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Planejamento para início de obras em edificações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
Planejamento para o início de obras em edificações de múltiplos 
pavimentos 
 
 
 
 
Silvio Romero Duarte Pereira 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Departamento de 
Engenharia Civil da Universidade 
Federal de São Carlos como parte dos 
requisitos para a conclusão da 
graduação em Engenharia Civil 
 
 
Orientador: Prof. Dr. José Carlos Paliari 
 
 
 
 
 
São Carlos 
2012 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta monografia a meus pais, por acreditarem em 
mim e fazer de tudo para que eu pudesse chegar até 
aqui. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Meus sinceros agradecimentos a todos os familiares e amigos pelo apoio e confiança em 
todo esse período de graduação. 
 
Agradeço ao Prof. Dr. José Carlos Paliari pela paciência, disponibilidade e pela orientação 
desse trabalho que foi e será muito importante para minha formação como Engenheiro Civil. 
 
Agradeço também a todo corpo docente e funcionários do Departamento de Engenharia 
Civil (DECiv) da UFSCar, pelo apoio e aprendizado nesses cindo anos da faculdade de 
engenharia civil. 
 
Agradeço a UFSCar por tudo que me proporcionou nos cinco últimos anos e qualidade 
indiscutível de ensino. 
 
Agradeço a todos os colegas e amigos que de alguma forma participaram e influenciaram 
nessa caminhada na graduação. 
 
E por fim e mais importante agradeço a Deus pelas ótimas oportunidades que a vida me 
proporciona e pela proteção e força nos momentos necessários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Os sonhos não envelhecem”. 
Márcio Borges. 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Em um mercado em que se exige cada vez mais rapidez e agilidade, os prazos se tornam 
cada vez mais curtos e planejar estrategicamente se torna um diferencial na entrega de um 
empreendimento. O planejamento feito pela maioria das empresas tem um enfoque na parte 
de execução e procuram otimizar esse tempo, mas muitas vezes as etapas de pré-obra e 
pós-obra são deixadas de lado. A partir disso, a elaboração e padronização de todo o 
processo que envolve o pré-obra usando os instrumentos necessários fornece a estimativa 
do período, além de subsídios para verificar o que é necessário priorizar para não ter atraso 
no processo. A metodologia a ser empregada conta com levantamento das atividades 
principais e preponderantes do pré-obra além da identificação no mercado de empresas que 
possuem planejamento ou algum tipo de padronização do processo e atuem no setor 
imobiliário para elaboração de um cronograma que abrange toda essa etapa de início de 
obras. A pesquisa fornecerá subsídios para a determinação de índices de produtividade, 
estudos mais aprofundados sobre a questão burocrática de obras no país e gerenciamento 
de canteiro e projetos na construção civil. Por fim, o trabalho é de suma importância para 
aqueles que pretendem atuar na área tanto na planejamento e controle das construções, 
como nas áreas de racionalização, gerenciamento e gestão de projetos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Planejamento, canteiro de obras, projetos. 
 
ABSTRACT 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
Nowadays, a blooming market requires agility and quickness, therefore, deadlines becomes 
shorter and planning strategically turns to be business' big differential. Planning boards done 
by most of them has focus on its fulfillment and seeks the optimization of time, so pre and 
post stages in a process are put to the side. From this point on, the estimative time is 
provided by the the development and standardization of this process that involves the pre-
construction* and its necessary instruments, beyond subsidies to verify what's necessary to 
prioritize and don't delay the process. The methodology consists of the pre stage's main and 
commanding activities survey, and also the identification of the enterprise that holds a 
planning strategy or some other type of standard process and housing for the development 
of an chronogram in this beginning period. This research will provide subsidies to determine 
produtivity results, bureaucratic laws studies in the county and civil building trade 
management. Last but not least, this coursework is very important for those that pretends to 
work in the planning or the construction controller* area, like the racionalization and 
management project areas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Key-words: planning, construction site, projects. 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1: Terraplenagem .......................................................................................................... 23 
Figura 2: Sondagem do terreno ................................................................................................ 24 
Figura 3: Exemplo de medidor de luz a ser instalado na obra .................................................. 26 
Figura 4: Demolição de edifício ............................................................................................... 27 
Figura 5: Exemplo de tapume cercando o edifício ................................................................... 28 
Figura 6: Esquema de canteiro de obras ................................................................................... 29 
Figura 7: Planta arquitetonica ................................................................................................... 30 
Figura 8: Foto de trinca em residência ..................................................................................... 32 
Figura 9: Fluxograma de atividades do pré-obra ...................................................................... 33 
Figura 10: Cronograma base .................................................................................................... 41 
Figura 11: Croqui de um edifício de múltipos pavimentos ...................................................... 42 
Figura 12: Cronograma final – Primeira parte.......................................................................... 48 
Figura 13: Cronograma final – Segunda parte.......................................................................... 49 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1: Potência de equipamentos elétricos .......................................................................... 25 
Tabela 2: Tabela atividade versus empresa. ............................................................................. 40 
Tabela 3: Tabela de durações das atividades do pré-obra. ....................................................... 40 
 
. 
 
 SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 8 
1.1 Justificativa ............................................................................................................... 9 
1.2 Objetivos .................................................................................................................. 10 
1.3 A motivação para o trabalho ................................................................................. 10 
1.4 Limitações ...............................................................................................................10 
1.5 Metodologia de trabalho ........................................................................................ 11 
2. PLANEJAMENTO .......................................................................................................... 13 
2.1 Visão geral ............................................................................................................... 13 
2.1.1 A Indústria da Construção Civil .......................................................................... 13 
2.1.2 Planejamento e Controle de obras ....................................................................... 13 
2.1.3 Custos .................................................................................................................. 15 
2.1.4 Orçamento ............................................................................................................ 15 
2.2 Ferramentas para o planejamento ........................................................................ 15 
2.3 Planejamento para projetos na construção civil .................................................. 16 
2.3.1 Elaboração de projeto de canteiro de obras ......................................................... 17 
2.3.2 Fases do projeto ................................................................................................... 18 
3.3.3 Coordenação de projetos ..................................................................................... 18 
2.3.4 Qualidade de projetos .......................................................................................... 19 
2.4 Intervenientes na Construção Civil ...................................................................... 19 
3. PRINCIPAIS ETAPAS DO PRÉ OBRA ........................................................................ 21 
3.1 Início de obra .......................................................................................................... 21 
3.2 Principais etapas ..................................................................................................... 22 
3.2.1 ART e alvará de execução .................................................................................... 22 
3.2.2 Movimentação de terra e sondagem ..................................................................... 22 
3.2.3 Instalações provisórias .......................................................................................... 25 
3.2.4 Serviços e alvará de demolição ............................................................................ 27 
3.2.5 Limpeza do terreno e tapumes .............................................................................. 28 
3.2.6 Projeto e montagem do canteiro de obras ............................................................. 29 
3.2.7 Elaboração e aprovação de projetos ..................................................................... 30 
3.2.8 Plano de qualidade e avaliação das condições de vizinhança .............................. 31 
3.2.9 Formação de equipes ............................................................................................ 33 
3.2.10 Lançamento e incorporação .............................................................................. 33 
3.3 Fluxograma de atividades ...................................................................................... 34 
4. SELEÇÃO DE EMPRESAS ............................................... Erro! Indicador não definido. 
4.1 Critérios para seleção ............................................................................................. 36 
4.2 Caracterização das empresas selecionadas .......................................................... 37 
5. ELABORAÇÃO DO CRONOGRAMA BASE .................... Erro! Indicador não definido. 
5.1 Cronograma base .................................................................................................... 39 
6. CRONOGRAMA FINAL ................................................................................................ 45 
 
6.1 Definição de objeto de estudo ................................................................................ 45 
6.2 Elaboração de cronograma final ........................................................................... 47 
6.3 Apresentação ........................................................................................................... 50 
7. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 54 
7.1 Análise do cronograma final .................................................................................. 54 
7.2 Considerações finais ............................................................................................... 55 
8. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 56 
9. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 58 
 
 
 8
1. INTRODUÇÃO 
 
Na construção civil, um dos fatores levados cada vez mais em conta é o 
planejamento devido, na maioria das vezes, a complexidade desse setor, custos, 
orçamentos e a produtividade de máquinas e mão-de-obra. Dado um empreendimento como 
um todo, este possui várias etapas diferentes entre si. De uma forma geral, podem ser 
consideradas as fases de concepção, execução (produção) e uso. A etapa de execução é a 
que tem tido o maior destaque nas pesquisas realizadas na área. Enquanto isso, as fases 
de concepção e uso estão em um segundo plano, sendo a última considerada como a 
menos relevante. 
A fase de concepção tem sido muito estudada no que diz respeito à coordenação de 
projetos e projeto de canteiro, mas ainda existe uma carência de estudos com enfoque em 
um planejamento que englobe toda a etapa desde a idealização do empreendimento até a 
iminência do início de sua execução. 
A pergunta a ser feita é a seguinte: O que é necessário para começar uma obra e 
qual a duração desse período? 
Existem vários fatores que devem ser considerados ainda na concepção que vão 
além dos projetos em geral. São entraves burocráticos, questões ambientais, contratação de 
mão-de-obra, maquinário, previsão de gastos, vizinhança, plano de qualidade, limpeza do 
local, projeto e montagem do canteiro, entre outros. Nessa fase, algumas dessas etapas são 
imprescindíveis e não podem ser deixadas de lado. A maioria das empresas do ramo não 
possui um planejamento específico para esse período, visto que o mesmo vária de um tipo 
de obra para outra (Edificações, obras de estrada, obras de arte especiais, obras 
geotécnicas, obras de arte corrente, etc..). Mesmo assim, muitas vezes esbarramos em 
entraves burocráticos que atrasam o produto no final e podem vir compreender a 
construção. 
A burocracia no Brasil, também pode ser vista como um fator negativo, visto que, a 
mesma é muito grande e alguns órgãos públicos no país possuem grande lentidão e falta de 
corpo técnico eficiente. Um exemplo que pode ser citado é a aprovação de um projeto em 
prefeitura. Uma série de requisitos é necessária para dar entrada no mesmo e muitas vezes 
esse procedimento atrasa muito a etapa inicial. 
 9
Porém, nas últimas décadas, vêm sendo desenvolvidas ferramentas para realizar o 
controle não só de obras, mas de uma seqüência de atividades em geral com cronogramas, 
redes, etc.. Assim como na área de dimensionamento (estruturas, hidráulica, elétrica), os 
softwares de planejamento e orçamento estão cada vez mais aprimorados e vem evoluindo 
de forma a propiciar maiores avanços e menores incertezas. 
É de suma importância para a Engenharia Civil o conhecimento desses requisitos, 
pois com os softwares existentes nos dias de hoje, pode se ter uma noção mais ampla do 
tempo necessário desde a concepção até o início da obra propriamentedita, além do fato de 
ser aplicável para diversos tipos de empreendimentos, alterando as durações, formas e os 
tipos de algumas variáveis. 
Para a engenharia será uma boa contribuição uma pesquisa que mostre um 
panorama geral de etapas para o pré-obra, o tempo gasto e os caminhos críticos para se 
planejar obras de edificações de múltiplos pavimentos. O que se espera é que novas 
pesquisas nesse aspecto possam ser feitas, dando continuidade ao tema, criando novos 
padrões, relações matemáticas e melhorando cada vez mais essa área, otimizando o tempo 
necessário para começar a obra. 
Por fim, em um mercado cada vez mais competitivo, a redução de custos em todas 
as etapas aumenta a viabilidade do empreendimento e o planejamento adequado evita 
gastos desnecessários com mobilização, prejuízos com hora parada de máquinas e 
equipes, além de promover a entrega no prazo estipulado. 
1.1 JUSTIFICATIVA 
O mercado no Brasil se encontra aquecido nos últimos anos. A economia vem se 
estabilizando com os anos, possibilitando um crescimento significativo no poder aquisitivo 
da população brasileira, além do aumento da oferta de crédito em diversos setores. Somado 
a isso, o governo tem investido nos ramos de infraestrutura e edificações, que são dois sub 
setores da construção civil, através de programas como o PAC 1 e 2. 
Sendo assim, a construção civil, como parte de todo esse mercado, é um dos setores 
que mais se beneficiaram com todo esse crescimento, como já mencionado anteriormente. 
Isso aliado à evolução das ferramentas gráficas e computacionais tem gerado uma 
necessidade cada vez maior de se planejar os empreendimentos, cumprir cronogramas e 
atender a alta demanda em questão, gerando assim capital (lucro) que é o objetivo das 
empresas construtoras, aumentando a racionalização e reduzindo os atrasos de 
cronograma. 
 10
O produto final trás satisfação aos clientes, pois é entregue no prazo e aos 
empreendedores, pois otimiza o processo produtivo e racionaliza os gastos. 
A partir disso, o conhecimento do cronograma pode servir de subsídio para futuras 
pesquisas mais aprofundadas, além da padronização das etapas principais e de um tempo 
médio de duração das mesmas. 
1.2 OBJETIVOS 
Com o avanço da tecnologia, meios de transporte, o setor da construção civil tem 
exigido maior velocidade, dinamismo e racionalização em seus empreendimentos. A partir 
disso, o trabalho é voltado para a elaboração de um cronograma de acordo com as 
principais etapas que antecedem o início da construção de obras de edificação de múltiplos 
pavimentos. Com esse cronograma proposto, serão estimadas as atividades que possuem 
folga para a realização, o caminho crítico do processo e tempo total de duração dessa etapa 
até que tudo esteja pronto para a primeira atividade de execução. 
1.3 A MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO 
O planejamento para o início de obras é um tema pouco tratado nos estudos 
universitários. Muito se fala do projeto de canteiro, ou do projeto executivo de um 
empreendimento. Porém o enfoque em etapas antes da obra demanda um grande estudo e 
serve como base para pesquisas futuras e mais aprofundadas com um enfoque, ao mesmo 
tempo didático, trazendo ao estudante de engenharia civil conteúdo sobre o tema e 
preparando o mesmo para saber lidar com todo o tramite do pré-obra, e empresarial, pois 
pode auxiliar empresas que não possuem planejamento nenhum sobre essa etapa a se 
organizar melhor nesse aspecto. Isso somado ao grande interesse pessoal pela área de 
planejamento/produção/gerenciamento de obras, faz com que o trabalho seja motivador e 
instigante e contribuirá e muito para formação pessoal. 
 
1.4 LIMITAÇÕES 
Como principais limitações para o desenvolvimento desse trabalho têm-se a 
obtenção de material advindo das empresas para estudo. Muitas construtoras consideram 
esses arquivos como estratégicos, pois muitas vezes, essa é a diferença de tempo do 
lançamento até construção de um edifício entre construtoras. A seleção de empresas 
também foi um processo bem criterioso, visto que a mesma precisava atingir os objetivos 
 11
dentro da metodologia proposta. A idéia inicial foi buscar o máximo de empresas em 
diferentes estágios de crescimento e regiões do país, visto que o tema é bem amplo e 
variável. 
Feito isso, a definição de um objeto de estudo para a elaboração do cronograma 
base e do cronograma final também foi um empecilho considerável. 
1.5 METODOLOGIA DE TRABALHO 
Com o intuito de atingir os objetivos estabelecidos, as atividades serão divididas em: 
• Levantamento das atividades imprescindíveis para o início de uma obra de 
edificação de múltiplos pavimentos como: Atividades burocráticas (aprovação 
na prefeitura, companhias de água/luz/esgoto), estudos preliminares, projetos 
(básico, executivo e memoriais), instalações provisórias, montagem de 
canteiro, sondagem, terraplenagem, vizinhança, contratação de mão-de-obra, 
plano de qualidade da obra, gestão de resíduos, orçamentos, contratos; 
• Fluxograma inicial organizando essas atividades em ordem cronológica; 
• Revisão Bibliográfica: Será feita conforme as referências bibliográficas 
pesquisadas, além da consulta direta em empresas do ramo de construção 
civil; 
• Pesquisa em várias empresas do ramo de edificações em diferentes regiões 
do país, com o intuito de verificar a existência do planejamento para o início 
de obras das mesmas. Após isso, selecionar três empresas que serão 
identificadas como Empresas “A”, “B” e “C”, seguindo alguns critérios de 
ponderação (organização empresarial, tipo de empreendimento construído, 
tipo de cliente a ser atingido) que serão discutidos mais adiante. Por fim, essa 
pesquisa consistirá em verificar nessas empresas, as atividades de 
planejamento para o início da obra, e a duração das mesmas. 
• Elaboração de uma tabela, onde sejam listadas todas as atividades 
identificadas e as empresas selecionadas mostrando se cada etapa em 
questão é realizada ou não por elas. 
• A partir dessas etapas, será proposto uma tabela de durações que mostra as 
durações de cada atividade pelas três empresas selecionadas. No final dessa 
tabela terá uma previsão otimista (menor duração), pessimista (maior 
duração) e uma média das três. A partir dos dados da tabela, será proposto 
 12
um cronograma base do tipo Gantt, que irá relacionar as etapas e suas 
devidas durações dependendo das empresas pesquisadas. Para a montagem 
desse cronograma, as atividades serão analisadas no quesito de tempo 
médio, ou seja, considerando a média aritmética das durações e na relação 
máximo/mínimo. Com isso, será obtida uma estimativa das durações mais 
“otimista” (com menor duração) e menos otimista (maior duração) e uma 
mediana para esse mesmo período. 
• Análise do cronograma base do tipo que consistirá em uma comparação entre 
as durações dessa fase antecessora ao início da obra entre as empresas 
pesquisadas. 
• Descrição de objeto de estudo que vai fornecer as condições de contorno 
para a elaboração do cronograma final. 
• Elaboração de um cronograma final no Microsoft Project do tipo Gantt, usando 
os dados das empresas e dados coletados na pesquisa bibliográfica 
analisando o caminho crítico, ou seja, o caminho onde não se tem folga de 
atividades. 
 
 
 13
2. PLANEJAMENTO 
2.1 VISÃO GERAL 
2.1.1 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Quando se fala em construção civil, vem logo a cabeça da maioria das pessoas a 
figura do pedreiro ou mestre de obras dentro de uma determinada construção realizando um 
serviço. A indústria da construção civil difere e muito das outras, uma vez que apresenta 
peculiaridades que refletem uma estrutura muito dinâmica e complexa. A arte de construir 
reúne uma gama de profissionais, maquinário e suprimentos em geral, que associados, 
produzem no final a obra desejada. 
A construçãocivil é considerada uma indústria altamente fragmentada em um grande 
número de empresas de pequeno porte, envolvendo uma enorme variedade de 
intervenientes e, comparativamente a outros setores, não é sofisticada (PALACIOS, 1995). 
O que ocorre nos dias atuais e vem cada vez mais se intensificado é que o setor da 
construção civil vem se sofisticando cada vez mais acompanhando o desenvolvimento 
tecnológico. 
Mesmo assim, pode-se considerar um setor que depende de muitos fatores internos 
e externos. O momento econômico do país, por exemplo, é um quesito que influi bastante 
na mesma. 
Essas características desta indústria mostram que o desenvolvimento de um 
planejamento, e um controle gerencial, interligados entre si, permitirá que várias empresas 
possam competir, inclusive as de pequeno porte. As empresas menores sofrem uma 
enorme desvantagem em relação às maiores, justamente pela maioria não possuir esse 
planejamento. 
2.1.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS 
Segundo Chiavenato (1983), o planejamento e um processo permanente e contínuo, 
sendo a primeira função gerencial, por ser exatamente aquela que serve de base para as 
demais. A partir daí, tem-se como foco, a determinação antecipada do que se deve fazer e 
quais os objetivos devem ser atingidos. Com a formulação de hipóteses acerca da realidade 
atual e futura, têm-se condições racionais para que se organize um dado sistema de 
produção. Por fim, o efeito do planejamento é a absorção de incertezas, permitindo maior 
consistência no desempenho de empresas. 
 14
Segundo Assed (1986), o planejamento é a função administrativa que compreende a 
seleção de objetivos, diretrizes, planos, processos e programas. 
Para que esses objetivos sejam alcançados com eficiência, a empresa precisa obter 
harmonia entre os recursos financeiros e recursos físicos disponíveis. Essa harmonia é feita 
através de um planejamento racional. 
Segundo Araújo e Meira (1996), consideram-se como evento início do planejamento 
de uma obra toda parte que envolve a análise e o preparo de dados do respectivo projeto 
em concepção. Todas as divisões físicas principais da obra e etapas lógicas do projeto 
deverão ser estudadas nessa fase, estabelecendo as informações desejadas, proposição da 
inter-relação lógica dos principais subsistemas e os padrões de controle. 
Com isso, determina-se um planejamento integrado, contando com um sistema de 
informações. Nesse sistema, os dados relevantes são classificados e documentados, 
proporcionando maior segurança e custo final. 
O planejamento e o controle são atividades de suma importância em qualquer ramo 
industrial. No contexto da construção civil não é diferente e a execução de qualquer 
empreendimento exige uma combinação de recursos (materiais, mão de obra, 
equipamentos e capital), os quais estão sujeitos a limites e restrições. 
Portanto, o controle gerencial nada mais é que a comparação sistemática entre o 
previsto e o realizado, fornecendo subsídios para as análises financeiras, físicas e 
econômicas e estabelecer assim os critérios lógicos para a tomada de decisões. 
Segundo Alberton e Ensslin (1994), existem várias técnicas que ajudam o 
planejamento e controle de obras, como o Diagrama de Gantt, redes PERT/CPM, linhas de 
balanço, etc.. 
O Diagrama de Gantt consiste em um gráfico de barras dispostas que mostra as 
etapas de um empreendimento e o avanço das mesmas conforme o tempo. Esse diagrama 
mostra claramente o início e o fim de uma etapa e a dependência delas através das ligações 
entre as barras. Já as redes PERT/CPM interligam as atividades de forma a mostrar a 
relação entre as mesmas, dependência, ou precedência. O PERT é uma técnica 
probabilística que calcula a média ponderada de três durações possíveis da atividade 
(provável, otimista, pessimista). Já o CPM é uma técnica que determina a duração das 
atividades com base em consumo de recursos materiais e/ou humanos além do caminho 
crítico que mostra entre uma sequência de atividades, aquelas que não podem sofrer 
alterações em suas durações. A técnica do PERT/CPM não é mais utilizada sendo uma 
técnica antiga e ultrapassada para os dias atuais. Por fim, a Linha de balanço ou diagrama 
Tempo-Espaço considera o caráter repetitivo das atividades de uma edificação. Na LDB o 
 15
eixo vertical mostra os pavimentos e o horizontal a durações. O preenchimento indica um 
determinado serviço e como ele evolui na edificação conforme o tempo. 
O exercício do planejamento exige mais uma questão de atitude gerencial do que 
regras formais de procedimento administrativo. A falta do mesmo pode ser medida pelo 
dimensionamento inadequado das equipes e seqüenciamento errôneo das operações. 
2.1.3 CUSTOS 
Segundo Araújo e Meira (1996) o termo custo geralmente é empregado por 
engenheiros, economistas, administradores, contadores e outros, e que abrange diferentes 
tipos. Quando se deseja especificá-lo, tem-se que definir seu propósito: direto, indireto, 
estimado, fixo, variável, etc. Na construção civil usualmente tem-se os diretos e indiretos. 
Os primeiros correspondem aos valores destinados à aquisição de: terrenos, 
materiais, equipamentos, mão de obra de construção e montagem. 
Já os indiretos representam as partes que não dependem da quantidade de serviços 
produzidos e podem ser: custos de engenharia (estudos de viabilidade, projeto básico, etc.); 
custos de construção e montagem do canteiro de obras; fiscalização por parte do cliente, 
etc. 
2.1.4 ORÇAMENTO 
Segundo Souza (1987), o principal item de um planejamento é o orçamento, quando 
se analisa a viabilidade e rentabilidade. 
Com isso orçamento, pode ser definido como um plano financeiro para se realizar 
determinado serviço dentro da construção civil. Portanto, orçar uma obra ou um 
empreendimento consiste em calcular o seu custo, da maneira mais detalhada possível, a 
fim de que o custo orçado seja o mais próximo possível do real. 
Este deve ser realizado em uma ordem sistemática de execução de forma a torná-lo 
mais prático, sendo ela: levantamento de quantidade (quantitativos), cotação de insumos, 
composição de preços unitários, composição de BDI (Bonificação de Despesas Indiretas) e, 
por fim, a montagem da planilha orçamentária, que pode variar dependendo da empresa. 
2.2 FERRAMENTAS PARA O PLANEJAMENTO 
Nos empreendimentos realizados, a partir da importância, de uma organização das 
etapas do mesmo como um todo surgiram, ao longo do tempo, diversas ferramentas para a 
construção ou representação gráfica e organizacional de um processo que vai desde a 
concepção do projeto até o final da obra. 
 16
Segundo Stonner (2001), o aparecimento de tarefas organizacionais mais 
complexas, a necessidade de uma maior flexibilidade e sofisticação das propostas 
organizacionais para o tratamento dessas tarefas e o aumento do porte e do escopo de 
empreendimentos, exigem que sejam disponibilizados ferramentas de planejamento ao 
pessoal relacionado a toda parte de gerência de empreendimentos. O mais conhecido deles 
é o MS Project, criado pela Microsoft, que possui diversas funções, além de ser um dos 
mais modernos aplicativos para o gerenciamento projetos. 
Esse software possui diversas funções e através do mesmo é possível realizar o 
planejamento, implantação, especificação, acompanhamento e desenvolvimento de projetos 
e obras. Os resultados são exibidos em formas de gráficos ou relatórios, alguns deles já 
citados anteriormente. 
Já nos dias atuais, muito se discute em modelos de integração de projetos para um 
melhor planejamento. Uma dessas novas tecnologias é conhecida como BIM (Building 
Information Modeling), ou Modelagem de Informações para a Construção, que permite 
organizar em um mesmo arquivo eletrônico, um banco de dados de toda a obra, acessível a 
todas as equipes de engenharia e arquitetura envolvidasna construção. 
Segundo Faria (2007), o BIM, em relação aos CADs tradicionais atribui informações 
aos desenhos elaborados no computador, sendo esse desenho mais inteligente e 
elaborados em três dimensões. 
Portanto, será uma tendência as ferramentas de planejamento partir para um modelo 
de construção integrada que tende a apresentar com mais clareza o projeto como um todo 
englobando todas as suas etapas. 
2.3 PLANEJAMENTO PARA PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 5670, 1997), 
conceitua-se projeto como sendo a definição qualitativa e quantitativa de atributos técnicos, 
econômicos e financeiros de obras de engenharia e arquitetura, com base em dados ou 
estudos, discriminações técnicas, cálculos, desenhos, normas e disposições gerais. 
Com isso, da ideia de processo dentro desta indústria da construção, o mesmo pode 
ser segmentado em três etapas: concepção, produção e uso. 
Na primeira, as características da edificação são definidas e os principais 
documentos são elaborados. Já na segunda, a edificação é construída a partir dos 
documentos elaborados na etapa anterior. Na terceira e última etapa a edificação é 
concluída e começa a ser utilizada. 
 17
Dentre as três etapas citadas acima, a segunda etapa (produção) é a que recebe 
maior atenção, por parte da maioria dos pesquisadores e empresas. O objetivo é melhorar o 
desempenho em termos de gerenciamento, prazo e qualidade. Porém uma questão que tem 
sido discutida é que uma melhor concepção favorece uma melhor execução e assim por 
diante. 
2.3.1 ELABORAÇÃO DE PROJETO DE CANTEIRO DE OBRAS 
Está relacionado à etapa de concepção da edificação. O projeto é reconhecidamente 
o que oferece as melhores oportunidades para a introdução da maioria das medidas que 
visam à racionalização no canteiro. Cerca de 80% das causas da não qualidade advém de 
defeitos da gestão de projetos. 
 Para um projeto têm-se algumas etapas, como a definição de um programa de 
necessidades, elaboração de estudo preliminar, desenvolvimento do anteprojeto e 
elaboração do projeto executivo. De acordo com a NR18-Condições e meio ambiente do 
trabalho na indústria da construção, ficou obrigatório para estabelecimentos com vinte ou 
mais trabalhadores, o arranjo físico inicial do canteiro de obras. Com isso, fez-se necessário 
a elaboração do projeto do mesmo, a fim de atender as exigências legais possibilitando a 
otimização das condições de trabalho e segurança nas obras, contribuindo para o 
funcionamento mais eficiente do sistema de produção. 
Segundo Saurin (1997), o canteiro de obras tem como objetivo, propiciar a 
infraestrutura necessária para a produção do edifício com os recursos disponíveis, no 
momento necessário para sua utilização, podendo ser mais eficiente e eficaz em função do 
projeto do produto e da produção, e da forma de gerenciamento empresarial e operacional, 
influindo na produtividade da utilização dos recursos, em função da sua organização e do 
seu arranjo físico. 
Isso faz com que o processo de produção de um edifício seja favorecido, 
organizando e adequando o posicionamento dos elementos do canteiro. 
A utilização de ferramentas para a melhoria da qualidade e da produtividade e, a 
incorporação de inovações tecnologias ao processo de produção do edifício, são alguns dos 
princípios para a modernização do setor de construção que podem ser aplicado ao 
desenvolvimento do projeto de produção. 
O canteiro de obras ainda pode ser definido como uma área de trabalho fixa e 
temporária, onde serão desenvolvidas atividades de apoio e execução de uma obra. 
A NB-1367 (ABNT, 1991) define os mesmos como áreas destinadas à execução dos 
trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de 
vivência. 
 18
Segundo Tommelein; Levitt; Hayes-Roth (1992), os canteiros são classificados em 
alto e baixo nível. 
O primeiro se refere ao canteiro onde a segurança e eficiência, além de boa moral 
dos trabalhadores. Já o segundo foca na minimização das distâncias, redução de tempo 
para movimentação de material e diminuição das obstruções na mesma. 
Com relação a metodologia, vale frisar que o projeto do canteiro, deve-se iniciar 
durante a definição do programa de necessidades (PE), andando paralelamente ao 
desenvolvimento do projeto com um todo. 
2.3.2 FASES DO PROJETO 
Basicamente são quatro fases que englobam um projeto como um todo. 
O estudo preliminar define o processo construtivo, plano de ataque (estratégia de 
execução), projeto estrutural e sistemas prediais, além das técnicas e materiais que serão 
utilizados. 
Já o anteprojeto, é a fase em que se monta o cronograma, faz alocação de recursos 
e a representação da solução preliminar adotada atendendo a um planejamento elaborado. 
O projeto básico é uma fase do projeto executivo, sem uma gama de detalhes. No 
projeto executivo, têm-se um detalhamento de produto como um todo e do planejamento 
operacional de produção. 
3.3.3 COORDENAÇÃO DE PROJETOS 
A coordenação de projetos vem de uma necessidade de compatibilização das 
informações geradas pelos diversos parceiros durante o desenvolvimento do projeto, além 
dos prazos e produtos. 
Cada vez mais, em edifícios para empreendimentos residenciais, comerciais e flat´s 
há a demanda por projetos compatíveis com a expectativa de mercado no que tange ao 
atendimento das expectativas do cliente na relação entre preço e qualidade do produto a ser 
construído. 
Com isso, para atingir esse objetivo, é necessário o desenvolvimento adequado dos 
projetos tradicionais (arquitetura, estrutura e instalações) e também de projetos 
complementares, de adequação aos novos sistemas tecnológicos, como por exemplo os de 
vedações. 
A maioria desses sistemas é estruturada através de técnicas de rede de 
precedências, que são operadas por aplicativos para ambiente Windows, como Microsoft 
Excel, Project e Visual Basic, sendo as atividades identificadas no fluxo e inter-relacionadas 
através de redes, gerando um cronograma global de processo com prazos e dadas. 
 19
2.3.4 QUALIDADE DE PROJETOS 
Segundo Oliveira e Freitas (1997), na construção civil há a necessidade de atuação 
de diferentes tipos de profissionais. A concepção de um projeto é destacada como a fase 
mais crítica do mesmo interferindo diretamente na qualidade final do mesmo. 
Embora a etapa de concepção seja responsável por uma parcela bem menor que as 
outras, ela é apontada com uma das principais causas de falhas, sendo que nela são 
definidos cerca de 70 a 80% do custo total da obra. O projeto então possui um menor valor 
financeiro agregado, mas isso não demonstra a verdadeira importância do ciclo de vida da 
edificação. 
Segundo Picchi (1993), pode-se dizer que o projeto é responsável por cerca de 40% 
dos problemas das edificações na Europa. 
Já Kähkönen e Koskela (1990), consideram que o estudo gestão de projetos será um 
elemento de suma importância para estudo nos anos subsequentes havendo uma gama de 
possibilidades de aplicação na tecnologia da informação, buscando melhorias na qualidade 
e produtividade. 
Considerando todas as etapas do processo de projeto, uma série de iniciativas 
devem ser incentivadas na busca de qualidade do mesmo, como todos os aspectos 
técnicos, pesquisa de satisfação, padronização dos procedimentos, qualidade na elaboração 
(bom gerenciamento do escritório responsável), utilização de indicadores de qualidade, e 
padronização. 
2.4 INTERVENIENTES NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Sendo a construção civil um setor extremamente importante para o desenvolvimento, 
é importante levar em conta os intervenientes da mesma, além de indicadores para tomar 
decisões para um determinado empreendimento. 
Segundo Alshawi (1992), os principais problemas que contribuem para perturbar o 
desenvolvimentodos trabalhos no canteiro de obras são: mudanças solicitadas pelos 
clientes, falta de informações no projeto, problemas de integração no projeto, e execução 
deficiente. 
O projeto é, portanto, o processo de preparação dos documentos mediante o qual 
são definidos, quantificados, qualificados e transmitidos os objetivos do processo construtivo 
de um dado edifício. 
 20
A programação na maioria das vezes utiliza-se do gráfico de Gantt, apresentando 
uma sequência de serviços para serem executados de acordo com as atividades 
precedentes. 
Surgem com isso os conceitos de serviço e atividade. Sendo o primeiro relativo às 
partes em que se divide uma obra de forma que, em relação a uma unidade de media, 
possam ser indicados com facilidade o conjunto de insumos necessários. O segundo se 
refere a uma etapa contínua de trabalho no canteiro de obras. Essas atividades podem ser 
derivadas de serviços, porém sempre tem a característica de continuidade no tempo. 
Com isso, podemos dizer que o planejamento assume enorme importância em vários 
momentos de um empreendimento, considerando desde a idéia de sua concepção até a 
finalização. Para o início de uma obra, vários aspectos têm de ser considerados. A partir daí, 
fazer uma organização dos mesmos e planejar numa escala de tempo até o final da 
execução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21
3. PRINCIPAIS ETAPAS DO PRÉ 
OBRA 
 
 
A fim de atender a metodologia proposta e chegar aos resultados pretendidos, a 
pesquisa se pauta no levantamento de atividades do pré obra, as etapas principais. Nesse 
levantamento não serão levadas em conta todas as atividades possíveis e sim as que 
certamente vão ser necessárias para o início de obra. 
 
3.1 INÍCIO DE OBRA 
Entende-se como início de obra (pré-obra) todo tramite de atividades (burocráticas, 
construtivas, e de suporte logístico) necessárias para iniciar a execução do primeiro serviço 
de um edifício de múltiplos pavimentos, que no caso dessa pesquisa vai ser a locação de 
obra para o início das fundações. Nessa fase, vários serviços preliminares têm de ser 
concluídos, além de toda parte técnica definida e autorizada a execução. 
Pode-se dizer que para realizar um planejamento de pré-obra, uma gama de 
detalhes tem que ser levados em conta e os mesmos vão variar para cada caso, mesmo 
sendo em edificações de múltiplos pavimentos com o escopo parecido. O desafio da 
construção civil é padronizar todo esse processo, porém como esse setor é um meio muito 
incerto e cada obra tem suas particularidades, o que pode ser feito é uma otimização de 
tempo para algumas das principais etapas que é o objetivo de estudo dessa pesquisa. 
Os itens abaixo tratam das atividades que serão consideradas para o pré-obra nesse 
trabalho. As mesmas não estão na ordem cronológica, sendo que isso será discutido nos 
próximos itens do trabalho. 
 22
3.2 PRINCIPAIS ETAPAS 
3.2.1 ART E ALVARÁ DE EXECUÇÃO 
A ART (Anotação de responsabilidade técnica), criada em 1977 através da Lei nº 
6.496, garante que os profissionais registrados no CREA (Conselho Regional de Engenharia 
e Agronomia), possam cadastrar suas obras e serviços, cargos ou funções, cursos e 
prêmios. Além disso, ela define, para efeitos legais, os responsáveis técnicos pelo 
empreendimento, obra ou serviço, possuindo então o valor de um contrato. Deve então ser 
registrada antes do início da respectiva atividade técnica, de acordo com as informações 
constantes do contrato firmado entre as partes. Ela é preenchida pelo(s) responsável(is) da 
construção e possui quatro etapas (preenchida, cadastrada, registrada e impressa), de 
acordo com o novo manual da ART. A primeira diz respeito ao formulário eletrônico 
preenchido, mas que aguarda cadastro no sistema. Já a segunda acontece quando a 
mesma já está cadastrada, somente aguardando o pagamento. A terceira ocorre quando a 
mesma já está cadastrada e paga, fazendo com que ela se torne registrada e válida 
legalmente. Por último temos a impressa, que diz respeito à ART impressa para a 
apresentação. Vale ressaltar que foi sancionada, em 31 de dezembro de 2010, a lei de nº 
12.378 que regulamenta o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) e determina que os 
arquitetos devam emitir uma RRT (Registro de responsabilidade técnica) que tem um 
procedimento parecido com o da ART, porém restrito aos arquitetos e urbanistas. 
Em todas as obras se faz necessário à obtenção de um alvará de construção. Ele é 
responsável por autorizar a construção, reforma ou ampliação de imóvel ou ainda 
legalizando a construção. O seu prazo está relacionado à análise dos órgãos e secretarias 
envolvidas e o mesmo sai junto com o projeto aprovado na prefeitura, desde que se tenha 
um engenheiro responsável não só pelo projeto, mas também pela execução da obra. A 
partir do alvará em mãos, a obra pode ser iniciada. 
3.2.2 MOVIMENTAÇÃO DE TERRA E SONDAGEM 
Os serviços ligados ao movimento de terra podem ser entendidos como um “conjunto 
de operações de escavação, carga, transporte, descarga, compactação e acabamentos 
executados a fim de passar-se de um terreno no estado natural para uma nova conformação 
topográfica desejada” [Cardão, 1969]. 
A terraplenagem pode se dividir em duas etapas principais: Corte (escavação) e 
Aterro. 
Com isso, temos que a terraplenagem é uma etapa de suma importância quando o 
terreno não está nas condições topográficas desejadas para a construção do edifício. Esses 
serviços dependem muito das condições do tempo (chuva ou sol), pois acima de 5mm de 
 23
pluviosidade alguns desses já não tem condições de serem executados. É o que chamamos 
de dia impraticável. Para a movimentação de terra, o problema aumenta visto que não só o 
dia que chove, mas o posterior também é afetado para a realização das atividades de 
escavação, transporte e aterro. Assim, temos que o fator de retomada, um índice que mede 
a praticabilidade em obras, é maior para terraplenagem, sendo quatro vezes maior que em 
obras de arte. 
A terraplenagem propriamente dita tem como principais atividades a escavação 
(corte) e o aterro. A escavação é a remoção de material em seu estado natural para algum 
tipo de manuseio (empréstimo ou descarte). 
Já os aterros, são segmentos que requerem o depósito, espalhamento e 
compactação controlada de materiais provenientes dos cortes ou de empréstimos, podendo 
ainda ser a substituição de materiais inadequados. Os aterros ainda contam com as 
atividades de compactação (para a redução de vazios e aumento da densidade seca) e 
nivelamento (para adquirir a conformação desejada) 
A Figura 1 apresenta um exemplo de movimentação de terra para obra. 
 
 
Figura 1: Terraplenagem 
 
Fonte: http://engthais.blogspot.com.br/ 
 
 24
Já a sondagem fornece subsídios sobre a natureza do terreno que irá receber a 
edificação como: Características do solo, espessura das camadas, posição do nível d’água, 
além de prover informações sobre o tipo de equipamento a ser utilizado para a escavação e 
retirada do solo, bem como ajudar a definir qual o tipo de fundação que melhor se adaptará 
ao terreno de acordo com as características da estrutura. O tipo de sondagem mais 
executado é a de reconhecimento e pode ser feita utilizando o método de percussão com 
circulação de água ou o SPT (Standart Penetration Test ou Teste de Penetração Simples). 
De acordo com a NBR 8036 (Programação de Sondagens de Simples 
Reconhecimento dos Solos para Construção de Edifícios) de 1983, as sondagens devem 
ser feitas da seguinte forma: uma sondagem para cada 200m² (área da projeção em planta 
do edifício) em até 1200m². Entre 1200m² e 2400m² deve-se fazer uma sondagem a cada 
400m² que excederem os 1200m². Já para áreas acima de 2400m² o número de sondagens 
depende do plano particular da construção. 
Com isso temos que o mínimo desondagens são 2 (menos ou igual a 200m²) e 3 
(entre 200 e 400m²). 
Quando não houver área da projeção em planta do edifício, usar a distância de, no 
máximo, 100m com no mínimo três sondagens no terreno. Se o número de sondagens for 
superior a três, não fazê-las no mesmo alinhamento. 
Por fim, temos que a profundidade mínima para perfuração é de 5,0m. 
Melhado e Barros (2002) consideram como prazo para execução e obtenção de 
resultados de uma sondagem, cerca de sete dias. 
A Figura 2 mostra a execução de sondagem para determinação das características 
do terreno. 
Figura 2: Sondagem em terreno 
 25
 
Fonte: http://www.sopel.com.br/sondagens.html 
 
3.2.3 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS 
Segundo Melhado e Barros (2002), em um canteiro de obras, a execução vai 
necessitar o funcionamento de alguns aparelhos elétricos, além de água para realização dos 
serviços. Por isso, faz-se necessário, prever a potência dos equipamentos que vão ser 
utilizados na obra e pedir instalação do medidor de luz. Para um edifício de múltiplos 
pavimentos os equipamentos comumente usados são: Betoneira, Serra, guincho (para 
funcionamento do elevador), grua (para a movimentação de alguns materiais), áreas de 
vivência e administrativa. 
A tabela abaixo, nos mostra a potência de alguns equipamentos usados na obra. 
 
 
 
 
 
Tabela 1: Potência de equipamentos elétricos 
 
 26
Equipamento Potência (hp) Sistema
guincho 7,5 - 15 trifásico
betoneira 3,0 trifásico
bombas d'água 3,0 trifásico
vibrador 3,0 trifásico
serra elétrica 2,0 trifásico
máquina de corte 2,0 trifásico
 
Fonte: LICHTENSTEIN & GLEZER, s.d. 
 
A soma da potência aliada a um fator de demanda, visto que os equipamentos não 
funcionam simultaneamente, gera a potência necessária para a ligação. Com isso existem 
três situações, sendo elas: 
1ª) Não existe rede no local: Nessa situação, deve-se fazer um pedido de estudo 
com a concessionária para ligação de luz. Pode-se optar então por um gerador, que via de 
regra é alimentado por óleo diesel, o que é mais caro e pode trazer impacto ao meio 
ambiente no caso de um vazamento desse óleo. 
2ª) Existe rede monofásica: Nesse caso, o procedimento é análogo ao da primeira 
situação. Pois a maioria dos equipamentos usados na obra são trifásicos. 
3ª) Existe rede trifásica: Já para essa situação, temos dois caminhos: quando a 
potência é ou não suficiente. Quando a potência for suficiente, é necessário somente pedir a 
ligação de energia e quando não for, o procedimento é análogo ao da primeira e segunda 
situação. 
No caso das instalações elétricas, a concessionária considera um prazo de cerca de 
30 dias quando possui e rede trifásica no local. Já no caso de não possuir, é necessário a 
realização de estudos o que demora dois meses ou mais. 
A figura abaixo mostra um exemplo de medidor de luz adequado para ser instalado 
em obra. 
 
 
 
 
 
 
 27
 
Figura 3: Exemplo de medidor de luz a ser instalado em obra 
 
Fonte: Barkokébas Junior, Béda, 2005. 
 
No caso das instalações hidro sanitárias, a água é necessária para higiene pessoal 
dos operários e matéria prima para alguns materiais como, concretos e argamassas. Por 
isso deve-se verificar a existência de rede pública no local. Caso não houver, tem que ser 
pedida a ligação ou feita a verificar alternativas como perfurações de poços e compra de 
água através de caminhões pipa. 
O pedido de ligação também é feito pela concessionária e quando, existe a rede no 
local o tempo médio é de 30 dias. Já no caso de não ter rede no local e for necessário o 
estudo para implantação da mesma, o período é cerca de 60 dias ou mais. 
Para o esgoto, tem que se verificar se existe rede e se não houver prever fossas 
sépticas e sumidouros o que não vai influir muito no pré-obra. 
3.2.4 SERVIÇOS E ALVARÁ DE DEMOLIÇÃO 
Ainda segundo Melhado e Barros (2002), em alguns terrenos que possuem obras 
antigas, ou algum outro tipo de construção como empecilho, há a necessidade de 
demolição. Nessa demolição alguns aspectos têm de ser levados em conta para o projeto 
do edifício, porém esses aspectos não estão relacionados ao estudo. O período de 
demolição vai depender da liberação de um alvará e do tamanho da construção a ser 
demolida, os riscos de demolição e se essa é tombada pelo patrimônio histórico ou não. 
No caso do alvará, considera-se cerca de 30 dias para a liberação do mesmo, que é 
feito pela prefeitura da cidade onde a obra será realizada, podendo em alguns casos se 
 28
estender para 45 dias. Após a liberação do alvará, é feita a demolição propriamente dita. 
Isso pode ser feito por empresa especializada com maquinário, ou por serviço manual, o 
que só valerá a pena em pequenas demolições. A empresa que for realizar a demolição já 
fornecerá o prazo para a execução do serviço. 
A Figura 4 mostra a demolição de um edifício em uma região contendo outros 
edifícios a sua volta, feito com maquinário. 
Figura 4: Demolição de edifício 
 
Fonte: http://www.infoescola.com/engenharia-civil/demolicao/ 
 
3.2.5 LIMPEZA DO TERRENO E TAPUMES 
Com a terraplenagem finalizada, a limpeza do terreno já estará feita e o mesmo 
nivelado conforme projeto. Já no caso de não necessitar de terraplenagem (em muitos 
loteamentos ou terrenos, a mesma já fora executada), serão necessários pequenos ajustes 
de limpeza para regularizar o terreno, capina para remoção de vegetação existente, 
remoção de entulho, etc.. O período de duração dessa atividade depende muito do tamanho 
do terreno e da equipe envolvida. Porém no caso desse estudo, não será considerado, pois 
haverá serviços de movimentação de terra. 
Já os tapumes são vedações temporárias, de madeira ou outro material, usadas para 
resguardar construções ou obras nas vias públicas, sendo um elemento de vedação. 
É importante observar se os mesmos avançarão sobre as calçadas ou não, sendo 
necessário nesse caso à obtenção de um alvará que possui validade seis meses. 
 29
A figura 5 apresenta um exemplo de tapume em construção de prédio. 
Figura 5: Exemplo de tapume cercando o edifício em construção 
 
Fonte: Do autor. 
3.2.6 PROJETO E MONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS 
Segundo a NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção) de 2011, o canteiro de obras é uma área de trabalho fixa e temporária, ou seja, 
uma área que será implantada no início da obra e desmontada no final, onde são 
desenvolvidas as operações de apoio e execução de uma obra. 
É necessário levar em conta: Escritório (administrativo, engenheiro, mestre de obras, 
almoxarife, apontador), alojamentos (caso seja necessário abrigar a mão de obra), 
sanitários, rampa, entrada de equipamentos e posição dos lugares para armazenamento, 
etc. 
Como fases do canteiro tem-se a inicial (que corresponde a da movimentação de 
terra, instalações provisórias, etc.), a intermediária (aonde são executadas a estrutura, 
alvenaria e instalações) e por último a final (revestimento e acabamento de obra) para 
depois ser desmontado e a obra ser entregue. 
Com isso, um canteiro bem planejado e organizado contribui para otimizar os 
processos construtivos e, conseqüentemente, reduzir o custo de construção. 
Para isso, um bom projeto de canteiro de obras deve ser levado em conta: 
-Estudo dos condicionantes físicos do local; 
-Estudo da implantação do canteiro; dimensionamento; 
 30
-Estudos finais (sistemas de transporte, montagem/desmontagem/instalação de 
equipamentos, layout por fases e desativação gradativa); 
Os itens a serem levados em conta são: Alojamentos, sanitários, rampa, entrada de 
equipamentos e posição dos lugares para o armazenamento, etc.. Com isso temos que as 
etapas para a elaboração de um projeto de layout em um canteiro de obras são três: Análisepreliminar, que é a fase do estudo do projeto e possíveis mudanças no layout, o arranjo 
físico geral que inter-relaciona as áreas e o arranjo físico detalhado que estabelece a 
localização de cada equipamento e leva em conta as características específicas de cada 
área. 
Nessa pesquisa, não será levado em conta o projeto do canteiro em específico, mas 
sim o que ele influi no pré-obra. 
A figura 6 apresenta um esquema de canteiro de obras. 
Figura 6: Esquema de canteiro de obras 
 
Fonte: http://metalica.com.br/sustentabilidade-no-canteiro-de-obras 
 
3.2.7 ELABORAÇÃO E APROVAÇÃO DE PROJETOS 
A elaboração dos projetos necessários para a execução da obra também está 
relacionada ao pré-obra. Em um edifício, existe uma gama de projetos que necessitam ser 
elaborados. Projetos elétrico, hidráulico, estrutural, prevenção e combate a incêndio, 
arquitetônico, instalações de gás, ar condicionado, paisagismo, entre outros. Por isso, essa 
etapa é de suma importância, para o pré-obra, pois interfere nos prazos de início e entrega 
de obra. A gestão e coordenação de projetos vêm se desenvolvendo muito nos últimos anos 
 31
e faz com que os mesmos consigam ser feitos de forma integrada, compatibilizada em um 
menor período. 
Porém, é fato sabido que a maioria das projetistas não investiu ainda em ferramentas 
para que isso aconteça, enquanto grande parte das executoras ainda não trabalham com 
um planejamento mais bem elaborado de pré-obra para reduzir o tempo de aprovação de 
projeto que pode ser muito alto e atrasar a construção. 
Para o início de uma obra, considerando um edifício de múltiplos pavimentos é 
necessário para a liberação do alvará a aprovação de pelo menos os projetos de 
implantação e arquitetônico, sendo que os outros podem ser aprovados conforme o 
andamento da mesma. 
Após a elaboração dos projetos necessários, os mesmos são encaminhados à 
prefeitura e aos órgãos competentes (como no caso o projeto de incêndio é aprovado pelo 
corpo de bombeiros, CETESB, CONGÁS, SAAE, etc.). Esse processo pode ser um dos 
mais demorados, visto que muitas vezes um projeto volta várias vezes para o projetista 
fazer as revisões necessárias. Para a aprovação do projeto, é necessário uma gama de 
documentos, além da ART (ou RRT, dependendo do caso); 
A figura 6 mostra um exemplo de projeto arquitetônico de edifício. 
Figura 7: Planta arquitetônica 
 
Fonte: Do autor 
3.2.8 PLANO DE QUALIDADE E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE VIZINHANÇA 
O plano de qualidade está relacionado com o ato de estabelecer procedimentos e 
critérios para aprovação e melhorias de qualidade organizacional na obra em questão como, 
por exemplo, o controle de toda documentação envolvida (romaneios, notas fiscais, laudos 
técnicos), avaliação de fornecedores, solicitação de compras, rastreabilidade, 
 32
inspeção/liberação de serviços em obra, treinamento, ações corretivas e preventivas. 
Geralmente a maioria das empresas não elabora, e nem executa controle de qualidade nas 
suas obras, cabendo às construtoras mais organizadas e de maior porte realizar esse 
processo. 
Para efeito de cronograma, até uma semana é um prazo plausível para a elaboração 
do PQO da obra. 
Segundo Melhado e Barros (2002), é de suma importância o conhecimento de toda a 
vizinhança ao redor da edificação que será construída. Essa etapa, antigamente era deixada 
para segundo plano, porém vem ganhando força e importância, pois da maior segurança a 
quem constrói. 
Para isso deve-se contratar uma empresa especializada no levantamento, com 
elaboração de relatório registrado em cartório. Isso é feito para registrar a condição das 
construções, evitar surpresas (desabamentos, interferências), verificar a existência de 
patologias e minimizar a possibilidade de futuras reclamações. 
A melhor maneira de se elaborar o relatório é em forma de laudo de vistoria, pois 
expõe a real situação dos imóveis ao redor registrando o “status quo” do imóvel. Caso uma 
das partes se sinta lesada, isso pode atingir a esfera judicial o que se torna um processo 
lento e demorado. 
Portanto esse relatório também resguarda o pós-obra e tem de ser feito por 
profissional especializado. 
A figura 8 mostra um trinca em residência que pode ser causada por alguma obra na 
vizinhança ou não, cabendo a um relatório de visita, verificar esse tipo de situação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33
Figura 8: Foto de trinca em residência 
 
Fonte: Do autor 
 
3.2.9 FORMAÇÃO DE EQUIPES 
A formação de equipes é feita através do planejamento e do prazo para a entrega da 
obra. A mesma depende de vários fatores, se a empresa possui funcionários ou se vai 
empreitar o serviço, se existe mão-de-obra qualificada e disponível na região ou se os 
mesmos virão de outras regiões, e por fim o tipo de atividade que vai ser feita, pessoal e 
equipamentos necessários para executá-las. 
Essa equipe abrange todo o tipo de funcionário e não só aqueles responsáveis por 
construir a edificação. 
Sempre que se tem uma obra, é necessário um aparato administrativo (auxiliares, 
motoboys, limpeza, alimentação, RH, entre outros) para facilitar a logística e dos serviços na 
construção. Em empresas grandes, tanto a parte administrativa, quanto a parte de 
produção, já se alojam no local da obra favorecendo a logística. 
Para efeitos de cronograma, considera um período mínimo de 20 a 30 dias para a 
contratação e formação de equipes, visto que muitas construtoras possuem muitas 
exigências, documentação e procedimentos para a contratação de um funcionário. 
3.2.10 LANÇAMENTO E INCORPORAÇÃO 
Muitas empresas trabalham com a incorporação de imóveis para venda futura. 
Sendo assim, incorporar significa juntar ou reunir duas ou mais coisas e em se tratando de 
construção civil, as duas coisas que serão reunidas são o terreno e o prédio que será 
levantado, sendo o prédio incorporado ao terreno. 
 34
Juridicamente falando, a expressão incorporar deve ser entendida como sendo o 
meio pelo qual uma pessoa física ou jurídica constrói um edifício, com unidades autônomas, 
em um terreno de outra pessoa. O dono pode receber como pagamento unidades do prédio 
construído. Após isso a empresa que promoveu a incorporação, efetua a venda das 
unidades, podendo ser também a responsável pela execução da obra. 
Essa etapa não terá tanta importância para o estudo em questão, pois somente 
depois do lançamento do produto é que começa o pré-obra efetivamente, porém a sua 
duração será considerada, sendo a primeira atividade a ser feita e predecessora de todas as 
outras. 
3.3 FLUXOGRAMA DE ATIVIDADES 
Para facilitar o entendimento e o trabalho com as atividades listadas e dissertadas 
acima, um fluxograma com as atividades do pré-obra organizadas em ordem cronológica foi 
elaborado. 
O fluxograma tem como objetivo, organizar as etapas e servir de subsídio para a 
elaboração de um cronograma com essas mesmas etapas. 
A figura 7 mostra o fluxograma do pré-obra feito através das principais atividades 
listadas. 
Figura 9: Fluxograma de atividades do pré-obra 
 
Fonte: Do autor 
 
O fluxograma mostra de forma precisa à organização macro e cronológica de como 
as atividades do pré-obra podem ser desenvolvidas. Isso será de grande valia para a 
elaboração de um cronograma de pré-obra. 
Outra observação que é válida, é que esse fluxograma está relacionado à execução 
das atividades, isto é, ele não leva em conta o período necessário para realizá-las nem a 
 35
data de início e fim, sendo que o mesmo informa de forma geral a seqüência que as 
atividades devem ser iniciadas. 
Primeiramente é feito o lançamento e incorporação, no caso de ser um produto, cuja 
sua venda começa nesse período. Nessa etapa, já se tem um projeto prévio, um estudo 
preliminar e um modelo do que vai ser feito.Esses itens, não são levados em conta no 
trabalho, pois a duração de seu período depende muito da expectativa da empresa em 
lançá-lo e do momento em que isso vai ocorrer. 
A segunda fase se refere a demolições e verificação das condições da vizinhança. 
No caso das demolições essas necessitam do alvará como citado no capítulo anterior e só 
irão ser necessárias quando houver alguma outra edificação no local. É necessário que as 
mesmas sejam feitas para o início dos trabalhos. Já para as condições da vizinhança, a 
perícia pode ser iniciada junto ao pedido do alvará de demolição fazendo com que já se 
tenha condições de iniciar os serviços tendo respaldo com todo o entorno. 
Antes de se iniciar o projeto é feito a sondagem do terreno que servirá de subsídio 
para o projeto das fundações do mesmo. Os outros projetos já podem ser desenvolvidos em 
paralelo a esse momento, sendo que o fator que irá mudar é o tipo de fundação a ser 
utilizada. 
Na quarta fase, envolve toda a parte de elaboração e aprovação dos projetos 
executivos e de canteiro, além do plano de qualidade da obra como um todo. Além disso, é 
nesse momento que os projetos serão encaminhados aos órgãos responsáveis para a 
aprovação ou não, que pode demorar mais ou menos tempo, dependendo de não 
conformidades encontradas. 
A partir disso, temos todos os serviços preliminares no local. Estes iniciam com toda 
movimentação de terra necessária e limpeza do mesmo. A equipe de planejamento e RH da 
empresa já deve estar montando ou montado a equipe necessária para o início das 
atividades e se a terraplenagem não for terceirizada, a mesma deve ter equipe disponível 
para o serviço. 
Todo fechamento da obra com tapumes deve ser feito com maior antecedência 
possível, porém com a terraplenagem, sondagem e demolição, esse serviço pode ser 
postergado para depois que a equipe já tiver sido montada. 
Os últimos serviços são as ligações provisórias e montagem do canteiro. O pedido 
para ligações deve ser feito antes para que, se necessário estudo da(s) concessionária(s), 
este seja feito a tempo da implantação e não atrase a execução. E o canteiro de obras deve 
ser implantado depois que o terreno estiver nas conformidades e com água e energia para 
iniciar os serviços. 
 36
4. CRONOGRAMA BASE 
 
 
O Cronograma base, como dito anteriormente, trata-se de um cronograma que 
mostra as atividades do pré-obra e o tempo médio de duração entre elas. Para a elaboração 
do mesmo, fez-se necessária a pesquisa de empresas de construção civil no mercado 
brasileiro. Essa seleção seguiu alguns critérios que são citados abaixo. 
4.1 CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO 
O desenvolvimento do trabalho vai se pautar na pesquisa de construtoras de 
edifícios de múltiplos pavimentos existentes no mercado brasileiro e quais os procedimentos 
que as mesmas utilizam no pré-obra. Cada uma dessas empresas possui um planejamento 
de obras específico e diferente, mesmo considerando as mesmas atividades. No caso do 
pré-obra, a maioria delas não tem um padrão de definição de atividades, check-lists, 
cronogramas e fluxogramas elaborados. Com isso, esses arquivos se tornam estratégicos, 
pois fazem com que se consiga obter um resultado melhor iniciando a obra em menos 
tempo. 
Primeiramente, a busca por construtoras se pautou na linha de raciocínio proposta 
para o trabalho, ou seja, empresas que constroem edifícios de múltiplos pavimentos. Devido 
o grande número das mesmas existentes no Brasil, o segundo passo foi, procurar aquelas 
que tivessem um nome mais conhecido no mercado ou fossem conhecidas em sua região 
pela organização empresarial e construtiva. 
Como no Brasil há um grande aumento na construção de edificações, muitas 
empresas estão com uma grande demanda de obra e crescendo muito com isso. A partir 
disso foi feita uma pesquisa entre as maiores empresas do ramo que atuassem em 
diferentes regiões. 
A partir disso, foram feitas pesquisas em quinze empresas através da internet e 
conhecidos próximos as mesmas e após uma primeira filtragem, o primeiro contato direto foi 
feito com apenas sete delas. Esse contato foi feito via email e o resposta foi obtida de pelo 
menos cinco dessas empresas. Por fim, foram selecionadas as três empresas que mais se 
identificaram com a proposta. 
 37
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS SELECIONADAS 
As empresas A, B e C, selecionadas e identificadas conforme metodologia são 
empresas de grande porte que atuam no mercado imobiliário brasileiro, com maior presença 
na região sudeste, onde estão grande parte das obras de edificações. Essas empresas 
possuem um planejamento mais específico para o início de obras e compartilharam arquivos 
referentes ao mesmo para a continuidade desse trabalho. 
Todas as construtoras disponibilizaram materiais referentes a obras executadas em 
um período recente usando o padrão elaborado pelos mesmos, com sua hierarquia, 
responsáveis, serviços considerados e durações. 
A “Empresa A”, atua em mais de quinze estados brasileiros exclusivamente no 
mercado de incorporação imobiliária de médio e alto padrão, a mais de 50 anos. Faz parte 
de um grupo formado por ela e mais duas grandes empresas, sendo que as outras duas em 
áreas diferentes, como loteamentos e segmento econômico. 
Já a “Empresa B”, atua no interior do estado de SP nos ramos habitacional, 
comercial e industrial desde o início da década de 80. Possui um grande destaque na região 
na construção residencial e na racionalização e qualidade de obras. 
A “Empresa C” foi criada nos anos 2000 e faz parte de um grupo com formado por 
outras empresas. Desenvolve projetos residenciais, empresariais, de turismo e comerciais 
atuando também com famílias de menor renda (até 10 salários mínimos), possuindo 
grandes obras no setor e atendendo todas as classes sociais, atuando em mais de seis 
estados brasileiros. 
A partir disso e de todas as atividades listadas no capítulo 3, foi elaborada uma 
tabela do tipo atividade versus empresa (tabela 2) que relaciona as atividades e a 
consideração das mesmas pelas empresas em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38
Tabela 2: Tabela atividade versus empresa 
 
1ª) Lançamento e incorporação
2ª) Serviços de demolição
3ª) Condições da vizinhança
4ª) Sondagem do terreno
5ª) Elaboração de Projeto Executivo
6ª) ART
7ª) Aprovação de Projeto Executivo
8ª) Plano de qualidade da obra
9ª) Formação e contratação de equipes
10ª) Movimentação de terra
11ª) Elaboração do projeto do canteiro de obras
12ª) Montagem do canteiro de obras
13ª) Execução de tapumes
14ª) Instalações provisórias de água (pedido e execução)
15ª) Instalações provisórias de luz (pedido e execução)
Atividade considerada pela empresa
Atividade não considerada pela empresa
Nº ATIVIDADE
EMPRESA
A B C
X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X
X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
LEGENDA
X
 
Fonte: Do autor 
 
A tabela acima considera, dentre as atividades listadas, o que cada uma das 
empresas considera no pré-obra. Algumas outras (desmonte de rochas, estudo dos 
subsolos, considerado pela empresa C, por exemplo), não entram nessa relação, pois são 
pra casos mais específicos. 
As Empresas B e C não consideraram em seu cronograma as atividades de 
lançamento e vendas, visto que para elas, isto depende do empreendimento. 
Já no plano de qualidade da obra (PQO), a empresa A, não considera o mesmo em 
seu cronograma e não realiza nessa etapa o mesmo. 
A atividade de número 9, formação de equipes, a empresa B não considera em seu 
cronograma. A justificativa para isso é que os serviços são feitos por empreiteiros, portanto 
o mesmo tem a responsabilidade de montar a equipe para, no prazo estipulado, realizar as 
atividades necessárias. 
 39
4.3 ELABORAÇÃO 
A elaboração do cronograma base consistirá em uma estimativafeita através dos 
prazos fornecidos pelas empresas para as atividades relacionadas ao início de obra, isto é, 
nada mais é que uma média dos prazos estipulados pelas construtoras selecionadas para 
realizar todo pré-obra. 
Para isso serão usados os dados coletados nas pesquisas das construtoras A, B e C. 
Isso nos fornecerá previsões otimistas, pessimistas e com isso será obtido uma previsão 
média que é o cronograma base proposto pelo estudo. 
A tabela abaixo contem os prazos e durações fornecidas pelas empresas 
pesquisadas. A mesma está relacionada com as atividades do capítulo 3 e listada conforme 
a tabela do capítulo 4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40
Tabela 3: Tabela de durações das atividades do pré-obra. 
 
1ª) Lançamento e incorporação 1 dia 0 dias 0 dias 1 dia 1 dia 1/3 dias 1 dia
2ª) Serviços de demolição 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias
3ª) Condições da vizinhança 1 dia 1 dia 3 dias 1 dia 3 dias 5/3 dias 2 dias
4ª) Sondagem do terreno 15 dias 7 dias 20 dias 7 dias 20 dias 14 dias 14 dias
5ª) Elaboração de Projeto Executivo 90 dias 60 dias 120 dias 60 dias 120 dias 90 dias 90 dias
6ª) ART 3 dias 3 dias 3 dias 3 dias 3 dias 3 dias 3 dias
7ª) Aprovação de Projeto Executivo 30 dias 30 dias 60 dias 30 dias 60 dias 40 dias 40 dias
8ª) Plano de qualidade da obra 0 dias 1 dia 1 dia 1 dia 1 dia 1 dia 1 dia
9ª) Formação e contratação de equipes 30 dias 0 dias 40 dias 30 dias 40 dias 70/3 dias 24 dias
10ª) Movimentação de terra 15 dias 7 dias 60 dias 7 dias 15 dias 82/3 dias 28 dias
11ª) Elaboração do projeto do canteiro de obras 5 dias 1 dia 3 dias 1 dia 5 dias 3 dias 3 dias
12ª) Montagem do canteiro de obras 10 dias 45 dias 30 dias 10 dias 45 dias 85/3 dias 30 dias
13ª) Execução de tapumes 2 dias 2 dias 5 dias 2 dias 5 dias 3 dias 3 dias
14ª) Instalações provisórias de água (pedido e execução) 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias
15ª) Instalações provisórias de luz (pedido e execução) 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias 30 dias
Nº ATIVIDADE
DURAÇÕES
E
M
P
R
E
S
A
 
A
E
M
P
R
E
S
A
 
B
E
M
P
R
E
S
A
 
C
MÍNIMA MÁXIMA MEDIANA ADOTAR
 
Fonte: Do autor 
 41
A tabela acima nos mostra a relação entre as atividades e as durações de acordo 
com os arquivos enviados pelas empresas pesquisadas. É fácil notar que há uma grande 
divergência nas durações de algumas atividades, enquanto outras possuem mesma duração 
para todos os casos. 
A justificativa desse fato é que no caso das empresas A e B, os arquivos são 
pertencentes a um padrão global da empresa e esses prazos são considerados para essa 
fase, podendo ser alterados conforme a dimensão e o tipo da obra. No caso da empresa C, 
os dados se referem a uma obra de grande porte em específico, com isso a maioria das 
durações aumentam o que pode ser notado nas atividades de número 5 e 10. 
Outro fato de importância a frisar é o da coluna “ADOTAR” da tabela. Devido as 
durações não serem dias completos exatos, foi feito um arredondamento para cima, afim de 
se ter um valor para considerar a duração e fazer a estimativa total. 
A partir desses dados, o cronograma base é elaborado com as durações médias 
dessas atividades e a seqüência de execução das mesmas. 
Algumas durações aparecem com valor de “0 dias”. Isso ocorre porque não constava 
no planejamento da empresa essa atividade e sua duração. Esse valor não entra na 
previsão otimista, mas é considerado na média para o cronograma base. 
Com isso, temos abaixo (figura 11) o cronograma base elaborado a partir dos dados 
coletados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42
 
 43
Figura 20: Cronograma base 
 
Fonte: Do autor 
 44
De acordo com o cronograma acima, pode-se notar que o prazo do período total de 
início de obra gira em torno de 193 dias. 
Isso não mostra um resultado satisfatório, visto que os valores são muito vagos e 
variam de cada empresa por não possuir um padrão. 
Enquanto as Empresa “A” e “B”, possuem um determinado padrão de pré-obra, a 
Empresa “C” fez um planejamento específico para uma obra somente. 
Além disso, todos os tramites que envolvem o pré-obra são muito relativos, visto que 
cada empreendimento tem suas peculiaridades, seus desafios, interferências, etc. Cada 
construção vai ter uma série de entraves a serem pensados e resolvidos para iniciar seu 
processo de produção. 
Com isso, padronizar todo esse processo se torna difícil e tem que ser feito para 
cada caso em si. 
 45
5. CRONOGRAMA FINAL 
 
A fim de atender a metodologia proposta, o cronograma final é feito através da 
delimitação do espaço amostral da pesquisa. Isso é feito a partir da definição de um objeto 
de estudo que fornecera as “condições de contorno” para planejar o pré-obra. 
5.1 DEFINIÇÃO DE OBJETO DE ESTUDO 
Para a obtenção de um prazo para o pré-obra, é necessário definir um objeto de 
estudo, que para essa pesquisa será um edifício modelo, com algumas características 
definidas e condições de contorno, de forma a conhecer os entraves necessários da etapa. 
Primeiramente, será considerado um edifício de múltiplos pavimentos em uma cidade 
de porte intermediário para grande, acima de 500 mil habitantes, com boa infraestrutura e 
taxas de crescimento considerável. 
• Edifício com área do terreno de 1523,90m². Através da área do terreno, 
podemos calcular o número de sondagens a ser executada para o projeto de 
fundações; 
• A área de projeção em planta é de 334,34m²; 
• O número de pavimentos do mesmo é 10 pavimentos mais o subsolo; 
• No local do terreno existe um sobrado com cerca de 200m², possuindo uma 
grande área livre no mesmo, com uma taxa de ocupação muito pequena, 
necessitando serviços de demolição simples sem grandes riscos no mesmo. 
O mesmo será executado por empresa especializada. A fundação desse 
sobrado é uma fundação em sapatas, não atingindo grande profundidade; 
• O edifício será construído em um bairro residencial com alguns prédios no 
entorno, mais com a predominância de casas. Isso é necessário para o 
relatório de condições de vizinhança a ser elaborado e se o mesmo oferece 
riscos às edificações vizinhas; 
 46
• A rede elétrica disponível no local é do tipo trifásico. Portanto não há 
necessidade de estudo perante a companhia de energia. É necessário 
somente encaminhar o pedido para ligação; 
• Existe rede pública de água na região. Como o prédio será construído numa 
área já habitada, a rede pública existe no local. Isso faz com que não seja 
necessário realizar o estudo perante a companhia de água; 
• Para o subsolo será necessário serviços de movimentação de terra 
(escavação). É necessário fazer terraplenagem (nesse caso, somente a 
escavação e transporte para bota fora) para a construção de um andar de 
subsolo que vai abranger todo o terreno e terá um volume de 
aproximadamente 4570m³ que fora obtido multiplicando a altura do subsolo 
pela área do terreno (3,5mx1523,90). Com isso pode-se estimar a duração da 
atividade considerando uma escavadeira hidráulica com esteira e caminhões 
basculantes para o transporte; 
• Os tipos de projetos que serão elaborados para o edifício são: Arquitetônico, 
implantação, elétrico, hidráulico (água fria, água quente, água pluvial, esgoto), 
ar-condicionado, projeto de bombeiro, projeto de gás e projeto de fundações. 
Para o início da obra serão necessários os projetos arquitetônicos e de 
implantação somados a ART e documentação pertinente. Com isso obtém-se 
o alvará de execução de obra; 
A figura 9 mostra um croqui de um edifício de múltiplos pavimentos com as 
condições de contorno estabelecidas para o objeto de estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47
 
Figura 11: Croqui de um edifício

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