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apostila direito empresarial

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� PAGE \* MERGEFORMAT �15�. Direito Empresarial – Prof. Ms. Edmundo Gouvêa Freitas
FAA - Fundação Educacional D. André Arcoverde | Centro de Ensino Superior de Valença.
R. Sargento Vítor Hugo, nº 161 | Fátima - Valença / RJ | CEP: 27600-000 | Telefones: (24) 2453-0700 - (24) 2453-1888
APOSTILA
"DIREITO EMPRESARIAL"
Prof. Ms. Edmundo Gouvêa Freitas
Empresarial I, II e III
SUMÁRIO
________________________________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL – Temas gerais e básicos.........................................4
	1.1 Relação entre os ramos do direito........................................................................................4
	1.2 Fontes do direito...................................................................................................................4 
	1.3 Poderes do Estado...............................................................................................................5
	1.4 Código..................................................................................................................................5
	1.5 Consolidação........................................................................................................................5
	1.6 Compilação...........................................................................................................................5
	1.7 Hierarquia das Leis...............................................................................................................5
	1.8 Ramos do Direito..................................................................................................................5
	1.9 A importância do Direito Civil...............................................................................................5
	1.10 Estrutura do Direito Civil.....................................................................................................6
	1.11 As pessoas.........................................................................................................................6
	1.12 Capacidade da pessoa física.............................................................................................6
	1.13 Objeto do direito: bens.......................................................................................................7
	1.14 Relação jurídica..................................................................................................................8
2. DIREITO EMPRESARIAL – Teoria Geral............................................................................................8
	2.1 Regime jurídico-empresarial..................................................................................................8
	2.2 Empresário individual.............................................................................................................8
	2.3 Capacidade do empresário individual....................................................................................9
	2.4 Estabelecimento empresarial.................................................................................................9
	2.5 Alienação do estabelecimento empresarial..........................................................................10
	2.6 Proteção ao ponto empresarial.............................................................................................11
	 2.7 Renovação compulsória das locações não-residenciais......................................................11
	2.8 Nome empresarial e registro de empresa.............................................................................12
	
3. DIREITO SOCIETÁRIO........................................................................................................................14
	3.1 Considerações gerais............................................................................................................14
	3.2 A Sociedade..........................................................................................................................15
	3.3 Contratos de sociedade.........................................................................................................15
	3.4 Desconsideração da personalidade jurídica..........................................................................17
	3.5 Sociedades empresárias e sociedades simples....................................................................17
	3.6 Sociedade em comum...........................................................................................................20
	3.7 Sociedade em conta de participação....................................................................................20
	3.8 Sociedade em nome coletivo................................................................................................21
	3.9 Sociedade em comandita simples.........................................................................................22
	3.10 Sociedade limitada..............................................................................................................23
	3.11 Capital social da sociedade limitada...................................................................................27
	3.12 Sociedades por ações.........................................................................................................27
	3.13 Espécies de ações..............................................................................................................29
	
4. DIREITO FALIMENTAR.....................................................................................................................29
	4.1 A nova lei de falências........................................................................................................29
	4.2 Sujeitos a falência...............................................................................................................30
	4.3 Princípios que regem a falência..........................................................................................30
	4.4 Decretação da falência........................................................................................................31
	4.5 Recuperação judicial e extrajudicial....................................................................................32
	4.6 Recuperação judicial...........................................................................................................33
	4.7 Recuperação extrajudicial...................................................................................................35
	4.8 Resumo do processo falimentar (pedido de falência).........................................................37
	4.9 Resumo do processo falimentar (recuperação judicial)......................................................38
	4.10 Resumo do processo falimentar (decretado a falência)....................................................39
SUMÁRIO
________________________________________________________________________________
5. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES...........................................................................................................40
	5.1 Conceito de direito das obrigações.....................................................................................40
	5.2 A extinção das obrigações..................................................................................................40
	
6. CONTRATOS....................................................................................................................................40
	6.1 Considerações preliminares...............................................................................................40
	
7. ESPÉCIES DE CONTRATOS MERCANTIS....................................................................................42
	7.1 Compra e venda mercantil – o contrato empresarial..........................................................427.2 O mandato e a procuração.................................................................................................43
	7.3 O Contrato de franquia empresarial....................................................................................44
	7.4 Contrato de leasing.............................................................................................................46
		7.4.1 Características do contrato de leasing................................................................47
		7.4.2 Elementos jurídicos.............................................................................................47
		7.4.3 Obrigações das partes........................................................................................48
		7.4.4 Contrato de adesão e cláusulas abusivas..........................................................48
		7.4.5 Extinção dos contratos de leasing......................................................................49
	7.5 Contratos de Seguro..........................................................................................................49
		7.5.1 Seguros no Brasil...............................................................................................50
		7.5.2 Características jurídicas do contrato de seguro.................................................50
		7.5.3 Elementos do contrato de seguro......................................................................51
		7.5.4 Documentos dos contratos de seguros..............................................................53
8. TÍTULOS DE CRÉDITO..................................................................................................................53
	8.1 Classificação dos títulos de crédito..................................................................................54
	8.2 Principais atos cambiários................................................................................................54
	8.3 Os principais títulos de crédito..........................................................................................55
		8.3.1 A letra de câmbio..............................................................................................55
		8.3.2 A nota promissória............................................................................................56
			8.3.2.1 Requisitos legais...............................................................................56
		8.3.3 Cheque.............................................................................................................56
			8.3.3.1 Os tipos de cheque...........................................................................56
			8.3.3.2 Os requisitos do cheque...................................................................56
			8.3.3.3 Os cheques pós-datados..................................................................57
			8.3.3.4 Cheque cruzado...............................................................................57
		8.3.4 A duplicata.......................................................................................................57
			8.3.4.1 Requisitos legais..............................................................................57
			8.3.4.2 A duplicata simulada........................................................................57
BIBLIOGRAFIA BÁSICA.....................................................................................................................58
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL - Temas gerais e básicos
1.1 Relação entre os ramos do Direito
Sob uma visão ampla, o Direito Empresarial, em se tratando do Direito da empresa, consolida características dos diversos ramos do Direito, servindo até como elo entre eles. Portanto, é natural que nas primeiras aulas seja dada noções dos principais ramos do Direito como: Direito Civil, Tributário, Trabalho, Administrativo, Penal etc.
Será dada maior ênfase aos aspectos do Direito Civil. Vejamos as razões: 
O Direito Civil é o principal ramo do direito privado. Trata-se do conjunto de normas (regras e princípios) que regulam as relações (direitos e as obrigações) entre os particulares que se encontram em uma situação de equilíbrio de condições. Este ramo do direito encontra-se codificado no Código Civil, cujo aparecimento data de 1916. Ao longo dos anos, a vida brasileira evoluiu e muitos dos artigos do código sofreram modificações e inúmeras leis esparsas surgiram, como é o caso da Lei do Inquilinato, por exemplo. Até que em 2002, finalmente, foi aprovado o Novo Código Civil Brasileiro. 
O Novo Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/02) que entrou em vigor em janeiro de 2003 possui uma parte especial intitulada como Livro II Do Direito da Empresa. Devemos expor que o objetivo do legislador era a unificação dos temas do ramo do direito privado envolvendo o Código Comercial Brasileiro no campo da sociedade comercial e do direito empresarial e algumas leis comerciais especiais como o Decreto 3708/19 (sociedade por quotas de responsabilidade limitada), Decreto 916/1890 (registro de firmas), Decreto 486/69 (escrituração) para uma linguagem mais moderna.
1.2 Fontes do direito
As normas do direito são criadas, modificadas e extintas por meio de certos tipos de atos, chamados pelos juristas de fontes do direito.
Historicamente, a primeira manifestação do direito é encontrada no costume, constituindo no hábito de os indivíduos se submeterem à observância reiterada de certos usos, convertidos em regras de conduta. Com o tempo, os grupos sociais passaram a incumbir um chefe ou órgão coletivo de ditar e impor as regras de conduta, o que fez com que o direito passasse a ser um comando, uma lei imposta coativamente e, a partir de certo momento, fixada por escrito. Em maior ou menor grau, ambas as fontes - o costume e a lei - convivem no direito moderno, juntamente com outras importantes formas de produção das normas jurídicas, como a jurisprudência.
Tradicionalmente, consideram-se fontes do direito as seguintes:
a) a lei: entendida como o conjunto de textos editados pela autoridade superior (em geral, o poder Legislativo ou a Administração pública), formulados por escrito e segundo procedimentos específicos. Costuma-se incluir aqui os regulamentos administrativos. 
b) o costume: regra não escrita que se forma pela repetição reiterada de um comportamento e pela convicção geral de que tal comportamento é obrigatório (isto é, constitui uma norma do direito) e necessário. 
c) a jurisprudência: conjunto de interpretações das normas do direito proferidas pelo poder Judiciário. 
d) os princípios gerais de direito: são os princípios mais gerais de ética social, direito natural, deduzidos pela razão humana, baseados na natureza racional e livre do homem e que constituem o fundamento de todo o sistema jurídico. 
e) a doutrina: a opinião dos juristas sobre uma matéria concreta do direito. 
1.3 Poderes do Estado
Poder Legislativo
- Elaborar as leis
Poder Judiciário
- Zelar pela Constituição
- Fazer cumprir as Leis
Poder Executivo
- Zelar pelo patrimônio público
- Cuidar das tarefas de arrecadação do Estado
1.4 Código
- Reunião de todas as leis esparsas num único diploma, no qual se inclui modificações no anteriormente definido.
Consolidação
- União de todas as leis esparsas num único diploma legal
- Não há inclusão de modificações ou adequações.
1.6 Compilação
- Agrupamento das mudanças incorridas na legislação em seu próprio texto com o intuito de facilitar as consultas.
1.7 Hierarquia das Leis
Estrutura normativa
- Consiste em organizar o modelo legislativo
- Busca responder: Quem vale sobre quem?
- O modelo brasileiro apresenta hierarquia na legislação
1.8 Ramos do Direito
O Direito como fato social e histórico, se apresenta sob múltiplas formas, em função de múltiplos campos de interesse, o que se reflete em distintas e renovadas estruturas normativas.	Antes de se fazer um estudo de determinado campo do Direito, impõe-seuma visão de conjunto: ver o Direito como um todo, antes de examiná-lo através de suas partes especiais.
Direito abrange um conjunto de disciplinas jurídicas; em primeiro lugar, divide-se em duas grandes classes: o DIREITO PUBLICO e o DIREITO PRIVADO. As relações que se referem ao Estado e traduzem o predomínio do interesse coletivo são chamadas relações públicas, ou de Direito Público. Mas o homem não vive apenas em relação ao Estado e, principalmente, também, em ligação com seus semelhantes: a relação que existe entre pai e filho, ou entre quem compra e quem vende determinado bem, não é uma relação que interessa de maneira direta ao Estado, mas sim ao indivíduo, enquanto particular. Essas são relações de Direito Privado.
Essas classes se subdividem em vários outros ramos, como por exemplo: O Direito Constitucional, Direito Administrativo (no campo do Direito Público), o Direito Civil, Direito Comercial/empresarial (no campo do Direito Privado). O Direito abrange um tronco com os vários ramos, cada um desses ramos tem o nome de disciplina.	
Finalmente, as diversas disciplinas jurídicas se correlacionam, não existindo cada uma delas independente da outra. Não existe um direito civil que nada tenha a ver com o direito constitucional, ao contrário, as disciplinas jurídicas representam e refletem um fenômeno jurídico unitário que precisa ser examinado em conjunto.
1.9 A importância do Direito Civil
O Direito Civil brasileiro tem como fontes, dentre outros:
a) O Código Civil de 2002. (Principal fonte);
b) a Constituição Federal de 1988. 
c) a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), que regula a vigência e a aplicação, a interpretação e a revogação de normas no Direito brasileiro; 
d) a legislação civil extravagante, ou seja, leis criadas para resolver problemas específicos - por exemplo, a Lei do Inquilinato; 
e) as fontes tradicionais do direito: lei, doutrina, costumes, jurisprudência e princípios gerais do direito 
Como ramo do direito privado, o direito civil tem por objetivo regular as relações jurídicas entre pessoas. É direito comum ou ordinário, aplicável no dia-a-dia das pessoas, desde as relações familiares até as questões alusivas à posse e a propriedade de bem, bem como a celebração, execução e extinção de atos e negócios jurídicos.
De indiscutível importância, contém princípios e regras que acompanham a pessoa desde a sua concepção até a sua morte. Por vezes, preserva direitos do titular por toda a eternidade. Exemplo: os direitos morais de autor.
O direito civil estuda:
a) os sujeitos do direito, considerando-se sujeito ativo aquele que possui um crédito e sujeito passivo o que tem uma obrigação ou um dever a ser cumprido;
b) a coisa, que é o objeto do direito (bens); e
c) as relações jurídicas existentes entre os particulares.
1.10 Estrutura do direito civil
A principal fonte das normas do nosso Direito Civil é o Código Civil Brasileiro, Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002, que possui mais de 2000 Artigos. O Código é dividido em Parte Geral e Parte Especial possuindo as seguintes subdivisões:
a) Parte Geral: pessoas naturais, pessoas jurídicas, domicílio, os bens, os fatos jurídicos, os atos ilícitos, a prescrição, a decadência e a prova;
b) Parte Especial:
Livro I – Do direito das Obrigações
Livro II – Do direito de Empresa (objeto de nosso estudo)
Livro III – Do direito das coisas
Livro IV – Do direito de família
Livro V – Do direito das sucessões
Serão destacados a seguir, alguns pontos importantes previstos no Código Civil Brasileiro.
1.11 As pessoas
As pessoas podem ser titulares de direitos e passíveis de deveres, dividindo-se em duas espécies básicas:
a) Pessoa Física - são pessoas individualmente consideradas. A pessoa física também recebe o nome de pessoa natural. Como exemplo de pessoa física podemos citar você, seu professor e todos aqueles que podem ser titulares de direitos e sofrer imposição de deveres. Logo no artigo 1º do Código Civil aparece o seguinte: toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
b) Pessoa Jurídica - São exemplos de pessoas jurídicas as associações, as sociedades, as fundações no direito privado e a União, os Estados e os Municípios no direito público.
1.12 Capacidade da pessoa física
Todo ser humano tem personalidade jurídica, pois está dotado de aptidão básica para ser sujeito ativo ou passivo de direitos e deveres. Mas nem todos possuem a mesma capacidade jurídica para exercer direitos. A capacidade para o exercício pessoal de direitos depende de fatores como a idade e o estado de saúde que condicionam o grau de consciência e a formação da vontade humana.
Vejamos o que diz a lei 10.406/2002 (NCC) sobre a capacidade Jurídica das pessoas:
 Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
 I - os menores de dezesseis anos;
 II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
 III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de exercê-los: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
 III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
 IV - os pródigos.
 Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
        
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
 I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
 II - pelo casamento;
 III - pelo exercício de emprego público efetivo;
 IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
 V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
1.13 Objeto do direito: bens
A palavra "bem" apresenta significados diferentes para a Filosofia, a Economia e o Direito. Agora vamos analisar a palavra "bem" na linguagem jurídica.
Toda relação jurídica entre dois sujeitos tem por objeto um "bem", sobre o qual recaem direitos e obrigações. Esse bem pode assumir valor material, como dinheiro, um imóvel etc. ou pode ter valor imaterial, como a honra, a vida privada, a intimidade, a liberdade de consciência etc.
Os bens podem ser classificados de diversas maneiras. Vejamos alguns adotados pelo Código Civil:
a) Móvel - é o bem que possui movimento próprio ou pode ser removido por força alheia. Exemplo: o automóvel, a televisão, o cavalo etc.
b) Imóvel - não pode ser removido . Exemplo: um terreno, uma casa etc.
c) Fungível - é o bem que pode ser substituído por outro da mesma espécie, qualidade ou quantidade. Exemplo: o dinheiro
d) Consumível - é o bem móvel cujo uso importa destruição imediata da própria substância. Exemplo; produtos alimentícios
e) Público - é bem que pertence à União, aos estados, aos Municípios etc. 
f) Particular - bem que não pertence ao patrimônio público.
1.14 Relação jurídica
 Vamos estabelecer a ligação entre as pessoas e os bens formando os elementos da relação jurídica: 
a) sujeito ativo - titular ou beneficiário da relação; 
b) sujeito passivo - considerado o devedor , pessoa obrigada a respeitar o direito do sujeito ativo; 
c) vínculo jurídico - une uma pessoa a outra e que confere a cada um dos participantes da relação o poder de pretender ou exigir algo determinado ou determinável; 
d) objeto - o elemento em razão do qual a relação se constitui, e sobre o qual recai tantoa exigência do credor como a obrigação do devedor, podendo ser uma coisa (uma casa, por exemplo) ou então a própria pessoa, como nos direitos pessoais e da personalidade.
2. DIREITO EMPRESARIAL - Teoria geral
2.1 Regime jurídico-empresarial
"Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços".
Para exercer sua atividade regularmente, todo empresário está sujeito a um conjunto de regras específicas, denominadas regime jurídico empresarial.
Esse regime é o responsável por regulamentar a prática da atividade mercantil e - torná-la legal. Nesse sentido, o empresário que não seguir determinadas normas, tais como o registro do contrato social ou do estatuto da sociedade na Junta Comercial e a não-manutenção de uma escrituração contábil, será tido como irregular, e, conseqüentemente, não se beneficiará do regime de execução especial em caso de insolvência, que é a falência. Também não terá legitimidade ativa para requerer a recuperação judicial e a extrajudicial.
Por outro lado, se seguir corretamente todas as determinações a ele impostas, terá, dentre outras vantagens, o benefício de se valer da eficácia probatória de sua escrituração contábil, prevista no art.379 do CPC, poderá pedir a falência de seu devedor e também uma das formas de recuperação da empresa (Lei 11.101/2005).
2.2 Empresário individual
O empresário pode ser pessoa física ou jurídica. Como pessoa física, será chamado de empresário individual; em sendo pessoa jurídica, será denominada sociedade empresária.
O novo Código Civil (Lei 10.406/2002), superando a antiga teoria dos atos de comércio, adotou a teoria da empresa, que significa a denominação dada ao sistema de regulação das atividades econômicas dos particulares que alargou o âmbito de incidência do direito empresarial, antes delimitado pela teoria dos atos de comércio, para nele abranger a prestação de serviços, a negociação de imóveis e as atividades rurais, enfim, para disciplinar uma forma específica de produzir ou circular bens ou serviços: a empresarial. Antes da entrada em vigor do novo Código Civil essa teoria já vinha sendo acolhida pela doutrina, pela jurisprudência e por algumas leis esparsas em virtude da insuficiência da teoria dos atos de comércio antes adotada.
Conforme já mencionado, o empresário (que não pode mais ser chamado de comerciante em virtude da adoção da teoria da empresa) é definido como aquele profissional que exerce atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens ou de serviços.
Desse conceito são extraídos os seguintes elementos:
a) Profissionalismo – cuja noção está subordinada à observância de três pressupostos: habitualidade, pessoalidade e monopólio das informações sigilosas em relação aos bens ou serviços oferecidos pelo empresário.
b) Atividade econômica organizada - que significa qualquer atividade lícita e idônea à geração de lucro para quem a explora em virtude da organização dos quatro fatores de produção, que são mão-de-obra, capital, insumos e tecnologia.
Produção ou circulação de bens ou serviços.
Em decorrência do disposto no parágrafo único do art.966 do CC/2002, podemos concluir que são atividades econômicas (civis) que não se enquadram no conceito de empresário e, portanto, não se submetem ao regime jurídico-empresarial:
a) aquele que explora atividade empresarial, mas não se enquadra no conceito legal de empresário;
b) o profissional intelectual (quando o exercício da profissão não constitui elementos de empresa);
c) o empresário rural (desde que não proceda à sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, caso em que será equiparado a empresário- arts. 971e 984); e
d) as cooperativas (em qualquer caso, independentemente do seu objeto).
O art.967do CC/2002 dispõe ser obrigatório a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
2.3 Capacidade do empresário individual
De acordo com o art. 972 do CC2002, "Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem no pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos".
Assim, não têm capacidade civil: os menores de 18 anos não emancipados, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, os deficientes mentais, os excepcionais, os pródigos e os índios (a capacidade dos índios está regulada pela Lei 6.001/1974-Estatuto do Índio).
Excepcionalmente, permite que o incapaz seja empresário individual (pela representação ou assistência) desde e que autorizado pelo juiz (por meio de alvará) para que continue a exercer a empresa por ele constituída enquanto era capaz ou que foi constituída por seus pais ou por pessoa de quem for sucessor. Vale ressaltar que essa autorização judicial poderá ser revogada a qualquer tempo, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou interdito, sem prejuízo dos direitos de terceiros (art.974,§1.0, CC/2002).
Estão legalmente impedidos de exercer a atividade de empresário:
a) o falido não-reabilitado; 
b) aqueles que foram condenados pela prática de crime cuja pena vede o acesso à atividade empresarial; 
c) o leiloeiro; 
d) os funcionários públicos; 
e) os estrangeiros ou sociedades não sediadas no Brasil ou não constituídas segundo nossas leis; 
f) os devedores do INSS; 
g) aqueles em desempenho de função pública; 
h) o estrangeiro com visto temporário; 
i) O militar da ativa; 
j) O membro do Ministério Público; e
l) O magistrado.
O art. 973do CC/2002 estabelece que a pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a desempenhar, responderá pelas obrigações contraídas. Isso significa que a responsabilidade pelas obrigações assumidas será pessoal e ilimitada.
O novo Código Civil, contrariando a orientação jurisprudencial construída sobre as regras do código Comercial prevê expressamente a possibilidade de constituição de sociedade marital sendo essa a sociedade empresarial composta exclusivamente por marido e mulher.O art.997do CC/2002 faculta aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória. Se, a despeito da proibição legal, for registrada na Junta Comercial sociedade exclusivamente por marido e mulher, seus sócios responderão ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Estabelecimento empresarial
Estabelecimento empresarial é o instrumento da atividade do empresário. É a base física da empresa, o complexo de bens, sejam eles corpóreos ou incorpóreos, tais como máquinas, instalações, tecnologia, marcas e patentes, reunidos pelo empresário para que possa praticar a atividade empresarial.
São elementos do estabelecimento empresarial: os bens corpóreos (máquinas, equipamentos) os bens incorpóreos (nome, ponto). O aviamento e a clientela, para alguns autores, são considerados elementos do estabelecimento; por outros, atributos da empresa. Porém, tal distinção não se mostra relevante. Aviamento é a capacidade de a empresa gerar lucros, devido à Excelência de sua organização.
Entendendo-se aviamento como a capacidade da empresa em gerar lucros, tem-se que aquele será responsável por indicar o valor da empresa, por meio de seu bom funcionamento, refletindo o prestígio e confiança que ela goza no meio social. Já a clientela é o conjunto de pessoas que mantém, continuamente, relações para aquisição de bens ou serviços com o estabelecimento empresarial.
2.5 Alienação do estabelecimento empresarial
Tendo em vista que o estabelecimento empresarial é o conjunto de bens do empresário destinados à prática mercantil, é evidente, também, que ele constitui a principal garantia dos credores em caso de uma eventual insolvência.
Sendo assim, para que possa haver a alienação do estabelecimento empresarial há certos requisitos, criados por lei, que devem ser observados, para a proteçãodos interesses dos credores. Isso não quer dizer que o Empresário não possui a livre administração de seu estabelecimento; pelo contrário, ele pode dispor de seu fundo de comércio da mesma forma que os demais bens de seu patrimônio. Porém, quando se trata de alienação do estabelecimento empresarial, a lei o obriga a se sujeitar à anuência dos credores se ao alienante não restarem bens suficientes para solver seu passivo.
Assim, é requisito essencial para a alienação do fundo de comércio quando, em virtude dela, não restarem bens suficientes para a solvência do passivo a concordância expressa ou tácita (no caso de silêncio do credor depois de passados 30 dias da notificação de alienação - art.1.145 do CC/2002) dos credores.
Entretanto, esse procedimento pode ser dispensado se ao empresário ainda restarem bens suficientes em seu patrimônio para saldar o débito. Caso contrário, ou seja, se não possuir bens suficientes para o pagamento dos credores e não observar o requisito acima mencionado o empresário pode ter sua falência decretada e, conseqüentemente, a alienação perderá sua validade.
Em se tratando de alienação, o passivo do empresário não se transfere ao adquirente do estabelecimento empresarial. Até poderá ser estipulada, de acordo com a vontade das partes, cláusula de transferência do passivo, em que o adquirente se toma sucessor do alienante. Nessa situação, os credores poderão demandar em face do adquirente do estabelecimento a cobrança de seus créditos. Tal acordo, porém, é uma exceção.
De acordo com o art.1.146 do CC/2002, "o adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da datado vencimento".
O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial (art.1.144do CC/2002).
Em relação aos créditos referentes ao estabelecimento transferido, a sua cessão produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar o cedente (art.1.149do CC/2002).
Vale lembrar que, para a transferência do estabelecimento empresarial, é importante verificar se existe ou não o ponto, pois, existindo, o estabelecimento poderá ser transferido sem a permissão do locador, podendo o adquirente aliená-lo novamente não sendo mais necessários os requisitos legais. Caso não haja o ponto, o estabelecimento só poderá ser transferido com a permissão do locador, e os prazos serão aproveitados.
Quanto às responsabilidades trabalhistas, respondem solidariamente o alienante e o adquirente.
Após a alienação do estabelecimento empresarial, o direito empresarial brasileiro estipulou a cláusula de não-restabelecimento sendo essa a cláusula implícita em qualquer contrato de alienação de estabelecimento empresarial que proíbe o alienante, nos 5 anos subseqüentes à transferência, de restabelecer-se em idêntico ramo de atividade empresarial para concorrer com o adquirente, salvo se devidamente autorizado em contrato (art.1.147, CC 2002). No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
2.6 Proteção ao ponto empresarial
O ponto empresarial, ou de comércio, é o lugar onde está situado o estabelecimento empresarial e para o qual se destina a clientela. O ponto é o local escolhido pelo empresário para realizar a atividade empresarial, de modo a ensejar seu contato com um público específico.
A proteção do ponto dependerá da natureza do direito exercido sobre o bem imóvel:
a) se o imóvel pertencer ao empresário, a proteção do ponto se faz pelas mesmas normas de tutela da propriedade imobiliária previstas no Código Civil (pelo juízo possessório ou pelo juízo petitório); e
b) se o imóvel do ponto for alheio, sendo, por isso, objeto de contrato de locação não-residencial entre o proprietário e o empresário, a proteção do ponto será feita por meio da renovação compulsória do contrato, prevista na Lei 8.245/1991.
2.7 Renovação compulsória das locações não-residenciais
A Lei de Locações, em seu art.51, prevê alguns requisitos para que a locação não-residencial seja beneficiada com o regime da renovação compulsória, quais sejam:
a) o locatário deve ser empresário;
b) a locação deve ser contratada por escrito e por tempo determinado de, no mínimo, 5 anos, admitida a soma dos prazos de contratos sucessivamente renovados por acordo amigável; e
c) o locatário deve se encontrar na exploração do mesmo ramo de atividade econômica pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3 anos, à data da propositura da ação renovatória.
Em síntese, é facultado ao empresário que explore a mesma atividade empresarial há pelo menos 3 anos ininterruptos, em imóvel locado por prazo determinado não inferior há 5 anos, o direito à renovação compulsória do contrato de locação. Essa renovação compulsória nada mais é do que uma proteção conferida ao ponto empresarial, dada a importância que ele representa na atividade mercantil.
De acordo com o art. 51 da Lei das Locações, a ação que visa a assegurar o direito à renovação compulsória é chamada de ação renovatória e deve ser promovida entre 1 ano e 6 meses anteriores ao término do contrato a renovar,sob pena de decadência do direito.
 
Por meio da ação renovatória, o inquilino fica resguardado dos abusos praticados pelo locador, principalmente quando o estabelecimento empresarial encontrar-se contemplado com um movimento de clientes favorável, no momento da renovação do contrato.
Contudo, a lei não admite a proteção da locação empresarial em detrimento do direito de propriedade. Em certos casos, essa renovação compulsória do contrato de locação não será possível, uma vez que o direito concedido ao empresário no sentido de garantir-lhe a continuidade da exploração empresarial de um imóvel locado, não pode, nunca, representar uma redução ao direito de propriedade que o locador tem sobre seu imóvel.
Assim, o locador poderá requerer o imóvel do locatário, desde que fundamentado nos seguintes motivos:
a) insuficiência da proposta de renovação do imóvel apresentada pelo locatário (art.72, ll,LL);
b) se for apresentada ao locador melhor proposta de um terceiro interessado no imóvel (art.72, III,, LL). Nesse caso, somente poderá ser renovado o contrato de locação ao locatário caso aceite pagar o mesmo valor da proposta feita;
c) para a reforma substancial do prédio locado (art.52, I,LL), tanto para atender interesse do Poder Público, como por vontade própria do locador, caso em que o locatário terá direito à indenização se as obras não se iniciarem dentro de 3meses da desocupação;
d) para uso próprio do locador, seja para o desempenho de atividades econômicas ou não (art.52, lI,LL). Mas se o locador vier a desempenhar a mesma atividade empresarial do locatário, caberá a esse uma indenização; e
e) transferência de estabelecimento empresarial existente há mais de 1ano e titularizado por ascendente, descendente ou cônjuge, desde que atue em ramo diverso do locatário. Caso o ramo seja o mesmo explorado pelo locatário, esse terá direito a uma indenização.
O locador de espaço em Shopping Center não pode oferecer exceção de retomada com fundamento no uso próprio ou na transferência de fundo de comércio. Nas relações entre lojistas e os empreendedores prevalecerão as condições livremente pactuadas nos contratos de locação respectivos e também o disposto sobre as locações não-residenciais da citada lei, principalmente quando da renovação do contrato. O empreendedornão poderá cobrar do locatário do espaço em Shoppings Centers: 
a) obras de reforma ou acréscimos que interessem à estrutura integral do imóvel (art.22, parágrafo único, a, da LL);
b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das esquadrias externas (art. 22, parágrafo único, b, da LL);
c) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados, ocorridas em data anterior ao início da locação (art.22, parágrafo único, d, da LL);
d) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impliquem modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite-se; e 
e) obras de paisagismo nas partes de uso comum.
2.8 Nome empresarial e registro de empresa
Todo comércio, seja ele constituído por empresário individual, seja por uma sociedade, possui um nome empresarial que o identifica e o diferencia dos demais. 
O novo Código Civil considera nome empresarial a firma ou a denominação adotada para exercício de empresa, conforme os arts. 1.155 a1.168. Para os efeitos da proteção da lei, equipara-se ao nome empresarial a denominação das sociedades simples, associações e fundações.
O nome empresarial, identificador do empresário, também possui proteção jurídica. Não resta dúvida de que, por exemplo, duas lojas com o mesmo nome empresarial causariam diversos transtornos tanto para os próprios empresários quanto para os clientes e credores.
Conseqüentemente, o titular de um nome empresarial tem direito à sua exclusividade, podendo, inclusive, impedir que um outro empresário ou uma sociedade venha a se constituir com um nome igual ou semelhante ao seu.
De acordo com a legislação, duas são as espécies de nomes empresariais previstos: a firma e a denominação. As diferenças entre elas estão na estrutura e na função de cada uma.
Quanto à estrutura, a firma apresenta o nome civil do empresário individual ou dos sócios da sociedade empresarial como, por exemplo, "Armarinhos José Bernardo &Cia". A denominação é o nome empresarial composto por palavra ou termo que não coincide com o nome civil dos seus sócios. Deve designar o objeto da empresa e pode adotar por base nome civil ou qualquer outra expressão lingüística (chamada" elemento fantasia"), por exemplo, "Casa da Esperança", "Shopping Visconde de Mauá".
A adoção de firma ou denominação dependerá do tipo social adotado:
a) adotam firma: o empresário individual, a sociedade em nome coletivo e a sociedade em comandita simples (na qual só o nome civil dos sócios comanditados (diretores) - de responsabilidade ilimitada poderá compor o nome empresarial);
b) denominação: somente a sociedade anônima (art.1.160); e
c) adotam firma ou denominação: a sociedade limitada (sempre acompanhado da expressão "limitada", sob pena de responsabilização ilimitada dos administradores - art.1.158) e a sociedade em comandita por ações (se adotar firma, somente o nome dos sócios diretores ou administradores pode ser adotado; se denominação, deve fazer referência ao objeto social).
A sociedade em conta de participação, por sua natureza de sociedade secreta (não personalizada), está proibida de adotar nome empresarial que denuncie sua existência (art.1.162, CC/2002).
Entretanto, para determinar se uma empresa é constituída com o nome de firma ou denominação é necessário, via de regra, a consulta ao contrato social ou ao estatuto social, pois ambos podem conter apenas o nome civil.
Quanto à função, a firma, além de ser a identidade do empresário também é sua assinatura. Já a denominação tem a função de somente identificar o empresário. A firma, dessa maneira, deve conter: o nome civil do empresário, por extenso ou abreviado, de forma facultativa acrescido com a designação do gênero de negócio ou expressões qualificativas.
Resta saber que a retirada, exclusão ou morte de sócio que constava da firma social; a alteração de sócio quanto à responsabilidade, e a alienação da firma são causas de alteração do nome empresarial quando este estiver sob a forma de firma (art.1.165). Já a transformação e a lesão a direito de outro empresário são causas que acarretam, obrigatoriamente, a alteração do nome empresarial seja firma, seja denominação (art.1.167).
É importante observar que, de acordo com o art.1.164 do CC/2002, o nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Entretanto, o parágrafo único ressalva que o adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de "sucessor".
A proteção do nome empresarial, a cargo das juntas comerciais, decorre, automaticamente, do arquivamento da declaração de firma mercantil individual, do ato constitutivo de sociedade ou de alterações desses atos que impliquem mudança de nome (art.61, Dec. 1.800/1996). Essa proteção circunscreve-se à unidade federativa de jurisdição da junta comercial que procedeu ao arquivamento (art. 61, §1.0), mas, havendo requerimento expresso, poderá ser estendida (art. 61, §2.°, do Dec. 1.800/1996 e art.1.166 do CC/2002).
Registro de Empresa:
O EMPRESÁRIO deverá se registrar na Junta Comercial do respectivo Estado, conforme regulamentação baixada pelo Departamento Nacional de Registro de Comércio – DNRC. Além disso, em linhas gerais, deverá também se inscrever na Receita Federal, na Secretaria da Fazenda do Estado (caso seja contribuinte do ICMS), na Previdência Social, na Prefeitura local e no Sindicato da categoria.
A SOCIEDADE EMPRESÁRIA também deverá se registrar na Junta Comercial do respectivo Estado, conforme regulamentação baixada pelo Departamento Nacional de Registro de Comércio – DNRC. Além disso, em linhas gerais, deverá também se inscrever na Receita Federal, na Secretaria da Fazenda do Estado (caso seja contribuinte do ICMS), na Previdência Social, na Prefeitura local e no Sindicato da categoria.
 O PROFISSIONAL AUTÔNOMO necessita apenas se registrar na Prefeitura Municipal e se inscrever na Previdência Social. Nesta condição não terá o Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas - CNPJ, entretanto poderá emitir recibos ou solicitar a confecção de Notas Fiscais de Serviços que comprovem a prestação dos serviços realizados e que servirão como base para a apuração dos tributos devidos. 
A SOCIEDADE SIMPLES adquire personalidade jurídica com o registro de seus atos constitutivos no Cartório de Registro de Títulos e Documentos das Pessoas Jurídicas. Além disso, em linhas gerais, deverá também se inscrever na Receita Federal, na Previdência Social, na Prefeitura local, no Sindicato da categoria e,conforme o caso, no respectivo Conselho Regional da Profissão (Ex.: Conselho Regional de Contabilidade - CRC, Conselho Regional de Administração – CRA, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA, Conselho Regional de Medicina – CRM, Conselho Regional de Odontologia - CRO etc.).
 O PRODUTOR, cuja atividade RURAL constitua sua principal profissão, poderá, se quiser, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao Empresário sujeito a registro. 
Caso contrário, poderá continuar na condição de produtor rural, ou seja, sem inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, desde que, neste caso, inscreva-se na Secretaria da Fazenda para obter Talão de Notas Fiscais de Produtor Rural.
Alguns órgãos importantes para o registro de empresas são: Junta Comercial dos Estados, Secretaria da Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda (Estado de São Paulo) e Secretaria de Finanças do Município.
3. DIREITO SOCIETÁRIO
3.1 Considerações gerais
O vigente Código Civil (Lei 10.406/2002), que passou a produzir efeitos a partir de 11 de janeiro de 2003, trata, em seu Livro II (arts. 966 ao 1.195), do direito de empresa, no qual dispõe sobre a caracterização e inscrição do empresário, as sociedades de forma geral, o estabelecimentoe os chamados institutos complementares (registro, nome empresarial, prepostos e escrituração). O novo diploma legal revogou a Parte Primeira do Código Comercial e manteve a vigência da Parte Segunda referente ao comércio marítimo.
De acordo com o Novo Código Civil (NCC), existem, agora, cinco espécies de pessoas jurídicas de direito privado no Brasil. A saber: as associações, as sociedades, as fundações as organizações religiosas e os partidos políticos.
Associações – pessoa jurídica criada pela união de duas ou mais pessoas para realização de um objetivo sem fins econômicos (lucrativos). Exemplos AASP (associação dos Advogados de São Paulo; APAMAGIS (Associação Paulista dos Magistrados) etc.
Fundações – pessoa jurídica criada pela vontade de seu instituidor, por meio de escritura pública (ato inter vivos), ou por testamento (causa mortis), no qual o instituidor destina certo patrimônio à determinada finalidade. Esta finalidade só poderá ser religiosa, moral, cultural ou de assistência, sem fins econômicos (lucrativos). Exemplos: Fundação Roberto Marinho; Fundação Xuxa Meneguel etc.
Organizações religiosas – são livres a forma de criação, a organização, a estrutura interna e o funcionamento destas organizações, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro.
Partidos Políticos – existem leis especiais para organizá-los e regular-lhes o funcionamento.
Sociedades – (objeto do nosso estudo) pessoa jurídica criada pela união de duas ou mais pessoas que, reciprocamente, celebram contrato, se obrigando a contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica (lucrativa) e partilha, entre si, dos resultados (lucros e perdas). As sociedades com fins lucrativos se dividem em sociedades empresárias e em sociedades simples (com exclusão da cooperativa que é sociedade simples, porém sem fins lucrativos). 
O fato é que as profundas modificações operadas pelo Novo Código Civil, aliadas a imprecisão do legislador na utilização de expressões revestidas de conteúdo jurídico, fizeram com que a nova sistemática do direito societário brasileiro nascesse com dúvidas e aparentes contradições, que vêm sendo enfrentadas pela doutrina (é o caso desta modesta apostila), mas que somente serão dissipadas quando os tribunais sedimentarem a matéria. 
3.2 A Sociedade
Sociedade é a união de duas ou mais pessoas que juntam seus esforços e riquezas na consecução de objetivos comuns. Para caracterizar o contrato de sociedade são necessários: 
a) pluralidade de sócios; 
b) constituição do capital social; 
c) vontade dos sócios da união e da aceitação das normas de constituição e funcionamento da sociedade (Affectio societatis); e
d) participação nos lucros e nas perdas.
Como já demosntrado no item 3.1, a sociedade difere da associação. A associação é a entidade sem fins lucrativos, ou, ainda, a entidade que, embora possa perseguir lucro (de forma a atingir o objetivo fixado em seu estatuto), não distribui o lucro a seus associados. Sociedade é a entidade com fins lucrativos, formada por mais de uma pessoa e onde os sócios recebem participação nos lucros.
A existência de uma sociedade regular prova-se por escrito, particular ou público (artigo 997 novo Código Civil). A sociedade, em regra, se constitui por escrito, devendo ser arquivada no órgão competente, para que surja sua personalidade jurídica distinta da figura dos sócios.
3.3 Contratos de sociedade
A autonomia da vontade é um dos princípios básicos do contrato de sociedade porque significa a liberdade de contratar, de escolher o tipo e o objeto do contrato e de dispor o conteúdo contratual de acordo com os interesses a serem auto-regulados. Outro princípio básico que tem que levar em conta é o princípio da supremacia da ordem pública e significa que a autonomia da vontade é relativa, sujeita a lei e aos princípios da moral e da ordem pública. Existe ainda a figura da obrigatoriedade do contrato e significa que o contrato faz lei entre as partes e devem ser cumpridos.
Se no contrato social, existir uma cláusula dispondo que somente um dos sócios receberá os lucros da sociedade haverá conseqüência, pois o novo Código Civil declara claramente em seu artigo 1.008, que é nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.
Quando o contrato social atribui a apenas um dos sócios a totalidade dos lucros ou exclui algum dos sócios, analogamente ao leão da fábula, ao não desejar a presa, ficando com o total da caçada, chamamos de sociedade leonina.
O contrato social se divide em três partes distintas: 
a) preliminar – é constituída pelo cabeçalho e, nele se declaram os nomes dos contratantes, profissão, nacionalidade e domicílio, dando-se a finalidade da sociedade; 
b) central – é a parte em que se estipulam as condições e se redigem as cláusulas, que regulam a existência da sociedade; 
c) final – é o fecho do contrato, seguindo para a última cláusula, em seguida irão as assinaturas dos contratantes e testemunhas.
A simples elaboração do contrato não é suficiente para que a sociedade esteja constituída e apta para agir como pessoa jurídica de direito. Há determinadas formalidades legais que são indispensáveis, para a sua existência: 
a) a assinatura dos contratantes ou mandatários especiais, com poderes expressamente declarados no mandato; 
b) assinatura de duas testemunhas, a seguir à dos sócios; 
c) rubrica dos sócios em todas as folhas do contrato, para autenticá-las;
d) reconhecimento da firma de todas as assinaturas dos contratantes e testemunhas.
Ao realizar o contrato é importante ter a noção da diferença entre capital social e patrimônio social. Capital social é a soma representativa da contribuição dos sócios. É o fundo originário e essencial da sociedade fixado pela vontade dos sócios. Patrimônio social é o patrimônio da sociedade no sentido econômico, isto é, a soma de todos os bens que podem ser objeto de troca possuído pela sociedade, compreendendo não apenas o capital social mas sim, tudo o que a sociedade adquirir ou possuir durante a sua existência.
Outro aspecto importante de análise é a questão dos deveres e direitos. 
São deveres dos sócios nas sociedades empresárias: 
a) tornar efetiva a contribuição prometida – bens móveis ou imóveis ou dinheiro; 
b) responder pelas perdas na mesma proporção que nos lucros; 
c) prestar colaboração conforme convenção social ou da categoria de sócio; e
d) responder perante a sociedade e terceiros pela deterioração e pela perda da sociedade que pode ou não suceder do capital.
São direitos dos sócios: 
a) participar dos lucros sociais, segundo o valor de sua contribuição ou conforme dispuser o contrato; 
b) ter quinhão no acervo social quando liquidada a sociedade; 
c) fiscalizar a gestão social; 
d) tomar parte nas reuniões de sócios ou acionistas; e 
e) discutir ou votar a matéria de interesse social que for objeto de reunião.
Quando a sociedade não tem nenhum contrato que liga os sócios entre si chamamos de sociedade institucional. É o caso da sociedade em que o capital é dividido em ações, limitando a responsabilidade do sócio ao preço de emissão das ações. As ações, títulos representativos da participação societária, são livremente negociáveis. Dessa forma nenhum acionista pode impedir o ingresso de quem quer que seja no quadro associativo. É considerada institucional ou normativa e não contratual, já que nenhum contrato liga os sócios entre si.
 A principal diferença entre as sociedades contratuais (que estamos analisando no momento) e as sociedades institucionais é o modo de dissolução: na sociedade contratual, esta não pode ocorrer simplesmente pela vontade da maioria dos sócios, ou seja, os minoritários podem continuar a sociedade mesmo contra a vontade dos demais; além disso, as causas especificadas de dissolução, como a morte ou a exclusão do sócio devem ser objeto de disposiçãodo contrato social. 
Na sociedade institucional, a dissolução pode ocorrer pela vontade da maioria dos sócios; além disso, podem ser dissolvidas segundo institutos específicos, previstos em leis especiais, como a intervenção e a liquidação extrajudicial.
3.4 Desconsideração da personalidade jurídica
Desconsideração da personalidade jurídica consiste em considerar a personalidade jurídica da empresa ineficaz, relativamente a determinados atos, com o objetivo de impedir a concretização de fraudes e abusos de direito cometidos em nome da personalidade da sociedade empresária.
Os limites para a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica são bastante definidos, e consistem, do ponto de vista do sujeito ativo, no comportamento em fraude à legislação, ao contrato ou aos credores da sociedade, ou ainda, na utilização abusiva do poder, empregando a pessoa jurídica para tais atos; do ponto de vista do sujeito passivo, a proteção do interesse de uma coletividade, prejudicado pelo ato abusivo ou fraudulento.
3.5 Sociedades empresárias e sociedades simples
A nova sistemática trazida pelo Novo Código Civil afastou o critério da Teoria dos Atos de Comércio, e consagrou o critério da Teoria da Empresa consubstanciada no Código Civil italiano, de 1942, reformulando os tipos societários existentes que passaram a ser classificadas como sociedades empresárias ou simples.
O novo critério de identificação da natureza das sociedades faz com que a diferença entre elas não resida mais no objeto social, pois ambas realizam atividades econômicas. O novo elemento de diferenciação é a organização, a forma como a atividade econômica objeto da sociedade é explorada. 
A Sociedade Empresária será aquela que vier a exercer a atividade econômica organizada, por meio da empresa, e não diretamente pelos sócios. Por sua vez, a empresa é uma atividade, e como tal deve ter um sujeito que a exerça, o titular da atividade, que é o empresário. Este é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. E essa organização deve ser de fundamental importância, assumindo prevalência sobre a atividade pessoal do sujeito.
O maior número das sociedades empresárias é formado pelas sociedades por quotas de responsabilidade limitadas, as quais têm o mais amplo espectro, indo desde as micro-empresas ou de pequeno porte até gigantescas sociedades que atuam como holding, ou seja, como entidade de regência de uma rede de sociedades, inclusive anônimas.
A sociedade simples (não empresária), apesar de explorar uma atividade econômica, não o faz de forma organizada, ou seja, não há conjugação de fatores de produção (capital, trabalho, tecnologia e matéria prima), em outras palavras, o modo pelo qual o objeto é explorado não se faz de forma economicamente organizada. Exemplo típico de sociedade econômica não empresária é a constituída entre profissionais do mesmo ramo, como, por exemplo, a dos advogados, médicos ou engenheiros, configurando-se como simples (arts. 966 e 981) cujo contrato social é inscrito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
A sociedade simples abrange as sociedades que não exercem a atividade própria de empresário, podendo assumir algumas formas de tipos societários também destinados as sociedades empresariais (sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade limitada), não o fazendo, irá subordinar-se as normas que lhes são próprias.
Dois são os critérios utilizados para proceder a distinção entre sociedade simples e sociedade empresária: a) objeto social, isto é, a atividade descrita no contrato; e b) forma societária escolhida para o exercício da empresa. A sociedade anônima, por força de lei, será sempre empresária.
São características gerais das sociedades empresárias: 
a) constituem-se por contrato ou estatuto escrito entre duas ou mais pessoas; 
b) nascem com o registro do contrato ou estatuto nas Juntas Comerciais; 
c) têm por nome empresarial uma firma ou denominação social; 
d) possuem várias formas de extinção, como por exemplo: pela vontade dos sócios; extinção do prazo estipulado; falência; ato de autoridade; 
e) possuem vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios; e
f) podem modificar sua estrutura, seu tipo ou se transformar.
A importância da correta identificação da natureza das sociedades, “empresária” ou “não empresária”, se deve às conseqüências práticas-jurídicas impostas pelas novas disposições normativas do Direito Societário.
Em primeiro lugar, cada sociedade deve arquivar seus atos constitutivos em órgão próprio. As sociedades empresárias, no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins (art. 1.150 CC/02), que incumbe à Junta Empresarial de cada ente federativo, enquanto que as sociedades não empresárias, em regra, devem ser registradas no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ).
Segundo, em caso de insolvência, a sociedade empresária fica sujeita, em regra, às Recuperações Judicial e Extrajudicial e à falência, previstas em legislação especial (Lei nº 11.101/2005), com tratamento peculiar, enquanto que as sociedades não empresárias sujeitam-se à insolvência processual civil, prevista no artigo 748 e seguintes, do Código de Processo Civil, que é um sistema de insolvência menos gravoso que o falimentar, face aos inúmeros efeitos da sentença decretada na falência.
Em terceiro, a escrituração do empresário de suas operações nos livros fica sujeita à regras próprias e mais rígidas do que propriamente aos das sociedades não empresariais (artigos 1.179 ao 1.195 CC/02), vez que nosso ordenamento jurídico adotou o sistema francês quanto à escrituração, em que exige livros comuns e especiais e determina os requisitos extrínsecos e intrínsecos dos mesmos, não conferindo liberdade alguma.
Por fim, o empresário individual e a sociedade empresária, quando a falência é decretada judicialmente, pode haver responsabilização pela prática de crimes falimentares, o que não ocorre com o não empresário. Deve-se ressaltar que, no caso das sociedades empresárias, são os administradores que poderão ser responsabilizados criminalmente, pois são estes que sentem os efeitos penais da falência, não sendo considerados falidos tecnicamente, mas sim a sociedade empresária.
São tipos societários/espécies de sociedades empresárias: 
a) sociedade em comandita;
b) sociedade em nome coletivo; 
c) sociedade limitada; 
d) sociedade por ações; e
e) sociedade em comandita por ações.
Quanto à responsabilidade dos sócios, as sociedades podem ser: 
a) limitadas (quando a responsabilidade de cada sócio restringe-se à sua contribuição individual ou ao valor do capital social); 
b) ilimitadas (quando todos os sócios respondem ilimitadamente e solidariamente pelas obrigações societárias); e
c) mistas (quando a responsabilidade de alguns sócios é limitada e as de outros sócios, ilimitadas).
As sociedades quanto a personalidade jurídica classificam-se em sociedades personificadas e sociedades não personificadas.
As sociedades são personificadas quando possuem o registro no órgão competente e adquirem a personalidade jurídica, são elas as sociedades simples, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade limitada, sociedade anônima, sociedade em comandita por ações, sociedade cooperativa. As sociedades são não-personificadas quando não possuem o registro no órgão competente e, portanto não adquirem personalidade jurídica, são elas as sociedades em comum e as sociedades em conta de participação.
As sociedades empresárias adquirem personalidade jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos no registro próprio, que é o Registro Público das Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais.
Quanto a estrutura econômica as sociedades podem ser de pessoas e de capitais. Consideram-se sociedades de pessoas aquelas nas quais a pessoa dos sócios tem papel preponderante, não só nasua constituição como durante toda a sua vida, que fica a eles subordinada; morrendo ou afastando-se um sócio, o fato se reflete na sociedade, que se dissolve por desaparecimento da chamada affectio-societatis. São sociedades de pessoas:
a) sociedade em comandita; 
b) sociedade em nome coletivo; e
c) sociedade limitada. 
As sociedades de capitais são aquelas em que a pessoa dos sócios não é levada em conta para a constituição e funcionamento da sociedade, não sofrendo assim qualquer conseqüência com sua morte ou incapacidade. Importante é a contribuição do sócio para o capital social. O capital social pode ser constituído por bens (móveis ou imóveis) ou por dinheiro. As sociedades de capitais são representadas pelas sociedades anônimas e as sociedades em comandita por ações, em que os sócios somente respondem além da sua contribuição para o capital social enquanto desempenharem funções de gerentes ou diretores.
Chama-se sociedade de fato aquela que exercita atividade econômica sem se haver constituído legalmente, não possuindo assim personalidade jurídica. São sociedades irregulares aquelas constituídas legalmente, porém que possuem alguma irregularidade no decorrer de sua existência, exemplo: uma sociedade em comandita com prazo determinado, vencido o prazo e não feita a alteração contratual a sociedade passará a funcionar irregularmente.
Resumindo o que vimos até agora sobre sociedades no NCC podemos concluir que as sociedades se classificam da seguinte maneira:
SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA
1. Sociedade em Comum
2. Sociedade em Conta de Participação
SOCIEDADE PERSONIFICADA
1. Sociedade Simples
2. Sociedade Empresária
Tipos societários da sociedade empresária
a) Sociedade em Nome Coletivo
b) Sociedade em Comandita Simples
c) Sociedade Limitada
d) Sociedade Anônima
e) Sociedade em Comandita por Ações
Tipos societários da sociedade simples
a) Sociedade simples pura (simples “simples”)
b) Sociedade simples limitada
c) Sociedade simples em nome coletivo
d) Sociedade simples em comandita simples
3.6 Sociedade em comum
Sociedade em comum (ou sociedade de fato) é a sociedade empresária ou a sociedade simples que explora atividade econômica sem registro prévio dos atos constitutivos, segundo exigidos por lei. Não era regulada especificamente pelo Código Comercial na parte revogada, hoje, rege-se pelo novo Código Civil em seu artigo 986 e seguintes.
A existência da sociedade em comum pode ser provada: 
a) pelos sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito; 
b) por terceiros, por quaisquer meios de prova admitidos em Direito.
Os bens e as dívidas em comum constituem patrimônio especial, do qual são titulares os sócios em comum. 
Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.
Na sociedade em comum, todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no artigo 1.024 do novo Código Civil, aquele que contratou pela sociedade. Benefício de ordem é aquele que permite que os bens particulares dos sócios somente sejam executados por dívidas da sociedade depois que os bens da sociedade o tenham sido. Na sociedade em comum, o sócio que contratou em nome dela perderá este benefício, o que constitui uma das sanções a que se sujeitam os que exercerem a atividade econômica de forma irregular.
São as principais características da sociedade em comum: 
a) não possuir personalidade jurídica, pois seus atos constitutivos, se existirem, não foram registrados no órgão competente; 
b) ter domicílio certo; e
c) estarem sujeitas a falência.
A sociedade em comum, mesmo não tendo personalidade jurídica plena, tem capacidade processual podendo participar da relação jurídico-processual, tanto no pólo ativo quanto no pólo passivo.
A sociedade em comum é representada em juízo, pelo sócio que lhe administra os bens.
3.7 Sociedade em conta de participação
Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob a sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social.
Este tipo de sociedade surgiu das antigas sociedades em comandita, que exploravam os contratos de comanda em que o sócio comanditário (comendador/investidor) ficava oculto, ficando a negociação e a responsabilidade com o comanditado (diretor). Apesar da regulamentação desta, depositando-se nos registros o nome de todos os sócios, continuaram a fazerem-se os contratos com as sociedades de sócios ocultos, ou seja, com aqueles que, embora conhecidos de terceiros, não agem em nome da sociedade, não assumindo assim compromissos pessoais.
Sendo forma especial de sociedade, existente apenas entre os sócios, a sociedade em conta de participação não está ela sujeita às formalidades exigíveis para os demais tipos, podendo constituir-se mediante contrato escrito ou não, e pode provar-se por todos os meios de direito.
Os sócios desta sociedade são ostensivos os sócios empresários, por intermédio dos quais são feitas as transações da sociedade, e ocultos os que, sendo ou não empresários, não assumem obrigações para com terceiros, mas apenas para com seus sócios.
Quanto a natureza desta sociedade existindo apenas entre os sócios, é chamada de sociedade oculta, e não será arquivada, aparecendo a terceiros apenas o sócio ostensivo ou gerente, que realiza as operações da entidade em seu próprio nome e por elas responde pessoalmente.
Esta sociedade não é considerada ilegal, pois embora seja uma sociedade oculta, é regular e legal, sendo disciplinada por lei. O sócio ostensivo tem o dever legal de registrar, em seus livros empresariais todas as operações referentes à participação em que figure como contratante ou responsável.
Esta sociedade apresenta outras características como: não pode possuir uma firma social, que faz certa a existência da pessoa jurídica; em geral é temporária ou provisória, ainda formada para uma ou algumas operações, não possui livros próprios, fazendo-se seus lançamentos nos livros do sócio ostensivo. Ou seja, esta sociedade não possui patrimônio próprio e nem personalidade jurídica, sendo formada para realizar negócios de curta duração extinguindo-se após sua concretização.
Quanto a responsabilidade dos sócios na sociedade em conta de participação, o sócio ostensivo é o único que se obriga para com terceiros. Os demais sócios somente se obrigam perante o sócio ostensivo, nos limites precisos das transações e obrigações sociais, conforme estabelecido no contrato particular entre o sócio ostensivo e o sócio oculto.
Os sócios ocultos não poderão ser declarados falidos por obrigações assumidas pela sociedade, pois os sócios ocultos não figuram, nas relações jurídicas com terceiros; somente os sócios ostensivos podem assumir obrigações pela sociedade.
Não sendo pessoa jurídica, a sociedade em conta de participação não possui nome, atuando sob a firma do sócio ostensivo, que é o empresário. 
3.8 Sociedade em nome coletivo
Segundo o artigo 1.039 do novo Código Civil, somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
O que a distingue das demais é a responsabilidade ilimitada e solidária de todo e de cada um dos sócios pelas obrigações sociais, conforme o artigo 1.039 do novo Código Civil.
A sociedade é constituída com no mínimo, com duas pessoas, na livre administração de suas pessoas e bens, por escritura pública ou particular, revestida das formalidades legais, devidamentearquivada e publicada.
A gerência desta sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.
O nome empresarial da sociedade em nome coletivo é formado por uma firma, contendo o nome de um, alguns, ou todos os sócios, acompanhado da palavra & Cia.
Exemplo – João Alves, Luciano Pereira e Jonas Nunes – Sócios
Nome empresarial – João Alves & Cia; Alves, Pereira & Cia; João Alves, Luciano Pereira & Jonas Nunes
Em uma sociedade em nome coletivo a responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada.
As vantagens deste tipo de sociedade é a responsabilidade ilimitada que pesa sobre cada um, incentivando os sócios a “se entregarem honesta e dedicadamente, com todas as forças e entusiasmo aos negócios da sociedade, encorajados pela garantia oferecida pelo patrimônio particular dos sócios, a concessão de maior e mais amplo crédito a tal sociedade”.
As desvantagens são maiores do que as vantagens, pois os sócios têm maiores riscos e responsabilidades, pelo fato de serem ilimitadamente responsáveis. 
3.9 Sociedade em comandita simples
Segundo o artigo 1.045 do novo Código Civil, na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados (diretor), pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários (investidor), obrigados somente pelo valor de sua quota.
Segundo o artigo 1.046 do mesmo diploma legal, aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis.
A característica fundamental desta sociedade é a sua dupla categoria de sócios: os sócios comanditados que, além da quota com que contribuem para o fundo social, são ilimitadamente responsáveis pelas obrigações da sociedade, como nas coletivas, e os comanditários cuja responsabilidade pelas obrigações contraídas pela sociedade vai apenas até o limite da quota subscrita, ou seja, não se obrigam além dos fundos com que entram para a sociedade. 
Os sócios comanditários (investidores) possuem uma responsabilidade limitada e os sócios comanditados (diretores) uma responsabilidade ilimitada.
Os sócios comanditados deverão contribuir com capital e trabalho e os sócios comanditários somente contribuirão com capital.
O nome empresarial da sociedade em comandita simples é formado pelo nome de um, alguns ou todos os nomes dos sócios comanditados, mais a palavra & Cia, omitindo o nome de alguns dos sócios comanditados e de todos os sócios comanditários.
Exemplo: João Alves e Lucas Pires – sócios comanditados, Pedro Lima e Jonas Nunes – sócios comanditários.
Nome empresarial – João Alves & Cia; Lucas Pires & Cia; João Alves, Lucas Pires & Cia.
 A administração da sociedade é confiada aos comanditados que se apresentam ostensivamente a terceiros como órgãos sociais, cabendo aos comanditários a fiscalização e vigilância de suas atividades.
A sociedade é constituída mediante contrato, entre pessoas capazes de se obrigarem juridicamente, e do qual devem constar as cláusulas do artigo 997 do novo Código Civil, devendo ser regularmente registrado no órgão competente.
Não é somente empresários que podem pertencer a esta sociedade, embora apenas como comanditário, podem dela participar até pessoas que estejam individualmente impedidas de exercer a atividade econômica ou de participar da sociedade empresária, exatamente porque sua responsabilidade é limitada apenas ao valor com que entram para a sociedade.
A gerência da sociedade em comandita simples somente poderá ser exercida por um ou alguns dos sócios de responsabilidade ilimitada, conforme o contrato designar.
No silêncio do contrato, a gerência da sociedade poderá ser exercida por qualquer dos sócios comanditados, vigorando para ela o disposto no artigo 1.046 e parágrafo único do novo Código Civil, relativo à sociedade em nome coletivo.
Esta sociedade apresenta vantagem em relação a terceiros, de maior garantia decorrente da responsabilidade individual e ilimitada dos sócios comanditados, embora isso, na justiça, pouca valia apresente, já que o comanditado não tem lá seus recursos próprios, arriscando apenas o capital dos comanditários.
As desvantagens são maiores que as vantagens, pois os comanditários são reduzidos à condição de prestadores de capital, sem administração, e tidos como peso morto pelos comanditados que são os que realmente trabalham. Também a garantia a terceiros é bastante discutível.
3.10 Sociedade limitada
A Sociedade Limitada  constitui a sociedade empresária mais utilizada no Brasil atualmente,  por isso ela deve ser olhada mais de perto.
O sucesso dessa espécie societária entre os empreendedores brasileiros justifica-se, principalmente, em razão de dois fatores: limitação da responsabilidade de todos os sócios e facilidade de constituição. 
Quando comparada à sociedade anônima, a sociedade limitada destaca-se por exigir menos formalidades na sua administração, constituição simplificada e contabilidade menos complexa, tornando-se mais adequada à exploração da atividade econômica quando os sócios possuem o capital suficiente para o desenvolvimento da empresa, não necessitando da captação de recursos junto ao mercado de capitais, e no caso do objeto social não exigir a adoção obrigatória da sociedade anônima, como ocorre, por exemplo, no caso das seguradoras, empresa de leasing e instituições financeiras.
Sociedade limitada é aquela formada por duas ou mais pessoas, assumindo todas, de forma subsidiária, responsabilidade solidária pela integralização do capital social.
Se antes a sociedade limitada era regido pelo Decreto 3.708/1919, com a entrada em vigor do Código civil, passou a ter suas normas estampadas nos artigos 1052 a 1087 da atual norma.
A sociedade por quotas de responsabilidade limitada possui as seguintes características:
a) sociedade de pessoas;
b) sociedade cuja responsabilidade dos sócios é limitada ao capital constante na última alteração contratual; e
c) sociedade cujo nome empresarial é dado por razão social ou denominação.
Hoje a sociedade por quotas de responsabilidade limitada passou a se chamar simplesmente sociedade limitada e teve mudanças significativas principalmente quanto à sua administração, deliberação dos sócios e mesmo quanto a sua expulsão. Mas todas as regras deverão ser previstas na constituição do contrato social uma vez que em sua omissão elas serão consideradas sociedades simples onde os sócios são responsáveis ilimitadamente.
Assim, o contrato social deverá prever a regência supletiva da sociedade anônima no que couber. Esta foi a primordial mudança na lei.
Em princípio a responsabilidade de cada sócio é pelo valor das respectivas quotas, respondendo cada sócio pelo valor de sua quota-parte. Mas, todos são solidários pela integralização do total do capital social.
A sociedade limitada é constituída por contrato escrito (instrumento público ou privado) mencionando as indicações do artigo 997 do novo Código Civil e observadas as regras do artigo 104 do mesmo diploma legal: 
a) agente capaz; 
b) objeto lícito; e
c) forma prescrita ou não defesa em lei. Rege-se pelo Capítulo IV do novo Código Civil, e nas omissões pelas normas da sociedade simples e pela regência supletiva das normas da sociedade anônima.
Se o contrato, ou estatuto, não mencionar a cláusula de responsabilidade limitada do sócio eles responderão ilimitadamente. 
A sociedade limitada pode adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final “limitada” ou a sua abreviatura. A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.
A omissão da palavra “limitada” determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem

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