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AULA 5 – EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR 1º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADVOGADO(A), brasileiro (a), estado civil, advogado, inscrito na OAB sob o número..., com endereço profissional à rua..., número..., bairro, cidade, Estado, CEP, vem impetrar HABEAS CORPUS Em favor de MATILDE, brasileira, estado civil, profissão, portadora da carteira de identidade n° xxx, inscrita no CPF sob o nº xxx, residente e domiciliada na na Rua..., casa xxx, n° xxx, Bairo..., nesta cidade, CEP.: xxx, em razão de ato praticado pelo JUIZ DE DIREITO DA 10º VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I – DOS FATOS A paciente é domiciliada na cidade do Rio de Janeiro e está sendo executada por seus filhos Jane e Gilson Pires, menores, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai, Gildo, pelo rito do artigo 911 do CPC. Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo da 10ª Vara de Família da Capital, a paciente foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente aos últimos cinco meses não pagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de Família . Ocorre que a paciente está desempregada há 1 ano, fruto da grave situação econômica em que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar. Diante da real impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida, o magistrado decretou a prisão da mesma, pelo prazo de sessenta dias. II – DOS FUNDAMENTOS O caso em tela elenca a Súmula 309 do STJ, que aduz o entendimento que: “o débito alimentar que autoriza a prisão civil do devedor de alimentante é o que compreende as 03 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e os que se vencerem no curso do processo”. Frisa-se que o artigo 582, §3º do Código de Processo Civil também estabelece a regra dos 3 últimos meses. E, ainda, a Requerente encontra-se desempregada, por isso não deixou de pagar por negligência e sim por impossibilidade. Prevê o art. 5º, LXVII, da CRFB que estabelece o requisito para decretar a prisão o inadimplemento voluntário e inescusável da obrigação alimentícia. Finalizando, o art. 1º, III, da CRFB, cerceamento da liberdade de locomoção da paciente, sendo certo que a manutenção da decisão, ora atacada, culminará em prejuízo irreparável a paciente, que poderá ser presa em razão de um débito com excesso de execução, sendo certo que a prisão impossibilitará a sua busca incessante por emprego e não terá como pagar os alimentos. III – DA LIMINAR O fumus boni iuris está presente pois flagrante os fatos narrados restando pacífico o entendimento jurisprudencial quanto a prisão apenas por dívida dos últimos 3 meses. O periculum in mora está na lesão do direito de locomoção da paciente requerendo liminar para sanar a ilegalidade do ato. IV – DOS PEDIDOS Diante do exposto requer: A)Seja deferida a liminar para determinar ao Juízo o recolhimento, independentemente de cumprimento do mandado de prisão já expedido, ou, alternativamente, caso já cumprido o mandado seja determinada a imediata colocação em liberdade da paciente. B) A notificação da Autoridade Coatora, o Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 10ª Vara de Família da Comarca da Capital. C) A concessão do Habeas Corpus com a expedição de salvo conduto a paciente. Nestes Termos, Pede deferimento. Local e data. Advogado / OAB.
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