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Enf.ambiental e biofísica

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AULA 1: GRANDEZAS FUNDAMENTAIS E GRANDEZAS DERIVADAS
Nascimento da biofísica
Você sabe como e quando nasceu a Biofísica? 
A Biofísica, como ciência, tem origem no século XIX, com objetivo de explicar os fenômenos biológicos utilizando os conhecimentos dos princípios físicos.
O conhecimento da Ciência Física fundamenta vários fenômenos biológicos, como aspectos elétricos, gravitacionais, magnéticos e até mesmo nucleares.
Composição dos seres vivos e do universo
De que se compõem os seres vivos? 
Os seres vivos são compostos por matéria (massa), que utilizam e produzem energia, e ocupam lugar no espaço e vivem na dimensão do tempo.
Qual a composição do universo? 
O universo é composto por: Matéria (M), Energia (E), Espaço (L) e Tempo (T).
Tipos de grandeza: Grandeza física, Fundamental e Derivada.
Agora que já sabemos as composições dos seres vivos e do universo, vamos estudar os tipos de grandezas. São eles:
Grandeza física
Grandeza Física é tudo aquilo que pode ser medido, associado a um valor numérico e a uma unidade.
As grandezas físicas estão relacionadas aos ritmos biológicos circadianos:
Ritmo da termorregulação: Temperatura do corpo
Ritmo no sistema respiratório: Frequência respiratória
Ritmo no sistema cardiovascular: Batimento cardíaco
Grandezas Fundamentais
As Grandezas Fundamentais formam o universo (seres vivos) – qualitativas. Vejamos:
Matéria
Qualquer substância que ocupa lugar no espaço, representada pela quantidade de massa de um corpo.
Energia
Capacidade de gerar trabalho.
Espaço
Relação de distâncias, comprimentos, áreas e volume dos objetos.
Tempo
Sucessão de acontecimentos, de ordem natural como dia e noite, fenômenos físicos, químicos e biológicos.
Grandezas Derivadas
As grandezas derivadas são a combinação das grandezas fundamentais – quantitativas – representas pelo Sistema Internacional de Pesos e Medidas.
Força (F)
2ª lei de Newton, resultado da aceleração, variação da velocidade em um intervalo de tempo. F= m(kg).a(m/s²)=N
Força Gravitacional
Conhecida também por peso, atração entre todas as partículas com massa no universo. 
A constante gravitacional da terra é equivalente a 9,81 m/s².
Trabalho(J)
Força aplicada sobre um corpo, em determinada distância, onde ocorre transferência de energia de um sistema para o outro.
Densidade (d)
Representa a quantidade de matéria existente na unidade de volume dos corpos. A densidade dos tecidos biológicos é próxima a densidade da água, com exceção do tecido ósseo que é muito mais denso. 
d = massa (kg)/volume (m³) = kg/m³
Velocidade (v)
É defenida como sendo o espaço percorrido (Δs) em um intervalo de tempo (Δt).
v= espaço (L) / tempo (T) = Δs (m) / Δt (s) = m/s
Aceleração (a)
Variação da velocidade (Δv) em um intervalo de tempo (Δs).
a = Δv (m/s) / Δt (s) = m/s²
Potência (w)
Capacidade de realizar trabalho em determinado intervalo de tempo.
Pressão (Pa)
Uma força agindo sobre uma área.
Viscosidade (Pa.s) 
Resistência promovida pela dinâmica dos fluídos, líquidos e gases.
Tensão superficial (N/m ou J/m²)
Força necessária para que um objeto penetre em uma superfície liquida.
Grandezas físicas fundamentais
Vejamos, na tabela a seguir, as grandezas físicas fundamentais estabelecidas pelo S.I.:
	
	Grandeza 
	Unidade 
	Símbolo 
	
	Comprimento 
	Metro 
	M
	Fundamentais 
	Massa 
	Quilograma 
	kg
	
	Tempo 
	Segundo
	S
	
	Corrente elétrica
	Ampére 
	A
	
	Temperatura termodinâmica
	Kelvin 
	K
	
	Quantidade de matéria
	Mol 
	Mol
	
	Intensidade luminosa
	Candela 
	cd 
Atividade proposta
A fim de reforçar o que aprendemos ao longo da aula, vamos fazer uma atividade?
Uma mulher de 65 anos apresenta osteoporose na cabeça do fêmur, em ambos os lados do corpo, sabendo que essa doença causa uma perda da densidade mineral óssea, responda: que tipo de grandeza física está relacionada com a osteoporose?
R: Grandeza derivada, densidade que representa a razão entre massa e volume.
AULA 2: VISÃO, FORMAÇÃO DA IMAGEM E PRINCIPAIS DISTÚRBIOS VISUAIS.
Visão
O sentido da visão é complexo e elaborado. Para iniciarmos esse estudo, é importante conhecer as características da onda luminosa. Vejamos a figura a seguir:
Algumas características das ondas eletromagnéticas e o que realmente conseguimos perceber no nosso dia a dia. 
Com isso, podemos concluir que o sistema nervoso só percebe a faixa de frequência da luz visível.
Ondas de rádio, microondas, radiação inflavermelha, radiação ultra violeta, raio x e raio y.
A luz, tal como o som, também se propaga por meio de ondas, embora as ondas luminosas tenham características diferentes das sonoras. As principais diferenças entre elas são:
Onda Sonora:
É propagada através da vibração de partículas em determinado meio material e de ondas longitudinais;
Necessita de um meio para se propagar;
Não se propaga no vazio;
Propaga-se no ar com velocidade de 340m/s;
Propaga-se através de ondas mecânicas.
Onda Luminosa:
Não resulta da vibração de partículas, mas de alterações elétricas e magnéticas;
Propaga-se através de ondas transversais, eletromagnéticas;
Não necessita de um meio para se propagar;
Propaga-se em qualquer meio e no vazio com velocidade de 300.000.000 m/s;
As Radiações com menor frequência, e, por isso, com menor energia, são as Ondas Rádio;
As Radiações com maior frequência, e, por isso, com maior energia, são os Raios ϒ (Raios Gamma);
A Luz Visível é a única que os nossos olhos são capazes de detectar.
Sentidos especiais
Para continuarmos com nosso estudo, é importante conhecer o órgão receptor das ondas luminosas e observar suas características.
A visão é um dos sentidos especiais do corpo humano, faz parte do sistema nervoso sensorial e, através das vias aferentes, carrega toda informação dos órgãos, do sentido até o sistema nervoso.
Audição
Equilíbrio
Gustação
Olfação
Visão 
O olho
O mecanismo da visão acontece através dos olhos, e é a incidência de luz visível nos olhos que fornece a energia necessária para que células especializadas, localizadas em seu interior, sejam excitadas. A interpretação físico-biológica da excitação produzida por essa radiação eletromagnética depende da estrutura do receptor de luz ou do olho (cf. DURÁN, 2010).
O olho é o sistema óptico do ser humano, em que a luz passa por uma abertura variável denominada pupila e é focalizada na retina pelo sistema córnea/cristalino.
A luz, inicialmente, percorre a córnea, o humor aquoso, a íris, o cristalino e o humor vítreo antes de atingir a retina, onde a imagem real invertida do objeto será formada. A partir dessa etapa, o nervo óptico irá transmitir, por meio de estímulo elétrico, a informação para o cérebro (córtex cerebral).
Representação esquemática do olho humano.
	
Formação da imagem
O mecanismo de formação da imagem ocorre por refração da luz, e o principal meio refrativo do olho é a interface ar/córnea. Isso ocorre devido à grande diferença no índice de refração do ar e da córnea.
O olho humano é um sistema óptico convergente que refrata a luz que o penetra pela pupila e converge para sua porção posterior, a retina, para formar uma imagem real e invertida (cf. PASSOS, 2008).
Diante disso, de forma simplificada, o processo de formação da imagem real, desde a entrada da onda luminosa no olho, onde ocorre a refração da luz, até a formação da imagem no córtex cerebral.
O trajeto da visão dentro do sistema nervoso: nervos ópticos - quiasma óptico - trato óptico - corpo geniculado óptico - radiações ópticas - córtex cerebral.
Lentes
Para compreendermos melhor a descrição da formação da imagem pelo olho, precisamos retomar alguns conceitos sobre os tipos de lentes e como elas formam a imagem.
As lentes são dispositivos ópticos que atuam por refração da luz, em geral, feitas de material mais refringente do que o meio em que serão utilizadas. Elas podem ser do tipo Convergente ou Divergente.
Lentes ConvergentesPossuem um foco real e atuam convergindo os raios de luz. Podem ser do tipo biconvexa, plano-convexa, ou côncavo-convexa.
Lentes Divergentes
Possuem um foco virtual e atuam divergindo (afastando) os raios de luz. Podem ser do tipo bicôncava, plano-côncava ou convexo-côncava.
Distúrbios visuais
Quando o globo ocular apresenta alguma dificuldade para focar a imagem sobre a retina, as imagens formadas não são nítidas. Essa condição é definida como ametropia ou erro de refração. Vejamos os tipos de ametropia:
MIOPIA, HIPERMETROPIA, ASTIGMATISMO, PLESBIOPIA, CATARATA E GLAUCOMA.
Para indivíduos com miopia, qual o tipo de lente indicada para correção desse distúrbio?
Devem ser usadas lentes divergentes, para que a imagem possa ser formada na retina. Na miopia a imagem se forma em frente à retina, devido ao aumento no comprimento do globo ocular.
AULA3: SOM E DIMENSÕES DA ONDA SONORA.
Ondas
As ondas são movimentos oscilatórios que se propagam no meio material ou no espaço, transportando energia sem transportar matéria.Podemos classificá-las quanto à sua natureza, direção de propagação e perturbação. Vejamos, primeiramente, a classificação quanto à natureza:
Mecânica:Resultam de perturbação em meios deformáveis ou materiais elásticos e transportam apenas energia mecânica. Não se propagam no vácuo, apenas na matéria.
Exemplos: ondas em superfície líquida (ondas do mar), ondas em cordas (geradas por instrumentos musicais), ondas sonoras (meio de comunicação de diversas espécies de seres vivos, equipamentos para tratamento de saúde, observação do organismo e pesquisas).
Eletromagnética:
Resultam de vibrações de cargas eletromagnéticas. Essas ondas se propagam no vácuo e em alguns meios materiais.
Exemplos: ondas luminosas, ondas de rádio e TV, micro-ondas, raio X, entre outras.
Direção de propagação
Vejamos, agora, a classificação das ondas quanto à sua direção de propagação:
Unidimensionais
A energia se propaga linearmente em uma única dimensão, como em uma corda.
Bidimensionais
A energia se propaga superficialmente em um plano, como na superfície da água.
Tridimensionais
A energia se propaga no espaço em todas as direções, como as ondas sonoras e luminosas.
Perturbação
Vejamos a classificação da onda quanto à perturbação:
Longitudinais
Quando a perturbação é paralela à direção de propagação da onda, como nas ondas sonoras.
Transversais
Quando a perturbação é perpendicular à direção de propagação da onda, como nas ondas produzidas pelas cordas e ondas eletromagnéticas.
Ondas sonoras
São ondas de natureza mecânica, longitudinal, tridimensional e não se propagam no vácuo. Podem viajar através de gases, líquidos e sólidos. No entanto, o vácuo é o melhor isolante acústico.
Nas ondas longitudinais, a partícula e a onda oscilam na mesma direção de propagação. A vibração do primeiro plano de partículas é transferida para o plano seguinte e daí por diante. Dessa forma, todo o meio elástico vibra na mesma direção de propagação, existindo zonas de compressão e de rarefação de partículas.
Acústica
O estudo das ondas sonoras denomina-se Acústica.
O som é a impressão fisiológica produzida pelas ondas sonoras que percorrem um meio elástico e que satisfaz certas frequências e intensidade. Para termos o fenômeno da sensação sonora, é necessário:
Um movimento vibratório de meio material, que pode ser sólido (corda), líquido (água) ou gasoso (ar);
Um meio material elástico entre o corpo vibrante e a orelha.
Qualidades fisiológicas
A audição é um dos cinco sentidos do ser humano e, para que uma pessoa escute, uma gama considerável de eventos precisa acontecer: um som audível deve ser produzido, deve haver um meio para se propagar e que atinja o aparelho auditivo, este deve funcionar e transmitir informações do som (frequência, amplitude, timbre) para o nervo auditivo.
Este último, por sua vez, deve conduzir tais informações, via células auditivas, para o encéfalo, que interpretará o som. É um longo caminho que perpassa muitos fenômenos físicos (cf. RUI, 2007).
Os sons distinguem-se uns dos outros pelas seguintes qualidades fisiológicas:
Altura ou tom do som:
Relaciona-se somente à frequência da onda sonora, as baixas frequências são percebidas como sons graves e as mais altas como sons agudos.
Timbre:
Depende dos harmônicos associados ao som fundamental.
Intensidade:
Está ligada à amplitude das vibrações da onda sonora.
1) Onda é uma denominação que se aplica a todo fenômeno físico em que ocorre propagação de _____________sem a correspondente propagação de__________________. 
(A) movimento - matéria
(B) matéria - energia
(C) energia - calor 
(D) energia - matéria
(E) luz – som
2) Uma onda mecânica ou eletromagnética é uma perturbação que se propaga em um certo meio, a propagação de ondas envolvem sempre:
 (A) aumento de energia.
 (B) transporte de matéria.
 (C) transporte de matéria e energia.
 (D) transporte de energia. 
 (E) perda de energia devida ao transporte de matéria.
AULA 4: AUDIÇÃO É A NOSSA PERCEPÇÃO DO SOM
Orelha
Orelha é o órgão do corpo humano encarregado de transformar as diferenças de pressão das ondas sonoras (som) em pulsos elétricos, que são enviados ao cérebro para reconhecimento e interpretação. É dividida em três partes:
Processos mecânicos ocorrem na orelha externa e na média, já na orelha interna, ocorrem processos mecânicos e elétricos.
Em 2001, a Sociedade Brasileira de Anatomia passou a designar orelha todo o órgão auditivo. A parte visível e externa é chamada de pavilhão auricular.
Divisão da Orelha 
Externa
Média
Interna 
Partes da orelha
Orelha externa
É formada pelo pavilhão auricular (parte externa e mais visível) e pelo canal auditivo externo (meato acústico externo). Por estar em contato com o meio externo, é nesse compartimento que incide o estímulo produzido por uma fonte sonora.
O canal tem aproximadamente 2,5 cm de comprimento e 0,7 cm de diâmetro e termina na membrana timpânica (tímpano). Protege o tímpano esquentando o ar e impedindo, pela presença de pelos e de cerúmen, a entrada de partículas e insetos.
Orelha média
A membrana timpânica é o início da orelha média, uma cavidade cheia de ar que contém três pequenos ossos: martelo, bigorna e estribo.
Outras partes são:
Membrana timpânica: as ondas sonoras provocam variações de pressão que, ao se chocarem com o tímpano, produzem vibração;
Ossículos: formam uma cadeia que se estende da membrana timpânica até a janela oval e seguem a sequência martelo, bigorna e estribo;
Músculos: dois músculos fazem parte da orelha média, o tensor do tímpano e o estapédio (menor músculo estriado do corpo humano). A contração simultânea desses músculos aproxima os ossículos e estira o tímpano;
Tuba auditiva: meio de comunicação entre a orelha média e a nasofaringe. Essa estrutura tem a função de igualar a pressão do ar em ambas as faces do tímpano e se abre durante bocejos e deglutição.
Orelha interna
Composta por três partes que atuam na audição (cóclea) e no equilíbrio (vestíbulo e canais semicirculares), assunto da nossa próxima aula.
Cóclea: suas paredes limitam três tubos enrolados em espiral e cheios de endolinfa, em torno de um eixo central (modíolo). Nesse local, a energia transportada pelo estímulo sonoro será convertida em sinal elétrico.
Estruturas do sistema nervoso
As estruturas do sistema nervoso também participam da audição. Vejamos duas importantes estruturas e seus papéis nesse processo:
Nervo auditivo:
A porção coclear do nervo vestibulococlear (VIII par craniano) é responsável por conduzir o estímulo elétrico, originado nos filetes nervosos ligados à cóclea, ao encéfalo (sistema nervoso central).
Centros auditivos cerebrais:
Região do córtex cerebral com função auditiva, chamado de córtex auditivo.
Estruturas do sistema nervoso
Sinais provenientes dos dois ouvidos são transmitidos para os dois lados do cérebro no lobo temporal; É mantido um alto grau de orientação espacial.
É importante ressaltar que o encéfalo fazparte do sistema auditivo, já que é ele que decodifica os impulsos elétricos gerados na orelha interna.Sem as áreas cerebrais responsáveis pela audição, os sons não teriam sentido.
Os tipos de surdez existentes:
Surdez de transmissão ou condução
Ocorre quando existe impedimento da passagem das ondas sonoras através da orelha externa e média.
Surdez sensorioneural ou de percepção
Quando existe uma lesão no aparelho auditivo ou nas vias e centros nervosos, deve-se ao aumento do limiar de excitabilidade para produzir os potenciais de ação que se propagam pelo nervo.
Surdez central
Quando há lesão das vias nervosas centrais ou do córtex cerebral.
O aparelho auditivo é divido em partes ou compartimentos, quais são?
Orelha externa, orelha média e orelha interna.
Onde ocorre a tradução da onda sonora em estímulo elétrico?
Na orelha interna, nas células ciliadas da cóclea.
Quais os tipos mais comuns de surdez e o local onde ocorrem?
Surdez de transmissão – ocorre na orelha externa e média; surdez sensorioneural – ocorre no aparelho auditivo ou nas vias e centros nervosos; surdez central – quando há lesão das vias nervosas centrais ou do córtex cerebral.
AULA 5: O EQUILIBRIO
O aparelho vestibular
O equilíbrio do corpo humano é resultado da interação do aparelho vestibular, da visão e da propriocepção. Nesta aula, iremos conhecer o aparelho vestibular e entender sua influência sobre o corpo humano.
Funções do Aparelho vestibular
O aparelho vestibular é o receptor da gravidade e da aceleração percebidas pelo nosso corpo, através do qual o sistema nervoso central se mantém a par da posição da cabeça no espaço e de seus movimentos através de órgãos sensitivos.
Ele é o responsável pela manutenção e regulação do tônus muscular, da postura, do equilíbrio estático e dinâmico, da coordenação dos movimentos e da estabilização dos olhos em relação ao ambiente.
O aparelho vestibular e sua divisão
O aparelho vestibular pode ser dividido em Labirinto ósseo e Labirinto Membranoso.
Labirinto ósseo (Canais semicirculares)
São tubos ósseos encaixados na porção petrosa do osso temporal.
Labirinto Membranoso (Vestíbulo)
Onde está localizada a parte funcional dos aparelhos auditivo e vestibular. No seu interior, encontra-se a endolinfa e, no exterior, a perilinfa.
Vestíbulo e Canais Semicirculares
O aparelho vestibular é formado pelo Vestíbulo (sáculo e utrículo) e pelos Canais Semicirculares (canal superior ou anterior, canal posterior e canal lateral ou horizontal com uma das extremidades dilatadas, a ampola), que são os órgãos do sentido do equilíbrio aptos a informar o cérebro quanto à localização do corpo no espaço.
O vestíbulo é uma pequena cavidade localizada entre os canais semicirculares e a cóclea. Compreende o sáculo e o utrículo. No interior do utrículo, encontra-se um órgão sensorial chamado mácula acústica, formado pelas células ciliadas do aparelho vestibular, contendo receptores chamados otólitos.
A mácula do utrículo fica paralela ao chão (quando estamos em pé, detecta acelerações no plano horizontal). Já a mácula do sáculo fica perpendicular ao chão (quando estamos em pé, detecta acelerações no plano vertical).
Influenciados pela gravidade, os otólitos movimentam os cílios das células da mácula, formando impulsos que detectam acelerações lineares. Eles tornam o indivíduo consciente de sua posição no espaço e capaz de movimentos reflexos e voluntários para a manutenção do equilíbrio.
Os canais semicirculares medem as acelerações angulares provocadas pela rotação da cabeça e estão dispostos quase que perpendicularmente uns aos outros, por isso são capazes de detectar acelerações nos três planos. Eles são inervados pelo ramo vestibular do nervo vestibulococlear.
As cristas ampulares estão localizadas no interior da ampola, que fica na base dos canais semicirculares. São formadas por células de suporte e células ciliadas, cujos estereocílios mergulham na cúpula, que vai de um lado ao outro da ampola.
À medida em que a cabeça roda em um determinado sentido, o labirinto membranoso roda no mesmo sentido. A cúpula está presa ao labirinto membranoso, tende a acelerar com ele e, ao deslocar-se na mesma direção do movimento, empurra a endolinfa. Como consequência, a cúpula fica deformada para trás e transmite a deformação às cristas ampulares.
Em resumo: os canais semicirculares são responsáveis por detectar a rotação e o vestíbulo pela aceleração/desaceleração da cabeça.
A informação proveniente do aparelho vestibular e da cóclea é transmitida ao cérebro pelo nervo vestibulococlear (VIII par craniano).
O aparelho vestibular também atua na estabilização do olhar através do reflexo vestíbulo-ocular (controle dos movimentos oculares durante o deslocamento da cabeça).
Distúrbios vestibulares ― Vestibulopatias
Referem-se ao mau funcionamento do aparelho vestibular como consequência de afecções nos trajetos vestibulares centrais ou periféricos.
Centrais
São distúrbios que acometem o sistema nervoso central, como por exemplo, o núcleo vestibular localizado no tronco encefálico ou o cerebelo.
Periféricos
São distúrbios decorrentes do comprometimento do sistema vestibular periférico, dos órgãos e do nervo vestibular.
Os distúrbios vestibulares podem ocasionar no paciente: surdez, zumbido, vertigem, náusea, vômito, nistagmo e até mesmo quedas.
Dentre os distúrbios vestibulares, podemos citar:
Vertigem
Definida por ocasionar ilusões de movimento do corpo ou do ambiente, com caráter rotatório, em decorrência de patologias dos canais semicirculares ou do utrículo, dos nervos vestibulares ou das estruturas centrais. Nas causas centrais, a vertigem é um sintoma comum.
Ataxia
Alteração de equilíbrio com ausência da coordenação motora, que não é ocasionada pelo sistema musculoesquelético, mas ocorre nas vias nervosas relacionadas à sua atividade ou a distúrbios psiquiátricos. Por ser muito complexa pode ser dividida em: vestibular, cerebelar, sensitiva e frontal.
Nistagmo
Reflexo do sistema vestibular sobre a movimentação do globo ocular, que apresenta dois componentes: uma via lenta, com origem em fibras que atravessam o fascículo longitudinal medial e a formação reticular, e uma via rápida, com origem na formação reticular.
Qual a diferença entre labirinto ósseo e labirinto membranoso, e quais são os componentes de cada um?
O labirinto ósseo está intimamente ligado ao osso temporal do crânio. É formado pelos canais semicirculares. Já o labirinto membranoso fica localizado entre os canais semicirculares e a cóclea, é uma região funcional auditiva e vestibular, e é formado pelo vestíbulo.
Diferencie distúrbios vestibulares centrais de periféricos.
Distúrbios centrais são aqueles que acometem o sistema nervoso central, como, por exemplo, o núcleo vestibular localizado no tronco encefálico ou no cerebelo. Os periféricos são os distúrbios decorrentes do comprometimento do sistema vestibular periférico, dos órgãos e do NERVO VESTIBULAR.
AULA 6: TEMPERATURA CORPORAL, REGULAÇÃO DA TEMPERATURA E FEBRE.
Homeotermia
Você sabe o que significa homeotermia?
Trata-se da propriedade que certos corpos possuem de manter sua temperatura constante.
Sabendo disso, podemos considerar o ser humano homeotermo, já que o mesmo possui a capacidade de controlar a temperatura interna do corpo. Para isso, conta com dois mecanismos que são amplamente estudados: Termogênese e Termólise.
Esse controle efetivo é possível devido ao equilíbrio dinâmico entre a quantidade de calor produzida – mecanismos que produzem calor: Termogênese – e a quantidade perdida – mecanismos que dissipam calor: Termólise.
A temperatura corporal, mesmo com variação da temperatura ambiente, mantém-se entre 36,7º e 37º. No entanto, uma pequena variação pode existir em função do local do corpo onde a temperatura foi verificada. Podemos verificar a temperatura na axila, boca, reto, prega inguinal ou sulco inframamário.
Afirmar que o ser humano controla a temperatura interna do corpo significa dizerque, mesmo em situação adversas (calor ou frio) a temperatura interna se mantém constante. O mesmo não ocorre com a temperatura da pele, que pode variar em função da temperatura do ambiente.
Termogênese biológica
A termogênese biológica é o mecanismos biológico que produz calor para manutenção do metabolismo celular basal. Ela pode ser:
Mecânica
Contração muscular involuntária para produzir calor. Gera aumento de 2 a 5 vezes no consumo de O2, o que indica envolvimento da junção neuromuscular com atividade nervosa descontrolada. Exemplo: Calafrio, primeira reação do corpo em situações de frio.
Química
Aumento do metabolismo interno, por meio de reações exotérmicas que ocorrem no metabolismo de açúcares, gorduras e proteínas. Sobretudo no metabolismo das gorduras localizadas no tecido adiposo marrom.
A termogênese química é mais lenta do que a mecânica, no entanto é mais importante na manutenção da temperatura.
Termólise biológica
Trata-se do mecanismo interno de dissipação de calor para manutenção do metabolismo celular basal. Vejamos as formas como o corpo humano pode perder calor:
Vaporização
Passagem do estado líquido para o estado gasoso. No corpo humano, a vaporização ocorre por evaporação da água na pele e nos pulmões. A umidade do ar afeta a evaporação, maior umidade menor evaporação.
Radiação
Perda de calor por ondas eletromagnéticas. Cerca de 60% da perda de calor corporal ocorre por radiação. A pele é a principal fonte de radiação do corpo humano através da emissão raios infravermelhos.
Convecção
Transferência de energia térmica de um sistema para outro que se faz através da movimentação de massas de fluido. Essas correntes se deslocam das regiões mais frias para as mais quentes e vice-versa.
Condução
É a transferência direta de calor de um corpo para outro, quando há contato de um corpo quente e outro frio.
Materiais isolantes
Para ajudar a manter a temperatura corporal constante, algumas partes do corpo funcionam como materiais isolantes. São elas:
Tecidos subcutâneos
Pele 
Gorduras dos tecidos subcutâneos
Termorregulação
O corpo humano pode manter a termorregulação através de:
Mecanismos fisiológicos, onde o organismo utiliza alterações metabólicas para manter a temperatura, como o suor e os calafrios.
Mudanças no comportamento e atitudes, onde o indivíduo busca alternativas no meio externo para conter as variações térmicas, como, por exemplo, uso de roupas apropriadas, procurar locais mais ventilados, abrigo ao sol, dentre outros.
Para uma temperatura corporal estável, é necessária a integridade dos termorreceptores centrais e periféricos, do centro integrador e de comando e das vias eferentes.
Sistema de controle central: o hipotálamo
O hipotálamo, região do sistema nervoso central que faz parte do diencéfalo, é denominado o sistema de controle central, pois é responsável por manter o equilíbrio entre a produção e a eliminação de calor integrando impulsos térmicos originados nos tecidos.
A produção de calor ocorre através de hormônios que aumentam o metabolismo e por meio do calafrio.
A eliminação de calor é controlada por meio de processos de vasodilatação periférica.
Fatores de interferência
Dentre os fatores que interferem na temperatura da pele, podemos destacar fatores externos e internos, que auxiliam no processo de manutenção da temperatura corporal:
Fatores internos
Circulação sanguínea
O sistema circulatório auxilia no processo de termorregulação, para isso aumenta os batimentos cardíacos para aumentar o bombeamento de sangue, a dilatação dos vasos periféricos e, por consequência, favorecer a de troca de calor permitindo a redução do calor corporal. O inverso também ocorre, a diminuição dos batimentos cardíacos promoverá a vasoconstrição periférica e concentração do sangue no centro do corpo.
Ingestão de alimentos
Os alimentos são fontes de calor por meio de reações químicas envolvidas no processo de respiração celular. No entanto, alguns alimentos favorecem ainda mais a produção de calor, podemos citar exemplo o álcool e os alimentos denominados termogênicos.
Mais alguns alimentos termogênicos: café, canela, pimenta, curry, chá verde, gengibre, linhaça.
Cor da pele
Quase a metade da (cerca de a 50%) da luz que incide na pele branca é refletida, o mesmo não ocorre na pele negra, que apresenta menor capacidade refletora.
Fatores externos
Vestuário
A roupa que utilizamos pode atuar como um isolante térmico nos processos de trocas de calor por meio da convecção e da radiação.
Ingestão de alimentos
Temperatura e umidade do ar: quando o ambiente possuir baixa saturação de vapor d´água é denominado seco. Quando o ar apresenta uma saturação de vapor d’água de 100%, a temperatura corporal tende a subir quando a temperatura externa é superior 34,4ºC e, desta forma a eficiência da evaporação diminui. Em umidade intermédia, a temperatura corporal central máxima tolerada é de aproximadamente 40ºC, enquanto a temperatura mínima é em torno de 35,3ºC. Em ambientes frios e úmidos, a umidade confere uma sensação térmica maior de frio e, em ambientes quentes e úmidos, a umidade confere maior sensação térmica de maior calor.
Movimento do ar
As correntes de ar afetam a temperatura da pele, pois aumentam a evaporação e promovem troca da camada de ar que está próxima do equilíbrio térmico com ela.
Distúrbios da regulação térmica
A febre é uma elevação regulada na temperatura corporal e se expressa através da ativação dos mecanismos de ganho de calor e inibição dos mecanismos de perda de calor.
Esse elevação já foi considerada uma resposta patológica às infecções, mas atualmente é considerada parte da resposta imunológica normal do corpo.
A Eutermia é um estado térmico em que a temperatura corporal é mantida dentro da faixa normal, enquanto a hipertermia ou hipotermia são distúrbios da regulação térmica que podem ser promovidos devido às falhas dos mecanismos termorreguladores.
A hipertemia é a elevação da temperatura, já a hipotermia é a redução da temperatura corporal. Essas variações podem ser fisiológicas ou patológicas e as condições patológicas nas quais a temperatura do corpo sai da taxa normal incluem diferentes estados de ambas.
A Hipotermia é definida pela redução da temperatura corporal para valores inferiores a 35ºC, sendo classificada em primária ou secundária em decorrência da ausência ou presença de falhas na função do hipotálamo.
Os fatores que favorecem a hipotermia são exposição a ambientes frios, uso inadequado de roupas, idade, ausência de atividades físicas, uso de drogas, anestésicos, sedativos, dentre outros. Estados de subnutrição, doenças metabólicas, lesões no sistema nervoso central e insuficiência cardíaca também devem ser considerados.
Podemos destacar que a temperatura é um indicador simples do estado de saúde do corpo humano, por ser objetivo e preciso de um estado fisiológico. É menos suscetível a variações de estímulos externos e psicogênicos como o batimento cardíaco, a frequência respiratória e a pressão arterial. Favorece a avaliação da gravidade de uma doença, sua evolução e avalia o efeito do tratamento utilizado.
1. O que significa dizer que o ser humano é homeotermo?
2. Qual o termostato no corpo humano e onde se localiza?
3. Qual dos mecanismos de termogênese é mais eficiente?
Resposta 1: O corpo humano tem a capacidade de controlar a temperatura interna.
Resposta 2: Hipotálamo, que se localiza no diencéfalo no sistema nervoso central.
Resposta 3: A termogênese química.
AULA 7: RADIOTIVIDADE, O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO E A RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE.
Radioatividade, o espectro eletromagnético e a radiação não ionizante
Para iniciarmos, vamos definir rapidamente o que significa Radiação?
Radiação é qualquer processo de emissão de energia por intermédio de ondas ou de partículas.
s radiações são ondas eletromagnéticas, compostas por um campo elétrico e um campo magnético oscilantes e perpendiculares entre si.
A principal radiação existente na terra é a luz solar,uma luz branca que se decompõe do vermelho ao violeta (vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta). Estas são as cores do arco íris (várias ondas eletromagnéticas com diferentes comprimentos de onda/frequência).
A cor visível de um objeto é a reflexão da radiação (parte da luz branca), pois as demais ficam retidas no tecido. Na cor preta, todas as radiações são absorvidas, e, na cor branca, todas as radiações são refletidas.
Radiação do Espectro Eletromagnético
O espectro eletromagnético é uma classificação das radiações segundo o transporte de energia, da mais fraca até a mais energética.
Cada tipo de radiação apresenta uma faixa de frequência diferente:
Existem várias maneiras de classificar as radiações, porém, a que nos parece mais útil é a classificação de acordo com o efeito que causam no sistema para o qual a energia é transferida.
Uma vez que um átomo libera radiação, essa energia será transferida para um corpo qualquer. Dependendo da intensidade da radiação emitida, o corpo que irá recebê-la poderá ou não sofrer ionização. Dessa forma, uma boa maneira de classificar as radiações de acordo com seu efeito é dividindo-as em radiações ionizantes e radiações não ionizantes (cf. MOURÃO e ABRAMOV, 2010).
Classificação das radiações
• Ionizante: É o tipo de radiação que arranca elétrons da matéria e que apresenta alta frequência e pequeno comprimento de onda, como: raios alfa, beta, gama e raio X.
• Não ionizante: É o tipo de radiação que não arranca elétrons da matéria, e tem como principal efeito o aquecimento dos tecidos do corpo, como: radiação ultravioleta, infravermelho, luz visível, micro-ondas, ondas de rádio. Na figura 02, observamos o espectro eletromagnético e percebemos a presença dos diferentes tipos de radiação em nossas vidas:
Vale lembrar que, quanto maior o comprimento da onda, menor será a frequência e, quanto maior a frequência, menor será o comprimento da onda.
Outros tipos de radiações
Ondas de Rádio
As ondas de rádio possuem grande comprimento, o que permite que elas sejam refletidas pelas camadas ionizadas da atmosfera superior.
Essas ondas, além disso, têm a capacidade de contornar obstáculos como prédios e árvores, de modo que é relativamente fácil captá-las em um aparelho radiorreceptor.
Micro-ondas
As micro-ondas correspondem à faixa de mais alta frequência produzida por osciladores eletrônicos.
São muito utilizadas em telecomunicações, equipamentos de cozinha e como um dos recursos eletrotermofototerapêuticos utilizados por fisioterapeutas.
Luz visível
A luz branca visível (tipo de radiação não ionizante) é, na verdade, um espectro com várias cores de luz, que correspondem à faixa de frequência visível pelo olho humano.
Radiação infravermelha
Os raios infravermelhos são emitidos por corpos cuja superfície encontra-se com temperatura superior ao zero absoluto, temperatura essa em que a vibração molecular cessa. Em geral, associada como fonte local de geração de calor, compreende comprimentos de onda que variam de 0,8 -1.000 µm, sendo dividida segundo seus efeitos biológicos em três classificações:
1. Radiação infravermelha curta: compreende comprimentos de onda no intervalo de 0,8-1,5 µm;
2. Radiação infravermelha média: apresenta comprimentos de onda na faixa de 1,5-5,6 µm;
3. Radiação infravermelha longa: com comprimentos de onda variando entre 5,6-1.000 µm, situa-se no espectro eletromagnético, entre a luz visível e as micro-ondas.
Dentre as aplicações da radiação infravermelha estão: A. A capacidade de transformar informações em frequências de ondas para telefone celular e controle remoto; B. A aplicabilidade médica e fisioterapêutica como o uso na fototerapia; C. A função, em setores militares e de segurança, para detecção de seres vivos ou objetos em trânsito.
Radiação ultravioleta
A radiação ultravioleta pode ser subdividida em três comprimentos de onda distintos:
UV próximo - que corresponde ao comprimento de onda de 380 a 200 nm;
UV distante - que delimita o intervalo de 200 a 10 nm de comprimento de onda;
UV extremo - que varia de 31 a 1 nm e situa-se entre as radiações de raios X e a luz visível no espectro eletromagnético.
A radiação ultravioleta, proveniente da fonte natural (o sol), é subdividida em:
UVA - que compreende comprimentos de ondas longas com intervalo de 320-400 nm, com capacidade de atingir a superfície terrestre;
UVB - que remete a comprimentos de ondas na faixa de 280 – 320nm, as quais são parcialmente absorvidas na atmosfera e atingem parcialmente a superfície terrestre;
UVC - que são ondas curtas, com comprimentos de onda entre 200 -280nm, absorvidas pela camada de ozônio.
A absorção dos raios UVA e UVB na pele:
Veja quase são os efeitos biológicos da radiação ultravioleta:
Benéficos
É a principal promotora da síntese de vitamina D. A vitamina D3 corresponde ao tipo de vitamina encontrado na pele dos animais.
É produzida fotoquimicamente pela ação da luz ultravioleta sob o 7-desidrocolesterol, que é convertido em vitamina D.
Maléficos
Podem promover efeitos imediatos, como queimadura na pele, bronzeamento, lesões nas células de Langerhans, cerato-conjuntivite.
Pode, também, gerar efeitos tardios, como envelhecimento precoce, câncer de pele e catarata.
Notamos a faixa correspondente à luz visível. Observamos, também, a faixa acima, denominada infravermelho, e a faixa abaixo, denominada ultravioleta.
( V ) As radiações são ondas eletromagnéticas , composta por um campo elétrico e um campo magnético
( V ) A principal radiação da terra é a luz solar
( F ) Tanto a radiação ionizante quanto a não ionizante não alteram a quantidade de elétrons da matéria
( F ) É correto afirmar que, no dia a dia do ser humano, não estamos expostos a radiação.
Letra A: "V";
Letra B: "V";
Letra C: "F"; Apenas a radiação não ionizante não altera a quantidade de elétrons da matéria.
Letra D: "F"; Estamos expostos diariamente a micro-ondas, ondas de rádio, luz infravermelha, ondas curtas e radiação ultravioleta.
AULA8: RADIAÇÃO IONIZANTE
Radiação ionizante
Na aula anterior, aprendemos o que é a radiação. Você se lembra?
Trata-se de qualquer processo de emissão de energia, por intermédio de ondas ou de partículas. As radiações podem surgir tanto no núcleo quanto na eletrosfera de átomos, dependendo de onde ocorre excesso de matéria ou energia.
Agora, trataremos das radiações ionizantes, que são definidas pela propriedade de, ao incidirem sobre um meio qualquer, ceder ou retirar elétrons dos átomos constituintes deste meio, tornando-os eletricamente carregados.
Esse processo é denominado de ionização.
Iremos estudá-lo a seguir.
Ionização
É o processo pelo qual os átomos de uma determinada matéria perdem ou ganham elétrons, formando íons. Energia e partículas emitidas de núcleos instáveis são capazes de causar ionização.
Quando um núcleo instável emite partículas são, tipicamente, na forma de partículas alfa, beta ou nêutrons. No caso da emissão de energia, a emissão se faz por onda eletromagnética, muito semelhante aos raios X, os raios gama.
Tipos de radiações ionizantes
As radiações ionizantes podem ser de dois tipos:
1. Radiação nuclear;
2. Radiação eletromagnética.
Trataremos de cada um deles a seguir.
Radiação nuclear
Radiação Alfa (α):
Partícula alfa é a maior partícula emitida por núcleos instáveis, são compostas por dois prótons e dois nêutrons. Quando um átomo emite uma partícula alfa, ele perde dois prótons tornando-se um elemento diferente. Em geral, emitidas por núcleos de elevada massa atômica, caracterizados instáveis, tais como, urânio, tório e radônio.
A radiação α é classificada como sendo a radiação de menor poder de penetração e elevada taxa de ionização. A exposição externa as partículas α são consideradas inofensivas, pois a camada epitelial é capaz de impedir a penetração dessas partículas. No entanto, ao serem ingeridas ou inaladas em grandes quantidades, acarretam danos na mucosa dos sistemas respiratório, gastrintestinale nas células dos tecidos adjacentes, o que torna o indivíduo contaminado uma fonte radioativa.
Radiação beta (β):
A radiação beta (β) é composta pela emissão de um elétron (β-) ou pósitron (β+) de um núcleo de um átomo instável. São muito mais leves do que as partículas alfa e são, essencialmente, elétrons de alta energia cinética. Quando um átomo emite uma partícula beta, ele se transforma em outro átomo. Partículas beta são emitidas quando um nêutron do átomo se transforma em um próton, ocorre a emissão de um "antineutrino" e calor.
Dentre os elementos que emitem partículas β podem ser citados o potássio, carbono, iodo e bário. A exposição externa às radiações β permite a penetração destas partículas em alguns milímetros do tecido humano, podendo ser usada em procedimentos médicos na superfície da pele, mas pode ser interrompida com uma folha de alumínio com 1 mm de espessura.
Radiação gama (γ):
Raios gama são fótons de alta energia emitidos pelo núcleo de alguns átomos. Raios gama são idênticos aos raios X usados para diagnóstico por imagem. A diferença está no fato de que os raios gama vêm do centro do átomo e os raios X não, com isso os raios gama têm muito mais energia que os raios X.
A radiação gama tem a propriedade de penetração alta o que a permite atravessar grandes espessuras. Esta propriedade faz a radiação gama ser utilizada na área médica, terapêutica e aplicabilidade industrial. A blindagem deste tipo de radiação ocorre por meio de chumbo, concreto, aço ou terra.
Radiação eletromagnética
Raio x
Ondas eletromagnéticas equivalentes aos raios gama diferindo apenas quanto à sua origem, isso faz com que as propriedades dos raios X sejam semelhante aos raios gama. Emitida pela camada eletrônica (não nuclear), ou produzida pelo impacto de elétrons energéticos sobre um alvo (equipamento de raios X). As dificuldades de blindagem e poder de penetração são semelhantes aos da radiação gama. As aplicações mais conhecidas dos raios X são no radiodiagnóstico e na radioterapia. Como vimos, a radiação ionizante têm energia suficiente para ionizar átomos por meio de emissão de fótons perdendo toda ou quase toda energia numa única ou em várias interações com átomos, ejetando elétrons deles que, por sua vez, saem ionizando átomos até pararem. Os fótons podem também atravessar um meio sem interagir. Teoricamente, não há material nem forma de blindar todos os fótons e isso é um dos motivos da necessidade de proteção radiológica que dita regras quanto ao nível de radiação que as pessoas expostas podem receber.
Emissão de Nêutrons
O quarto tipo de radiação ionizante é o resultado da emissão de nêutrons por núcleos de átomos radioativos. A emissão nêutron é associada com a fissão nuclear. Fissão nuclear (quebra do núcleo atômico) é usada em usinas nucleares para gerar o calor usado para produzir energia elétrica. A fissão envolve a divisão de átomos com muitos prótons e nêutrons (como o urânio 235) em átomos menores. O processo de fissão libera energia e dois ou três nêutrons.
Radionuclídeo
É um átomo com energia nuclear instável que emite radiação, como vimos até o momento. Este núcleo procura a estabilidade com a emissão de radioatividade ionizante na forma de partículas. O tempo no qual um radionuclídeo, emite radiação é definido como meia-vida (tempo necessário para que a atividade radioativa de uma amostra seja reduzida à metade da atividade inicial).
Para medir a radioatividade do ambiente é utilizado um medidor, o mais conhecido é o Gaiger-Muller. A radiação entra no tubo do equipamento que produz a ionização das moléculas gasosas, gerando uma corrente elétrica. O registro da corrente elétrica é a expressão da radioatividade presente.
A radiação e seus efeitos na saúde
Qual a diferença entre radiação gama e raios X?
A diferença está no fato de que os raios gama vêm do centro do átomo e os raios X não, com isso os raios gama têm muito mais energia que os raios X.
Como ocorre o processo de ionização, que caracteriza a radiação ionizante?
É o processo pelo qual os átomos de uma determinada matéria perdem ou ganham elétrons, formando íons. Energia e partículas emitidas de núcleos instáveis são capazes de causar ionização.
AULA 9: TECNOLOGIA RADIOLÓGICA
Raios X
A radiação ionizante tem energia suficiente para ionizar átomos através da emissão de fótons, perdendo toda ou quase toda energia em uma única ou em várias interações com átomos.
Ao ejetar elétrons, essa radiação promove a ionização dos átomos até parar.
Os fótons, por sua vez, também podem atravessar um meio sem interagir.
Em princípio, não há forma ou material para blindar os fótons. Essa é a razão da necessidade de haver uma proteção radiológica agindo sobre o nível de radiação que as pessoas podem receber.
Características
Os raios X são um tipo de onda eletromagnética equivalente aos raios gama, com propriedades semelhantes, diferindo apenas quanto à sua origem.
Você sabe como esses dois tipos de raios são formados?
Os raios gama são formados naturalmente na porção externa ao núcleo. Já os raios X são formados artificialmente. Nos tubos de raios X, ocorre a produção de elétrons por emissão termiônica, que remete ao aumento do fluxo de elétrons emitidos por causa do aumento de temperatura.
Os raios são acelerados devido à diferença de potencial elétrico a um alvo metálico, onde os elétrons irão colidir.
Na colisão com o metal alvo, a maioria dos elétrons acelerados é absorvida ou espalhada, produzindo aquecimento no alvo. Apenas cerca de 5% dos elétrons sofrem reduções bruscas de velocidade, e a energia dissipada se converte em ondas eletromagnéticas, denominadas raios X.
Tubos de raios X
Agora, que já entendemos como a produção de elétrons por emissão termiônica ocorre, vejamos um exemplo de tubo de ensaio:	
Os tubos de raios X não são um equipamento radioativo, mas sim um gerador de radiação, pois, quando estão desligados, deixam de irradiar os raios.
As principais aplicações dos raios X são no radiodiagnóstico e na radioterapia.
Interação da Radiação Ionizante com a Matéria
A interação dos raios X e gama com a matéria é possível por meio da interação com átomos ou com elétrons, mas também há a possibilidade de ausência de interação, em que a radiação eletromagnética (REM) atravessa distâncias consideráveis em um meio material sem modificá-lo e sem se modificar.
Sabendo disso, você consegue dizer o que define a ocorrência e a ausência de interação? Marque a opção que julgar correta e descubra a resposta!
R: As características do meio e da radiação.
Como já foi visto em aulas anteriores, a radiação eletromagnética ionizante é caracterizada pelos fótons, sendo estes os responsáveis pela transferência de energia no momento da colisão com outras partículas.
Interação da Radiação Ionizante com a Matéria
A interação entre os fótons e a matéria pode ocorrer de diferentes formas:
Espalhamento Coerente ou efeito Rayleigh
Corresponde, em primeiro instante, à absorção da energia e, posteriormente, à remissão da radiação ionizante pelo átomo em direção oposta à incidente. Somente nessa interação a radiação é tratada como onda.
Efeito fotoelétrico
Há a absorção do fóton pelo átomo e, consequentemente, a emissão de um elétron do material ionizado. A energia cinética adquirida por esse elétron é a diferença entre a energia do fóton e a energia de ligação do elétron ao átomo.
Espalhamento Inelástico ou efeito Compton
Trata-se da diminuição de energia ou do aumento de comprimento de onda de um fóton mediante a interação com a matéria; é de particular importância, devido à interação com elétrons livres, com transferência de parte da energia e do momento do fóton para o elétron, e um fóton com a energia restante é espalhado em outra direção.
Produção de pares elétron-positron
Ocorre a absorção total do fóton, sendo sua energia convertida em massa de repouso e energia cinética de um par partícula/antipartícula, denominado elétron/pósitron. Ou seja, há a transição total da energianegativa do elétron para energia positiva do pósitron, sendo a diferença de energia entre os dois estados a quantidade de energia do fóton incidente, que é absorvido. O efeito da produção de pares elétron-pósitron é o resultado da interação entre o fóton e o campo eletromagnético, e ocorre, normalmente, nas vizinhanças do núcleo, podendo também acontecer devido à interação do fóton com o campo de qualquer partícula carregada, incluindo os elétrons atômicos. Nesse caso particular, um elétron atômico também é ejetado e o efeito é chamado de produção de tripleto.
Reações fotonucleares
A fotodesintegração corresponde à principal reação nuclear, a qual se delineia com a absorção do fóton, que apresenta energia superior à energia de ligação de núcleons (prótons + nêutrons) e, a consequente emissão de um próton ou um nêutron com energia cinética suficiente para abandonar o núcleo, que se transforma em outra espécie nuclear.
Poder de freamento
O principal modelo que descreve a interação de uma partícula carregada pela matéria propõe pequenas perdas consecutivas de energia até a perda completa, em que ocorre a consequente descaracterização da partícula como radiação ionizante.
O parâmetro do impacto de interação das partículas carregadas à matéria é dependente, basicamente, da distância entre a trajetória da partícula e o centro do átomo mais próximo, sendo o choque com a eletrosfera mais frequente do que com o núcleo.
Para cada interação, ocorre perda da energia cinética da partícula, sendo, essa perda, dependente do tipo de partícula, da sua energia cinética e do meio de interação.
Ela é denominada poder de freamento, pois representa a perda média de energia por unidade de caminho em um determinado meio, considerando-se a média sobre um conjunto grande de partículas idênticas e com mesma energia.
Ainda existe uma distância máxima percorrida pelas partículas carregadas que permite a interação com a matéria, sendo que a existência de uma espessura específica de um material a certa distância, denominado alcance, é suficiente para frear as partículas carregadas que nela incidir.
Em outras palavras, há a redução da energia cinética a valores equivalentes à energia térmica. O alcance é dependente da energia cinética da partícula, do comprimento médio da trajetória e da espessura mínima da matéria incidente.
Devido à propriedade dos elementos químicos emitirem partículas e energia promovendo a ionização da matéria, tecnologias foram sendo desenvolvidas e empregadas no avanço da Ciência e da tecnologia.
Atualmente, os efeitos positivos da radioatividade podem ser observados nas mais diversas áreas de interesse, desde a geração de energia elétrica em usinas nucleares à determinação da idade de fósseis.
Podemos destacar algumas aplicações da radioatividade na área da saúde:
Radioterapia
É a terapia empregada em tratamentos dos mais diversos tipos de câncer, em que a emissão de radionuclídeos libera partículas beta, capazes de destruir células tumorais.
Cintilografia
Baseia-se no uso de elementos químicos para emissão de radiações gama com capacidade de se ligarem especificamente a um determinado fármaco, formando a molécula radiofármaco e, visam à obtenção de imagens de processos fisiológicos, órgãos e sistemas do organismo.
Tomografia computadorizada
Realiza a emissão de feixes paralelos de raios X, em rotação de 360° sobre o paciente, gerando radiografias transversais da região a ser analisada, as quais são submetidas à conversão pelo computador em imagens em três dimensões, oferecendo, assim, melhor resolução do que as obtidas pela técnica de radiografia convencional.
Tomografia por Emissão de Pósitrons
Baseia-se na emissão de partículas beta ou pósitron. A administração da radiação beta ocorre com associação a moléculas de glicose marcadas com um elemento químico emissor de pósitrons, que se concentra em áreas metabolicamente ativas. Isso porque a atuação da emissão beta leva em consideração que tecidos com maior atividade metabólica consomem mais glicose, fato que direciona a glicose para tecidos de maior atividade, tais como células tumorais.
Quais as principais aplicações dos raios X na área da saúde?
No radiodiagnóstico, como na radiografia e na tomografia computadorizada; e na radioterapia, onde a radiação é utilizada para combater o câncer.
Qual a principal diferença entre os raios X e gama?
Os raios X são formados artificialmente, e os raios gama, naturalmente.
AULA 10: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
Proteção Radiológica
Antes de entender o que significa proteção radiológica, precisamos conhecer quais os efeitos das radiações ionizantes nos sistemas biológicos. Você sabe quais são eles?
 
Os efeitos da exposição às radiações ionizantes estão relacionados com a dose da radiação ionizante e o modo como essa exposição ocorre.
 
Podemos citar dois mecanismos de ação da radiação ionizante:
Mecanismo direto
Ocorre interação da radiação diretamente com as moléculas como DNA, RNA, proteínas, enzimas, entre outras, podendo promover a quebra e a alteração estrutural.
Mecanismo indireto
A radiação interage com substâncias, como a água e compostos, produzindo radicais livres, os quais ionizam o citoplasma e afetam moléculas importantes do metabolismo celular basal. 
 
Frequentemente, o dano causado pela radiação é reparado pelas próprias células, a partir dos sistemas de reparo do corpo, mediados por enzimas, para os diferentes tipos de lesão.
A falha nos sistemas de reparo celular pode gerar: falência e morte celular; incapacidade de reprodução; modificação celular permanente, podendo desencadear a formação de um câncer; nas células germinativas, podem ocorrer alterações no DNA e essa mutação pode ser transmitida para os descendentes.
Efeitos da radiação
Os efeitos da radiação podem ser divididos em somáticos e hereditários.
Efeitos somáticos 
Quando a exposição é crônica, ou seja, a dose é recebida pouco a pouco, durante anos, os feitos são tardios (anos ou décadas), como por exemplo, câncer, úlceras, catarata, esterilidade, envelhecimento precoce e leucemia.
A gravidade dos efeitos depende da dose total de radiação recebida, do intervalo de tempo em que ela foi recebida, e da região do corpo que foi atingida.
Ocasionam danos nas células e se manifestam apenas na pessoa irradiada, não oferecendo riscos às gerações futuras. Quando a exposição é aguda, ou seja, a dose total de radiação é recebida em um curto intervalo de tempo, os efeitos são imediatos (poucas horas, dias ou semanas), como por exemplo, náusea, perda de apetite e de peso e até mesmo a morte.
Efeitos hereditários
Também conhecidos como efeitos genéticos, são originados somente no descendente da pessoa irradiada. São resultantes dos danos que as radiações provocam nas células dos órgãos reprodutores. 
A sensibilidade das células à radiação é resumida em: “A sensibilidade das células à radiação é diretamente proporcional à sua atividade reprodutora e inversamente proporcional ao seu grau de especialização”.  
Sendo assim, a maior sensibilidade das células à radiação é observada em células com hipóxia e, portanto, a medula óssea, o esperma e os tecidos linfáticos são mais sensíveis do que o tecido nervoso.
Segundo a Comissão Internacional de Proteção Radiológica, em sua publicação 118 de 2012, a dose limiar foi definida como sendo a dose estimada capaz de gerar efeitos de reações teciduais em 1% dos tecidos irradiados.
Sendo considerada a dose de 0,5 Gy, tanto para exposição aguda quanto para crônica, capaz de induzir catarata, doenças circulatórias, tanto para morbidade quanto para mortalidade.
A 4 Gy é capaz de promover a morte de 50% dos indivíduos que são expostos a essa dose de radiação. Doses absorvidas de 10 kGy a 20 kGy são capazes de esterilizar sementes e eliminar microrganismos.
O que é proteção radiológica?
O entendimento da interação da radiação com o organismo 
e com o meio ambiente é de fundamental importância para assegurar uso adequado da proteção, maximizandoos benefícios, minimizando os efeitos indesejáveis e proporcionando um aumento na qualidade de vida.
Para determinar limiares de princípios básicos da proteção radiológica, foi criada, inicialmente, a International Commission on Radiation Units and Measurements (ICRU), com a finalidade de estabelecer grandezas e unidades de Física das radiações, critérios de medidas, métodos de comparação etc. 
 
Posteriormente, foi criada a International Commission on Radiological Protection (ICRP), com o intuito de elaborar normas de proteção radiológica e estabelecer limites de exposição à radiação ionizante para indivíduos que atuam diariamente nessa área e para o público em geral.
As normas de proteção radiológica, apesar de indicarem valores de limitação da dose, estabelecem o princípio fundamental conhecido como ALARA.
Cada país regulamentou um órgão capaz de adequar as normas internacionais às condições do país. No Brasil, as diretrizes básicas referentes à proteção radiológica estão relacionadas nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), descritas nas Diretrizes Básicas de Radio (NE-3.01).
Princípio ALARA
O princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable - tão baixo quanto razoavelmente exequível), também conhecido como princípio da otimização, fundamenta que toda exposição deve manter o nível mais baixo possível de radiação ionizante.
Vejamos o que é feito para esse nível se mantenha baixo:
Obrigatoriedade do planejamento das atividades com radiação ionizante
Baixo nível de radiação ionizante
Análise do modo com o qual ela será desenvolvida
Análise da pretensão da atividade
Nessas análises, devem-se estabelecer medidas de proteção necessárias para alcançar um nível de exposição menor possível.
A proteção radiológica é otimizada quando as exposições empregam a menor dose possível de radiação, sem que haja perda na qualidade da imagem.
Princípio da Justificativa
O princípio da justificativa fundamenta que toda a atividade com exposição à radiação ionizante deve ser justificada considerando os benefícios pretendidos. 
 
Do ponto de vista médico, esse princípio deve relevar a necessidade da exposição e as características particulares do indivíduo envolvido, sendo proibida a exposição que não possa ser justificada. Isso inclui a exposição com o objetivo único de demonstração, treinamento ou outros fins que contrariem o princípio da justificativa.
Limitações de dose
Os limites de dose estabelecidos pelas normas de radioproteção de cada país devem orientar e ser, obrigatoriamente, cumpridos pelos trabalhadores expostos à radiação ionizante e pelo público em geral.
O limite individual de dose para o trabalhador é de 50 mSv/ano e, para o público em geral, é de 1mSv/ano.
No entanto, a limitação da dose não se aplica aos pacientes, pois justifica que os benefícios advindos das radiações ionizantes aos tratamentos superam os possíveis danos causados pelo emprego da técnica.
Proteção contra a radiação
A proteção contra a radiação visa, por meio da avaliação de risco e do correto planejamento das atividades desenvolvidas, projetar e construir instalações, bem como implementar práticas adequadas de manuseio da radioatividade. 
Dessa forma, inicialmente, há a orientação aos trabalhadores sobre o uso de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI). 
Importa observar a otimização dessa proteção pela elaboração e execução correta de projetos de instalações laboratoriais, na escolha adequada dos equipamentos e na execução correta dos procedimentos de trabalho.
A proteção dos trabalhadores ainda é determinada pela avaliação de três fatores:
Tempo 
A quantidade de dose recebida deve ser proporcional ao tempo de exposição e à velocidade da dose.
Distância
Define o espaço necessário entre o trabalhador e a fonte de radiação, de modo que a intensidade de radiação decresça com o quadrado da distância.
Blindagem
Refere-se à espessura do material utilizado para barrar a penetração da radiação. Esta é dependente do tipo de radiação, da atividade da fonte e da velocidade de dose aceitável após a blindagem. Observe os materiais de blindagem utilizados para barrar a penetração de cada radiação: 
Levantamento radiométrico
Por fim, a confirmação da estrutura de ambiente de trabalho adequada a manter a proteção do trabalhador pode ser realizada através do levantamento radiométrico, o qual utiliza dosímetros para quantificar o nível de radiação no ambiente e qualificá-lo como adequado.
1. Como é determinada a gravidade dos efeitos da radiação no corpo humano?
A gravidade dos efeitos depende da dose total de radiação recebida, do intervalo de tempo em que ela foi recebida, e da região do corpo que foi atingida.
2. O que significa o princípio ALARA?
O princípio ALARA, tão baixo quanto razoavelmente exequível, também conhecido como princípio da otimização, fundamenta que toda exposição deve manter o nível mais baixo possível de radiação ionizante. Sendo obrigatório o planejamento das atividades com radiação ionizante, analisando a pretensão da atividade bem como o modo com o qual ela será desenvolvida. Nessa análise, devem-se estabelecer medidas de proteção necessárias para alcançar o nível de exposição menor possível. A proteção radiológica é otimizada quando as exposições empregam a menor dose possível de radiação, sem que haja perda na qualidade da imagem.
ENFERMAGEM EM SAÚDE AMBIENTAL
AULA 1 – SAÚDE AMBIENTAL – NOÇÕES GERAIS E ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
O conceito de saúde mudou devido às transformações sofridas ao longo do tempo em todos os povos.
Ao longo dos anos, a saúde foi definida como “ausência de doença”. 
Mas será que esta definição nos esclarece?
Conforme descreve Czeresnia (2003), a ideia de saúde corresponde a experiências pessoais únicas e subjetivas, não sendo possível ser reconhecida e significada integralmente pela palavra. 
Mas é através da palavra que o homem se manifesta. Então, hoje podemos pensar em alguns conceitos que nos ajudam a refletir. Segundo a OMS, saúde é definida como “o completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não somente ausência de doença”.
Tendo o conceito anterior como referência, vamos refletir: este conceito esclarece na totalidade o que é saúde?
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, diz que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (Brasil, 1988).
 
Este conceito demonstra que, neste momento, o ambiente político de redemocratização do país buscou, através do movimento da Reforma Sanitária, a ampliação dos direitos sociais e a ampliação dos atendimentos, antes voltados apenas para um atendimento individual e fragmentado para uma nova concepção - a busca de um olhar integral e também do coletivo.
 
Para Laurell (1997), a saúde é vista como uma “necessidade humana”, cuja satisfação “associa-se imediatamente a um conjunto de condições, bens e serviços que permitem o desenvolvimento individual e coletivo de capacidades e potencialidades, conformes ao nível de recursos sociais existentes e aos padrões culturais de cada contexto específico”.
 
Já a Lei 8080/90, em seu art. 3º, afirma que “a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país”. 
 
Percebeu quantos questionamentos envolvem o conceito de saúde?  Devemos estar atentos a todos eles. Agora que já discutimos sobre o que é saúde, vamos pensar sobre o meio ambiente.
Ambiente e Meio Ambiente
Quando falamos em meio ambiente, o que vem à sua mente?
Às vezes nos recordamos da nossa infância ou atémesmo do último fim de semana, pensamos em tudo com que tivemos contato, como os jardins, cachoeiras, praias e animais. Mas meio ambiente é muito mais que isso: é tudo o que nos envolve. Entenda melhor a diferença entre ambiente e meio ambiente!
Ambiente: Espaço definido geograficamente. Para os biólogos, ambiente é o espaço que cerca e influencia todos os seres vivos e qualquer coisa em geral.
Meio ambiente: “O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (Lei n° 6.938 de 31/08/1981).
O meio ambiente se divide em seres bióticos e abióticos.
Refere-se a todos os aspectos do entorno.
“É o sistema de elementos físicos, biológicos e sociais com os quais o homem interage para adaptar-se a ele, para transformá-lo e utilizá-lo para satisfazer suas necessidades vitais” (CEPIS/OPAS, 2001).
Aspectos do meio ambiente
Três aspectos devem ser considerados ao falar de meio ambiente:
Meio ambiente Natural (Físico): Formado pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora; por toda interação dos seres vivos e seu meio.
Meio ambiente artificial: Formado pelo espaço urbano construído.
Meio ambiente cultural: Diferente do meio ambiente artificial, por possuir um valor “especial” e contar a história do local, podemos dizer que é formado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e turístico das cidades.
Saúde e meio ambiente
Agora vamos pensar sobre a ligação entre saúde e meio ambiente.
A saúde ambiental é o equilíbrio ecológico que deve existir entre o homem e seu meio para fazer possível o seu bem-estar. Tal bem-estar refere-se ao homem em sua totalidade; não somente à saúde física, mas também à saúde mental e a um conjunto de relações sociais ótimas. 
Por outro lado, refere-se ao “meio em sua totalidade, desde a morada individual até toda a morada terrestre” (CEPIS/OPAS, 2001).
Mais o que diz a organização mundial da saúde?
A saúde ambiental, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, incorpora todos os elementos e fatores que potencialmente afetam a saúde.
Então, a saúde ambiental estuda profundamente todas as relações entre meio ambiente e saúde humana, buscando formular políticas públicas que possam intervir positivamente para a melhoria da qualidade de vida humana sob o ponto de vista da sustentabilidade.
Conheça áreas de interesse da saúde ambiental, de acordo com a OMS:
Poluição do ar em ambientes fechados e externos.
Segurança química.
Saúde ambiental na infância.
Campos eletromagnéticos, radiação ionizante e ultravioleta.
Água, saneamento e saúde.
Emergências em saúde ambiental.
Mudanças do clima e saúde.
Avaliação de impacto em saúde ambiental.
Promoção de iniciativas ligando ambiente e saúde.
Ambientes saudáveis incluindo hospital e outros serviços de saúde.
REFLEXÃO
Nossas atitudes diárias com relação ao meio ambiente nos impedem de utilizá-lo em sua totalidade. Desta maneira, estamos impedindo as futuras gerações de usufruí-lo.
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano
Também chamada de Conferência de Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, em Estocolmo (Suécia), abriu as discussões sobre as questões ambientais no mundo.
Segundo a Conferência, devemos estar atentos “à necessidade de critério e de princípios comuns que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente humano”.
Princípio 1
O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras.
 
Princípio 2
Os recursos naturais da terra, incluídos o ar, a água, a terra, a flora e a fauna e especialmente amostras representativas dos ecossistemas naturais, devem ser preservados em benefício das gerações presentes e futuras, mediante uma cuidadosa planificação ou ordenamento.
 
Princípio 5
Os recursos não renováveis da terra devem empregar-se de forma que se evite o perigo de seu futuro esgotamento e se assegure de que toda a humanidade compartilhe dos benefícios de sua utilização. É necessário criar um critério de princípios comuns que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente humano.
 
Princípio 8
O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao homem um ambiente de vida e trabalho favorável e para criar na terra as condições necessárias de melhoria da qualidade de vida.
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Você lembra da Eco-92?
Esta Conferência, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, reafirmou a Declaração de Estocolmo e buscou avançar, estabelecendo uma nova e justa parceria, através de novos níveis de cooperação entre os Estados. 
Conhecido também como Rio-92 ou Eco-92, o evento teve a participação de mais de 35 mil pessoas e 106 chefes de estado. Reconheceu a natureza interdependente e integral da Terra. 
Neste encontro, os EUA não assinaram os acordos de compromisso com as questões ambientais globais, frustrando todos os países envolvidos.
Princípios da Agenda 21
A Agenda 21 foi o principal resultado da Eco-92.
O primeiro princípio da Agenda 21 declara que “os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza”.
A Agenda 21 destina o capítulo 6 à proteção e promoção das condições da saúde humana.
Todos os países são importantes e devem se comprometer em cooperar na busca de soluções dos problemas socioambientais.
Características da Agenda 21
Veja algumas características da Agenda 21 e como o documento se aplica no Brasil!
Instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis;
Novo modelo para o desenvolvimento que possa modificar os padrões de consumo e de produção, buscando reduzir as pressões ambientais e atendendo as necessidades básicas das populações humanas;
Busca ações a serem adotadas global, nacional e localmente;
Concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e maior eficiência econômica.
Agenda 21 Brasileira
 
A Agenda 21 Brasileira é um “instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável do país, resultado de uma vasta consulta à população brasileira” (Ministério do Meio Ambiente).
REFLEXÃO
Quando pensamos na sociedade atual, de que maneira podemos manter uma relação com a natureza de forma harmônica e não depreciativa? Será que as atividades humanas são realmente maléficas para o meio ambiente? 
Merece ainda destaque nesta discussão a Carta da Terra, disponível em:
www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/carta-da-terra.
Enfermagem e a saúde ambiental
“A influência de fatores ambientais na saúde humana, embora já destacada por Hipócrates 400 anos a.C., ganhou importância no último século com a valorização dos efeitos adversos à saúde pela presença de poluentes tóxicos no ar, solo, água e alimentos, levando a risco de exposição a agentes biológicos, químicos/tóxicos e físicos, presentes em diversas situações da vida contemporânea”
(TAKAYANAGUI, 2005).
Atuação do enfermeiro
O enfermeiro, em sua prática, principalmente dentro da estratégia de Saúde da Família, de acordo com a atual política do Ministério da Saúde, atuará promovendo a saúde da população assistida.
A promoção da saúde viabiliza as mínimas condições de vida e cidadania, sendo possível a sua realização nos dias atuais.
Para concluirmos a aula, vamos atentar para o que coloca Porto (2007):
 
No mundo contemporâneo, os contextos vulneráveis, associados à complexa matriz de riscos ambientais novos e antigos, são agravados por um quadro social e institucional desigual e inadequado, como é o caso do Brasil.
Naprática de enfermagem, pode-se atuar nos diferentes focos de indicadores ambientais relacionados à saúde, tais como:
Gerenciamento de resíduos perigosos (químicos, biológicos e radioativos gerados em serviços de saúde e outros).
Qualidade da água, solo e ar que impactam a saúde.
Na década de 60, a crise ambiental, que já era evidente, agravou-se, ocorrendo uma série de desastres e desequilíbrios ambientais, constituindo um fator de maior preocupação mundial.
Novas estratégias para solucionar a problemática ambiental deveriam, portanto, ser repensadas.
 
Qual foi a grande reunião organizada pelas Nações Unidas a concentrar-se sobre as questões ambientais, em vista do descontentamento de diversos setores da sociedade em relação às repercussões da poluição sobre a qualidade de vida das populações?
A 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972, na cidade de Estocolmo, também chamada de Conferência de Estocolmo.
AULA 2 – A EPIDEMIOLOGIA E A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Epidemiologia
Nos últimos anos, ocorreu um aumento nos estudos que procuram relacionar a saúde e o ambiente. Buscar soluções para que as futuras gerações vivam em um ambiente mais saudável é um grande desafio atual. Buscam-se ações em defesa do meio ambiente e da saúde da humanidade. 
Várias disciplinas estão envolvidas nas discussões sobre a relação entre a saúde e o ambiente, e dentre elas, temos a Epidemiologia.
Epidemiologia
A disciplina de Epidemiologia:
Contribui para tornar evidente a relação entre ambiente e agravos à saúde;
Calcula riscos pela exposição a determinados poluentes ambientais;
Possibilita a implantação de programas de intervenção e mitigação de riscos,
Tais como sistemas de vigilância e monitoramento ambiental, por exemplo.
REFLEXÃO
“Compreendemos que o ambiente é produzido por processos ecológicos conduzidos pela sociedade, por meio das tecnologias e técnicas com as quais o homem interage com a natureza. São esses ambientes que podem configurar situações de risco para a saúde e qualidade de vida dos humanos” (Tambellini, 1996).
O conceito de risco na Epidemiologia
A palavra Risco vem do latim risicu, riscu, resecare, isto é, cortar. 
Ou, em linguagem medieval náutica, penhasco, perigo oculto.
Segundo o dicionário “Aurélio”, risco pode ser definido como:
Perigo ou possibilidade de perigo;
Possibilidade de perda ou de responsabilidade pelo dano.
FATORES DE RISCO À SAÚDE QUE PODEM FAVORECER O ADOECIMENTO DA POPULAÇÃO
Ruídos
Ar poluído
Lixo hospitalar
Alimentos contaminados
Água não tratada/contaminada
Ambiente mal ventilado ou iluminado
Sangue potencialmente contaminado
Micro-organismos patogênicos
Presença de vetores de doenças
Danos ambientais
Politica nacional do meio ambiente – Lei 6.938/81
As alterações ambientais também podem se tornar fatores de risco à saúde, conhecidas como danos ambientais, como por exemplo, lixo mal acondicionado.
Diante de tantas mudanças ambientais ocorridas no mundo e no Brasil, tornou-se necessário para o país ter uma política que tratasse das questões relacionadas com o meio ambiente. Desta maneira, em 1981 foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente, ou Lei 6.938/81.
Conheça alguns dos seus artigos! 
Artigo 2º
Artigo 3º
Artigo 4º
Artigo 6º
Artigo 8º
Artigo 13º
Reflexões
Agora que você fez uma breve leitura dos artigos mais importantes para esta disciplina, vamos discutir um pouco sobre tudo isso!
Muitas mudanças ocorreram na sociedade brasileira após a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente, porém seu objetivo não foi alcançado. Ainda não ocorreram mudanças na sociedade para que possamos assegurar que no futuro as gerações possam usufruir também dos recursos utilizados na atualidade.
A capacitação das pessoas para que estas se sintam capazes de participar ativamente em defesa do meio ambiente é fundamental para a mudança de comportamento da sociedade atual. 
Esta capacitação acontecerá através da educação ambiental.
Degradação da qualidade ambiental
Degradação da qualidade ambiental é a alteração adversa das características do meio ambiente. Você acha que estas alterações podem favorecer ao adoecimento das pessoas?  Reflita sobre isso. Agora, conheça alguns fatores referentes a essa degradação:
POLUIDOR
Surge nesse cenário o termo poluidor. O poluidor é a pessoa, física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
RECURSOS AMBIENTAIS
Os recursos ambientais que temos são: a atmosfera, as águas interiores, superficiais ou subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. Será que os recursos ambientais estarão sempre disponíveis se continuarmos com o mesmo modelo de produção adotado pela maioria dos países no mundo? Como toda a certeza, não.
DESEQUILÍBRIO
Como vimos até agora, a degradação ambiental gera desequilíbrio, que favorece o adoecimento das populações que ali residem ou trabalham.
Para garantirmos que as futuras gerações também possam se utilizar dos recursos que hoje temos disponíveis, temos que mudar a forma de produção e também o comportamento das pessoas com relação ao meio ambiente.
Em, paralelo a fim de regular toda e qualquer ação referente ao meio ambiente, o ministério do meio ambiente criou o conselho nacional do meio ambiente – CONAMA
O que faz o CONAMA? 
Este órgão consecutivo e deliberativo está envolvido em estabelecer normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
Quais são suas competências?
Desta maneira a política nacional do meio ambiente descreve que compete ao Poder executivo:
O incentivo às pesquisas e processos tecnológicos destinados a reduzir a degradação da qualidade ambiental.
A fabricação de equipamentos antipoluidores.
As outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos ambientais.
Vamos atentar para o que coloca Vandana Shiva, integrante da Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade:
“As desigualdades socioeconômicas e a destruição da natureza têm raízes no mesmo paradigma do desenvolvimento desenfreado e crescimento econômico que dominou o mundo até hoje.
Nós precisamos mudar isso e nos direcionar para o bem-estar do planeta e do ser humano. Essa tem que ser a prioridade, e as pessoas têm que ser reeducadas a respeito disso, algo que leva tempo.
A agricultura ecológica oferece uma maneira de reduzir o impacto causado por uma cultura de crescimento econômico desenfreado.”
AULA 3 – ECOLOGIA
O QUE É ECOLOGIA? E QUANDO ESTE TERMO COMEÇOU A SER USADO?
Muitos autores atribuem o termo Oekologie, atual “ecologia”, a Ernest Haeckel, que o teria proposto por volta do ano de 1866 (FRIEDERICHS,1958; GOODLAND, 1975; MCINTOSH,1988).
 
Entretanto, em 1858, o norte-americano Henry David Thoreau já havia utilizado este termo (GOODLAND, 1975). Merece também destaque Hains Reiter, que publicou um livro com a palavra Oekologie, em 1885. 
Foi o pesquisador dinamarquês Johann Eugen Bulow Warming (1841- 1924) quem publicou o primeiro livro, devotado especificamente a estudos ecológicos, tendo iniciado sua carreira no Brasil. 
Este termo, no início, era utilizado de forma ampla, e com o passar dos anos foi sofrendo transformações.
O conceito de Ecologia- ECOLOGIA-OIKOS-CASA
Segundo Haeckel, a Ecologia é a ciência referente à “economia da NATUREZA, ou seja, a investigação das relações totais dos animais tanto com seu ambiente orgânico quanto com seu ambiente inorgânico; 
incluindo acima de tudo, suas relações amigáveis e não amigáveis com aqueles animais e plantas com os quais vêm direta ou indiretamente a entrar em contato. Numa palavra, Ecologia é o estudo de todas as inter-relações complexas denominadas por Darwin como as condições da luta pela existência”.
 
“É a ciência que envolve todas as relações, amistosas

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