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* TRANSPORTE * O QUE MOVE O GRÃO? Força da gravidade Forças de superfície * Força da gravidade variável física, básica nos fenômenos de sedimentação Força de corpo força que age sobre o volume ou a massa do sedimento que depende da densidade * Fluido que envolve o grão exerce sobre centro de massa do grão força de reação = empuxo de Arquimedes Magnitude do empuxo diretamente proporcional à densidade do fluido que envolve ou desloca o grão * Força resultante entre peso e empuxo = tensão interna atuante no grão depende: densidade efetiva = diferença de densidade entre grão e fluido se negativa fluido mais denso que grão empuxo sobrepuja a força-peso ocorre flutuação * Principais tipos de forças atuantes sobre grãos em movimento: força peso (p) e sua reação, o empuxo (e); b) força de coesão (c) entre partículas; c) força ascendente (a), introduzida devido a turbulência gerada no fluido pela presença de um obstáculo; d) esforço tangencial (t) exercido pelo fluido sobre o grão e vice-versa * Forças de superfície (ou de resistência) agem mais sobre área superficial do grão do que sobre massa/volume ASCENDENTE de COESÃO de FRICÇÃO dependem: razão área superficial/volume (forma) nos grãos e viscosidade do fluido de AÇÃO E REAÇÃO * FORÇA DE FRICÇÃO Resultante do atrito entre os grãos * FORÇA DE COESÃO Resultante da atração eletrostática ou eletroquímica superficial entre grãos * FORÇA ASCENDENTE Produzida pela turbulência * FORÇAS DE AÇÃO E REAÇÃO Na interface grão/fluido Incluídas 2 pares de forças: ESFORÇO TANGENCIAL imposto pelo grão em movimento sobre o fluido estacionário e a resistência do fluido a este cisalhamento ESFORÇO TANGENCIAL (desloca massa no sentido de sua ação) exercido pelo fluido em movimento sobre o grão e sua força oposta * O QUE MOVE O GRÃO? em função do modo de atuação das forças de corpo e de superfície reconhecem-se 2 tipos de transporte mecânico: transporte de grãos livres gravitacional ou fluxo denso * Transporte de grãos livres forças de corpo e de superfície atuam sobre cada grão individualmente porque grãos apresentam liberdade de movimento em fluido pouco viscoso Transporte gravitacional ou fluxo denso força- peso age mais sobre massa de grãos do que sobre grãos individuais grãos muito próximos uns dos outros, em alta concentração em relação ao fluido favorecendo forte interação entre eles; Consequências: acentuam-se as forças de superfície (coesão, fricção ou tensão cisalhante) dentro da massa mistura entre fluido e sedimentos finos pode criar uma massa pseudofluidal viscosa e densa capaz de exercer forte empuxo e resistência viscosa sobre grãos maiores e anular o efeito da força-peso * * TRANSPORTE carreamento dos produtos do intemperismo de um local para outro através de meio fluido parado ou em movimento meio fluido ar, água, massa viscosa (sedimento + água e/ou ar), geleira * FLUXOS E FLUIDOS Fluidos possuem viscosidade (resistência ao fluxo) Controlada: composição e temperatura (menor grau) Aumento de salinidade + carga sedimentar crescem viscosidade e densidade da água Dependendo da concentração de sólidos suspensos mistura sedimento + água se comportará como fluidos de menor ou maior viscosidade * FLUXOS E FLUIDOS Quanto maior a viscosidade do fluido maior tamanho dos clastos que poderá carregar pode atingir até centenas de m de diâmetro Fluxos muito viscosos baixo poder de erosão do substrato carregam apenas fragmentos soltos na superfície * Mecanismos de transporte da fração terrígena em meio fluido Tração gerada por arraste ou rolamento das partículas no fundo cascalho + areia Saltação (tração intermitente) criada por forças de soerguimento hidráulico e arraste das partículas cascalho + areia Suspensão devido à turbulência areia + silte + argila (< 0,015 cm; >10-4) * * Transporte dos solutos Solução verdadeira < 10 -6 íons Solução coloidal >10-6 – < 10 -4 parte da fração argila e parte da sílica * Fluxo Laminar vs. Fluxo Turbulento em função do padrão de movimento das partículas Comportamento do fluxo * FLUXO LAMINAR Sistema dominado por forças viscosas ou possui velocidades muito baixas partículas movem-se em “lâmina” paralelas ao limites que contêm o fluxo * FLUXO TURBULENTO Fluido move-se em direções variáveis ao longo do tempo, causando redemoinhos complexos, superpostos à direção geral do fluxo * Re = ULρ / µ U = velocidade do fluxo; L = dimensão do fluxo (profundidade ou diâmetro do tubo; ρ = densidade do fluido; µ = viscosidade do fluxo. Número de Reynolds usado para diferenciar fluxos laminares de turbulentos * Valor admensional descreve a razão entre as forças inerciais e as forças viscosas dentro dos fluxos Baixos valores (< 500) indicam fluxo laminar sistemas dominados por forças viscosas dentro do fluxo; Re > 2.000 fluxo turbulento sistemas dominados pelas forças inerciais (velocidades altas em relação à viscosidade * FLUXOS TURBULENTOS velocidade muito variável mesmo em curtos períodos vórtices do fluido movem-se para cima, para os lados e para baixo transferindo massa e momento através de todo fluxo mistura ocorre de forma abrangente dentro do fluxo água move-se quase sempre desta forma mais eficiente que o laminar em erodir, esculpir e transportar sedimentos * Sistemas naturais são turbulentos: razão água/sedimento muito alta muitas partículas finas em suspensão gerando correntes túrbidas * Canais com baixa rugosidade e fluxos mais lentos fino intervalo próximo ao fundo apresenta fluxo laminar subcamada laminar com aumento da velocidade todo perfil vertical torna-se turbulento destruição da subcamada laminar * Vórtices são fenomenos muito frequentes no comportamento de fluidos * O comportamento laminar é excepção na natureza Turbilhões * Marcas de fluxo: regime turbulento * TRANSFORMAÇÕES DE FLUXO Quatro tipos: Transformações corporal (de corpo) fluxo passa de laminar a turbulento e vice–versa sem variação significativa do fluido intersticial do fluxo Transformações de gravidade (gravitacional) fluxo torna-se gravitacionalmente segregado (bipartido); porção basal essencialmente laminar e de alta concentração, recoberta por porção superior mais diluída e turbulenta Mudanças no comportamento do fluxo entre os estados laminares e turbulentos (Fisher, 1983) * TRANSFORMAÇÕES DE FLUXO * TRANSFORMAÇÕES DE FLUXO Transformações de superfície mistura do fluido do topo de um fluxo com água ou ar ambiente, resultando diluição, aumento da turbulência e separação de duas partes do fluxo, uma basal laminar e outra superior turbulenta Transformações por fluidização (elutricional) escape ascendente dos fluidos da camada de alta concentração produz uma camada turbulenta e diluida na parte superior * TRANSFORMAÇÕES DE FLUXO * Número de Froude V= velocidade do fluido g= aceleração gravítica l = distância de referência, tal como a profundidade do canal F = V2/(gD) D = profundidade (em canais é o raio hidráulico R=p/pm, sendo p a profundidade e pm o perímetro em contacto com o fluxo (“wetted perimeter”). Para canais com a mesma forma, o raio hidráulico varia diretamente com a profundidade. * Condições e natureza… As condições críticas são: F < 1 – baixo regime ou fluxo subcrítico (tranquilo); F > 1 – alto regime ou fluxo supercrítico (rápido); F = 1 – regime transicional ou fluxo crítico. Note-seque, embora a equação preveja que se pode passar do baixo para o alto regime de fluxo aumentando a velocidade ou diminuindo a profundidade da água, em profundidades elevadas seriam exigidas enormes velocidades, raramente encontradas na natureza, para existir um regime supercrítico. alto regime de fluxo é típico de profundidades de água entre alguns milímetros a poucos metros! F = V2/(gD) * Fluxos supercríticos alta velocidade e dominado por forças inerciais se comporta como um jato, sob regime de fluxo superior com muitos clastos suspensos + alta agitação Fluxos subcríticos domínio de forças gravitacionais geração de corrente lenta (fluxo tranquilo) sob regime de fluxo inferior na superfície de um rio aparecerá como águas calma e límpidas * Salto Hidráulico transformação de um fluxo supercrítico para subcrítico gradiente abaixo Locais propícios: ocorre súbito decréscimo de velocidade zonas de desconfinamento de canais e cânions quebras de gradiente * Formas de fundo criadas por aumento da velocidade de fluxo, sob diferentes regimes. * Regimes de fluxo relacionados com a velocidade e profundidade * Ashley, 1990 Formas de leito principais: Marcas onduladas (ripples) e Dunas Dunas e marcas onduladas representam populações geneticamente distintas não possuindo formas de leito intermediárias Morfologia das formas de leito é controlada pela granulometria e velocidade do fluxo (se profundidade da lâmina de água é constante) * Relação entre granulometria, forma de fundo e velocidade de fluxo. * Gráfico de velocidade do fluxo versus tamanho de grãos mostrando o campo de estabilidade de formas de leito arenosas (Ashley, 1990). * Marcas onduladas (ripples) Formas de leito com: H máxima de 5 cm; L < 0,5 m desenvolvidas em condições de baixa velocidade do fluxo (<1m/s) com uma fração granulométrica entre silte e areia fina. * DUNAS apresentam diferentes morfologias podem ser subdivididas em dois tipos principais: bidimensionais – 2D (linha de crista reta) referidas como barras transversais ou ondulações arenosas (sand waves), tridimensionais – 3D (linha de crista curva) designadas como barras lobadas ou linguóides * * DUNAS BIDIMENSIONAIS – 2D TRIDIMENSIONAIS – 3D * Gráfico de profundidade versus velocidade do fluxo, mostrando o intervalo de estabilidade de dunas subaquáticas 2D e 3D. A granulometria varia de areia média a grossa (Ashley, 1990). * MARCAS ONDULADAS LINGUÓIDES * Velocidade de queda V=CD2 sendo D =diametro da esfera C = constante dada por (dp-df)g/18µ, onde: dp =densidade da partícula; df =densidade do fluido; g =aceleração da gravidade; µ = viscosidade dinâmica. Lei de Stokes (<64µ) V = [2/3 D (dp-df) g /df] Lei do Impacto (>2mm) V = (DC’) se C’ = [2/3 (dp-df) g /df]2 Areia: comportamento misto * Diagrama de Hjülstrom, relacionando movimento de partículas com a velocidade de corrente (m/s) e dimensão das partículas (mm). Erosão de Sedimentos Não consolidados * CLASSIFICAÇÃO DO FLUXO CONFORME VISCOSIDADE I- fluxos de baixa viscosidade - água e ar com baixa concentração de grãos em suspensão II- fluxos densos ou gravitacionais (FGS) - gelo e misturas concentradas de gelo/água/ar com sedimento Distinguem-se fisicamente: - objeto de atuação das forças de corpo - modo e intensidade de manifestação das forças de superfície (influência da coesão, da fricção, do choque mútuo ou da turbulência) * FLUXOS DE BAIXA VISCOSIDADE: - forças agem individualmente - fluidos estacionários (águas de lago estagnado) = forças de corpo e de superfície agem sobre cada grão - fluídos em movimento = forças de corpo agem sobre fluido, fazendo-o se movimentar declive abaixo e fluido repassa esta ação a cada grão sob forma de esforço tangencial (FGF) * FLUXOS DENSOS OU GRAVITACIONAIS fluxo viscoso = grande concentração de sedimento no fluido - Características comuns ponto de vista geológico: - associação preferencial a declives - formação de depósitos na base dos declives c/ morfologia de lobos e/ou leques - caráter episódico ( de segundos a poucas horas) - Regimes de transporte de alta viscosidade - matéria prima: mistura de fluido (líquido e/ou gás) + sólido * FLUXOS GRAVITACIONAIS DE SEDIMENTOS (FGS ou fluxo de sedimentos) Misturas de sedimento + fluido que fluem declive abaixo devido ação diferencial da gravidade causada pelo contraste de densidade entre o fluxo e o meio circundante (subaéreo ou subaquoso) Diferenciam-se dos fluxos gravitacionais de massa (FGM) pela perda total da organização interna original (alto grau de deformação interna) * FLUXOS GRAVITACIONAIS DE MASSA (FGM) Deslizamentos Escorregamentos Deslizamentos (slides) baixo grau de deformação interna Escorregamentos (slumps) intermediário grau de deformação interna * Reologia: disciplina da física que descreve o comportamento desse tipo de material (fluido + sólido) ou resposta dada por estes materiais à solicitação de esforços o Tipos básicos de regimes reológicos (ponto de vista mecânico): rúptil ou disjuntivo, dúctil ou plástico e fluidal o rúptil = grãos em contato sistemático e permanente entre si rompe-se ao longo de superfícies definidas * dúctil = existe movimento entre grãos com choque e atrito mistura se deforma e/ou se desloca com falso fluído fluidal grãos separados por água mistura flui sob esforço; iniciado o fluxo denso fluidal sua dinâmica é comandada pelo fluido verdadeiro * * QUEDA DE ROCHA * ESCORREGAMENTO * FLUXOS HIDRODINÂMICOS (ou fluxos gravitacionais de fluidos - FGF Fluido é movido pela gravidade e arrasta os sedimentos Ex: fluxo num rio ou numa corrente oceânica Obs: FGS sedimento movido pela gravidade , carregando o fluido intersticial junto * Mecanismos de tração, saltação e suspensão podem operar tanto em FGF como em alguns tipos de FGS Mecanismos como escape de fluido, interação direta entre os grãos e suporte dos grãos pela viscosidade da matriz importantes nos FGS mas não na maioria do FGF MECANISMOS DE TRANSPORTE NOS FGS e FGF * FLUXOS HIDRODINÂMICOS (ou fluxos gravitacionais de fluidos - FGF Caracterizados por deposição grão a grão dominados por tração Em condições de cheia é totalmente turbulento turbulência serve como suporte do sedimento, c/densidade bem inferior à de uma corrente de turbidez partículas finas são mantidas em suspensão e as maiores (areia grossa e cascalho) apenas temporariamente * FLUXOS HIDRODINÂMICOS (ou fluxos gravitacionais de fluidos - FGF energia da cheia diminui grãos maiores caem da suspensão e são tracionados junto ao fundo estratificação cruzada dos arenito e imbricação dos clastos nos conglomerados * FLUXOS GRAVITACIONAIS DE SEDIMENTOS (FGS) Ação da gravidade sobre mistura de sedimento + água > ação da fricção ou da coesão entre as partículas Mecanismos desencandeadores inundações fluviais, tempestades, terremotos, tsunamis, etc. Mistura sedimento + água matém-se em movimento enquanto componente gravitacional exceder a resistência friccional e mecanismos de sustentação inibirem queda dos grãos * FLUXOS GRAVITACIONAIS DE SEDIMENTOS (FGS) Principais mecanismos de suporte coesão da matriz (argilosa), colisão intergranular (pressão dispersiva), movimento ascendente de água intersticial e turbulência Na maio parte dos fluxos, é freqüente que mais de um mecanismo de suporte (correntes de turbidez) opere simultaneamente; outros processos tração podem operar nos estágios finais da deposição produzindo ou modificando estruturas/texturas dos sedimentos * FLUXOS GRAVITACIONAIS DE SEDIMENTOS (FGS) PRODUZEM Amplo espectro de fácies sedimentares geneticamente interligadas * Classificação dos fluxos gravitacionais de sedimentos em termos de mecanismo de suporte dos grãos, segundo Middleton & Hampton, 1972 (d’Avila & Paim, 2003) * Segundo Mutti, 1992 fluxos de grãos liquefeitos e fluidizados não são aparentemente efetivos em carregar quantidades significativas de sedimentos por longas distâncias Representam condições transientes nos fluxos gravitacionais durante as fases iniciação e estágios finais de transporte de turbidez * * * Correntes de turbidez de alta densidade: Transições possíveis entre diferentes tipos de fluxos ao longo da evolução de um fluxo gravitacional subaquático (Lowe, 1982) * * FLUXOS DE DETRITOS (debris flow) fluxos plásticos, binghanianos, ricos em sedimentos, saturados em água, com com propriedades plásticas (presença de argila e silte), que depositam sedimentos em masse quando tensão cisalhante cai abaixo da resistência da matriz suporte dos clastos maiores combinação força coesiva da matriz, boiânçia e pressão dispersiva divididos em 2 tipos (Lowe, 1979): fluxos de detritos coesivos = mudflow fluxos de detritos não coesivos = fluxos de grãos * FLUXOS DE DETRITOS COESIVOS os clastos maiores flutuam numa matriz água-argila (5% do volume) reduz o peso efetivo dos clastos congelamento coeso depósitos mal selecionados, geralmente maciços, clastos maiores sustentados por matriz lamosa ou areno-lamosa, orientados paralelos ou inclinados em relação ao fluxo lamito seixoso (pebbly mudstone), diamictito grandes blocos salientes (protruding clast) frente e topo das camadas * FLUXOS DE DETRITOS COESIVOS ausência de estruturas de tração por serem laminares pouco poder de erosão do substrato não apresentam estruturas de sola diminuição do tamanho dos clastos + melhor seleção distância da área fonte * * FLUXO DE DETRITOS * FLUXO DE DETRITOS * Principais tipos de depósitos formados durante a deposição a partir de fluxos gravitacionais (Modif. Lowe, 1982). modelos 1. 2 e 3 depósitos de fluxo de detritos: debritos ou argilitos seixosos e conglomeráticos, diamictitos, consistindo de seixos, calhaus e, às vezes, clastos tamanho matacão, suspensos numa matriz composta de uma mistura de argila, silte e areia * FLUXOS DE GRÃOS (grains flows) sedimento mantido em suspensão pela colisão entre grãos pressão dispersiva desenvolvem-se areias e cascalhos limpos sem matriz lamosa ausência de matriz fricção intergranular muito grande podendo se desenvolver em taludes muito íngremes ângulo de resitência inicial é excedido presentes ambientes subaéreos e subaquosos, c/gradientes elevados, próximas ao ângulo de repouso estratos frontais das dunas * FLUXOS DE GRÃOS (grains flows) diminuição da inclinação atrito sobrepuja movimentação deposição por congelamento friccional comum gradação inversa devido: função de grande pressão dispersiva próxima ao plano de cisalhamento (base do fluxo) partículas maiores mais intensamente afetadas e tendem a ser impelidas para o topo (sobrelevadas) ou processo de filtragem cinética caracterizado pela queda dos grãos menores entre os maiores (peneiramento ou sieving) * FLUXOS DE GRÃOS depósitos com geometria em lentes ou lobos de areia arenitos e conglomerados limpos, maciços ou c/diversos intervalos com gradação inversa dunas eólicas “línguas de fluxo de grãos” delgadas lentes de grãos mais grossos, com alta inclinação e localmente com gradação inversa podem estar comumente associados a correntes de turbidez de alta densidade * * FLUXO DE GRÃO * Principais tipos de depósitos formados durante a deposição a partir de fluxos gravitacionais (Modif. Lowe, 1982). modelo 4 depósito de fluxo de grãos * FLUXOS DO TIPO SLURRY fluxos que apresentam tanto o efeito da turbulência como da coesão da matriz exibem feições tanto das correntes de turbidez quanto de fluxo de detritos coesivos slurry flows Lowe &Guy (2000) deposição do tipo mais comum de slurry flows partículas maiores formam intervalo basal (grão suportado) , intervalo superior de granulação mais fina (matriz suportado) * Perfil litológico mostrando o tipo mais comum de slurry flow, onde se observa a deposição das partículas maiores formando um intervalo basal, grão-suportado, e um intervalo superior constituído por uma granulação mais fina, matriz-suportado (Lowe, 2008) * FLUXOS DO TIPO SLURRY Depósitos englobam: diamictitos (paraconglomerados de matriz lamosa) clastos maiores decantaram e atingiram a base camadas similares a turbiditos com estruturas trativas passando ao topo para porções arenosas com matriz lamosa * FLUXOS DO TIPO SLURRY Tipos de fluxo tipo Slurry (Lowe, 2008): A) fluxo de detrito que se torna turbulento clastos grandes suportados pelo fluxo turbulento e depositados como camada basal declínio do fluxo B) fluxos gerados junto à cabeça de uma corrente de turbidez, que gradam, em direção à cauda, para fluxos de comportamento similar ao fluxo de detritos rico em lama, dominado pela coesão da matriz C) fluxos turbulentos dentro dos quais a desagregação dos fragmentos lamosos produz um fluxo laminar e coesivo próximo à carga de fundo, que domina a sedimentação * * FLUXOS DO TIPO SLURRY muitos slurry flows tratam-se de depósitos de correntes de turbidez que erodiram material lamosos pouco consolidado, incorporando intraclásticos muito plásticos estes fragmentos bastante viscosos, quando em grande quantidade, derem aos grãos circundantes congelamento coesivo do fluxo * FLUXO FLUIDIZADO E/OU LIQUEFEITO Fluxos fluidizados subdivididos, em função do suporte dos total ou parcial dos grãos pelos fluidos intersticiais (Lowe, 1982) Fluidizados e Liquefeitos em afloramentos aspecto final do depósito não permite a distinção são observadas feições de escape d’água Fluidizados e/ou Liquefeitos dispersões muito concentradas de grãos e fluidos, onde grãos são mantidos em suspensão pela elevada pressão de poro do fluido e seu movimento ascendente * FLUXO FLUIDIZADO E/OU LIFQUEFEITO fluidos tendem a ser expulsos para cima ao mesmo tempo “chuva” de grãos maiores e mais densos tende a decantar estabelecendo uma competição entre grãos que caem e fluidos que tentam ascender elevação da pressão de poros fluido rompe a barreira de grãos e escapa pelos espaços intergranulares grande quantidade de fluidos intersticiais em escape sedimento comporta-se como fluido de alta viscosidade capaz de fluir em taludes suaves < 3° suficiente aceleração do fluxo (gradiente inclinado) + pressão de poros elevada grãos “suspensos” pelo fluido intersticial (tentando escapar) * FLUXO FLUIDIZADO E/OU LIFQUEFEITO reaproximação de grãos aumento do contato e atrito intergranular condições de congelamento friccional Depósitos: maciços moderada a pobremente selecionados feições de escape de fluido estruturas em prato, chaminés, dobras convolutas e vulcões de areia frequentemente disparados por choque (abalo sísmico), ou falhamento no talude ou liquefação espontânea * LIQUIDIFICAÇÃO * FLUXOS LIQUEFEITOS E FLUIDIZADOS * * CORRENTES DE TURBIDEZ Fluxos gravitacionais bipartidos: camada basal granular (laminar), densa flui devido sobrepressão de poros + condições inerciais camada superior mais diluida, totalmente turbulenta retrabalha e ultrapassa depósito final da camada basal Deslocam-se como fluxo de alta velocidade e maior densidade em meio a água do marou de um lago presença grande quantidade de sólidos suspensos * * CORRENTES DE TURBIDEZ Nome provem do aspecto túrbido das correntes fluviais que entravam nos lagos glaciais Lago de Geneva (Forel, 1885 Desencadeamento: eventos catastróficos de curta duração ondas de tempestade, choques devidos à terremotos, falhamento de sedimentos associados à taludes íngremes * CORRENTES DE TURBIDEZ de longa duração disparadas por grandes cheias fluviais sofrem duas acelerações: na região montanhosa cortada por rios no talude diferem-se dos fluxos hiperpicnais possuem aceleração catastrófica maior aumento da densidade pela erosão do substrato incorporando material ao fluxo (bulking) fluxos hiperpicnais aceleram-se apenas nas encostas + deposição carga antes de chegar ao talude não sofrem aceleração catastrófica nem bulking * CORRENTES DE TURBIDEZ Presença de finos: aumenta densidade da corrente auxilia na geração de turbulência na camada superior lubrifica os grãos da camada basal favorecendo transporte mais longo pelo fluxo * CORRENTES DE TURBIDEZ Perda de finos começa a ocorrer choque de grãos + aumento do atrito + desaceleração do fluxo perda da carga areno-conglomerática quando a corrente de turbidez viaja por distância e tempo suficientes para se desenvolver, apresenta a seguinte estrutura: cabeça, corpo e cauda * * CORRENTES DE TURBIDEZ Cabeça parte frontal, mais rápida e até 2x mais espessa que o resto do fluxo transportados grãos maiores região de intensa turbulência e erosão escavando o substrato turboglifos (marcas de flauta) e marcas de objeto partículas erguidas e arremessadas para trás, em direção à cauda desenvolvimento de redemoinhos * CORRENTES DE TURBIDEZ Corpo região central fluxo aproximadamente uniforme, Cauda zona de rápido adelgaçamento do fluxo * CORRENTES DE TURBIDEZ Desaceleração: decréscimo do gradiente ou talude ou desconfinamento do fluxo ao sair dos canions no sopé mistura com fluido ambiente diminuição da densidade perda de competência * Mecanismos deposicionais (Lowe, 1982) Sedimentação por tração grãos respondem individualmente e depositados da carga de leito Por supensão grãos respondem individualmente e depositados da carga suspensa Congelamento friccional grãos interagem via contato ficcional depositados coletivamente Congelamento coesivo grão interagem com as forças coesivas da matriz depositados coletivamente * a variação da velocidade da corrente depende amplamente da inclinação do declive aumento no declive resulta também num aumento da velocidade da corrente as diferentes populações de tamanho de grão são mantidas em suspensão por mecanismos de suporte variados São depositadas como ondas de sedimentação distintas eficiência dos mecanismos muda com a desaceleração do fluxo * CORRENTES DE TURBIDEZ * CORRENTES DE TURBIDEZ Decantação dificultada = elevada concentração dos grãos inibe o movimento da água e aproxima grãos sólidos que tentam assentar, obrigando a água intersticial a ser “espremida” nos espaços intersticiais entre as partículas, dificultando a movimentação e retardando a decantação dos grãos Boiância = sustentação de clastos que flutuam na matriz intersticial composta de água + sedimento * CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES DE TURBIDENEZ CORRENTES DE ALTA DENSIDADE CORRENTES DE BAIXA DENSIDADE * CORRENTES DE TURBIDEZ DE BAIXA DENSIDADE Constituídas de grãos da população 1 (partículas tamanho argila, silte a areia média ) suporte apenas por turbulência turbididos de grão médio a fino, gradados divisões Tb, Tc e Td da sequência de Bouma Deposição a partir da desaceleração do fluxo inicia-se por tração (Ta e Tb), finalizando com siltitos e argilitos c/feições de tração + suspensão (Td) * CORRENTES DE TURBIDEZ DE BAIXA DENSIDADE Cessada a corrente de turbidez depositam-se sedimentos hemipelágicos e pelágicos (Te) carga suspensa que reflete a sedimentação do background do lago ou mar profundo Nestas correntes não há condições de ocorrer pressão dispersiva, devido ao tamanho do grão * CORRENTES DE TURBIDEZ DE ALTA DENSIDADE Incluem as populações 1, 2 e 3 partículas tamanho argila a calhau Subdivididas: correntes de alta densidade arenosas (SHDTC) e cascalhosas GHDTC) (Lowe,1982) * CORRENTES DE TURBIDEZ ARENOSAS DE ALTA DENSIDADE Predomínio dos grãos da população 2 (areia grossa e pequenos seixos) suportada principalmente por turbulência e decantação dificultada pressão dispersiva mecanismo negligenciável presente só na base do fluxo * CORRENTES DE TURBIDEZ ARENOSAS DE ALTA DENSIDADE A deposição ocorre em três estágios principais, de acordo com o aumento da instabilidade do fluxo Sedimentação por tração arenito seixosos com escavações e estratificação cruzada ou plano-paralela (divisão S1); Sedimentação de carpetes de tração (S2); Sedimentação por suspensão arenitos maciços , c/gradação normal ou c/ estruturas de escape prato ou pilar (S3) Sequência S1 – S3 reflete evolução de um fluxo desacelerante mecanicamente similar a sequência desenvolvida por correntes de baixa densidade divisõe s Tbc (tração) e Td (tração + suspensão) * CARPETES DE TRAÇÃO Processo de formação de um carpete de tração: inicia-se com o aumento da instabilidade no fluxo carga suspensa de granulação mais grossa concentra-se no leito, sendo transportada como carga de fundo surge então um nível basal, mantido pela pressão dispersiva, devido ao choque entre os grãos, e alimentada pela chuva de grãos grossos com o aumento da concentração dos grãos na parte basal e a não atuação da turbulência nesta parte, forma-se, então, o carpete de tração (Dzulynski & Sanders, 1962) (Fig. 4.6B) * FORMAÇÃO DE CARPETES DE TRAÇÃO Lowe (1982); in: Arienti (1996) * * SEQUÊNCIA IDEAL DAS DIVISÕES DE LOWE Lowe (1982); in: Della Fávera (2000) * Correntes de turbidez cascalhosas de alta densidade: divisões R2 (camadas com carpetes de tração) e R3 (camadas com gradação normal). Correntes de turbidez arenosas de alta densidade: divisões S1 (camadas com estruturas de tração), S2 (camadas com carpetes de tração) e S3 (camadas depositadas por suspensão, podendo conter estruturas de escape de fluidos). * CORRENTES DE TURBIDEZ CASCALHOSAS DE ALTA DENSIDADE ricas em grão da população 3 seixos e calhaus suporte pressão dispersiva + boiância da matriz Boiância = sustentação de clastos que flutuam na matriz intersticial composta de água + sedimento * CORRENTES DE TURBIDEZ CASCALHOSAS DE ALTA DENSIDADE Deposição ocorre em 2 estágios principais: cascalhos mais grossos da frente da corrente, na porção basal do fluxo, junto à cabeça como carpetes de tração de suspensão cascalhos inversamente gradados (divisão R2) e c/gradação normal (R3) * Correntes de turbidez cascalhosas de alta densidade: divisões R2 (camadas com carpetes de tração) e R3 (camadas com gradação normal). Correntes de turbidez arenosas de alta densidade: divisões S1 (camadas com estruturas de tração), S2 (camadas com carpetes de tração) e S3 (camadas depositadas por suspensão, podendo conter estruturas de escape de fluidos). * SUSPENSÃO Divisões R3 deposição direta por suspensão, sem tempo para formar estruturas de tração depósitos com gradação normal As divisões R1, depositadas por tração, são muito raras nas correntes cascalhosas início do choque entre os grãos pressão dispersiva A seqüência das divisões pode variar de acordo com o comportamento do fluxo As correntes de turbidez de alta densidade podem depositar sua carga em surtos de sedimentação, podendo ocorrer repetiçõesde algumas divisões * FÁCIES TURBIDÍTICAS descoberta da importância das correntes de turbidez na deposição de mar profundo Kuenen e Migliorini (1950) uma das mais importantes revoluções no campo da Sedimentologia estudos de Bouma (1962) permitiram reconhecer existência de organização interna muito característica, sob o ponto de vista de distribuição de litologias e estruturas seqüência de Bouma dominou a descrição destes depósitos na década de 1960 * MODELO DE BOUMA (1962) Definida por Arnould Bouma, nos Alpes Marítimos, na França correntes de turbidez de águas profundas composta de intervalos formados pela desaceleração e conseqüente deposição do fluxo * MODELO DE BOUMA (1962) Seqüência turbidítica clássica Ta deposição rápida por suspensão depósitos de arenito sem estrutura, podendo ser gradado base erosional Tb laminação plano-paralela, em regime de fluxo superior deposição por tração Tc laminação cruzada ondulada, convoluta e climbing ripples deposição por tração Td laminação paralela regime de fluxo inferior material mais síltico Te suspensão em baixa energia argilitos e siltitos * SEQUÊNCIA DE BOUMA A seqüência completa é um ideal muitas vezes, alguns intervalos estão ausentes Quando uma fina divisão S3 está sobreposta pelos intervalos Tb-e, então S3=Ta Neste caso Ta está geneticamente relacionada a correntes de turbidez de alta densidade (Lowe,1982) Estruturas comuns Estruturas de sobrecarga camadas mais densas depositam-se sobre camadas menos densas estado plástico Ball and pillow e pseudonódulos * ESTRUTURAS COMUNS Climbing ripples Migração das laminações cruzadas onduladas, numa rápida deposição das partículas em suspensão Podem estar preservados tanto os lee sides (mais comuns), quanto os stoss sides * FÁCIES TURBIDÍTICAS estudos de Mutti e Ricci Luchi (1970) mostraram que a seqüência de Bouma era insuficiente para descrever as seqüências turbidíticas e depósitos associados feição restrita a delgadas camadas de turbiditos de grão fino a médio intercaladas à folhelhos originadas de correntes de turbidez de baixa densidade turbiditos clássicos ou TBT’s (Thin Bedded Turbidites) * A sequência de Bouma e os mecanismos de deposição inferidos para os intervalos Ta aTe para uma corrente de turbidez de baixa densidade desacelerante . * FÁCIES TURBIDÍTICAS mecanismos responsáveis mais complexos do que os relacionados à sequência de Bouma propuseram classificação faciológica de turbiditos (“lato sensu” envolvendo depósitos das correntes de turbidez + outros depósitos associados) devido ao elevado interesse econômico (óleo e gás) turbiditos e sistemas de leques submarinos foram alvo de estudo nas décadas de 80 e 90 e nos dias atuais * ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS análise de um só afloramento ou testemunho pode acarretar erros de interpretação características dos depósitos turbidíticos retratam principalmente instantes finais de deposição difícil inferir natureza dos processos envolvidos no transporte a partir de um dado isolado análise adequada aplicação do conceito de trato de fácies * ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS TRATO DE FÁCIES mostra como uma fácies se relaciona com a outra no espaço representando a segregação natural que ocorre durante o movimento dos fluxos gravitacionais para a bacia * ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS Mutti (1992) e Mutti et al. (1999) aplicaram o conceito de trato de fácies na confecção de um arcabouço genético de fácies turbidíticas assumindo 6 premissas conceituais * 1) Corrente de turbidez é um fluxo bipartido: camada basal granular (laminar), densa flui devido sobrepressão de poros + condições inerciais camada superior mais diluida, totalmente turbulenta retrabalha e ultrapassa depósito final da camada basal Deslocam-se como fluxo de alta velocidade e maior densidade em meio a água do mar ou de um lago presença grande quantidade de sólidos suspensos ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * * 2) Vários mecanismos de suporte de grãos atuam ao longo da evolução de um fluxo, se relacionando com as diferentes populações de tamanhos de grão 3) Deposição se processa como ondas de sedimentação, com repetidos ciclos de tração e suspensão, havendo correntes de turbidez de alta e baixa densidade 4) Evoluem através de sucessivas transformações de fluxo, levando à segregação paulatina da carga sedimentar ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * 5) O salto hidráulico tem papel fundamental no desenvolvimento das fácies, pois através dele a corrente ganha “novo fôlego” ao passar de trechos confinados para desconfinados do sistema turbidítico 6) Os fluxos apresentam maior ou menor eficiência, ou seja, habilidade de distribuir os sedimentos bacia adentro ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * Salto hidráulico principal separa zona de transferência (cânions ou canais) da zona de acumulação (lobos) de um sistema turbidítico região transição canal-lobo região onde ocorre esta brusca passagem (Mutti & Normark, 1991) ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * Zona de transferência (cânios ou canais) dominam erosão + escavação profunda do substrato + bypass de sedimentos + deposição de camadas lenticulares de conglomerados e arenitos grossos a partir de correntes de turbidez cascalhosas e alta densidade Zona de acumulação (lobos) superfícies erosivas menos profundas e mais planas + camadas tabulares dominantemente arenosas e pelíticas a partir de correntes de turbidez arenosas e alta densidade ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * Eficiência de uma corrente de turbidez habilidade da corrente em carregar sua carga sedimentar gradiente abaixo e segregar suas populações de grãos em diferentes fácies num fluxo bipartido eficiência se relaciona a diferentes processo operante nas camadas basal e superior esquema de Mutti (1992) nove fácies (F1 a F9) esquema de Mutti et al. (1999) suprimiu a F1 e F4 ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * Padrão deposicional ideal para uma corrente de turbidez de alta eficiência. * MODELO DE MUTTI (1992) Reformulação da classificação de Mutti & Ricci Lucchi (1972) turbiditos dos Apeninos, na Itália baseado nas transformações de fluxo de Fisher (1983) Nove fácies turbidíticas diferentes estágios dos fluxos gravitacionais subaquosos declive abaixo cada fácies representa a perda progressiva das populações mais grossas numa direção corrente abaixo ou uma organização textural diferente (Della Fávera, 2000) * MODELO DE MUTTI (1992) Agrupadas em três grupos principais: 1) Fácies de granulação muito grossa fluxos de detritos coesos e fluxos hiperconcentrados (transição fluxos coesos e fluidais) F1, F2 e F3 2) Fácies de granulação grossa correntes de turbidez cascalhosas de alta densidade F4, F5, WF e F6 (origem questionável). 3) Fácies de granulação fina correntes de turbidez arenosas de alta densidade F7 e F8; correntes de turbidez de baixa densidade F9 (F9a e F9b) * esquema ou modelo de Mutti (1992) nove fácies (F1 a F9) fluxos de detritos coesivos originados de deslizamentos e escorregamentos de massa, da borda da plataforma, aceleram ao longo dos cânions e sofrem progressiva mistura com a água, ocasinando sua transformação para correntes de turbidez ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * MODELO DE MUTTI (1992) * esquema (modelo) de Mutti et al. (1999) suprimiu a F1 e F4 admitiram que cheias catastróficas de sistemas fluviais que drenam montanhas seriam mais efetivas na geração de volumosas correntes de turbidez este mecanismo passou a ser considerado mais compatível com a grande variedadede fácies turbidíticas areno-conglomeráticas observadas ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * muitos dos escorregamentos e fluxos de detritos que ocorrem na região de cabeceira dos sistemas turbidíticos não têm relação genética com as correntes geradas por fluxos hiperpicnais associados a cheias catastróficas por este motivo a fácies F1 suprimida as fácies grossas com carpete de tração (F4) suprimida por se tratar de uma fácies de ocorrência pouco comum ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * fácies agrupadas segundo 4 populações de tamanho de grão: 1) matacão seixos pequenos 2) seixos pequenos areia grossa 3) areia média a fina 4) areia fina até lama ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * esquema (modelo) de Mutti et al. (1999) “ Estas populações de tamanho de grão são transportadas pelas correntes de turbidez como entidades naturalmente distintas, resultando em grupos de fácies também diferentes. As primeiras duas populações movem-se com a camada granular basal; a terceira população move-se na camada granular basal, mas pode ser progressivamente incorporada como carga suspensa no fluxo turbulento sobrejacente; a quarta população move-se preferencialmente como carga suspensa em um fluxo turbulento.” (Mutti et al, 1999) ARCABOUÇO GENÉTICO DE FÁCIES TURBIDÍTICAS * MODELO DE MUTTI et al. (1999) * FÁCIES DE GRANULAÇÃO MUITO GROSSA FÁCIES F2 Fluxos hiperconcentrados turbulência Feições diagnósticas cortes basais profundos; grandes clastos arrancados de argila, flutuando numa matriz de lama cascalho e areia; tendência de ocorrerem na parte inferior diminuição da força da matriz conglomerados matriz-suportados * FÁCIES DE GRANULAÇÃO MUITO GROSSA FÁCIES F3 Deposição final do fluxo hiperconcentrado Maior segregação textural depósitos clasto-suportados Depósitos F2-F3 * FÁCIES DE GRANULAÇÃO GROSSA (CORRENTES DE TURBIDEZ SEIXOSAS DE ALTA DENSIDADE) FÁCIES F4 Depósitos com carpetes de tração Mecanismos de suporte e deposição turbulência, precipitação prejudicada e congelamento fricional * FÁCIES DE GRANULAÇÃO GROSSA (CORRENTES DE TURBIDEZ SEIXOSAS DE ALTA DENSIDADE) FÁCIES F5 Deposição rápida por suspensão (en-masse) depósitos sem estruturas de tração, porém com escape de fluidos. Podem ter gradação normal depende da rapidez do congelamento * FÁCIES DE GRANULAÇÃO GROSSA (CORRENTES DE TURBIDEZ SEIXOSAS DE ALTA DENSIDADE) DEPÓSITOS WF Depósitos de areia muito grossa a cascalho fino, com laminações onduladas formados possivelmente num regime de fluxo superior, na transição entre fluxos hiperconcentrados a correntes de turbidez seixosas de alta densidade (Della Fávera, 2000) Aparecem sempre acima de um depósito F2 e recobertos por F4 são raros * FÁCIES DE GRANULAÇÃO GROSSA (CORRENTES DE TURBIDEZ SEIXOSAS DE ALTA DENSIDADE) FÁCIES F6 Depósitos estratificados internamente, ausência de gradação e relativamente bem selecionados resultantes de um salto hidráulico do fluxo origem questionável Feições diagnósticas estratificação horizontal, estratificação cruzada de médio e pequeno porte, indicando a atuação de processos tracionais declinantes, nesta ordem Grãos mais finos transpassam (bypass) e depositam F9 * FÁCIES DE GRANULAÇÃO FINA Correntes de turbidez arenosas de alta densidade FÁCIES F7 Sedimentação por tração carpetes de tração níveis mais delgados * FÁCIES DE GRANULAÇÃO FINA FÁCIES F8 Sedimentação por suspensão direta (en-masse) ausência de estruturas de tração e evidência de escape de fluido. Deposição muita rápida a fácies F7 pode ser suprimida F7 e F8 F4 e F5 granulação mais fina Correntes de turbidez arenosas de alta densidade * FÁCIES DE GRANULAÇÃO FINA Correntes de turbidez de baixa densidade (Fácies F9) FÁCIES F9a Representam a seqüência clássica de Bouma intervalos Tb-e ausência do intervalo Ta tração mais suspensão Interpretação fluxo de maior volume, maior quantidade de sedimentos finos e menor taxas de desaceleração * FÁCIES DE GRANULAÇÃO FINA FÁCIES F9b As estruturas diagnósticas dos intervalos não são bem desenvolvidas como em F9a sedimentação mais rápida, sem tempo suficiente para formar as estruturas Interpretação fluxo de menor volume, com maior razão areia-argila * *
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