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Análise de Balanço Introdução Aspectos Gerais da Análise de Balanço Toda análise econômico-financeiro e de crédito começa pela Análise de Balanços. É o método mais rápido, abrangente e eficiente para conhecer uma empresa. Ainda que refletindo posições passadas, tem se caracterizado como uma importante fonte de informações, com capacidade de esclarecer e orientar decisões de financiamento, bem como subsidiar prognósticos. Ao fazermos a Análise de Balanços de determinada empresa, o ideal é termos mais de um período, todos com a mesma data de encerramento, para podermos avaliar a tendência da empresa ao longo dos períodos analisados e, a partir dela, podermos vislumbrar o possível desempenho futuro da empresa. As demonstrações contábeis fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com as regras contábeis. Ao analisar o Balanço, transformamos esses dados em informações. Por exemplo: encontramos demonstrações contábeis, indicando R$ 100.000,00 de dívidas. Isso é um dado. A partir dele, concluímos que a dívida é excessiva ou normal, ou ainda se a empresa pode pagar ou não. Isso é uma informação. O objetivo da Análise de Balanços é produzir informação útil para tomada de decisão. Vimos neste módulo: O que é Análise de Balanços. Para que serve a Análise de Balanços. Aspectos de Governança Corporativa No processo de Análise de Balanços, devem ser consideradas as principais características e particularidades da atividade empresarial. O conhecimento prévio da empresa e do seu mercado de atuação é muito importante para uma melhor compreensão da avaliação empresarial. Devido às exigências do mercado, as empresas estão se adaptando ao monitoramento de seus valores e padrões de comportamento. Neste contexto, foi estabelecida a Governança Corporativa, que prevê a transparência da empresa na divulgação de suas informações e a sua responsabilidade em questões que envolvem a sociedade. Dessa forma, a Governança Corporativa é o sistema pelo qual as empresas são dirigidas e monitoradas em suas relações internas e externas. As boas práticas de Governança Corporativa visam o aumento do valor da empresa perante a sociedade, demonstrando assim, maior transparência e responsabilidade. Definido o conceito de Governança Corporativa, vamos focar nos itens mais importantes relacionados à atuação da empresa, que devem ser observados antes da Análise do Balanço Patrimonial. Tipo de Gestão É importante saber se a gestão da empresa é profissional, ou seja, se ela é administrada por profissionais preparados para exercer o cargo que ocupam. A profissionalização da gestão empresarial contribui para a saúde de qualquer negócio, em qualquer que seja o segmento de mercado, e visa o bom andamento e o crescimento da empresa. Tipo de Empresa Identificar o tipo da empresa é importante para conhecer melhor o seu funcionamento e entender a quem pertence o seu capital. Os principais tipos de classificação das empresas são: Sociedade por Cotas de Responsabilidade Limitada, onde o Capital é representado por cotas e distribuído aos sócios de acordo com a quantidade de cotas de cada um. Sociedade Anônima, cujo Capital social é dividido em frações representadas por ações. Devido à importância das Sociedades Anônimas no capitalismo moderno, é importante ressaltar que elas podem ser classificadas como: Capital Aberto (que negociam ações no mercado); Capital Fechado (quando as ações não são colocadas em negociação no mercado). Risco do Negócio da Empresa Uma preocupação essencial deve ser conhecer mais detalhadamente o negócio da empresa, bem como seu mercado de atuação, de maneira a identificar eventuais riscos operacionais, ou seja, ligados ao negócio da empresa. Nível de Governança É importante verificar se a empresa possui boas práticas de Governança Corporativa. Para isso, deve ser levantado se a empresa está listada em um dos segmentos especiais criados pela Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA). Além do mercado tradicional, foram criados três segmentos diferenciados de Governança, com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimule o interesse dos investidores e a valorização das empresas: Nível 1; Nível 2; Novo Mercado. Em seguida, vamos conhecer cada um deles. Nível 1: As empresas Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Para isso, devem divulgar informações adicionais às exigidas em lei, como relatórios financeiros mais completos, informações sobre negociação feita por diretores, executiva e acionistas controladores e sobre operações com partes relacionadas. Nível 2: As empresas Nível 2 se comprometem a cumprir as regras aplicáveis ao Nível 1 e, adicionalmente, a um conjunto mais amplo de práticas de Governança relativas aos direitos societários dos acionistas minoritários. As empresas listadas ao Nível 2 têm o direito de manter ações preferenciais (PN). Novo Mercado: é destinado à negociação de ações emitidas por companhias que se comprometem, voluntariamente, com a adoção de práticas de Governança Corporativa adicionais em relação ao que é exigido pela legislação. Como exemplo neste segmento, podemos citar que o Capital deve ser comporto exclusivamente por ações ordinárias com direito a voto. Como vimos, foram criados três segmentos diferenciados de Governança, com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimule o interesse dos investidores e a valorização das empresas. Comitês de Auditoria Na análise prévia da empresa, deve ser levado em consideração se a mesma possui Comitê de Auditoria. A função essencial do Comitê de Auditoria é controlar a contabilidade, os procedimentos de elaboração das demonstrações contábeis, tendo por objetivo a transparência das informações e dos atos praticados pela empresa. No Brasil, há obrigatoriedade da constituição de um Comitê de Auditoria para algumas instituições financeiras (grandes Bancos, conforme artigo 10 da Resolução n° 3.198/2004), sendo opcional para as demais instituições financeiras e para todas as empresas não financeiras. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) desatacam a importância dos Comitês de Auditoria para o mercado brasileiro e recomendam a sua criação em todas as empresas. Um grande benefício que o Comitê proporciona aos acionistas é uma maior transparência da atuação da empresa. Fazem parte dos Comitês de Auditoria os membros do Conselho de Administração da empresa e profissionais com vivência em Contabilidade e Finanças contratados no mercado. Vimos neste módulo: O que é Governança Corporativa. Itens relacionados à atuação da empresa. Introdução a Análise de Balanços Aspecto Econômico Diz respeito ao êxito econômico obtido pela empresa em termos de resultado. Para sua apuração são utilizados itens da demonstração de resultado. Aspecto Financeiro Diz respeito à estrutura de capitais (próprio versus de terceiros) e a liquidez. É apurado pela Análise de Balanço Patrimonial. Os aspectos econômicos e financeiros são avaliados por meio dos seguintes itens: Análise Vertical Análise do Capital de Giro Análise Horizontal Análise por Índices Análise Prazos Médios Análise dos Ciclos: Operacional e Financeiro Análise dos Indicadores Financeiros Vimos neste módulo: Aspectos analisados no Balanço. Tipos de Análise. Análise Vertical Análise Vertical atinge seu ponto máximo de utilidade quando aplica da à Demonstração do Resultado. Toda atividade de uma empresa gira em torno das vendas. São elas que determinam o que a empresa pode consumir em cada item de despesa. Por isso, as Vendas Líquidas ( Receita Operacional Líquida – R.O.L.) são igualadas a 100, e todos os demais itens têm seu percentual calculado em relação a elas. Cálculo do índice – Balanço Patrimonial Vamos começar aprendendo como calcular a Análise Vertical (AV). No Balanço Patrimonial Fórmula: Saldo da conta contábil AV= TotalAtivo ou Passivo x100 Exemplo: Supondo que determinado Balanço apresente os seguintes valores: Estoques = R$ 22.520,00 e Total do Ativo = R$ 248.730,00. Veja o resultado: 22.520,00 AV= x100= 9% 248.730,00 Estoques = R$ 22.520,00 e Total do Ativo = R$ 248.730,00. Podemos fazer o mesmo cálculo usando a função %T da HP, da seguinte forma: LN Primeiro, digitar o total do Ativo: E % T 248.730,00 N 22.520,00 LN = 9% T E R Do total de Ativos que a empresa possui, 9% referem-se a estoques. Quando o estoque está fora dos padrões normais, por exemplo, muito elevado, teremos que descobrir as causas, pois, a empresa pode ter excesso de estoques por vários motivos, tais como: não estar vendendo por problemas de qualidade, preço, concorrência, entre outros, ou estar com estoque absoleto ou fora de moda. Seja qual for o motivo, na nossa análise teremos que encontrar a resposta, mesmo que seja entrando em contado com a empresa para descobrir. Na Demonstração do Resultado do Exercício Fórmula: Saldo da conta contábil AV= X100 Receita Operacional Líquida 102.740,00 AV= X100 = 35% 291.630,00 Ou E C.P.V = R$ 102.740,00 291.630,00 N C.P.V. =R$ 291.630,00 T 102.740,00 %T =35% E LN R C.P.V Custo dos Produtos Vendidos (CPV), Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ou Custo dos Serviços Prestados (CSP). Na empresa industrial o custo representa todo o gasto que a empresa teve para fabricar o produto, como: matéria-prima, material de embalagem, mão de obra, energia elétrica, entre outros. Por esta razão é chamado de Custo de Produtos Vendidos. Já a empresa comercial compra a Mercadoria pronta, portanto, o custo é exatamente o valor pago pela Mercadoria, ou seja, o estoque. Assim, é chamado de Custo das Mercadorias Vendidas. Nas empresas prestadoras de serviços, o custo é o total dos serviços prestados, como, por exemplo, mão de obra e material aplicado. R.O.L. = R$ 291.630,00 Receita Operacional Líquida É a receita operacional Bruta, menos as deduções. Considerada a Receita efetiva da empresa, tendo em vista que está livre das vendas canceladas e dos impostos sobre vendas. Isso mostra que o Custo dos Produtos Vendidos representa 35% das Vendas, ou seja, para cada R$ 100,00 vendidos, R$ 35,00 foram gastos com custos de produção. Da mesma forma que foi calculado o item Custo dos Produtos Vendidos, deverão ser calculados os demais itens da Demonstração do Resultado. Balanço Patrimonial ATIVO XO A.V. X1 A.V. Circulante Caixa e bancos 266.967 20% 444.018 29% Duplicatas a receber 150.421 11% 155.766 10% Estoque 114.461 9% 141.219 9% Impostos e contribuições sociais a recuperar 47.053 4% 39.117 3% Outros créditos 11.702 1% 5.616 0% Despesas antecipadas 12.621 1% 17.263 1% Total do Ativo Circulante 603.225 45% 802.999 53% Não Circulante Realizável a Longo Prazo 175.841 13% 163.362 10% Aplicações financeiras 3.626 0% 4.578 0% Debêntures 80.298 6% 76.965 5% Depósitos judiciais 2.129 0% 2.191 0% Impostos e contribuições sociais a recuperar 1.965 0% 2.627 0% Imposto de renda e contribuição social diferidos 87.823 7% 77.001 5% Investimentos 1.948 0% 1.422 0% Imobilizado 308.787 23% 297.999 20% Intangível 244.382 18% 248.243 16% Total do Ativo não Circulante 730.958 55% 711.026 47% TOTAL DO ATIVO 1.334.183 100% 1.514.025 100% PASSIVO E Patrimônio Líquido XO A.V. X1 A.V. Circulante Fornecedores 37.813 3% 26.678 2% Financiamentos e empréstimos 65.389 5% 64.895 4% Impostos e contribuições a pagar 26.436 2% 28.535 2% Contas a pagar 4.950 0% 4.428 0% Outros débitos 113.310 8% 277.744 18% Total do Passivo Circulante 247.898 19% 402.280 26% Não Circulante Financiamentos e empréstimos 246.954 19% 215.542 14% Impostos de renda e contribuição social diferidos 27.259 2% 59.268 4% Outros débitos 92.209 7% 117.073 8% Total do Passivo não Circulante 366.422 27% 391.883 26% Patrimônio Líquido Capital Social 407.310 31% 407.310 27% Reservas de capital 180.701 13% 180.700 12% Reservas de lucros 131.852 10% 131.852 9% Total do Patrimônio Líquido 719.863 54% 719.862 48% TOTAL DO PASSIVO E 1.334.183 100% 1.514.025 100% Patrimônio Líquido Total do Ativo Circulante/ Total do Ativo não Circulante Vamos ver como a empresa investiu seus recursos. Observe que o primeiro ano 45% dos recursos estavam aplicados no Ativo Circulante (giro da empresa) e no segundo ano aumentou esta participação para 53%. No Ativo não Circulante diminuiu de 55% para 47% no segundo ano. Podemos perceber que, embora seja um balanço de indústria, a empresa mantém mais recursos aplicados no ativo de giro (circulante) do que no fixo (investimentos, imobilizado e intangível). Isto é bom, uma vez que a empresa deve investir em seu imobilizado apenas os valores estritamente necessários. Veja agora quais são as contas mais relevantes, ou seja, onde tem mais recursos investidos. Importante! Ao abrir o Balanço Patrimonial, atente-se às contas de imobilizado, caixa e bancos. Total do Passivo Circulante / Total do Passivo não Circulante/ Total do Patrimônio Líquido Podemos observar que a principal origem foi o Patrimônio Líquido (recursos próprios). No primeiro ano correspondeu a 54% do total de origens e diminuiu no segundo ano para 48%. Se 54% dos recursos eram próprios (PL), podemos concluir que 46% eram recursos de terceiros, os quais aumentaram no segundo ano para 52%, sendo praticamente distribuídos de forma proporcional entre as dívidas de curto prazo ( Passivo Circulante = 27%) e as dívidas de longo prazo (Passivo não Circulante = 26%). Após termos visto a Análise Vertical completa, vamos agora concentrar nossa atenção no total dos grupos de contas. XO 19% Passivo Circulante Ativo Circulante 45% 27% Passivo não Circulante Ativo Não Circulante 55% 54% Patrimônio Líquido X1 26% Passivo Circulante Ativo Circulante 53% 26% Passivo não Circulante Ativo Não Circulante 47% 48% Patrimônio Líquido DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Xo A.V. % X1 A.V. % RECEITA OPERACIONAL BRUTA 1.913.500 177% 2.157.167 180% Deduções da Receita bruta (834.944) (77%) (961.214) (80%) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 1.078.556 100% 1.195.953 100% Custo dos Produtos Vendidos (271.466) (25%) (284.280) (24%) RESULTADO BRUTO 807.090 75% 911.673 76% DESPESAS OPERACIONAIS (664.993) (62%) (543.695) (45%) Vendas (441.034) (41%) (434.408) (36%) Gerais e administrativas (82.515) (8%) (83.735) (7%) Outras Despesas/Receitas Operacionais (141.444) (13%) (25.552) (2%) RESULTADOS ANTES DAS DESPESAS/RECEITAS FINANCEIRAS 142.097 13% 367.978 31% Despesas/Receitas financeiras (4.033) 0% 10.944 1% RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E PARTICIPAÇÕES 138.064 13% 378.922 32% Imposto de renda e contribuição social (48.903) (5%) (108.821) 9% Participações no resultado412 0% 0 0% 89.573 8% 270.101 23% LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Observe que o item Custo dos Produtos Vendidos representa 25% das Vendas (Receita Operacional Líquida). Em outras palavras, para cada R$ 100,00 de Produtos vendidos, R$ 25,00 foram destinados a sua fabricação. Assim, sobraram de resultado bruto (Margem Bruta) 75%, de onde deverão sair todas as despesas e ainda sobrar uma margem de lucro. Dos 75% de Margem Bruta, 62% foram Destinados ao pagamento da despesas operacionais assim distribuídas: Despesas com vendas: 41% (a mais elevante); Despesas Gerais e Administrativas: 8% Descontando as Despesas Operacionais e os resultados financeiros líquidos, a empresa obteve um lucro antes do imposto de renda e contribuição social de 13%; Descontando a Provisão para Imposto de Renda e contribuição sindical de 5%, a empresa chegou a um lucro líquido (Margem Líquida) de 8%; Isso significa que para R$ 100,00 das Vendas Líquidas ela obteve um lucro líquido de R$ 8,00, considerada uma boa margem. Outras Despesas/Receitas Operacionais/LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Com relação ao segundo ano, a principal mudança foi a diminuição da conta de outras Despesas/Receitas Operacionais de 13% para 2%, resultando em um aumento da Margem Líquida de 8% para 23%. Vimos nesse módulo: Como calcular a Análise Vertical. Como interpretar os percentuais calculados da Análise Vertical. Capital de Giro Para falarmos de Capital de Giro, vamos retomar a estrutura do Balanço Patrimonial. Ativo Passivo Ativo O Capital de Giro de uma empresa, como já vimos, é o Circulante Ativo Circulante. As principais contas do giro são: Caixa, Estoques e Duplicatas a Receber. São os recursos utilizados na operacionalização da empresa (compra, produção e venda). Bem, já identificamos o Capital de Giro, ou seja, onde o recurso está investido, quanto está no caixa, em duplicatas a receber, em estoques etc. Foi isso que vimos na Análise Vertical. Agora, vamos ver quanto destes recursos estão comprometidos com as dívidas de curto prazo (Passivo Circulante). Estamos falando do Capital Circulante Líquido. É a parcela do giro (Ativo Circulante) que não está comprometida com dívidas de curto prazo (Passivo Circulante). Também pode ser chamado de Capital de Giro Líquido. Para calcular do Capital Circulante Líquido (CCL), basta pegar o Ativo Circulante e subtrair o Passivo Circulante. Ativo Passivo CCL Ativo Passivo Veja que a parcela CCL está livre de dívidas de Circulante Circulante curto prazo. Se estivermos analisando o Balanço para efeito de concessão de crédito, quanto maior esta parcela, Melhor a situação da empresa. Podemos encontrar situações em que o Capital Circulante Líquido é negativo. Isso acontece quando o Passivo Circulante é maior do que o Ativo Circulante. Ativo Passivo Ativo Passivo Circulante Circulante Neste caso, o Ativo Circulante não é suficiente para cobrir o Passivo CCL Circulante. Capital Circulante Líquido Agora que você já visualizou o Capital Circulante Líquido (CCL) no Balanço, vamos calcular os valores, e para isso pegaremos como exemplo dois Balanços distintos: Ativo Circulante (AC) =R$392.500,00 Passivo Circulante (PC) =R$289.500,00 Fórmula de Cálculo: CCL = AC – PC CCL = 392.500,00 – 289.500,00 = 103.000,00 Observe que o Capital Circulante Líquido é R$103.000,00. Isso significa que do total do Ativo Circulante de R$ 392.500,00, só R$289.500,00 estão comprometidos com as dívidas de curto prazo e R$ 103.000,00 estão livres, demonstrando que a situação da empresa, no curto prazo, é confortável. Ativo Circulante (AC) =R$532.300,00 Passivo Circulante (PC) =R$587.300,00 Fórmula de Cálculo: CCL = AC – PC CCL = 532.300,00 – 587.300,00 = - 55.000,00 Observe que nessa situação o Capital Circulante Líquido é negativo, porque as dívidas de curto prazo, Passivo Circulante, são maiores que os recursos do Ativo Circulante, portanto, se a empresa transformasse todas as contas do Ativo Circulante em dinheiro, faltariam R$ 55.000,00 para cobrir as dívidas de curto prazo. 1º Situação 2º Situação Ativo Passivo Ativo Passivo AC PC AC PC R$ 289.500 R$ 587.300 R$ 392.500 R$ 532.300 CCL R$ 103.000 PNC CCL R$ 55.000 ANC + ANC PNC PL + PL A1º situação demonstra um CCL positivo de R$ 103.000.00 o que significa que esse valor investido no AC e proveniente de fontes de longo prazo ou de capital próprio (PL). Já a 2ª situação demonstra um CCL negativo de R$ 55.000,00 o que significa que o PC é maior que o AC em razão de parte do ANC ter sido financiado por fontes de curto prazo. A fórmula para calcular o CCL é esta: CCL= AC – PC 1º ano: CCL = 603.225,00 – 247.898,00 = 355.327,00 2º ano: CCL = 802.999,00 – 402.280,00 = 400.719,00 Total do Ativo Circulante / 603.225/ 45%/ 802.999/ 53% Total do Passivo Circulante / 247.898/ 19%/ 402.280/ 26% Nos dois anos, a situação da empresa em relação ao Capital Circulante Líquido é extremamente confortável. Capital de Giro Próprio é a parcela do Capital próprio (Patrimônio Líquido), investida no Giro. O cálculo é feito pegando-se o Patrimônio Líquido e subtraindo dele o Ativo Não Circulante. O seu cálculo é obtido, pegando–se o Patrimônio Líquido e subtraindo dele o Ativo Não Circulante. Observe a representação: Ativo Passivo Ativo Passivo Circulante Circulante Passivo Não Circulante CGP Ativo Não Patrimônio Circulante Líquido Fórmula de Cálculo: CGL = Patrimônio Líquido – Ativo Não Circulante Veja como é simples! O Capital de Giro Próprio é a parte do Patrimônio Líquido que não está investida no Ativo Não Circulante. Assim, só pode estar investida no Ativo Circulante. Capital de Giro Próprio (CGP) Da mesma forma que o Capital Circulante Líquido, ele também pode ser positivo ou negativo. Veja os exemplos: Patrimônio Líquido = R$872.500,00 Ativo Não Circulante = R$691.500,00 Fórmula de Cálculo: CGP = PL – ANC CGP = 872.500,00 – 691.500,00 = 181.000,00 Nesse caso o Capital de Giro Próprio é positivo no valor de R$ 181.000,00.Isso quer dizer que essa parcela do Ativo Circulante não está comprometida com nenhuma dívida, nem de curto nem de longo prazo, pois sua origem é o Patrimônio Líquido. Capital de Giro Próprio (CGP) Patrimônio Líquido = R$392.600,00 Ativo Não Circulante = R$435.000,00 Fórmula de Cálculo: CGP = PL – ANC CGP = 392.600,00 – 435.000,00 = 42.400,00 Aqui o Capital de Giro Próprio é negativo em R$ 42.400,00. Isso significa que os recursos do patrimônio Líquido não foram suficientes para cobrir os investimentos fixos (Investimentos, Imobilizado e Intangível) e os de longo prazo (Realizável a Longo Prazo). Neste caso específico, o patrimônio Líquido não foi suficiente nem para cobrir o Ativo Não Circulante, portanto, a empresa está imobilizando com recursos de terceiros (Passivo Não Circulante ou Passivo Circulante). 1º Situação 2º Situação Ativo Passivo Ativo Passivo AC PC AC PC + R$ 587.300 PNC CGP R$ 181.000 CGP R$ 42.400 ANC PL ANC PL R$ 691.500 R$ 872.500 R$ 435.000 R$ 392.600 A 1ª situação demonstra um CGP positivo de R$ 181.000,00 o que significa que esse valor investido no AC é proveniente de capital próprio (PL). Em outras palavras, o AC é o suficiente para cobrir todas as dívidas (PC + PNC) e ainda tem uma folga de R$ 181.000,00. Já a 2ª situação demonstra um CGP negativo de R$ 42.400,00 o que significaque o PC + PNC é maior que o AC em razão de parte do ANC ter sido financiado por fontes de curto prazo. Ou seja, o AC cobre apenas parte das dívidas (PC + PNC). Total do patrimônio Líquido / 719.863 / 54%/ 719.862/ 48% Total do Ativo Não Circulante / 730.958/ 55%/ 711.026/ 47% Capital de Giro Próprio Fórmula de Cálculo: CGP = PL – ANC 1º ano: CGP = 719.863,00 – 730.958,00 = - 11.095,00 2º ano: CGP = 719.862,00 – 711.026,00 = 8.836,00 No primeiro ano, o Capital de Giro Próprio foi negativo. Isso mostra que no Capital de Giro a empresa operou parcialmente com capital de terceiro. Porém, no segundo ano a empresa apresentou CGP positivo de R$ 8.836,00, ou seja, o Capital próprio (PL) foi mais do que suficiente para cobrir investimentos de longo prazo. Vimos nesse módulo: O que é Capital de Giro. O que é Capital Circulante Líquido, como calculá-lo e analisa-lo. O que é Capital de Giro Próprio, como calculá-lo e analisa-lo. Análise Horizontal Só é possível fazermos a Analise Horizontal se possuirmos, no mínimo, dois balanços, pois calcula-se e analisa-se justamente a evolução ou involução das contas. Temos que analisar se elas cresceram ou decresceram dentro da normalidade, caso contrário temos que descobrir a causa. Outro fator é que devemos concentrar nossa atenção nas contas que mais cresceram ou decresceram, porém, desde que o valor dessas contas seja relevante. Formula de Cálculo Como na Análise Vertical, vamos apresentar agora a fórmula da Análise Horizontal (AH): AH = [ ( Conta do ano X1 ) -1 ] X100 Conta do ano XO Supondo que nos dois anos os balanços apresentaram os seguintes valores na conta Estoques: XO = R$ 19.575,00 X1 = R$ 22.520,00 AH = [ ( 22.520,00 ) -1 ] X100 = 15% 19.575,00 Triângulo % Podemos fazer o mesmo cálculo utilizando a função FRAC, da HP, onde teremos que digitar o valor do ano XO ENTER, o valor do ano X1 e a função Triângulo %. FRAC Veja: 19.575 ENTER 22.520 Triângulo % = 15%. FRAC Esse resultado indica que os estoques cresceram 15% do ano XO para o ano X1. Vamos analisar o Balanço da Empresa Saúde e Vida. Caixa e Bancos A conta Caixa e Bancos crescer 66%. Devemos avaliar o motivo da manutenção desse montante em disponibilidade. Pois se a empresa tivesse aplicado parte desse recurso poderia obter uma receita financeira. Estoques O crescimento de 23% da conta Estoques pode ter acontecido por diversos motivos, tais como a concorrência oferecer o mesmo produto por preço inferior ou devido à menor demanda, ou ainda mudanças na política de estocagem da empresa. Seja qual for o motivo precisamos saber para podermos avaliar o seu impacto. Fornecedores Houve redução de 29% na conta Fornecedores. É importante verificar com a empresa o motivo dessa redução, pois isso pode implicar em a empresa necessitar de outras fontes de financiamento. Outros Débitos A conta “Outros Débitos” do passivo circulante cresceu 145%. Neste caso, a empresa deve analisar o que está sendo classificado dentro dessa conta para poder avaliar o seu crescimento. “Após a análise da conta, foi identificado que a subconta ‘Obrigações trabalhistas e previdenciárias” foi o principal item que impactou o crescimento de 145%. Como o valor é relevante cabe uma investigação mais detalhada da causa dessas obrigações. Financiamentos e empréstimos A conta Financeira no longo prazo teve uma redução de 13%. Isso mostra que a empresa dependeu menos de financiamentos bancários no último ano. Por outro lado, a conta financiamentos no passivo circulante praticamente não apresentou variação (1%). Imposto de renda e contribuição social diferidos Deve ser analisada a origem da oscilação da conta importo de renda e contribuição social diferidos, que teve crescimento de 117%. Outros Débitos A conta “Outros Débitos” teve um aumento significativo. No Passivo Circulante o saldo da conta cresceu 145% e no Passivo Não Circulante cresceu 27%. O total do Ativo de uma empresa cresce por diversos motivos: crescimento do PIB, da inflação, da taxa de juros, das vendas, das captações etc. As Vendas Líquidas cresceram 11%. O objetivo de qualquer empresa é que as Vendas cresçam sempre. Caso isso não ocorra, temos que apurar o motivo. No caso da empresa Saúde e Vida, o crescimento de 11% é favorável. Além disso, os seus custos cresceram apenas 5%. Como as Vendas cresceram 11% e os custos apenas 5% a Margem Bruta (Resultado Bruto) cresceu 13%, mais do que as vendas. Se por um lado houve redução nos custos, já com relação às despesas operacionais a empresa foi ainda mais eficiente, pois diminuíram 18%. A redução nos custos e nas despesas contribuiu para o crescimento de 202% na Margem Líquida (Lucro líquido). Vimos nesse módulo: O que é Análise Horizontal. Como calcular e interpretar o seu resultado tanto no Balanço Patrimonial, quanto na DRE. Análise por Índices Os índices que utilizaremos na análise tem por objetivo fornecer informações que não são fáceis de serem visualizadas de maneira direta nas Demonstrações Contábeis. Neste caso, índice é a relação entre contas ou grupos de contas das Demonstrações Contábeis. Os índices servem de medida dos diversos aspectos econômicas e financeiros das empresas. Assim como o médico usa certos indicadores, como pressão e temperatura, para elaborar o quadro clínico do paciente, os índices financeiros permitem construir um quadro de avaliação da empresa. O cálculo e a interpretação de cada índice é um dos pontos mais importantes para a Análise das Demonstrações Contábeis. A interpretação dependerá fundamentalmente de confronto com índices de outras empresas, sempre do mesmo ramo de atividade, e de como este ramo vem se desenvolvendo. Isoladamente, estes índices podem trazer resultados que não refletem a real situação da empresa em análise, daí a necessidade de se entender bem cada um deles, para que possamos desenvolver uma análise consciente e sensata sobre a empresa. Liquidez Situação Financeira Solvência Estrutura Situação Econômica Rentabibilidade Os índices de liquidez mostram a base da situação financeira da empresa. São índices que relacionam os ativos (disponíveis e recebíveis) com os passivos (dívidas), para medir a solidez da base financeira da empresa. Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas poderá não estar, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em função de outras variáveis. Os índices de liquidez que veremos são: Liquidez corrente Liquidez geral Liquidez seca Devemos atentar para os aspectos limitativos: Os índices não revelam a qualidade dos Ativos. Os índices não revelam a sincronização entre recebimentos e pagamentos, ou seja, não possibilitam identificar se os recebimentos ocorrerão em tempo para pagar dívidas vincendas. Ativo Circulante Fórmula: Passivo Circulante Observe pela fórmula que para este índice, são utilizadas somente as contas de curto prazo (Ativo Circulante e Passivo Circulante), portanto, Liquidez Corrente significa liquidez de curto prazo. Liquidez Corrente (LC) O Índice de Liquidez Corrente indica: Quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante. Sua interpretação é: Quanto maior, melhor. Exemplo: Supondo que determinado Balanço possua os seguintes valores: Ativo Circulante = R$ 110.500,00 Passivo Circulante = R$ 80.600,00 110.500,00 LC = = 1,37 80.600,00 Conclusão: Para cada R$ 1,00 do Passivo Circulante, a empresa possui R$ 1,37 no Ativo Circulante, ou seja, uma folga de R$ 0,37 para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo. Liquidez geral (LG) Fórmula: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo LG = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Sua interpretação é a mesa da Liquidez Corrente, só que agora considera os deveres e os direitos de curto e longo prazo. Esta éa razão do nome Liquidez Geral. O Índice de Liquidez Geral indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante e no Realizável a Longo Prazo para cada R$ 1,00 de dívidas totais (Passivo Circulante e Passivo Não Circulante). Sua interpretação é: Quanto maior, melhor. Liquidez Geral (LG) Exemplo: Supondo que determinado balanço possua os seguintes valores: Ativo Circulante = R$ 110.500,00 Realizável a Longo Prazo = R$ 55.600,00 Passivo Circulante = R$ 80.600,00 Passivo Não Circulante = R$ 20.450,00 110.500,00 + 55.600,00 LG = 80.600,00 + 20.450,00 = 1,64 Conclusão: Para cada R$ 1,00 de dívidas totais, a empresa possui R$ 1,64 nos grupos Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo, ou seja, uma folga de R$ 0,64 para cada um real de dívidas. Liquidez Seca (LS) Fórmula: Ativo Circulante - Estoques LS = Passivo Circulante A Liquidez Seca indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante, excluindo a conta Estoques, para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo (Passivo Circulante). Para alguns ramos de atividade em que a parcela de estoques é insignificante ou excessiva, a Liquidez Seca não é muito útil. Quando for insignificante, o seu resultado será semelhante à Liquidez Corrente; já se for excessivo, como, por exemplo, em um supermercado, o índice deve ser desconsiderado para análise. Observe a fórmula: Ativo Circulante - Estoques LS = Passivo Circulante Exemplo: Supondo que determinado Balanço possua os seguintes valores: Ativo Circulante Estoques Passivo Circulante 110.500,00 – 56.300,00 LS = 86.600,00 = 0,67 O índice de 0,67 indica que a empresa conseguiria para 67% das suas dívidas de curto prazo sem depender de seus estoques. É importante lembrar que, para termos uma opinião concreta sobre este índice, devemos compará-lo com o índice padrão do mesmo ramo de atividade da empresa em análise. Liquidez Corrente Liquidez Corrente = Ativo Circulante Passivo Circulante 603.225,00 Ano XO – LC 247.898,00 =2,43 Ano X1 – LC = 802.999,00 402.280,00 =2,00 Nos dois exercícios (anos), o Ativo Circulante foi maior que o Passivo Circulante. Isso significa que os investimentos no Ativo Circulante foram suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo (Passivo Circulante) e ainda permitiram uma folga de R$ 1,43 no primeiro ano e R$ 1,00 no segundo ano, para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo. Liquidez Geral Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Liquidez Geral = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Ano XO – LG = 603.225,00 + 175.841,00 247.898,00 + 366.422,00 =1,27 Ano X1 – LG = 802.999,00 + 163.362,00 402.280,00 + 391.883,00 =1,22 Da mesma forma que a Liquidez Corrente, a Liquidez Geral está favorável, pois para cada R$ 1,00 de dívidas totais, a empresa possui R$ 1,27 no primeiro ano e R$ 1,22 no segundo ano, com uma folga de R$ 0,27 e R$ 0,22, respectivamente, para cada R$ 1,00 de dívidas totais. Liquidez Seca Ativo Circulante - Estoque Liquidez Seca = Passivo Circulante Ano XO – LS = 603.225,00 – 114.461,00 247.898,00 =1,97 Ano X1 – LS = 802.999,00 – 141.219,00 402.280,00 =1,65 Como podemos notar, a empresa está em ótima situação, pois nos dois anos ela possui folga financeira. Pela análise horizontal, detectamos que os estoques cresceram 23%. Isso influenciou a liquidez seca, que caiu de 1,97 para 1,65. Apesar de queda do índice, ela não depende de vendas para cobrir suas dívidas de curto prazo. Este índice relaciona o total dos investimentos, ou seja, o total do ativo, com o total de capital de terceiros, que é a soma do Passivo Circulante e do Passivo Não Circulante. Quando o índice for inferior a 100%, a empresa poderá estar insolvente, ou seja, as dívidas serão superiores aos ativos. Em outras palavras, sela vender todos os seus ativos, não conseguirá pagar as suas dívidas. Fórmula: Ativo Total GS = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante x 100 Indica A capacidade da empresa em saldar suas dívidas, de curto e longo prazo, levando em conta os seus ativos totais. Exemplo: Supondo que determinado Balanço apresente os seguintes valores: Total do Ativo = R$ 240.150,00 Passivo Circulante + Passivo Não Circulante = R$ 92.850,00 240.150,00 GS = 92.850,00 X100 = 258,64% Conclusão: O investimento total representa 258,64% do valor total de suas dívidas, portanto, o total dos seus Ativos é suficiente, com folga de 158,64% para pagar seus compromissos. Podemos dizer também que para cada R$ 100,00 de dívidas, a empresa possui R$ 258,64 de investimentos (Ativos). GS = Ativo Total Passivo Circulante + Passivo Não Circulante X100 1.334.183,00 GS = 247.898,00 + 366.422,00 X100% = 217,18% GS = 1.514.025,00 402.280,00 + 391.883,00 X100 = 190,64% O Grau de Solvência estava muito bom no primeiro ano: para cada R$ 100,00 de dívidas, a empresa possui R$ 217,18 de Ativos. No segundo ano, houve uma pequena queda, ou seja, para cada R$ 100,00 de dívidas, a empresa possui R$ 190,64 de Ativos. O Ativo seria suficiente para cobrir as dívidas em quase duas vezes. Os índices de estrutura que estudaremos são: Participação de Capital de Terceiros. Composição do Endividamento. Dependência Bancária. Imobilização do Patrimônio Líquido. Fórmula: Exigível Total PCT = Patrimônio Líquido X100 Onde: Exigível total = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante O Índice Participação de Capital de Terceiros, também chamado de Grau de Endividamento, compara as duas fontes de recursos da empresa: O Passivo Circulante e o Passivo Não Circulante (recursos que terceiros aplicaram na empresa) com o Patrimônio Líquido (recursos próprios que a empresa possui). Ativo Passivo +Patrimônio Líquido Recursos de Terceiros Ativo Circulante Passivo Circulante Passivo não Circulante Recursos Próprios Ativo não Circulante Patrimônio Líquido As duas fontes de recursos de uma empresa. Exemplo: Supondo que determinado Balanço apresente os seguintes valores: Passivo Circulante =R$ 80.600,00 Passivo Não Circulante =R$ 12.250,00 Patrimônio Líquido =R$ 147.300,00 80.600,00 + 12.250,00 PCT = 147.300,00 X100% = 63,03% Este resultado mostra que para cada R$ 100,00 de capital próprio (Patrimônio Líquido), a empresa possui R$ 63,03 de capital de terceiros. Para se ter uma opinião sólida sobre este índice, é preciso analisar o padrão do mercado no mesmo ramo de atividade. Fórmula: Passivo Circulante CE = Exigível Total X100 Exigível Total = Passivo Circulante +Passivo Não Circulante Composição de Endividamento (CE) A composição de Endividamento mostra o percentual da dívidas totais que vencem no curto prazo. Interpretação: Quanto menor, melhor. O problema das empresas nem sempre é o tamanho das dívidas, mas sim o prazo delas, pois quanto mais tempo a empresa tiver para gerar recursos e pegar as dívidas, melhor. Se o prazo das dívidas for longo, a empresa tem muito mais possibilidade de pagar do que quando os prazos forem curtos. Exemplo: Supondo que determinado Balanço apresente os seguintes valores: Passivo Circulante =R$ 80.600 Passivo Não Circulante =R$ 12.250,00 CE = 80.600,00 80.600,00 + 12.250,00 X100% = 86.81% O índice Composição de Endividamento foi de 86,81%. Isto significa que o Passivo Circulante representava 86,81% do Exigível Total. Em outras palavras, 86,81% das dívidas da empresa vencem no curto prazo Fórmula: Instituições Financeiras DB = Patrimônio Líquido X100 Por instituições financeiras entende-se empréstimos e financiamento bancários. Este índice indica: A proporção de endividamento bancário em relação ao Patrimônio Líquido. Interpretação: Quanto menor, melhor. Exemplo: Supondo que determinado Balanço apresente os seguintes valores: Empréstimos e Financiamentos =R$ 37.140,00 Patrimônio Líquido =R$ 147.300,0037.140,00 DB = 147.300,00 X100 = 25,21% Este resultado mostra que para cada R$100,00 de Capital Próprio (Patrimônio Líquido), a empresa tomou o valor de R$ 25,21 emprestado de bancos. Devemos lembrar que, em geral, os empréstimos bancários têm um custo elevado (juros) e, muitas vezes, a empresa não consegue repassar este custo para os seus preços. Por outro lado, os bancos também impõem um limite de empréstimos para as empresas, baseado em um percentual do seu Patrimônio Líquido. Fórmula: Investimentos + Imobilizado + Intangível IPL = Patrimônio Líquido x100 Este índice, que também pode ser chamado de Grau de Imobilização, indica quanto do Patrimônio Líquido foi investido nas Contas de Investimentos, do Imobilizado e do Intangível. Interpretação: Quanto menor, melhor. Exemplo: Supondo que determinado Balanço apresente os seguintes valores: Investimentos + Imobilizado + Intangível =R$ 108.980,00 Patrimônio Líquido =R$ 147.300,00 108.980,00 IPL = 147.300,00 X100 = 74% O resultado significa que 74% dos recursos próprios (Patrimônio Líquido) foram investidos no Ativo Fixo, ou seja, para cada R$ 100,00 de Patrimônio Líquido, a empresa investiu R$ 74,00 no Ativo relacionado a investimentos, imobilizado e intangível. O ideal é que este índice fique abaixo de 100% pois se ele estiver acima de 100% significa que parte do Ativo relacionado a investimentos, imobilizado e intangível está sendo financiado com recursos de terceiros. Vale lembrar que certas atividades necessitam de mais Imobilizado do que outras, portanto, é necessário considerar este ponto na análise. Participação de Capital de Terceiros Passivo Circulante + Passivo Não Circulante PCT = Patrimônio Líquido x100 247.989,00 + 366.422,00 Ano XO – PCT = 719.863,00 X100 = 85,34% 402.280,00 + 391.883,00 Ano X1 – PCT = 719.862,00 X100 = 110,32% Como podemos notar, a participação de Capital de Terceiros ou Grau de Endividamento é alta, nos dois anos, e crescente pois no primeiro ano, para cada R$ 100,00 de recursos próprios, a empresa tomou R$ 85,34 de terceiros e, no segundo ano, R$ 110,32. Na análise vertical já havíamos percebido que a participação de Capital terceiros era relevante. Este índice só veio confirmar a nossa percepção. Composição do Endividamento Passivo Circulante CE = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante x100 247.898,00 Ano XO – CE = 247.898,00 + 366.422,00 X100 = 40,35% 402.280,00 Ano X1 – CE = 402.280,00 + 391.883,00 X100 = 50,65% Podemos notar que, no primeiro ano, 40,35% das dívidas da empresa venciam no curto prazo, ou seja, o Passivo Circulante representava 40,35% das dívidas totais. Já no segundo ano, este índice aumentou para 50,65%. Dependência Bancária Instituições Financeiras DB = Patrimônio Líquido X100 65.389,00 + 246.954,00 Ano XO – DB = 719.863,00 X100 = 43,39% Ano X1 – DB= 64.895,00 + 215.542,00 719.862,00 X100 =38,96% A dependência bancária no primeiro ano permitiu verificar que a empresa depende, de maneira relevante, dos empréstimos bancários. Porém, no segundo ano, a situação melhorou devido à redução dos empréstimos bancários. No primeiro ano, para cada R$ 100,00 de Patrimônio Líquido, a empresa tomou em bancos R$ 43,39 e, no segundo ano, esse valor caiu para R$ 38,96. Imobilização do Patrimônio Líquido Investimentos + Imobilizado + Intangível IPL = Patrimônio Líquido X100 1.948,00 + 308.787,00 + 244.382,00 Ano XO – IPL= 719.863,00 X100 = 77,11% Ano X1 – IPL = 1.422,00 + 297.999,00 + 248.243,00 719.862,00 X100 = 76,08% A empresa apresentou nos dois anos menos de 100% no índice, sendo 77,11% no primeiro ano e 76,08% no segundo ano, ou seja, para cada R$ 100,00 de Patrimônio Líquido, a empresa imobilizou R$ 77,11 no primeiro e R$ 76,08 no segundo ano. Quanto menos a empresa precisar investir no Ativo Fixo, mais sobrará para o giro. Fórmula: Vendas Líquidas GA = Ativo Total Vendas Líquidas = Receita Operacional Líquida Este índice indica: Quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total. Sua interpretação: Quanto maior, melhor. Exemplo: Supondo que determinada empresa possua os seguintes valores: Ativo Total = R$ 240.150,00 Vendas Líquidas = R$ 291.630,00 291.630,00 GA = 240.150,00 =1,21 Este índice indica: Para cada R$ 1,00 de investimento total, foi gerado um volume de vendas de R$ 1,21. Fórmula: Lucro Líquido RSA= Ativo Total X100 Este índice indica quanto a empresa obteve de lucro em relação ao seu investimento total (Ativo Total). Interpretação: Quanto maior, melhor. Vamos a um exemplo com os seguintes valores: Lucro Líquido =R$ 5.350,00 Ativo Total =R$ 240.150,00 5.350,00 RSA= 240.150,00 X100 = 2,23% O resultado de 2,23% mostra que o investimento total da empresa gerou 2,23% de lucro, ou seja, para cada R$ 100,00 de Ativos, a empresa obteve um lucro de R$ 2,23. Fórmula: Lucro Líquido RSPL = Patrimônio Líquido X100 Este índice indica quanto a empresa obteve de Lucro Líquido em relação ao Capital próprio (Patrimônio Líquido) investido. Sua interpretação: Quanto maior, melhor. Quando resultado da empresa for negativo (Prejuízo), este índice também será negativo e, por sua vez, mostrará em quanto o Patrimônio Líquido foi diminuído em função do prejuízo. Exemplo: Supondo um Balanço e DRE com os seguintes valores: Lucro Líquido =R$ 5.350,00 Patrimônio Líquido =R$ 147.300,00 5.350,00 RSPL= 147.300,00 X100 = 3,63% Isso significa que o capital próprio (Patrimônio Líquido) gerou um retorno de 3,63%, ou seja, para cada R$ 100,00 de capital próprio investido, a empresa conseguiu R$ 3,63 de lucro. Fórmula: Lucro Líquido ML = Vendas Líquidas X100 A Margem Líquida mostra o retorno sobre as Vendas. Interpretação: Quanto maior, melhor. Lembremos que a Margem Líquida já foi abordada no tópico Análise Vertical. Retomamos este índice para lembrar que ele faz parte dos índices de rentabilidade e indica o quanto a empresa gerou de lucro ara cada R$ 100,00 de Vendas Liquidas realizadas. Giro do Ativo Vendas Líquidas GA = Ativo Total 1.078.556,00 Ano XO – GA = 1.334.183,00 = 0,81 1.195.953,00 Ano X1 – GA = 1.514.025,00 = 0,79 Podemos notar que o desempenho da empresa em termos de Vendas foi melhor no primeiro ano, pois para cada r$ 1,00 de Ativos, ela vendeu R$ 0,81, enquanto no segundo ano esse valor passou para R$ 0,79. Podemos dizer, também, que a empresa girou o Ativo menos de uma vez. Retorno sobre o Ativo Lucro Líquido RSA = Ativo Total X100 89.573,00 Ano XO – RSA= 1.334.183,00 X100 = 6,71% Ano X1 – RSA= 270.101,00 1.514.025,00 X100 = 17,84% Com relação à rentabilidade dos Ativos, podemos dizer que o segundo ano foi bem melhor que o primeiro, considerando os 17,84% do segundo ano em relação aos 6,71% do primeiro ano, o que demonstra um aumento da eficiência nas aplicações de recursos nos Ativos da empresa. Retorno sobre o Patrimônio Líquido Lucro Líquido RSPL = Patrimônio Líquido X100 89.573,00 Ano XO – RSPL = 719.863,00 = 12,44% 2701.101,00 Ano X1 – RSPL = 719.862,00 =37,52% O RETORNO SOBRE O Patrimônio Líquido foi igualmente bom, ou seja, para cada R$100,00 de Patrimônio Líquido, foi gerado um lucro de R$ 12,44 no primeiro ano e R$ 37,52 no segundo ano, mostrando que a empresa teve um excelente desempenho, principalmente no segundo ano. Margem Líquida ML = Lucro Líquido Receita Operacional Líquida x100 Ano XO – ML= 89.573,00 1.078.556,00 X100 = 8,30% Ano X1 – ML = 270.101,00 1.195.953,00 X100 = 22,58% Observe os resultados da Margem Líquida: para cada r$ 100,00 de Vendas Líquidas, a empresa obteve um Lucro Líquido de R$ 8,30 no primeiro ano e R$ 22,58 no segundo. Vimos nesse módulo: Índices de situação financeira: Liquidez: Liquidez Corrente Liquidez Geral Liquidez Seca Solvência: Grau de SolvênciaEstrutura: Participação de Capital de Terceiros Composição do Endividamento Dependência Bancária Imobilização do Patrimônio Líquido Índices de situação econômica: Giro do Ativo Retorno sobre o Ativo Retorno sobre o Patrimônio Líquido Retorno sobre as Vendas (Margem Líquida) Prazos Médios Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) PMRE = Estoque Médio CPV X360 Estoque Médio = Estoque Anterior + Estoque Atual 2 Custo dos produtos vendidos: Na empresa comercial representa o valor da aquisição dos Estoques, na Indústria é todo o gasto realizado para a produção dos produtos, inclusive os gastos com transportes. Estoque anterior: é o saldo de conta Estoques do Balanço do ano anterior. Estoque atual: é o saldo da conta Estoques do Balanço do último ano. Prazo Médio de Recebimento Vendas (PMRV) PMRV = Duplicatas a Receber Média Receita Operacional Líquida X360 Duplicatas a Receber Média = Duplicadas a receber anterior + Duplicadas a receber atual 2 Duplicatas a receber anterior: é o saldo da conta Duplicadas a receber do Balanço do ano anterior. Duplicatas a receber atual: é o saldo da conta Duplicadas receber do Balanço do último ano. Prazo Médio de Pagamento Compras (PMPC) PMPC = Fornecedores Médio X360 Compras Compras = CPV + Estoque atual – Estoque anterior Fornecedores Médio = Fornecedores Anterior + Fornecedores Atual 2 Fornecedores anteriores: é o saldo da conta Fornecedores do Balanço do ano anterior. Fornecedor atual: é o saldo da conta Fornecedores do Balanço do último ano. Para calcular os prazos médios, vamos utilizar os seguintes valores das Demonstrações Contábeis: Contas XO (R$) X1(R$) Média (R$) Duplicatas a Receber 20.480,00 27.110,00 23.795,00 Estoques 19.575,00 22.520,00 21.047,50 Fornecedores 18.020,00 11.900,00 14.960,00 C.P.V. (Custo dos Produtos Vendidos) - 102.740,00 - R.O.L. (Receita Op. Líquida) - 292.630,00 - Calculamos a média das contas do Balanço porque a empresa inicia cada ano com o saldo das contas encerradas no ano anterior. Assim, pegamos o saldo das contas o início e do final do ano e dividimos por 2, considerando que a empresa tenha mantido essa média durante o ano todo. Efetuamos o cálculo dos prazos médios apenas para o ano atual (X1). Para realizarmos o cálculo do ano anterior, precisamos de outro Balanço, anterior a este, contendo as contas dos anos anteriores. Por exemplo, para calcularmos os prazos médios de 2010, precisamos dos Balanços de 2009/2010. Já para calcularmos os prazos médios de 2009, precisamos dos Balanços de 2008/2009. Para as contas de Demonstração do resultado do Exercício são as contas do ano atual. PMRE = Estoque Médio x360 CPV Substituindo os valores e efetuando os cálculos, temos: PMRE = 21.047,50 X 360 = 73,75 ou 74 dias 102.740,00 O prazo da renovação de estoques desta empresa é, em média, 74 dias. Podemos dizer também que a empresa mantém, em média, estoques para 74 dias de vendas. PMRV = Duplicatas a Receber Média x360 Receita Operacional Líquida Substituindo os valores e efetuando os cálculos, temos: PMRV = 23.795,00 X 360 = 29,27 ou 29 dias. 292.630,00 O prazo médio de recebimento de suas vendas é de 29 dias. A empresa concede, me média, 29 dias de prazo para receber de seus clientes as vendas efetuadas. PMPC = Fornecedores Médio X 360 Compras Antes de calcular o PMPC é preciso saber valor das compras. Compras =CPV + Estoque Atual – Estoque Anterior C = 102.740 + 22.520 – 19.575 = 102.685 Se a empresa for industrial, o item Custos possui componentes que não são comprados, no sentido exato da palavra, como mão de obra, despesas de manutenção, energia etc. Esses valores representam, em média, 30 % dos custos. Para excluir esse valor, basta multiplicar o resultado por 0,70. PMPC = Fornecedores Médio X 360 Compras PMPC = 14.960,00 X 360 = 50,95 ou 51 dias. 105.685,00 O Prazo Médio de Pagamento de Compras desta empresa é de 51 dias. A Empresa consegue, em média, 51 dias de prazo para pagar suas compras nos fornecedores. Os prazos encontrados são: PMRE = 74 dias Este índice revela qual é o tempo médio que a empresa PMRV = 29 dias analisada leva para renovar seus estoques. PMPC = 51 dias PMRE = Estoque Médio X 360 CPV Revela qual o tempo médio para a empresa receber suas vendas. PMRV = Duplicatas a Receber Média X 360 Receita Operacional Líquida Mostra qual é o prazo que a empresa possui para o pagamento de suas compras aos fornecedores. Também é conhecido por PMDF (Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores). PMPC = Fornecedores Médio X 360 Compras PMRE PMRE = Estoque Médio x 360 CPV PMRE = [ 114.461,00 + 141.219,00 X 360 = 162 dias 2 284.280,00 O prazo médio de renovação de estoques é de 162 dias. PMRV PMRV = Duplicatas a Receber Média x 360 Receita Operacional Líquida PMRV = [ 150.421,00 + 155.766,00 x 360 = 46 dias 2 1.195.953,00 O prazo médio de recebimento de Vendas é de 46 dias. PMPC PMPC = Fornecedores Médio x 360 Compras Lembre-se: primeiro teremos que calcular as compras. Compras = CPV + Estoque Atual – Estoque Anterior Compras = 284.280,00 + 141.219,00 – 114.461,00 = 311.038,00 Como este Balanço é de uma indústria, parte dos custos não se refere às compras, portanto teremos que excluí-los, conforme visto anteriormente. Compras = 311.038,00 X 0,70 = 217.727,00 PMPC = [ 37.813,00 + 26.678,00 x 360 = 53 dias 2 217.727,00 O prazo médio de pagamento de compras corresponde a 53 dias. Vimos nesse módulo: Prazo médio de Renovação de Estoques (PMRE). Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC). Ciclos Operacional e Financeiro A soma do Prazo Médio de Renovação de Estoque com o Prazo Médio de Recebimento de Vendas é o chamado Ciclo Operacional. CICLO OPERACIONAL Compra Venda Recebimentos PMRE PMRV Exemplo: Compras Venda Recebimento PMRE PMRV 74 dias 29 dias = 103 dias A empresa leva, em média, 74 dias para vender seus estoques e mais 29 dias para receber as Vendas. Portanto, o ciclo operacional corresponde a 103 dias, da Compra até o recebimento das Vendas. PMRE = 74 dias PMRV = 29 dias PMPC = 51 dias Paralelamente ao ciclo operacional ocorre o financiamento das compras por parte dos fornecedores. Porém, dificilmente o prazo de financiamento dado pelos fornecedores cobre todo o ciclo operacional. A esta diferença que falta para completar o ciclo operacional, damos o nome de ciclo financeiro. Ciclo financeiro é, portanto, a parte do ciclo operacional não financiada pelos fornecedores. Para esse prazo a empresa necessita de outras fontes de financiamento. Exemplo: Ciclo Operacional PMRE PMRV 74 dias 29 dias = 103 dias Ciclo Financeiro PMPC 51 dias 52 dias = 103 dias Nesse exemplo, o ciclo financeiro é de 52 dias, ou seja, dos 103 dias do ciclo operacional, 51 são financiados pelos fornecedores e para os outros 52 dias a empresa precisa buscar financiamento em outras fontes. Exemplo: PMRE = 74 dias PMRV = 29 dias PMPC = 51 dias Vamos calcular os ciclos operacional e financeiro da Empresa Saúde e vida. Para rever o Balanço e a DRE. Para fazermos os cálculos necessitamos dos prazos médios calculados na lição anterior. São eles: PMRE = 162 dias. PMRV = 46 dias. PMPC = 53 dias. Vamos calcular os ciclos operacional e financeiro da Empresa Saúde e Vida. Para rever o Balanço e a DRE. Ciclo operacional Ciclo financeiro Temos: Temos: PMRE = 162 dias. PMRE = 162 dias PMRV = 46 dias. PMRV = 46 dias PMPC = 53 dias. PMPC = 53 dias CO = PMRE + PMRV CF = CO – PMPC CF = 208 – 53 = 155 dias CO = 162 + 46 = 208 diasIsso quer dizer que do momento Do ciclo operacional de 208 dias, da compra da matéria-prima, até os fornecedores financiaram o recebimento das vendas, há uma 53 dias, ficando 155 dias para a demora de, em média, 208 dias. empresa buscar recursos em outras É um ciclo operacional bastante fontes. elevado, decorrente, principalmente, do prazo médio de estocagem de 162 dias. Observe que o que mais contribuiu para o ciclo financeiro longo (155 dias) foi o prazo médio de estoques, 162 dias, e o prazo médio de pagamento de compras de apenas 3 dias. Compra PMRE Venda PMRV recebimento 162 dias 46 dias = 208 dias PMPC Pagamento Ciclo Financeiro 53 dias 155 dias Vimos nesse módulo: O que é ciclo operacional e ciclo financeiro. Como calcular e analisar os ciclos. Indicadores Financeiros EBITDA Esta sigla vem do inglês Earning Before Interest Taxes Depreciation / Depletion and Amortization, sendo considerada do nosso idioma como lucro antes dos juros, impostos ( sobre lucros), depreciações / exaustões e amortizações. Significa o genuíno lucro operacional, ou seja, o resultado gerado pelo negócio da empresa, independente da forma como ele é financiado. Equivale, a um indicador do potencial de geração de caixa decorrente dos ativos operacionais da empresa. Como a depreciação e outras despesas de mesma natureza não exigem desembolso, devem ser desconsideradas. Além disso, na apuração do EBITDA, por se tratar de uma medida essencialmente operacional, não costumam ser incluídas despesas que não se vinculam diretamente à atividade da empresa, assim como as despesas financeiras, juros sobre o capital próprio que se originam da forma como a empresa é financiada. EBIT Em inglês Earning Before Interest and Taxes significa o lucro antes dos juros e impostos. É o lucro operacional (EBIDA) menos as depreciações / exaustões e amortizações. NOPAT A sigla em inglês Net Operating Profit after Taxes. É o lucro operacional decorrente das operações da empresa deduzido o valor do imposto de renda, mas antes da dedução dos encargos do capital (Despesas Financeiras). Como ilustração desses indicadores, RECEITA DE VENDAS considere o modelo a seguir de (-) Custo dos Produtos Vendidos Demonstração de Resultados. (=) Lucro Bruto (-) Despesas com vendas (-) Despesas Gerais e Administrativas (=) EBITDA (-) Depreciação (=) EBIT (-) Imposto de Renda (=) NOPAT (-) Despesas Financeiras (-) Lucro Líquido Vamos calcular essas medidas financeiras considerando os resultados da empresa Saúde e Vida S.A. OBS: Na DRE da empresa Saúde e Vida S.A. os valores das despesas de depreciação/ amortização não estão abertos, ou seja, estão incluídas dos itens Despesas Operacionais e CPV. Por essa razão o EBITDA não foi calculado. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Empresa: Saúde e Vida S.A. Resumo de Atividade: Indústria de Produtos Farmacêuticos XO X1 Receita operacional bruta 1.913.500 2.157.167 Deduções da receita bruta (834.944) (961.214) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 1.078.556 1.195.953 Custo dos produtos vendidos (271.466) (284.280) RESULTADO BRUTO 807.090 911.673 DESPESAS OPERACIONAIS (664.993) (543.695) Vendas (441.034) (434.408) Gerais e administrativas (82.515) (83.735) Outras despesas/receitas operacionais (141.444) (25.552) RESULTADOS ANTES DAS DESPESAS/RECEITAS FINANCEIRAS 142.097 367.978 Receitas financeiras 51.355 56.079 EBIT 193.452 424.057 Imposto de renda e contribuição social (48.903) (108.821) NOPAT 144.549 315.236 Despesas financeiras (55.388) (45.135) Participações no resultado 412 0 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 89.573 270.111 EBITDA É utilizado para medição do desempenho operacional, sendo um bom indicador para a avaliação da tendência dos lucros da atividade principal de uma empresa. EBIT A utilização do EBIT é a facilidade de cálculo dado que corresponde apenas à diferença entre os proveitos operacionais e os custos operacionais. Por outro lado, permite análise e comparação de diferentes divisões numa mesma empresa, bastando, para tal, isolar os proveitos e os cursos operacionais de cada uma delas. NOPAT Mede o crescimento percentual do Resultado Operacional Líquido do IR verificado de um exercício social para outro. Vimos nesse módulo: Indicadores Financeiros. Conclusão Empresa Saúde e Vida S.A.: Para concluir a análise da empresa Saúde e Vida observe o conjunto de índices que calculamos no decorrer do curso. Índice XO X1 Liquidez Corrente 2,43 2,00 Liquidez Geral 1,27 1,22 Liquidez Seca 1,97 1,65 Grau de Solvência 217,18% 190,64% Participação Capital de Terceiros 85,34% 110,32% Composição do Endividamento 40,35% 50,65% Dependência Bancária 43,39% 38,96% Imobilização do Patrimônio Líquido 77,11% 76,08% Giro do Ativo 0,81% 0,79 Retorno sobre o Ativo 6,71% 17,84% Retorno sobre o Patrimônio Líquido 12,44% 37,52% Retorno sobre as Vendas ( Margem Líquida) 8,30% 22,58% PMRE - 162 PMRV - 46 PMPC - 53 Ciclo Operacional - 208 Ciclo Financeiro - 155 CCL 355.327 400.719 CGP (11.095) 8.836 EBIT 193.452 424.057 NOPAT 144.549 315.236 Ao analisarmos cada índice individualmente, encontramos alguns que não são favoráveis: a Participação de Capital de Terceiros, o Giro do Ativo, o Ciclo Operacional e o Ciclo Financeiro. Porém, quando analisamos todos os itens em conjunto, concluímos que tanto a situação financeira, quanto a econômica da empresa saúde e Vida S.A. estão boas.
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