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civil iv aula 2

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DIREITO CIVIL IV 
POSSE 
Aula 2 
 
Objetivos 
Ao final da sessão o aluno deverá ser capaz de: 
• Introduzir o aluno no estudo da posse; 
• Conceituar posse e situá-la no contexto da função social; 
• Classificar posse conforme os critérios do Código Civil 
 
CONTEÚDO DA AULA 
 
Unidade 2 - POSSE 
2.1. Evolução histórica, conceito e características 
 2. 1.1 Teoria subjetivista 
 2. 1.2 Teoria objetivista 
2.2. Distinção entre posse, propriedade e detenção 
2.3. Classificação da posse e suas características 
2.4. Natureza jurídica: controvérsias 
2.5. Composse 
 
 
 
 
 
 
POSSE 
 
Origem da Posse 
Teoria de Niebuhr (adotada por Savigny) 
• Surgiu da distribuição de terras conquistadas pelos 
romanos 
• Uma parte das terras eram loteadas (possessiones) e 
cedidas aos cidadãos 
• Por não serem proprietários não tinham ação 
reivindicatória contra invasões 
• Aparecimento de processo especial (interdito 
possessório) destinado a proteger esse estado de fato 
Origem da Posse 
Teoria de Ihering 
• Surgiu como medida adotada pelo pretor outorgando 
discricionariamente a um dos litigantes em ação 
reivindicatória a guarda provisória da coisa 
• A situação provisória acabava por consolidar-se. 
• O processo preliminar da ação reivindicatória foi se 
transformando em processo declaratório do estado de 
fato 
Posse – 1ª abordagem 
 
• Propriedade -> Estado de direito 
• Posse -> Estado de aparência protegido pelo 
direito 
 
Posse 
• Presunção de propriedade. 
• Presumindo-se proprietário -> garante-se a situação 
fática, por segurança jurídica e pacificação social. 
• Propriedade conformada pela CF88 subordinando-se à 
chamada função social da propriedade (arts. 5º, inc. XXIII; 182, 
§§ 2º e 4º; 184 e 186, etc) 
• Posse (chamada propriedade social) fortalecida pela 
previsão constitucional expressa da usucapião (arts. 183 e 191 
CF/88). 
 
9 
POSSE 
• Exprime a detenção física ou material, a ocupação de uma 
coisa. 
• É a conduta de dono daquele que detém, de fato, algum dos 
poderes inerentes à propriedade 
 
 
CONCEITO DE POSSE 
• Situação jurídica de fato apta a, atendidas certas 
exigências legais, transformar o possuidor em 
proprietário (situação de direito real) 
(NERY, Nelson e NERY, Rosa Maria de Andrade. Código civil comentado: e 
legislação extravagante. 3.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p. 608). 
 
 
• A posse é o exercício de fato, em nome próprio, de um 
dos poderes inerentes ao domínio. 
 
 
11 
TEORIAS SOBRE A POSSE 
Duas grandes teorias: 
 
Teoria Subjetiva – Savigny (1803); 
 
Teoria Objetiva (Simplificada) – Ihering (1868). 
 
Teoria Subjetiva de Savigny 
 
 
o Para Savigny, a posse implicaria na possibilidade de alguém 
dispor fisicamente de uma coisa com intenção de considerá-la 
sua, afastada igual possibilidade por parte de outrem, salvo 
com a sua autorização. 
 
o Possuidor teria a possibilidade de defender sua posse contra 
toda ação estranha. 
 
o Para Savigny, a posse seria um poder de fato. 
 
(Friedrich Karl Von Savigny) 
Teoria Subjetiva de Savigny 
o Para caracterização da posse seriam necessários dois 
elementos: 
a) Corpus > poder físico sobre a coisa, não implicando em 
apreensão física da coisa, mas em um poder de dominação 
 
b) Animus > componente volitivo consistente no propósito de 
manter o objeto como se dono fora. 
 
o Para Savigny, quem detém a coisa, na condição de 
representante, não exerce a posse, mas simples detenção, 
pois estaria destituído do elemento animus. 
 
 
JWA 14 
O Detentor da coisa, pode exercê-la de 2 formas: 
 
Pode ter a intenção de exercer o direito de propriedade do outro 
 
 * A DETENÇÃO NÃO GERA POSSE; 
 
Pode ter a intenção de exercer um direito de propriedade próprio. 
 
 * A DETENÇÃO GERA POSSE, 
 
(posto que o animus possidendi seria semelhante a animus domini). 
 Teoria Objetiva de Ihering 
 (Rudolf Von Ihering) 
o Entendia a posse como sendo o exercício de algum dos 
direitos inerentes à propriedade, independentemente da 
intenção do possuidor. 
 
o A posse seria uma exteriorização da propriedade. 
 
o Diferentemente de Savigny que entendia posse como poder 
de fato e não como o exercício de um direito. 
 
o A proteção da propriedade, para ser eficaz, pressupõe a da 
posse, que é a sua exteriorização. 
GJFF, modificado por 
JWA 
16 
• Crítica a obra de Savigny. 
• Analisa a posse nos seus elementos, corpus e animus, 
oferecendo uma visão completamente diferente. 
 Corpus (elemento físico) 
• Relação exterior que há normalmente entre proprietário e a 
coisa, ou aparência da propriedade. 
• É a conduta externa da pessoa, que se apresenta numa relação 
semelhante a que é exercida pelo proprietário; 
 
 Animus (elemento psíquico) 
• É a vontade de proceder como habitualmente o proprietário o 
faz. (affectio tenendi). 
 
17 
É denominada objetiva por dispensar a intenção, 
 
A POSSE É A VISIBILIDADE DO DOMÍNIO. 
Pressuposto de Ihering: 
Em regra o possuidor é o proprietário. 
 
“Estatisticamente, essa exterioridade coincide com a propriedade 
real. Quase sempre o possuidor é ao mesmo tempo o 
proprietário, sendo diminutos os casos em que não é”. 
 
Teorias Sociológicas da Posse 
 
o Defendem que a posse não é meramente um apêndice da 
propriedade. 
 
o Interpreta a posse de acordo com os valores sociais nela 
impregnados. 
 
o Trata-se de um poder fático de ingerência socioeconômica 
sobre determinado bem da vida, mediante a utilização 
concreta da coisa. 
 
Posse 
• Teorias de Posse e o Código Civil: 
o A teoria objetiva de Ihering foi consagrada pelo Código Civil 
(Art. 1.196). 
 
 Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, 
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
 
o Há elementos da teoria de Savigny impregnados no Código 
Civil, havendo referências ao animus domini, em expressões 
como “possuir como seu”(art. 1.238, CC) ou “possuir coisa 
móvel como sua” (art. 1.260, CC), assim como também às 
teorias sociológicas (Exs. Art. 1.238, p. ú., Art. 1.240, do CC). 
 
20 
POSSE 
PROPRIEDADE 
PODER DE FATO 
PODER DE DIREITO 
• Posse protegida para evitar a violência e assegurar a paz social. 
• A situação de fato aparenta ser uma situação de direito 
I Jornada de Dto Civil – Enunciado 76 
 “O possuidor tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e 
este contra aquele (art. 1197 CC)” 
Ius possidendi => direito de posse e propriedade 
Ius possessionis => fundado unicamente na posse, consoante com 
o aspecto externo da relação da pessoa com a coisa), 
21 
Natureza Jurídica da Posse 
Fato ou Direito? 
1a Corrente (Beviláqua, ...) 
• É um fato, que é protegido pelo direito em atenção à 
propriedade da qual é a manifestação exterior. 
 
2a Corrente (Savigny,...) 
• Natureza dupla: fato e direito 
• Considerada em si mesmo é um fato; 
• Pelos efeitos que gera é um direito (usucapião, interditos 
possessórios) 
 
3a Corrente (Ihering, ...) 
• É um direito (o direito são os interesses juridicamente 
protegidos) 
• É a exteriorização do direito real de propriedade 
 (não há propriedade sem posse) 
GJFF 22 
Natureza Jurídica da Posse 
Direito Pessoal ou Real? 
1a Corrente (Ihering, ...) 
• Sendo um direito (o direito são os interesses juridicamente 
protegidos), só pode pertencer à categoria dos dtos reais• É a exteriorização do direito real de propriedade (dto real - 
não há propriedade sem posse) 
2a Corrente (Savigny,...) 
• Natureza dupla: fato e direito 
• Considerada em si mesmo é um fato; 
• Pelos efeitos que gera é um direito (usucapião, interditos 
possessórios) dto obrigacional 
3a Corrente (Bevilaqua, ...) 
• Direito especial sui generis, por não se enquadrar 
perfeitamente em qualquer das categorias. 
Natureza jurídica da posse 
 
o Savigny 
 a posse é ao mesmo tempo um fato e um direito, uma vez que 
independeria do ordenamento jurídico, uma vez que pode nascer 
até da violência. 
 
o Ihering 
 
 situa a posse não como um fato, mas como um direito real. 
 
 
 
 
 
 
o A posse, à luz do Direito brasileiro, não configura direito real, mas 
“pessoal”, pois não incluída no elenco dos direitos reais (art. 1.225 
CC). 
 
o A posse carece de certos predicados inerentes aos direitos reais: 
direito de seqüela, a validade erga omnes, publicidade. 
 
o Alguns Doutrinadores a consideram como um direito sui generis. 
 
 
 
 
Natureza jurídica da posse 
GJFF 25 
Posse x Propriedade x Detenção 
 
Posse 
• Exercício do poder e fato em nome próprio, exteriorizando a 
propriedade e fazendo uso econômico da coisa (animus 
tenendi – intenção de usar a coisa tal qual o proprietário) 
 
Propriedade (art. 1228, § 1º CC) 
 
• Direito real sobre coisa própria 
 
Detenção 
• Estado de fato que não corresponde a nenhum direito (art 
1198) 
• É aquele que, achando-se em relação de dependência para 
com outro, conserva a posse em nome deste e em 
cumprimento de ordens ou instruções suas. 
JWA 26 
Art. 1.198 - Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de 
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em 
cumprimento de ordens ou instruções suas. 
 
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve 
este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que 
prove o contrário. 
DETENÇÃO 
 
Situação em que uma pessoa, mesmo exercendo poderes de 
fato sobre uma coisa, não é considerada possuidora. 
 
DETENTOR 
É aquele que, achando-se em relação de dependência para com 
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de 
ordens ou instruções suas. 
 
 
GJFF 27 
FÂMULO DA POSSE (ou detentor) 
 
• Aquele que em razão de sua situação de dependência econômica 
ou vínculo de subordinação em relação a outra pessoa (possuidor 
direto ou indireto), exerce sobre o bem, não uma posse própria, 
mas a posse desta última e em nome desta, em obediência a uma 
ordem ou instrução. 
 
Ex: soldado em relação às armas do quartel, 
 mecânico em relação às ferramentas da qual é responsável, 
 caseiros, administradores, bibliotecários, 
 diretores de empresa (que, por presunção juris tantum, são 
considerados detentores de bens sobre os quais não exercem posse 
própria). 
GJFF 28 
ATENÇÃO 
 
Posse Natural ou "Naturalis possessio". 
 
 
Detentor da coisa tem apenas a posse natural, que 
se baseia na mera detenção, 
 
Não possui direito de invocar a proteção 
possessória (elemento econômico da posse está 
afastado). 
GJFF 29 
Função Social da Posse x Função Social da Propriedade 
Abordagem diferenciada entre ambas 
 
Função Social da Propriedade (art. 1228, § 1º CC) 
• Sanciona a conduta ilegítima de um proprietário que não é 
solidário perante a coletividade 
 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o 
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou 
utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. 
 
Função Social da Posse 
• Estimula o direito à moradia como dto fundamental de índole 
existencial, à luz do princípio da dignidade humana 
• Acesso à posse como instrumento de redução de 
desigualdades sociais e justiça distributiva 
GJFF 30 
Objeto da Posse 
• Todas as coisas corpóreas, que podem ser visualizadas e tocadas 
 
• Alcança apenas os bens que tenham materialidade, pois apenas 
sobre eles é possível exteriorizar um poder fático 
 
• Não há visibilidade de atuação possessória sobre bens imateriais 
e intangíveis (ex: Dtos autorais, patentes e software) 
 
Súmula 228 STJ 
 “É inadmissível o interdito proibitório para a proteção de direito 
autoral.” 
 
• Por vezes, a jurisprudência é contraditória (Sum. 193 STJ). 
“O direito de uso de linha telefônica pode ser adquirido por usucapião. 
31 
 Desdobramento (Classificação) da Posse 
 
Art. 1.197 - A posse direta, de pessoa que tem a coisa em 
seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, 
ou real, não anula a (posse) indireta, de quem aquela foi 
havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse 
contra o (possuidor) indireto. 
 
Posse Plena = Posse 
 
Posse Direta 
Posse Indireta 
 
GJFF 32 
 Desdobramento da Posse 
 
• É a do possuidor direto que recebe o bem, em razão de 
direito real ou de contrato. 
 Ex. Usufruto, o usufrutuário tem o uso e o gozo da coisa 
frutuária. 
 
• É a de quem detém materialmente, utilizando-a como o faria 
o proprietário. 
POSSE DIRETA 
GJFF 33 
• É a posse do proprietário que cede o uso do bem a outrem. 
 
• No usufruto, o proprietário tem a posse indireta, porque 
concedeu ao usufrutuário o direito de possuir, conservando apenas 
a nua propriedade, ou seja, a substância da coisa. 
 
• É a posse de quem, temporariamente concedeu a outrem 
(possuidor direto) o exercício do direito de possuir a coisa, 
enquanto durar a relação jurídica. 
 
• Extinta a relação jurídica, readquire o possuidor indireto a posse 
plena. 
POSSE INDIRETA 
34 
 
NUA PROPRIEDADE 
(nuda proprietas) 
• Designa a propriedade que não é plena, em referência ao 
proprietário que está despojado (despido) do gozo da coisa. 
 
• O titular da nua propriedade é o nu-proprietário, 
 
• A nua propriedade pode ainda resultar do direito de uso ou 
de habitação, em que o usuário ou o habitante gozam a 
coisa, enquanto o dono permanece com o mesmo direito real 
sobre a coisa em uso ou em habitação. 
Classificação da Posse quanto aos vícios 
Posse justa: 
Posse desprovida dos vícios específicos (art. 1.200, CC). 
 Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou 
precária. 
 
Posse justa é mansa, pacífica, pública e adquirida sem 
violência. 
Classificação da Posse quanto aos vícios 
Posse injusta 
• Posse maculada por um dos vícios da posse. 
Posse violenta 
 > Adquirida através do emprego de violência contra a 
pessoa. 
Posse clandestina 
 > Adquirida às escondidas. 
Posse precária 
 > Decorrente da violação da obrigação de restituir. 
 (abuso de confiança). 
 
Classificação da Posse quanto aos vícios 
 
 Posse injusta não deve ser considerada posse jurídica 
 
 Não produz efeitos contra o legítimo possuidor (para quem 
esta situação jurídica não passa de detenção) 
 
 Possuidor injusto pode usar dos interditos possessórios 
contra atos de terceiros. 
 
INTERVERSÃO OU INVERSÃO 
DO CARÁTER DA POSSE 
Continuidade do caráter da posse (art. 1.203, CC) 
• Posse que se inicia justa permanece justa; 
• Posse que se inicia injusta, permanece injusta ao longo do tempo, a 
menos que se opere a inversão do caráter da posse. 
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo 
caráter com que foi adquirida 
Alteração do caráter da posse 
• Violência e clandestinidadesão vícios relativos, 
• Precariedade é vício absoluto. 
• Inversão do caráter da posse pode ocorrer quando a posse for 
violenta ou clandestina. 
• Nestes casos, cessada a violência ou a clandestinidade a posse 
deixa de ser injusta e passa a ser justa. 
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE QUANTO À SUBJETIVIDADE 
Posse de boa-fé 
• Consciência da aquisição da coisa por meios legítimos. 
• Conceito fundado em critério subjetivo. 
• Presunção da boa-fé para quem possui justo título. 
• Caracteriza a posse de boa-fé a crença do possuidor de 
se encontrar em uma situação legítima. 
• Posse de boa-fé se ignora existência de vício na aquisição 
da posse 
 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o 
obstáculo que impede a aquisição da coisa. 
Posse de má-fé 
 Não se considera de boa-fé a posse de quem, por erro 
inescusável ou ignorância grosseira, desconhece o vício que 
macula a sua posse. 
 Boa-fé relevante para usucapião, disputa dos frutos e benfeitorias 
da coisa possuída ou para definição da responsabilidade pela perda 
ou deterioração. 
 Posse de boa-fé pode se transfigurar em posse de má-fé (art. 
1.202 CC). 
 
 Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento 
em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui 
indevidamente. 
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE QUANTO À SUBJETIVIDADE 
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE 
Posse originária e posse derivada 
 
Posse originária 
• Quando não há vínculo entre o sucessor e o antecessor da posse, 
• Causa da posse não é negocial. 
 
Posse derivada 
• quando há ato de transferência (da posse, e não necessariamente da 
propriedade) entre antecessor e sucessor. 
• Haverá sempre tradição na posse derivada. 
 
Posse ad interdicta e ad usucapionem 
Ad interdicta: posse que pode ser protegida através dos interditos 
possessórios. 
Ad usucapionem: posse que pode ser pressuposto de usucapião 
Composse 
 x 
Posse Exclusiva 
x 
Posses Paralelas 
Posse Exclusiva x Composse 
 
• Posse de um único possuidor. 
 
• Posse exclusiva se contrapõe a Composse 
 
• Uma pessoa tem sobra a coisa, posse plena, direta ou indireta. 
 
• Desdobramento da posse em direta e indireta não é incompatível 
com a exclusividade. 
 
44 
COMPOSSE 
 
• Quando 2 ou mais pessoas se tornam possuidoras 
do mesmo bem, em virtude de contrato ou herança. 
 
• Cada possuidor exerce a posse, por quota ideal, 
sem embaraçar a da outra. 
ex: herdeiros antes da partilha; 
 
• Compossuidor 
 => pode valer-se isolada ou conjuntamente, da 
proteção possessória contra terceiro ou mesmo 
contra outro compossuidor que perturbar sua posse. 
GJFF 45 
 
Pressupostos da posse comum ou compossessão: 
 
 Pluralidade de sujeitos 
 Coisa indivisa 
Art. 1.199 - Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, 
poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, 
contanto que não excluam os dos outros compossuidores. 
 
EFEITO: Copossuidores exercem o seu direito sobre o TODO, 
independentemente de sua quota parte. 
GJFF 46 
1) Cada possuidor pode se defender contra terceiro; Cada 
possuidor pode se defender contra o outro copossuidor. 
(Resp 537.363/RS) 
2) Não é possível usucapião da coisa copossuida por um dos 
copossuidores contra os demais porque todos exercem os 
seus poderes sobre o TODO. 
EXCEÇÃO: 
1) Se for estabelecida POSSE COM EXCLUSIVIDADE, afastando 
os demais do exercício da posse. (STJ, Resp 10978/RJ) 
2) Usucapião conjugal 
• Posses múltiplas. 
 
• É a concorrência de posses 
 
• Existência de posses de natureza diversa sobre a mesma 
coisa. 
 
• Desdobramento da Posse em Direta e Indireta 
 
Posses Paralelas 
Posse pro diviso x Posse pro indiviso 
Posse pro indiviso 
• Ocorre quando o compossuidor tem posse somente de partes 
ideais da coisa objeto de composse. 
 
Posse pro diviso 
• Quando cada um dos possuidores se localiza em partes 
determinadas do imóvel, estabelecendo uma divisão de fato. 
• É a posse materialmente localizada dentro da composse. 
• É uma “posse individual” dentro da composse. 
• Cada compossuidor poderá mover ação possessória contra 
outro compossuidor que o moleste no exercício de seus 
direitos, nascidos daquela situação de fato 
 
 
a)Posse pro diviso: 
• Divisão de fato para a utilização pacífica do 
direito de cada um. 
 
b) Posse pro indiviso: 
• Todos os possuidores exercem, ao mesmo 
tempo e sobre a totalidade da coisa, os 
poderes de fato. 
NOVIDADE no CC/02: 
Usucapião em composse em específica 
 
Art. 1.240-A: Usucapião conjugal (usucapião por 
abandono do lar) 
 
Cônjuge pode usucapir a meação do outro cônjuge 
quando houver: 
 
 Abandono do lar + prazo de 2 anos. 
 
Tecnicamente => usucapião de composse, usucapião de meação. 
EFEITO PROCESSUAL DA COMPOSSE: 
Tema: capacidade processual 
 
Novo CPC 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para 
propor ação que verse sobre DIREITO REAL IMOBILIÁRIO, salvo 
quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
 
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre DIREITO REAL IMOBILIÁRIO, salvo quando casados 
sob o regime de separação absoluta de bens; 
 
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou 
do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato 
por ambos praticado. 
EFEITO PROCESSUAL DA COMPOSSE: 
Tema: capacidade processual 
 
Posse não é direito real 
 Ação possessória não é ação real : 
a) em ação possessória um cônjuge não precisa do consentimento 
do outro. 
b) Em ação possessória um cônjuge sendo réu o outro não vai formar 
litisconsórcio passivo necessário. 
 
EXCEÇÃO: 
Art. 73, § 2º, NovoCPC: 
COMPOSSE: Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do 
autor ou do réu é indispensável no caso de composse (em razão 
da qualidade de copossuidor). 
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu 
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos 
praticado. 
 
 Mariana emprestou a título gratuito o seu apartamento para Sandra, 
sem fixar prazo para devolução. Durante o tempo em que esteve no 
imóvel, Sandra fez todos os reparos necessários, além de ter 
construído um cômodo a mais para um de seus filhos morar com ela. 
Após 10 anos, Mariana solicitou de volta a casa, mas Sandra recusou-
se a devolver, alegando que não teria outro lugar para ir e que, após 
10 anos de utilização mansa, pacífica e sem oposição, já teria tempo 
suficiente para usucapir o bem. Considerando as informações acima, 
responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE: 
• Qual a classificação da posse de Sandra, antes de Mariana pedir o 
imóvel de volta? (justa/injusta; boa-fé/má-fé; originária/derivada; 
direta/indireta) 
Caso Concreto 
No que diz respeito à posse é correto afirmar: 
 
(a) Para que haja composse é necessário que todos os 
compossuidores tenham ciência da posse dos demais; 
(b) O possuidor direto pode exercitar a repulsa legítima à invasão 
de sua esfera possessória por parte do possuidor indireto, 
ainda que não mais vigente o título jurígeno autorizador do 
desdobramento da posse; 
(c) Não se caracteriza a posse violenta quando alguém se apossa 
de propriedade onde não encontrou ninguém e depois tão-
somente impede o dono de nela reentrar; 
(d) A companheira tem justo título na posse de bens comuns do 
casal, quando do falecimento do companheiro. 
 
Questão objetiva

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