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Radiologia Digital Prof. Msc. David Sousa x • O elemento de captura é aquele em que os raios X são capturados. Na radiografia computadorizada (RC), o elemento de captura é o fósforo fotoestimulável. Nos outros modos de RD, o elemento de captura pode ser o iodeto de césio (CsI), o oxissulfeto de gadolínio (GdOS) ou o selênio amorfo (a- Se). • O elemento de acoplamento é aquele que transfere o sinal gerado pelos raios X para o elemento de detecção. O elemento de acoplamento pode ser uma lente, uma montagem com fibra óptica, uma camada de contato ou o a-Se. • O elemento de detecção pode ser um fotodiodo, um dispositivo de carga acoplada (DCA), ou um transistor de filme fino (TFF). O fotodiodo e o DCA são dispositivos sensíveis à luz que detectam fótons. O TFF é um dispositivo sensível à carga, que coleta elétrons. • RADIOGRAFIA DE PROJEÇÃO POR VARREDURA • Logo após a introdução da terceira geração da tomografia computadorizada (TC), a radiografia de projeção por varredura (RPV) foi desenvolvida por fabricantes de TC para facilitar o posicionamento de pacientes (Fig. 26-2). Isto permanece praticamente em uso com todos os segmentos de sistemas espirais multicortes de imagem da TC. • Os fabricantes de TC dão vários nomes comerciais para esse processo, mas a RPV é a mesma em todos. O paciente é posicionado na mesa de TC e, em seguida, conduzido por meio do gantry, enquanto se energiza o tubo de raios X. O tubo de raios X e a matriz de detectores não rodam, mas são estacionários e o resultado é uma radiografia digital (Fig. 26-3). x • DISPOSITIVO DE CARGA ACOPLADA • O DCA foi desenvolvido na década de 70 como um dispositivo de alta sensibilidade à luz para uso militar. • Desde essa época, tem grande aplicação na astronomia e na fotografia digital. • Elemento sensível à luz na maioria das câmaras digitais, ele tem três principais vantagens: sensibilidade, faixa dinâmica e tamanho. • O DCA é um semicondutor à base de silício, que é mostrado como um receptor de imagem na Figura 26-5. x • A sensibilidade é a capacidade de o DCA detectar e responder a níveis muito baixos de luz visível. Essa sensibilidade é muito importante para fotografar o céu por meio de telescópio e para baixa dose de radiação para o paciente na imagem digital. • Faixa dinâmica é a capacidade de o DCA responder a uma vasta faixa de intensidade luminosa, desde o muito escuro ao muito claro. A faixa dinâmica comparada ao receptor radiográfico convencional de velocidade 400 é mostrada na Figura 26-6. • Resposta à radiação do dispositivo de carga acoplada (DCA) em comparação com um receptor de imagem convencional de velocidade 400. • O DCA tem sensibilidade mais alta para radiação e faixa dinâmica mais ampla do que os receptores de imagem convencionais. • Observe que o DCA tem uma resposta linear com a radiação, mas o receptor de image convencional tem a curva de resposta característica de H&D (Hurter & Driffield). • Embora o receptor de imagem convencional tenha três conjuntos de resposta a radiação — densidade óptica (DO) de 0 a 3 — apenas cerca de 30 tons de cinza são perceptíveis pelo olho humano. • Tentamos produzir radiografias com baixos valores de exposição na porção linear da curva H & D para aumentar o contraste da imagem. • IODETO DE CÉSIO/DISPOSITIVO DE CARGA ACOPLADA. • Essa montagem dos DCAs lado a lado recebendo luz de um cintilador permite o uso de uma área do feixe de raios X, de forma que, no contraste para a RPV, o tempo de exposição seja curto. x • A luz da cintilação de um fósforo do CsI é transmitida de maneira eficiente através de um feixe de fibras ópticas para o arranjo do DCA. O resultado é alta eficiência na captura dos raios X e boa resolução espacial — até 5 pl/mm. A Figura 26-8 mostra um sistema de imagem versátil, baseado na tecnologia de placa plana de a-Si. • CsI/DCA é um processo indireto da RD em que os raios X são convertidos primeiro em luz e, em seguida, transformados em sinal elétrico. • • O conjunto de múltiplos DCAs com a finalidade de visualizar uma área do feixe de raios X apresenta um desafio em criar uma imagem perfeita na extremidade de cada DCA. Isso é realizado por interpolação dos valores dos pixels em cada interface da pastilha. • IODETO DE CÉSIO/SILÍCIO AMORFO • Uma aplicação inicial da RD envolveu o uso de CsI para captura dos raios X e transmissão da luz resultante da cintilação para o elemento de detecção, conforme apresentado na Figura 26-9. O elemento de detecção é o silício colocado entre dois materiais como um TFF. O silício é um semicondutor que, normalmente cresce como um cristal. Quando identificado como amorfo (a- silício), o silício não é cristalino, mas, sim, um fluido que pode ser pintado em uma superfície de apoio. • O CsI tem alta captura fotoelétrica, pois o número atômico do césio é 55 e do iodo é 53. • Portanto, a interação dos raios X com CsI é alta, resultando em baixa dose de radiação no paciente. • O receptor de imagem na RD é fabricado em pixels individuais, conforme mostrado na Figura 26-10. • Cada pixel tem uma face de a-Si sensível à luz, com um capacitor e um TFF embarcado. x • CsI/a-Si é um processo indireto da RD em que os raios X são convertidos em luz primeiro e, em seguida, transformados em sinal elétrico. • A Figura 26-11 é uma micrografia de um arranjo de a-Si que mostra os contatos para o mecanismo de controle do roteamento de endereço e as linhas de dados. • A ampliação de um único pixel revela que uma grande porção da face do pixel é coberta por componentes eletrônicos e fios que não são sensíveis à luz emitida pelo fósforo do CsI • A solução espacial na RD é limitada pelo pixel. • Como a velocidade da tela-filme de GdOS foi aumentada, reduziu- se a resolução espacial por causa da dispersão da luz no GdOS. Tal fato não é o caso com a RD. O aumento da espessura do GdOS, no receptor de imagem da RD, intensifica a velocidade do sistema, sem comprometer a resolução espacial. • SELÊNIO AMORFO • A última modalidade em RD é identificada por alguns como sendo a RD direta, porque não envolve a cintilação do fósforo. O feixe de raios X, para formação da imagem, interage diretamente com silício amorfo (a-Se), produzindo um par de cargas conforme mostrado na Figura 26-13. O a-Se é tanto o elemento de captura quanto o elemento de acoplamento. x • O a-Se é um processo direto da RD porque os raios X são convertidos em sinal elétrico. • O a-Se possui, aproximadamente, 200 μm de espessura e está intercalado entre dois eletrodos carregados. A imagem inteira de um receptor de imagem para CsI/a-Si aparece conforme mostrado na Figura 26-10, sendo descrita como um arranjo de matriz ativa de TFFs. • Os raios X incidentes no a-Se criam pares de elétrons-buracos através da ionização direta do selênio. A carga criada é coletada pelo capacitor de armazenamento e permanece lá até que o sinal seja lido pela ação de chaveamento do TFF. • MAMOGRAFIA DIGITAL. • A radiografia digital recebeu um grande impulso no final dos anos de 1990 com a aplicação da RD para a mamografia, sendo chamada de mamografia digital (MD). Pensava-se que a RD teria uma resolução espacial melhor do que a mamografia convencional por causa da situação ilustrada na Figura 26-14 • A luz de uma tela intensificadora se espalha e expõe uma extensa área do filme. O resultado é a limitação na resolução espacial. • O sinal emitido durante a RC pode também se espalhar, limitando a resolução espacial. As curvas mostradas na Figura 26-14,chamadas funções da linha de dispersão, indicam o grau relativo da resolução espacial. • De acordo com a descrição delineada na Figura 26-14, o uso do a-Se para a RD deveria resultar em melhor resolução espacial. Porém não é esse o caso, porque a resolução espacial na RD é limitada pelo tamanho do pixel. Assim, nenhum sistema de RD pode corresponder, em resolução espacial, à radiografia convencional. • Esse tópico será abordado com mais detalhes no Capítulo 29. A Figura 26- 15 mostra um sistema de radiografia digital baseado na tecnologia de a-Se X • A intenção do PEIMD foi determinar se a mamografia digital era tão boa quanto a mamografia convencional. A suspeita era que não fosse, porque a resolução espacial da MD (5 pl/mm) é muito menor do que a mamografia convencional (15 pl/mm). • Com base nas interpretações dos radiologistas, os resultados mostraram que a mamografia digital não só foi igual à mamografia convencional para todos os pacientes como foi melhor para imagem densa e para o tecido glandular mamário. Tal descoberta sugere que a resolução de contraste seja mais importante do que a resolução espacial para mamografia e, possivelmente, para todas as imagens médicas. Isso será discutido no Capítulo 28. • A resolução de contraste é mais importante do que a resolução espacial para radiografia de tecido mole. • A tomossíntese mamária digital (TMD) é uma recente aplicação avançada da MD. Com a TMD, uma área do feixe de raios X interage com o receptor de imagem mamográfica, produzindo a mamografia digital. Repete-se esse mamograma digital diversas vezes, em diferentes ângulos, como mostrado na Figura 26-17. • Cada imagem está disponível em formato digital e pode ser reconstruída como uma matriz tridimensional de valores, cada um representando um voxel. • Isso não é diferente da TC, mas ocorre com doses de radiação substancialmente inferiores nos pacientes. • Com estes dados digitais disponíveis, uma seção tomográfica pode ser reconstruída com um aumento no contraste da imagem para uma dose aceitável de radiação no paciente (Fig. 26-18).
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