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EBOOK ENEM 2017 v3

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Prévia do material em texto

EBOOK
ATUALIDADES
2017
Politize!
Olá! Este eBook é dedicado aos vestibulandos e a todos 
aqueles que queiram ficar por dentro dos principais acon-
tecimentos políticos da atualidade, no Brasil e no mundo. 
Neste material, você encontrará alguns dos assuntos mais 
debatidos ao longo de 2017: as reformas no Brasil; o fluxo 
migratório e os atentados na Europa; as mudanças na 
América Latina; a realidade da violência contra a mulher; e 
as questões indígenas na Amazônia. Dentro de cada 
capítulo, você também encontrará conteúdos aprofunda-
dos em uma linguagem super simples. 
Quando terminar de ler, teste seus novos conhecimentos 
nos quizzes ao final do eBook! 
Bom estudo,
Equipe Politize!
E B O O K
D E AT UA L I DA D E S
2 0 1 7 P O L I T I Z E !
Politize!
Guia prático para quem vai
prestar ENEM e vestibulares
Dicas de redação
A crise no Brasil
Um país em reformas
Corrupção no poder
América Latina: cenário político
Terrorismo, conflitos e migrações
Direitos humanos
Violência contra a mulher
Amazônia e movimento indígena
Quiz de atualidades:
teste seus conhecimentos
01
06
16
36
44
61
84
90
98
109ÍN
D
IC
E
Politize!
Politize!
quatro dicas para
se sair bem
1 REDAÇÃO
2
Politize!
Os temas de redação costumam ter relação com 
fatos em evidência no Brasil e no mundo. Por isso, ler 
jornais, revistas, livros, frequentar o cinema - e, é 
claro, acessar diariamente o portal do Politize! - são 
hábitos que deixarão você a par das principais 
questões mais discutidas no momento. Além de
entender as questões em discussão, é importante 
refletir sobre elas e articular posicionamentos.
A redação é parte muito importante dos exames para 
ingresso no ensino superior. A prova do ENEM, por 
exemplo, é separada em cinco partes, quatro delas 
compostas por questões de múltipla escolha que 
abordam conhecimentos em Ciências Humanas, 
Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática. 
Neste ano, a redação será feita no primeiro dia de 
prova. Se você escreve bem e tem domínio do tema 
sugerido, tem grandes chances de tirar uma ótima 
nota e se diferenciar dos concorrentes. Mas como 
fazer um texto que chame atenção dos revisores?
A seguir, veja as dicas mais importantes.
1 MANTENHA-SE ATUALIZADO
A prática leva à perfeição - é o que dizem. Para atingir 
um nível de escrita excelente, não tem jeito: é preciso 
escrever, escrever e escrever. Procure escrever pelo 
menos uma redação por semana - e conte com a 
revisão dos professores de seu colégio. Além disso, 
atente para o formato solicitado na redação. No 
ENEM, por exemplo, pede-se o formato
dissertativo-argumentativo, ou seja, o aluno deve 
escrever em prosa e elaborar uma argumentação 
sólida. O formato básico de uma dissertação consiste 
em três partes: introdução, desenvolvimento e con-
clusão. Na introdução, você deve deixar explícita a 
tese que defenderá. O desenvolvimento é o corpo do 
texto, em que se deve articular os argumentos que 
sustentam a tese. Por fim, a conclusão encerra a 
argumentação e é o espaço para demonstrar uma 
proposta de intervenção social, ou seja, a solução do 
autor para o problema colocado - o ENEM sempre 
demanda uma proposta de resolução do problema.
É essencial ter esse esqueleto de texto na ponta
do lápis.
2 TREINE A DISSERTAÇÃO
3
Politize!
Logo no início da prova, leia com calma a proposta de 
redação. Faça reflexões sobre as informações
apresentadas. Você não precisa começar a escrever 
imediatamente, mas é importante anotar ideias
conforme elas surgirem, para que não se percam
na hora de escrever. Antes de iniciar a redação,
organize essas ideias. Faça um esquema listando 
quais argumentos usará, e como irá dispô-los no
texto. Lembre-se: você terá apenas uma hora a mais 
para escrever a redação. Por isso, fique de olho
no relógio!
Além de ter domínio da estrutura, é preciso atentar 
para a ortografia. Erros ortográficos também são 
superados com a prática frequente da escrita. 
Recomenda-se também ler bastante. É através da 
leitura que aprendemos e reforçamos muito do 
nosso conhecimento ortográfico e gramatical. 
Escrever mais de 7 linhas: menos que isso
desclassifica o candidato (de todo modo, uma boa 
redação dificilmente será tão curta); 
Escrever até 30 linhas: é a extensão máxima ideal na 
redação do ENEM. Escrever mais do que isso pode 
render desconto na nota final;
Não fugir do tema: é simples, não escreva sobre maçã 
se o tema é laranja. A fuga de tema é motivo para
desclassificar o aluno da redação; 
Escrever no formato correto: uma dissertação é feita 
em prosa, por isso não invente de fazer poesias. 
Também não é permitido elaborar crônicas, fábulas e 
outros formatos que não sejam a dissertação; 
Não copiar: a proposta de redação é acompanhada de 
textos motivadores. Não os copie, apenas faça
interpretações sobre eles;
Não desenhar ou escrever impropérios e deboches;
Não desrespeitar os direitos humanos: racismo, 
xenofobia e outras formas de discriminação resultam 
em nota zero para o candidato. 
3 NA HORA DA PROVA, ATENÇÃO!
Além disso, é importante que você observe as
seguintes regras: 
4
Politize!
Escrever bem envolve revisar e reescrever. Após 
finalizar a redação, é importante que você reserve 
um tempo para lê-la pelo menos uma vez, com o 
máximo de atenção. Assim, você pode encontrar 
erros ortográficos, gramaticais, palavras repetidas, 
frases confusas e outros problemas dos quais não 
nos damos conta na hora de redigir. A revisão atenta 
pode garantir mais alguns pontos na nota final. 
Acima de tudo, tenha muita tranquilidade e confie em 
sua preparação. Seguindo esses passos, suas chances 
de sucesso na redação serão muito maiores. A nota 
máxima está mais próxima do que você imagina! 
4 DEPOIS DE ESCREVER, 
REVISE ATENTAMENTE
SUCCESS
5
Politize!
Agora que você já viu as principais recomendações 
para tirar nota máxima nas redações do ENEM e de 
vestibulares, vamos dar mais uma mãozinha. 
Separamos temas atuais que podem aparecer nos 
exames, em questões de diferentes disciplinas.
Conhecer esses temas pode fazer toda diferença. 
Por isso, dedique algum tempo para ler sobre eles!
 
Vamos lá?
AT UA L I DA D E S
Politize!
NO BRASIL
2 A CRISE
7
Politize!
Para combater os efeitos da crise financeira mundial, 
que eclodiu em 2008, o modelo econômico adotado 
pelo então presidente Lula baseou-se na adoção
de medidas para estimular o consumo. O governo
reduziu as taxas de juros, cortou impostos, concedeu 
desonerações fiscais a alguns setores da economia, 
incentivou a liberação de crédito pelos bancos
públicos para financiar o desenvolvimento e 
expandiu o gasto por meio de programas de
investimento em infraestrutura. Com tudo isso, a 
economia não perdeu fôlego e o país cresceu acima 
da média mundial.
Recessão, inflação em alta, aumento do desemprego 
e endividamento dos estados. É este o cenário da 
atual crise econômica brasileira, a mais grave dos 
últimos anos. O governo enfrenta uma situação
delicada porque, em economia, se você age para
corrigir um problema pode agravar outro. É como se 
tivéssemos um “cobertor curto” – se você cobre a 
cabeça, os pés ficam para fora e vice-versa. A seguir, 
confira o que está acontecendo com a economia
brasileira e as principais decisões do governo.
A CRISE INTERNACIONAL
O problema, no entanto, é que a crise econômica 
global durou além do que os economistas previam
e avançou durante o governo de Dilma Rousseff,
a partir de 2011. O menor ritmo de expansão
da China provocou uma queda brusca no preço
das commodities, com reflexos diretos sobre a 
economia brasileira, altamente dependente da 
exportação de produtos como soja e minério
de ferro.
Com o prolongamento da crise econômica
mundial, o governo manteve as medidas paraestimular a produção e o consumo, entre elas 
redução de impostos, desonerações fiscais e
liberação de crédito subsidiado. O problema
foi que o governo passou a gastar cada vez mais,
enquanto a arrecadação com impostos e
tributos diminuiu, o que desequilibrou as
contas públicas. Com a dívida em alta, o governo 
perde a capacidade de atrair investimentos e
não consegue destinar recursos para estimular
o crescimento do país.
A DÍVIDA BRASILEIRA
8
Politize!
Desde 2015, o governo fez cortes no orçamento, 
restringiu benefícios e aumentou impostos e 
tributos. O ajuste fiscal designa um conjunto de 
medidas que visa a equilibrar o orçamento do
governo, envolvendo tanto a contenção de gastos 
como a ampliação de receitas. 
O problema é que os cortes de gastos oficiais
provocam um efeito amplo na economia. Quando o 
governo reduz, por exemplo, o investimento em 
obras de infraestrutura – como geração de energia, 
transportes, telecomunicações e setor de água e 
esgoto – desestimula vários setores produtivos, 
causando o fechamento de empresas e aumento no 
desemprego. Consequentemente, essas medidas 
para reduzir as despesas acabam tendo efeito
contrário na outra ponta do orçamento, que é a 
queda na arrecadação de impostos. Afinal, quando
as empresas que fecham ou diminuem a produção
e as vendas, menos elas contribuem para a
receita federal.
O AJUSTE FISCAL
Parte do orçamento dos estados brasileiros, para 
além dos repasses da União, vem da arrecadação de 
impostos ou de empréstimos com o governo federal. 
Embora haja a opção de fechar acordos com bancos 
nacionais ou internacionais, públicos ou privados,
o governo federal é a maior fonte de recursos 
financeiros dos estados para conseguir
empréstimos e, assim, financiar investimentos, como 
rodovias e escolas. 
Com exceção ao ano de 2009, de 2006 a 2013, os 
estados tiveram ótimas arrecadações de tributos e 
certo equilíbrio fiscal, ou seja, recolhiam mais
dinheiro do que gastavam. A partir do agravamento 
da crise em 2014, a arrecadação diminuiu e a dívida 
financeira aumentou, atingindo estados como Rio de 
Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Para 
salvá-los da calamidade financeira, a nova Lei de
Recuperação Fiscal dos Estados foi resultado de 
longas negociações entre governadores e União.
CALAMIDADE FINANCEIRA
NOS ESTADOS
9
Politize!
Os políticos chegaram a um consenso sobre os 
seguintes pontos:
O ponto polêmico é que a taxa de juros compostos 
continuará a mesma, em 4% ao ano.
Privatização de empresas públicas estaduais;
Ajustes na previdência;
Revisão de benefícios e reduções fiscais;
Cancelamento de incentivos;
Congelamento de contratações e salários
de servidores;
Elaboração de uma lei de responsabilidade
fiscal estadual;
Suspensão do pagamento da dívida em até
3 anos, prorrogável por mais 3 anos;
O novo regime é facultativo aos estados, mas
visa aqueles com mais de 70% de suas
receitas presas com pagamento de dívidas.
Enquanto os governadores lidam com as finanças, a 
população também aprende a lidar com suas dívidas. 
Você sabe como a inflação diminui o poder de 
compra do consumidor?
A inflação é a elevada dos preços de produtos e 
serviços, o que resulta em um menor poder de 
compra do dinheiro do consumidor. No primeiro 
semestre, essa relação foi influenciada pela recessão 
econômica e o alto índice de desemprego da
população economicamente ativa. A taxa da inflação 
acumulada até agosto de 2017 é 1,62%, sendo a 
meta anual de 4% e o teto, 6%. Em 2016, a inflação 
fechou o ano na média de 6,29%, segundo o Índice 
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para conter a elevação de preços, o Banco Central 
elevou progressivamente a taxa básica de juros em
A INFLAÇÃO
10
Politize!
2014, também conhecida como Selic, voltando a 
baixá-la apenas no ano passado. A elevação dos juros 
é a principal medida que os governos adotam para 
controlar a inflação. Ela encarece o valor de todo
dinheiro emprestado no país, inibindo o consumo de 
pessoas e o investimento das empresas – com a 
queda na demanda, os preços tendem a ficar estáveis 
ou mesmo a cair para atrair mais consumidores.
Grande parte do efeito inflacionário é estimulada por 
tarifas controladas pelo governo, como energia e 
combustíveis, e pela defasagem cambial do real
desvalorizado, que encarece os produtos
importados. Além disso, a elevação dos juros piora o 
quadro recessivo, pois fica mais caro para empresas e 
pessoas físicas tomarem empréstimos bancários 
para fazer investimentos ou compras. Para piorar, ao 
aumentar a taxa básica, o governo passa a gastar 
mais com os juros da dívida pública.
Todo esse cenário desemboca no desempenho do 
Produto Interno Bruto. O PIB é a soma do valor de 
todos os bens e serviços produzidos, distribuídos e 
consumidos em uma região durante um período
determinado. É a principal medida usada para avaliar 
o tamanho de uma economia e compará-la
com outras.
Se o valor do PIB cai por dois trimestres seguidos, 
dizemos que o país está em “recessão técnica” – no 
caso do Brasil, os dados mostram que o PIB está em 
queda por oito trimestres consecutivos. E o que 
está interferindo na queda do PIB? Se as pessoas 
gastam menos com produtos e serviços, se o governo 
gasta menos, se as empresas deixam de investir em 
melhorias e se o país exporta menos do que importa, 
tudo isso impede o PIB de crescer.
A RECESSÃO
11
Politize!
Se todo mundo está segurando os gastos, como isso 
afeta o orçamento da União? Aliás, como que os 
políticos definem o destino de bilhões de reais? 
Calma que vamos explicar!
Todos os anos, o governo federal precisa elaborar um 
projeto de lei orçamentária, que determina os 
gastos a serem realizados no ano seguinte. Esse
projeto é enviado para análise do Congresso
Nacional, que faz as mudanças, votação e aprovação. 
A Constituição de 1988 determina gastos mínimos 
para duas áreas consideradas prioritárias no país: a 
saúde e a educação. Isso significa que, independente 
da orientação política do governo, uma destinação 
mínima da receita deve ser direcionada para essas 
duas áreas. 
COMO É DEFINIDO O
ORÇAMENTO DA UNIÃO?
12
Politize!
No nível Federal, a destinação mínima para a
educação corresponde a 18% da arrecadação com 
impostos e, para a saúde, corresponde a 13,2% da 
receita corrente líquida, calculada a partir de
receitas tributárias, mais taxações sobre
agropecuária, indústria, serviços e outros.
Mas a lei elaborada anualmente é apenas um dos 
documentos que guiam o orçamento público.
Na verdade, existe um ciclo orçamentário de quatro 
anos, determinado pelo Plano Plurianual (PPA). É 
esse plano que prevê em linhas gerais quais serão as 
ações e os recursos a serem usados ao longo do 
período. Outra lei determinante é a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias, também elaborada todos os anos, 
mas voltada para metas e prioridades do governo no 
ano seguinte - sem detalhar os recursos a serem 
usados. Para saber em detalhes como o orçamento 
do governo é definido, leia este post!
Não é fácil realizar cortes no orçamento. Boa parte 
das despesas é fixa, determinada pela Constituição, 
por isso sobra pouco espaço para fazer mudanças 
significativas como, por exemplo, destinar mais
dinheiro para a saúde ou para investimentos em 
infraestrutura. Além disso, o governo procura
economizar dinheiro para pagar os juros da dívida 
pública, diminuindo ainda mais as possibilidades de 
mudança. É o famoso superávit primário. 
No infográfico a seguir, você vai entender quais são 
os principais destinos das receitas arrecadadas pelo 
governo federal, que em 2016 chegaram a
R$ 1,09 trilhão, segundo a Receita Federal:
PARA ONDE VAI O DINHEIRO
DO ORÇAMENTO?
13
Politize!
ORÇAMENTO AUTORIZADO
2 0 1 6 : R $ 2 , 9 T R I L H Õ E S
DÍVIDA
PÚBLICA
R$ 1,35 trilhão
ENCARGOS
ESPECIAISR$ 345 bilhões
ASSISTÊNCIA
SOCIAL
R$ 77 bilhões
DEFESA
NACIONAL
R$ 59 bilhões
TRABALHO
R$ 72 bilhões
RESERVA DE
CONTINGÊNCIA
R$ 96 bilhões
EDUCAÇÃO
R$ 103 bilhões
PREVIDÊNCIA
SOCIAL
R$ 572 bilhões
SAÚDE
R$ 109 bilhões
Fonte: Siga Brasil - 
execução orçamentária 
2016. Consultado em: 24 
de novembro de 2016.
 OGU
QUAIS SÃO OS MAIORES
GASTOS DO GOVERNO FEDERAL?
14
Politize!
Uma das principais medidas do governo de Michel 
Temer é a PEC 241, que estabelece um teto para o 
crescimento dos gastos públicos. No Senado, a 
proposta tramitou como PEC 55. A mudança de 
número seria por conta da organização das
proposições no Senado. A seguir, vamos entender 
que proposta é essa e quais serão os impactos dessa 
medida para o governo e para o cidadão brasileiro.
A ideia da PEC 241 é que o crescimento dos gastos 
públicos seja totalmente controlado por lei. A 
proposta do governo é limitar esse crescimento 
apenas ao aumento da inflação. Alguns gastos até 
poderiam crescer mais do que a inflação, desde que 
houvesse cortes reais em outras áreas. Na prática, 
portanto, as despesas do governo não teriam
crescimento real. Esse teto de gastos ficaria em 
vigência pelos próximos 20 anos, a partir de 2017. 
Mas o congelamento dos gastos público poderá ser 
revisado após 10 anos.
A proposta ainda prevê algumas punições para 
órgãos da União que extrapolarem o limite de gastos: 
proibição de aumentar os salários dos servidores
no ano seguinte, de contratar concurso público,
de criar novos cargos ou reestruturar planos
de carreira.
TETO DE GASTOS PÚBLICOS
Confira o info completo!
15
Politize!
Com a aprovação do teto de gastos, a tendência é que 
dentro de alguns anos os gastos públicos tenham uma 
participação menor na economia e que os recursos que 
financiam serviços públicos sejam limitados, tais como
educação e saúde. Entre 2003 e 2015, os gastos para tais 
serviços públicos cresceram em média 6,25% ao ano 
acima da inflação. Saúde e educação serão incluídas na 
regra do teto, mas devem sempre crescer pelo menos o
equivalente à inflação - ou então mais, se o governo
conseguir cortar gastos em outras áreas. Além disso, o 
governo estuda aumentar o percentual mínimo de
investimento em saúde previsto em lei, o que garantiria 
R$ 10 bilhões a mais a partir de 2017. Com o crescimento 
limitado das despesas nessas áreas, pode haver menos 
recursos disponíveis.
Para entender melhor as consequências da aprovação 
da PEC 241/55, acesse o conteúdo completo!
AS IMPLICAÇÕES DO TETO DE GASTOS
3 UM PAÍS EM
REFORMAS
Politize!
17
Politize!
O governo Temer, formado a partir do afastamento e 
posterior condenação da ex-presidente Dilma 
Rousseff por impeachment em 2016, tem como uma 
de suas marcas a promoção de reformas de alto 
impacto na economia e no orçamento público 
brasileiro. No ano passado, foi aprovada a primeira 
grande medida da gestão Temer: o teto de gastos 
públicos, que limita o crescimento da despesa federal 
à inflação por um período de 20 anos. Depois, foram 
apresentadas as reformas previdenciária, trabalhis-
ta, política e do ensino médio. Por mexer em direitos 
trabalhistas, na aposentadoria dos brasileiros e na 
forma com que nossos representantes serão eleitos, 
essas reformas são extremamente controversas. 
Mesmo assim, elas estão em análise no Congresso, 
que terá a palavra final sobre esses projetos.
Vamos entender, afinal, o que está sendo proposto?
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
A NOVA PROPOSTA
18
19
Politize!
A primeira versão da reforma da Previdência Social 
foi elaborada pelo governo Temer, em dezembro do 
ano passado. Nos primeiros meses de 2017, a 
rejeição à proposta foi crescendo e o governo
precisou fazer várias concessões. 
A nova versão, elaborada pelo relator em comissão 
especial, recua na idade mínima para mulheres (62 
anos, em vez de 65), estabelece um aumento
progressivo da idade mínima até 2036 e diminui o 
tempo de contribuição para aposentadoria integral.
 
Houveram também concessões pontuais, como 
idade mínima diferenciada para policiais e
professores, bem como para trabalhadores rurais 
(que também precisarão contribuir menos).
Muita coisa mudou e, mesmo assim, há resistência 
entre os congressistas. Por quê?
Déficit crescente: segundo dados oficiais, houve 
crescimento significativo do rombo nas contas da 
previdência. Em 2013, o déficit da previdência 
equivalia a 0,9% do PIB; em 2016, chegou a 2,4% do 
PIB (R$ 149 bilhões). O peso dos gastos
previdenciários no orçamento é considerado muito 
grande: 27% das despesas do governo foram
destinadas para pagar os seus benefícios, segundo o 
Mosaico do Orçamento da FGV.
Envelhecimento da população brasileira: o Brasil 
aos poucos passa de um país de jovens para um de 
idosos. Conforme a expectativa de vida aumenta e a 
taxa vegetativa da população diminui, chegaremos 
em breve a um cenário de muitos trabalhadores 
O DEBATE EM TORNO
DA PREVIDÊNCIA
20
Politize!
inativos sustentados por poucos trabalhadores 
ativos. Por isso, uma reforma da previdência é vista 
como inevitável, assim como foi em outros países em 
todo o mundo nas últimas décadas. 
Pessoas ainda se aposentam muito cedo: a média 
de idade com que as pessoas se aposentam no Brasil 
é de 58 anos, segundo o Ministério do Trabalho. Esse 
número é ainda menor entre os que se aposentam 
por tempo de contribuição: 56 anos para os homens 
e 53 anos para as mulheres. Vários países do mundo 
já adotam idade mínima de 60 anos ou mais, como 
você pode conferir neste post.
Esses argumentos são rejeitados por diversas
entidades da sociedade civil. Eles argumentam que, 
na prática, a reforma da previdência retira o direito 
de aposentadoria de milhões de trabalhadores
brasileiros. Em primeiro lugar, as idades mínimas 
propostas não seriam realistas, tendo em vista que, 
em muitas regiões do Brasil, a expectativa de
vida para homens ainda é próxima a 65 anos.
Ou seja, muitos trabalhadores trabalhariam até 
perto da morte. 
Além disso, a exigência de 25 anos de contribuição é 
considerada muito alta e, novamente, fora da
realidade de boa parte dos brasileiros. Além do
problema do desemprego, muitos trabalhadores
trabalham na informalidade, sem contribuir para o 
INSS. Dessa forma, cada vez menos contribuintes 
seriam capazes de cumprir os requisitos básicos para 
ter direito a uma aposentadoria. 
A questão do déficit da previdência também gera 
debate. Alguns alegam que o sistema na verdade não 
seria deficitário, por uma série de motivos que você 
conferir nesse post. 
V O C Ê S A B I A ?
21
Politize!
Aprovar a reforma da previdência é visto como 
essencial para o governo, porque sem a contenção 
das despesas com o sistema, não seria possível
cumprir a regra do teto de gastos, aprovada no ano 
passado. Isso porque a expectativa é que as despesas 
com a previdência continuarão a subir nos
próximos anos. 
Por outro lado, a oposição a essa reforma é grande, 
afinal afetará fundamentalmente o futuro de milhões 
de trabalhadores e sua expectativa quanto à velhice. 
Resta acompanhar os debates e o avanço do projeto 
no Congresso.
A reforma da previdência tramita como uma
Proposta de Emenda Constitucional. Por isso, ela 
precisa ser aprovada duas vezes por três quintos dos 
deputados (308) e três quintos dos senadores (49). 
deputados
sena
dores49
308
22
O Projeto de Lei 6787/2016, conhecido como
Reforma Trabalhista, busca alterar alguns pontos 
específicos na lei trabalhista, relacionados
principalmente à jornada de trabalho. Foi enviado ao 
Congresso Nacional pelo presidente Temer no final 
de 2016 e, após inúmeras alterações e negociações, 
foi sancionado pelo Presidente da República em 
julho de 2017. Embora aprovada, o governo Temer 
pretende alterar pontosda Reforma através de uma 
Medida Provisória, ainda em fase de elaboração.
Você já sabe o que muda na vida do trabalhador
com a reforma trabalhista? Fique tranquilo, o 
Politize! explica. Basta acessar o infográfico a 
seguir para saber quais são os pontos que poderão 
ser alterados se a proposta for aprovada.
REFORMA TRABALHISTA
Confira o info completo!
23
Hoje, as regras sobre os direitos dos trabalhadores e 
a relação entre trabalhador e empregador são
firmadas pela Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT). A proposta de reforma busca alterar as leis 
trabalhistas para, assim, priorizar os acordos e
negociações coletivas entre empresas e sindicatos, 
ao invés de atender às rígidas leis da CLT. 
A medida permite mudanças em alguns pontos
específicos, que dizem respeito ao salário e à jornada 
de trabalho. Não podem ser alteradas normas de 
saúde, segurança e higiene do trabalho. As mudanças 
são proibidas também no que diz respeito a direitos 
como FGTS, 13º salário, seguro desemprego e 
salário família, repouso semanal remunerado, licença 
maternidade de 120 dias, aviso prévio proporcional 
ao tempo de serviço, entre outros. 
Confira em detalhes os pontos que podem ser
mudados no acordado sobre o legislado:
1 ACORDADO SOBRE O LEGISLADO
Confira o info completo!
Trabalhadores e empregadores poderão negociar, 
em acordos coletivos, de que forma a jornada de 
trabalho será executada durante a semana; 
A jornada de trabalho poderá chegar a 12 horas 
por dia e até 220 horas ao mês (nos casos de 
meses com cinco semanas); 
Das doze horas diárias, oito devem ser normais e 
quatro horas extras; 
Deve ser respeitado também um limite máximo de 
48 horas na semana, sendo 44 horas normais e 
mais quatro horas extras. 
24
Politize!
COMO É HOJE
Para saber mais sobre as mudanças na jornada de 
trabalho, acesse aqui!
As empresas podem contratar trabalhadores em
jornadas parciais de até 25 horas semanais, não 
sendo permitido o cumprimento de horas extras. 
COMO FICARÁ
A jornada parcial de trabalho poderá ser ampliada 
para até 30 horas semanais, sem possibilidade de 
hora extra, ou para até 26 horas semanais com
possibilidade de até 6 horas extras.
2 JORNADA DE TRABALHO
3 PERÍODO DE FÉRIAS
25
Politize!
Outra mudança é o aumento do período de férias 
para 30 dias independente do número de horas
trabalhadas, igualando o tempo de férias do regime 
parcial com o do regime integral de trabalho. Uma 
terceira mudança é a possibilidade de troca de um 
terço do período de férias por pagamento financeiro.
Outro ponto alterado diz respeito ao período de 
férias do trabalhador. Inicialmente, a proposta do 
governo era de que as férias poderiam ser
parceladas em até três vezes, sendo que uma das 
frações deveria corresponder a um mínimo de 15 
dias, e o restante do período de férias poderia ser 
objeto de negociação coletiva. O texto aprovado é 
bastante semelhante, mas determina que nenhum 
dos outros dois períodos pode ser inferior a 5 dias. 
As férias não poderão começar a dois dias de feriado 
e de fim de semana.
Uma das mudanças já efetuadas na legislação
trabalhista em 2017 refere-se às regras do trabalho 
temporário. O tempo dos contratos temporários foi 
ampliado para 180 dias, consecutivos ou não, com 
possibilidade de prorrogação por outros 90 dias. Até 
março de 2017, o trabalhador temporário podia ser 
contratado por 90 dias, prorrogados pelo mesmo 
período. Para ampliação do prazo, será necessário 
pedir permissão ao Ministério do Trabalho.
Os trabalhadores temporários são contratados por 
empresas de trabalho temporário que os colocam à 
disposição de outras empresas. Eles possuem
direitos equiparados aos dos trabalhadores em 
regime CLT: salário equivalente ao dos empregados 
da mesma categoria, FGTS, horas extras, adicionais, 
entre outros. O tempo de trabalho temporário 
também conta para a aposentadoria. 
4 CONTRATO TEMPORÁRIO
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Politize!
A principal diferença entre os trabalhadores
temporários e os trabalhadores celetistas é que, no 
caso do temporário, existe um prazo determinado 
para o fim do trabalho. Outra diferença é que, ao sair 
da empresa, o trabalhador temporário não recebe as 
verbas rescisórias por demissão sem justa causa. É 
não se aplica aos empregados domésticos.
Outra medida considerada parte da reforma
trabalhista é a regulamentação da terceirização do 
trabalho. Aprovada e sancionada separada das 
demais medidas, em março de 2017, a lei da 
terceirização permite que todas as atividades de 
uma empresa possam ser terceirizadas. Antes, a 
regra valia apenas para as atividades-meio, aquelas 
não consideradas a principal atividade da empresa, 
como por exemplo limpeza e segurança. 
Pela antiga legislação, o funcionário terceirizado 
poderia cobrar pagamento de direitos trabalhistas 
tanto da empresa terceirizada, quanto da empresa 
que a contratou. Agora, os direitos trabalhistas só 
poderão ser cobrados junto à empresa contratante 
quando esgotados todos os recursos de cobrança 
contra a empresa terceirizada.
Confira alguns dos argumentos contrários ou em 
defesa da terceirização:
5 TERCEIRIZAÇÃO DO TRABALHO
importante saber também que o trabalho temporário 
6 ACESSO À JUSTIÇA DO TRABALHO
Hoje, o trabalhador que recebe até dois salários
mínimos tem direito à assistência judiciária gratuita, 
no caso de acionar a Justiça do Trabalho. Mesmo 
quem recebe acima desse valor pode declarar a falta 
de recursos. Com a reforma, o benefício da
assistência gratuita será garantido a quem recebe 
menos que 40% do teto do INSS (ou seja, menos de 
R$ 2,2 mil). Mas, se antes era necessário apenas 
declarar a insuficiência de recursos, com a reforma 
será preciso comprová-la. 
O trabalhador que faltar a alguma sessão de um
processo trabalhista também terá de arcar com os 
custos, a não ser que apresente justificativa dentro 
de 15 dias. Isso valerá mesmo para o beneficiário da 
justiça gratuita. Além disso, o reclamante precisará 
declarar de antemão o valor que pretende reaver 
com o processo, o que demandará o serviço de um 
contador. Também passará a ter punição a parte que 
agir de má-fé, podendo ser condenado a multa de até 
10% do valor da causa. 
Para conhecer melhor as mudanças na terceirização, 
acesse o conteúdo completo!
27
Politize!
ARGUMENTOS A FAVOR
A mudança permitirá o aumento da produtividade 
das empresas, a redução dos custos e maior
flexibilidade para realizar contratações
A terceirização proporcionará melhores condições 
de trabalho e trará mais proteção aos
empregados terceirizados.
ARGUMENTOS CONTRA
A mudança resultará em piores condições de
trabalho, já que os trabalhadores terceirizados 
ganham em média 25% a menos e trabalham
mais horas na semana do que empregados
não terceirizados.
A nova legislação dificultará que terceirizados
reclamem seus direitos na justiça.
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Politize!
O imposto ou contribuição sindical é um
valor destinado à manutenção dos sindicatos - de
trabalhadores e patronais - equivalente a um dia de 
trabalho ao ano e descontado diretamente da folha 
de pagamento dos trabalhadores. 
Na iniciativa privada o imposto sindical existe desde 
Por fim, o projeto de reforma tem efeitos
diretos sobre o Tribunal Superior do Trabalho
(TST), que terá mais dificuldade para emitir
súmulas: pelo menos dois terços dos ministros
precisam aprovar a criação ou alteração da súmula, 
que antes disso precisará ter sido aprovada
por unanimidade em pelo menos dois terços
das turmas do tribunal.
7 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
1940, quando foi criada a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT). Por determinação do 
Ministério do Trabalho e Emprego, em fevereiro de 
2017, os servidores públicos passarão a pagar a
contribuição de agora em diante. 
As próprias organizações sindicais brasileirasdivergem entre si sobre essa discussão. Do
lado a favor do imposto sindical, estão tanto
entidades que como a Força Sindical. Até
recentemente, a Fiesp também era favorável à
continuidade do imposto, mas no dia 25 de
abril, emitiu nota se dizendo a favor da extinção
do tributo.
Veja alguns dos principais argumentos utilizados:
29
Politize!
A FAVOR DO IMPOSTO SINDICAL
O imposto sindical é uma das principais fontes de 
recursos para manutenção de suas atividades. O 
secretário da Força Sindical, Sérgio Leite, estima 
que a contribuição representa entre 40% e 50% da 
receita de um sindicato médio, e até 80% da receita 
de um sindicato pequeno. Manter o imposto
significa manter fortalecidos os sindicatos;
O imposto possibilita o surgimento de novos
sindicatos, aumentando a representatividade das 
diferentes categorias profissionais;
Possibilita que sindicatos diversifiquem sua
atuação, proporcionando por exemplo auxílio
jurídico e médico para os afiliados.
CONTRA O IMPOSTO SINDICAL
A contribuição sindical poderia enfraquecer parte 
dos sindicatos, por criar uma burocracia mantida 
por recursos estatais e distanciada da base dos
trabalhadores;
O imposto contradiz o princípio da liberdade
sindical, consagrado pela Constituição de 1988.
O trabalhador deve ser livre para investir no
que quiser;
A contribuição sindical aumenta artificialmente o 
número de sindicatos. Muitos dos sindicatos
existentes hoje no Brasil são pouco representativos 
e/ou fraudulentos.
30
Politize!
Home Office: O teletrabalho (home office) passa a 
ser regulamentado, prevendo negociações entre
empregador e empregado quanto a responsabili-
dades sobre despesas relacionadas às funções, bem 
como contrato por tarefa, e não por jornada;
Trabalho intermitente: o chamado trabalho
intermitente passa a ser permitido. Neste trabalho, 
existe a relação entre empregado e empregador, mas 
a prestação de serviços não é contínua. Ou seja, o 
trabalhador é contratado por dias e por horas, pelos 
quais terá direito a benefícios trabalhistas. Mas, fora 
desse período, não receberá remuneração, nem 
benefícios. Além disso, a remuneração não poderá 
ser menor do que o salário mínimo por hora;
O fim da obrigatoriedade da contribuição sindical já 
foi aprovado. A partir de meados de novembro deste 
ano, trabalhadores poderão escolher se querem ou 
não pagar a quantia.
OUTROS PONTOS DA
REFORMA TRABALHISTA:
Trabalhador não registrado: o texto aprovado esta-
belece à empresa multa de R$ 3 mil para cada um de 
seus trabalhadores não registrados, valor que 
diminui para R$ 800 no caso de micro e pequenas 
empresas. Na legislação atual, a ausência de registro 
dos empregados está sujeita a multa de um 
salário-mínimo regional por empregado não regis-
trado, acrescido de igual valor em cada reincidência;
Condições insalubres: a lei atual proíbe que
mulheres gestantes ou lactantes trabalhem em
ambientes com condições insalubres. No texto 
aprovado pela Câmara, a empregada gestante 
deverá ser afastada das funções consideradas
insalubres em grau máximo enquanto durar a 
gestação, mas ela só não exercerá atividades em
ambiente de grau médio ou mínimo de insalubridade 
caso apresente atestado médico emitido por um 
médico da sua confiança. 
No caso de mulheres amamentando, o atestado 
médico deverá ser apresentado para afastamento 
em qualquer grau de insalubridade. Durante o 
REFORMA DO ENSINO MÉDIO
31
Politize!
Trabalhadores autônomos: nas regras atuais as
empresas podem estabelecer contratos com
empregados autônomos, mas se houver exclusivi-
dade e continuidade na prestação de serviço, é
caracterizado vínculo empregatício. Nas regras 
novas, mesmo quando existir exclusividade e
continuidade na prestação de serviço, a relação 
entre empresas e trabalhadores autônomos não irá 
gerar vínculo empregatício.
afastamento, não haverá prejuízo à remuneração ou 
ao valor do adicional de insalubridade. Quando não 
existir possibilidade de que a gestante ou lactante 
exerça suas funções em local salubre, a situação será 
considerada como gravidez de risco e ela poderá 
pedir auxílio-doença;
A Reforma do Ensino Médio é um conjunto de novas 
diretrizes para alteração da atual estrutura do ensino 
médio. Sancionada pelo Presidente em fevereiro de 
2017, foi criada em setembro do ano passado e 
surgiu como uma Medida Provisória. Por isso, tinha 
força de lei desde a sua publicação no Diário
Oficial da União.
As mudanças nas escolas devem começar já em 
2018, mas não há ainda um prazo para finalização
do processo, que deve ser realizado de forma
gradual. Veja o que muda com essa reforma,
que vale tanto para escolas públicas quanto privadas.
As escolas não serão obrigadas a oferecer todas as 
cinco áreas e nem disponibilizar a escolha logo no 
32
Politize!
A BNCC vai decidir o conteúdo mínimo e as
disciplinas que estarão obrigatórias no ensino médio. 
Para entender melhor o que é a BNCC e seu impacto 
na educação brasileira, acesse aqui!
1 CURRÍCULO: SELEÇÃO DE CONTEÚDOS 
A SEREM ABORDADOS NAS DISCIPLINAS
2 ÁREAS ESPECÍFICAS DE FORMAÇÃO
COMO É
Hoje não existe um currículo básico mínimo, ainda 
que a LDB determine a necessidade de uma base 
nacional comum.
Não existem na atual organização do ensino médio. 
Os alunos devem cursar as treze disciplinas 
obrigatórias nesta etapa de estudo.
COMO É
O aluno poderá escolher aprofundar seus
conhecimentos entre cinco áreas:
- Linguagens e suas tecnologias
- Matemática e suas tecnologias
- Ciências da Natureza e suas tecnologias
- Ciências humanas e sociais aplicadas
- Formação técnica e profissional
COMO FICA
COMO FICA
O currículo do ensino médio será definido pela Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC), ainda em
processo de elaboração.
33
Politize!
primeiro ano do ensino médio. Caso ofereçam
mais de um itinerário normativo (como é chamada
a divisão em áreas), o estudante poderá optar
por mais de um. Os vestibulares e ENEM deverão
ser adaptados ao novo ensino médio a partir
de 2019.
O prazo para que o aluno escolha um itinerário
normativo também não é estabelecido na lei.
Para especialistas, a regra deve ser definida pelo 
Conselho Nacional de Educação (CNE),
provavelmente após a finalização da BNCC.
3 CARGA HORÁRIA MÍNIMA
A carga horária obrigatória é de 800 horas anuais, 
cumpridas ao longo de 200 dias letivos. Somente 
5,7% dos estudantes brasileiros no ensino médio 
estudam em jornadas ampliadas.
COMO É
A carga horária passa para 1,4 mil horas ao ano.
As escolas possuem um prazo de cinco anos para,
gradativamente, implementar ao menos mil
horas anuais.
COMO FICA
Das 1,4 mil horas anuais, 60% deverão ser compostas 
pelos conteúdos definidos na BNCC. Os outros 40%, 
pelas disciplinas que correspondem ao itinerário
normativo escolhido pelo aluno.
Para as escolas que quiserem oferecer 1,4 mil horas 
anuais - o que configura o ensino integral - o governo 
federal criou o Programa de Fomento ao Ensino 
Médio em Tempo Integral, que prevê o envio de 
cerca de R$ 2 mil por aluno por ano para auxiliar no
aumento da carga horária.
Os profissionais de notório saber precisarão
comprovar formação na área e só poderão lecionar 
conteúdos de áreas afins à sua formação ou
experiência profissional. Precisarão também
comprovar experiência de ensino em escolas ou
empresas, ou então realizar um curso de
complementação pedagógica.
Somente profissionais com curso em formação
de professores podem lecionar.
COMO É
No itinerário de formação profissional, poderão 
ministrar conteúdos os profissionais com notório 
saber reconhecido pela rede de ensino. 
COMO FICA
4 DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS
Hoje o ensino médio é composto por treze discipli-
nas obrigatórias ao longo de três anos de ensino.
COMO É
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Politize!
5 NOTÓRIO SABER
A lei incentiva queas escolas ofereçam outros idiomas 
estrangeiros além do inglês. A preferência é de que
o terceiro idioma seja o espanhol, mas não é 
algo obrigatório.
COMO FICA
As disciplinas de Língua portuguesa, Matemática e 
Língua inglesa serão obrigatórias a todos os alunos 
nos três anos do ensino médio. Já Filosofia,
Sociologia, Educação física e Artes serão 
obrigatórias como estudos e práticas, mas não
necessariamente podem ser uma disciplina.
Essa definição dependerá da BNCC.
O QUE MOTIVOU A REFORMA
DO ENSINO MÉDIO?
35
Politize!
O QUE DIZEM OS CRÍTICOS?
Uma das principais preocupações é que a reforma 
esbarre em problemas estruturais e de recursos. 
Cerca de 53% dos municípios brasileiros possuem 
apenas uma escola, o que torna difícil a oferta de mais 
de um itinerário normativo e, assim, acaba limitando a 
flexibilidade proposta pela reforma. Além disso, a 
Lei do Novo Ensino Médio não traz apontamentos 
sobre o ensino noturno, hoje presente em 41,9% das
escolas no país.
Em pesquisa realizada pelo movimento Todos pela 
Educação, que entrevistou 1551 jovens entre 15 e 
19 anos, boa parte deles mostrou insatisfação com 
problemas de segurança, infraestrutura e
assiduidade dos professores, o que mostra que, 
apesar do currículo ser importante para os alunos, 
não está entre os problemas prioritários no ensino 
médio. Para conhecer melhor os problemas e desejos 
dos alunos no ensino médio, confira os resultados 
completos da pesquisa!
Na época em que surgiu a proposta, muito se
afirmou que não seria mais exigida a formação em 
licenciatura para ministrar aulas no ensino médio.
É importante frisar que nas disciplinas dos outros 
quatro itinerários normativos continua sendo exigida 
a formação específica na área, de acordo com a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
A principal motivação do governo é buscar a melhoria 
dos baixos índices educacionais do Brasil. O Índice de 
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) -
baseado nos resultados de avaliações externas e 
taxas de evasão - permanece estagnado em baixos 
níveis desde 2011. Dados do IBGE apontam que
a evasão escolar é um sério problema no país, com 
1,3 milhão de jovens entre 15 e 17 anos fora da 
escola. Entre as principais causas do abandono
escolar estão o trabalho, a gravidez na adolescência 
e a falta de interesse no atual currículo.
Politize!
4 COMBATE À
CORRUPÇÃO
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Politize!
REVISÃO: POR TRÁS DA OPERAÇÃO 
QUE ABALOU A REPÚBLICA
O QUE OS DOLEIROS FAZIAM
DE ILEGAL?
uma rede de lavanderias e postos de combustíveis 
para movimentar os recursos ilícitos. É desse fato que 
surgiu o nome da Operação Lava Jato. Acredita-se 
que o esquema de corrupção tenha durado pelo 
menos dez anos, mas ele poderia estar em prática 
desde 1997.
Os doleiros eram apenas uma parte desse grande 
esquema de corrupção. Eram eles que intermedia-
vam as operações ilícitas, entregando propinas e 
também realizando lavagem de dinheiro (ou seja, 
fazendo o dinheiro sujo parecer limpo). O esquema 
tinha, em uma ponta, grandes empreiteiras
brasileiras e, na outra, a alta cúpula da Petrobras, com 
envolvimento de partidos políticos.
Nunca antes na história do Brasil um Presidente da 
República havia respondido a um crime durante o 
mandato. Já na segunda acusação de corrupção, 
Michel Temer e outros políticos sentem o avanço da 
Procuradoria Geral da União e da Operação Lava 
Jato, ativa desde 2008. Neste capítulo, entenda as 
formas de combate à corrupção, revise os crimes 
investigados na Lava Jato e os próximos passos da 
república com “E se o Temer cair?’.
Em 2008, a Polícia Federal recebeu uma denúncia de 
um empresário que afirmava que certo grupo de 
doleiros tentou lavar dinheiro em sua empresa.
Com a condução das investigações, foram
identificados quatro grupos chefiados por doleiros. 
Descobriu-se também que esses grupos utilizavam 
38
Politize!
CLUBE DE EMPREITEIRAS FUNCIONÁRIOS DA PETROBRÁS
Para que o esquema funcionasse, era necessário que 
somente as empresas cartelizadas participassem das 
licitações alvejadas – e para isso, era necessário
cooptar agentes públicos para o esquema.
Vários funcionários da Petrobras se omitiram ou se
envolveram com o cartel e o beneficiaram ativamente 
ao longo dos anos.
PARTIDOS POLÍTICOS
Além dos funcionários da Petrobras, o esquema tinha 
também um braço político. As diretorias da Petrobras 
são ocupadas por pessoas indicadas por
partidos políticos.
Como se trata de uma empresa pública, os contratos 
de empresas privadas com a Petrobras devem ser 
submetidos a um processo prévio de licitação, em 
que as empresas concorrem para oferecer o menor 
preço para conseguir um contrato. Mas, no caso das 
empreiteiras, o que realmente acontecia por baixo 
dos panos era um jogo de cartas marcadas, em que 
antes do fim do processo licitatório a Petrobras e as 
empresas em cartel se reuniam para definir os 
termos dos contratos: o valor total (que geralmente 
era superfaturado), a taxa de propina e o vencedor da 
licitação. Pelo menos 21 empresas são investigadas 
de integrar o clube de empreiteiras.
Algumas dessas pessoas, indicadas por PP, PMDB e 
PT entre 2003 e 2012, também foram indiciadas na 
operação por formarem grupos criminosos, que
praticavam lavagem de dinheiro e corrupção passiva, 
agindo muitas vezes de forma conjunta. Assim, há 
indícios de que os partidos citados também se
beneficiaram de propinas do esquema.
Estima-se que foram pagos pelo menos R$ 10 bilhões 
em propina e que o total de dinheiro desviado
possa chegar a mais de R$ 40 bilhões. A operação
já prendeu quase 120 pessoas, 80 das quais
condenadas. Elas são acusadas, ao todo, de 36
crimes diferentes.
1 Formação de organização criminosa: segundo a 
legislação brasileira, uma organização criminosa é 
definida como associação de quatro ou mais pessoas 
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, 
ainda que informalmente, com o objetivo de
obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza. 
2 Lavagem de dinheiro: no entendimento da
legislação brasileira, o crime de lavagem de dinheiro 
é caracterizado pelo ato de “ocultar ou dissimular a 
natureza, origem, localização, disposição,
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou 
valores provenientes, direta ou indiretamente, de 
infração penal”. De maneira mais simplificada, 
pode-se dizer que quando alguém transforma
dinheiro “sujo” (com origem em qualquer tipo de 
crime) em dinheiro “limpo” (ou seja, dinheiro com
origens aparentemente lícitas), a pessoa incorre no 
crime de lavagem de dinheiro. 
5 C R I M E S I N V E S T I G A D O S 
N A L A V A J A T O :
Politize!
39
40
A Operação Lava Jato investigou tantas pessoas que 
desencadeou na descoberta de mais esquemas
corruptos. Um deles deu início à Operação Sépsis e 
envolveu o ex-presidente da Câmara, Eduardo 
Cunha (PMDB-RJ), acusado de receber propinas de 
empresas para desviar e liberar recursos do Fundo 
de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado 
pela Caixa Econômica Federal. E o que Temer tem a 
ver com isso?
Em maio de 2017, vazaram gravações de um diálogo 
do presidente com Joesley Batista, sócio do grupo 
que controla a JBS, dona da Friboi, que contava 
diversos casos de propina, incluindo a compra do 
silêncio de Eduardo Cunha no período em que
era investigado. 
QUAIS SÃO AS DENÚNCIAS CONTRA 
MICHEL TEMER?
3 Corrupção (ativa e passiva): basicamente, a
corrupção ativa é cometida pelo corruptor que 
oferece benefícios indevidos ao corrompido, a fim de 
que tal agente cometa alguma infração. A corrupção 
passiva é aquela cometida pelo por quem recebe o 
benefício indevido. Nos casos investigados pela Lava 
Jato, as empreiteiras foram as corruptoras, que 
incorreram em corrupção ativa, e os funcionários da 
Petrobras e políticos envolvidos os corrompidos, quecometeram corrupção passiva.
4 Tráfico Transnacional de drogas
5 Ocultação de patrimônio: a lei 9.613, de 1998, 
prevê que é crime “ocultar ou dissimular a natureza, 
origem, localização, disposição, movimentação ou 
propriedade de bens, direitos ou valores
provenientes, direta ou indiretamente, de infração 
penal“. Ou seja, esconder o real proprietário de 
algum bem que tenha sido adquirido a partir de
outro crime.
Politize!
41
Embora não tenha dito nada comprometedor, o
presidente ouviu e pareceu ter concordado com o 
relato do empresário. O encontro ocorreu fora da 
agenda oficial em 7 de março, no Palácio do Jaburu, 
onde reside Temer. Pouco tempo depois, seu
ex-assessor e ex-deputado federal Rodrigo da Rocha 
Loures (PMDB-PR) foi flagrado recebendo uma mala 
com R$500.000,00 de propina paga pela JBS. Como 
consequência dos eventos, Rodrigo Janot, então 
procurador-geral da república, denunciou Temer 
pelo crime de corrupção passiva.
Existe diferença entre corrupção ativa e passiva? 
Confira o infográfico:
Politize!
Confira o info completo!
42
Politize!
E SE TEMER CAIR, QUEM ASSUME?
CONDENAÇÃO
NO STF
CASSAÇÃO
NO TSE
RENÚNCIACONDENAÇÃO
EM IMPEACHMENT
EM TODOS OS CASOS ASSUME:
Presidente
da Câmara
Presidente
do Senado
Presidente
do Supremo 
Tribunal Federal 
(STF)
1 2 3
(Detalhe: Réus em processo criminal não podem assumir presidência)* *
43
Politize!
Você sabia que a maior parte dos brasileiros não conhece os 
principais órgãos de combate à corrupção? Foi essa a
conclusão de uma pesquisa realizada pela Universidade de 
Brasília (UnB), em que 55,1% dos entrevistados
responderam nunca ter ouvido falar no TCU, enquanto 68% 
nunca ouviram falar na CGU. Você faz parte desse grupo? 
Então aprenda em 3 minutos as instituições que são 
responsáveis por fiscalizar e combater a corrupção! Controladoria Geral da União (CGU)
Departamento de Polícia Federal (DPF)
Tribunal de Contas da União (TCU)
Ministério Público (MP)
Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras (Coaf)
Checklist de quem aprendeu, no vídeo, 
as funções de:
OS 5 ÓRGÃOS MAIS IMPORTANTES NO
COMBATE À CORRUPÇÃO NO BRASIL
Assista: “Os 5 órgãos mais 
importantes no combate à 
corrupção no Brasil”
5 AMÉRICA
LATINA
Politize!
POLARIZAÇÃO POLÍTICA
45
Politize!
A América Latina é uma região de semelhante 
histórico colonial que agrupa 33 países, hoje
característicos por apresentarem economias em 
desenvolvimento e grande desigualdade social. Nos 
últimos anos, a crise econômica regional tem
intensificado a polarização política e a instabilidade 
em governos de países influentes na dinâmica do 
continente, como Brasil, Colômbia e Venezuela. 
Vamos conferir juntos os últimos acontecimentos?
A crise econômica e a instabilidade política são
contextos importantes para entendermos o que está 
acontecendo na América Latina. O conflito entre 
direita e esquerda tem se intensificado, assim
como os movimentos de conservadorismo e
neoliberalismo na política.
extrema
esquerda
centro -
esquerda
centro -
direita
direitacentroesquerda
extrema
direita
QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE
DIREITA, CENTRO E ESQUERDA?
Chamamos de bandeiras políticas os objetivos ou 
causas anunciados pelos partidos políticos e seus 
membros, que surgem a partir de suas visões de 
mundo e de como os problemas existentes devem 
ser tratados. No geral, as posições políticas são
rotuladas em sete grandes grupos: 
O QUE É A ESQUERDA?
46
Politize!
Nas pontas do eixo, encontramos ideologias
extremistas e que, portanto, acabam sendo pouco 
populares entre os eleitores. As posições mais
centristas – como a centro-esquerda e a centro-
direita – são as que possuem maior apelo eleitoral e 
formam a maioria dos governos democráticos do 
mundo. Geralmente, o centro representa algum tipo 
de combinação das ideias de esquerda e direita
e pode se apresentar como uma “terceira via”.
Assim, consegue dialogar com eleitores de ambos os 
lados do eixo.
Apesar de toda essa variedade de posicionamentos, 
é bastante comum reduzir as ideias políticas entre 
ideias de esquerda e direita. De todo modo, você 
sabe o que significam esses termos?
Classificam-se como esquerda os grupos que
defendem ideias que visam uma sociedade mais 
igualitária. Suas principais bandeiras são voltadas à 
superação de todas as formas de desigualdade.
Igualdade é o maior de todos os valores proclamados 
por esses grupos.
O QUE É A DIREITA?
Os grupos classificados como direita defendem 
acima de tudo os direitos individuais. No Brasil, 
costuma se identificar com o conservadorismo social 
e econômico e com valores tradicionais. 
Quer entender como surgiu a classificação esquer-
da-direita no âmbito político? Conheça a história.
Enfatiza o valor moral do indivíduo;
Objetivos e interesses particulares devem
prevalecer sobre os coletivos;
Valoriza a independência, autonomia e
tolerância aos outros indivíduos;
Geralmente, é identificado como uma
abordagem da direita.
INDIVIDUALISMO
Enfatiza os valores coletivos, que devem 
prevalecer sobre os interesses individuais;
Valoriza a igualdade e a coesão dos grupos;
Geralmente, é identificado como uma
abordagem da esquerda.
COLETIVISMO
INDIVIDUALISMO X COLETIVISMO
47
Politize!
Os valores políticos e o papel do Estado que são
defendidos por direita e esquerda têm bases
filosóficas distintas e advêm de visões diferentes de 
mundo e da natureza humana. A esquerda tem um 
caráter essencialmente coletivista, enquanto a
direita é essencialmente individualista. Mas essa 
constatação é apenas um norte, pois em algumas 
esferas da vida social e política um pensamento 
político de direita pode ser coletivista e um de 
esquerda pode ser individualista. Entenda melhor o 
que defendem essas duas abordagens:
AS CARACTERÍSTICAS DA ESQUERDA
COMO A ESQUERDA E A DIREITA SE DIFEREM NA ECONOMIA?
48
Politize!
AS CARACTERÍSTICAS DA DIREITA
Essencialmente individualistas, alguns exemplos de 
pautas na direita são:
Assim como em outras temáticas, na economia o foco da discussão é o problema entre interesses 
individuais e coletivos:
meios de produção sob o comando de coletividades 
(Estado, cooperativas, comunidades);
acordos coletivos entre empresários e força
de trabalho;
impostos mais altos para financiar serviços públicos 
amplos e para distribuir renda.
meios de produção sob o comando privado
(indivíduos ou empresas); 
acordos individuais entre empregadores
e empregados; 
impostos mais baixos e liberdade ao indivíduo para 
definir o uso do seu dinheiro; 
serviços públicos menos abrangentes.
Voltadas para o coletivo, alguns exemplos de pautas 
de esquerda são:
ESQUERDA E DIREITA NA ECONOMIA 
SE RESUME A CAPITALISMO 
X SOCIALISMO?
E O QUE É O NEOLIBERALISMO 
QUE TANTO SE FALA?
49
Politize!
Normalmente, conservadores defendem ideias 
nacionalistas, contrárias à globalização, como
protecionismo comercial (barreiras às importações e 
ao livre movimento de capitais), o que conflita com a 
visão de liberais. 
Antes de conhecer o neoliberalismo, é preciso 
entender o surgimento do liberalismo. No período 
de ascensão da burguesia no século XVIII, o
liberalismo estabeleceu-se como uma doutrina
política que assegura que a liberdade, de um modo 
geral, é vantajosa para a sociedade como um todo. 
Além de defender um modelo de economia de livre 
mercado, os liberais também acreditam na liberdade 
do indivíduo em agir da forma que lhe convier,
desde que sem agredir a liberdade do próximo.
Vamos entender seus principais pontos?
Uma das simplificações mais comuns sobre direita
e esquerda é que a direita defende o capitalismo,
enquanto a esquerda defende o socialismo.
Essa polarização não é de todo verdadeira.
Um exemplo: normalmente identificadacomo de
centro-esquerda, a social democracia não pressupõe 
o fim ou a superação do capitalismo, e sim sua
reforma. Defende que o Estado deve possuir papel 
relevante na economia, ao prover bens e serviços
públicos essenciais à população, bem como ao
assumir atividades econômicas pouco rentáveis, 
porém socialmente relevantes. Esses serviços
formariam uma rede de bem estar social.
Por outro lado, ainda que a direita como um todo 
abrigue correntes favoráveis ao capitalismo,
diferentes tipos de capitalismo são defendidos. 
ESQUEMATIZANDO – PRINCIPAIS IDEAIS DO LIBERALISMO
IDEAIS POLÍTICOS IDEAIS SOCIAIS
50
Politize!
Defesa das liberdades e direitos individuais: Há um 
conceito chamado de individualismo metodológico. 
O liberalismo não reconhece direitos coletivos.
O indivíduo é o agente das relações jurídico-sociais 
e detém direitos individuais e não coletivos;
Liberdade de imprensa, de associação, de reunião, 
de religião;
Estado Mínimo;
Igualdade perante a lei: através da instituição do 
Estado de Direito. Todos seriam iguais perante a lei, 
e tratados como iguais pelo Estado. Não existem 
privilégios;
Governos representativos e constitucionais.
Reconhecimento do mérito. Ou seja, o lugar de 
cada um na sociedade dependeria diretamente do 
mérito individual. Há a pressuposição de igualdade 
de oportunidades, e alguns indivíduos possuem 
mais do que os outros em razão da diferença
no grau de esforço aplicado para o alcance
dos objetivos.
IDEAIS ECONÔMICOS
Reconhecimento da propriedade privada: o bem 
pode ser utilizado exclusivamente por quem o 
adquiriu. Não há espaço para o instituto da função 
social da propriedade, ou seja, não há utilização
ou obrigação de objetivos sociais para a
propriedade privada.
51
Politize!
Livre Mercado: a economia se fundamenta na lei da 
oferta e da demanda. O Estado não pode intervir 
em nenhuma esfera da economia, não pode intervir 
nos preços, nos salários ou nas trocas comerciais, 
tampouco corrigindo as falhas ou disparidades 
sociais causadas pela economia. O liberalismo 
coloca o livre mercado como o grande “regulador” 
da sociedade e as falhas se corrigiriam
naturalmente, através da “mão invisível” referida 
por Adam Smith em seu livro “ A Riqueza
das Nações”.
Tributação mínima, principalmente no que
concerne à carga tributária das empresas.
Para aprender mais sobre o liberalismo,
confira o conteúdo completo.
Adam Smith, autor do livro “ A Riqueza das Nações”
52
Politize!
trabalho de John Maynard Keynes, que defendeu a 
tese de que os gastos públicos devem impulsionar a 
economia, especialmente em tempos de recessão. 
Keynes era favorável ao Estado de bem-estar social. 
A partir dos anos 1970, o mundo passou a
vivenciar um declínio do modelo do Estado de 
bem-estar social, o que deu espaço para que ideias 
liberais aos poucos voltassem a ter preferência
na política. Uma das primeiras experiências
consideradas neoliberais no mundo foi levada a cabo 
pelo Chile. Em 1975, o ditador chileno Augusto
Pinochet entrou em contato com acadêmicos
da Escola de Chicago, que recomendaram medidas 
pró-liberalização do mercado e diminuição do 
Estado. Entre tais medidas estavam a drástica 
redução do gasto público, demissão em massa
de servidores públicos e privatização de
empresas estatais. 
Existe outro termo, muito utilizado nos jornais e nos 
meios acadêmicos hoje em dia, que se refere a uma 
vertente específica do liberalismo: o neoliberalismo. 
Os termos neoliberalismo e liberalismo são tão
parecidos que muita gente não vê diferença entre 
eles. Então, vamos entender o que o neoliberalismo 
teria de diferente?
O termo neoliberalismo já era registrado em alguns 
escritos dos séculos XVIII e XIX, mas começou a
aparecer com mais força na literatura acadêmica no 
final dos anos 1980, como uma forma de classificar o 
que seria um ressurgimento do liberalismo como
ideologia predominante na política e economia
internacionais. A ideia é que durante um certo
período de tempo, o liberalismo perdeu
predominância para o keynesianismo, inspirado pelo
 
CRÍTICAS AO NEOLIBERALISMO
53
Politize!
Em maio de 2016, um artigo assinado por dois 
economistas do FMI chamou atenção por questionar 
a eficiência do receituário neoliberal. Eles afirmam 
que, em alguns casos, em vez de entregar 
crescimento econômico, medidas neoliberais 
aumentaram a desigualdade e prejudicaram um 
crescimento duradouro. Segundo os autores, dois 
aspectos podem acabar desequilibrando a trajetória 
de crescimento econômico de países que adotam 
tais medidas:
O conjunto de regras neoliberais seria:
Disciplina fiscal;
Redução dos gastos públicos;
Reforma tributária;
Juros de mercado;
Câmbio de mercado;
Abertura comercial;
Investimento estrangeiro direto;
Privatização de empresas estatais;
Desregulamentação (flexibilização de leis 
econômicas e trabalhistas);
Direito à propriedade intelectual.
livre movimento de capitais;
a austeridade fiscal (redução da dívida pública).
54
Politize!
E O QUE É O NEOLIBERALISMO? MERCOSUL: CONHEÇA O BLOCO 
ECONÔMICO MAIS ABRANGENTE
NA REGIÃO.
O famoso Mercosul é, na verdade, uma sigla para 
Mercado Comum do Sul. Fazem parte dele todos os 
países da América do Sul, mesmo que em condições 
diferentes, o que faz dele a mais abrangente iniciativa 
de integração regional da América Latina. O bloco 
econômico foi criado em 1991 pela Argentina, Brasil, 
Paraguai e Uruguai. Os chamados Estados Parte 
administram e tomam decisões dentro do Mercosul, 
sendo eles todos os fundadores, mais a Bolívia.
O restante dos países da América do Sul são
A longo prazo, essas medidas podem causar
instabilidades e também aumentar a desigualdade de 
renda, o que acaba minando o crescimento 
econômico – que é o grande objetivo de medidas 
neoliberais. A controvérsia sobre a eficácia do
neoliberalismo em melhorar a situação de países em 
desenvolvimento continua em aberto, visto que 
muitos economistas discordam desse conjunto de 
medidas econômicas. De qualquer forma, é
importante entender que o neoliberalismo é uma 
doutrina econômica que continua a influenciar 
muitas decisões de políticas públicas no Brasil
e no mundo.
55
Politize!
A Venezuela foi incorporada como um dos Estados 
Parte em 2012, mas estava suspensa desde 
dezembro de 2016 pela demora em cumprir 
questões comerciais dentro do bloco. Em 2017, 
depois de violações de princípios democráticos na 
crise que assola a Venezuela, os países fundadores 
do Mercosul decidiram suspendê-la do bloco por 
“ruptura da ordem democrática”.
A relação entre o Mercosul e a Venezuela esteve 
muito conturbada pela constante violação dos 
direitos humanos, autoritarismo e desrespeito a 
questões democráticas que são base do tratado
países associados, que podem participar das 
reuniões dos órgãos do Mercosul como convidados 
para discutir termas de interesse comum. São eles: 
Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname.
VENEZUELA: UM PAÍS AUTORITÁRIO 
NUM BLOCO DE BASE DEMOCRÁTICA
VENEZUELA: O FIM DE UMA ERA?
do Mercosul. Exemplo disso é o não cumprimento da 
separação dos três poderes – Executivo, Legislativo e 
Judiciário. O Mercosul recentemente aplicou a 
cláusula democrática à Venezuela, fazendo uma série 
de pedidos e requisições. 
Conheça a estrutura e as regras do Mercosul, 
neste conteúdo completo.
Nos primeiros cinco meses de 2017, cerca de 60 
manifestantes morreram em conflitos de oposição 
ao governo vigente. No poder após a morte de Hugo 
Chávez, de quem era vice-presidente, Nicolas 
Maduro enfrenta forte oposição da direita, uma 
inflação em 500% ao ano, recessão econômica e um 
choque institucional entre os três poderes.
Entenda a política na Venezuela e a influência do 
petróleo em sua economia, neste post.
56
Politize!
Em maio, para reagire reordenar o país, o presidente 
convocou uma Assembleia Constituinte para trocar a 
Constituição. O anúncio foi feito pouco depois do 
início de uma nova onda de protestos populares 
devido à saída do país da OEA. O presidente propôs 
esta mudança na tentativa de acalmar a grave crise 
socioeconômica e de governabilidade pela qual passa 
o país. 
A medida surtiu efeito contrário, criando ainda mais 
tensão entre governo e oposição, que afirma que 
esta é uma tentativa de o governo dissolver os 
poderes do Estado contrários, prolongando o que foi 
chamado de “auto-golpe” pela oposição, após 
Maduro transferir os poderes da Assembléia
Nacional para o Tribunal de Justiça, controlado 
pelos chavistas. Também afirmam que seria uma 
forma de ampliar os poderes do presidente e
consolidar Maduro no poder.
A oposição realizou um plebiscito simbólico para o 
povo votar sobre a formação da Assembleia
Constituinte 98,4% dos venezuelanos que
compareceram à votação foram contrários. Caso a 
oposição saísse vitoriosa, o governo de Nicolás 
Maduro teria dificuldades em se manter no poder até 
o fim do mandato, em 2019.
A Assembleia aconteceu em 30 de julho e elegeu 
545 constituintes, todos chavistas, já que a oposição 
optou por não participar da corrida eleitoral por 
acreditar que a participação legitimaria a 
Constituição resultante. Governos de vários países, 
inclusive o Brasil, se disseram contrários ao 
processo, afirmando que não irão reconhecer 
o resultado.
Além disso, a votação está sendo investigada por 
suposta fraude: Smartmatic, a empresa encarregada 
COLÔMBIA: DA GUERRA COM O 
GRUPO GUERRILHEIRO À PAZ COM 
O PARTIDO FARC
57
Politize!
pelo processo de votação, informou que houve 
fraude em relação ao número de eleitores que 
votaram. Enquanto o órgão eleitoral, favorável ao 
governo, afirma que oito milhões de pessoas 
votaram, os cálculos da Smartmatic apontam para 
um milhão a menos de eleitores nas urnas. Esse 
número é importante, pois a oposição afirma que 7,6 
milhões de eleitores votaram no plebiscito simbólico, 
sendo sua esmagadora maioria contrária 
à Assembleia.
Os eleitos para a Assembleia tomaram posse em 
4 de agosto. A primeira atitude foi destituir a 
procuradora-geral venezuelana, que denunciou 
a Constituinte como uma forma de instaurar 
uma ditadura.
Apesar dessas atitudes, ainda existem muitas 
perguntas a serem respondidas em relação à
Assembleia, como o tempo que os constituintes 
levarão para produzir a nova Constituição, quais 
medidas tomará para alcançar a paz e retomar o 
crescimento econômico, se os órgãos opostos ao 
governo serão dissolvidos, se haverá eleições no país 
tanto para governador quanto para presidente
e se, de fato, a nova Constituição necessitará 
da aprovação popular, como afirmou 
anteriormente Maduro.
Durante a década de 1960, muita coisa aconteceu no 
mundo: a corrida espacial movimentou o embate 
entre EUA e URSS, o homem chegou à lua e, em um 
país fronteiriço ao nosso, uma organização que viria 
a mudar o rumo de sua população foi fundada: as 
FARC. Vamos entender a sua importância na história 
colombiana até a criação de um partido político?
58
Politize!
A América Latina é uma região de semelhante 
histórico colonial que agrupa 33 países, hoje
característicos por apresentarem economias em 
desenvolvimento e grande desigualdade social. Nos 
últimos anos, a crise econômica regional tem
intensificado a polarização política e a instabilidade 
em governos de países influentes na dinâmica do 
continente, como Brasil, Colômbia e Venezuela. 
Vamos conferir juntos os últimos acontecimentos?
Na Colômbia dos anos 1960, a sociedade era
profundamente dividida. De um lado, o círculo de 
poder do país estava perpetuado nas mãos das 
classes mais altas, assim como a posse de terras.
E, do outro lado, os interesses das classes mais baixas 
encontravam-se sem respaldo há décadas, 
especialmente a população rural que, à época, 
constituía aproximadamente 55% do país. 
Durante esse período, estouravam episódios de 
violência entre a população rural e os donos das 
O SURGIMENTO DAS FARC
terras. Em 1964, as forças militares colombianas 
agiram contra a população em um dos rotineiros 
conflitos. Foi nesse contexto que surgiu o movimento 
das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia 
( FARC), organização que originalmente defendia a 
reforma agrária, o acesso à posse de terras e a 
constituição de um Estado de ideais socialistas, 
delineando seu caráter resistente inspirado
sobretudo pela Revolução Cubana (1953–1959).
Nesse primeiro momento, as atividades do
grupo guerrilheiro consistiam basicamente no
recebimento de doações de Cuba, além das
enormes quantias de dinheiro nos sequestros
de políticos e membros da elite colombiana.
As FARC se viram diante de um cenário dividido:
se, de um lado, a organização passou a crescer
como nunca, tanto em contingente quanto
financeiramente; por outro lado, sua popularidade 
declinou drasticamente perante a população, ainda 
mais no posterior envolvimento com o narcotráfico.
59
Politize!
Durante o primeiro mandato de Juan Manuel Santos, 
em 2012, foi confirmado o início das negociações de 
paz com as FARC, que seriam desenvolvidas em 
Havana, Cuba, e intermediadas por Cuba e Noruega. 
Após seis meses de conversas, as duas partes
anunciaram o primeiro acordo firmado sobre a
política de desenvolvimento agrário, o primeiro 
ponto de seis previstos na agenda de negociações.
Também durante 2013, as FARC reconheceram pela 
primeira vez que, ao longo de todo o conflito, foram 
deixadas vítimas em todo o território colombiano. 
Assim, uma Comissão da Verdade foi estabelecida 
para averiguar os crimes de lesa humanidade que 
foram cometidos.
A participação política das FARC, segundo ponto da 
agenda de negociações, foi acordada em outubro de 
2013, ficando decidido que o grupo guerrilheiro 
AS RECENTES TENTATIVAS DE DIÁLOGO DO GOVERNO COLOMBIANO
não apenas teria sua representatividade política
legitimada, como também nos dois próximos
processos eleitorais nacionais (2018 e 2022) seu 
partido terá vagas mínimas tanto na Câmara alta, 
quanto na Câmara baixa, mesmo se não alcançar o 
mínimo de votos para ocupar as cadeiras. 
Apenas em 23 de agosto de 2016 é que as
negociações foram concluídas, totalizando mais de 
três anos de conversas. O acordo final foi assinado na 
cidade colombiana de Cartagena das Índias, em 
setembro. Alguns dias depois, teve início o
cessar-fogo bilateral definitivo, atitude que não
ocorria desde 1984. Em outubro, no entanto, o 
acordo foi rechaçado pela população por 50,2% dos 
votos válidos e abstenção de 63% do eleitorado. A 
pergunta do plebiscito era: "Você apoia o acordo final 
para o fim do conflito e a construção de uma paz 
estável e duradoura?". 
60
Politize!
Os principais pontos que dividiram a opinião pública 
foram:
1 A criação do partido político e as cadeiras
garantidas no Legislativo;
2 A anistia de crimes de guerra, tanto das Farc como 
das forças armadas do Estado.
Houve uma etapa rápida de renegociação entre o 
governo e as FARC, especialmente sobre o ponto da 
impunidade dos crimes cometidos pelos
guerrilheiros das FARC. Em dezembro, essa etapa foi 
concluída e o tratado final entrou em vigor sem uma 
nova consulta ao público. Esse processo de paz foi o 
mais duradouro e mais bem sucedido da história do 
conflito colombiano, sob a ótica internacional. 
A legenda do partido político foi lançada em 2017 
sob o nome de Força Alternativa Revolucionária 
do Comum, mantendo a sigla FARC.
Politize!
6 TERRORISMO,
CONFLITOS E
MIGRAÇÕES
TERRORISMO NA EUROPA
62
Politize!
caso da Síria com o Estado Islâmico e da Nigéria com 
o Boko Haram. 
Leia aqui a história por trás de cada grande grupo 
terrorista no mundo.
O continente europeu,em sua parte ocidental, 
tem sofrido vários ataques desde 2015. É importante 
lembrar que, apesar de agora serem frequentes essas 
ofensivas, o continente já se depara com ataques 
terroristas há quase vinte anos. Istambul sofreu 
diversos ataques em 2003; em Madri houve ataques 
a trens e metrô em 2004; no ano seguinte, houve 
ataques a ônibus e trens em Londres também. 
Preparamos um mapa dos ataques mais brutais na 
Europa desde 2016. Relembre!
Ano após ano, grupos terroristas ganham destaque 
internacional em atentados cada vez mais
frequentes. O processo de paz ainda não é uma
realidade a todos os países, que acompanham o 
número de migrantes crescer na continuação de 
guerras civis e perseguições ideológicas. Neste 
capítulo, atualize-se sobre políticas migratórias,
principais acontecimentos na Europa e a crise de 
refugiados mundial - incluindo a realidade de
imigrantes no Brasil.
Nem sempre os atentados terroristas que
acontecem no oriente são noticiados pela mídia
ocidental, em grande parte porque não são incomuns
e alguns países vivem sob constante ataque, como é o 
63
Nice (França) – 14 de julho de 2016: No dia de uma festa nacional francesa, 
um cidadão tunisiano – com residência na França – atropelou e matou 85 pes-
soas que estavam no passeio marítimo de Nice para ver o show de fogos de 
artifício. Mohamed Lahouaiej Bouhlel, o homem que praticou o atentado e foi 
então detido pela polícia, havia alugado o caminhão dias antes do evento. O 
Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque.
Berlim (Alemanha) – 19 de 
dezembro de 2016: Um 
atentado foi realizado num 
mercado natalino na cidade 
de Berlim, novamente por 
meio de um atropelamento 
cuja autoria foi assumida pelo 
Estado Islâmico. Foram 12 
pessoas mortas e 48 feridas – 
só não houve mais vítimas 
pois o caminhão tinha um 
sistema de freio automático.
OCEANO
ATLÂNTICO
MAR
MEDITERRÂNEO
OCEANO
ÁRTICO
Ancara (Turquia) – 13 de março de 2016:
A Turquia tem sofrido diversos ataques em duas 
principais cidades: Istambul, a capital, e Ancara. 
Nessa segunda cidade, o ataque foi feito por 
meio de um carro-bomba que matou 37 pessoas 
e deixou 125 feridos.
Estocolmo (Suécia) – 07 de abril de 2017
Em uma das principais ruas da capital sueca, 
quatro pessoas morreram e 15 ficaram feridas 
num atropelamento. O ataque não foi reivindicado 
por nenhuma organização terrorista.
OCEANO
ATLÂNTICO
MAR
MEDITERRÂNEO
64
Barcelona (Espanha) – 17 de agosto de 2017
Numa das principais ruas turísticas de Barcelona, Las Ramblas, uma 
van atropelou vários pedestres, dos quais 13 morreram e mais de 
cem ficaram feridos. O ataque foi reivindicado pelo grupo terrorista 
Estado Islâmico.
Londres (Inglaterra) – 22 de março de 2017: Um dos 
símbolos do Reino Unido, o Parlamento Britânico foi cenário 
próximo de um atentado – também por meio de
atropelamento e cuja autoria foi assumida pelo Estado Islâmi-
co. Um britânico atingiu várias pessoas com um jipe na região 
de Westminster e depois esfaqueou os agentes que prote-
giam a entrada do Parlamento. Cinco pessoas morreram no 
atentado e 40 ficaram feridas.
Londres (Inglaterra) – 03 de junho de 2017
Mais um atropelamento na capital britânica: em 
outro ponto famoso da cidade, a Ponte de Londres, 
um caminhão avançou sobre 20 pessoas. Após o 
atropelamento, as três pessoas que praticaram o 
ataque foram até um mercado da cidade e 
esfaquearam várias pessoas, até que foram deti-
dos pela polícia. Foram oito pessoas mortas e 40 
feridas nos ataques.
Londres (Inglaterra) – 19 de 
junho de 2017: Um ataque 
islamofóbico foi praticado em 
Londres por um homem natural 
do país de Gales. Ele atropelou 
um grupo de pessoas muçulma-
nas que voltava de uma oração 
da meia-noite de uma mesquita. 
Nove pessoas ficaram feridas e 
uma morreu.
O QUE É A UNIÃO EUROPEIA?UNIÃO EUROPEIA
65
Politize!
A União Europeia, como o próprio nome já diz, é a 
junção de vários países em um grupo que centraliza 
muitas regras políticas, econômicas e sociais. É o 
maior e mais antigo bloco econômico no mundo e, 
portanto, o mais sofisticado, pois discute, debate e 
vive essa união há mais tempo do que blocos relativa-
mente jovens. A União Europeia é formada por 28 
países-membros, mais de 500 milhões de cidadãos e 
possui três sedes: em Luxemburgo, Estrasburgo e 
Bruxelas, que é a sua capital.
Todos os países europeus têm a escolha de integrá-la, 
considerando as vantagens e desvantagens desse 
acordo. Um dos pontos mais interessantes dessa 
relação é que o país tem sua autonomia garantida, já 
que não perde a sua soberania ao decidir
integrar a UE.
Uma das datas comemorativas pra qual você
precisa ficar de olho para as provas do ENEM
e do vestibular é a dos 60 anos da União Europeia.
A comemoração dos 60 anos da UE não vem
exatamente da sua criação, pois o bloco foi
verdadeiramente constituído em 1992. 
O aniversário em questão é da criação do
Mercado Comum Europeu em 1957, depois da 
Segunda Guerra Mundial. O Mercado Comum
Europeu foi o embrião do que veio a se tornar a União 
Europeia, pois já tinha várias das políticas que o
bloco econômico tem hoje: a livre circulação de
pessoas, bens, mercadorias e serviços entre as 
nações participantes. Saiba mais sobre a União 
uropeia a seguir!
POR QUE FOI CRIADA A
UNIÃO EUROPEIA?
66
Politize!
A iniciativa cresceu e teve adesão de mais países.
A nova composição, com Alemanha, Itália, França, 
Bélgica, Holanda e Luxemburgo, formou a
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), 
ou a “Europa dos Seis”, em 1952. O maior objetivo 
desse grupo era fazer acordos e integrar a produção 
siderúrgica dos países, o que beneficiou todos eles 
financeira e socialmente. 
Com o fim da guerra, os países que antes eram 
grandes territórios vieram a se fragmentar em
Estados menores, que também integravam a Europa, 
o que criou a necessidade de aumentar o pequeno 
grupo que era a “Europa dos Seis”. Então, para 
aumentar o mercado interno europeu e acelerar o 
desenvolvimento da indústria no continente, foi 
criado o Mercado Comum Europeu com 12 países, 
pelo Tratado de Roma de 1957 - essa é a data que 
Os países-membros são independentes em
aceitar ou não tratados, acordos e legislações. O que 
está realmente em jogo é a escolha de, na prática,
delegar a discussão de assuntos de amplo interesse 
comum democraticamente a nível continental – como 
política monetária, saúde, meio ambiente, segurança 
internacional, entre outros.
Apesar de a União Europeia ter sido constituída em 
1992, a sua formação vem de muito antes, quando 
um grupo de países buscava cooperação mútua
para sobreviver às dificuldades no fim da 
Segunda Guerra Mundial. Em 1943, Bélgica, Países 
Baixos e Luxemburgo firmaram um acordo de
cooperação comercial chamado Benelux, para
estimular trocas de mercadorias e diminuir tributos. 
SER OU NÃO DA UNIÃO EUROPEIA:
O QUE MUDA?
1 MOEDA ÚNICA
67
Politize!
A União Europeia tem uma moeda única: o euro. 
Criada pelo Tratado de Maastricht como uma moeda 
para trocas de câmbio entre os países, foi colocada 
em circulação como moeda nacional e distribuída 
para o uso da população partir de 2002. Atualmente, 
é uma das principais moedas mundiais, utilizada por 
19 países, com 338,6 milhões de habitantes. Nem 
todos os países-membros o adotam, como a 
Grã-Bretanha e a Dinamarca, que mantiveram suas 
moedas. O respaldo da unificação da moeda para a 
economia europeia é tornar o mercado único mais 
eficiente, pois facilita o comércio entre países.
2 LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS
E DE BENS
Construiu um mercado único de bens e de serviços, 
que é o principal motor da economia europeia.
Foi o embrião do que é a União Europeia hoje.
Como o primeiro bloco econômico a permitir a
livre circulação de pessoas entre os
países-membros, estabeleceu

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