Alimentação na infância

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Alimentação na infância
Karolina Danielle Carvalho de Souza Oliveira, 33 anos
Helena carvalho Oliveira, 2 anos
VS.: Muitas crianças têm receio de ingerir alimentos novos, dando preferência para aqueles com que já estão acostumadas, como você faz com sua filha?
K.: Alimentação na infância é um constante desafio em todas as fases, De início passamos pelo aleitamento materno, o sonho da maioria das mães é dar leite exclusivo até 6 meses de idade, quando então surge o novo desafio, a introdução alimentar com frutas primeiramente, depois com papas salgadas. E assim prosseguimos. Muitas pessoas já têm muitas dificuldades nessa primeira etapa, pois o leite materno por algumas vezes não sustenta ou seca. Depois vem o início do jogo da paciência, como dar uma banana a um bebê que só mama? Algo doce, textura totalmente diferente. Como ensinar a deglutição, evitar o engasgo? Tudo exige dos envolvidos muita dedicação. Na minha primeira experiência com Helena ela cuspiu todas as frutas. Isso não significava que ela não tivesse gostado, mas era novidade eu deveria como mãe ensinar, ajudá-la nesse processo de adaptar ao novo alimento. À medida que a criança cresce ela então cria seu hábito alimentar de acordo com a rotina de cada família, em cada cultura. E ela terá hábitos que vão fazê-la ter o costume de determinados alimentos. Eu como mãe, quando desejo introduzir algo novo para Helena, tento não impor aquilo, ela é um bebê ainda, não posso forçá-la e gerar um trauma, ao mesmo tempo em que não posso ceder. Toda a criatividade é válida nesse momento. Se vou fazer um bolo integral procuro usar forminhas com formas geométricas de cupcake, como coração e flor. Se faço um suco de couve com limão, com sua cor exuberante e particular, ofereço num copo colorido, tento preparar perto dela, explicar a história das frutinhas, tento ver se ela gosta de um copo comum, uma mamadeira ou canudo e assim vamos tentando introduzir novos hábitos. 
Novos hábitos sempre são positivos desde que sejam para o bem da saúde da criança e sua família. Tento fazer para Helena o que faço para nós em casa. Para ela sentir parte. Não isolar a criança. Obriga-la a ter um prato colorido e nós, como pais comemos apenas o trivial arroz e feijão. Somos o primeiro exemplo que os filhos têm. Por isso devemos cuidar da nossa imagem. Eles observam tudo.
VS.: Sua filha é chata pra comer?
K.: Não graças a Deus tem bons hábitos alimentares. Não vou dizer que esses dois anos foram fáceis. Já cuspiu muita coisa. Tem alimentos que comia tranquilamente e hoje não come de forma alguma. Mas, de forma geral, come muito bem.
VS.: Quais são as restrições alimentares da sua filha? Sempre soube que ela era alérgica? Como descobriu?
K.: Helena tem APLV, alérgica a proteína do leite da vaca. Descobri aos dez meses de vida quando tentei dar uma fórmula infantil própria para idade. As fórmulas são feitas com base na proteína do leite. Nunca tinha tido reação com leite materno. Ela não pode comer nada que tenha o preparo com leite e derivados.
VS.: Como faz para se alimentar na rua, na casa de algum parente ou amigo, e em festas?
K.: Eu amo cozinhar e amo minha filha. Isso me faz testar várias receitas deliciosas e transformar lanchinhos fáceis para ocasiões como visitas, viagens, festinhas. Criamos Helena de forma que ela não se acostumasse com doces em geral, frituras. Exatamente porque não são as maiorias dos alimentos próprios para idade dela e porque maioria tem leite em seu preparo. Assim ela aprendeu a comer o que oferecemos. Aonde vou levo uma frasqueira térmica com sucos naturais, e varias opções para comer. Faço pipoca dela, cupcake integral de cenoura, quibe assado, pãozinho de baroa, biscoito de polvilho. Assim ela nem sente falta de outras coisas. Come feliz e não corro riscos. O mundo não está preparado para os alérgicos. Nunca chego em uma festa e encontro opções para ela. Como se eles não existissem.
 VS.: O que você tem costume de fazer para alimentação de sua criança durante o dia? O que ela costuma comer e o que ela mais gosta de comer?
K.: Ela mama duas a três vezes por dia uma fórmula especial para alérgicos ao leite. Almoça e janta bem, arroz com legumes, uma carne branca ou vermelha, feijão e folhas. Nos intervalos da manhã e tarde ela come frutas ou suco, bolos e biscoitos integrais. O que ela mais ama é o feijão e também seu bolo de cenoura.