores (bicos), como por exemplo, o bico de Tirril e o bico de Mecker (Figura 2.1), 
que produzem chamas mais quentes. 
 
13 
 
 
(a) 
 
 
(b) 
 
Figura 1.2 - Bico de Tirril (a) e bico de Mecker (b) 
 
1.5 - Chama 
 
A chama é um estado plasmático da matéria. Nela encontra-se o estado indefinido e 
instável da matéria. Os saltos quânticos dos elétrons emitem as cores características de cada 
chama. Existem dois tipos básicos de chamas: a chama oxidante (A), de cor azulada, é mais 
quente, e a chama redutora (B), de cor amarelada, é menos quente que a oxidante. 
 Uma chama normal apresenta diversas partes que são denominadas de zonas da 
chama. A Figura 3 mostra as diversas zonas de uma chama: 
 Zona oxidante que pode chegar a 1.540°C; 
 Zona redutora que pode chegar a 530°C; 
 Zona externa da chama que apresenta uma coloração azul violeta, quase invisível – onde 
os gases estão expostos ao ar (ar secundário) e sofrem combustão completa. Está é uma 
zona oxidante; 
 Zona interna da chama que é limitada por uma casca azulada, contendo os gases que 
ainda não sofreram combustão, formando uma mistura carburante; 
 Zona intermediaria que é luminosa (amarelada), caracterizada por combustão 
incompleta, pela falta de oxigênio. A chama apresenta pequenas partículas de carbono 
que, incandescentes, dão luminosidade à chama. Esta é a zona redutora. 
 
14 
 
 
Figura 1.3 - Diferentes zonas de uma chama. 
 
Quando se usa o bico de Bunsen, deve-se primeiramente fechar a entrada de ar; em 
seguida, um fósforo deve ser aceso e a válvula de gás aberta para dar origem a uma chama 
grande e amarela que desprende fuligem. Esta chama não tem uma temperatura suficiente 
para o aquecimento de substância alguma, para conseguir uma chama mais "quente", a 
entrada de ar deve ser aberta até que se consiga uma chama azul; isto ocorre porque o 
oxigênio mistura-se com o gás, tornando a queima deste mais eficiente. 
 
Experiência 1 - O Método Científico 
Objetivos: Desenvolver o processo de observação através da aplicação do método científico e 
aprender a fazer o registro científico dos fatos. 
Materiais utilizados: 
- Velas de diferentes tamanhos e bitolas; 
- Régua; 
- Balança; 
- Relógio; 
- Bequers; 
- Erlenmeyers; 
- Bacia rasa com água, etc. 
- Barbante (fio) 
- Fósforo 
- Bico de bunsen 
 
Parte 1 - Observação (e registro) de uma vela apagada. 
 
- Pegar a vela. Descrever as propriedades organolépticas e propor observações das 
propriedades físicas e químicas. 
- Registrar o número máximo de propriedades observadas numa vela qualquer apagada. 
15 
 
Parte 2 - Observação (e registro) de uma vela acesa 
 
- Acender a vela. 
- Observar a chama, fazer hipóteses sobre ela, experimentar estas hipóteses, concluir a 
respeito. 
- Acender o bico de Bunsen para comparar as chamas. 
- Registrar o número máximo de propriedades observadas numa vela qualquer acesa, omitindo 
as propriedades da mesma apagada. 
 
Parte 3 - Observação (e registro) de uma vela na água 
 
- Colocar uma vela dentro de um frasco com água. 
 
Aplicar os passos do método científico: Fato observado, a hipótese, a 
experimentação (medir a densidade da vela), a conclusão (generalização). 
 
2 - Leitura de instrumentos: 
Quando realizamos uma medida precisamos estabelecer a confiança que o valor 
encontrado para a medida representa. Para representar corretamente a medida realizada 
devemos utilizar os algarismos significativos. 
 
2.1 - Algarismos Significativos 
 
 O valor que expressa à magnitude de uma grandeza apresenta algarismos conhecidos 
com certeza mais o algarismo duvidoso e todos estes algarismos são denominados algarismos 
significativos. Por exemplo, ao medir o volume de uma amostra líquida numa proveta de 25 
mL, encontrou – se o valor 17,24 mL, como mostra a Figura 4. 
 
 
16 
 
 
Figura 2.1 – Medição do volume de uma amostra líquida. 
 
 Este resultado 17,24 mL tem quatro algarismos significativos (os dígitos um, sete e 
dois são conhecidos com certeza e o quatro é o algarismo duvidoso – aquele que foi 
estimado). O algarismo duvidoso sempre está na casa decimal em que está o limite de erro do 
aparelho de medida utilizado. Como o limite de erro de uma proveta corresponde à metade de 
sua menor divisão, no caso da proveta acima mencionada, este limite é de 0,05 mL; por isso 
que no valor 17,24 mL o dígito 4 corresponde ao algarismo duvidoso. Já no caso de um valor 
de massa igual a 7,241 g, medido numa balança cujo fundo de escalas é 0,001 g (para 
balanças, o limite de erro é igual à menor divisão), os dígitos sete, dois e quatro são 
conhecidos com certeza e o um é o algarismo duvidoso. 
 Qual o número de algarismos significativos no valor dos limites de erro da proveta e 
da balança – 0,05 ml e 0, 001 g, respectivamente? 0,05 mL é igual a 5x10-2 e 0,001 g é igual 
a 1x10
-3
 que é igual a um (1) mg. Ao se expressar essas magnitudes de volume e de 
massa, utilizando notação científica (potências de dez), fica claro que tanto 0,05 mL como 
0,001 g têm somente um algarismo significativo. Conseqüentemente, tem-se a seguinte regra: 
―Se à esquerda de um número só houver zeros, estes zeros não são algarismos significativos‖. 
 Freqüentemente, é difícil decidir qual o número de algarismos significativos em 
valores que contêm muitos zeros, por exemplo, em um volume igual a ―500 mL ou em uma 
massa igual a 200 g. Nestes casos, a decisão deve ser tomada levando – se em conta o limite 
de erro do aparelho utilizado. Assim, um volume de 500 mL deve ser expresso como: 
 
a) 500,0 mL – 5,000x10² mL, se a menor divisão da proveta utilizada for 1 mL; 
b) 500,0 mL – 5,00x10² mL , se a menor divisão da proveta utilizada for 10 mL; 
 
Já uma massa de ―200 g‖ deve ser expressa como: 
a) 200,00 g, se o fundo de escala da balança for centigrama, isto é 0,01 g; 
b) 200,0 g, se o fundo de escala da balança for decigrama, isto é 0,1 g; 
c) 200 g, se o fundo de escala for grama. 
 
17 
 
Nos casos acima, os valores de volume e massa expressos tem os seguintes 
significados: 500,0 +/- 0,5 mL, 200,00 +/- 0,01g, 200,0 +/- 0,1 g e 200 +/- 1 g, 
respectivamente. Note que, em todos os casos, o algarismo duvidoso (o ultimo algarismo) está 
na mesma casa decimal que o limite de erro. 
 Quando se conhece como expressar corretamente o valor da magnitude de uma 
grandeza de modo que ele contenha todos e somente os algarismos significativos, precisamos 
verificar como realizar operações aritméticas com eles e entre eles? O que será mostrado a 
seguir. 
 
Exemplo: Se você mede o comprimento de um barbante e obtêm como valor 13 cm. Ao escrever o 
número dessa maneira você está dizendo que o número 3 é o algarismo duvidoso. Caso você queira 
expressar essa medida em metros, kilometros ou milimetros, como escrever deixando sempre claro 
que o 3 é o algarismo duvidoso? A resposta para essa pergunta é o uso de potências de 10. Veja: 
13 cm = 13 x 10
-2 
m = 0,13 m 
13 cm = 13 x 10 mm, seria errado escrever 13 cm = 130 mm, pois aqui você diz que o 3 é certo e o 
duvidoso é o zero. 
13 cm = 13 x 10
-5 
km = 0,00013 km, nesse caso está correto escrever assim pois os zeros a esquerda 
não são significativos. 
 
2.2 - Operações comAlgarismos Significativos 
 
 Vamos exemplificar utilizando a medida de massa de dois objetos pesados em 
balanças diferentes, obtendo-se as seguintes massas: m1 = 6,3 g e m2 = 2,14g. 
 A magnitude da massa m1 é conhecida com dois algarismos significativos; sabe-se, 
com certeza, que a massa está entre 6,2 e 6,4 g. Já a massa m2 é conhecida com três 
algarismos significativos; neste caso, sabe-se, com certeza, que a massa esta entre 2,13 e 2,15 
g. Mas qual a massa total dos dois objetos? Basta somar as duas massas individuais. 
Entretanto, deve-se observar que o algarismo duvidoso de m1 está na faixa de décimo de 
grama e m2 está na faixa de centésimo de grama. 
 
2.3 - Arredondamento de Números 
 
18 
 
 Muitas vezes, a resposta a uma operação aritmética contém mais algarismos do que os 
significativos. Nesses casos, as seguintes regras devem ser usadas para arredondar o valor até 
o número correto de algarismos significativos: 
a) Quando o algarismo seguinte ao último número a ser mantido é menor que 5, todos os 
algarismos indesejáveis devem ser descartados e o último número é mantido intacto. 
Exemplo: ao se arredondar 2,14 para dois algarismos significativos, obtém-se 2,1; ao se 
arredondar 4,372 para três algarismos significativos, obtém-se 4,37. 
b) Quando o algarismo seguinte ao último número a ser mantido é maior que 5, ou 5 seguido 
de outros dígitos, o último número é aumentado em 1 e os algarismos indesejáveis são 
descartados: Exemplo: ao se arredondar 7,5647 para quatro algarismos significativos, se 
obtém 7,565; ao se arredondar 3,5501 para dois algarismos significativos, obtém-se 3,6. 
c) Quando o algarismo seguinte ao último número a ser mantido é um 5 ou um 5 seguido de 
zeros, tem-se duas possibilidades: Se o último algarismo a ser mantido for ímpar, ele é 
aumentado em 1 e o 5 indesejável (e eventuais zeros) é descartado. Se o último algarismo a 
ser mantido for par (zero é considerado par), ele é mantido inalterado e o 5 indesejável ( e 
eventuais zeros) é descartado. Exemplo: ao se arredondar 3,250 para dois algarismos 
significativos, obtém-se 3,2 ao se arredondar 7,635 para três algarismos significativos, obtém-
se 7,64; ao se arredondar 8,105 para três algarismos significativos obtém-se 8,10. Note que, 
neste caso, o último dígito do número arredondado sempre será par. 
 
Adição e Subtração 
 
O resultado de uma soma ou de uma subtração deve ser relatado com o mesmo numero de 
casas decimais que o termo com o menor número de casas decimais. Por exemplo, os 
resultados da seguintes soma e subtração. 
 
 6,3 90 
 + 2,14 e - 2,14 
 8,44 = 8,4 87,86 = 88 
 
Devem ser relatados como 8,4 e 88, respectivamente, pois 6,3 têm somente uma casa decimal 
e 90 não tem nenhuma. 
 
Multiplicação e Divisão 
19 
 
 
 O resultado de uma multiplicação ou de uma divisão deve ser arredondado para o 
mesmo número de algarismos significativos que o do termo com menor número de algarismos 
significativos. Por exemplo, os resultados das seguintes multiplicação e divisão. 
6,3 x 2,14 = 13,482 = 13 e 
9,29439252,2
14,2
3,6

 
Devem ser relatados como 13 e 2,9, respectivamente. Pois o termo 6,3 tem somente dois 
algarismos significativos. 
 
 Quando um cálculo envolver mais de uma operação após a realização de cada 
operação, pode-se ou não efetuar o arredondamento para o devido número de algarismos 
significativos. Por exemplo: 
 
 13,428 x 
14356,90
2,6
 = 13,428 x 0,069 = 0,93 
ou 
 13,428 x 
14356,90
2,6
 = 0,923566... = 0,92 
 
Note que no segundo caso o arredondamento só é feito após a realização de todas as 
operações, mostrando que o resultado final depende de como a operação foi feita e da 
realização ou não de arredondamento(s) a cada etapa do cálculo. Assim, para fins de 
padronização e considerando o uso de calculadoras eletrônicas, nos cálculos deste livro de 
arredondamentos deverão ser feitos somente para o resultado final. 
Exemplos: 
 35,27 25,2 cm x 3.192 cm = 80.438,4 = 8,04 x 10
4
 cm
2
 
 11,3 
 + 102,192 
 148,762 = 148,8 
 
Experiência 2 - Técnicas de laboratório 
 
Técnica de transferência de líquido com uso do bastão. 
20 
 
Uso de pipeta, pera, béquer e proveta. 
 Leitura de temperatura 
3 - Tratamentos e Registro de Dados Experimentais 
 
3.1 - Erros de medidas 
 
O processo de medidas consiste em atribuir um valor numérico a uma grandeza física, 
considerando um determinado sistema de referência. Cada grandeza utiliza equipamentos 
específicos para as medidas. Qualquer medida está sujeita a erro devido às limitações do 
observador, do método ou do equipamento usado. Assim, procura-se eliminar as possíveis 
fontes de erro para garantir a confiabilidade de uma medida. 
 
3.2- Classificação dos erros de medidas 
 
a) Erros grosseiros: São erros resultantes da manipulação da amostra ou do equipamento 
pelo observador. São causados por descuido, falta de habilidade manual ou de capacidade 
técnica do observador. Os erros grosseiros podem ser evitados através do treinamento do 
observador. 
b) Erros sistemáticos: São erros que se repetem, são constantes, tornando sistematicamente 
maiores ou menores que o valor mais provável da grandeza. Estão relacionadas com as 
imperfeições dos instrumentos de observação (equipamentos não calibrados), método e 
reagentes inadequados (por exemplo, presença de impureza). Os erros sistemáticos 
podem ser detectados pela comparação dos dados obtidos por diferentes observadores ou 
através de diferentes instrumentos do mesmo tipo. 
c) Erros aleatórios: Ocorrem devido as mudanças que ocorrem sem regularidade nas 
condições de medida, causadas, por exemplo, por flutuações na corrente ou na diferença 
de potencial elétrico, vibrações mecânicas, correntes de ar e interferências 
eletromagnéticas. A ocorrência desse tipo de erro não pode ser prevista e frequentemente 
não pode ser controlada pelo observador. Entretanto, admite-se que os erros aleatórios 
sigam a Lei da Distribuição Normal ou Distribuição de Gauss, ou seja, pode-se submeter 
os dados obtidos a tratamentos estatísticos para a determinação do valor mais provável a 
partir de uma série de medidas. 
21 
 
 
3.3 - Definições de erros 
 
Erro absoluto: é a diferença entre o valor exato (ou verdadeiro) da grandeza física e o seu 
valor determinado experimentalmente. 
 
Eabs= X - Xv, 
 
onde: Eabs= erro absoluto, X= valor medido e Xv= valor verdadeiro da grandeza. 
 Nos casos em que o valor exato é desconhecido, se usa o valor mais provável ou 
representativo. Esse valor é obtido pela média aritmética ou através da mediana do conjunto 
de medidas realizadas. 
 Se fizermos várias medidas de temperatura e obtemos como resultado: 20,46; 20,42; 
20,45; 20,48 e 20,48. O melhor valor para representar esta medida é a média aritmética dos 
valores medidos, por exemplo: 
20,46 
20,42 
20,45 
20,48 
20,48 
Média  20,46ºC 
O desvio de cada medida será: 
[20,46 – 20,46] = 0,00 
[20,42 – 20,46] = 0,04 
[20,45 – 20,46] = 0,01 
[20,48 – 20,46] = 0,02 
[20,48 – 20,46] = 0,02 
Média dos desvios  0,02 
 
Portanto, o desvio médio é de 0,02 e o valor da medida é: 20,46 ± 0,02 
o
C. 
Erro relativo (Erel): expressa a incerteza da determinação como uma fração da quantidade 
medida, sendo calculada através da relação: 
 
22 
 
Erel= Eabs / Xv 
 
O erro relativo é adimensional e é frequentemente expresso empartes por cem: 
 
Erel percentual= Erel(%)= (Eabs/ Xv) x 100 
 
Ou em partes por mil. 
 
Exemplo: Uma certa amostra possui um teor exato de ferro igual a 65,80g de Fe/100g de 
amostra. Numa análise, o teor obtido foi igual a 66,10 % (m/m). Calcular o erro absoluto e o 
erro relativo dessa determinação. 
 
Resolução: 
 
 Eabs=66,10g -65,80g= 0,30g de Fe/100g de amostra 
 
 Erel percentual= 
100
100/80,65
100/30,0
x
gdeamostragdeFe
gdeamostragdeFe
 
 
As unidades iguais se cancelam e, 
 
 Erel percentual= + 0,45%= 0,45 partes em cem ou 4,5 partes em mil 
Precisão: A precisão de uma determinação está relacionada com a concordância entre as 
diversas medidas de uma mesma quantidade (reprodutibilidade). Assim, quanto menor for a 
dispersão dos valores obtidos, mais precisa será a determinação. 
 
Exatidão: A exatidão de uma medida tem relação com seu erro absoluto, ou seja, com a 
proximidade entre o valor medido e o valor verdadeiro da grandeza. A exatidão pode ser 
alcançada através da eliminação dos erros e do aumento da precisão. 
 
Exemplo: considere que um objeto teve sua massa determinada oito vezes numa balança de 
centigramas, com os seguintes resultados (o valor ―

0,01g‖ refere-se à incerteza associada ao 
emprego da balança de centigramas): 
 
23 
 
14,22

0,01g 14,20

0,01g 14,21

0,01g 
14,20

0,01g 14,21

0,01g 14,21

0,01g 
14,20

0,01g 14,22

0,01g 
 
 Esta determinação pode ser considerada precisa, uma vez que há pequena diferença entre 
resultados individuais. 
 Considere agora que a massa verdadeira do objeto é igual a 14,22g. De posse desta 
informação, pode-se afirmar que a determinação realizada é exata, além de precisa, pois os 
valores encontrados diferem pouco do valor verdadeiro da grandeza. 
 
3.4 - Registro e interpretação de resultados 
 
Os registros devem ser feitos, quando possível, na forma de tabelas e ou gráficos 
(figuras). Esses devem ser claros para que o leitor consiga compreender o que eles querem 
informar. 
 
Tabelas 
Uma tabela sempre deve conter um título, um cabeçalho, um corpo e um rodapé. 
Exemplo: Tabela 3.1 - Valores de Ka para ácidos monopróticos fracos. 
Nome do ácido Fórmula Ka* 
Ácido nitroso HNO2 7,1x10
-4 
Ácido fórmico HCHO2 1,8x10
-4 
Ácido hipocloroso HOCl 3,0x10
-8 
 * Os valores foram obtidos a 25ºC. 
 
Gráficos (Figuras) 
O gráfico pode ser a representação dos dados tabelados ou não. Ele deve ter um título 
que é colocado em baixo da figura e se necessário deve apresentar uma legenda. 
Finalidades de um gráfico: 
 visualizar a correlação existente entre variáveis medidas; 
 calcular parâmetros (constantes, etc.). Por exemplo, a determinação do coeficiente 
linear e do coeficiente angular; 
24 
 
 escolher entre dois métodos o mais sensível. Por exemplo, a determinação da 
sensibilidade de um método analítico; 
 identificar compostos químicos, conforme Figura 3.1; 
 interpolar respostas. Por exemplo, através da curva analítica determinar a 
concentração de uma solução desconhecida; 
 mostrar a estrutura e funcionamento de algum equipamento; 
 mostrar o caminho de algum processo, ou método, neste caso denominado de 
fluxograma. 
 
Figura 3.1: Espectro vibracional na região do infra-vermelho do álcool etílico. 
(http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/04/espect.pdf) 
As bandas que aparecem na região de 2800 a 3000 cm
-1
 referem-se ao movimento 
vibracional dos grupos funcionais C-H, existentes nos dois grupos funcionais, CH2 e CH3. A 
banda que aparece em 1200 cm
-1
 refere-se ao movimento de vibração do grupo C-O, e o modo 
vibracional observado em 3400 cm
-1
 refere-se ao grupo funcional O-H. A banda em 1600 cm
-1
 
refere-se ao movimento de deformação de ângulo das ligações CH2 e CH3. 
 
Análise Gráfica 
Sabemos que, em escalas lineares, uma reta é sempre descrita por uma equação do 
tipo: 
Y = ax + b 
 A inclinação da reta fornece o valor de a. A interseção da reta com o eixo dos Y 
fornece o valor de b se o eixo Y passar por x = 0. 
25 
 
 Os pontos obtidos na experiência devem ser marcados no papel milimetrado. Traça-se 
a seguir uma reta média como mostrado na Figura 3.2. A reta média é a reta mais provável: a 
reta não passa necessariamente sobre todos os pontos marcados no papel, nem mesmo 
sobre os pontos inicial e final. 
 
 Figura 3.2 - Exemplo de gráfico a partir de dados experimentais. 
Cálculo dos coeficientes 
 
Coeficiente Linear 
O coeficiente linear da reta é o valor da ordenada Y quando a abscissa vale zero. Isto 
é. Coeficiente linear = b = (Y) (quando X=0) 
Coeficiente angular 
Pela Figura 3.2, os pontos P e Q não são pontos experimentais. Os pontos P e Q 
devem ser marcados fora da região delimitada pelos pontos experimentais, de forma a obter-
se b com maior quantidade de algarismo. O coeficiente angular da reta será dado por: 
 
qp
qp
xx
yy
a



 
 
Determinação dos coeficientes pelo método dos mínimos quadrados 
Os coeficientes a e b são determinados pelas equações: 
 

 



22 )(])(.[
)).(()..(
ii
iiii
XXn
YXXYn
a
 
26 
 
 

 



22
2
)(])(.[
)).((])(.[)(
ii
iiiii
XXn
YXXXY
b
 
 
A Tabela 3.2 apresenta os cálculos com as variáveis Y e X necessárias nas fórmulas acima. 
 
Tabela 3.2 - Parâmetros para o cálculo do coeficiente linear e angular da função Y = f (X) 
n Yi Xi (Xi)
2
 Yi.Xi 
1 5.005 100,0 1,000.10
4
 5,005.10
5
 
2 2505 50,00 2,500.10
3
 1,2525.10
5
 
3 505,0 10,00 1,000.10
3
 5,050.10
3
 
4 5,000 0,0000 0,0000 0,000.10
0
 
5 -495,0 -10,00 1,000.10
2
 4,950.10
3
 
6 -2.495 -50,00 2,500.10
3
 1,2475.10
5
 
7 -4.995 -100,0 1,000.10
4
 4,995.10
5
 
 Σ Yi = 35,00 Σ Xi
 
= 0,0000 Σ(Xi)
2
 = 2,520.10
4
 Σ Yi.Xi = 1,260.10
6
 
 
a) Cálculo do coeficiente angular 
Substituindo as expressões da equação pelos respectivos valores da Tabela 3.1, temos, 
 
00,50
0000,010.520,27
)00,35)(0000,0()10.262,1(7
4
6



a
 
 
Comparando os resultados obtidos pelos dois métodos, observamos que, os resultados 
obtidos pelo método matemático dos mínimos quadrados são resultados mais exatos, mais 
precisos, isto é, com um número maior de algarismos significativos. O papel milimetrado é 
limitado quanto ao número de algarismos significativos do resultado. Além do mais, a 
inclinação da reta, ou da curva, se os pontos forem dispersos é muito subjetiva. Isto introduz 
incertezas na determinação gráfica de a e de b. 
 
b) Cálculo do coeficiente linear 
Substituindo as expressões da equação pelos respectivos valores da Tabela 3.2, temos 
 
000,5
0000,010.520,27
)10.262,1)(0000,0()10.520,2)(00,35(
4
64



b
 
27 
 
Experiência 3 - Medidas 
 
Objetivos 
 
No final desta experiência o estudante deverá ser capaz de: 
 Usar e ler termômetros, balanças, provetas e pipetas; 
 Utilizar algarismos significativos; 
 Distinguir o significado de precisão e exatidão. 
 
Materiais 
 
 Béquer (50 mL e 200 mL) 
 Termômetro 
 Gelo 
 Bastão de vidro 
 Cloreto de sódio (NaCl) 
 Rolha de borracha 
 Cadinho de porcelana 
 Vidro relógio 
 Conta gotas 
 Proveta (50 mL) 
 Pipeta volumétrica(50 mL) 
 
Procedimento Experimental 
 
Medidas de Temperatura 
 
a) Coloque cerca de 200 mL de água da torneira em um béquer, meça e anote a temperatura 
utilizando o termômetro, descarte a água na pia. 
b) No béquer prepare uma mistura de 20 mL de água e gelo (1 a 2 cubos). Agite devagar com 
o bastão de vidro e meça a temperatura da mistura. 
c) Adicione 5g de cloreto de sódio (sal de cozinha) na mistura de gelo e água. Agite devagar 
com o bastão de vidro e meça a temperatura da mistura. 
 
Medidas de Massa 
 
a) Três objetos: uma rolha de borracha, um cadinho de porcelana e um frasco de pesagem 
(vidro de relógio), encontram-se em sua bancada. 
28 
 
b) Antes de pesá-los, pegue cada objeto e tente estimar qual o mais pesado e qual o mais 
leve, enumerando de 1 (mais pesado) a 3 (mais leve) na tabela da folha de dados. 
c) Pese um béquer seco. Adicione 50 gotas de água destilada com um conta-gotas e pese 
o conjunto. O propósito deste procedimento é encontrar o número de gotas em um mililitro 
(mL) e o volume de uma gota de água. 
 
Medida de Volume (Exatidão e Precisão) 
 
Medida com a proveta: 
a) Pese um béquer seco e anote o seu peso, anotando até uma casa depois da vírgula. 
b) Meça 50 mL de água destilada utilizando uma proveta. 
c) Coloque os 50 mL de água no béquer e pese-o novamente. 
d) Meça novamente mais 50 mL de água e adicione no mesmo béquer e pese-o novamente. 
e) Faça isso mais uma vez, ou seja, meça mais 50 mL de água e adicione no béquer, 
completando 150 mL e pese-o novamente. 
 
Medida com a pipeta volumétrica: 
a) Utilizando o mesmo béquer anteriormente pesado, seque-o bem e adicione 50 mL de água 
destilada utilizando uma pipeta volumétrica, a seguir pese-o. 
b) Meça novamente mais 50 mL de água e adicione no mesmo béquer e pese-o novamente. 
c) Faça isso mais uma vez, ou seja, meça mais 50 mL de água e adicione no béquer, 
completando 150 mL e pese-o novamente. 
 
DADOS: 
 
Medidas de Temperatura 
Temperatura da água da torneira: ________
o
C Água com gelo e sal: ________ 
o
C 
Água com gelo depois de agitada: ________ 
o
C 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Medidas de Massa 
Numere de 1 a 3 os objetos (1 = mais pesado) 
Objeto Ordem da massa 
estimada 
Massa medida (g) Ordem da massa real 
Rolha de borracha 
Vidro relógio 
Cadinho 
 
Medida da massa de uma gota de água 
 
Massa do béquer: _________g 
Massa do béquer + 50 gotas de água: _________g 
Massa de 50 gotas de água: _________g 
Massa de 1 gota de água:____________g 
 
 
Medida de Volume: 
 
 PROVETA PIPETA 
Massa do béquer antes da adição da água 
Após a adição do 1
o 
(50 mL) de água 
Após a adição do 2
o 
(50 mL) de água = 100ml 
Após a adição do 3
o 
(50 mL) de água = 150 ml 
Massa do 1
o 
(50 mL) de água 
Massa do 2
o 
(50 mL) de água 
Massa do 3
o 
(50 mL) de água 
Média das três medidas de massa 
Desvio de cada medida com relação à média 
 
 
Média dos desvios 
Valor da medida (  )g (  ) g 
 
30 
 
Referências: 
 
1. LENZI, E., et al.; Química Geral Experimental, Rio de Janeiro, Freitas Bastos 
Editora, 2004. 
2. SPOGANICZ, B.; DEBACHER, N. A.; STADLER, E.; Experiências de Química 
Geral, 2 ed., Florianópolis, FEESC, 2003. 
3. SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA FILHO, R. C.; Introdução à Química 
Experimental. São Paulo, Ed. McGraw – Hill, 1990. 
4. BELTRAN, N. O.; CISCATO, C. A. M. Química, 2.ed. São Paulo: Cortez, 1991. 
5. BERAN, J.A. Laboratory Manual for Principles of General Chemistry. 5.ed.New 
York: John Wiley & Sons. 
 
4 - Identificação de compostos a partir de suas propriedades físicas 
 
4.1 - Propriedades físicas 
 
As propriedades físicas de um composto são aquelas que ele possui no estado puro e a 
partir destas propriedades é possível fazer a sua identificação. As propriedades mais 
conhecidas incluem a densidade, o ponto de fusão e o ponto de ebulição. Mas, existem outras 
propriedades importantes como o peso molecular, o índice de refração, a rotação óptica, 
espectros (infravermelho, ressonância magnética, ultravioleta-visível), etc. 
 
4.1.1 – Densidade 
 
A densidade expressa à relação entre a massa de um corpo e o volume ocupado por 
ele. 
 
 
 
A sua unidade de acordo com o Sistema Internacional de Unidades (SI) são gramas 
por mililitro (g.mL
-1
) para um líquido e gramas por centímetro cúbico (g.cm
3
) para um sólido. 
31 
 
Quando se juntam dois materiais de densidades diferentes, o menos denso flutua no mais 
denso. Por causa disso, óleo e gelo flutuam na água. 
 O densímetro é um aparelho capaz de medir a densidade dos líquidos nos quais é 
colocado. Quanto mais denso for esse líquido, maior a tendência do instrumento flutuar nele. 
Assim é possível medir a densidade de vários fluidos (líquidos ou gases). 
 Pode-se medir a densidade dos líquidos colocando-se neles um objeto para flutuar. O 
nível de flutuação do objeto depende da densidade do líquido no qual o objeto é colocado. 
Comparando-se os níveis de flutuação em vários líquidos, é possível estimar suas densidades. 
 
Experiência 4 - Construção de um Densímetro 
 
Objetivos 
 
No final desta experiência o estudante deverá ser capaz de: 
 Construir um densímetro e estimar a densidade de diversos tipos de líquidos. 
 
Materiais 
 
 Tubo de ensaio 
 Areia 
 Álcool comercial 
 Sal de cozinha 
 Açúcar 
 Óleo de cozinha 
 Leite 
 Proveta 50 mL 
 
Parte experimental 
 
1. Coloque no fundo do tubo de ensaio aproximadamente 2g de areia. Experimente colocar o 
tubo de pé dentro da proveta com aproximadamente 30 mL de água. A quantidade de areia 
deve ser suficiente para permitir que o tubo de ensaio se mantenha em pé e flutue na água. 
Caso isso não ocorra, aumente ou diminua a quantidade de areia que você colocou no 
32 
 
interior do tubo até conseguir seu objetivo. O nível de flutuação do aparelho depende da 
densidade do líquido no qual é colocado. Comparando o deslocamento de volume da água 
que tem densidade conhecida é possível calcular a densidade de um líquido desconhecido 
sabendo qual o volume deslocado por regra de três inversa. É necessário fazer a regra de 
três inversa pois a densidade e o volume são variáveis inversamente proporcionais. 
2. Verifique o volume de água deslocado pelo densímetro na água. Dê a esse deslocamento o 
valor de densidade igual a 1 (densidade da água = 1 g/cm³). 
3. Coloque o densímetro em álcool comercial. O deslocamento encontrado corresponde à 
densidade 0,8 (ou seja, 0,8 g/cm³). 
4. Prepare uma solução saturada de sal de cozinha e água. Para isso, junte sal à água até que 
ela não consiga dissolvê-lo mais. A solução obtida tem densidade próxima a 1,2 g/cm³. 
Faça no tubo a marca correspondente a esta densidade. 
5. Com o densímetro construído procure avaliar as densidades de diferentes tipos de líquidos 
como: 
 Mistura de álcool e água em proporções iguais; 
 Solução saturada de açúcar em água; 
 Óleo de cozinha; 
 Leite. 
 
Os densímetros profissionais são fabricados de vidro. Rigorosamente calibrado, 
permitem medir densidades com grande precisão. Com eles é possível, por exemplo, controlar 
a composição do álcool combustível vendido nos postos, o teor de água no leite, o percentual 
de uma substância presente numa solução, etc. 
 
4.1.2 - Ponto de fusão 
 
O ponto de fusão de um composto serve para identificá-lo e também para estabelecer 
sua pureza.A técnica de determinação consiste em aquecer lentamente uma pequena 
quantidade de material em uma aparelhagem equipada com um termômetro e um banho ou 
placa de aquecimento. O ponto de fusão também indica a pureza do material, um intervalo de 
4ºC entre o valor experimental e o esperado da temperatura de fusão indica que a amostra é 
aproximadamente 96% pura. Cada 1% de impurezas diminui aproximadamente o ponto de 
33 
 
fusão de 1ºC. Alem disso, impurezas, fazem com que a temperatura varie durante a fusão 
como mostrado nas figuras abaixo. 
 
 
Figura 4.1 – Substância pura Figura 4.2 – Substância impura 
 
Assim se um composto apresenta um ponto de fusão de 86ºC, mas começa a fundir a 79ºC e 
fica totalmente líquido a 83ºC dizemos que o composto é impuro, pois possui um intervalo de 
fusão. Portanto, 86 – 79 = 7, ou seja, 7% de impurezas e a pureza do material é de 93%. 
O fato de que as impurezas diminuem os pontos de fusão possibilita a distinção entre dois 
compostos com o mesmo ponto de fusão. Suponha que no laboratório haja dois frascos 
rotulados A e B, e um terceiro frasco sem rótulo. O sólido, nos três frascos, possui o mesmo 
ponto de fusão (por exemplo, 86ºC). Agora, se misturarmos o composto desconhecido com A 
e depois com B, observamos o seguinte: A mistura do composto desconhecido com A funde a 
exatamente 86ºC enquanto a mistura do composto desconhecido com B funde no intervalo de 
79ºC – 83ºC. Esta é uma forte indicação que o franco sem rótulo contém o composto A. 
 
Experiência 5 - Medidas de ponto de fusão 
 
Objetivos 
 
No final desta experiência o estudante deverá ser capaz de: 
 Medir o ponto de fusão de diferentes substâncias 
 Deverá ser capaz de identificar se há a presença de contaminantes ou não em uma dada 
substância. 
 
 
 
34 
 
Materiais 
 
 Tubo capilar 
 Tubo de ensaio 
 Bico de Bunsen 
 Termômetro 
 Fita de borracha 
 Óleo de cozinha/óleo mineral 
 2 garras 
 Suporte universal 
 Amostra a ser analisada 
 
Parte Experimental 1 – Medida do ponto de fusão da sacarose 
 
1. Coloque no tubo capilar cerca de 1 cm da amostra a ser analisada. Amarre o tubo 
capilar no termômetro com o auxílio da fita de borracha, colocando a parte onde está a 
amostra próxima ao bulbo do termômetro. Coloque óleo mineral no tubo de ensaio e 
insira o sistema capilar-termômetro no óleo. Fixe todo o sistema com as garras e o 
suporte universal. 
2. Aqueça vagarosamente o tubo de ensaio numa taxa de 5ºC por minuto, até a amostra 
fundir. Resfrie o banho e a amostra até essa solidificar, faça isso vagarosamente numa 
taxa de 1ºC por minuto. Aqueça novamente até a fusão, esse será o ponto de fusão da 
amostra. 
3. Repita novamente o procedimento, resfriando a amostra até se solidificar e aquecendo 
até fundir. O ponto de fusão será a média dos dois valores obtidos. 
 
Dados: 
Temperatura de fusão: 1) ______
o
C, 2) ______
o
C, 
Média entre os valores obtidos: ______
o
C 
 
Parte experimental 2 – Medida do ponto de fusão do naftaleno 
 
a) Fixe a argola de metal ao suporte com a tela de amianto acima do bico de Bunsen (8 a 12 
cm) com indicado na Figura 5.1. Com a garra fixe o tubo de ensaio que contêm o 
naftaleno e o termômetro, de maneira a ficar dentro do béquer. Coloque água no béquer 
suficiente para que todo o naftaleno dentro do tubo fique imerso. 
35 
 
Ligue o bico de Bunsen para aquecer a água do béquer lentamente. Quando a temperatura 
atingir 60ºC comece a anotar a temperatura a cada 30 segundos (0,5 min.) na Tabela 5.1, até 
atingir 90ºC, desligue o gás do bico de Bunsen e inicie logo o item b. 
Obs.: Não tente mexer o termômetro, pois poderá quebrá-lo e o mercúrio contido no 
termômetro é muito tóxico. 
 
 
Figura 5.1 – Esquema utilizado para medir a temperatura de fusão do nafteleno. 
 
b) Sem retirar o tubo com naftaleno de dentro do béquer com água, anote a temperatura de 
resfriamento do naftaleno a cada 30 segundos (0,5 min.) até atingir 60ºC. Com o 
termômetro agite com cuidado o naftaleno fundido, até ficar sólido. Quando a 
temperatura chegar a 60ºC pare de anotá-la. A experiência terminou. Desmonte o 
equipamento e limpe o seu local de trabalho. Verifique se o gás está desligado. 
c) Em uma folha de papel milimetrado desenhe a curva de aquecimento e a de resfriamento. 
Coloque no eixo das abscissas o tempo e no eixo das ordenadas os valores das 
temperaturas. Faça o gráfico traçando linhas retas pelos pontos, como na Figura 4.1 e 4.2. 
Indique também o intervalo de temperatura em que ocorre a fusão do naftaleno e sabendo 
que o ponto de fusão do naftaleno é de 80,5ºC (valor publicado no Handbook of 
Chemistry and Phisics, CRC) indique a percentagem de pureza. Responda porque é 
necessária a agitação durante o resfriamento. 
 
36 
 
Tabela 5.1 – Curva de aquecimento e resfriamento. 
Curva de aquecimento Curva de resfriamento 
Tempo 
(min.) 
Temp. 
(
o
C) 
Tempo 
(min.) 
Temp. 
(
o
C) 
Tempo 
(min.) 
Temp. 
(
o
C) 
Tempo 
(min.) 
Temp. 
(
o
C) 
0,0 10,5 0,0 10,5 
0,5 11,0 0,5 11,0 
1,0 11,5 1,0 11,5 
1,5 12,0 1,5 12,0 
2,0 12,5 2,0 12,5 
2,5 13,0 2,5 13,0 
3,0 13,5 3,0 13,5 
3,5 14,0 3,5 14,0 
4,0 14,5 4,0 14,5 
4,5 15,0 4,5 15,0 
5,0 15,5 5,0 15,5 
5,5 16,0 5,5 16,0 
6,0 16,5 6,0 16,5 
6,5 17,0 6,5 17,0 
7,0 17,5 7,0 17,5 
7,5 18,0 7,5 18,0 
8,0 18,5 8,0 18,5 
8,5 19,0 8,5 19,0 
9,0 19,5 9,0 19,5 
9,5 20,0 9,5 20,0 
10,0 20,5 10,0 20,5 
 
5 - Técnicas de purificação e separação de misturas 
 
5.1 - Cristalização de sais inorgânicos e de compostos orgânicos 
A cristalização é o processo (natural ou artificial) de formação de cristais sólidos com 
100% de pureza a partir de uma solução uniforme, ou seja homogênea. Ela consiste de dois 
principais eventos, a nucleação e o crescimento dos cristais ou crescimento molecular. Na 
37 
 
cristalização criam-se as condições termodinâmicas que levam as moléculas a se aproximarem 
e se agruparem em estruturas altamente organizadas, que chamamos de cristais. Mas, é 
necessário criar condições para que as moléculas se aproximem para darem origem ao cristal. 
O primeiro fator necessário para que ocorra a cristalização é a supersaturação na mistura 
líquida, ou seja, a existência de uma concentração de soluto na solução superior à 
concentração de saturação (limite de solubilidade). 
Na Tabela 5.1, destacamos as amostras cujos experimentos obtiveram melhores 
resultados em qualidade e aspectos físicos nos processos de cristalização e recristalização. É 
importante ressaltar que a recristalização é mais eficiente quando há o aquecimento para 
dissolver completamente o material e que, com o resfriamento lento da solução quente, os 
cristais se formam gradativamente. Nos casos ideais, os cristais formam-se lentamente, 
apresentando tamanho uniforme. Muitas vezes foi necessário esperar mais de um dia, ou até 
mais tempo, para que a recristalização completa ocorra. 
Tabela 5.1 – Compostos inorgânicos que cristalizam facilmente em álcool etílico, água, etc. 
Amostras inorgânicas Cor e retículo 
K2CrO7 (Cromato de potássio) Amarelo rômbico 
K2Cr2O7 (Dicromato de potássio) Laranja triclínico 
K3[Fe(CN)6] (Ferricianeto de potássio) Vermelho monoclínico 
CuSO4.5H2O (Sulfato cúprico penta-hidratado) Azul Triclínico 
 
Experiência 6 – Cristalização de sais inorgânicos 
 
Objetivo 
 
No final desta experiência o aluno deverá ser capaz de separar um componente sólido de uma 
soluçãolíquido-sólido. 
Materiais 
 
 Água destilada 
 Amostras de sais inorgânicos. 
 Béquer 
 Bico de bunsen. 
 Funil 
 Papel de filtro 
 Tripé 
 Tela de amianto 
38 
 
Parte experimental 
 
1. Coloque 10 mL de água destilada em um béquer. Aqueça-a na chama do bico de bunsen 
até quase a ebulição. 
2. Adicione o sal fornecido pela professora dissolva-o, agitando a mistura com um bastão de 
vidro. A solução deve ficar saturada. 
3. Filtre a solução em funil com papel de filtro (Figura 5.1) e deixe a solução em repouso por 
uma semana identificada com um rótulo. 
4. Repeta o procedimento com água destilada à temperatura ambiente (dissolva, filtre e 
rotule o béquer). 
5. Anote no caderno as características do sal usado para a cristalização (solubilidade, retículo 
cristalino, etc.). 
 
Referências: 
 
1. http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=4
2&Itemid=159 
 
Experiência 7 - Recristalização de compostos orgânicos 
 
Objetivos 
 
No final desta experiência o estudante deverá ser capaz de: extrair um determinado composto 
a partir de uma determinada solução. 
 
Materiais 
 0,5g de ácido salicílico 
 5mL de etanol 
 2 Béquers (50 mL) 
 Papel filtro 
 Bastão de vidro 
 Funil de vidro 
 Argola Suporte universal 
 Vidro relógio 
 
 
 
39 
 
Parte Experimental 
 
 Dissolva cerca de 0,5 g de ácido salicílico em 5 mL de etanol em um béquer. Coloque 
a solução preparada vagarosamente em um becker com 20 ml de água destilada. Não agite a 
mistura. Anote suas observações. A seguir, filtre a amostra. Para filtrar a amostra dobre um 
papel filtro duas vezes como indicado na Figura 7.1, coloque o papel no funil de vidro e 
coloque um béquer embaixo do funil de modo que a ponta do funil toque a parede interna do 
béquer. Com o frasco lavador, molhe o papel filtro levemente com água destilada para fixá-lo 
no funil. Transporte todo o conteúdo do béquer contendo o ácido salicílico, etanol e água para 
o filtro com ajuda de um bastão de vidro. Terminada a filtração, retire o papel filtro com o 
ácido salicílico. 
 
 
 
 
Figura 7.1 – Dobradura do papel filtro e montagem de sistema de filtração. 
 
Experiência 8 – Extração com solvente (Extração de iodo de uma solução aquosa com 
hexano) 
 
A extração com solvente está diretamente relacionada à solubilidade do composto a 
ser separado. Dessa forma, o solvente escolhido deve dissolver um número mínimo de 
componentes adicionais da mistura. A quantidade de solvente também deve ser mínima 
devido a custos envolvidos e também com relação ao meio-ambiente, isto é, a fatores de 
descarte de material. 
 Existem extrações contínuas que são realizadas com um equipamento denominado 
Soxhlet (Figura 8.1). Esse equipamento usa as propriedades físicas solubilidade e ponto de 
ebulição, tal que o material a ser extraído é solúvel no solvente e tem um ponto de ebulição 
bem maior que o do solvente. 
40 
 
 
Figura 8.1 - Soxhlet 
 
Objetivos 
 
No final desta experiência o estudante deverá ser capaz de extrair um determinado composto 
de uma solução utilizando a técnica de extração com solvente e deverá aprender todos os 
conceitos de solubilidade e polaridade. 
 
Materiais 
 
 Solução saturada de iodo 
 Tubo de ensaio 
 Rolha para tubo de ensaio 
 2 mL de hexano 
 
Parte Experimental 
 
 Coloque cerca de 5 mL de uma solução aquosa saturada de iodo (aproximadamente 
0,03% de iodo por massa) em um tubo de ensaio com rolha e adicione cerca de 2 mL de 
41 
 
hexano. Não agite. Anote suas observações e coloque a rolha no tubo (nunca o seu dedo), e 
agite o tubo trancando a rolha com dedo. Espere a mistura descansar e anote suas 
observações. Note que as fases aquosas e orgânica não se misturam e que a fase aquosa 
deverá ser a camada inferior e a fase orgânica deverá ser a fase superior. OBSERVAÇÃO: O 
mesmo processo poderia ser feito utilizando um funil de separação como mostra a Figura 8.2. 
 
 
Figura 8.2 – Extração com solvente utilizando o funil de separação. 
 
Referências: 
 
1. http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/157/aulaspraticas/Aula.Pratica.
04-Extracao.com.Solvente.pdf 
 
Experiência 9 – Extração com água (Determinação do teor de etanol em gasolina) 
 
Objetivos 
 
Estabelecer relações entre propriedades físicas, como solubilidade e densidade, e aprender a 
associar estas propriedades ao processo de identificação e quantificação de substâncias. 
 
Materiais 
 
 50 mL de gasolina 
 Proveta de 100 mL com tampa 
 Solução de NaCl 
42 
 
Parte Experimental 
 
 Coloque 50 mL de gasolina comum em uma proveta de 100 mL com tampa. Complete o 
volume até 100 mL com uma solução saturada de NaCl. Feche a proveta, misture os líquidos 
invertendo-a. OBSERVAÇÃO: Segure firme para evitar vazamentos. Mantenha a mistura em 
repouso até a separação das duas fases. Leia o volume de ambas as fases. Calcule a 
quantidade de etanol presente em 50 mL da amostra de gasolina, calcule também a 
porcentagem (%) de etanol na gasolina, determine a massa da gasolina e expresse a 
porcentagem (%) em m/m. No caderno escreva os fundamentos teóricos da técnica utilizada 
mostrando os princípios utilizados (propriedades físicas) e porque ocorre a extração. Cite os 
fatores de erro envolvidos na técnica. 
 
Referências: 
 
1. http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc17/a11.pdf 
 
10 – Separação de substâncias 
 
 Geralmente os químicos são expostos a muitos desafios como, por exemplo, separar 
uma substância da outra. Como você separaria uma amostra de minério de ferro que pode 
conter uma mistura de magnetita, Fe3O4 (um óxido de ferro) e sílica (SiO2)? 
 Alguns métodos de separação já foram citados como a cristalização e a extração por 
solvente que também é conhecida como dissolução fracionada, mas existem outros métodos 
de separação que um químico precisa conhecê-los como a catação, separação magnética, 
peneiração, ventilação, levigação, flotação, decantação, filtração, evaporação, sublimação, 
destilação simples e destilação fracionada. 
 Catação: Método de separação bastante rudimentar utilizado para separar sólido-sólido 
que se baseia na identificação visual dos componentes da mistura, a separação dos compostos 
é feita manualmente. 
 Separação magnética: Os componentes são atraídos por um imã. 
 Peneiração: Separa os compostos que apresentam granulometria diferentes utilizando uma 
peneira. 
43 
 
 Ventilação: Método utilizado para separar sistemas sólido-sólido onde um dos compostos 
pode ser arrastado por uma corrente de ar, por exemplo, separação do amendoim da casca. 
 Levigação: Neste caso a água corrente arrasta o componente menos denso e o mais denso 
deposita-se no fundo do recipiente, por exemplo, a lavagem da poeira do arroz. 
 Flotação: Método utilizado para separação de sólidos que apresentam densidades 
diferentes em um determinado líquido. O sólido mais leve (menos denso) flutua no líquido. 
Um exemplo é separação entre serragem e areia, por adição de água. 
 
Figura 10.1 – Separação por flotação. 
 Decantação: Processo de separação que permite separar misturas heterogêneas. Utilizada 
em misturas bifásicas, como sólido-líquido (areia e água), sólido-gás (poeira-gás), líquido-
líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor d‘água e ar). Esse processo se baseia nas diferenças 
existentes entre as densidades dos componentes da mistura, e na espera pela sua decantação. 
Se a mistura é composta de substâncias sólidas em suspensão numa substâncialíquida, a 
decantação pode ser acelerada pelo uso de centrífuga. 
 
Figura 10.2 - Esquema da montagem de separação de sólido em suspensão num líquido. 
44 
 
 Filtração: A separação se faz através de uma superfície porosa chamada filtro; o 
componente sólido ficará retido sobre a sua superfície, separando-se assim do líquido que 
atravessa. 
 
 
 A B 
 
Figura 10.3 - Equipamentos utilizados numa filtração simples (A) e numa filtração a vácuo 
(B). 
 
 Evaporação: Passagem do estado líquido para o estado gasoso. 
 Sublimação: Processo utilizado quando um dos componentes do sistema sublima (passa 
diretamente do estado sólido para o gasoso) quando sob aquecimento. O iodo e a naftalina são 
sólido que sublimam. 
 
Figura 10.4 – Esquema da purificação do iodo e a purificação da naftalina. 
 
45 
 
 Destilação simples: Separação da mistura por meio da diferença de temperatura de 
ebulição dos líquidos. Não pode ser utilizada para separação de misturas azeotrópica na qual 
o ponto de ebulição não se altera, ou seja, se apresenta como se fosse uma substancia pura no 
processo de ebulição. 
 
Figura 10.5 - Desenho e esquema da montagem de um equipamento para destilação simples. 
 
 Destilação fracionada: processo de separação onde se utiliza uma coluna de 
fracionamento na qual é possível realizar a separação de diferentes componentes que 
apresentam diferentes pontos de ebulição, presentes em uma mistura. 
 
 
Figura 10.6 – Coluna de destilação fracionada do petróleo. 
46 
 
Neste experimento você usará uma técnica para separar uma mistura de areia, sulfato de cobre 
pentahidratado e uréia baseando-se na diferença de solubilidade destas substâncias em dois 
solventes: água e etanol. Além disso, você utilizará a propriedade magnética do ferro para 
separá-lo dos outros componentes da mistura. 
 Geralmente, não basta apenas separar os componentes de uma mistura. É preciso 
também, verificar a pureza do material isolado. Para isso são utilizadas algumas propriedades 
físicas da matéria: densidade, ponto de fusão, ponto de ebulição, índice de refração, etc. 
 O ponto de fusão pode ser utilizado para identificar a pureza de sólidos orgânicos 
comparando-se os valores encontrados na literatura com os observados no intervalo de 
temperatura durante a fusão do sólido em estudo. Normalmente, o ponto de fusão (PF) é 
constituído de um intervalo de temperatura, onde a temperatura inicial é aquela em que os 
primeiros cristais se fundem e a final é aquela em que todos os cristais estão liquefeitos. Os 
sólidos puros, em geral, possuem um intervalo de fusão muito pequeno, em torno de no 
máximo 2°C. Uma pequena quantidade de impureza na amostra é suficiente para aumentar 
consideravelmente seu intervalo de fusão. 
 Todos os sólidos cristalinos puros possuem ponto de fusão bem definido, o que lhes 
caracteriza e obviamente, é comum existirem compostos diferentes com pontos de fusão 
iguais. Por isso, no caso de identificação de um composto, devemos verificar várias 
propriedades físicas para não cometermos erros. 
 
Experiência 10 – Separação de uma mistura 
 
Objetivos 
 
 Separar os componentes de uma mistura baseada na diferença de solubilidade em água e 
etanol e nas suas propriedades magnéticas. 
 Identificar a pureza da uréia utilizando a medida do PF. 
 Aprender algumas técnicas de laboratório: filtração, aquecimento de líquidos e sólidos e 
determinação de pontos de fusão. 
 
Materiais: 
 
 Béqueres pequenos  Erlenmeyers 
47 
 
 Banho-maria 
 Bico de Bunsen 
 Proveta 
 Tubos de ensaio 
 Pisseti 
 Conta-gotas 
 Espátula 
 Funil 
 Papel de Filtro 
 Placas de Petri ou cápsulas de 
porcelana 
 Sulfato de cobre (II) pentahidratado 
[CUSO4.5H2O] 
 Etanol P.A. (álcool etílico) 
 Areia 
 Uréia [H2N-CO-NH2] 
 Limalha de ferro 
 Água destilada 
 Pinças para tubos de ensaio 
 Tubo de Thiele/Glicerina/Termô-
metro (até 150°C) 
 Bastão de vidro 
 Íma 
 Capilares 
 
Parte experimental: 
 
 Inicialmente você deverá testar a solubilidade dos sólidos a serem separados nos solventes 
disponíveis, colocando uma ponta de espátula de cada uma das substâncias em tubos de 
ensaios diferentes (caso necessário, triture os cristais maiores com um bastão de vidro) e 
adicione um pequeno volume de solvente. Agite e anote os resultados obtidos. Se 
necessário, aqueça o tubo de ensaio em banho-maria. 
 
Tabela 10.1 – Solubilidade das amostras testadas. 
Substâncias 
Solventes 
Água Etanol 
Areia 
Uréia 
CuSO4.5H2O 
Ferro 
 
 
48 
 
 A partir dos resultados obtidos no teste de solubilidade, construa um fluxograma para 
proceder à separação da mistura que contém areia, uréia, sulfato de cobre e limalha de 
ferro. 
 
Etapas de separação da mistura: 
 
 Separe a limalha de ferro da mistura, utilizando o ímã. 
 Em um béquer pequeno, coloque uma espátula da mistura a ser separada (que foi 
previamente preparada pelo professor). Adicione cerca de 5 ml de álcool etílico, agite e 
filtre a solução, recolhendo o filtrado em um outro béquer. Antes de transferir o resíduo 
(resíduo 1) lave-o com 4 porções de 2 ml de álcool etílico e depois o transfira para uma 
cápsula de porcelana e coloque a cápsula de porcelana na estufa para evaporar o solvente. 
 Sem retirar o resíduo 1 do funil, adicione 4 porções de 3 ml de água destilada e recolha o 
filtrado em outro recipiente. Coloque uma pequena quantidade do filtrado em um tubo de 
ensaio e aqueça lentamente (com cuidado!) na chama do Bico de Bunsen. Que 
componente foi obtido nesta etapa da separação? 
 Para verificar a identidade e a pureza do componente presente no filtrado 1, cada grupo 
deverá determinar o ponto de fusão do sólido obtido após a evaporação do etanol. Para 
isso será utilizado um sistema de fusão denominado tubo de Thiele (Figura 10.7) e o 
professor irá orientar os grupos na determinação deste ponto de fusão. OBSERVAÇÃO: 
verifique se uma das extremidades do tubo capilar está fechada, se não tiver feche uma 
das extremidades utilizando o bico de bunsen. 
 
 
Figura 10.7 – Tubo de Thiele. 
49 
 
Questionário para análise dos resultados: 
 
1) Qual (ais) componentes da mistura são solúveis em água? 
2) Qual (ais) componentes da mistura são solúveis em etanol? 
3) O que aconteceu quando você adicionou etanol à mistura de sólidos? 
4) Descreva a aparência do(s) material(ais) que permaneceu(ram) na cápsula de porcelana 
após a evaporação do solvente? 
5) Você conseguiu separar efetivamente a mistura? 
6) Qual é a temperaturas de fusão da uréia pura:_____°C e qual a temperatura de fusão da 
uréia separada da mistura:____°C. 
7) O que você pode concluir a partir das determinações do ponto de fusão? 
8) Quais técnicas de separação foram utilizadas no processo de separação da mistura? 
9) Analisando as etapas de separação no fluxograma, classifique as misturas como 
homogênea ou heterogênea. 
10) Que técnica poderia ser usada para obter o CUSO4.5H2O puro. 
11) Considerando a mistura inicial: Qual procedimento de separação deveríamos adotar se 
fôssemos separar somente o CUSO4.5H2O? 
12) Quais propriedades físicas são usadas para separar os componentes de uma mistura por 
(a) filtração e (b) destilação. 
 
Referências: 
 
1. RATCLIFFE, A; Chemistry, The Experience, New York, Wiley, 1993, p. 23-24. 
2. SIMÕES, T.; SARAIVA, E.; QUEIRÓS, M.; SIMÕES, M., Porto Editora, Porto, 
Portugal, 1993. 
3. http://www.profpc.com.br/Separa%C3%A7%C3%A3o_misturas.htm 
 
Experiência 11 - Destilação

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