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SEMI Familia e Sociedade 01

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Prévia do material em texto

Família e Sociedade
Autor: Cláudia Regina Benedetti
Tema 01
Família e Parentesco: Concepções 
Socioculturais acerca da Instituição 
Familiar
seç
ões
Como citar este material:
BENEDETTI, Cláudia Regina. Família e 
Sociedade: Família e Parentesco: Concepções 
Socioculturais acerca da Instituição Familiar. 
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera 
Educacional, 2014.
Tema 01
Família e Parentesco: Concepções 
Socioculturais acerca da Instituição Familiar
SeçõesSeções
Tema 01
Família e Parentesco: Concepções 
Socioculturais acerca da Instituição Familiar
5
Conteúdo
Nessa aula você estudará: 
• Formação e papel social da Família.
• A Família na sociedade contemporânea.
• Transformações sociais e econômicas: impactos na estrutura e organização da família.
Habilidades 
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
• O que é a Família enquanto instituição?
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Introdução ao Estudo da Disciplina 
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Política Social, Família e 
Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio Castro de Matos e Maria Cristina 
Leal, editora Cortez, 2010, Livro-Texto n. 267.
Roteiro de Estudo:
Cláudia Regina BenedettiFamília e Sociedade 
6
• Qual a função da família na estrutura da sociedade?
• Como a Família se transformou nas últimas décadas?
• Quais os impactos sociais e econômicos na estrutura da instituição familiar?
CONTEÚDOSEHABILIDADES
LEITURAOBRIGATÓRIA
Família e Parentesco: Concepções Socioculturais acerca 
da Instituição Familiar
 Você já deve ter se perguntado: Quem sou eu afinal? Esta é uma pergunta que, via 
de regra, acompanha inúmeras divagações e reflexões pessoais. Certamente, algumas 
respostas sempre passarão por um ponto fundamental na vida das pessoas: a Família. 
Pode ser que para alguns haja a ausência de Família como referência, ou para outros esta 
referência seja diferente do que se está acostumado a ver, o fato é que o modelo ideal – ou 
idealizado – do que é uma família sempre estará lá. No caso da sociedade ocidental, tem-
se: o Pai, a Mãe, os irmãos, os tios, os primos. Basta perguntar sobre seus parentes e será 
esta relação historicamente consolidada que certamente servirá de exemplo. Uma questão 
reflexiva se impõe: foi sempre assim? 
Se quiser pensar criticamente, a família contemporânea inserida em uma sociedade 
capitalista neoliberal, em um país subdesenvolvido sujeito às “leis” do mercado internacional, 
há que, antes de tudo, compreender os fundamentos da Família enquanto instituição. Você 
está preparado? 
Você verá que a Família constitui-se o cerne das relações sociais, não se está falando sob 
uma perspectiva moralista, pensa-se na família como fonte da estrutura de parentesco, 
necessária para que a interação social seja possível. São justamente as interações sociais 
consolidadas historicamente que se constituem como base dos processos de socialização. 
É pelo convívio social que os indivíduos se moldam e a pertencer aos grupos, tornando-se 
assim sujeitos sociais. Este processo que se chama de socialização possibilita a existência 
das organizações sociais, instituidoras de regras, leis, normas e condutas comuns, 
compartilhadas entre os indivíduos, a estas organizações dá-se o nome de grupos sociais. 
7
LEITURAOBRIGATÓRIA
Durkheim (1973), sociólogo do final do século XIX, define o processo de socialização e 
formação dos grupos sociais, dizendo que para que existam é necessário que as consciências 
estejam associadas e combinadas de uma maneira que seja esta mesma combinação a 
explicação da existência do grupo social. Ele continua, concluindo que os indivíduos, ao se 
agregarem e fundirem-se sob as mesmas normas, dão origem a uma nova espécie, um ser 
social, sendo assim, a individualidade de cada ser está marcada pelo grupo, e o indivíduo 
age de forma bem diferente do que agiria se não pertencesse aquele grupo, se estivesse 
isolado.
Você percebeu o que Durkheim quis dizer? Se pensar na família como aliança entre 
indivíduos, que esta possui uma organização, regras e normas, pode-se concluir: a família 
é um grupo social. As análises sociológicas e antropológicas vão além disso. Você sabia 
que para estas ciências a família é a estrutura mais fundamental de qualquer sociedade, 
pois ela existe em todas as sociedades humanas. Por mais diferente que uma sociedade 
possa ser da nossa, ela certamente possui um tipo de organização familiar. 
Rousseau, um filósofo do século XVIII, também compreendia a família como algo fundamental 
para a sociedade, segundo ele, este correspondia ao primeiro espaço de coesão social. 
Mas de onde surge esta coesão? Você já se perguntou?
Por qual motivo se dá tanto valor à família? A princípio, uma disciplina que a tem como 
temática perece até dispensável, já que a família é algo tão presente na vida das pessoas. 
No entanto, você, como futuro Assistente Social, vai se deparar com inúmeros conflitos 
intrinsecamente ligados a relação do sujeito com a família. Sendo assim, compreender a 
função da família na sociedade será fundamental para sua atuação profissional. 
Para iniciar esta conversa tão importante, você verá agora a concepção antropológica de 
família. É comum chamar os familiares de parentes, isso ocorre porque, na sociedade 
brasileira as relações familiares estão pautadas pelo parentesco direto de consanguinidade. 
Será que para todas as sociedades ocorre da mesma forma, o parente é sempre aquele 
ligado “pelo sangue”? A Família seria formada sempre por pessoas mais próximas na 
relação consanguínea? 
A resposta da antropologia é não. Nem todas as sociedades definem os laços familiares pela 
relação direta de consanguinidade. O antropólogo francês, Lévi-Strauss (1976), estudioso 
das relações de parentesco, afirma que a origem de todas as sociedades está justamente 
na maneira como estrutura suas relações de parentesco, em qualquer sociedade há sempre 
alguém que é proibido para alguém – proibição do incesto – e esta regra varia de sociedade 
para sociedade, o que não varia é que sempre haverá mulheres que são proibidas. No caso 
da sociedade brasileira, por exemplo, as mulheres proibidas são a mãe, a irmã e a tia. Em 
outras sociedades a proibição ocorre para outras mulheres, há sociedades em que a irmã 
primogênita é proibida, mas as demais não o são. 
8
É assim que o autor mostra como as estruturas de parentesco – a proibição do incesto – 
definem as regras do casamento e da troca de mulheres em uma dada sociedade, dessa 
forma, os homens, não podendo casar-se com as mulheres proibidas, irão em busca de 
outras mulheres, forçando os grupos a se relacionarem com outros e, no núcleo das relações 
de parentesco, estabelecendo laços sociais responsáveis pela origem da família. 
Cuidado! Não confunda parentesco com família: o primeiro é um sistema de normas que 
define as linhas de consanguinidade, enquanto a família diz respeito aos laços identitários 
e afetivos que se constroem em um grupo social. 
A Família está alicerçada nas relações de parentesco, e justamente por isso as relações 
e papéis que se desenvolvem em seu interior possuem regularidade, isso significa que as 
relações sociais que se estabelecem em uma dada família servem de modelo para outras 
famílias, em uma mesma sociedade. Ou seja, ser pai, mãe, tio, irmão, primo (papel social) 
segue os mesmos princípios válidos para toda a sociedade em particular. Os valores e 
normas incorporados consolidam-se em condutas permanentes que sobrevivem durante 
gerações. Você certamente sabe o que se espera de um pai ou uma mãe na sociedade 
em que vive, não sabe? Isso se deve ao fato de, historicamente, as condutas sobre o que 
é ser mãe terem se consolidado, transformando-se inclusive, na sociedade brasileira, em 
determinaçõeslegais passíveis de sanções punitivas.
As instituições têm por característica objetivos e funções específicas, a Família, como já 
se verificou possui como uma de suas funções controlar a “troca” de mulheres em uma 
sociedade, assim como regulamentar o comportamento sexual a partir das relações de 
parentesco (com quem se pode ou não ter relações sexuais). Como instituição a Família é 
também responsável pela socialização e internalização de valores sociais, promovendo a 
coesão e a relação identitária necessária à formação de qualquer sociedade. 
Outro papel social importante da Família e fundamental para a sobrevivência tanto do próprio 
grupo social quanto da Sociedade como um todo é o da reprodução, “substituindo” – por 
assim dizer – o contingente populacional e garantindo às futuras gerações sua existência. 
Em um capítulo adiante será abordada outra função de extrema relevância da Família: a 
reprodução material da existência, por meio do trabalho e do consumo.
Como você viu anteriormente, a Família possui uma estrutura e esta depende das convenções 
sociais para existir. Você ouviu falar da importância da Família, que ela é o alicerce da 
sociedade, sua base, peça fundamental. Diante de tanta ênfase e relevância, pergunta-se: 
Quais são as funções da Família?
Certamente, para responder tal questão você se debruçará sobre o modelo de Família, ou 
melhor, sobre os tipos de família existentes na sociedade brasileira, aqueles que você já 
conhece. Você verá tanto a realidade brasileira quanto exemplos que lhe proporcione uma 
visão ampliada sobre o assunto.
LEITURAOBRIGATÓRIA
9
A família é uma instituição, isso você já contatou, não é mesmo? Mas a família não é só 
“mais uma” instituição, ela representa uma estrutura fundamental na sociedade, é sobre 
ela que recaem as transformações econômicas e é em grande medida a Família (com F 
maiúsculo mesmo!) responsável por muitos padrões e comportamentos sociais. 
Uma das principais funções sociais da família é afiançar a “sobrevivência” demográfica de 
uma sociedade, com a reposição de indivíduos que garantirão a perenidade da mesma. 
“A Família [...] é em si mesma uma monarquia paterna, uma sociedade de linhagem que 
garante a estabilidade, a duração, a continuidade” (PERROT, M., 1991). 
É a Família quem proporciona os processos de socialização, internalizando em seus sujeitos 
os modos de agir e pensar historicamente constituídos, os papéis sociais, a hierarquia social, 
a relação com a propriedade e com o Estado são primeiramente construídas no interior da 
Família. 
A Família, átomo da sociedade civil, é a responsável pelo gerenciamento dos 
“interesses privados” [...] Cabe-lhe um sem-número de funções. Elemento 
essencial da produção, ela assegura o funcionamento econômico e a 
transmissão dos patrimônios (PERROT, M. ; 1991).
A experiência cotidiana passa pela Família. Afinal de contas, quem ensinou a você como 
se comportar? Quantas vezes você ouviu conselhos de pais, mães, tios, tias, avôs, avós ou 
quem quer que seja seu referencial familiar (sim, pois existe pai-avô, tia-mãe, vizinho-irmão 
etc.)? É nesta convivência privada que os principais tópicos são elaborados: educação, 
sexo, moral, tudo passa, de uma forma ou de outra por esta Instituição, por esse primeiro 
grupo social!
A mediação do sujeito com o mundo é feita na e pela Família, as práticas culturais e 
as subjetividades são primeiramente distribuídas por ela: religião, afetividade, gostos, 
personalidade. Certamente se você mesmo já não foi alvo de tal comparação, pelo menos 
já escutou uma avó dizer algo do tipo: “mas é igualzinho ao pai... genioso”! Isso ocorre 
porque uma das funções da família é a reprodução das relações sociais e afetivas.
Sem falar da perpetuação da espécie e da carga genética! Isso mesmo! Seus genes 
viajaram e viajarão por gerações, e se você for mulher, suas mitocôndrias possuem milhares 
de anos! A partir delas é possível identificar de onde vieram seus antepassados, sua 
“tatatatatatatatatataravó”! Os avanços da genética permitem constatar que se herda genes 
seculares. Por isso seu avó comenta que você se parece muito com a irmã da vó dele. As 
semelhanças físicas e genéticas, esta perpetuação invisível, ocorrem porque as pessoas se 
organizam em grupos familiares. 
LEITURAOBRIGATÓRIA
10
Falando em genética, assim como a família garante a perpetuação ela garante a diversidade! 
A miscigenação (marca de qualquer, qualquer mesmo) sociedade histórica só é possível 
pela troca que ocorre entre membros de famílias distintas. 
Então, a Família possui como função a duração e a diversidade: social, cultural e genética.
Como célula reprodutora ela produz crianças e proporciona-lhe uma primeira 
forma de socialização. Garantia da espécie ela zela por sua pureza e saúde. 
Cadinho da consciência nacional, ela transmite os valores simbólicos e a 
memória fundadora. É a criadora da cidadania e da civilidade (PERROT, M., 
1991).
Pode-se constatar que apesar das grandes mudanças sociais e históricas ocorridas nos 
últimos séculos, as funções da Família não sofreram grandes transformações. Obviamente 
que os modelos de família, sua composição tiveram um grande impacto quanto aos papéis 
sociais deste grupo, mas suas funções em relação à sociedade continuam fazendo dela 
uma instituição relevante para a estrutura social.
Mesmo com esta constatação, a responsabilidade da Família sobre os sujeitos que produz 
ainda promove discussões importantes sobre suas funções:
De um lado, os papéis que lhe são constantemente atribuídos ou descobertos 
acentuam sua densidade, sua força, seus poderes [...] 
De outro lado, a consciência crescente do lugar ocupado pela família no 
tabuleiro demográfico e social leva o poder – filantropos, médicos, Estado – a 
cercá-la de solicitude, a querer penetrar em seus mistérios e entrar na sua 
fortaleza (PERROT, M. ; 1991).
O Assistente Social é um, dentre os tantos profissionais que desejam – e devem – penetrar 
os “mistérios” da Família. Para planejar políticas públicas, para atender as demandas sociais, 
o profissional precisa adquirir conhecimentos sobre estrutura, composição, papéis sociais, 
relações individuais que envolvem os grupos familiares.
 Além das apontadas anteriormente, a Família possui ainda inúmeras funções, não 
menos importantes. 
 A instituição familiar possui um importante papel social naquilo que se relaciona com a 
estrutura socioeconômica, é a Família que, se não determina, pelo menos condiciona o status 
social do sujeito que a ela pertence. O Capital Social, Econômico e Cultural (BOURDIEU; 
2008) são uma herança familiar, essa configuração inicial será responsável em grande 
parte pelas relações sociais e aquisições materiais e simbólicas futuras. A condição inicial 
da família em determinada classe social oferece um leque de possibilidades adequado 
à posição que esta ocupa na sociedade como um todo. Certamente este quadro não é 
LEITURAOBRIGATÓRIA
11
imutável, mas é quase impermeável, apesar da ideologia burguesa dos valores individuais, 
do “american way of life”, dizer o contrário: a posição primeira (garantida pelo status familiar) 
torna mais difícil para o sujeito galgar outras posições.
Pode-se perceber esta realidade analisando rapidamente os dados do IBGE:
Ampliar tabela
LEITURAOBRIGATÓRIA
12
Nota-se na tabela acima que dos 13 milhões e 700 mil entrevistados cujo pai não completou 
a primeira série do primeiro grau, apenas 149 mil chegaram ao ensino superior – cerca 
de 10% do total. Enquanto que dos cerca de 789 mil cujo pai possui ensino superior 
completo 231 mil possuem 2º grau completo ou ensino superior incompleto e quase 436 mil 
completaram o ensino superior – quase 80% do total. Isso mostra como a Família influencia 
diretamente nas escolhas que conduzirão às posições sociais dos sujeitos, ou seja, dentre 
suasheranças está a social.
Além de ser responsável em parte pelo trajeto socioeconômico de seus membros, a Família 
possui uma função inerente à sua própria formação: a de proteção e assistência. Seus 
cuidados estendem-se à manutenção física e psicológica, cuidando de seus membros desde 
a infância até a velhice. Educando, zelando pela integridade física durante as doenças, 
amparando emocionalmente nos momentos críticos, a Família é, em tese, o espaço no qual 
a individualidade e a privacidade está garantida.
Você já leu um pouco sobre a função econômica da Família, sob a perspectiva do trabalho, 
os grupos familiares são lócus de produção e consumo, ou seja, são responsáveis também 
pela organização do processo produtivo. Pense agora, por exemplo, em uma pequena 
propriedade rural na qual o trabalho empregado é exclusivamente familiar, pai, mãe e filhos 
produzem a maior parte do que consomem e vendem o excedente. Nas famílias urbanas, 
reduzidas em número, a principal atividade econômica é o consumo de mercadorias. 
Percebeu que neste exemplo, em grande parte, o tipo de atividade econômica dos núcleos 
familiares condiciona o número de pessoas que os compõem? 
Muito se escuta falar sobre a “Família desestruturada” dos dias atuais. Leem-se cotidianamente 
notícias que levam a crer que “a família não é mais a mesma”. Mas será que ela foi tão 
perfeita algum dia? Será que a Família idealizada pelos tradicionalistas ou conclamada pelo 
devir dos progressistas um dia existiu ou existirá? Não é difícil ouvir comentários sobre a 
menor importância da família na vida das pessoas, ou a pouca influência que tem exercido 
nos últimos tempos.
O fato é que à família, conforme você leu no capítulo 1 de seu Livro-Texto, vem sendo 
atribuída nas últimas décadas a função de garantir o bem-estar social, justamente por sua 
característica “desburocratizada”, no entanto a proteção social da família passa por questões 
e arranjos fundamentais, dentre eles: a diversidade dos modelos de família existentes. 
Sendo assim: quais são as novas funções das famílias no cenário da contemporaneidade?
Essa pergunta coloca-se diante das inúmeras transformações que ocorreram (e ocorrem) 
principalmente nos grandes complexos urbanos. A melhoria na qualidade de vida aumentou 
a longevidade, não é incomum encontrar idosos morando sozinhos e, muitas vezes, 
distantes de seus filhos e netos, já que as necessidades materiais da grande cidade obrigam 
as pessoas a se distanciarem fisicamente em busca de emprego e melhores colocações 
profissionais. Neste caso, como as Famílias podem cumprir sua função protetora?
LEITURAOBRIGATÓRIA
13
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto? 
Então:
Sites
Acesse trechos do livro: FALCÃO, Maria do Carmo Brant de Carvalho; SZYMANSK, He-
loisa. A família contemporânea em debate. Disponível em: <http://books.google.com.br/
books?hl=pt-BR&lr=&id=wtHiLCNtqXEC&oi=fnd&pg=PA9&dq=fam%C3%ADlia+servi%C3
%A7o+social&ots=ev4jy_rU6X&sig=2Pk5uf_DMywZtkuWJQm7dO1JHpw#v=onepage&q=f
am%C3%ADlia%20servi%C3%A7o%20social&f=false>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Leia o artigo: JESUS, Cristiane da Silva de; ROSA, Karla Terezinha; PRAZERES, Greicy Gan-
dra Soares. Metodologias de atendimento à família: o fazer do assistente social. Disponível 
em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/viewFile/1618/1059>. 
Acesso em: 02 jan. 2014.
Vídeos
Entrevista: A Proteção Social da Família. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=_NfNVg3qGmc>. Acesso em: 02 jan. 2014.
14
Instruções: 
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções 
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão 
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente 
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de 
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto 
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
Questão 1:
Elabore um breve resumo explicando o sig-
nificado dos seguintes termos: bem-estar 
social, Estado, e Família.
Após definir estes termos, estabeleça uma 
relação entre os três explicando a seguinte 
questão: Como a família é vista hoje pelo 
Estado para a garantia do bem-estar social 
de seus membros?
Questão 2:
Considere as afirmações relativas ao con-
ceito de família na contemporaneidade. 
I. A família não deve ser entendida como 
um espaço de pessoas, constituído de 
maneira contínua, relativamente está-
vel e não casual, com os mais diferen-
tes arranjos. 
II. A família é o núcleo social básico de 
acolhida, convívio, autonomia, susten-
tabilidade e protagonismo social. 
III. A família nas políticas públicas, prin-
cipalmente nos programas de transfe-
rência de renda, é entendida somente 
como unidade econômica. 
IV. As transformações societárias, as re-
lações econômicas e sociais fragilizam 
as famílias, tornando-as vulneráveis. 
V. Uma das características das famílias 
pobres é sua configuração em rede. 
AGORAÉASUAVEZ
RESPOSTA DISSERTATIVA
15
Está correto o que se afirma apenas em:
 a) I, II e III.
 b) I, III e IV.
 c) I, III e V.
 d) II, III e V.
 e) II, IV e V.
Questão 3:
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Ge-
ografia e Estatística) está mudando o com-
portamento demográfico do Brasil. Sobre 
os aspectos populacionais do Brasil e suas 
alterações pode-se destacar, EXCETO:
a) Diminui a taxa de fecundidade da 
população brasileira. Isto está diretamente 
relacionado ao processo de urbanização 
e à maior participação das mulheres no 
mercado de trabalho e como chefes de 
família.
b) Aumento da expectativa de vida. Mais 
de 10% da população brasileira tem mais 
de 60 anos.
c) Diminui o número de jovens (com 
menos de 20 anos). Isto evidencia 
uma diminuição gradativa das taxas de 
natalidade, fato que vem ocorrendo desde 
o final do século XX e início do século XXI.
d) A região Sudeste é a mais populosa do 
país e tem apresentado nos últimos anos 
um maior crescimento populacional em 
relação às outras regiões brasileiras, por 
isso seus indicadores sociais são os mais 
baixos do país.
e) Até 1950 mais da metade da população 
brasileira vivia nas áreas rurais, isso 
evidenciava um país agrícola. Hoje mais 
de 80% da população brasileira é urbana 
em decorrência da modernização no 
campo e do processo de industrialização.
Questão 4:
Leia as afirmações abaixo:
I. A socialização, resultado do convívio en-
tre seres humanos em um dado espaço 
e tempo, possibilita a existência de or-
ganizações humanas que instituem re-
gras, normas, leis e condutas que lhes 
são próprios, a estas organizações se 
chamam: grupos sociais.
II. Portanto, é na natureza dessa indivi-
dualidade, não na das unidades com-
ponentes, que se devem buscar as 
causas próximas e de terminantes dos 
fatos que nela se produzem. O grupo 
pensa, sente e age de maneira bem di-
ferente do que o fariam seus membros, 
se estivessem isolados.
III. Primeiro espaço de coesão social: 
veem sempre a família reunida em uma 
AGORAÉASUAVEZ
16
mesma habitação e as seus membros 
guardando entre si uma união tão ínti-
ma e tão permanente como entre nós, 
em que tantos interesses comuns os 
reúnem.
Ao relacionar as afirmações com a concep-
ção de Família, pode-se concluir que:
a) Somente a afirmação I está correta.
b) Somente a afirmação II está correta.
c) Somente a afirmação III está correta.
d) Somente as afirmações I e III estão 
corretas.
e) As afirmações I, II e III estão corretas
Questão 5:
A configuração da família brasileira, nos 
anos 1990, apresenta as seguintes carac-
terísticas:
a) Diminuição das famílias recompostas, 
decorrentes do aumento das separações 
e dos divórcios.
b) Aumento das uniões estáveis.
c) Diminuição dos casosde gravidez na 
adolescência.
d) Diminuição do número de filhos.
e) Aumento do número de filhos.
 
Questão 6:
O debate contemporâneo acerca da família 
e de suas transformações nos diferentes 
espaços exige permanente acompanha-
mento e reflexões do profissional de servi-
ço social. 
A partir da afirmação acima analise a se-
guinte conclusão: “Considerando as difi-
culdades das famílias em enfrentar os pro-
blemas ocasionados pelas transformações 
econômicas, sociais e culturais ocorridas 
nos últimos anos, a maioria dos estudiosos 
na área do serviço social conclui que a ins-
tituição familiar está desestruturada, amea-
çada, ou, até mesmo, em vias de extinção”. 
Esta afirmação está totalmente correta? 
Explique o porquê de sua resposta
Questão 7:
Está-se longe de verificar na existência fa-
miliar as relações harmônicas tão difundi-
das pelo senso comum, menos ainda de 
encontrar unicamente o modelo virtuoso da 
Família burguesa: pai provedor, esposa e 
mãe obediente, filhos respeitosos.
Explique a afirmação acima sob a perspec-
tiva da composição da família contemporâ-
nea.
AGORAÉASUAVEZ
17
Questão 8:
“Cada família transmite a seus filhos, mais 
por vias indiretas que diretas, certo capital 
cultural e certo ethos, sistema de valores 
implícitos e profundamente interiorizados, 
que contribui para definir, entre coisas, as 
atitudes face ao capital cultural e à institui-
ção escolar. A herança cultural, que difere, 
sob dois aspectos, segundo as classes so-
ciais, é a responsável pela diferença inicial 
das crianças diante da experiência escolar 
e, consequentemente, pelas taxas de êxi-
to” (BOURDIEU, 1999).
Explique a afirmação acima, levando em 
consideração a função social da família.
Questão 9:
As famílias, ao longo da história, sofreram 
diversas mudanças em sua estrutura, en-
contram famílias com diversas realidades: 
de pais separados (divorciados), amasia-
dos, mães e pais solteiros, homossexuais, 
avôs e avós que assumem a criação dos 
netos. Assim, novos padrões são estabe-
lecidos.
Essa nova realidade é consequência de 
quais fatores? Explique sua resposta.
Questão 10:
Observando a conjuntura brasileira atual, o 
Estado não mais reivindica o posto de con-
dutor-mor da política social, pelo contrário, 
dele se afasta.
Quais implicações geram esta mudança? 
Explique sua resposta a partir da leitura de 
seu Livro-Texto.
AGORAÉASUAVEZ
18
Você viu neste tema como a Família, enquanto Instituição possui algumas funções 
fundamentais para a manutenção da estrutura social. Observou a função econômica do 
grupo familiar, que garante a regularidade da produção e do consumo; viu ainda como esta 
instituição garante a própria continuidade da espécie. A família é ainda a responsável por 
garantir o capital social e cultural de seus membros, condicionando em parte as posições 
sociais futuras.
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar 
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
FINALIZANDO
LÉVI-STRAUSS, Claude. As Estruturas Elementares do Parentesco. Vozes: São Paulo, 
1976.
ENGELS. F. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Bertrand Brasil: São 
Paulo, 1995.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade 
entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
BOURDIEU. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1999.
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; ALMEIDA, Paulo Henrique. Família e Proteção Social. 
In: São Paulo em Perspectiva, 17 (2): 109-122, 2003.
PERROT, Michele. “Os Atores”. In: História da vida Privada: da Revolução Francesa à Pri-
meira Guerra. vol. 4; Cia das Letras: São Paulo, 1991.
REFERÊNCIAS
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Neoliberal: doutrina, desenvolvida a partir da década de 1970, que defende a absoluta 
liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo 
esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo.
Incesto: relação sexual ou marital entre indivíduos socialmente proibidos. Exemplo nas 
sociedades ocidentais: mãe e filho.
Consanguíneo: descendentes diretos, que têm o mesmo sangue.
Identitário: relacionado com a identidade (ôntica, lógica, filosófica).
Desburocratizar: eliminar ou reduzir em (órgãos governamentais, empresas) a excessiva 
influência e poder dos departamentos administrativos e/ou dos funcionários que administram 
a instituição.
GLOSSÁRIO
GABARITO
Questão 1
Resposta: Bem-estar social: provisão econômica, educacional, de saúde e habitação que 
garanta uma vida digna ao indivíduo. 
Estado: organismo social, formado por inúmeras instituições que normatizam e estruturam 
a vida política de uma nação, geralmente representado por um governo (democrático ou 
não), tem como principal elemento a soberania e o poder de coerção (monopólio exclusivo 
da força).
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Família: instituição social que se constitui como o cerne das relações sociais, fonte da 
estrutura de parentesco, necessária para que a interação social seja possível. São 
justamente as interações sociais consolidadas historicamente que se constituem como 
base dos processos de socialização e da formação dos grupos sociais diversos.
Em virtude das inúmeras transformações sociais da contemporaneidade, incluindo as 
políticas neoliberais de desvinculação da responsabilidade do Estado pelo bem-estar social, 
ou seja, pela garantia de políticas públicas sociais vinculadas à saúde, educação e moradia, 
a família é vista como elemento fundamental para garantia de proteção social do indivíduo. 
Isso significa que o núcleo familiar assumiria a responsabilidade pela provisão do sujeito 
social.
Questão 2
Resposta: Alternativa E
A afirmativa I está incorreta, pois contradiz a definição de família.
A afirmativa III está incorreta, pois contradiz aquilo que se entende de família, ela é além de 
unidade econômica, unidade afetiva, cultural e social.
Questão 3
Resposta: Alternativa D
A região Sudeste tem apresentado uma queda significativa no crescimento vegetativo, e 
consolida-se como a região mais industrializada do país com indicadores sociais positivos.
Questão 4
Resposta: Alternativa E
Todas as afirmações estabelecem relação com as definições que se encontram de Família. 
Pois as três reafirmam a ideia da Família enquanto grupo que permite a coesão social.
Questão 5
Resposta: Alternativa D
A urbanização, a entrada efetiva da mulher no mercado de trabalho e outros fatores 
preponderantes no processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil, mostrou 
GABARITO
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GABARITO
uma queda significativa do crescimento vegetativo, fornecendo uma nova configuração de 
família, menos numerosa, o índice de filhos por mulher caiu significativamente na última 
década do século XX.
Questão 6
Resposta: A afirmação não está correta, pois ao contrário da conclusão apontada, a família 
não está em vias de extinção ou ameaçada. Na verdade, a contemporaneidade trouxe à 
tona novos arranjos familiares, novas formas de composição. Longe de estar extinta, a 
família é efetivamente o ponto de referência para as políticas de assistência social.
Questão 7
Resposta: A família contemporânea ganha novos perfis, isso porque a realidade social 
e econômica diversa também produz famílias diversas. Pode-se destacar desde a família 
monoparental, cuja composição limita-se à mãe e filhos ou pai e filhos, até à família 
homossexual, resultado da adoção por casais homoafetivos. Dessa forma, o modelo 
patriarcal, homogêneo e idealizado de família, passa a ser questionado, sofrendo profundas 
transformações quanto à sua composição. 
A família contemporânea conhece novas formas de organização familiar justamente porque 
esta nova Família é resultado de novas relações sociais, da aceitação (em parte) dadiversidade sexual.
Questão 8
Resposta: A instituição familiar possui um importante papel social naquilo que se relaciona 
com a estrutura socioeconômica, é a Família que, se não determina, pelo menos condiciona 
o status social do sujeito que a ela pertence. O Capital Social, Econômico e Cultural são 
uma herança familiar, esta configuração inicial será responsável em grande parte pelas 
relações sociais e aquisições materiais e simbólicas futuras. A condição inicial da família 
em determinada classe social oferece um leque de possibilidades adequado à posição que 
esta ocupa na sociedade como um todo.
Questão 9
Resposta: A nova realidade apontada é consequência da realidade material, a empresa 
familiar se transforma à medida que o papel da mulher também é alterado na sociedade 
capitalista contemporânea; assim como da complexidade das relações na sociedade de 
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massas, a diminuição da natalidade, a falta de tempo da mãe para acompanhar a educação 
de seus filhos integralmente, trazem para a família novas urgências, novas configurações; 
outro fator é a efetiva inserção da mulher no mercado de trabalho e sua real independência 
financeira.
Questão 10
Resposta: Os programas de proteção social passam a priorizar a Família como peça 
fundamental de ação e intervenção nas políticas públicas e nas estratégias de ação do 
Assistente Social
GABARITO
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