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APOSTILA DE TÍTULOS DE CRÉDITO ATUALIZADA 2015

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
																
DIREITO EMPRESARIAL (COMERCIAL)
PROF. ANDREA COSTA MARTELOTTA
TÍTULOS DE CRÉDITO – PARTE GERAL
1 - CONCEITO:
Definição célebre formulada por Vivante:
"Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo nele mencionado".
Obs. Art. 887 do Código Civil:
“ O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. 
2 – CARACTERÍSTICAS OU PRINCÍPIOS:
A) Cartularidade - o título de crédito se assenta numa cártula (papel ou documento necessário para o exercício do direito resultante do crédito que a cártula representa). É essencial a exibição do documento, acarretando como conseqüência prática a necessidade da cártula em original para ingressar nas vias executivas, bem como para promover o requerimento falimentar, baseado na impontualidade de pagamento de dívida representada por um título de crédito, não aceitando, cópia xerox, nem mesmo autenticada.
B) Literalidade - consiste no fato de valer no título apenas o que nele está escrito e, conseqüentemente, o que nele não está escrito, não pode ser alegado, limitando desta forma os direitos e as obrigações ali incorporados.
Obs. Uma obrigação, por exemplo, de aval, expressa em documento separado, ao título não se integra.
C) Autonomia - relativa às obrigações assumidas e não a sua causa. Trata - se de uma das maiores garantias dos títulos de crédito, capaz de promover, com segurança, a circulação dos direitos emergentes dos títulos. Cada obrigação que deriva do título é autônoma em relação as demais, por conseguinte a invalidade de uma obrigação não invalida as outras. As obrigações constantes do título são sempre obrigações internas, cartulares ou cambiárias, a saber, aval, endosso e aceite. Ver art. 32 da LUG (Lei Uniforme de Genebra, mas precisamente, Lei Uniforme relativa às Letra de Câmbio e Notas Promissórias - Decreto 57.663/66 ).
Obs. I - a independência é a extensão da autonomia "cada qual se obriga por si e responde pelo cumprimento da obrigação contraída". 
Pergunta-se:
C I - Como são assumidas as obrigações nos títulos de crédito?
C II - Como se denomina o instrumento que serve para transmitir o título de uma pessoa para outra? Quem faz uso deste instrumento também se obriga pelo pagamento do título ? 
C III – Qual é a tripla função do endosso?
 
C IV - Diante da característica sob comento, distinguir aval de fiança.
Obs. SOBRE AVAL VER: art. 897 e § único, 898 e §§ c/c 1647 III, 889 a 900 do novo Código Civil .
	Cláusula proibitiva de endosso – Art. 890 do Código Civil.
D - ABSTRAÇÃO - esta característica correlaciona-se com a causa originária do título de crédito e é de índole inessencial, haja vista que a obrigação abstrata ocorre apenas quando o título está em circulação, mais precisamente, quando o título circula através do endosso, quando se põe em relação duas pessoas que não contrataram entre si, encontrando-se contrapostas apenas em virtude do título. 
Obs. I - Abstração \SYMBOL 185 \f "Symbol" Autonomia
Obs. II - Há títulos de crédito causais, onde a causa pode e deve ser alegada (cheque, nota promissória, pro solvendo). A jurisprudência vem entendendo que se o título é causal, mesmo em sendo endossado, de boa fé, a causa pode ser discutida. Logo, o mesmo não ganha abstração. 
Obs. III - Observe-se, entretanto, que, de regra, após o endosso, os títulos tornam-se abstratos, excetuada hipótese de endosso de má-fé e dos títulos causais, como se disse acima).
Ex:
Nota Promissória entre as partes - pro solvendo - título causal
Nota Promissória que circulou , por endosso de boa fé- - pro soluto - título abstrato.
Nota Promissória causal – mesmo sendo endossada de boa-fé – título não abstrato – título causal.
E) FORMALISMO - o título de crédito é formal por isso indispensável se torna que o documento se revista de certas exigências impostas pela lei para que tenha a natureza de título de crédito e assegure ao portador os direitos incorporados no mesmo. Cada espécie de título possui uma forma própria que se obtém através do cumprimento de requisitos expressamente enumerados na lei regente do mesmo. Se faltar, ao menos um daqueles requisitos considerados essenciais, o escrito não terá valor de título de crédito. Trata-se do denominado rigor cambiário.
F) CIRCULAÇÃO - finalidade precípua dos títulos de crédito, uma vez que a existência destes se justifica para facilitar as operações de crédito e a transmissão dos direitos neles incorporados. Esta transmissão se dá regularmente pela tradição ou pelo endosso, a terceiro de boa fé, tendo poder liberatório de moeda. As modalidades que se revestem esses títulos, quanto a circulação são à ordem(ver arts. 910 a 920 do novo Código Civil) ou ao portador (ver arts. 904 a 909 do Código Civil).
Art. 893 do novo Código Civil “ A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes.”
Pergunta-se: Para maior segurança do portador é melhor que o título circule, por endosso, muito ou pouco ?
G) FORÇA EXECUTIVA - confere ao título de crédito o direito às vias executivas, considerados que são, como títulos executivos extrajudiciais.
Obs. 1 - ver art. 585 e 586 do C.P.C.
4 - DA INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS:
	Este é um princípio resultante dos conceitos, já expostos, da autonomia e da abstração das relações cartulares, trata-se apenas de um aspecto processual desses princípios.
	O tema em questão está consagrado em algumas normas legais, dentre elas, o art. 906 do Código Civil; o art. 51 do Decreto nº 2.044/1908; na Lei Uniforme de Genebra (Decreto nº 57.663/66), art. 17 e na Lei 7.357/85, art. 25.
	Desse princípio extrai-se que:
4 . 1 - O objetivo do presente princípio é a garantia do 3º de boa fé, adquirente do título de crédito, constituindo a mais importante afirmação do direito moderno em favor da segurança, da circulação e negociabilidade dos títulos de crédito.
4 . 2 - As exceções pessoais só podem ser opostas entre os envolvidos na relação pessoal direta, entre o subscritor, ou transmitente do título, e o novo portador.
4 . 3 - O emissor pode opor a seu credor direto as exceções de direito pessoal que contra ele tiver, tais como, por exemplo, a circunstância de já lhe ter efetuado o pagamento do mesmo título, ou pretender compensá-lo com crédito que contra ele possuir. Mas, se o mesmo título houver saído das mãos do credor direto e for apresentado por terceiro, que esteja de boa fé, já nenhuma exceção de defesa ou oposição, poderá usar o devedor contra o novo credor, baseado na relação pessoal anterior, que não lhe diz respeito.
4 . 4 - Podem ser opostas a qualquer portador os vícios formais ou a falta de requisito necessário ao exercício da ação, em prestígio ao rigor cambiário.
4 . 5 - Apenas uma exceção comporta a regra : quando há má-fé, por parte do portador, ao adquirir o título com finalidade de prejudicar o devedor. Daí dizer a lei que a regra vigora "a menos que o portador, ao adquirir a letra, tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor", é o que estatui o art. 17 da LUG, in fine.
	
Configura-se a má-fe na aquisição do título com o propósito de prejudicar o devedor, facultando, então, a lei, a oposição de exceção que teria contra o portador anterior.
DOS TÍTULOS EM ESPÉCIE:
CHEQUE
1 - CONCEITO:
		"Ordem de pagamento à vista dada a um banco ou instituição assemelhada, por alguém que tem fundos disponíveis no mesmo, em favor do próprio ou de terceiro." (Fran Martins).
2 – REGULAMENTAÇÃO LEGAL:
		O título em análise regulamenta-se pela Lei nº 7357 de 02 de setembro de 1985 e subsidiariamente pela Lei Uniforme do Cheque, inserida em nosso Direito pelo Decreto nº 57.595, de 07 de janeiro de 1966, que intentouuniformizar internacionalmente o Direito em matéria de cheque.
		Registre-se a observação de Fran Martins de que:
"A nova lei do Cheque, nº 7357, é na realidade uma consolidação dos princípios da Lei Uniforme sobre o cheque e das leis que anteriormente regularam esse título, notadamente a Lei nº 2591/12.
. . .
A nova Lei do Cheque substitui a Lei Uniforme e vigora desde o 
dia 03 de setembro de 1985."
		A Lei nº 7357/85 remete os conflitos de leis nesta matéria, à Convenção (Decreto nº 57.595/66).
		Anote-se que em 15.09.94, houve a promulgação da Convenção Interamericana sobre conflitos de leis em matéria de cheques, consubstanciada no Dec. nº 1.240, de 16.09.94.
		Frise-se, ainda, que o cheque também é regulado pelas resoluções e circulares emanadas pelo Banco Central.
3 - FIGURAS:
a - sacador ou emitente
b - sacado (instituição financeira)
c - beneficiário ou tomador - a favor de quem a ordem é dada (sacador ou terceiro).
OBS.: Pode surgir ainda avalistas e endossante.
		Os que sustentam ser o cheque um instrumento de pagamento, dizem que este documento se ordena o pagamento, mas, na realidade, não se efetua o mesmo, pois, o cheque não representa moeda.
4) Cheque pré ou pós datado (arts. 1º, inciso V e 32 da Lei nº 7357/85 e art. 28 alínea 2 da LU).
		Pela prática habitual e atual do comércio a jurisprudência vem admitindo, em alguns casos, o cheque pré ou pós datado, mas, considerando-o desnaturado, como cheque, aceitando-o como um título de confissão de dívida, ou documento comprobatório de um crédito, afastando até, em certos casos a aplicação do art. 171 § 2º inciso VI do Código Penal.
		
5) A assinatura falsa não invalida o título (art. 13 da Lei nº 7357/85). Firme-se o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência no sentido de imputar ao banco a responsabilidade por fraude ou falsificação em face da Teoria do Risco, a qual sustenta que quem tem o bônus assume o ônus. É preciso, contudo, verificar se o correntista foi descuidado, conivente etc. A presunção é de que o banco é culpado, e ao banco cabe ilidir tal presunção.
Obs. Ver ementa da súmula 28 do STF.
6) O menor, com mais de 16 anos pode ter conta corrente desde que maior se responsabilize.
Obs. Ver Circular nº 1528 do Banco Central.
7 - ELEMENTOS : CAUSA E PRESSUPOSTOS DE EMISSÃO: 
a) Causa:
	Quando for título pro solvendo , a causa estará umbilicalmente ligada e pode e deve ser alegada.
b) Pressupostos: (Fran Martins)
* Ser o sacado um banco ou instituição financeira a ele equiparado.
* A existência de fundos (provisão) disponíveis em poder do banco ou da instituição financeira do emitente ou sacador.
* Ter o emitente ou o sacado disponibilidade sobre os fundos ou provisão.
* Haver entre o emitente e o banco sacado um contrato expresso ou tácito para que o primeiro disponha dos fundos ou provisão por meio do cheque.
Obs. Ver arts. 3º e 4º da Lei nº 7357/85 e comparar os pressupostos que invalidam o documento daqueles que não prejudicam a validade do cheque.
8 - DOS REQUISITOS LEGAIS :
		"Deve-se fazer uma radiografia física do cheque para certificar-se de sua sanidade formal", como nos sugere Egberto Lacerda Teixeira, verificando os requisitos:
a) Essenciais:
* a palavra "cheque"
* o mandato puro e simples de pagar uma quantia certa e determinada
* o nome de quem deve pagar (sacado)
* a assinatura de quem passa o cheque (sacador).
b) Inessenciais:
* a indicação do lugar em que o pagamento deve efetuar.
* a indicação da data em que , e do lugar onde, o cheque é sacado.
Obs. Ver os arts. 1º e 2º da Lei 7357/85 (analisar suprimento de requisitos).
9 - DA ASSINATURA DO SACADOR:
a) O cheque deve trazer a assinatura do sacador ou mandatário com poderes especiais. O sacador deve ser uma pessoa capaz de dispor de seus bens uma vez que o cheque representa uma ordem de pagamento sobre fundos disponíveis do emitente em poder do sacado.
b) Deve-se, entretanto, entender por assinatura todo e qualquer sinal material, que sirva para identificar nos papéis ou títulos, a pessoa daquele que a apõe.
c) Admite-se a assinatura por chancela mecânica que obedece às determinações da Resolução nº 74 do Banco do Brasil.
d) Pode o cheque ser emitido por mandatário, contendo o mandato poderes expressos e especiais para tanto. (Ver art. 14 da Lei nº 7357/85 e 11 da Lei Uniforme).
e) A assinatura falsa não invalida o título, abrange-se neste raciocínio também a falsificada, entendendo-se como assinatura falsa a que não é autêntica e a falsificada aquela obtida por meio de acréscimos, cancelamentos, ou modificações de uma assinatura autêntica. (Ver art. 13 da Lei nº 7357/85).
10 - ENDOSSO:
		Primeiramente confrontar art. 890 do C. Civil com art. 17 § 1º da Lei 7357/85.
		Cabe ressaltar também que a Lei nº 8021 de 12 de abril de 1990, proibiu a emissão de títulos ao portador, e os nominativos endossáveis (art. 2º inciso II).
		A finalidade desta prescrição legal foi a de identificar os contribuintes para efeitos fiscais, e não a de abolir os títulos de crédito ou suprimir a sua circulação.
		Por conseguinte, parece que, para fins fiscais, a transmissão dos títulos de crédito deverá operar-se somente por endosso em preto ou pleno, ou seja, registrando-se no título o nome do beneficiário, afastada a possibilidade de utilização do endosso em branco.
		O endosso parcial é considerado nulo, nos termos do § 1º do art. 18 da Lei nº 7357/85 e art. 912 § único do C.Civil).
		Este instrumento é a forma natural e típica de transmissão da titularidade integral do cheque ao endossatário (art. 20 da Lei nº 7357/85).
		A Lei pode, entretanto, cercear a transmissão do título, e, assim o faz, de duas maneiras.
		A uma, prevista expressamente no art. 17 e § 1º da Lei nº 7357/85, quando estabelece uma forma de tornar o cheque inegociável, ab initio, no sentido cambiário, admitindo sua transmissão na forma e efeitos de cessão civil. (arts. 286 e segts. do Código Civil).
		A duas, em estipulação impeditiva de novo endosso, nos termos do art. 21 da Lei nº 7357/85).
		Firme-se que o endosso (salvo àquele firmado de má-fé), possui função criadora e purificadora, dos defeitos ou vícios anteriores. Verifica-se, entretanto, na hipótese supramencionada, de cessão, a ausência desta influência purificadora diante do que dispõe o art. 294 do Código Civil, onde se verifica que o devedor pode opor tanto ao cessionário como ao cedente, as exceções que lhe competirem no momento da cessão, mas não pode opor ao cessionário de boa-fé a simulação do cedente.
		Em síntese, a posição do endossatário é , em tese, mais segura que a do cessionário por estar sujeita apenas às exceções pessoais. Na cessão as exceções se ampliam mais e os vícios se comunicam com maior elasticidade.
		Temos várias espécies de endosso, o endosso-mandato (art. 26 da Lei nº 7357/85; o endosso caução ou pignoratício, pelo qual se transmite a posse do cheque como garantia do pagamento da obrigação subjacente.
11 - AVAL:
		Garantia típica de natureza cambiária para a hipótese de não pagamento do título, de utilização corrente na letra de câmbio e na nota promissória, é todavia, excepcional no cheque, regulamentada nos arts. 29 e segts. da Lei nº 7357/85. Há previsão expressa de que o aval pode ser concedido no todo ou em parte , denominando-se este último de aval parcial, admitindo-se por conseguinte, avais superpostos, considerados simultâneos e não sucessivos. Confrontar art. 897 § único do C. Civil o qual veda o aval parcial.
12 - PROTESTO:
		É ato formal, solene, que certifica a apresentação do cheque ao sacado e a sua recusa em liquidá-lo.
		Afirma Paulo Lacerda que "o instrumento do protesto tem duplo caráter: de registro, que fixa, definitivamente, o teor do cheque na sua integralidade, e de prova da interpelação exigida na disciplina do instituto."Obs. ver art. 50 da Lei nº 7357/85 ( dispensa de protesto) X art. 890 do C. Civil.
14 -DA APRESENTAÇÃO DO TÍTULO ( PRAZO DECADENCIAL) E DA PRESCRIÇÃO DO DIREITO À AÇÃO EXECUTIVA:
		Em sendo o cheque considerado como título executivo extrajudicial, nos termos do art. 585 I do Estatuto Processual Civil, é necessário firmar que a ação executiva só poderá ser movida pelo portador, que não for pago, tenha ou não feito a apresentação tempestiva ao sacado, e, tirado, na falta de pagamento, o respectivo protesto.
		Trata-se de prazo prescricional pois é o mesmo determinado e fixado para o exercício do direito de ação , não havendo por conseguinte como confundi-lo com prazo decadencial porque não se vislumbra in casu, o perecimento do direito material, podendo este ser, inclusive, exercitado por outras vias, como apontado anteriormente, bem como, pela ação Monitória.( art. 206 § 3 inc. VIII do C. Civil – prazo de 3 anos)
		O prazo decadencial que firma a Lei é aquele para a apresentação do cheque ao sacado, ou seja, 30 dias, se emitido na praça onde tiver de ser pago, ou, 60 dias quando em outra praça.
		A falta de apresentação do cheque dentro dos prazos avençados não acarreta a decadência do direito exercitável na execução, em face do emitente e seus avalistas, mas apenas, contra os endossantes e os avalistas destes. (art. 47 da Lei nº 7357/85).
		Obs. Ver arts. 59 a 62 da Lei nº 7357/85.
		A contra ordem de pagamento do cheque é possível depois de expirado o prazo para a sua apresentação, desde que o emitente dê ciência ao sacado das razões motivadoras do ato por carta ou por via judicial, ou ainda por via extrajudicial.
		Durante o período de apresentação o emitente pode sustar o pagamento do cheque, manifestando ao sacado, razões relevantes, e a este não cabe julgar a relevância das razões esposadas.
NOTA PROMISSÓRIA
1 - CONCEITO: 
		" Entende-se por nota promissória a promessa de pagamento de certa soma em dinheiro, feita, por escrito por uma pessoa, em favor de outra ou à sua ordem. "( Fran Martins).
2 - REGULAMENTAÇÃO: 
		Primeiramente aplica-se a Lei Uniforme de Genebra, ressaltando-se que em apenso ao Decreto nº 57.663, de 24 de janeiro de 1966, encontramos o Anexo I e o Anexo II da Convenção sobre a letra de câmbio e a nota promissória. O Anexo I é a própria Lei Uniforme e o Anexo II é a lista das reservas ou ressalvas, que modificam ou excluem.
		Maximilianus Cláudio Américo Führer , sintetizou muito bem a forma de utilização do Decreto em questão e o fez, como retratamos abaixo, in verbis: 
"A primeira providência do intérprete é riscar os arts. 1º , 4º, 8º, 11, 12, 14, 18, 21, 22 e 23 do Anexo II, porque essas reservas não
interessaram ao Brasil, como se vê no item 1º do Decreto 57.663/66. 
A redação do item 1º do Decreto 57.663/66 é reconhecida defeituosa. Onde se lê "com reserva aos artigos tais do Anexo II", leia-se "com reserva dos artigos tais do Anexo II" . A interpretação literal, sem a necessária correção, faria supor a existência de reservas das reservas, o que é um contra senso.
O Decreto promulgou portanto a Lei Uniforme (Anexo I), com as reservas dos arts. 2 - 3 - 5 - 6 - 7 - 9 - 10 - 13 - 15 - 16 - 17 - 19 - e 20 do Anexo II. Das 23 reservas oferecidas, o Brasil adotou apenas 13.
O Anexo I deve ser conjugado com os arts. não riscados do Anexo II. Cada vez que examinarmos um artigo da Lei Uniforme (Anexo I), teremos que verificar necessariamente se ele não foi derrogado ou ,modificado por algum dos 13 artigos restantes do Anexo II (lista das reservas).
Ao conjugar o Anexo I com o Anexo II, devemos seguir os seguintes princípios :
1º - Se o Anexo II nada disser, valerá o que ficou dito no Anexo I.
2º - Havendo reserva derrogatória no Anexo II, cancela-se a disposição do Anexo I, e se substitui a mesma pela norma correspondente da lei cambial brasileira (Decreto 2.044) ou por outra lei interna pertinente.
3º - Mas, se apesar da reserva, não houver lei brasileira para a substituição, permanecerá válida a regra do Anexo I.
Esses princípios simplificados e esquematizados baseiam-se nas teses vencedoras do mestre Antônio Mercado Júnior. ...
Em síntese, o manuseio da Lei Uniforme obriga o interessado a dar os seguintes passos:
a) riscar do Anexo II as reservas não anotadas;
		b) anotar ao lado de cada reserva restante a regra correspondente da nossa lei cambial interna;
c) anotar ao lado de cada artigo do Anexo I a eventual reserva existente no Anexo II;
d) iniciar então o estudo da Lei Uniforme (Anexo I), verificando sempre as reservas do Anexo II e o reenvio às normas internas brasileiras."
3 - NATUREZA JURÍDICA:
		Trata-se de promessa de pagamento ( art. 54 do Decreto nº 2044/08 em posição diversa ao art. 1º do mesma lei).
4 - FIGURAS:
a) sacador , emitente ou subscritor.
b) tomador ou beneficiário
Obs. I - Diferentemente da letra de câmbio que possui as seguintes figuras:
* sacador (que dá a ordem, emite a letra)
* tomador ou beneficiário
* sacado (pessoa designada para cumpri-la)
Obs. II - Por conseguinte, temos na nota promissória, uma promessa de pagamento onde o emitente é o responsável principal por seu pagamento, enquanto que na letra, sendo esta, uma ordem de pagamento, não se tem a certeza, na emissão, se o sacado cumprirá ou não essa determinação do sacador.
5 - DA NOTA PROMISSÓRIA COMO TÍTULO DE CRÉDITO
		Figura a nota promissória como exemplo, ao lado da letra de câmbio, como título de crédito próprio, típico, puro e genuíno, sendo estes, os mais perfeitos papéis cartulares.
		Por conseguinte, pode-se afirmar que a nota promissória, bem como, a letra de câmbio, encerra uma verdadeira operação de crédito, subordinando a sua existência à confiança que inspiram os que deles participam.
		Há preponderância do elemento pessoal, já que é baseada na confiança que merecem os seus participantes, que a sua circulação se faz com maior ou menor facilidade.
6 - DOS REQUISITOS LEGAIS:
		Como título formal, do mesmo modo que a letra de câmbio, e, em face do rigor cambiário, e ainda diante do Princípio da literalidade, deve a nota promissória observar os requisitos legais para valer como tal, ressalvadas as exceções expressas a esta regra geral.
		Obs. Ver arts. 76, 1ª alínea da LUG, Decreto nº 57.663/66, equivalente ao § 4º do art.54 da lei brasileira).
		Por conseguinte dividem-se os requisitos em :
a) Essenciais:
* a denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título.
* a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada.
* o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga.
* a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
b) Inessenciais:
* a época do pagamento.
* a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada.
7 - PROMISSÓRIA LIGADA A UM CONTRATO- AÇÃO CAUSAL:
		A nota promissória como título de crédito puro e próprio que é , encerra um direito abstrato, desprendendo-se do título a causa originária, podendo por conseguinte, o portador, vencido e não pago o título, executar o emitente, baseado exclusivamente no título.
		Acontece que às vezes há vinculação de notas promissórias a um contrato original, ficando, nesta hipótese o título preso ao cumprimento do pactuado, como condição para a perfeição do instrumento contratual (pro solvendo).
		Nos casos acima mencionados é admissível que o devedor oponha-se ao pagamento pelo não cumprimento do contrato, podendo invocar em defesa a causa da obrigação, ou seja, o contrato.
		Garante-se ao devedor, na hipótese de inadimplemento contratual por parte do credor, o não pagamento da nota promissória, em prestígio ao princípio que veda o enriquecimento indevido. Entendimentoeste, largamente, aceito pela jurisprudência e pela doutrina dominante.
8) PRESCRIÇÃO:
Arts. 52 e 53 do Decreto 2044/1908 – 5 anos;
Arts. 70 e 77 do Dec. 57.663/1966 – 3 anos;
 
DUPLICATA:
Conceito: “Duplicata mercantil é um título de crédito causal, proveniente de um contrato a prazo de compra e venda mercantil, facultativamente emitido pelo vendedor contra o comprador, que corporifica o crédito resultante do contrato celebrado.” (Amaury Campinho).
“É um título de crédito de natureza mercantil, facultativamente emitido pelo vendedor ( ou prestador de serviços) na compra e venda a prazo.
Em se tratando de pagamento em parcela, pode constituir-se em:
*duplicata única, fazendo expressa menção às prestações e respectivos vencimentos;
*duplicata em série, destacando-se o número de ordem.”
(Amador Paes de Almeida).
Ver art. 2º, § 3º da Lei nº 5.474/68.
“A duplicata é um saque representativo de um negócio preexistente, comprobatório de uma compra e venda mercantil, constante de fatura discriminada a que ela corresponde”(RT 307/283).
Num enunciado simples, pode ser conceituada como título de crédito que emerge de uma compra e venda mercantil ou da prestação de serviços, na forma do que dispõe os arts.2º e 20 da Lei nº 5.474/68.
Regulamentação legal:
Lei nº 5,.474 de 18 de julho de 1986, com as alterações decorrentes do Decreto-Lei nº 436 de 27 de janeiro de 1969 e da Lei nº 6.458/77.
Natureza jurídica: Promessa de pagamento.
Da remessa e devolução:
A duplicata deve ser apresentada ao comprador, para aceite:
e.1 – Pelo sacador em trinta dias a emissão;
e. 2 – Por mandatários em dez dias do recebimento do título na praça de pagamento.
A devolução dar-se-á em dez dias, contados da apresentação.
Ver art.6º e seguintes da Lei 5.474/68.
Do aceite:
“É a declaração unilateral, facultativa, pela qual o sacado assume a obrigação de realizar o pagamento da soma indicada no título, dentro do prazo ali especificado, tornando-se, assim, responsável direto pela execução de obrigação incondicional”. (Theóphilo de Azeredo Santos)
Do suprimento do aceite:
Não raras vezes o comprador ou não aceita a duplicata ou não a devolve, retendo-a com o consentimento do credor, deve comunicar a este último a retenção e aceite, por escrito, consoante prescreve o art. 7º, § 1º, da Lei n.º 5.474/68.
A comunicação, neste sentido, na forma de que prescreve o § 2º do art. 7º da Lei que rege a matéria, substitui a duplicata, no ato do protesto ou na ação executiva da cobrança.
No extravio ou retenção indevida da duplicata poderá o credor emitir uma triplicata que, na realidade, é uma duplicata da verdadeira duplicata, constituindo-se triplicata da fatura.
Aceite presumido:
O protesto da duplicata não aceita ou não devolvida, desde que tirado mediante indicação do credor ou do apresentante do título, supre o aceite e, inclusive, a duplicata retida. Em tal hipótese deve o instrumento de protesto conter os requisitos enumerados no art. 29 do Decreto n.º 2.044/1908 – Lei Cambial. Nesta circunstância, a transcrição mencionada no inc. II do dispositivo legal será substituída pela reprodução das indicações feitas pelo portador do título, ex vi do disposto no art. 14 da lei das Duplicatas.
O aceite presumido, pois, severamente combatido por inúmeros doutrinadores, foi acolhido pela Lei n.º 5.474/68. Todavia em face da atual sistemática processual, não se revestirá o título nessas circunstâncias da necessária liquidez e certeza.
Recusa do aceite:
Ver art. 8º da Lei em tela.
Na ocorrência das hipóteses elencadas no artigo supramencionado, lícito é ao comprador recusar-se ao aceite da duplicata. Note-se que, se a mercadoria corresponde efetivamente, quer quantitativa quer qualitativamente, às condições previstas e acordadas anteriormente, não é lícito ao comprador recusar-se ao aceite. Por outro lado, se o vendedor deixa de entregar a mercadoria no prazo fixado, facultado é ao comprador rescindir o contrato ou demandar o seu cumprimento com os danos mora.
Ver art. 207 do Código Comercial.
“A justa causa para recusa do aceite, a nosso ver, não exime o comprador de certas providências, impondo-lhe a devolução da duplicata acompanhada de documento escrito explicando convenientemente sua atitude, procedendo concomitantemente à consignação judicial da mercadoria, sob pena de considerar-se perfeito e acabado o negócio.” (Amador Paes de Almeida).
Do pagamento:
Ver art. 9º da Lei das Duplicatas.
Constituirá também prova do pagamento a liquidação de cheque, a favor do estabelecimento endossatário, no qual conste no verso que o seu valor se destina à amortização ou liquidação da duplicata nele caracterizada.
Admite-se também reforma ou prorrogação do prazo do vencimento, mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com poderes especiais. Frise-se, contudo, que para manter a co-obrigação dos demais intervenientes, por endosso ou aval, requer a anuência expressa destes.
Do protesto:
A duplicata pode ser protestada:
I – pela falta de aceite;
	Ver arts. 13 e 14 da Lei n.º 5474/68.
II – por falta de devolução ( substituída por indicação do portador ou pela triplicada).
III - por falta de pagamento.
Obs.: O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de trinta dias, contados da data do seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.
Da prescrição: art. 18 da Lei 5474/68 - 3 anos.
Ações competentes para cobrança da duplicata:
a) Execução – Art. 15 incs. I e II da Lei 5474/68 e art. 585 e seguintes do CPC.
Ver ementa da súmula 248 do STJ
b) Rito Ordinário – Art. 16 da Lei 5474/68.
Duplicata simulada:
A duplicata simulada é aquela cuja emissão não corresponde a uma efetiva compra e venda mercantil, ou a serviços prestados.
Ver art. 172 do CP.
Desse modo, a duplicata simulada é nula de pleno direito, sendo passível de sofrer sanção penal o seu sacador e o sacado que a aceitar.
Duplicata virtual: Art. 889 § 3º do Código Civil.
Da triplicata: (Ver art. 23 da Lei n.º 5.474/68.)
Triplicata é título de crédito emitido em decorrência da perda ou extravio da duplicata, produzindo os mesmos efeitos, se revestindo dos mesmos requisitos, e obedecendo às mesmas formalidades daquela. A triplicata tem o escopo único e exclusivo de substituir a duplicata perdida ou extraviada. (Amaury Campinho).

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