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Unidade I herança, sua administração e cessão

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Direito das Sucessões 
Bibliografia: 
 
Gonçalves, Carlos Roberto Direito das sucessões / Carlos Roberto Gonçalves. 17. ed. – São Paulo : 
Saraiva, 2016. – (Coleção sinopses jurid́icas ; v. 4) 
Tartuce, Flávio. Direito civil, v. 6: direito das sucessões / Flávio Tartuce – 10. ed. rev., atual. e ampl. – 
Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
Unidade 1: Herança, sua administração e cessão 
 
 
LINK para estudo da pagina 13 a 24: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502617803/pageid/13 
Temas para estudo: 
• conceito de sucessões e de herança 
• abertura da sucessão e princípio da saisine 
• espécies de sucessão 
• espécies de herdeiros 
• transmissão da herança pelo inventário 
• cessão de direitos hereditários 
 
Resumo 
Introdução – suceder significar tomar o lugar após o outro, substituir a pessoa. Aqui a idéia 
de suceder como titular de direito de propriedade, ao contrário das causas inter vivos, ocorre 
“causa mortis”, ou seja, decorrente da morte de alguém. Era uma das formas de aquisição de 
propriedade, como visto no estudo dos Direitos Reais. 
CF – art. 5º XXX – garantia constitucional. 
O direito das sucessões é o conjunto de normas que disciplinam a transferência do 
patrimônio de alguém, depois da sua morte, ao herdeiro, em virtude de lei ou de 
testamento. 
Abertura da sucessão 
Momento da transmissão da herança: O art. 6 do CC determina que a pessoa natural termina 
sua existência com a morte real. Como não há direito sem um sujeito, no mesmo instante em 
que a pessoa morre abre-se a sucessão, transmitindo-se automática e imediatamente o domínio e 
posse da herança aos herdeiros legítimos e testamentários. Esse princípio está contido no art. 
1572 do CC e se chama “droit de saisine”. Mesmo que a pessoa não saiba da morte ou que é 
herdeiro, isso ocorre por meio de ficção jurídica. Assim, o próprio morto, segundo o nomeado 
princípio, entrega o domínio ao seu sucessor vivo, de tal forma que a propriedade que se adquire 
é derivada. Por isso o art. 1207, com relação à posse, diz que o sucessor universal continua a 
posse do antecessor. 
A lei que rege a sucessão é a do momento de sua abertura, assim como com relação à 
capacidade sucessória. 
Por isso também é importante a questão do momento da morte, e o instituto da 
comoriência. Porque se um herdeiro sobreviver um segundo após o autor da herança, ele 
sucederá, e por esse motivo, os seus herdeiros. Mas se não se souber quem morreu antes, o art. 
8 do CC diz que presumem-se simultaneamente mortos. Isso poderá alterar alguns direitos 
sucessórios. A presunção é “juris tantum”. 
A massa patrimonial é o espólio, que não passa de um conjunto de bens, uma massa de bens, 
chamada também de massa hereditária, sem personalidade jurídica. Ele tem, contudo, 
legitimidade ad causam, sendo representado legalmente nesses casos pelo inventariante. 
A saisine só ocorre com relação aos herdeiros, diferentemente dos legatários. No casos 
deles, só adquirem a propriedade do legado na abertura da sucessão se o legado for coisa 
infungível. Mas se for coisa fungível, somente com a partilha adquire a propriedade. Somente 
depois da partilha e de comprovada a solvência do espólio é que os herdeiros terão a obrigação 
de dar a posse da coisa ao legatário. 
ESPÉCIES DE SUCESSÃO 
- legítima (ab intestato) ou testamentária: conforme seja feita de acordo com os dispositivos 
legais ou de acordo com disposição de última vontade (testamento ou codicilo). Se não há 
testamento, a herança se transmite aos herdeiros legítimos definidos na lei de acordo com a 
ordem de vocação hereditária – que é a vontade do de cujus, presumida pelo legislador, já 
que se transmite a seus parentes mais próximos. Do contrário, teria feito um testamento. 
 
Também ocorrerá sucessão legítima se houver algum problema com o testamento – assim, se 
o testamento caducar – válido mas ineficaz, p. ex., porque não há mais aquele herdeiro, ou não 
há mais os bens- , ou for julgado nulo. Pode acontecer, ainda, da sucessão ser legítima e 
testamentária, quando o de cujus dispõe só de uma parte de seus bens por meio de testamento, 
ficando o resto a ser dividido conforme prevê a lei. 
A sucessão testamentária ocorre pode meio de disposição de última vontade. Se houver 
herdeiros necessários – descendentes ou ascendentes e os cônjuges, o testador só pode 
dispor de metade de seus bens (art. 1845 e 1846), já que a outra metade constitui a chamada 
legítima. Se não houver nenhum deles, não há necessidade de se resguardar a legítima e o autor 
da herança poderá testar livremente. Assim, os colaterais, porque não têm direito assegurado a 
essa legítima, podem vir a não ter direito hereditário nenhum, porque se o de cujus fez 
testamento de todos os bens, ficam afastados da sucessão. 
Sempre é bom lembrar que isso não tem nada a ver com o direito de meação. Havendo 
cônjuge que tenha direito à meação, essa é de propriedade do cônjuge já em vida, ela não faz 
parte da massa hereditária. O testador só pode fazer testamento de bens da sua propriedade, 
ou seja, quanto à meação do cônjuge ou convivente, não poderá tocar em nada. 
Não existe outra forma de sucessão, sendo expressamente proibida a sucessão contratual e os 
pactos sucessórios, contrato de sucessão de pessoa viva art. 426. Só há exceção no caso dos 
pais, que podem por ato inter vivos partilhar os bens entre os filhos (2018), é a chamada partilha 
em vida. 
- sucessão a título universal e sucessão a título singular: A sucessão universal ocorre 
quando o herdeiro é chamado a suceder na totalidade da herança, ou em fração ou alíquota 
dela, podendo ocorrer tanto na sucessão legítima ou testamentária. Já a título singular, o 
testador deixa para alguém um bem certo e determinado – o legado. Assim, só ocorre na 
sucessão testamentária. Legatário não é, portanto, herdeiro, porque sucede a título singular. 
Assim, a sucessão legítima é sempre a título universal, já a testamentária pode ser dos dois 
tipos, de acordo com as disposições do testamento. 
- Sucessão anômala ou irregular: é disciplinada por normas peculiares, diferentes da 
ordem de vocação hereditária do art. 1829 do CC. – art. 692, III do CC de 1916 - em caso de 
enfiteuse; art. 5º, XXXI CF – benefício ao cônjuge ou filhos brasileiros na sucessão de bens de 
estrangeiros situados no Brasil, permitindo-se o benefício a eles de leis estrangeiras, 
principalmente por se saber que em muitos países do exterior o cônjuge herda em igualdade de 
condições com os ascendentes. 
Tipos de herdeiros: 
Herdeiro legítimo – o estatuído pela lei. 
Herdeiro testamentário ou instituído – que herda em função do testamento, com parte ideal 
do acervo, a titulo universal. 
Legatário – beneficiado em testamento mas a título singular. Não é herdeiro. 
Herdeiro necessário – legitimário ou reservatário – descendente ou ascendente e o cônjuge, 
que terá direito à legítima (metade do acervo, deduzidas as despesas de funeral e as dívidas) – 
ou seja, não pode ser excluído da sucessão por mero testamento, só por caso de deserdação ou 
indignidade. Os demais são herdeiros facultativos, que só herdam se o testador não dispuser 
em contrário. 
Herdeiro universal – na verdade é o herdeiro que recebe a título universal, ou seja todo 
herdeiro. Mas costuma-se chamar assim quando é herdeiro único, quando tudo fica para uma 
pessoa só. 
Transmissão da herança – abertura de inventário 
A sucessão se abre no local do último domicílio do falecido – art. 1785. Mesmo que a morte 
seja em outro lugar, esse é o foro competente. Se não houver domicílio certo, será o foro da 
situação dos bens. E se não tinha domicílio certo e tinha bens em vários lugares, aí então será o 
do local do óbito – CPC art. 96.A nomeação de inventariante se dá de acordo com o art. 990 e 
991 do CPC. 
Prazo para abertura: 60 dias. art. 611, CPC-2015. 
Havendo mais de um herdeiro, o direito será indivisível, quanto à posse e domínio, até a 
efetivação da partilha – art. 1791. Ou seja, condomínio legal. Pode haver até cessão de parte 
ideal, mas não pode se identificar fisicamente essa parte, porque não houve ainda a partilha. 
Essa parte ideal o art. 80 do Còdigo Civil considera bem imóvel. 
Em virtude da universalidade, aplicam-se as normas do condomínio, sendo que um só dos 
herdeiros poderá agir em defesa da propriedade de todo acervo, em nome de todos, mesmo só 
tendo o direito parcial. 
A indivisibilidade acaba com a partilha, que é a segunda parte do procedimento judicial. 
A primeira é o inventário, em que se relacionam, descrevem, avaliam e liquidam os bens que 
compõem a herança. Numa segunda fase, só então, ocorrerá a partilha, que é o momento da 
divisão dos bens entre os herdeiros e legatários, em que se desfaz a comunhão forçada da massa 
hereditária, recebendo cada um o seu direito. 
Cessão Hereditária 
É o negócio jurídico pelo qual o herdeiro transfere a outrem todo o quinhão hereditário, ou parte 
dele, após a abertura da sucessão. Pode ser gratuita ou onerosa. 
É o caso, por exemplo, da renúncia translativa, porque para ceder é preciso, antes, aceitar a 
herança. Isso porque só quem é herdeiro pode ceder o que é seu. Por isso é que a cessão 
equivale a aceitação tácita, porque é ato típico de herdeiro. 
O herdeiro deve ser capaz. 
Só pode ser feita após a abertura da sucessão. Senão será pacto sucessório (art. 426). 
Por escritura pública, porque a herança é bem imóvel. (1793) É necessária outorga uxória. 
Antes da partilha, porque senão o que será cedido é o bem certo e determinado, e não quinhão 
da universalidade. 
Tanto é que se manifestar bem certo e determinado, antes da partilha, tal pacto não será 
obrigatoriamente respeitado pelos demais herdeiros (ninguém pode ceder o que não é seu). 
Ocorre, então, a sub-rogação dos direitos que o herdeiro recebeu antes da cessão. 
Por outro lado, pode ver o seu quinhão desaparecer com o pagamento das dívidas do espólio. É, 
portanto, contrato aleatório, salvo previsão expressa contrária. 
Via de regra, o herdeiro não responde por evicção, salvo se enumerar bens da herança e esses 
não existirem ou se disser que é herdeiro sem ser. 
Se não houver anuência dos credores do espólio, possibilita que o cedente seja acionado. 
O Código, nos artigos 1794 e seguintes, esclarece o direito de preferência dos co-herdeiros, 
porque condôminos. 
O cessionário toma o lugar do cedente no inventário. Não passa a ser herdeiro, mas é titular do 
quinhão. 
Validade do ato depende dos requisitos de validade dos negócios jurídicos em geral. 
 
Questões para fixação: 
• Quando o herdeiro recebe a herança? 
• Qual a diferença entre meação e herança? 
• É possível a sucessão ser legítima e testamentária ao mesmo tempo? 
• É possível ceder a herança de um parente ainda vivo? 
• Se a cessão for feita sem a anuência dos demais herdeiros ela é nula?

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