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(20171004022824)AULA 15 LEI 11.343 06

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Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, 
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer 
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, 
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
 
1. OBJETIVIDADE JURÍDICA: A saúde pública. Trata-se de crime de 
perigo abstrato. 
 
2. OBJETO MATERIAL: Droga, definida pela lei 11343/06 em seu art. 
1º Parágrafo único. 
 
3. SUJEITO ATIVO: Crime comum, o agente pode ser qualquer pessoa, 
salvo na figura prescrever, que exige a qualidade especial de médico ou cirurgião 
dentista. 
4. SUJEITO PASSIVO: O Estado ou a coletividade. Secundariamente, 
o sujeito que recebe a droga para consumi-la, desde que não pratique o delito 
do art. 28. Ex.: doente mental. Atenção para o artigo 243, do ECA: Vender, 
fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a 
criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam 
causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida: 
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não 
constitui crime mais 
grave.” (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) 
Norma expressamente subsidiária. Caso o objeto material não possa ser 
definido como droga proscrita nos termos do art. 1º, §1º, da lei 11343/06, 
aplica-se a disposição do ECA. Ex.: 
tolueno, cigarro, bebida alcoólica. 
6. TIPO OBJETIVO: Trata-se de crime de ação múltipla: 
IMPORTAR 
Fazer entrar a droga no território nacional. 
EXPORTAR 
Fazer sair a droga do território nacional. É norma especial em relação ao 
contrabando. Não há a previsão da facilitação, respondendo o funcionário que 
facilita tráfico, com causa de aumento de pena do artigo 40, II, da lei de regência. 
Crime instantâneo, consuma-se com a efetiva entrada/saída da droga. Admite-
se a tentativa. 
REMETER 
Expedir, enviar, encaminhar a substância, seja por terceiros ou pelos 
correios, sempre internamente no país. Consuma-se com a efetiva remessa. 
Admite-se a tentativa, em tese. Sendo de difícil configuração, pois pode haver 
consumação anterior de outra figura típica (ex.: ter em depósito). 
PREPARAR 
O sujeito compõe o objeto material, misturando substâncias que por si 
só são inócuas ou são consumíveis. Consuma-se com a mistura, admitindo-se a 
tentativa, quando aquela é impedida. 
PRODUZIR 
Criar a droga (em alguns casos, inventar, descobrir, extrair), sem misturar 
outras substâncias. 
FABRICAR 
Corresponde à produção em massa, via atividade industrial (máquinas, 
instrumentos). ADQUIRIR: ver comentário ao art. 28. 
VENDER 
Alienar mediante contraprestação. Inclui-se aqui a troca ou escambo (ex.: 
drogas por armas). Consuma-se com o recebimento da contraprestação. Admite 
tentativa. 
EXPOR À VENDA 
Mostrar a droga com o intuito de mercancia. Consuma-se com a 
exposição. Cabível, em tese, a tentativa. 
OFERECER 
Ofertar, sugerir, apresentar para ser aceito como dádiva (gratuito) ou 
empréstimo ou para suscitar interesse na compra (degustação). Consuma-se 
com a oferta. Difícil configurar a tentativa, já que haverá consumação anterior 
de figura diversa. 
TER EM DEPÓSITO 
GUARDAR 
TRANSPORTAR 
TRAZER CONSIGO 
Ver comentários ao artigo 28. 
 
 
 
PRESCREVER 
Receitar, indicar, em ato de aparente exercício profissional. Crime 
próprio, só pode ser praticado por médico ou cirurgião-dentista. Consuma-se 
com o recebimento da receita, escrita ou oral. Admite tentativa. 
MINISTRAR 
Introduzir, aplicar, inocular a droga no organismo de alguém, por 
qualquer meio que possa ser consumida e produzir efeitos (ex. injeção, ingestão, 
inalação). Consuma-se com a aplicação. A tentativa é inadmissível. 
ENTREGAR A CONSUMO 
Fazer chegar a droga ao consumidor, de forma esporádica. Trata-se de 
conduta genérica e subsidiária em relação às outras figuras típicas. Consuma-se 
com a efetiva chegada da droga ao consumidor. Admite tentativa. Ex.: 
familiares que entregam drogas ao reeducando. 
FORNECER AINDA QUE GRATUITAMENTE 
Atuar como fonte, prover, proporcionar, dar a droga a alguém, em 
caráter constante e habitual, ainda que sem intenção de lucro. Consuma-se com 
o fornecimento habitual, não admitindo a tentativa. Formas equiparadas (§ 1o 
Nas mesmas penas incorre quem): 
I - As condutas já foram explicitadas acima, diferenciando-se quanto ao 
objeto material da conduta que é o elemento destinado à preparação de drogas: 
MATÉRIA-PRIMA (aquela que é retirada originariamente da natureza), 
INSUMO (matéria usada para fomento ou melhoria da droga) ou PRODUTO 
QUÍMICO (material criado com a utilização da ciência, visando ao 
aprimoramento da droga). 
II - semear (enxertar semente na terra), cultivar (prática de atos 
necessários para o cuidado da plantação, entre a semeadura e a colheita) ou fazer 
a colheita (retirada da planta ou parte dela de seu vínculo com a terra), sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de 
plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas. 
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, 
posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se 
utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. 
 
7. TIPO SUBJETIVO 
É o dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas descritas no 
tipo objetivo, dirigidas ao tráfico de drogas. Para que haja tráfico, é necessário 
constatar o objetivo de CIRCULABILIDADE da droga. Algumas figuras 
exigem o ESPECIAL FIM DE AGIR. Ex.: utilizar local ou bem de qualquer 
natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, 
ou consentir que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, PARA 
O TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. (art. 33, §1º, III). 
8. PENAS 
Reclusão de 05 a 15 anos e multa de 500 a 1500 dias-multa. Houve 
majoração da pena abstrata mínima em comparação com o art. 12, da lei 
6368/76. Além do significativo aumento da multa. 
9. EFEITOS DA CONDENAÇÃO: 
Expropriação de bens - art. 243, CR/88 e destruição das substâncias - 
art. 31, lei 11343/2006. 
 
CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
Tráfico “privilegiado” 
Trata-se de mitigação do rigor penal com que são tratadas as condutas 
previstas nos tipos do caput e §1º do artigo 33. 
Requisitos legais: 
1. Primariedade - ser primário é o oposto de ser reincidente (aquele que 
comete novo crime após o trânsito em julgado de condenação anterior - art. 63, 
CP, com as ressalvas do artigo 64, CP). 
2. Bons antecedentes - em função do princípio constitucional da 
presunção de inocência, ostenta maus antecedentes aquele que tem condenação 
anterior transitada em julgado que não caracterize reincidência. 
3. Não-Dedicação a atividades criminosas – Há benefício para o delinquente 
ocasional. Para que haja afastamento da causa de redução, a sentença deve 
reconhecer, fundamentada na prova dos autos, que o sujeito se dedica a 
atividades criminosas (contumaz).

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