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Santo Agostinho

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SANTO AGOSTINHO
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE SUA DOUTRINA
www.lia.ufc.br/~rudini/ufla/filos/agostinho.htm
 	Santo Agostinho converteu-se ao Cristianismo no ano 386 da era cristã, aos 32 anos de idade. Antes de sua conversão, Agostinho procurou a sabedoria através da filosofia. Primeiramente com o Maniqueísmo de Fausto (doutrina que prega a existência absoluta do bem e do mal), e depois com o Neoplatonismo de Plotino.
	Após sua conversão, ele organizou uma espécie de comunidade monástica, onde pretendia passar o resto da vida em recolhimento, aprofundando a vocação religiosa e fundamentando racionalmente a fé que abraçara.
	Entre as principais obras de Agostinho, situam-se: Contra os Acadêmicos (386), Solilóquios (387), Do Livre Arbítrio (388-395), De Magistro (389), Confissões (400), Espírito e Letra (412), A Cidade de Deus (413-426) e As Retratações (413-426).
	Em seus escritos, Agostinho sintetizou os componentes da filosofia Patrística como fundamento racional da fé cristã. À síntese que realizou, ele mesmo denominou de filosofia cristã.
	Para Agostinho, a fé e a razão complementam-se na busca da felicidade e da beatitude. A beatitude, para ele, não é alcançada por procedimento intelectual, mas por ato de intuição e fé. Mas a razão se relaciona com a fé no sentido de provar a sua correção. Ou seja, a fé é precedida por certo trabalho da razão e, após obtê-la, a razão a sedimenta.
	A razão relaciona-se, portanto, duplamente com a fé. É necessário compreender para crer, e crer para compreender. Aqui percebe-se que, para Agostinho, a filosofia é apenas um instrumento destinado a um fim que transcende seus próprios limites: a Teologia e a Mística. Apesar disso, Agostinho é considerado um grande filósofo pela penetração filosófica na análise de alguns problemas e na sua grandiosa concepção do mundo, do homem e de Deus.
 	O primeiro problema filosófico, focalizado por Agostinho, logo após a conversão, foi o dos fundamentos do conhecimento, devido a teoria corrente na época de que não é possível encontrar um critério de evidência absoluta e indiscutível, causado pela variabilidade dos sentidos.
	Agostinho resolveu esse problema no diálogo Contra os Acadêmicos. O erro para ele provém dos juízos que se fazem sobre as sensações e não delas próprias. A sensação enquanto tal jamais é falsa. Posteriormente, na Cidade de Deus, Agostinho levou tal argumentação às últimas consequências e antecipou a reflexão cartesiana, formulada doze séculos depois: “Se eu me engano, eu sou, pois aquele que não é não pode ser enganado”. Com isso, atingia a certeza da própria existência.
	Essa primeira certeza permitia a revelação da própria essência do ser humano, ou seja, o homem seria sobretudo um ser pensante e seu pensamento não se confundiria com a materialidade do corpo.
	Tal concepção do homem provinha de Platão, para o qual o homem é definido como uma alma que se serve de um corpo. Agostinho mantém esse conceito com todas as consequências lógicas que ele comporta. Assim o verdadeiro conhecimento não seria a apreensão de objetos exteriores ao sujeito, devido a sua variabilidade, e sim, a descoberta de regras imutáveis, como o princípio ético segundo o qual é necessário fazer o bem e evitar o mal. Tal conhecimento se refere a realidades não sensíveis cujo caráter fundamental seria a necessidade, pois são o que são e não podiam ser diferentes.
	Da necessidade do conhecimento decorreria a sua imutabilidade e, desta, a sua eternidade. Tal conclusão revela dois tipos de conhecimento: um limitado aos sentidos e referente a objetos exteriores ou suas imagens, e outro que constitui a verdade.
	Essa verificação permite a indagação se o próprio homem é a fonte dos conhecimentos perfeitos. Sendo o homem tão mutável quanto as coisas dadas à percepção, ele se inclina reverente diante da verdade que o domina. Assim, só haveria uma resposta possível: a aceitação de que alguma coisa transcende a alma individual e dá fundamento à verdade, Deus.
	Para explicar como é possível ao homem receber de Deus o conhecimento das verdades eternas, Agostinho elabora a doutrina da iluminação divina. Entender algo inteligivelmente eqüivaleria a extrair da alma sua própria inteligibilidade e nada se poderia conhecer intelectualmente que já não se possuísse antes, de modo infuso.
	A semelhança nesse ponto entre Platão e Agostinho, só é desfeita ao compreender a percepção do inteligível na alma, não como uma descoberta de um conteúdo passado, mas como irradiação divina no presente. A luz eterna da razão que procede de Deus atua a todo momento, possibilitando o conhecimento das verdades eternas.
	A iluminação divina, contudo, não dispensa o homem de ter um intelecto próprio. Ela teria a função de tornar o intelecto capaz de pensar corretamente em virtude de uma ordem natural estabelecida por Deus.
	No conhecimento das verdades eternas, a própria luz não é vista, mas serve apenas para iluminar as idéias. Um outro tipo de conhecimento seria aquele no qual o homem contempla a luz divina, olhando o próprio “sol”: a experiência mística.
	A experiência mística revelaria ao homem a existência de Deus e levaria à descoberta dos conhecimentos necessários, eternos e imutáveis existentes na alma. Deus, assim encontrado, é ao mesmo tempo uma realidade imanente e transcendente ao pensamento.
	Mas, por outro lado, a natureza divina escaparia ao alcance do homem. Deus é inefável e mais fácil é dizer o que Ele não é do que tentar defini-lo.
	Segundo Agostinho, a melhor forma de designá-lo é a encontrada no livro Êxodo: “Eu sou o que sou”. Deus seria a realidade total e plena, a “essentia” no mais alto grau.
	Agostinho concebe a unidade divina não como vazia e inerte (como defendia Parmênides de Eléia), mas como plena, viva e guardando dentro de si a multiplicidade. Deus compreende três aspectos: Pai, Filho e Espírito Santo. O Pai é a essência divina em sua insondável profundidade; o Filho é o verbo, lógos, a razão ou a verdade, através da qual Deus se manifesta; o Espírito Santo é o amor, mediante o qual Deus dá nascimento a todos os seres.
	A partir dessa concepção de Deus, Agostinho constrói a doutrina metafísica do bem e do mal, revelando mais uma vez sua dependência filosófica em relação ao neoplatonismo de Plotino.
	Tudo aquilo que é, é necessariamente bom, pois a idéia de bem está implicada na idéia de ser. Deus, portanto, não é a causa do mal, da mesma forma que a matéria também não poderia produzi-lo, pois ela é criatura de Deus. A natureza do mal deve ser encontrado, portanto, no conceito absolutamente contrário ao conceito de Deus como ser, ou seja, no não-ser. O mal fica, assim, destituído de toda a substancialidade. Ele seria apenas a privação do bem. Não existem, como queriam os maniqueus, dois princípios poderosos a reger o mundo, mas tão somente um: Deus, infinitamente bom.
	Deus é a bondade absoluta e o homem é o réprobo miserável condenado à danação eterna e só recuperável mediante a graça divina; Eis o cerne da antropologia agostiniana.
	O homem, feito a semelhança de Deus, desdobra-se em correspondência com a Trindade. As expressões dessa correspondência encontram-se na alma humana: a própria alma (Pai), a razão (Filho) e a fé ou vontade (Espírito Santo).
	De todas essas faculdades, a mais importante é a vontade, pois sendo essencialmente criadora e livre, possibilita ao homem aproximar-se ou afastar-se de Deus. Reside aqui a essência do pecado.
	O pecado é, segundo Agostinho, uma transgressão da lei divina, na medida em que a alma foi criada por Deus para reger o corpo, e o homem, fazendo mal uso do livre arbítrio, inverte essa relação, subordinando a alma ao corpo e caindo na concupiscência e na ignorância.
	Voltada para a matéria, a alma se acaba pelo contato com o sensível, dando a ele sua substância, esvaindo-se no não-ser e considerando-se a si mesma como um corpo.
	No estado de decadência em que se encontra, a alma não pode salvar-se por suas próprias forças. A queda do homem é de inteiraresponsabilidade do livre arbítrio humano, mas este não é suficiente para fazê-lo retornar às origens divinas. Tal poder é privilégio de Deus.
	Chega-se assim à doutrina agostiniana da predestinação e da graça, intensamente combatida pelo monge Pelágio e seus seguidores, na qual nem todos os homens recebem a graça das mãos de Deus. Apenas alguns eleitos que estão, portanto, predestinados a salvação. “Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos”.
www.suapesquisa.com/biografias/santo_agostinho.htm
Introdução 
Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho de Hipona foi um importante bispo cristão e teólogo. Nasceu na região norte da África em 354 e morreu em 430. Era filho de mãe que seguia o cristianismo, porém seu pai era pagão. Logo, em sua formação, teve importante influência do maniqueísmo (sistema religioso que une elementos cristãos e pagãos).
Biografia 
Santo Agostinho ensinou retórica nas cidades italianas de Roma e Milão. Nesta última cidade teve contato com o neoplatonismo cristão. 
Viveu num monastério por um tempo. Em 395, passou a ser bispo, atuando em Hipona (cidade do norte do continente africano). Escreveu diversos sermões importantes. Em “A Cidade de Deus”, Santo Agostinho combate às heresias e a paganismo. Na obra “Confissões” fez uma descrição de sua vida antes da conversão ao cristianismo.
Santo Agostinho analisava a vida levando em consideração a psicologia e o conhecimento da natureza. Porém, o conhecimento e as idéias eram de origem divina. 
Para o bispo, nada era mais importante do que a fé em Jesus e em Deus. A Bíblia, por exemplo, deveria ser analisada, levando-se em conta os conhecimentos naturais de cada época. Defendia também a predestinação, conceito teológico que afirma que a vida de todas as pessoas é traçada anteriormente por Deus. 
As obras de Santo Agostinho influenciaram muito o pensamento teológico da Igreja Católica na Idade Média.
Morreu em 28 de agosto (dia suposto) de 420, durante um ataque dos vândalos (povo bárbaro germânico) ao norte da África.
Santo Agostinho é considerado o santo protetor dos teólogos, impressores e cervejeiros. Seu dia é 28 de agosto, dia de sua suposta morte.
Algumas obras de Santo Agostinho:
- Da Doutrina Cristã (397-426)
- Confissões (397-398)
- A Cidade de Deus (413-426)
- Da Trindade (400-416)
- Retratações 
- De Magistro 
- Conhecendo a si mesmo
Frases e Pensamentos de Santo Agostinho:
- "Se dois amigos pedirem para você julgar uma disputa, não aceite, pois você irá perder um amigo. Porém, se dois estranhos pedirem a mesma coisa, aceite, pois você irá ganhar um amigo." 
- "Milagres não são contrários à natureza, mas apenas contrários ao que entendemos sobre a natureza." 
- "Certamente estamos na mesma categoria das bestas; toda ação da vida animal diz respeito a buscar o prazer e evitar a dor." 
- "Se você acredita no que lhe agrada nos evangelhos e rejeita o que não gosta, não é nos evangelhos que você crê, mas em você." 
- "Ter fé é acreditar nas coisas que você não vê; a recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita." 
- "A pessoa que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar." 
- "A confissão das más ações é o passo inicial para a prática de boas ações." 
- "A verdadeira medida do amor é não ter medida." 
- "Orgulho não é grandeza, mas inchaço. E o que está inchado parece grande, mas não é sadio."

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