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1 ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL – ESTUDO DIRIGIDO Referência: A organização municipal e a política urbana. Curitiba: Editora InterSaberes 1ª. edição 2012. Autor: Jorga Luiz Bernardi. Observem que este material “Estudo Dirigido” é de autoria de nossa Instituição e destinado ao estudo dos alunos a ela vinculados, portanto sua reprodução, divulgação ou uso indevido poderá ser objeto de aplicação dos procedimentos e penas relativas à Lei dos Direitos Autorais. Neste breve resumo, destacamos a importância para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse é apenas um material complementar, que juntamente com os livros, vídeos e os slides das aulas compõem o referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize- os da melhor maneira possível. Bons estudos! 2 TEMA: CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO Concessão de direito real de uso: Ocorre quando a posse de um bem público é transmitida de forma gratuita de um para outro órgão público, por tempo certo ou indeterminado, devendo ser utilizado de acordo com condições pré estabelecidas no termo próprio da cessão. Quando esta, por sua vez, ocorrer entre órgãos da Administração municipal, não dependerá de autorização legislativa; se, no entanto, acontecer entre órgãos de esferas diferentes, município e estado ou União, será necessária uma lei municipal autorizando-a. Na cessão de uso, apenas a posse do bem passa de um órgão para outro. Já o domínio continua com o órgão cedente. Trata-se de uma medida gratuita de colaboração entre os entes da Administração Pública. É o contrato pelo qual o município transfere ao particular a posse de imóvel público para determinadas atividades específicas como construção de moradia, fins comerciais, industriais, educacionais, agrícolas entre outras. TEMA: PROCESSO DE COMPRA A compra é a forma mais comum de aquisição de bens pelo município. Conforme a Lei das Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993, art. 6º), a definição legal de compra é “toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente”. Isso significa que, quando ocorre a aquisição de bens pelo município, e este remunera o fornecedor — à vista ou de forma parcelada —, ocorre uma compra. Para que ela seja processada, a Administração municipal deve observar algumas regras estabelecidas nessa lei que regulamenta a norma constitucional determinando que as obras, serviços, compras e alienações deverão ser contratadas mediante processo público de licitação que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes (art. 37, XXI, CF). Na aquisição dos bens, devem ser obedecidas as modalidades de licitação, que são a concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso e o leilão. De acordo com o valor da aquisição, é adotada uma modalidade de licitação. Nas compras de valor pequeno (até R$ 8.000,00) e em alguns casos especiais, a lei dispensa a licitação, uma vez que o processo poderá custar mais que o próprio valor da 3 aquisição, além de emperrar a Administração, causando mais prejuízos que benefícios. TEMA: BENS DE USO COMUM DO POVO Os bens de uso comum do povo: São de domínio público e podem ser utilizados por qualquer cidadão, a qualquer hora, independentemente da autorização de autoridade. Como o nome já diz, são de uso comum do povo, em geral. Dessa forma, as pessoas que utilizam esses bens são anônimas. Não há nenhuma ressalva e restrição para o seu uso. Além disso, o poder público não pode limitar a frequência de utilização dos bens. O Código Civil estabelece que os bens de uso comum do povo são aqueles que a população pode utilizar livremente: as ruas, as praças, os parques públicos, as estradas, os rios, as praias, os lagos, as águas do mar, as ilhas oceânicas, entre outros. A esses bens, segundo Meirelles (1993b, p. 232), “só se admitem regulamentações gerais, de ordem pública, preservadoras da segurança, da higiene, da saúde, da moral e dos bons costumes, sem particularizações de pessoas ou categorias sociais”. Embora de uso comum do povo, esses bens estão sob a guarda, vigilância e administração da prefeitura. É o caso de ruas, praças, avenidas, parques e outros. Além disso, não estão sujeitos a registros imobiliários. TEMA: ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO MUNICIPAL As atribuições são, basicamente, sancionar, promulgar e fazer publicar leis, decretos e outros atos municipais e vetar projetos de lei. A Constituição Federal (1988) definiu que as atribuições do Prefeito estariam elencadas na Lei Orgânica de cada município, porém a Constituição Federal (1988) definiu que as atribuições do Prefeito estariam elencadas na Lei Orgânica de cada município e, basicamente, se resumem a nomear e exonerar seus secretários e servidores; executar o orçamento; iniciar o processo legislativo; sancionar, promulgar e fazer publicar leis, decretos e outros atos municipais; vetar projetos de lei; dispor a respeito da organização e funcionamento da Administração e do funcionalismo; 4 prestar contas a Câmara; celebrar convênios; fixar preços de serviços públicos etc. TEMA: VEREADOR O termo vereador, do verbo verear, significa “pessoa que vereia, que cuida, protege”. No passado, era a sentinela que vigiava, protegendo a comunidade contra a ação de intrusos. Também o termo quer dizer “verificar sobre a boa polícia”, “reger”, “cuidar do bem público pelo bem-estar dos munícipes”. Também segundo anotações de Cândido Mendes de Almeida, no 1º. Livro das Ordenações do Código Philippino, os “vereadores são os membros da Câmara, Cúria ou assembleia do município que o representam e lhe administram as rendas." TEMA: ESPÉCIES DE TRIBUTOS Tudo o que é recolhido em dinheiro para os cofres do Poder Público, que não seja multa e seja instituído por lei é considerado tributo. Os impostos, as taxas e as contribuições são, portanto, tributos. A Constituição Federal estabelece as espécies de tributos que os entes da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) poderão instituir. São eles: impostos, taxas e contribuições de melhorias (art. 145, I a III, CF). Os impostos próprios e exclusivos que os municípios podem instituir por meio de lei municipal são atualmente apenas três e estão previstos constitucionalmente (art. 156, CF). São eles: o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISQN ou ISS) e o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) — inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso. A contribuição de melhoria é a terceira modalidade de tributos que o município pode instituir e é decorrente de obra pública (art. 145, III, CF). Esse tributo possui como fato gerador a valorização do imóvel tendo em vista a realização de obras públicas por parte do município. Quando um terreno foi valorizado, por exemplo, como consequência da pavimentação asfáltica de determinada rua com a qual ele possui testada, a prefeitura pode estabelecer uma contribuição 5 pelo acréscimo no valor patrimonial por ele sofrido. Nessa situação, o máximo que a prefeitura pode cobrar de contribuição de melhoria é o limite da valorização acrescida ao imóvel, não o valor da obra, mas quanto ela valorizou o imóvel. Ou seja, se a obra custou R$ 100,00, e o imóvel que valia R$ 30,00 passou a valerR$ 35,00 com a obra pública, o município poderá cobrar apenas R$ 5,00 do proprietário dele. TEMA: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E ÂMBITO MUNICIPAL A administração direta ou centralizada, compreende os órgãos diretamente ligados à estrutura administrativa do Poder Executivo (Federal, Estadual/Distrital ou Municipal) e que prestam serviços à comunidade diretamente em seu nome e sob sua própria responsabilidade. No âmbito do Município, ela é a estrutura organizacional da Prefeitura com suas secretarias, assessorias, departamentos, divisões, serviços e etc. Conforme estabelecido na Constituição de 1988, o município possui competências comuns com a União e os estados, competências legislativas suplementares e competências próprias. TEMA: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA A administração pública indireta é o fato de que a execução ou titularidade da competência Administrativa é concedida por outorga ou delegação a outras entidades. Administração indireta ou descentralizada, não é o mesmo que desconcentrada. Na descentralização o serviço público é distribuído por uma ou mais entidades. Já na desconcentração administrativa o serviço é dividido entre vários entes do mesmo órgão objetivando tomar mais simples e mais rápido, objetivando maior eficiência. São entidades da administração indireta: Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e Fundação Públicas e as empresas privadas ou particulares. 6 TEMA: OSCIPS (ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE SOCIAL) As Oscips são pessoas jurídicas de direito privado, criadas na forma de associações, sem fins lucrativos, e que adquirem esta condição ao serem registradas junto ao Ministério da Justiça, de acordo com a legislação em vigor (Lei 9.790/99). As Oscips, para serem consideradas como tal de acordo com a lei, devem ter por objetivos sociais, pelo menos uma das finalidades a seguir enumeradas: promoção da assistência social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita da educação; promoção gratuita da saúde; promoção da segurança alimentar e nutricional. Além disso, elas também devem acrescentar aos seus objetivos: a defesa, a preservação e a conservação do meio ambiente; a promoção do desenvolvimento sustentável, do voluntariado, do desenvolvimento econômico e social, do combate à pobreza, dos direitos estabelecidos, bem como a construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; a promoção da ética da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; a experimentação – não lucrativa – de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alternativos de produção, de comércio, de emprego e de crédito; a realização de estudos e pesquisas; o desenvolvimento de tecnologias alternativas; a produção e a divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos. TEMA: PODER DE POLÍCIA O Estado, de forma legítima, pode utilizar a força física para coibir abusos do convívio social em quem desrespeita a ordem jurídica e prejudica toda sociedade. O Município é um dos entes que compõe o Estado. O Poder de Polícia é o poder-dever que o ente municipal não pode prescindir para que efetivamente se estabeleça o bem comum. Trata-se de uma faculdade que deve ser exercida pela Administração Pública no sentido de restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos, para assegurar a ordem pública. Pode-se dizer que este é um dever indeclinável da Administração Pública que objetiva a 7 proteção social e fundamenta-se na supremacia que ela exerce sobre todos. Quando a conduta das pessoas, físicas ou jurídicas, afeta a ordem pública colocando em risco a sociedade em geral, a Administração Pública deve agir por intermédio de seus agentes, pelo poder de polícia, de forma preventiva ou repressiva, conforme o caso. O que está em jogo é o interesse público, e quando ocorrem situações antissociais a Administração Municipal deve atuar energicamente para conter essas ações. Nas atividades sob o controle da Administração Pública existem inúmeras áreas em que o Município exerce o Poder de Polícia. O que há são setores (áreas) onde ela atua. As mais comuns são: a) Polícia Sanitária; b) Polícia Edilícia (Construções ou Obras); c) Polícia de Meio Ambiente; d) Polícia de Costumes; e) Polícia de Trânsito; f) Polícia de Comércio; g) Polícia de atividades urbanas. Polícia de trânsito: Tem por objetivo fazer cumprir as normas de trânsito e garantir segurança e tranquilidade aos pedestres e motoristas, coibindo os abusos nas vias públicas. Dentro desse contexto, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB)* estabelece o Sistema Nacional de Trânsito, que se constitui num conjunto de órgãos e entidades da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e que tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades. (Brasil, 1997a, art. 5º) Polícia Edilícia ou Polícia de Edificações é a polícia que atua sobre o ambiente em construção ou construído tem uma denominação específica. Também pode ser denominada de polícia de edificações, uma vez que atua sobre o ambiente em construção ou construído. É poder-dever do município fiscalizar as construções já existentes e as que estão em processo de ruína e demolição 8 devido aos perigos e ameaças que elas podem representar para a população. Ele pode, inclusive, determinar a interdição e a demolição de prédios que coloquem em risco a segurança pública. Nesse sentido, destacamos que uma das principais atividades municipais é fiscalizar os edifícios e as construções de um modo geral, sejam obras públicas, sejam particulares. Cabe ainda à polícia edilícia a função de fiscalizar e exercer o controle técnico funcional relacionado à obediência das normas urbanísticas (estabelecidas no plano diretor, na Lei de Zoneamento e do Uso e Ocupação do Solo Urbano e no Código de Posturas e de Edificações). A polícia sanitária tem como propósito básico a prevenção de doenças por meio de exigências do cumprimento de normas de higiene pública e pode, eventualmente, em determinado município, fiscalizar também atividades ligadas a questões do meio ambiente, como limpeza pública, esgotamento sanitário e poluição sonora e do ar. A função fiscalizadora dessas atividades, por parte do município pode ocorrer diretamente por meio do cumprimento da legislação municipal própria (Código Sanitário Municipal) ou ainda por meio de atividade delegada por convênios com órgãos federais – como a Anvisa – ou estaduais na aplicação do código do respectivo estado. Atualmente, as atividades da POLÍCIA SANITÁRIA são exercidas por agentes públicos (normalmente por meio da função fiscal), que têm como atribuição fiscalizar estabelecimentos da área de saúde. São exemplos de estabelecimentos da área de saúde que são fiscalizados pelos agentes públicos: Os hospitais, os prontos-socorros, as clínicas e as farmácias; estabelecimentos comerciais que produzem alimentos para serem consumidos no próprio local, como restaurantes, churrascarias, bares, lanchonetes e comércio ambulante de alimentos (cachorro-quente, caldo de cana, sorvete e outros); que produzem alimentos industrializados, como bebidas e água mineral; que de um modo ou de outro, possam afetar a saúdehumana e animal. A polícia sanitária está interligada à saúde pública ou tem sob sua vigilância todas as atividades que a envolvem. Ela objetiva preservar um dos bens mais preciosos do ser humano: a vida. Assim, tem como propósito básico a prevenção de doenças por meio da exigência do cumprimento de normas de higiene pública. 9 O texto que traz a definição legal do poder de polícia é o Código Tributário Nacional (art. 78, Lei nº 5.172/1966), ao estabelecer que: [...] Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. TEMA: PODER LEGISLATIVO O Poder Legislativo Municipal é exercido pela Câmara Municipal, por intermédio de seus membros, os vereadores, eleitos diretamente pelo povo, pelo sistema proporcional, em listas abertas, para o mandato de quatro anos. Podemos dizer que esse é o órgão fundamental da autonomia municipal, uma vez que, como colegiado, delibera, criando as leis que vão produzir efeitos jurídicos na circunscrição do município. TEMA: DÍVIDA FUNDADA Dívida fundada, segundo a o art. 98 da Lei 4.320/64 (art. 98) é a que compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 meses, contraídas para atender desequilíbrio orçamentário ou para financiamento de obras públicas. A dívida fundada deve estar escriturada com a individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer tempo, a posição do empréstimo (serviços de amortização e juros). Também há uma exceção que justifica a não intervenção em razão de dívida fundada, qual seja quando este atraso decorre de força maior. TEMA: CRIMES FUNCIONAIS 10 Os crimes funcionais são aqueles praticados no exercício de função pública e, para efeitos penais, prefeitos ou vereadores são considerados funcionários públicos. Exemplos de crimes funcionais: Peculato (apropriação de dinheiro público), inserção de dados falsos e modificação ou alteração não autorizada em sistema de informação, extravio e sonegação ou inutilização de livro ou documento, emprego irregular de verbas ou rendas públicas e concussão (exigir vantagem indevida). Outros crimes funcionais: o excesso de exação (exigir tributo a mais do contribuinte); a corrupção passiva; a facilitação de contrabando ou descaminho; a prevaricação (retardar ou deixar de praticar atos); a condescendência criminosa; a advocacia administrativa; a violência arbitrária; o abandono da função; o exercício funcional ilegal; a violação do sigilo funcional e do sigilo de proposta de concorrência. Nessa relação, abem ainda os crimes praticados contra as finanças públicas e previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), como a contratação de operação de crédito sem autorização, a inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar, a assunção de obrigação no último ano de mandato ou de legislatura e a ordenação de despesas não autorizadas. Incluem-se, ainda, a prestação de garantia graciosa, o não cancelamento de restos a pagar, o aumento de despesa total com pessoal no último ano de mandato ou de legislatura e a oferta pública ou a colocação de títulos que não tenham sido criados por lei no mercado. Além disso, nessa lei foram incluídos os arts. 359-A a 359-H do Código Penal. TEMA: DESAPROPRIAÇÃO APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA É a forma compulsória que o município possui de incorporar uma propriedade particular ao seu patrimônio. Ela pode ser feita por interesse social ou por 11 utilidade pública. No entanto, a Constituição Federal assegura que deve haver uma justa e prévia indenização em dinheiro. Categorias de desapropriação: ordinária e a extraordinária. A ordinária (prevista no art. 5°, inciso XXIV, e no art. 182, parágrafo 4°, inciso III, da Constituição), que pode recair sobre qualquer tipo de bem (com algumas exceções previstas em lei) e é possível de ser implementada por todos os entes federados (União, estados, Distrito Federal e municípios); e a extraordinária (prevista no art. 184 da Constituição), sendo que apenas a União pode desapropriar, para fins de reforma agrária, por interesse social, o imóvel rural que não esteja cumprindo a sua função social. TEMA: AUTONOMIA MUNICIPAL Sob o aspecto POLÍTICO, a autonomia municipal diz respeito à eleição do prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores, além da competência para elaborar a sua própria lei orgânica. A autonomia municipal deve ser entendida como sua [do município] prerrogativa, atribuída no texto constitucional, de legislar, governar e administrar a comunidade local, sem estar obrigado a acatar a vontade dos outros membros da Federação, dentro dos limites fixados na constituição Federal. TEMA: LEI ORGÂNICA DO MUNICIPAL Embora quem elabore e aprove a Lei Orgânica Municipal sejam os vereadores que compõem a Câmara Municipal, eles não podem estabelecer no regimento interno, por exemplo, que, num primeiro turno, a votação da lei será por maioria (absoluta ou simples). Isso porque, para que seja válido o processo, em cada um dos turnos de votação deve haver sempre a aquiescência de dois terços dos vereadores. O mesmo deve ocorrer no procedimento de votação de emendas à Lei Orgânica, que deve ocorrer em dois turnos, com o interstício de dez dias entre uma e outra votação, sempre com a aprovação de dois terços dos membros da Câmara Municipal para que tenha validade. 12 TEMA: COMISSÕES As comissões especiais, também denominadas de temporárias, encontram-se, por exemplo, a Comissão de Estudos sobre as Enchentes (aquelas que ocorrerem na cidade); as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), que investigam um fato concreto, como o suborno de um secretário municipal; a Comissão Processante, que indicia o prefeito por crime de responsabilidade e que pode redundar na cassação de seu mandato (quando ele descumpre, por exemplo, o mandamento constitucional de aplicar 25% da receita tributária em educação). O poder das COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO (CPIs) possuem o poder de investigação próprio das autoridades judiciais. As CPIs possuem o poder de investigação próprio das autoridades judiciais, portanto, além do previsto no regimento interno da Câmara, elas devem utilizar subsidiariamente para sua atuação (em seus trabalhos) o Código de Processo Penal. Faz-se necessário ressaltar que o poder de investigação de uma CPI é enorme, uma vez que ela pode solicitar ao Judiciário a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos investigados, além de fazer inspeções e auditorias contábeis e financeiras, tanto da Administração direta quanto da Administração indireta do município. Faz-se necessário ressaltar que o poder de investigação de uma CPI é enorme, uma vez que ela pode solicitar ao Judiciário a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos investigados, além de fazer inspeções e auditorias contábeis e financeiras, tanto da Administração direta quanto da Administração indireta do município. O requerimento que propõe a CPI deve ser subscrito por ¹/³ dos membros da Câmara Municipal, para apuração de um fato determinado e por prazo certo. “A conclusão, se for o caso, deve ser encaminhada ao Ministério Público que é competentepara promover a responsabilidade civil e criminal dos infratores e indiciados” (art. 58, § 3º, CF). Para que a Comissão não sofra questionamentos judiciais, é fundamental que o fato a ser investigado seja determinado, evitando-se termos genéricos. 13 TEMA: AGENTES PÚBLICOS - CRIMES Os agentes públicos também estão sujeitos ao cometimento de crimes funcionais, de abuso de autoridade e de responsabilidade. Comentário: Crimes funcionais: são arrolados como crimes funcionais aqueles praticados no exercício da função pública e, para efeitos penais, prefeitos ou vereadores são considerados funcionários públicos. Crimes de abuso de autoridade: Acontecem também casos em que prefeitos e vereadores, no exercício de suas atividades, cometem abusos e, embora estejamos mais propensos a relacionar tais crimes com as autoridades policial e judicial, estes se definem pela prática de atos que ultrapassem, de forma arbitrária, as atribuições de órgãos públicos. Incluem-se aqui portanto, o Legislativo e o Executivo. Crimes de responsabilidade: Os crimes de responsabilidade constituem-se em infrações que violam a norma penal de natureza político-administrativa e são cometidos por agentes públicos (prefeitos e vereadores). Tais atos colocam em risco a probidade da Administração e, em razão deles, além de sanção penal e /ou medida de segurança, perde a função pública. TEMA: BENS PÚBLICOS Conforme o Código Civil (art. 99), são características dos bens públicos – entre eles, os bens municipais – a inalienabilidade, a imprescritibilidade e a impenhorabilidade. Pela inalienabilidade, os bens não devem ser vendidos enquanto possuírem essa característica, que só pode ser alterada por lei (art. 100, CC). Já a imprescritibilidade determina que o bem público não pode ser objeto de usucapião (art. 183, § 3º e art. 191, parágrafo único, CF). Por fim, a impenhorabilidade refere-se ao bem que não pode ser penhorado para a cobrança de determinada dívida que o município possua com particulares ou outro ente público ou privado. São várias as formas administrativas de uso desses bens por particulares. Elas dependem da situação específica e podem ser onerosas ou gratuitas, por tempo certo ou indeterminado, por simples ato ou contrato administrativo. A doutrina apresenta as seguintes formas de uso de bens especiais: autorização, permissão, concessão, cessão de uso e concessão de direito real de uso. 14 TEMA: PREFEITO De acordo com a Constituição de 1889, art. 14, o prefeito poderá concorrer a uma única reeleição imediata ao mandato exercido. O prefeito é um agente político que, segundo Meirelles (1993b), constitui-se em um “componente do governo, investido de mandato, cargos, funções ou comissões, por eleição, nomeação, designação ou delegação para o exercício de funções constitucionais” (p. 521). Nesse sentido, ele tem liberdade de agir dentro dos limites que a lei lhe impõe. Além disso, deve prestar contas de seus atos à Câmara Municipal, já que os componentes desta (vereadores e funcionários) não estão sob o seu comando. Como pessoa jurídica de direito público interno, o município tem, no prefeito, o seu representante legal – judicial e extrajudicialmente. Ele é eleito juntamente com o vice-prefeito – formando uma chapa única – pelo sistema majoritário, para um mandato de quatro anos, por meio de pleito direto – realizado simultaneamente em todo o Brasil –, podendo concorrer a uma única reeleição (art. 29, I e II, CF). Funções políticas ou governamentais, funções administrativas e executivas, essas funções se justificam pelo fato de o prefeito ser, na verdade, o grande comandante da municipalidade, o responsável pela aplicação dos recursos públicos para que as metas de proporcionar o bem comum sejam atingidas. É ele o administrador, aquele que deve determinar, executar e atentar para que os objetivos propostos sejam alcançados, visando ao bem de todos. Ele é o executor, o líder das ações municipais. TEMA: COMPETÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL Entre as funções da Câmara estão as de: fiscalizadora (está no que concerne ao Executivo); judicial, quando constitui sentença (absolvendo ou condenando) sobre o prefeito e os vereadores nos crimes de responsabilidade e por falta de decoro; e, também, funções administrativas internas. Podemos dizer que é o órgão fundamental da autonomia municipal, uma vez que, como colegiado, delibera criando as leis que vão produzir efeitos jurídicos na circunscrição do município. 15 Entre as funções legislativas da Câmara estão a de legislar sobre os assuntos de interesse local e a de suplementar as legislações federal e estadual no que couber. Podemos dizer que, nesse contexto, cabe ao Legislativo municipal realizar matérias urbanísticas, administrativas, financeiras e tributárias de âmbito local, assim como votar e emendar a Lei Orgânica, o Plano Diretor, as leis orçamentárias, complementares e ordinárias, os decretos legislativos, entre outros. TEMA: FONTES DE RENDA QUE COMPÕEM OS RECURSOS FINANCEIROS DO MUNICÍPIO Exploração de atividades econômicas, o patrimônio, as compensações financeiras pela exploração de recursos naturais (energia elétrica, petróleo etc.) e os negócios realizados com entidades públicas e privadas. O objetivo do Fundo de Participação dos Municípios é a Transferência aos municípios de percentuais da arrecadação dos impostos federais. Ele é composto por 22,5% da arrecadação proveniente do Imposto de Renda e mais 1% do Imposto sobre Produtos Industrializados e mais 1% desses impostos federais, conforme alteração que consta na Emenda Constitucional. TEMA: GUARDAS MUNICIPAIS A fundamentação legal para a constituição de uma guarda municipal está na própria Constituição, a qual assegurou aos municípios, em seu art. 144, parágrafo 8º, o direito de constituírem guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações. A Constituição de 1988, no capítulo destinado à segurança pública, assegurou aos municípios o direito de constituírem guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações (art. 144, § 8º, CF). Nos últimos 20 anos, centenas de municípios brasileiros criaram suas guardas municipais, que, em função da falência da segurança pública verificada na maior parte dos estados do país, acabaram assumindo, ainda que timidamente, funções de 16 policiamento ostensivo e, em alguns casos, atividades auxiliares de polícia judiciária. Também muitas guardas municipais possuem, por força de lei municipal, o poder de polícia em atividades urbanas, como a fiscalização do trânsito, do patrimônio natural e cultural urbano, da saúde, da educação, entre outras. A base para essas atribuições de polícia às guardas municipais encontra- se na própria Constituição, quando esta estabelece como função dessas corporações a proteção dos bens, bem como dos serviços e instalações. Nesse contexto, é de entendimento generalizado que esses são serviços prestados pela municipalidade ao contribuinte, sendo, portanto, área de atuação da Guarda Municipal.
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